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Depois de receber a promessa de apoio de ministros da presidente Dilma Rousseff, o senador Romário (PSB-RJ) visitou na manhã desta segunda-feira o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo o ex-jogador, Janot disse que a Procuradoria-Geral da República (PGR) está "à inteira disposição" da CPI do Futebol, que deve ser instalada nos próximos dias no Senado.

"Janot está alinhado em pensamento com o que propõe a CPI do Futebol, que é a hora de fazer uma limpeza, de moralizar o futebol. Por isso, ele colocou o órgão à inteira disposição da comissão de inquérito", afirmou Romário em nota. O senador disse ter apresentado ao procurador-geral informações sobre as quais ele ainda não tinha conhecimento.

Na última sexta-feira, Romário esteve com os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justiça). De acordo com o senador, o governo se comprometeu a compartilhar com a CPI informações que receber do FBI, que investiga o esquema de corrupção envolvendo a Fifa.

Um novo encontro do Ministério da Justiça, da Polícia Federal e parlamentares integrantes da CPI do Futebol está previsto para o próximo dia 15, na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR) e contará com a participação de Janot.

A previsão do senador era que a instalação da CPI ocorresse ainda nesta semana, o que pode não acontecer devido ao feriado de Corpus Christi, nesta quinta-feira, dia 4, que encurtará a semana de trabalho no Congresso Nacional.

Os líderes dos blocos partidários do Congresso têm cinco dias para indicar os 14 integrantes da CPI (sete titulares e sete suplentes). O blocos formados por PDT, PT e PP e por PMDB e PSD têm direito a duas vagas. Os blocos formados por PSDB e DEM, PTB, PSV, PR e PRB e PC do B, PPS, PSB e PSOL têm direito a uma vaga cada. Este último grupo já indicou Romário, que tem articulado para conseguir a relatoria da comissão.

Lideranças da oposição foram à Procuradoria-Geral da República (PGR) nessa terça-feira (26) protocolar uma representação na qual pedem a abertura de uma investigação contra a presidente Dilma Rousseff por prática de crimes contra as finanças públicas e falsidade ideológica em razão das chamadas "pedaladas fiscais". O fato de o Tribunal de Contas da União (TCU) ter considerado ilegais os atrasos do Tesouro nos repasses a bancos públicos que realizam pagamentos de programas sociais embasa a peça encaminhada à procuradoria.

A representação foi o caminho escolhidos pelos partidos da oposição a partir de parecer elaborado pelo ex-ministro Miguel Reale Júnior, após os partidos descartarem o pedido de impeachment com base no caso das "pedaladas". A peça foi protocolada pelo PSDB, DEM, PPS e Solidariedade. O líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), fez parte do grupo que foi recebido pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para protocolar a representação. Janot conversou por cerca de 30 minutos com os parlamentares e afirmou que irá analisar o documento.

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Os partidos querem que o procurador-geral ofereça denúncia - uma acusação formal para abrir ação penal perante o Supremo Tribunal Federal - contra a presidente Dilma. Eles sugerem, como segunda hipótese, que Janot peça a abertura de inquérito caso julgue ser necessário colher mais informações sobre o tema.

Na representação, os partidos alegam que a presidente "como responsável pela administração superior, ciente da situação financeira, permitiu e anuiu com a realização de operações de crédito proibidas, sem resgate das anteriores, e em ano eleitoral, para pagamento de despesas do Tesouro depois não contabilizadas". A peça sustenta que Dilma agiu com dolo - ou seja, com "vontade livre e consciente de suprir o caixa do Tesouro com empréstimos indevidos".

O posicionamento do TCU, no final de abril, gerou a reação da oposição e foi rebatido pelo governo. Os ministros José Eduardo Cardozo e Luís Inácio Adams argumentaram, na ocasião, que as chamadas "pedaladas" ocorrem desde o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, numa tentativa de abafar os movimentos pró-impeachment.

A Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar barrar a anistia dada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a partidos políticos que têm contas pendentes há mais de cinco anos na Justiça. O Ministério Público pede que o Supremo afaste a prescrição determinada pela Justiça Eleitoral nas prestações de contas antigas e permita o julgamento de cada um dos casos.

No final de setembro do ano passado, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, o presidente do TSE, Dias Toffoli, propôs a nova orientação no sentido de que todas as contas pendentes na casa há mais de cinco anos ficariam prescritas. A proposta foi aprovada por maioria no Tribunal. A medida liberou partidos políticos com prestações de contas anteriores a 2009 de arcarem com multas e devolução de valores ao Fundo Partidário. Na época, o vice-procurador-geral Eleitoral, Eugênio Aragão, calculou em entrevista que as perdas com a decisão poderiam superar o montante de R$ 30 milhões, sem incluir a correção monetária.

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Antes de ir ao Supremo, o Ministério Público recorreu ao próprio TSE em cada uma das prestações de contas arquivada, mas o tribunal não reconsiderou a decisão. Desde o final de abril, a PGE tem levado as questões ao Supremo. Já chegaram ao Tribunal ao menos três pedidos para desarquivar prestações de contas do PV, do PRB e do extinto PFL, atual DEM.

Para o Ministério Público, o TSE retirou do ordenamento o "único instrumento hábil para se obter a recomposição do dano ao erário, pretensão sabidamente imprescritível"."A prestação de contas dos recursos arrecadados e gastos efetuados pelos partidos políticos é um dos pressupostos basilares da vida partidária, objetiva a fiscalização da origem e destinação dos recursos obtidos pelas agremiações e visa garantir que atuem de acordo com o interesse público e o pleno exercício da democracia. Portanto, qualquer iniciativa que impossibilite o exame da prestação de contas deve ser reputada inconstitucional", argumenta o vice-procurador-geral eleitoral ao STF.

O Ministério Público irá levar ao Supremo também o caso das contas do PT de 2008, beneficiadas pela medida do TSE. Há 15 dias a Corte Eleitoral rejeitou o último recurso do Ministério Público Eleitoral pedindo que o caso não fosse arquivado. Na prestação de contas do partido foram identificados problemas em pagamentos feitos ao publicitário Marcos Valério de Souza. A decisão do TSE liberou os petistas de arcarem com a devolução de cerca de R$ 3,3 milhões aos cofres públicos pelas contas de 2008. Além do PT, PV, PRB e DEM, foram beneficiadas pela medida, segundo levantamento da procuradoria, PSDB, PTC, PPS, PSOL, PTB, PTN, PTdoB, PR, PRTB, PSL e PSDC.

O Ministério Público Federal pediu esclarecimentos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à construtora Odebrecht e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para apurar suposto tráfico de influência do ex-presidente.

Em parecer emitido na segunda-feira, 18, a procuradora da República Mirella de Carvalho Aguiar, prorrogou por mais 90 dias a notícia de fato - fase que antecede a abertura formal de investigação. De acordo com a procuradora, as informações são necessárias para que o órgão decida se abrirá ou não investigação formal contra o ex-presidente.

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De acordo com parecer de Mirella "esta notícia de fato merece aprofundamento, com a realização de diligências visando à aferição de sua verossimilhança, para só então, na hipótese de efetiva colheita de indícios dos fatos narrados,

aferir-se se encontram adequação típica no ordenamento jurídico nacional, caso em que poderá ser instaurada ou requisitada investigação, com a definição da estratégia investigatória".

Foram pedidos o envio de ofício do Instituto Lula para informar, em 15 dias, a agenda oficial do ex-presidente em viagens para a América Latina e África entre 2011 e 2014. A procuradoria pediu ainda que o órgão informe se houve apresentação de palestras durante as viagens e, se sim, quem fez o pagamento. A informação que deu início às investigações foi revelada pela revista Época.

À Odebrecht, o Ministério Público pediu informações se a empresa pagou viagens internacionais a Lula e, em caso afirmativo, se elas tinham relação com investimentos da empresa. A construtora terá de esclarecer ainda nome de seus representantes que possam ter acompanhado Lula nos compromissos. Além disso, são solicitadas informações sobre se foi firmado algum contrato entre o Instituto Lula e a Odebrecht entre 2011 e 2014. É preciso ainda esclarecer se contratos firmados receberam recursos do BNDES.

Ao banco de fomento foi solicitado o envio de documentos referentes a contratos de financiamento para execução de obras ou fornecimento de bens ou serviços pela Odebrecht em países da América Latina e África entre 2011 e 2014. O BNDES deverá indicar ainda os recursos que foram liberados em cada contrato, a taxa de juros incidente, o prazo de pagamento e as garantias exigidas no fechamento dos empréstimos.

Um último pedido foi feito ao Ministério de Relações Exteriores para que sejam encaminhadas cópias de telegramas ou despachos telegráficos que tratem de viagens ao exterior cujo conteúdo mencionem os nome do ex-presidente Lula, Cuba, República Dominicana, Venezuela, Panamá ou Angola.

Um procedimento foi aberto no MPF para apurar se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cometeu tráfico de influência internacional. A investigação tem como base uma representação recebida pelos procuradores no fim de abril. A suspeita é de que Lula teria ajudado a construtora Odebrecht a obter contratos na América Latina e na África com recursos do BNDES. O tráfico de influência teria sido iniciado logo após Lula deixar a presidência da República, em 2011, e durado até 2014.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) reagiu, por meio de nota, ao requerimento apresentado nesta quinta-feira, 7, à CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados pedindo a convocação do procurador-geral Rodrigo Janot. A PGR rebateu a acusação de que estaria vazando informações sobre a Operação Lava Jato e negou que tenha feito a contratação de uma assessoria de imprensa para fazer trabalho externo.

Na nota, a Procuradoria diz que contratou uma consultoria e que esse trabalho se limitou à comunicação interna. "A PGR informa ainda que não procede qualquer vazamento de informação da Procuradoria", diz a mensagem, sem mencionar a possibilidade de convocação de Janot.

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Mais cedo, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP) protocolou pedido de convocação de chefe do Ministério Público Federal, alegando que há vazamento seletivo de informações da Operação Lava Jato e que os parlamentares precisam conhecer os critérios de investigação da Procuradoria.

O requerimento ainda precisa entrar na pauta de votações da CPI e passar pela aprovação no plenário da comissão, o que pode acontecer na próxima semana.

A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados protocolou nesta quarta-feira, 5, representação contra o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), na Procuradoria-Geral da República. O partido pede à PGR que investigue as responsabilidades penal, civil e administrativa dos envolvidos, em especial do governador tucano, na repressão contra professores no Estado.

O PSOL destacou que a PGR é o órgão competente para investigar governadores. Além do líder da bancada, Chico Alencar (RJ), assinaram o pedido de investigação os deputados Jean Wyllys (RJ), Edmilson Rodrigues (PA) e Ivan Valente (SP). Ao menos 180 pessoas ficaram feridas na terça-feira, 5, após ação policial contra professores da rede estadual em greve na frente da Assembleia Legislativa, em Curitiba.

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Enquanto a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) dava início ao julgamento do pedido de habeas corpus de Ricardo Pessoa, dono da UTC preso pela Operação Lava Jato, a Procuradoria-Geral da República (PGR) divulgou uma nota à imprensa reforçando que posição contrária à concessão dos pedidos de liberdade de Pessoa e de outros três empreiteiros que serão julgados nesta terça-feira, 28.

Em conversas reservadas, interlocutores do Ministério Público disseram ao Estadão que existe grande temor dos procuradores que cuidam da Lava Jato diante da possibilidade de os ministros do Supremo concederem liberdade aos empreiteiros presos desde novembro, quando foi deflagrada a 7ª Fase da Lava Jato. Serão analisados os pedidos de liberdade do dono da UTC e de outros dois executivos da OAS.

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"Em pareceres enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, manifestou-se contrariamente à liberação da prisão preventiva de Ricardo Pessoa, presidente da UTC, Agenor Medeiros, diretor da área internacional da OAS, e José Ricardo Breghirolli, funcionário da OAS", diz a nota. Segundo o procurador-geral, a existência de organização criminosa em funcionamento justifica a prisão.

No caso de Pessoa, considerado o chefe do "clube das empreiteiras", como ficou conhecido o suposto cartel formado pelas construtoras investigadas na Lava Jato, Janot disse que a manutenção da prisão se justifica pelo "risco à ordem pública". O empreiteiro afirma que seu afastamento da presidência da empresa e a decisão da Petrobras de que a UTC está impedida de celebrar novos contratos com a estatal afastam o risco à ordem pública e a necessidade de custódia.

No entanto, para Rodrigo Janot, esses argumentos não garantem afastamento do risco, sendo a prisão necessária para instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal. "Deve-se ressaltar que o paciente foi o principal responsável por desenvolver o mecanismo e a forma de atuar da empresa ao longo dos anos, baseando-se na formação de cartel e na corrupção de funcionários públicos. Não há como assegurar que seu afastamento irá realmente impedir que continuem as mesmas práticas delitivas, arraigadas na 'cultura' e como elemento próprio da forma de atuar da empresa", escreveu Janot em parecer enviado ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF.

Sobre a argumentação da defesa de Pessoa, de que a Petrobras já interrompeu contratos com a UTC, o procurador-geral lembra que ainda há diversas obras em andamento, que não foram afetadas pela decisão, com valores de contratos vigentes superando R$ 7 bilhões.

Em outros dois pareceres, Janot disse que "fica demonstrada a centralidade de Agenor Medeiros para a organização criminosa, tanto pela sua elevada posição na empresa OAS, quanto por ele ter sido delatado, no mínimo, por Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa e mais outro colaborador como um dos principais responsáveis pela organização e a operação do cartel criminoso que operou junto à Petrobras", diz a nota. Medeiros ocupava o cargo de diretor da Área Internacional da OAS.

Já sobre Breghirolli, o procurador-geral disse que também "é evidente a autoria e a relevância do réu para a organização criminosa, pois o funcionário atuou, pela OAS, como interlocutor e contraparte do doleiro Alberto Youssef em múltiplas tentativas e transações com indícios de ilicitude penal".

Em nota, a procuradoria reforça que os pedidos de habeas corpus analisados hoje no STF já foram julgados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que entendeu que "a organização criminosa estava em pleno e perigoso funcionamento". Segundo Janot, "se há organização criminosa em funcionamento, a prisão de integrante seu se justifica como medida necessária e suficiente para paralisá-la, ao menos em um de seus segmentos".

O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) protocolou na Procuradoria Geral da República (PGR) uma representação sugerindo a cassação do registro partidário do PT. O parlamentar pede a instauração de investigação do vínculo do Partido dos Trabalhadores com entidade estrangeira, "manutenção de organização paramilitar" e suposto recebimento de recursos de origem estrangeira.

Aleluia questiona a relação do PT com o Foro de São Paulo, organização criada em 1990 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo Partido Comunista Cubano, que congrega partidos e movimentos sociais da esquerda latino-americana. "Não faltam fatos que evidenciam essas ilegalidades praticadas pelo PT, um partido que, no poder, tem subordinado os interesses nacionais às orientações dessa entidade que congrega ditaduras latino-americanas", diz o deputado em nota. Se for constatada afronta ao artigo 28 da lei 9.096/95, o deputado pede que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) casse o registro da sigla.

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Em nota divulgada pela bancada do DEM, Aleluia diz que os pronunciamentos do ex-presidente Lula demonstram "submissão aos interesses do organismo multinacional", criado por Fidel Castro e o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez. "É indiscutível a existência do Foro de São Paulo, organização da esquerda latino-americana que conta com a presença dos governos de Cuba e da Venezuela. Estão evidenciados, em atas e resoluções de encontros da organização, assim como em declarações de Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chaves, a sua atuação e os objetivos que a movem", afirma o deputado na representação.

O parlamentar considera que ao convocar o "exército de Stédile", o ex-presidente Lula deixou evidente a "manutenção de organização paramilitar no Brasil". Em fevereiro, durante ato no Rio de Janeiro em defesa da Petrobras, Lula pediu que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e seu líder, João Pedro Stédile, se mobilizassem em prol do governo.

Aleluia aponta que o recebimento de recursos estrangeiros para financiamento de campanha do PT foi denunciado pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco. Segundo o delator das investigações sobre o esquema de corrupção na estatal, a empresa holandesa SBM Offshore fez doação à campanha presidencial petista em 2010.

A disputa por protagonismo entre policiais federais e procuradores da República na Operação Lava Jato paralisou indefinidamente parte das investigações relativa às suspeitas de envolvimento de políticos no esquema de corrupção na Petrobras. A divergência levou o Supremo Tribunal Federal a determinar, a pedido do Ministério Público Federal, a suspensão de diligências a serem cumpridas em inquéritos que abrangem, entre outros, os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), e do Senado, Renan Calheiros (AL), ambos do PMDB, o que deve atrasar as investigações envolvendo políticos.

Os desentendimentos entre policiais e procuradores surgiram desde a abertura dos inquéritos a partir de autorização do Supremo, em março.

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A queda de braço se intensificou nesta semana. Isso porque procuradores telefonaram para parlamentares informando que os investigados não precisariam, necessariamente, depor na sede da Polícia Federal em Brasília. Poderiam optar por realizar a oitiva, por exemplo, na sede da Procuradoria-Geral da República.

A iniciativa de procurar diretamente os investigados incomodou integrantes da PF, o que levou a uma troca de telefonemas entre o diretor-geral do órgão, Leandro Daiello, e o procurador-geral Rodrigo Janot. O primeiro contato partiu do procurador, que teria relatado ao chefe da PF que políticos investigados pediram à sua equipe para serem ouvidos na procuradoria da República e não na sede da PF. Ou seja, sem a presença de policiais.

Em resposta, Janot ouviu que a polícia estava cumprindo uma decisão do STF e que qualquer alteração deveria ocorrer mediante consulta do procurador à Corte. Ocorre que ao averiguar por que razão os investigados não queriam mais depor para os delegados, a PF descobriu que era a PGR quem estava orientando os alvos, o que aprofundou a crise. Coube ao ministro José Eduardo Cardozo, titular da Justiça, a quem a PF é subordinada, tentar buscar o consenso. Na quinta-feira, 16, à noite, Cardozo conversou com Janot e Daiello separadamente. Após esse telefonema, a PF desistiu de divulgar nota a respeito da crise.

Num outro ponto de desentendimento, a polícia teria pedido ao STF novas diligências a partir dos documentos analisados sem consultar previamente a procuradoria. Para os policiais, o estresse quanto a isso foi causado porque a procuradoria quer limitar as investigações e não teria como justificar a negativa de um pedido para avançar no inquérito. Já para os procuradores, a PF tomou a dianteira de forma indevida uma vez que o próprio ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, definiu na abertura dos inquéritos que o autor "incontestável" das investigações é o MPF.

Diante do impasse, a PGR encaminhou na terça-feira ao STF pedido para suspender depoimentos programados entre 15 e 17 de abril, o que só foi atendido por Zavascki na noite de anteontem.

O ministro do STF Marco Aurélio Mello criticou ontem a divergência entre os órgãos ao afirmar que "a verdade" a ser desvendada nas investigações fica prejudicada. "O inquérito busca a verdade e é preciso que as instituições funcionem nas áreas reservadas pela lei. A Polícia Federal, o Ministério Público e, capitaneando, o STF. Não é uma coisa boa o desentendimento entre autoridades", disse. Outro integrante da Corte, ouvido reservadamente, afirmou que o desentendimento atrasa as investigações, mas destacou que a divergência entre os dois órgãos é histórica.

A Associação Nacional dos Procuradores da República divulgou nota sobre a crise: "Os procuradores reiteram sua inteira confiança na Polícia Federal - notadamente em seu dever prioritário de cumprir mandados judiciais -, sem que entretanto isso signifique reconhecer pretensões a tarefas perante o Judiciário que não lhe competem, como já reconhecido, no caso, pelo próprio STF".

A Associação dos Delegados da PF também se manifestou em nota: "A ADPF repudia a tentativa do Ministério Público Federal de interferir nas apurações da Polícia Federal na operação Lava Jato, com o pedido de Janot ao Supremo Tribunal Federal para a suspensão de depoimentos de sete inquéritos que seriam tomados nesta semana".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os parlamentares investigados na Operação Lava Jato poderão prestar depoimento também na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR). Como o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, apurou, até agora, as oitivas solicitadas pela procuradoria nos pedidos de abertura de inquérito vinham sendo realizadas na sede da Polícia Federal em Brasília. No último mês, a PF já colheu depoimentos de Humberto Costa (PT-PE) e de Lindbergh Farias (PT-RJ), além de ouvir os deputados do PP no Rio Grande do Sul, Jerônimo Goergen, Renato Molling e Luiz Heinze. Como o Broadcast apurou, os parlamentares têm se queixado de ir até a PF para prestar os esclarecimentos em relação à Operação Lava Jato e têm pedido para serem ouvidos na sede da PGR, onde há maior discrição no acesso ao prédio.

De acordo com informações da procuradoria, alguns parlamentares devem ser ouvidos na sede do Ministério Público Federal, o que ainda não foi agendado. O órgão disse ainda que é de praxe que os investigados escolham o horário e o local onde os depoimentos serão prestados, embora as instituições investigadoras costumem apresentar uma sugestão de data, hora e local para as oitivas.

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Extensão de prazo

Na terça-feira, 14, a PF pediu ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), a extensão do prazo das diligências para mais seis dos 26 inquéritos abertos na Corte. Os pedidos são referentes às investigações dos senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE); da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB-MA); e dos deputados federais José Otávio Germano (PP-RS) e Nelson Meurer (PP-PR). Houve um pedido de dilatação de prazo também para o inquérito que apura se houve formação de quadrilha e que envolve 40 investigados. A PF já havia pedido na segunda-feira, 13, a prorrogação de prazo de outros 15 inquéritos, que envolvem 13 políticos. Além da lista de prorrogação de prazo que já chegou ao STF, também foi encaminhada ao Tribunal o pedido de autorização para realizar novas diligências no caso do deputado Fernando Collor de Mello (PTB-AL).

Os investigadores querem estender o trabalho, por exemplo, nas duas investigações que apuram possível envolvimento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE). A PF pediu também prorrogação de prazo para três inquéritos que investigam o deputado João Pizzolatti (PP-SC), além dos casos relativos aos deputados Simão Sessim (PP-RJ) e José Mentor (PT-SP); aos senadores Valdir Raupp (PMDB-RO), Humberto Costa (PT-PE), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Antonio Anastasia (PSDB-MG); e ao ex-deputado Roberto Teixeira. Houve pedido para estender os trabalhos ainda nos dois inquéritos que investigam o deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Benedito de Lira (PP-AL) e em um dos inquéritos referentes ao deputado Eduardo da Fonte (PP-PE).

Os pedidos de extensão devem ser analisados por Zavascki, que deve ainda abrir prazo para que a PGR se manifeste sobre o pedido da PF, já que a procuradoria é a autora dos pedidos de diligências. É considerado praxe no Tribunal atender às solicitações de mais tempo para finalizar as diligências. Além desses pedidos, o ministro relator da Lava Jato deverá analisar os pedidos de agravo apresentados pelas defesas de pelo menos quatro investigados.

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou, nesta quarta-feira (25), um convite para ouvir o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Os deputados querem que o ministro explique porque alguns compromissos oficiais não são incluídos na agenda divulgada pelo Ministério da Justiça.

Entre esses compromissos omitidos da agenda oficial estão um encontro com advogados de empreiteiras sob investigação na Operação Lava Jato, além de uma reunião com o Procurador-Geral da República na véspera da divulgação da lista uma lista de suspeitos de envolvimento no escândalo da Petrobras. A ideia da Câmara é de que a audiência seja em conjunta com as comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. O convite foi proposto pelo deputado Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS).

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*Com informações da Agência Câmara

No cargo desde setembro de 2013, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ganhou mais destaque na mídia, nas últimas semanas, após entregar ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma lista com 50 nomes de políticos para abertura de inquérito sobre envolvimento no esquema de pagamento de propina com dinheiro desviado de grandes contratos da Petrobras. Alvo de críticas por parte dos acusados, Janot defende o endurecimento de regras para o combate à corrupção e enfrenta resistência do Senado para recondução ao cargo.

Especialista em direito comercial, de meio ambiente e do consumidor e mestre em direito, Janot ingressou na carreira de procurador da República em 1984. De para cá, ele atuou como procurador-chefe substituto no Distrito Federal, subprocurador-geral da República, coordenador do Meio Ambiente e dos Direitos do Consumidor da PGR e secretário-geral do Ministério Público Federal, entre outras funções.

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Antes de assumir o cargo, ele também foi professor titular de direito processual civil da Universidade do Distrito Federal (UDF) até 1995 e secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça de abril a dezembro de 1994. Janot ainda foi Presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), em mandato eletivo, de maio de 1995 a maio de 1997 e foi, por três vezes, conselheiro do Conselho Superior do MPF.

Pela Constituição, o procurador-geral da República deve sempre ser ouvido nas ações de inconstitucionalidade e nos processos de competência do STF, podendo denunciar autoridades como deputados federais, senadores, ministros de Estado e o presidente e o vice-presidente da República. Por isso ele deu o parecer no caso da Operação Lava Jato, que apura as denúncias de financiamento de campanhas eleitorais por meio de recursos desviados da Petrobras.

Também cabe a ele a chefia do Ministério Público da União e do Ministério Público Federal, além de atuar como procurador-geral Eleitoral. O procurador-geral da República é escolhido e nomeado pelo presidente da República, e seu nome deve ser aprovado pela maioria absoluta do Senado Federal.

Lava Jato

Acusado de agir em benefício da presidente Dilma Rousseff no caso da Lava Jato e de seguir interesse político, Rodrigo Janot defendeu-se dizendo que não agiu em causa própria. "Tenho 31 anos de Ministério Público e sempre servi à causa da sociedade com honra e denodo. Não vou permitir que, neste momento da vida funcional, interesses vis ou preocupações que estejam além do Direito influenciem o meu agir", frisou.

Para ele, no curso das investigações, a população saberá distinguir entre culpados e inocentes. "Os cidadãos que pagam impostos e que cumprem com seus deveres cívicos saberão, nessa hora sombria e turva da nossa história, distinguir entre o bem e mal, entre a decência e a vilania, entre aqueles que lutam por um futuro para o País e aqueles que sabotam nosso sentimento de nação", disse, sem citar nomes.

Investigado na Lava Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) até iniciou uma ofensiva contra Janot ao tentar encampar uma CPI para investigar o Ministério Público, mas o foco tornou-se a articulação para rejeitar a recondução dele, cujo mandato vence em setembro, ao cargo de procurador-geral da República. Nos bastidores da Casa, já é certa a saída do magistrado do comando da PGR, já que há posições contrárias a ele em todos os partidos.

Embora esteja em plena campanha, inclusive conversando com alguns senadores, Janot disse que a condução do processo da Operação Lava Jato será serena, equilibrada e eficaz. Ele reiterou a transparência e o diálogo. "Se as portas do meu gabinete estão - como sempre estiveram - abertas para o diálogo com quem quer que seja, ressalto que a porta da minha consciência somente se abre para a Constituição e para as leis que jurei respeitar e fazer cumprir", destacou.

 

A Procuradoria-Geral da República divulgou nesta sexta-feira (20) um conjunto de propostas que será enviado ao Congresso Nacional para aprimorar o combate à corrupção. Dividido em dez medidas, o plano apresenta semelhanças ao plano anticorrupção apresentado na última quarta (18) pelo governo federal.

O objetivo é acelerar o trâmite dos procedimentos e dos processos decorrentes desse tipo de crime, além de combater a impunidade. Entre as ações, o Ministério Público Federal quer responsabilizar os partidos que fizeram caixa dois – passando a ser criminalizado -, aumentar as penas, agilizar as ações de improbidade administrativa e incluir a corrupção na lista de crimes hediondos.

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Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, surgiram de necessidades observadas em operações recentes, como a Lava Jato, e tem o objetivo de melhorar a atuação do próprio MPF, com reflexo na atuação do Poder Judiciário. “Precisamos combater essa chaga da sociedade, que é a corrupção”, frisou.

O procurador Deltan Dallagnol, que coordenou a força-tarefa da Lava Jato que atua junto à Justiça do Paraná, destacou que o esquema de corrupção na Petrobras "até agora indignou o País", mas "não transformou o País em país com menos corrupção e impunidade". "O meu sonho é o sonho do brasileiro, que tenhamos um país melhor, com menos corrupção e menos impunidade”, sustentou.

Para prevenir a corrupção, o MPF propõe a criação de regras de accountability para o Poder Judiciário e o Ministério Público, além da realização de testes de integridade aos agentes públicos e da realização de ações e programas publicitários. Também foi proposta a criminalização do enriquecimento ilícito de agentes públicos e do uso do caixa 2 de campanha para candidatos e partidos.

Na lista de sugestões também está o aumento das penas de corrupção ativa e passiva, por exemplo, de 2 a 12 anos para de 4 a 12 anos, a ser ampliada gradativamente a depender do prejuízo causado ou benefício recebido. “Com isso, o corrupto começaria a cumprir pena, no mínimo, no regime semiaberto”, ressaltou Dallagnol. Os crimes superiores a 100 salários mínimos passariam a ser considerados hediondos.

Também foi proposta a prisão preventiva para assegurar a devolução do dinheiro desviado e a multa para descumprimento de ordem judicial relativa à quebra de sigilo bancário e fiscal.

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, assinaram nesta sexta-feira (13) acordo de cooperação técnica entre a autoridade monetária e o Ministério Público Federal (MPF). O objetivo é a troca de informações e ação conjunta dos órgãos, a fim de fiscalizar irregularidades e proteger os direitos dos consumidores de serviços financeiros.

O documento prevê que a autoridade monetária envie ao MPF documentos obtidos em procedimentos administrativos de apuração ou sanção a instituições financeiras, quando configurarem violação de regras. O acordo destaca que deve haver respeito às normas do sigilo financeiro. O Ministério Público fica responsável por assegurar o eventual segredo das informações.

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O documento assinado por Tombini e Janot determina ainda a troca de documentos, estudos e trabalhos sobre regulação e fiscalização do sistema financeiro e sobre a prevenção, identificação e repressão a práticas lesivas aos consumidores dos seus serviços. Um comitê formado por um coordenador e cinco representantes será criado em cada instituição para estabelecer a cooperação.

Segundo o BC, “o acordo levou em conta o processo de inclusão financeira que tem se desenvolvido na economia brasileira nas últimas décadas, com maior acesso da população a produtos e serviços”. O encontro entre o presidente do BC e o procurador-geral foi fechado à imprensa. Não houve entrevista após a assinatura.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) protocolounesta quinta-feira, 12, um inquérito contra o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) para apurar suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. O senador é citado nos depoimentos dos delatores da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Nos depoimentos, o nome de Bezerra aparece como representante do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. Bezerra foi ministro da Integração Nacional no início do primeiro governo Dilma, permanecendo no cargo até o final de 2013.

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Com o pedido, sobe para 50 o número de investigados no STF por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras (com o ex-ministro Antonio Palocci, que teve o processo enviado à Justiça do Paraná com recomendação de abertura de inquérito naquele foro, o total chega a 51) . Segundo a PGR, por um "erro processual" o material não foi enviado junto com os demais, no dia 3 de março, ao ministro Teori Zavascki.

Os procuradores perceberam que faltava um pedido na última conferência do material antes do envio ao relator do Supremo e decidiram não atrasar os demais pela falta de apenas um.

Em depoimento prestado à Polícia Federal, Costa disse ter sido procurado por Bezerra em 2010 para o recebimento de propina no valor de R$ 20 milhões, que seria destinado à campanha de Campos à reeleição do governo de Pernambuco. À época, Bezerra era secretário de Desenvolvimento de Pernambuco e dirigente do Porto de Suape, complexo industrial onde está instalada a Refinaria Abreu e Lima. Campos morreu em acidente aéreo em agosto do ano passado em meio à campanha pela presidência da República.

Costa relata que tomou conhecimento da solicitação de recursos por Youssef. O ex-diretor não soube detalhar de que forma o montante teria sido pago a Bezerra, mas indica que essa contribuição deveria ser feita por meio de recursos do consórcio Ipojuca Interligações, formado pelas empresas IESA e Queiroz Galvão, que atuava na obra de Abreu e Lima.

Já Youssef relata que negociava uma comissão inicial de R$ 45 milhões referente às obras de Abreu e Lima. O doleiro explica que o valor foi reduzido para R$ 20 milhões porque parte dos recursos anteriores havia sido encaminhada ao governo pernambucano para "resolver alguns problemas" que poderiam prejudicar a obra e os repasses a um outro consórcio, chamado Conest (formado pela Odebrecht e OAS) para construção da refinaria.

Nas palavras de Costa, Bezerra "iria resolver o assunto" e, segundo Youssef o então secretário teria recebido o dinheiro para acabar com as divergências. Costa relatou ainda ter tratado do assunto diretamente com Campos.

A procuradoria-geral da República (PGR) encontrou nas investigações da Operação Lava Jato um esquema de pagamento mensal a parlamentares. Os pagamentos periódicos, em troca de indicações para as diretorias da Petrobras foram revelados em depoimento pelo doleiro Alberto Youssef, um dos principais operadores financeiros do esquema de corrupção envolvendo a estatal.

Em depoimento à Polícia Federal, Youssef afirmou que eram entregues valores semanais, quinzenais ou até mensais aos líderes do PP em Brasília. O doleiro relatou ainda que cada um dos líderes recebia por mês entre R$ 250 mil e R$ 500 mil a depender do mês. Como líderes da sigla, ele apontou o deputado Nelson Meurer (PP-PR), o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte e dos ex-deputados Pedro Corrêa (PP-PE) e João Pizzolati (PP-SC). Já o restante da bancada do partido recebia, em média, de R$ 1,2 milhão e R$ 1,5 milhão por mês, que eram divididos pelo PP.

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Em depoimento prestado em 11 de fevereiro deste ano, o ex-diretor de Abastecimento de Petrobras Paulo Roberto Costa afirma ter recebido uma "homenagem" de parlamentares do PP em um restaurante em Brasília. Costa relata que lhe foi entregue um "Rolex" por ele ser o "homem do Partido dentro da Petrobrás".

O fluxo de pagamentos é relatado em pedido de inquérito que envolve 39 pessoas por formação de quadrilha. É relatado ainda que os contratos envolviam a diretoria de Abastecimento, que era cobrando normalmente uma propina de 2% por Costa.

A lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviada no início da noite de nesta terça-feira, 3, ao Supremo Tribunal Federal (STF) pede o arquivamento de uma investigação envolvendo o senador Aécio Neves(PSDB-MG).

O nome do tucano foi citado no depoimento do doleiro Alberto Yousseff, mas a Procuradoria entendeu que as informações reunidas sobre o presidente do PSDB não são suficientes para que ele seja investigado, por isso sugeriu ao ministro Teori Zavascki o arquivamento da denúncia.

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de abertura de inquérito para investigar o senador José Agripino Maia, presidente nacional do DEM. O parlamentar foi citado em delação premiada de empresário do Rio Grande do Norte na qual é acusado de ter cobrado propina de R$ 1 milhão para permitir um esquema de corrupção no serviço de inspeção veicular do Estado.

A delação premiada, feita pelo empresário George Olímpio, foi divulgada no domingo pelo programa Fantástico, da TV Globo. Como senador, Agripino Maia tem foro privilegiado e por isso cabe ao PGR pedir a abertura de inquérito ao Supremo. O caso foi distribuído à ministra Cármen Lúcia no STF, que deverá decidir se aceita ou não o pedido.

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O empresário George Olímpio, segundo promotores que acompanham o caso, teria montado um esquema envolvendo as principais autoridades do Rio Grande do Norte para aprovar uma lei que criava o sistema de inspeção veicular no Estado. A aprovação da lei, segundo a investigação, teria ocorrido sem obedecer os trâmites legais. O esquema de corrupção é investigado pela Operação Sinal Fechado, deflagrada em 2011.

Procurado, o senador disse que desconhece o pedido de abertura de inquérito contra ele e disse estar "surpreso e perplexo". Segundo Maia, o delator George Olímpio já tinha feito uma declaração em cartório desmentindo a denúncia contra o parlamentar. "Essa renovação de um mesmo fato a mim causa perplexidade. Essa acusação de uma doação de um milhão já tinha ido à PGR, mas tinha sido arquivada", disse o senador. Ele também disse que fará amanhã um discurso em sua defesa na tribuna do Senado.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia contra o deputado Luís Carlos Heinze (PP-RS) por difamação e injúria contra o procurador Ricardo Gralha Massia, de Erechim (RS). De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), em entrevista a uma rádio de Getúlio Vargas (RS), Heinze chamou Massia de "teimoso" e "mal-intencionado".

"Esse procurador é teimoso, é mal-intencionado. A interpretação que ele dá é maldosa, e gostaria que ele entendesse bem essas questões e ajudasse a resolver o problema, não criasse mais tumulto", disse o deputado do PP do Rio Grande do Sul à Rádio Sideral. As declarações foram feitas num programa que discutia a situação de processos judiciais envolvendo a terra indígena de Mato Preto.

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De acordo com a PGR, Heinze dirigiu ofensas à reputação, à honra e à seriedade do procurador, configurando crime de difamação. Se o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitar a acusação, será aberta uma ação penal contra ele. A reportagem procurou Heinze, mas ele não respondeu às ligações até as 17 horas.

O secretário de Colaboração Internacional da Procuradoria-Geral da República (PGR), Vladimir Aras, disse nesta quinta-feira (12) que a decisão final sobre a extradição do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato será política.

A Corte de Cassação de Roma autorizou, na manhã de hoje, a extradição de Pizzolato. Ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 12 anos e sete meses de prisão, no Brasil, por lavagem de dinheiro e peculato, na Ação Penal 470, o processo do mensalão, mas fugiu para o país europeu há um ano e cinco meses com um passaporte falso.

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Agora, conforme lembrou o secretário, caberá ao ministro da Justiça italiano, Andrea Orlando, decidir se acata a decisão. Assim que a pasta for notificada oficialmente, a Itália terá 20 dias para decidir sobre a extradição de Pizzolato.

“Se ele não for entregue por decisão política do Estado italiano, o segundo pedido do procurador-geral da República se colocará. Um pedido de execução do acórdão do Supremo Tribunal Federal nas cortes italianas”, explicou Aras. Já o Plano C da PGR consiste na abertura de um novo processo penal em solo italiano.

O secretário avaliou que há, no contexto internacional, uma cooperação cada vez maior entre os países no sentido de combater a corrupção e crimes de natureza econômica. “Temos confiança em uma decisão favorável, tendo em vista o histórico de cooperação entre Brasil e Itália”, disse Aras, ao citar o caso Thomazzo Bruschetta, mafioso italiano extraditado pelo Brasil em 1984.

Aras destacou, entretanto, que a Constituição brasileira proíbe a extradição de seus nacionais, enquanto a legislação italiana permite que isso aconteça. “A Itália é um país que extradita os seus nacionais, mas pode alegar falta de reciprocidade para não entregar Pizzolato”, disse. “Se não há reciprocidade na cooperação, as coisas ficam mais difíceis. Esse é exatamente o principal problema em função da nossa cláusula de proibição de entrega de nacionais”, concluiu.

Sobre uma possível interferência do caso do ativista italiano Cesare Battisti, cuja extradição foi negada pelo Brasil em 2011, o secretário disse apenas que a questão é de competência dos ministérios das Relações Exteriores e da Justiça, e não da PGR. “Não há motivo para retaliação”, acrescentou.

O chefe de gabinete da PGR, Eduardo Pelella, reforçou o posicionamento de que não cabe ao órgão analisar uma possível correlação entre os casos Battisti e Pizzolato. “O governo italiano hoje é diferente do da época do caso Battisti. Já houve duas mudanças de governo nesse meio tempo. Há toda uma conjuntura política que não cabe a nós analisar”, afirmou.

“A questão maior será, talvez, a nacionalidade e alguma consideração sobre reciprocidade”, disse Pelella. “Ser otimista, ou não, é o tipo de consideração que não fazemos. Estamos muito satisfeitos por termos conseguido a parte jurídica, que era o que mais diretamente nos tocava”, concluiu.

Pizzolato, que tem cidadania italiana, fugiu para a Itália após a condenação na Ação Penal 470. Preso na cidade de Maranello em fevereiro de 2014, por porte de documento falso, o ex-diretor foi solto em outubro, quando a Corte de Bolonha negou sua extradição. Ele passou, então, a responder ao processo em liberdade.

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