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Atuando em unidades de saúde da capital, no auge da pandemia da Covid-19, o que o neurologista infantil e pediatra Vinícius - que pediu para omitir o sobrenome - mais temia aconteceu. Ele contraiu o coronavírus e viu seus familiares também se infectarem. Entre maio e junho, ele teve de lutar contra a doença e ser o médico da mulher, dos dois filhos - um deles recém-nascido -, da sogra e de dois avós. Foi um estresse intenso que deixou marcas, não só físicas. Só não foi pior porque a mulher, psiquiatra, o ajudou a manter o equilíbrio.

Para avaliar até que ponto a pandemia está mexendo com os nervos dos profissionais de saúde, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) estão selecionando 500 médicos da linha de frente contra a Covid-19 para conhecer o impacto, entre eles, da Síndrome de Burnout. Também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, o problema afeta 32% dos trabalhadores brasileiros, segundo a International Stress Management Association (Isma-BR). Seus sintomas são cansaço extremo, sensação de incapacidade, dor abdominal e resistência a ir para o trabalho.

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"Com a crescente demanda de pacientes infectados pelo novo vírus, com o risco de morte sempre presente, prevemos um aumento do estresse ocupacional no setor. A probabilidade é de que a situação seja mais grave nos epicentros da epidemia, como o Estado de São Paulo", explicou a autora da pesquisa, Gabriela Correia Netto. O projeto terá supervisão da professora Laura Camara Lima. Serão avaliados 250 médicos que atuam diretamente no Covid-19 e outros 250 de outras áreas.

O cenário não é fácil. Pesquisa de junho da Associação Paulista de Medicina ouviu 1.984 profissionais em todo o País. O que revelou: 69% manifestaram ansiedade; 63,5%, estresse; 49%, exaustão emocional - 76% atendem mais de 20 pacientes por dia. E 60% trabalham na linha de frente da Covid-19.

O desafio não para aí. Um em cada três médicos presenciou episódios de agressões a colegas e outros profissionais em áreas de atendimento ao longo da pandemia. A maioria dos 72% que admitem não ter pleno conhecimento da pandemia diz estar na linha de frente da doença por questão humanitária.

Um exemplo concreto: do início da pandemia até 30 de julho, 3.047 profissionais de saúde se afastaram do trabalho na Secretaria Municipal de Saúde paulistana. Reconhecendo a relevância do problema, a secretaria desenvolve desde abril um projeto piloto de assistência à saúde mental dos servidores que os atende no hospital de campanha do Anhembi.

Riscos da Síndrome de Burnout

A Síndrome de Burnout, diz a professora Laura, afeta profissionais que se relacionam com pessoas. "O trabalho do médico, do enfermeiro, implica lidar com a dor, o sofrimento e a morte. Médicos não podem errar. Têm de enfrentar escolhas éticas, como decidir por uma cirurgia, por um diagnóstico. Imagina o que é fazer uma escolha entre quem vai para a UTI e quem não vai."

Outra característica da Burnout é a perda no nível de confiança na profissão e na própria Medicina. "Embora o trabalho dos médicos esteja sendo reconhecido e exaltado, há casos de preconceito, de xingamentos e agressões", diz Laura. O terceiro fator, acrescenta a supervisora, é a despersonalização, quando o profissional não aguenta mais o contato com os pacientes. O sentimento heroico inicial se transforma em indiferença, aparecem a insônia e a irritabilidade.

Outro exemplo

A auxiliar de enfermagem Janaine Silva, que mora em Sorocaba, ainda luta para superar os traumas das semanas em que atuou na UTI de um hospital público referenciado para Covid-19. "Muitos colegas estavam sendo afastados por causa do contágio e fomos chamadas para cobrir as vagas. Era desesperador. Antes de sair, tomava todos os cuidados para não levar para casa o maldito vírus, chegava e tirava as roupas, tomava banho, evitava meus filhos. Após meu primeiro plantão na UTI Covid lembro que, ao sair e subir na moto, meu único sentimento era de tristeza, medo, insegurança. Afinal, tinha dois filhos me esperando."

Apesar de todos os cuidados, a profissional de saúde não escapou do vírus. "Comecei a sentir uma terrível dor nas costas, acompanhada de uma tosse seca, não quis acreditar... Eu via de perto como era o progresso da doença. Estava com a Covid. Fui colocada em isolamento, eu e as crianças, por 15 dias. Foram terríveis." Ela conta que, nesse período, embora tivesse apoio a distância dos colegas, teve de enfrentar sozinha a doença. "Começaram a surgir bolhas em meu tórax e rosto, era impossível dormir pela falta de ar e eu não conseguia levantar. O pior era ficar sem contato com ninguém, sendo cuidada só por meus filhos, apavorada só de imaginar que poderia contaminar as crianças."

A maior aflição, segundo ela, era não saber qual seria seu destino. "Afinal, quantos óbitos eu vi, quantos corpos levei até o necrotério, pessoas novas, velhas, magras, obesas, já não existia um padrão. Graças a Deus saí dessa. Só tenho uma certeza: após a Covid-19, nunca eu e nenhum dos meus colegas de profissão seremos os mesmos."

Impacto

Com as respostas aos questionários, as pesquisadoras da Unifesp vão comparar o estresse na linha de frente com o de não envolvidos diretamente e montar uma escala, comparando os dados com pesquisas anteriores à pandemia. Os médicos interessados podem acessar a pesquisa no site da Escola Paulista de Medicina.

O diretor de defesa profissional da Associação Paulista de Medicina, João Sobreira de Moura Neto, acha que os médicos sairão mais experientes e humanizados da pandemia. "Vai haver uma mudança de sentimento, vamos sair com uma necessidade de conhecer melhor as pessoas. Acredito que os médicos vão ter esse sentimento de humanismo mais aguçado."

Na China, estudo indicou risco elevado de dano mental

Um estudo com 1.257 profissionais de saúde que atuaram no combate ao novo coronavírus em 34 hospitais da China apontou um risco elevado de aparecimento de danos à saúde mental. A pesquisa, publicada em março na revista da Associação Médica Americana (Jama), mostrou que pessoas que trabalharam na linha de frente da Covid-19 relataram sintomas como depressão, ansiedade e insônia. A prevalência foi maior entre enfermeiras.

A maioria dos participantes tinha entre 26 e 40 anos (64,7%) e era do sexo feminino (76,7%). Mais de 60% dos entrevistados trabalhavam em Wuhan, onde os primeiros casos da doença foram registrados.

De acordo com a pesquisa, 71,5% dos profissionais relataram angústia, 50,4% falaram que tiveram sintomas de depressão, 44,6% disseram ter tido ansiedade e 34% relataram que sofreram com insônia.

Exaustão e terapia se tornam rotina no combate à pandemia

Ansiedade e medo são os principais distúrbios apresentados por profissionais de saúde atendidos durante a pandemia do novo coronavírus por um sistema de consulta a distância criado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Chamado Telepan Saúde, o sistema já atendeu cerca de 300 profissionais em todo o País. Há casos em que houve a decisão pelo afastamento de profissionais atendidos, que chegaram a apresentar quadros de depressão e risco de suicídio.

A plataforma foi criada no início da pandemia, em março, a partir de artigos sobre o tema publicados em outros países, conforme explica o psiquiatra e coordenador do sistema, Helian Nunes, da Associação Brasileira de Neuropsiquiatria e professor da UFMG. O atendimento é feito por enfermeiros, psicólogos e psiquiatras, todos voluntários.

O atendimento e as orientações aos que recorrem ao Telepan acontecem por dois grupos - um para casos mais simples e outro para os mais graves, em que é recomendado atendimento presencial. Para ter acesso à consulta, os profissionais entram no site do sistema. De acordo com Nunes, os enfermeiros são os que mais procuram o serviço. "É o grupo mais vulnerável, não só pela carga horária, por estarem no front, mas também por vulnerabilidade salarial", diz o coordenador.

Assistente de um Centro de Atenção Psicossocial da Prefeitura de São Paulo, Adriana Domingos Ferreira, de 43 anos, recorreu ao Telepan com quadro de pânico e tristeza. Casada e mãe de uma menina, passou a trabalhar com medo ao longo da epidemia, mas a situação piorou depois de ter tido contato com quatro pacientes que contraíram a Covid-19. "Temos caso de depressão entre parentes, e decidi que não passaria minha situação a eles." Na avaliação da assistente social, a busca pelo programa evitou o pior. "Não fosse isso, não conseguiria me recuperar mais".

Ansiedade

Com dez anos de profissão, a fisioterapeuta Ivanízia Soares viveu em Natal, no Rio Grande do Norte, realidades opostas. Enquanto salvava vidas na UTI de um hospital público, o forte estresse do dia a dia a levou a crises de ansiedade e choro.

Ivanízia se divide entre dois hospitais públicos de Natal que se tornaram referência do novo coronavírus, o Municipal e o Infantil Maria Alice Fernandes. Desde março, viu o aumento de serviço e a escassez de profissionais intensivistas. "Houve um crescimento exponencial nos atendimentos, mas sem ampliação dos quadros", afirma.

A cada turno de seis horas, ela atende entre 6 e 10 pacientes. Durante a pandemia, a carga de trabalho aumentou em decorrência do estado grave da maioria dos internados nas UTIs. "A gente já não conseguia mais dar conta. Abriram leitos de UTI, mas não contrataram fisioterapeutas."

A fisioterapeuta passou 15 dias afastada dos hospitais e só retornou ao ambiente de trabalho após iniciar sessões de terapia com um psicólogo. "Hoje, sinto melhora graça a esse tratamento", afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Médicos fizeram um ato, neste sábado (8), em Fortaleza-CE, acusando o Governo Federal de descaso pelas 100 mil mortes por Covid-19 no Brasil. Segundo os manifestantes, que fazem parte do Coletivo Rebento - Médicos em Defesa da Ética, da Ciência e do SUS, o ato também foi uma homenagem às vítimas e suas famílias.

Os profissionais de saúde cobram a responsabilização do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelos óbitos por coronavírus. O coletivo pede ainda mudanças urgentes na gestão da saúde.

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O grupo acredita que grande parte das mortes poderia ter sido evitada "se tivesse havido o devido cuidado desde o início, uma coordenação nacional de ações, um compromisso em salvar vidas de brasileiros, principalmente dos mais pobres, maioria entre as vítimas fatais da doença", assinalam no Instagram.

"Brasil virou motivo de vergonha, ameaça e preocupação mundial, sem ministro da saúde desde maio, sem a coordenação de ações que seria fundamental para reduzir os efeitos da pandemia no País, incluindo o devido apoio econômico e social para que todos os trabalhadores de atividades não essenciais pudessem ficar em casa. Um plano efetivo de enfrentamento tanto da crise sanitária e humanitária quanto de suas consequências econômicas, muito além dos insuficientes R$ 600,00, que ainda geram aglomerações nos bancos e não chegam a todos que teriam direito", acrescentam.

Os médicos carregavam cartazes com frases como "SUS salva, ele não" e "fora Bolsonaro". Durante o ato, eles realizaram uma roda de diálogo no pavilhão em frente à ponte metálica.

Na próxima terça-feira (4), o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) abordará, em live, as perspectivas das vacinas contra a Covid-19. Marcada para as 20h, a transmissão poderá ser acompanhada por profissionais de saúde e a sociedade em geral, por meio do canal da entidade no YouTube.

Participam da live o membro do Comitê de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Eduardo Jorge Fonseca, além da médica intensiva e conselheira do Cremepe, Guacyra Magalhães. “Existem, atualmente, no mundo, mais de 165 vacinas em desenvolvimento para o SARS-Cov-2 (novo coronavírus). Dessas, 22 já estão em fase de estudos clínicos (etapa feita com voluntários saudáveis). O Brasil, por estar com grande número de casos e possuir expertise em pesquisa clínica de vacinas, participa dos dois estudos mais avançados”, comentou Eduardo, conforme informações da assessoria de imprensa do Cremepe.

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Essa e outras transmissões integram o projeto de lives do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco, em parceria com a Escola Superior de Ética Médica (ESEM). Manejo de vias aéreas em pacientes com o novo coronavírus, sedação, analgesia, comunicação em tempos de pandemia e cuidados paliativos na proliferação da Covid-19 estão entre os temas abordados pela iniciativa.

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Nesta quarta-feira (29), “Lições da pandemia de Covid-19 para a medicina” é o tema da live que encerra a série de transmissões do programa “Quando passar... Como será o mundo após a pandemia?”. Assista:

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Participam da live o secretário geral do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Mário Jorge Lemos de Castro Lôbo, a coordenadora médica de Atenção Básica à Saúde do Recife, Fátima Nepomuceno, além da pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-PE), Tereza Lyra, e do repórter do LeiaJá Jameson Ramos. A apresentação fica por conta do jornalista Nathan Santos.

O ‘Quando passar... Como será o mundo após a pandemia?’ é uma idealização do LeiaJá em parceria com o projeto Vai Cair No Enem. Os convidados do programa não apresentam “verdades absolutas” sobre a futura sociedade do período pós-pandemia, uma vez que há muitas dúvidas acerca de como os países se recuperarão das consequências causadas pela proliferação do vírus em diferentes áreas. Porém, eles revelam projeções, a partir das suas vivências pessoais e principalmente profissionais, que possam nos apresentar possíveis panoramas. As temáticas abordadas nas lives são diversas, permeando áreas como educação, mercado de trabalho, esportes, política, medicina, ciência, tecnologia, cultura, entre outras.

Estão abertas as inscrições para o novo processo seletivo da Prefeitura de Olinda, destinado à contratação de 10 profissionais com nível superior. Interessados podem se candidatar até o dia 4 de agosto enviando a documentação exigida no edital para o e-mail secretariasaudelindarh@yahoo.com.

Há oportunidade para os cargos de médico, médico psiquiatra, médico cardiologista, médico geriatra e médico clínico de urgência e emergência plantonista. Que desejar concorrer a um das vagas ainda precisa atender a alguns requisitos exigidos no edital, como ter idade mínima de 18 anos completos, possuir graduação completa na área de atuação, entre outras.

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A seleção será composta exclusivamente pela análise curricular, e os contratados trabalharão de 20 a 40 horas semanais para uma remuneração que varia de R$ 3 mil a R$ 7 mil, a depender da especialidade escolhida. Outras informações podem ser obtidas no edital de seleção.

A Prefeitura de Brejinho, em Pernambuco, está com mais um processo seletivo aberto. O certame é para contratação de médicos para combate à pandemia do novo coronavírus. Segundo o edital, será preenchida uma vaga, além de formação de cadastro reserva.

O profissional contratado atuará em carga horária de 20 horas semanais e plantão de 24 horas. A remuneração será de R$ 6.500,00 a R$ 7.020,00 ao mês. Os interessados devem realizar as inscrições por meio do e-mail processoseletivo@brejinho.pe.gov.br até esta quarta-feira (29). É preciso enviar os documentos previstos no edital de abertura da seleção, no Diário Oficial dos Municípios do Estado de Pernambuco.

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O processo seletivo é composto de análise curricular, de caráter elimonatório e classificatório. O processo seletivo é válido por três meses, podendo ser prorrogado por igual período.

Mais de 87 mil mortes. Número de casos superior a 2,4 milhões. Os lamentáveis dados – oriundos do levantamento do Consórcio de veículos de imprensa a partir de informações das secretarias estaduais de saúde - da pandemia da Covid-19 no Brasil e o luto que se espalha entre as famílias que perderam seus parentes queridos escancaram a maior crise de saúde dos últimos anos. Especialistas alertam que a luta contra o novo coronavírus está longe de cessar, apesar dos recentes indicativos de queda de diagnósticos em algumas cidades.

Na quarta-feira (29), às 16h30, “Lições da pandemia de Covid-19 para a medicina” será o tema da live que encerra a série de transmissões do programa “Quando passar... Como será o mundo após a pandemia?”. Os detalhes do debate poderão ser acompanhados pelo youtube.com/leiajaonline e por meio do Instagram @leiaja.

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Participam da live o secretário geral do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Mário Jorge Lemos de Castro Lôbo, a coordenadora médica de Atenção Básica à Saúde do Recife, Fátima Nepomuceno, além da pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-PE), Tereza Lyra. A apresentação fica por conta do jornalista Nathan Santos.

O ‘Quando passar... Como será o mundo após a pandemia?’ é uma idealização do LeiaJá em parceria com o projeto Vai Cair No Enem. O programa é exibido todas as quartas-feiras, às 16h30, no Youtube do LeiaJá.

Proposta - Os convidados do programa não apresentam “verdades absolutas” sobre a futura sociedade do período pós-pandemia, uma vez que há muitas dúvidas acerca de como os países se recuperarão das consequências causadas pela proliferação do vírus em diferentes áreas. Porém, eles revelam projeções, a partir das suas vivências pessoais e principalmente profissionais, que possam nos apresentar possíveis panoramas. As temáticas abordadas nas lives serão diversas, permeando áreas como educação, mercado de trabalho, esportes, política, medicina, ciência, tecnologia, cultura, entre outras.

Serviço

Programa 'Quando passar... Como será o mundo após a pandemia?'

Quando: quarta-feira (29)

Horário: 16h30

Tema:  “Lições da pandemia de Covid-19 para a medicina”

Convidados: Mário Jorge Lemos de Castro Lôbo (secretário geral do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Fátima Nepomuceno (coordenadora médica de Atenção Básica à Saúde do Recife) e Tereza Lyra (pesquisadora da Fiocruz-PE)

Onde assistir:

youtube.com/leiajaonline

youtube.com/vaicairnoenem

Instagram @leiaja

Os médicos da UTI do Hospital San Raffaele, em Milão, continuam trabalhando para estabilizar o quadro clínico do campeão paralímpico e ex-piloto de Fórmula 1 italiano Alessandro Zanardi, que luta para se recuperar de um grave acidente ocorrido no dia 19 de junho.

O hospital não divulga boletins diários sobre o estado do esportista, e as notícias liberadas se limitam ao essencial por vontade da família. No entanto, a condição de Zanardi ainda é delicada do ponto de vista neurológico.

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O campeão paralímpico passou por três cirurgias na cabeça e ficou cerca de um mês em coma induzido na UTI do Hospital Santa Maria alle Scotte, em Siena, mas havia sido transferido na última terça-feira (21) para um centro de reabilitação.

Três dias depois, no entanto, teve de voltar para a UTI por apresentar "condições instáveis", só que desta vez no Hospital San Raffaele, um dos mais renomados de Milão.

O acidente ocorreu em 19 de junho, quando Zanardi participava de um evento de paraciclismo em Pienza, na província de Siena. O italiano perdeu o controle da handbike em uma curva, capotou duas vezes e bateu em um caminhão com reboque. 

Da Ansa

Os médicos são os profissionais em quem os brasileiros mais confiam. Esse é o resultado da pesquisa realizada pelo Datafolha a pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM), que mostra que os médicos têm 35% de aprovação como aqueles em quem a população mais deposita confiança e credibilidade. Em seguida, vêm os professores (21%) e os bombeiros (11%).

A situação atual provocada pela pandemia da Covid-19 contribuiu para esse aumento do porcentual de confiabilidade dos médicos, que na pesquisa anterior, realizada em 2018, tinham aprovação de 24% dos brasileiros.

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Segundo o levantamento, 57% dos brasileiros avaliam o trabalho dos médicos como ótimo ou bom; 32% como regular; e 10% como ruim ou péssimo. Quando a pergunta é especificamente sobre a atuação desses profissionais no período da pandemia, o porcentual dos que avaliam o trabalho como ótimo ou bom sobe para 77%; 17% consideram regular; e 6% ruim ou péssimo.

A qualidade do atendimento oferecido também é classificada como ótima ou boa por 73% dos entrevistados. O levantamento mostra ainda que, para 64%, o nível de confiança depositada no trabalho realizado pelos médicos durante a pandemia é alto.

Com relação à valorização desses profissionais, 49% acreditam que o trabalho do médico não tem recebido a valorização merecida e a consideram regular, ruim ou péssima. A pesquisa revela ainda que 65% avaliam que o trabalho tem sido prejudicado por falta de infraestrutura. Independentemente da pandemia, os brasileiros entendem, em sua maioria, que os médicos são vítimas de problemas de gestão e, para 99%, esses profissionais carecem de condições adequadas para o pleno exercício de suas atividades. Para 95%, eles merecem ser alvos de medidas de valorização, como maior remuneração e plano de carreira.

Outras profissões

O levantamento mostrou que atrás de médicos, professores e bombeiros, os que têm melhor avaliação são policiais (5%), militares e juízes (4% para cada categoria), e advogados, jornalistas e engenheiros (3%, cada).

A pesquisa ouviu 1.511 pessoas, com 16 anos ou mais, em entrevistas por telefone, de todas as regiões do País. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 3 pontos porcentuais para cima ou para baixo.

Foi sancionada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, a lei que prevê prioridade para fazer testes de diagnóstico da Covid-19 aos profissionais considerados essenciais ao controle da doença e à manutenção da ordem pública, como médicos, enfermeiros, policiais e agentes funerários (Lei 14.023/20).

O texto (PL 1409/20) foi aprovado pelo Congresso Nacional dia 9 de junho. De autoria do deputado Dr. Zacharias Calil (DEM-GO) e assinado por outros cinco deputados – Alexandre Padilha (PT-SP), Adriana Ventura (Novo-SP), Mariana Carvalho (PSDB-RO), Jorge Solla (PT-BA) e Dra. Soraya Manato (PSL-ES) -, o projeto foi alterado pelo Senado Federal.

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De acordo com a nova lei, os profissionais considerados essenciais, além de terem prioridade nos testes, serão “tempestivamente tratados” e orientados sobre sua condição de saúde e sobre sua aptidão para retornar ao trabalho.

Além disso, deverão receber gratuitamente - do poder público ou dos empregadores, conforme o caso - equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras.

Quem tem prioridade



Confira a lista completa de profissionais considerados essenciais pela nova lei:


- médicos;

- enfermeiros;

- fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e profissionais envolvidos nos processos de habilitação e reabilitação;

- psicólogos;

- assistentes sociais;

- policiais federais, civis, militares, penais, rodoviários e ferroviários e membros das Forças Armadas;

- agentes socioeducativos, agentes de segurança de trânsito e agentes de segurança privada;

- brigadistas e bombeiros civis e militares;

- vigilantes que trabalham em unidades públicas e privadas de saúde;

- assistentes administrativos que atuam no cadastro de pacientes em unidades de saúde;

- agentes de fiscalização;

- agentes comunitários de saúde;

- agentes de combate às endemias;

- técnicos e auxiliares de enfermagem;

- técnicos, tecnólogos e auxiliares em radiologia e operadores de aparelhos de tomografia computadorizada e de ressonância nuclear magnética;

- maqueiros, maqueiros de ambulância e padioleiros;

- cuidadores e atendentes de pessoas com deficiência, de pessoas idosas ou de pessoas com doenças raras;

- biólogos, biomédicos e técnicos em análises clínicas;

- médicos-veterinários;

- coveiros, atendentes funerários, motoristas funerários, auxiliares funerários e demais trabalhadores de serviços funerários e de autópsias;

- profissionais de limpeza;

- profissionais que trabalham na cadeia de produção de alimentos e bebidas, incluídos os insumos;

- farmacêuticos, bioquímicos e técnicos em farmácia;

- cirurgiões-dentistas, técnicos em saúde bucal e auxiliares em saúde bucal;

- aeronautas, aeroviários e controladores de voo;

- motoristas de ambulância;

- guardas municipais;

- profissionais dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas);

- servidores públicos que trabalham na área da saúde, inclusive em funções administrativas;

- outros profissionais que trabalhem, ou sejam convocados a trabalhar, nas unidades de saúde durante o período de isolamento social ou que tenham contato com pessoas ou com materiais que ofereçam risco de contaminação pelo novo coronavírus.

*Da Agência Câmara de Notícias

Os médicos brasileiros e agentes de saúde destacados nas aldeias da terra indígena yanomami descartam o uso da cloroquina como a principal ferramenta no combate ao novo coronavírus nas aldeias isoladas da região.

A cloroquina, cuja eficácia contra a Covid-19 não foi comprovada cientificamente, é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e recomendada pelo Ministério da Saúde inclusive para pacientes com sintomas leves.

"Não tem um protocolo único. Infelizmente a gente não tem um remédio que a gente fale que com certeza vai tratar" a doença, explicou à AFP a médica Maria Letícia Nascimento, que fez parte de uma operação de saúde interministerial liderado no fim de junho pelas Forças Armadas em três comunidades do território yanomami, no extremo norte do Brasil.

Nas instalações militares da região de Surucucu, encravada na Amazônia e a quase 300 km da capital de Roraima, Boa Vista, Nascimento realizou durante a operação dezenas de exames rápidos.

Em quinze minutos, dez jovens se submeteram ao furo no dedo. Outros observavam curiosos pelas frestas da janela do pequeno quarto onde médicos, cobertos com aventais, luvas, máscaras e viseiras, coletavam as amostras.

Na região de Surucucu, as mulheres vestem ornamentos tradicionais fúcsia e carregam seus bebês em cintas intrincadas que lhes permitem manter os braços livres. Traços em vermelho escuro, feitos com urucum, estampam seus rostos, adornados também com flores, folhas e piercings de palitos finos de madeira.

Ao redor é só verde e azul, um horizonte de floresta e céu. O sol é abrasador.

As autoridades levaram 82.000 comprimidos de cloroquina às comunidades e a dois Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei) do estado de Roraima, estruturas que atendem os indígenas nas aldeias, onde a medicina também é utilizada para combater a malária.

"A cloroquina está na região há mais de 50 anos", disse o porta-voz do ministério da Defesa, vice-almirante Carlos Chagas, respondendo às críticas contra o envio do medicamento.

Também foram levados máscaras, luvas, antibióticos, testes rápidos, corticoides e antigripais. Os insumos devem atender 75.000 indígenas nas terras Yanomami e Raposa Serra do Sol, ambas no norte, na fronteira com a Venezuela.

"Ficou a critério médico, mas a indicação é que é usada em casos mais graves, via assistência hospitalar para que seja acompanhado. Aqui na área mesmo usa-se azitromicina, antitérmico e xarope", disse Giovani Carvalho, agente de saúde na região de Auaris, a noroeste de Surucucu.

Nas duas comunidades, os protocolos não foram acionados, visto que nenhum caso positivo foi registrado. Segundo cifras oficiais, há 186 casos de contágio entre indígenas yanomami, a maioria na cidade, e quatro óbitos.

A Prefeitura de Chã Grande, localizada em Pernambuco, está com inscrições abertas para o processo seletivo destinado à contratação de 12 profissionais com níveis fundamentais e superior. Interessados podem se candidatar, até o dia 10 de julho, presencialmente no prédio da prefeitura municipal, localizado na Avenida São José, 101-105, área central da cidade.

Quem deseja se inscrever pela internet pode enviar o formulário de inscrição que consta no edital para o e-mail destinado a cada cargo. A seleção está ofertando vagas para as funções de médico clínico geral, médico psiquiatra, médico ginecologista obstetra, médico psf e gari. Além disso, ainda há formação de cadastro reserva.

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O processo seletivo será composto pela avaliação curricular e os aprovados trabalharão de 20 a 40 horas semanais, com uma remuneração de R$ 1.045 a R$ 10 mil, a depender do cargo escolhido. Mais informações podem ser obtidas através do edital de seleção.

O papa Francisco prestou homenagem neste sábado (20) aos profissionais da saúde, durante sua primeira audiência de grupo no Vaticano desde a flexibilização do confinamento, com a presença de médicos e enfermeiras da Lombardia, a região italiana mais afetada pela pandemia, informou o Vaticano.

Estes funcionários, que "confortaram e apoiaram" os enfermos e pacientes a ponto de morrer, são compostos por "anjos", disse. A Lombardia foi a região mais afetada na Itália pela epidemia de coronavírus, que provocou mais de 34.500 mortes no país.

O pontífice felicitou os visitantes pelos "pequenos gestos criativos de amor", como ajudar pacientes gravemente enfermos a ligar para seus entes queridos para vê-los ou conversar pela última vez.

"Vocês foram um dos pilares de todo o país", declarou, antes de expressar "estima e sincero agradecimento" aos profissionais presentes e a seus "companheiros em toda Itália". O Vaticano teve que cumprir as mesmas medidas de confinamento que o restante da Itália. Estas foram impostas no início de março e suspensas no início de junho.

A Prefeitura de Brejinho, no Estado de Pernambuco, anunciou processo seletivo para contratação de dois médicos e formação de cadastro reserva. Os aprovados irão exercer funções diante dos serviços de saúde relacionados ao enfrentamento da Covid-19.

O método de seleção terá análise curricular, de caráter eliminatório e classificatório. Para realizar as inscrições, o candidato deve preencher a ficha de inscrição, presente no edital, e enviar para o e-mail: processoseletivo@brejinho.pe.gov.br, juntamente com os documentos exigidos, até esta sexta-feira (19).

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Todos os documentos devem ser enviados no formato PDF e não haverá taxa de inscrição. O salário oferecido é de R$ 6.500 para uma carga horária de trabalho de 20 horas semanais, e R$ 10 mil para 40 horas semanais, além de adicional noturno. Para mais informações, acesse o edital de abertura das inscrições.

Levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) apontou que o Brasil passou a ter mais 9.653 médicos nos cinco primeiros meses do ano. Os novos registros foram influenciados pelo crescimento da oferta de cursos e vagas de medicina nos últimos anos e também pela antecipação de formaturas para reforço de frentes contra a Covid-19.

Desde 2000, 280.948 médicos saíram das faculdades, ou seja, uma média de 14 mil ao ano. Em 2020, em cinco meses, o País formou quase 70% da média anual das quase últimas duas décadas.

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Ao todo, hoje, o Brasil conta com 523.528 médicos com registros ativos nos conselhos regionais. Desses, 422 mil (80%) têm menos de 60 anos. Portanto, estão fora a faixa etária de risco e poderiam, caso não tenham comorbidades, atuar na linha de frente do combate ao novo coronavírus.

Para o CFM, o resultado mostra um contingente significativo em "condições de engrossar" o enfrentamento à doença. O levantamento não detalhou as especialidades de cada um dos profissionais. Apesar do quantitativo, a distribuição dos profissionais pelo Brasil indica a concentração deles em grandes centros.

Os Estados que mais lidam, proporcionalmente, com mortos pelo novo coronavírus não são os que têm maior número de profissionais da medicina por habitante. É o caso, por exemplo, do Amazonas. Com 548 óbitos para cada milhão de habitantes, o Estado do Norte do País é o apenas o 23.º em total de médicos por pessoa. Há menos de dois profissionais para cada mil moradores.

No Ceará, conforme dados consolidados até a segunda-feira pelas secretarias estaduais, eram 459 mortos por milhão de habitantes. Em proporção de médicos comparados com a população, o Estado era só o 18º.

Donizetti Giamberardino, vice-presidente do CFM, afirma que as causas do desequilíbrio na distribuição de médicos pelo País são históricas e não podem ser superadas sem uma política pública consolidada para redistribuição dos profissionais.

"Temos um número suficiente de médicos no Brasil para combater essa situação. A única coisa que temos, que é uma herança pré-pandemia, é uma grande desigualdade social. Como consequência temos uma má distribuição de médicos pelo Brasil. Os médicos ainda seguem a riqueza do Brasil, isso em virtude de falta de políticas públicas efetivas de fixação", afirmou ao Estadão.

Sem adesão

A desigualdade também aparece no volume de adesões ao programa "Brasil Conta Comigo", lançado pelo Ministério da Saúde em busca de voluntários para atuação contra o novo coronavírus. Segundo o estudo do CFM, 10.588 médicos se apresentaram até o final de abril.

Mais da metade deles se voluntariaram para centros que incluem São Paulo (19,6%), Minas Gerais (12,9%), Rio Grande do Sul (10,3%), Paraná (6,5%) e Rio de Janeiro (6,2%). Para Sergipe, Tocantins, Roraima, Acre e Amapá apareceram menos de 100 voluntários em cada um desses Estados.

"Não há uma política de fixação do profissional de saúde nas regiões mais remotas do nosso Brasil. Não é com coisas voluntárias que vamos resolver a distribuição", opinou Donizete Giamberardino. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Enfermeiros e médicos de Nova York, considerados heróis na luta contra o novo coronavírus e aplaudidos diariamente há três meses, saem em massa dos hospitais para denunciar a segregação racial no sistema de saúde pública e aplaudir os manifestantes nos maiores protestos pelos direitos civis desde os anos 1960 nos Estados Unidos.

Com máscaras, jalecos brancos e roupas cirúrgicas, alguns com trajes de proteção e viseiras para se protegerem do vírus, centenas de trabalhadores de saúde do hospital público Bellevue, em Manhattan, e de outros hospitais deixaram brevemente seus postos de trabalho nesta quinta-feira (4) para denunciar o racismo endêmico nos Estados Unidos, que se reflete no sistema de saúde pública.

Com cartazes que diziam "Saúde para todos" e "O racismo mata meus pacientes", mais de 100 trabalhadores de saúde do Bellevue gritaram palavras de ordem e se ajoelharam em silêncio por 8 minutos e 45 segundos, o tempo em que George Floyd, um homem negro de 46 anos, foi asfixiado até a morte por um policial branco, que pressionou o joelho contra seu pescoço - um crime ocorrido há dez dias em Minneapolis.

"Juramos servir a todas as comunidades, juramos proteger a saúde pública e agora o uso excessivo da força e a violência policial são uma emergência de saúde pública", disse à AFP uma das organizadoras dos protestos desta quinta em seis hospitais nova-iorquinos, a médica Kamini Doobay, de origem indiana, que trabalha na emergência do Bellevue.

- O vírus do racismo -

"Sou uma profissional da saúde que luta atualmente contra a Covid-19, mas também continuo lutando contra o vírus do racismo", refletiu a enfermeira negra Billy Jean.

"A cada dia vemos os efeitos do racismo quando atendemos pacientes. Vemos pacientes de cor que morrem de forma desproporcional de doenças crônicas porque não têm um acompanhamento apropriado e obviamente vemos a violência cotidiana que afeta essas comunidades, homens negros que chegam com ferimentos de bala e os efeitos da violência policial em nossos pacientes", disse à AFP a doutora Damilola Idowu, de 28 anos.

No caso do novo coronavírus, 22,9% dos mortos são negros, embora estes sejam 13,4% da população, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.

Médicos e enfermeiros denunciaram a existência de uma saúde pública segregada no país, onde não há cobertura universal de saúde.

Também asseguram que delegar à polícia a missão de enfrentar problemas como o consumo de drogas e álcool, a falta de moradia, a crise de saúde mental e a violência doméstica exacerbou os problemas de saúde pública na comunidade negra.

Doobay denunciou os hospitais que aceitam recursos federais e públicos e depois negam atendimento a pacientes sem seguro de saúde ou com seguros muito limitados (como o seguro público Medicaid), em um acalorado discurso, aplaudido pelos colegas.

"Esses são saques!", disse. "Esse é um crime que perpetua estas desigualdades. Precisamos denunciar a saúde pública segregada na cidade de Nova York para poder reparar isso".

- Os novos heróis -

Ao ouvir os milhares de manifestantes que se aproximavam pela Quinta Avenida, dezenas de médicos e enfermeiras do Hospital Mt. Sinai West saíram às ruas na terça-feira para aplaudi-los, assim como os nova-iorquinos aplaudem diariamente às 19h o pessoal médico no front da luta contra o coronavírus.

"Obrigada! Nós os amamos!", gritavam os manifestantes, que pararam para tirar fotos e fazer vídeos ao lado de médicos e enfermeiros.

"Os manifestantes que estão denunciando estes problemas, que põem sua vida em risco, que arriscam ser detidos e sofrer violência policial, eles são os heróis agora", disse à AFP a doutora Idowu.

Protestos espontâneos similares foram celebrados em outros hospitais de Manhattan, Bronx e Brooklyn, e também no resto do país, como no Texas Medical Center em Houston ou no Howard University Hospital em Washington DC.

Uma estudante de medicina, que saiu na terça de um hospital de Manhattan com roupa cirúrgica verde e máscara para aderir a uma manifestação, disse à AFP que sente a necessidade de protestar "porque o racismo institucionalizado nesta nação durou tempo demais".

"É nossa responsabilidade nos unirmos aos manifestantes e dizer 'Estamos aqui com vocês para gerar uma mudança'", afirmou Sigal, de 26 anos, que não quis revelar seu sobrenome.

A Prefeitura de Brejinho, no Sertão de Pernambuco, anuncia processo seletivo simplificado para contratação de dois médicos, para atuarem em combate a pandemia do novo coronavírus. Haverá formação de cadastro reserva e é necessário que o candidato possua cadastro no Conselho Regional de Medicina. 

As inscrições devem ser realizadas gratuitamente até esta quinta-feira (4), através do e-mail processoseletivo@brejinho.pe.gov.br. O participante deverá preencher o formulário de inscrição presente no edital, imprimir e assinar. Após isso, será necessário digitalizar para enviar para o endereço em formato PDF.

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O salário oferecido é de R$ 2.500,00, além de gratificações. As atividades deverão ser exercidas em um plantão de 12 ou 24 horas semanais. O método de seleção será composto apenas por análise curricular, de caráter eliminatório e classificatório. 

Importante pontuar que este processo seletivo também é destinado a pessoas com necessidades especiais. Neste caso, é necessário presentar laudo médico que ateste a deficiência. O documento devem ser enviado junto com o currículo e formulário de inscrição. 

Mais informações sobre o processo seletivo podem ser conferidas no edital de abertura das inscrições.

A obesidade infantil já é considerada uma epidemia mundial. Além dos fatores genéticos, responsáveis por 70% das causas da obesidade, há também o estilo de vida da criança. As telas dos smartphones e os vídeogames, aliados à baixa qualidade nutricional dos alimentos consumidos e à falta de exercícios físicos, contribuem para que a obesidade infantil atinja patamares assustadores.

Segundo dados divulgados pela Organização Internacional World Obesity, atualmente cerca de 158 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos convivem com o excesso de peso, e esse número deve aumentar para 254 milhões em 2030 em todo o mundo.

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O Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil, celebrado neste 3 de junho, pretende alertar sobre os riscos da doença e os cuidados necessários para combater esse mal, que afeta milhares de crianças no mundo.

A endocrinologista Lorena Lima ressalta que a família precisa ser o grande aliada para a quebra crescente da obesidade entre as crianças. “Não é proibir, mas colocar limites para ficar na frente da televisão e dos celulares. Programar atividades com a criança que gastem energia, como andar de skate, brincar de pega-pega, o que fazíamos na nossa época de infância”, lembra a especialista, que é endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e doutora pela Universidade de São Paulo.

Outro ponto que a médica enfatiza é a questão alimentar. “Salgadinhos, muito doce, tudo isso é prejudicial. É preciso oferecer frutas, folhas verdes, legumes. É uma troca, nem sempre muito bem vista pela criança, mas que aos poucos faz toda a diferença na qualidade de vida. E muito importante: a família deve dar o exemplo e se comprometer a seguir a mesma alimentação, já que crianças seguem exemplos”, explica a médica.

Quarentena pode ser aliada

Com a pandemia de Covid-19, atividade física e alimentação saudável podem até parecer metas impossíveis. Porém, podem ser uma boa oportunidade de criar bons hábitos. “Para muitos pais que estão em home office, esse pode ser um momento ideal para se aproximar da criança e criar hábitos saudáveis e, consequentemente, estreitar o relacionamento de parceria e confiança”, sugere a doutora.

A especialista também dá as seguintes dicas:

- Criança precisa de rotina, inclusive na hora de comer. “Horários estabelecidos para as refeições ajudam a diminuir a chance de escapar e comer aquele salgadinho”.

- Até para beber água é importante ter uma rotina, fique atento a isso. A água pode inibir a vontade de comer. Não beber água, pelo menos, 30 minutos antes das refeições.

- Outra estratégia é não comer doces e salgadinhos direto do pacote. “Coloque em um pote uma quantidade determinada para que não haja exagero!”.

- Comer um alimento de desejo de vez em quando não é o problema, desde que isso não se torne rotina.

- Deixar frutas à disposição e ao alcance da criança é uma ótima dica para incentivar a alimentação saudável.

Pediatras alertam

Com o confinamento, as crianças acabam se exercitando menos e o consumo de produtos industrializados também pode aumentar. Isso poderia nos levar a um número ainda mais elevado de casos de obesidade infantil pós-pandemia, alerta a Sociedade de Pediatria de São Paulo.

O presidente do Departamento de Nutrição da Sociedade de Pediatria de São Paulo, Rubens Feferbaum, concorda que que essa condição é, na verdade, uma oportunidade para pais, cuidadores e ensino escolar a distância de incentivá-las a terem maior contato com os alimentos, visando à formação e manutenção de bons hábitos.

"A criança pode participar do processo de elaboração das refeições, desde a higienização até o preparo final – atividades que podem ser feitas por diferentes faixas etárias, sob a coordenação de um adulto, e que incentivam práticas alimentares mais saudáveis", diz o pediatra.

A Sociedade de Pediatria de São Paulo alerta para o que não deve ser feito na alimentação infantil:

- Obrigar ou forçar a criança a comer, o que pode gerar conflitos.

- Chantagear a criança. Exemplo: “se comer todo o legume, vai ganhar a sobremesa”.

- Substituir o alimento recusado por outro de preferência da criança.

- Desistir de oferecer o alimento após poucas tentativas.

- Substituir a refeição por pães, biscoitos, leite, em caso de inapetência.

- Obrigar o filho a terminar o prato quando ele não quer mais ou não permitir que ele repita algo, quando pede mais.

Steve, auxiliar médico no nordeste da Inglaterra, contraiu o novo coronavírus há dois meses. Pouco depois, sua esposa ficou doente. Ambos se recuperaram, mas ficaram muito nervosos com o temor de infectar os dois filhos. A Covid-19 também cobra um preço psicológico.

"Quando voltei ao trabalho, não conseguia dormir bem, porque ficava preocupado com a possibilidade de ainda poder levar o vírus para casa e de voltar a contraí-lo", diz à AFP o britânico de 46 anos.

"Nunca pensei que teria que trabalhar na linha de frente de uma pandemia. Queria que tudo fosse um sonho e que, ao acordar, o mundo voltasse a ser como antes", desabafa.

Médicos, enfermeiros e auxiliares são considerados heróis da crise de saúde. Mas o estresse e a ansiedade por terem de trabalhar em um ambiente tão intenso de doença e morte se tornaram algo comum entre eles.

Os organismos profissionais dos países mais afetados na Europa buscam agora dar um apoio maior para que estas pessoas enfrentem o impacto psicológico.

"Temos aqui todos os ingredientes de risco de transtorno de estresse pós-traumático", explica Xavier Noel, psicólogo clínico de Bruxelas.

Os profissionais da área de cuidados intensivos "enfrentam uma taxa de mortalidade e uma forma de morte totalmente incomuns, em um contexto mais desumanizado, sem a presença de famílias que os apoiem", destaca.

- Depressão e risco de suicídio -

A Europa registra oficialmente quase 175.000 mortes e a batalha contra o coronavírus tem um preço elevado.

Na Espanha, mais de 50.000 profissionais da Saúde apresentaram resultado positivo para Covid-19, 22% do total de casos do país, de acordo com os dados do governo.

A ansiedade está muito presente, aponta um estudo da Universidade Complutense de Madri, segundo o qual pouco mais da metade dos 1.200 médicos entrevistados na capital e seus arredores apresentavam "sintomas depressivos".

Um dado similar, 53%, mostrava sinais "compatíveis com estresse pós-traumático".

"Consideramos conveniente uma rápida intervenção psicológica sobre este grupo", afirmaram os autores do estudo, Lourdes Luceño Moreno e Jesús Martín García.

"Caso aconteça a tão temida segunda onda, vamos encontrar profissionais abalados emocionalmente e com um sistema de saúde sem capacidade de resposta", alertaram.

A Universidade Católica do Sagrado Coração de Milão divulgou um estudo que mostra que sete em cada 10 profissionais da saúde nas regiões mais afetadas da Itália estavam extenuados, e 90% sofreram estresse psicológico.

Muitos citaram um aumento da irritabilidade, problemas durante o sono e terrores noturnos, além de crises emocionais. A pesquisadora Serena Barello afirma que o estresse normal da profissão foi exacerbado com o aumento da carga de trabalho, as difíceis condições e a incerteza.

Isto colocou a saúde "em grave risco, não apenas fisicamente, mas também emocional e psicologicamente", completa.

Na França, uma associação de apoio aos profissionais de saúde informou que recebe mais de 70 ligações por dia. Várias são consideradas indicativas de "um risco iminente de suicídio".

Na Bélgica, estudos apontam que dobrou o número de trabalhadores da área de saúde que pensam em abandonar a profissão. Os níveis de infelicidade são quatro vezes maiores do que o habitual.

- Etiqueta de "herói" aumenta pressão -

No Reino Unido, segundo país do mundo com mais mortes provocadas por Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, a única organização que oferece ajuda psicológica para os profissionais da saúde na linha de frente também fez um alerta.

A Fundação Laura Hyde, criada em memória de uma enfermeira que se matou em 2016, informou que recebeu muitas ligações de enfermeiros, médicos e paramédicos.

Na semana passada, a fundação lançou a campanha "Não há máscara para a saúde mental", com o objetivo de conscientizar sobre o impacto psicológico.

"Os profissionais da saúde estão realmente comovidos com todo o apreço que receberam", disse Jennifer Hawkins, diretora da fundação.

"Mas a etiqueta de 'herói' pode, às vezes, deixá-los sob uma pressão ainda maior", adverte.

"A dura realidade de seu trabalho tem um impacto significativo na saúde mental e devemos garantir que os profissionais médicos não sofram em silêncio. Que prescrevam para si mesmos o que prescreveriam para outros e que peçam ajuda", afirma.

Os médicos pernambucanos Antônio Jordão de Oliveira Neto, que é oftalmologista, e a Cristina Altino de Almeida, especialista em medicina nuclear, estão encabeçando um "Protocolo de Tratamento Pré-Hospitalar Covid-19" com 39 páginas e repleto de indicações técnicas, dosagens de medicamentos, gráficos e referências bibliográficas - tudo em apoio ao uso da cloroquina e do hidroxicloroquina no combate ao Covid-19.  

Esse protocolo é subscrito por 42 médicos no total e é apresentado como um documento oficial a ser aplicado pelo médico no atendimento de pacientes com o novo coronavírus.

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"Este protocolo nasceu da angústia dos médicos que se viram frente a frente com um inimigo desconhecido mas que, a exemplo de Dom Quixote, ergueram a lança e foram para cima do Dragão Covidiano ao Grito de 'Vamos à Luta para a implementação de um tratamento pré-hospitalar!", diz o documento.

Na última segunda-feira (25), dia que o protocolo foi divulgado, foi o mesmo dia que a Organização Mundial da Saúde (OMS) havia suspendido um estudo em andamento com a cloroquina e a hidroxicloroquina. O embate é entre os que defendem o uso dessas drogas e os que dizem não existir estudo suficiente sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para o combate ao Covid-19.

Enquanto o Ministério da Saúde aponta a cloroquina como uma alternativa, a revista científica Lancet relaciona essas drogas como causadoras de problemas cardíacos em um estudo com 96 mil pacientes. São milhares de médicos espalhados pelo Brasil que apoia o uso da cloroquina e, por isso, estão sendo apelidados pelos seus críticos de "cloroquiners". 

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