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O ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresente as alegações finais na Ação Penal 536, processo conhecido como mensalão mineiro. Esta é a última fase antes de o processo ficar pronto para julgamento. Toda a parte de instrução do processo, como depoimentos de testemunhas de defesa e de acusação, foi concluída.

A expectativa é que ação seja julgada pelo plenário da Corte neste ano. O despacho do ministro foi assinado na última quinta-feira (15). São apurados supostos desvios de dinheiro público durante a campanha de reeleição do deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao governo de Minas Gerais, ainda em 1998. Após as conclusões da procuradoria, o processo seguirá para as alegações finais da defesa.

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De acordo com denúncia da PGR, aceita pelo Supremo em 2009, o parlamentar é acusado dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Segundo a procuradoria, o então candidato teria se beneficiado de recursos oriundos do suposto esquema que envolveu a empresa de publicidade SMP&B, de propriedade do publicitário Marcos Valério, condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão. Outros acusados respondem às acusações na primeira instância da Justiça de Minas, porque não possuem foro privilegiado.

Na época em que a denúncia foi recebida, Azeredo negou todas as acusações e disse que não há qualquer documento que confirme o uso de recursos de caixa dois na sua campanha à reeleição. O parlamentar também disse que nunca autorizou repasses para dinheiro para as empresas de Marcos Valério.

A resolução que tira o poder de promotores de pedir investigações de crimes eleitorais é um "retrocesso", afirmou nesta quinta-feira (16), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, à rádio Estadão. Único membro da corte a votar contra a norma, aprovada em dezembro, Marco Aurélio entende que o texto cria um "obstáculo" à atuação do Ministério Público Eleitoral.

Nessa quarta feira (15), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, protocolou no TSE pedido de revisão da resolução. Marco Aurélio acredita que a decisão seja revista, já que a norma pode ser contestada posteriormente no Supremo Tribunal Federal (STF). "A lei é muito explícita quanto a essa prerrogativa do Ministério Público. E surge até um paradoxo: o MP é titular da ação penal, ele pode apresentar denúncia. Mas não pode provocar instauração da investigação em si? Fica a pergunta no ar", declarou o ministro.

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A resolução foi aprovada na última sessão de dezembro do TSE, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo. Se mantida, promotores e procuradores terão de pedir autorização à Justiça Eleitoral para abrir uma apuração de suspeita de caixa dois, compra de votos, abuso de poder econômico, difamação e várias outras práticas. "A prevalecer esse contexto, nós teríamos um verdadeiro retrocesso", afirmou Marco Aurélio.

Até então, a legislação estabelecia que o inquérito "somente será instaurado mediante requisição" dos promotores ou da Justiça Eleitoral. Já o novo texto, diz que será instaurado somente "mediante determinação da Justiça Eleitoral", não fazendo menção, portanto, ao Ministério Público.

O relator do processo, ministro Dias Toffoli, entende que investigações precisam de autorização de um juiz eleitoral para serem iniciadas. A medida, segundo ele, garante mais transparência ao processo. "O que não pode haver é uma investigação de gaveta, que ninguém sabe se existe ou não existe", disse anteriormente.

Associações de procuradores e promotores, em nota, contestaram a proposta, por entender que há limitação de ações já asseguradas pela Constituição Federal. "Eu ressaltei que não poderíamos criar esse obstáculo à atuação do Ministério Público", disse Marco Aurélio. Ele acredita na revisão da norma, o que evitaria um "desgaste maior" para o Judiciário, na sua opinião, e um cenário de insegurança jurídica.

A solicitação de revisão deve ser encaminhada ao plenário da corte a partir do dia 3 de fevereiro, quanto começa o ano judiciário. De acordo com a legislação em vigor, as normas do processo eleitoral devem ser aprovadas até 5 de março.

O procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu, nesta terça-feira (14), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a alteração da resolução do órgão que trata da investigação de crimes eleitorais nas eleições de outubro. Segundo o procurador, a norma limita o poder de investigação do Ministério Público Eleitoral (MPE). Procuradores eleitorais também divulgaram uma moção a favor da mudança na regra.

De acordo com o procurador, se o TSE não revisar a resolução, uma ação para declarar a norma inconstitucional será impetrada no Supremo Tribunal Federal (STF) a fim de garantir o poder do Ministério Público para investigar crimes eleitorais. Na moção divulgada contra a decisão do tribunal, procuradores eleitorais relatam que o TSE restringiu à Justiça Eleitoral o poder de determinar a abertura de inquérito policial. Para os integrantes do MPE, a limitação prejudica a agilidade da apuração dos crimes.

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“Criar embaraços para o Ministério Público (MP) é dificultar a apuração de graves ilícitos eleitorais, como a compra de votos, as fraudes no alistamento eleitoral e na coleta dos votos e o uso da máquina administrativa em prol de candidatos. É em nome do eleitor que o MPE atua. É dele, o eleitor, o maior interesse em eleições limpas e transparentes. A resolução do TSE fecha, desnecessariamente, uma porta que até hoje se encontra aberta para o cidadão votante”, dizem os procuradores.

A Resolução 23.396/2013 do TSE foi aprovada no plenário da corte em dezembro do ano passado. De acordo com a norma, a partir das eleições de outubro, a instauração de inquérito para apurar crimes eleitorais só poderá ser feita com autorização do juiz eleitoral. Segundo o ministro Dias Toffoli, relator das instruções das eleições, o poder de polícia é exercido pelo juiz. Atualmente, a Polícia Federal também deve pedir autorização à Justiça Eleitoral para fazer investigação.

O PSDB encaminhou nesta sexta-feira, 27, à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação contra o cartão virtual de fim de ano enviado pela presidente Dilma Rousseff a servidores federais. O líder do partido na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP), pede no requerimento a investigação por abuso de poder político e econômico, além de improbidade administrativa. A acusação de uso da máquina pública se estende também à ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e à secretária de Gestão Pública do Ministério do Planejamento, Ana Lúcia Amorim de Brito.

"O uso da máquina pública ficou configurado mediante a utilização de recursos materiais e de servidores do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, notadamente pela Secretaria de Gestão Pública, para o envio de mensagens de promoção pessoal da Presidente da República a todos os servidores públicos federais no dia 23 de dezembro de 2013", aponta Sampaio na representação.

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Para o líder, a ação configura abuso de poder eleitoral, o que poderia beneficiar a candidatura à reeleição da presidente Dilma. "O e-mail enviado aos servidores, a pretexto de ser uma mensagem de Natal e de festas de Ano Novo, foi autêntico ato de promoção pessoal da cidadã, e provável candidata à reeleição", completou.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sinalizou nesta segunda-feira, 9, que deve aceitar inicialmente o pedido de Roberto Jefferson para cumprir pena domiciliar em razão da necessidade de tratamento de um câncer no pâncreas.

Delator do esquema do mensalão, Jefferson foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a sete anos de prisão em regime semiaberto. A pedido do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, uma junta médica avaliou o quadro de saúde do ex-deputado. De acordo com os médicos, "do ponto de vista oncológico", não é imprescindível a sua permanência em casa ou em um hospital.

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O laudo deve ser encaminhado nos próximos dias para que o procurador Rodrigo Janot se posicione a respeito do pedido de Jefferson para cumprir a pena em regime domiciliar. No final do mês passado, o procurador apresentou um primeiro parecer a respeito de outro condenado, José Genoino (PT-SP), que também pediu o cumprimento da pena em regime domiciliar em razão de um problema cardíaco. Na ocasião, apesar de um laudo médico apontar que o petista não tinha "cardiopatia grave", o procurador recomendou que Genoino ficasse em prisão domiciliar por, pelo menos, mais 90 dias.

Questionado nesta segunda-feira se tomaria a mesma precaução em relação a Jefferson, Janot respondeu: "Claro. Acho que o condenado tem que responder pela pena que a lei prevê. Não existe pena prevista na legislação brasileira, graças a Deus, que seja de uma coação física no que se refere a doença ou risco de vida de um apenado. Se houver risco, se houver problema de saúde, que recomende um tratamento especial em razão desta doença, a manifestação será sempre nesse sentido", afirmou.

Segundo ele, o laudo dos médicos sobre Jefferson ainda não foi encaminhado à PGR. Após o recebimento do documento, o procurador terá um prazo de cinco dias para apresentar um posicionamento a respeito do tema e enviá-lo para o STF que poderá acatá-lo ou não. "Eu nem recebi o laudo, não chegou na minha mesa. Assim que chegar, vou analisar e vou encaminhar dentro do prazo".

Janot ressaltou, no entanto, que as condições de tratamento na penitenciária também serão levadas em consideração para a emissão do parecer. "Vou analisar as conclusões dos médicos e as circunstâncias da penitenciária que fazem parte de um conjunto que tem que ser apreciado".

A Procuradoria-Geral da República quer que o Supremo Tribunal Federal tome providências para evitar a impunidade do ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado por envolvimento no mensalão e que fugiu para a Itália para escapar a uma pena de 12 anos e sete meses de prisão

A dificuldade toda está no fato de Pizzolato, que é brasileiro, ter também a cidadania italiana. Pela legislação em vigor naquele país, ele não é obrigado a entregar um nacional que seja alvo de processo de extradição. Apesar desse obstáculo, a procuradora-geral interina, Ela Wiecko de Castilho, defende a ideia de que o Brasil peça formalmente a extradição do ex-diretor do BB "O tratado ítalo-brasileiro, de 1989, não veda totalmente a extradição de italianos para o Brasil, uma vez que cria, tão somente, uma hipótese de recusa facultativa da entrega". Por isso, ela entende que a extradição "é viável".

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No entanto, como alternativa ao processo extradicional, ela observa que é possível requerer a homologação, na Itália, da decisão que condenou Pizzolato. Por esse meio, o Ministério da Justiça encaminharia à Itália um pedido para execução naquele país da pena aplicada pelo Supremo ao foragido.

Uma terceira possibilidade seria transferir o processo para a Itália, com a remessa das provas e dos indícios existentes na ação do mensalão. Nesse caso, Pizzolato seria julgado novamente pela Justiça da Itália.

Ela Wiecko pediu ao relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, que determine a tradução para o italiano de documentos, como o resultado do julgamento e o mandado de prisão. Essa documentação deverá ser encaminhada às autoridades italianas pelo Ministério da Justiça.

Localização

O processo de extradição de Pizzolato só poderá ser iniciado quando a Polícia Federal descobrir seu paradeiro. É a PF quem informa ao Ministério da Justiça que encontrou um foragido, o que começa o processo de extradição. A PF afirma que ainda não sabe onde ele está - e nem mesmo confirma se ele viajou de fato para a Itália como divulgou em nota no final de semana.

Ou seja, o Brasil pode nunca iniciar o processo de extradição - caso não o encontre. A polícia pediu a colaboração da Interpol, segundo interlocutores, por ser uma das hipóteses a fuga para o exterior. Segundo o advogado Marcio Garcia, especialista em Direito Internacional, cabe ao STF pedir a extradição. "Quem condenou é a autoridade competente." O caminho do processo, segundo ele, seriao STF pedir ao Ministério da Justiça, este passar o pedido ao Ministério das Relações Exteriores e este pediria ao governo italiano.

Caso a extradição seja negada, Garcia citou a Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção que, no seu artigo 44, parágrafo 11, diz que se o país não puder entregar o condenado, terá que julgá-lo. O advogado acha difícil Pizzolato não ser localizado.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu nesta terça-feira, 12, ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão imediata de 20 dos 25 condenados por envolvimento no mensalão, incluindo figuras centrais do escândalo de corrupção como o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o empresário Marcos Valério, apontado como operador do esquema.

Ao menos cinco ministros já afirmaram, reservadamente, serem favoráveis a essa possibilidade. Com mais um voto nesse sentido, no julgamento que será retomado nesta quarta-feira, 13, o tribunal poderia determinar a prisão imediata de 20 dos condenados e a execução das penas alternativas, como o pagamento de cestas básicas, para outros três outros condenados. Somente dois deles - Breno Fischberg e João Cláudio Genu - aguardariam o julgamento dos infringentes, previsto para o primeiro trimestre de 2014. Os dois foram condenados por apenas um crime, mas a condenação pode ser revertida no próximo ano, quando forem julgados os recursos.

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Caso não sigam o parecer de Janot, os ministros devem concluir até esta quinta-feira, 14, o julgamento dos segundos recursos declaratórios de parte dos réus do mensalão. Nesse grupo estão os deputados Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP). Os dois e outros oito condenados apontam contradições, omissões e ambiguidades no julgamento dos primeiros recursos.

A tendência do tribunal é rejeitar os recursos e considerá-los uma tentativa da defesa de protelar o fim do processo. Por isso, o tribunal deve decretar a execução imediata das penas desse grupo que não tem direito aos chamados embargos infringentes.

Nessa lista de prováveis condenados nos próximos dias com execução de pena imediata estão também o ex-presidente do PTB Roberto Jefferson, os ex-deputados Bispo Rodrigues, José Borba e Pedro Corrêa, o ex-vice-presidente do Banco Rural Vinicius Samarane.

Mesmo se houver prisão de deputados, a Câmara deve aguardar um novo posicionamento do STF, definindo a quem compete cassar o mandato do parlamentar condenado. Com isso, os dois deputados se juntariam a Natan Donadon na bancada de parlamentares presidiários.

Prisão imediata

Nesta terça, após a manifestação de Janot pedindo a prisão não só dos dez réus que ingressaram com os embargos de declaração mas também dos que optaram pelos infringentes, dois integrantes da Corte lembram que uma súmula permite a execução das penas, mesmo com embargos infringentes pendentes de julgamento. "Em caso de embargos infringentes parciais, é definitiva a parte da decisão embargada em que não houve divergência na votação", estabelece a súmula do tribunal.

Outro ministro indica dois precedentes em que o STF permitiu a execução da pena, independentemente da existência de embargos infringentes.

No pedido feito ao STF na tarde desta terça, o procurador-geral da República argumentou serem imutáveis as penas impostas aos réus que não têm direito a novo julgamento. E para os réus que pediram novo julgamento, via infringentes, parte das penas também não pode mais ser alterada.

"É entendimento sedimentado no âmbito desse STF que não há necessidade de aguardar o julgamento de todos os recursos que as defesas interponham para a determinação de imediato cumprimento das penas, notadamente quando já apreciados (e rejeitados) os primeiros embargos de declaração ajuizados contra a decisão condenatória do plenário", afirmou Janot no parecer.

No caso de Dirceu, por exemplo, a pena imposta pelo crime de corrupção ativa não pode mais ser alterada. O placar do julgamento neste ponto específico foi de 8 votos a 2 pela condenação. Como não houve quatro votos divergentes, Dirceu não poderia pedir novo julgamento para esta acusação.

No entanto, por 6 votos a 4, o tribunal condenou Dirceu por formação de quadrilha. Em razão desse placar, a defesa de Dirceu pediu ao tribunal, por meio dos embargos infringentes, novo julgamento para esta acusação, o que deve ocorrer somente no início de 2014.

Assim, conforme o pedido de Rodrigo Janot e a defesa antecipada por parte dos ministros, Dirceu poderia começar a cumprir a pena pelo crime de corrupção, aguardando preso o novo julgamento pelo crime de quadrilha. Mas tendo sido condenado naquele crime a 7 anos e 11 meses, Dirceu iniciaria seu cumprimento de pena em regime semiaberto.

Outros nove réus estão na mesma condição, incluindo Genoino, Valério, Delúbio Soares, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), a ex-presidente do Banco Rural Kátia Rabello, o publicitário Cristiano Paz, ex-sócio de Valério. Os réus Emerson Palmieri, Enivaldo Quadrado e José Borba cumpriram já suas penas alternativas.

Figura central nas eleições de 2014, o novo vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, sinaliza uma postura mais branda com a Presidência da República do que sua antecessora no cargo, Sandra Cureau, que se notabilizou pelo rigor com que reagiu ao tom de campanha eleitoral de muitos atos de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, ele disse que será necessário criar novas diretrizes para se estabelecer um entendimento entre campanha antecipada e um ato de governo: "É claro que a distinção entre a publicidade institucional e a publicidade político-partidária é muito tênue". Aragão defende, porém, que o imbróglio não paralise as ações governamentais. "Temos que garantir que o governo exerça seu direito de informar o público e o direito à sua publicidade institucional."

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"Não podemos parar o governo por causa disso. Esse é um equilíbrio muito frágil e às vezes ocorre que você pode ser mal entendido", acrescentou.

Como é difícil definir a fronteira entre o uso da máquina pública e a realização de um simples ato institucional ou político, a saída, segundo ele, será a discussão com sua equipe para que sejam estabelecidas diretrizes que servirão como critérios para todos os candidatos. "Por exemplo, eu entendo que, se um governante chegar e falar das suas realizações, não seja propaganda partidária ou eleitoral. Acho legítimo ele falar o que fez, desde que não haja referência ao pleito", ressaltou.

Questionado se terá uma postura mais branda que a de sua antecessora, Aragão diz que será "isonômico". "Não sei o que quer dizer linha dura. Mas quero dizer que eu vou em primeiro lugar tratar de forma isonômica todos os atores desse processo porque isso é o nosso dever, não é uma questão de preferência de atuação".

‘Boa relação’

Antes de chegar ao principal cargo do Ministério Público Eleitoral, Aragão atuou no Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, ligado à Secretaria de Direitos Humanos. A despeito disso, negou que sua indicação tenha passado pela presidente Dilma Rousseff, conforme relatam alguns parlamentares. "Não tive contato nenhum com a presidente Dilma. Aliás nunca tive. Vou dizer claramente que tenho uma boa relação com este governo porque fui coordenador da 5.ª Câmara que trata de patrimônio público e a gente sempre tentou manter um nível de diálogo entre o Ministério Público e governo", ressaltou.

Sem pressão

Ele negou também sofrer pressão por parte de integrantes do governo. "Não tem tido nenhuma pressão, nenhuma interlocução. As pessoas que falam comigo são colegas e advogados", garantiu.

Fez referências, ainda, à sua atividade política passada. "Hoje não tenho nenhuma atividade partidária. Tive na época em que era estudante e fui do MR8. Depois fui advogado do PMDB em 1986. Em um sentido amplo, tenho um percurso político na minha carreira. Mas dizer que eu tenho essa ou aquela convicção, é difícil", emendou.

Ele antecipou que pretende colocar em prática na sua gestão o fortalecimento das segundas instâncias da Justiça Eleitoral, para se evitar o "abarrotamento" do Tribunal Superior Eleitoral. Assim, caberia aos tribunais regionais decidir de forma terminativa questões "pequenas". Ele menciona um caso de multa de R$ 2 mil por causa de um cartaz colocado numa Kombi fora das proporções permitidas, que até levou a recurso especial no TSE.

Nascido no Rio, Aragão tem como língua materna o alemão - cultura com a qual teve contato até seus 12 anos. Foi aprender português aos 15, época em que morou em Portugal, antes de vir para o Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cerca de 2,1 mil integrantes de quatro ramos do Ministério Público da União (MPU) estão entre os potenciais beneficiários da decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de garantir o direito de viajar ao exterior em classe executiva, espaço com mais conforto aos passageiros nas aeronaves.

A medida, que foi tomada um dia após a posse de Janot e publicada no Diário Oficial da União na semana passada, contempla membros do Ministério Público Federal, do Ministério Público do Trabalho, do Ministério Público Militar e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Esse último ramo também é vinculado ao MPU.

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Conforme revelou o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a decisão diferencia os procuradores dos demais servidores do órgão. Na maioria dos casos, os funcionários comuns terão direito a viajar de classe econômica, enquanto que os procuradores, de executiva.

A portaria entra em vigor a partir de 1.º de outubro. Atualmente, os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal têm direito a voar de primeira classe. O ato de Janot abre a possibilidade para que pelo menos 1 mil procuradores da República, além dos colegas dos outros ramos do MP da União, voem em classe executiva.

Mesmo declarando que nunca viajou para o exterior, o subprocurador-geral da República Brasilino Santos defendeu a possibilidade dos integrantes da categoria de voarem em classe executiva. Ele comparou a situação de um procurador com a de um ministro de Estado. "Ou é procurador da República ou é descamisado. Tem que separar as coisas", afirmou Santos, ao destacar que a medida visa a proteger a "dignidade" da função. Ele lembrou que procuradores têm direito a passaporte diplomático.

Diárias

A norma estabelece, ainda, regras para liberação de diárias para viagens ao exterior. O procurador-geral da República vai receber US$ 485 de indenização em diárias de viagens ao exterior, igual ao valor pago aos ministros do Supremo. Ao câmbio de ontem, daria R$ 1.067 para cobrir despesas diárias com hospedagem, alimentação e locomoção. O valor, entretanto, é superior ao pago a ministros do governo federal, cujo teto é de US$ 480 - o valor varia conforme o destino. Os subprocuradores, os procuradores regionais e os procuradores da República que atuam na primeira instância, por exemplo, vão receber diárias que variam de US$ 416 a US$ 461.

Dados da página eletrônica do Ministério Público Federal apontam que foram gastos de janeiro a agosto deste ano R$ 11,3 milhões com diárias, o que inclui passagem aérea e hospedagem com todas as procuradorias. Em 2012, os gastos somaram no ano todo R$ 12,8 milhões.

Os funcionários de todo o Ministério Público da União poderão ter direito a passagens em classe executiva quando o tempo previsto entre o último voo de embarque no território nacional e o destino for superior a oito horas, quando houver disponibilidade no momento da emissão. Se forem acompanhar uma autoridade, eles também poderão gozar da passagem da mesma classe dela.

O subprocurador Moacir Guimarães criticou a decisão. Segundo ele, embora seja um assunto da alçada exclusiva de Rodrigo Janot, a portaria poderia ter sido discutida no Conselho Superior do Ministério Público Federal, instância administrativa máxima da carreira. "Tem que analisar para ver se esses gastos não são excessivos."

A Procuradoria-Geral da República afirmou, por meio da assessoria, que a medida tem "simetria com o Poder Judiciário" e justificou que a viagem em classe executiva favorece que o membro chegue "em plenas condições físicas para o trabalho nos locais de destino e de origem, no seu retorno." Conforme a PGR, as viagens ao exterior serão "extremamente" reduzidas "porque são realizadas normalmente pelo MPF (Ministério Público Federal) e MPT (Ministério Público do Trabalho) em períodos extremamente curtos".

No dia seguinte a tomar posse, o novo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, garantiu a seus colegas de carreira o direito de viajar em classe executiva, espaço com mais conforto aos passageiros nas aeronaves. A medida foi publicada no Diário Oficial da União na semana passada e diferencia os procuradores dos demais servidores do órgão. Na maioria dos casos, os funcionários comuns terão direito a viajar de classe econômica, enquanto que os procuradores, de executiva.

Mesmo declarando que nunca viajou para o exterior, o subprocurador-geral da República Brasilino Santos defendeu a possibilidade dos integrantes da categoria voarem em classe executiva. Ele comparou a situação de um procurador com a de um ministro de Estado. "Ou é procurador da República ou é descamisado. Tem que separar as coisas", afirmou Santos, ao destacar que a medida visa a proteger a "dignidade da nossa função". Ele lembrou que procuradores têm direito a passaporte diplomático.

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A portaria, que entra em vigor a partir de 1º de outubro, contempla procuradores de todos os ramos da União, como o da Justiça do Trabalho e da Justiça Militar. Atualmente, os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) têm direito a voar de primeira classe. Mas no caso do ato de Janot, abre-se a possibilidade para que pelo menos 1 mil procuradores da República voem em classe executiva.

A norma estabelece, ainda, regras para liberação de diárias para viagens ao exterior. O procurador-geral da República vai receber US$ 485 de indenização em diárias de viagens ao exterior, igual valor ao pago aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao câmbio desta segunda-feira, 23, daria R$ 1.067 para cobrir despesas diárias com hospedagem, alimentação e locomoção. O valor, entretanto, é superior ao pago a ministros do governo federal, cujo teto é de US$ 480 - o valor varia conforme o destino. Os subprocuradores, os procuradores regionais e os procuradores da República que atuam na primeira instância, por exemplo, vão receber diárias que variam de US$ 416 a US$ 461.

Dados da página eletrônica do Ministério Público Federal apontam que foram gastos de janeiro a agosto deste ano R$ 11,3 milhões com diárias, o que inclui passagem aérea e hospedagem com todas as procuradorias. Em 2012, os gastos somaram no ano todo R$ 12,8 milhões.

Acompanhante

Os funcionários de todos os o Ministério Público da União poderão ter direito a passagens em classe executiva quando o tempo previsto entre o último voo embarque no território nacional e o destino for superior a oito horas, quando houver disponibilidade no momento da emissão. Se forem acompanhar uma autoridade, eles também poderão gozar da passagem da mesma classe dela.

O subprocurador Moacir Guimarães criticou a decisão. Segundo ele, embora seja um assunto da alçada exclusiva de Rodrigo Janot, a portaria poderia ter sido discutida no Conselho Superior do Ministério Público Federal, instância administrativa máxima da carreira. "Tem que analisar para ver se esses gastos não são excessivos", ponderou.

Transparênca

A PGR afirmou, por meio da assessoria, que a medida tem "simetria com o Poder Judiciário" e justificou que a viagem em classe executiva favorece que o membro chegue "em plenas condições físicas para o trabalho nos locais de destino e de origem, no seu retorno."

Conforme a PGR, as viagens ao exterior serão "extremamente"reduzidas "porque são realizadas normalmente pelo MPF e MPT (Ministério Público do Trabalho) em períodos extremamente curtos. Estima-se, com folga, um total de 40 a 50 membros do MPU, ao todo." Conforme o PGR, as viagens internacionais já eram pagas pelo órgão, mas os "valores e categorias de viagem eram decididas individualmente em processos de autorização de viagens internacionais." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A procuradora-geral interina da República, Helenita Caiado Acioli, anunciou nesta quarta-feira, 4, que após a conclusão do julgamento dos recursos dos mensaleiros vai pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que determine a prisão imediata dos réus condenados a penas a serem cumpridas no regime fechado.

No ano passado, logo após a condenação dos réus, o então procurador-geral, Roberto Gurgel, fez o mesmo pedido, mas ele foi rejeitado. "No caso do regime fechado, eu acho que o Ministério Público tem que renovar o pedido de prisão, porque quando foram feitos os recursos também tinham esse pedido nos autos", disse Helenita. "Vamos aguardar até amanhã. Se por acaso estiver tudo terminado, faremos isso, com certeza", completou.

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A prisão imediata dos condenados também deverá ser proposta pelo presidente do STF e relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa. O plenário deve se dividir sobre o assunto, pois em casos recentes o tribunal só determinou a prisão dos condenados após o julgamento dos segundos embargos de declaração. Nesses casos, por entender que os segundos recursos tinham apenas a intenção de postergar o processo e adiar o cumprimento das penas.

Parte dos réus já se prepara para cumprir as prisões. Conforme informou nesta quarta o jornal O Estado de S. Paulo, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado a mais de 10 anos de prisão, já planeja lavar roupa e cozinhar na prisão. Pelos cálculos dele, passará 1 ano e 4 meses na cadeia e depois pedirá a progressão para o regime semiaberto.

A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), reagiu nesta quinta-feira, 08, ao pedido de cassação de seu mandato, de acordo com parecer do procurador-geral da República, Roberto Gurgelm na quarta-feira, 07. Por meio da Secretaria de Comunicação Social do Governo do Estado, Roseana afirmou que seu mandato "é legítimo, conquistado por meio do voto direto e dentro de um processo democrático e limpo".

Em seu parecer, Roberto Gurgel defendeu a saída de Roseane e de seu vice, Washington Luiz Oliveira (PT), dos cargos por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2010. De acordo com as investigações, o governo do Estado intensificou a celebração de convênios e aumentou o repasse de recursos para os municípios às vésperas do pleito.

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"As minhas ações foram transparentes e dentro da lei. A minha eleição para o cargo de governadora foi legítima. Por isso, a minha consciência está tranquila e tenho confiança que exercerei meu mandato até o fim", declarou a governadora maranhense.

A nota destaca ainda que Roseana foi eleita em 2010 com 1.459.792 votos, "totalizando 50,08% da preferência do eleitorado do estado; contra 859.402 votos do segundo colocado, que somou apenas 29,49%".

O processo contra Roseana aguardava o parecer da Procuradoria-Geral da República para ser julgado pela Justiça Eleitoral. Não há prazo para que o caso seja levado ao plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, deu parecer pela cassação do mandato da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), e de seu vice, Washington Luiz Oliveira (PT) por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2010. O processo foi movido pelo ex-governador José Reinaldo Tavares, que disputou as eleições para o Senado em 2010, e tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

As investigações mostraram que o governo do Estado intensificou a celebração de convênios e aumentou o repasse de recursos para os municípios do Estado às vésperas das eleições de 2010, "especialmente no mês de junho e nos três dias que precederam a convenção" em que Roseana foi lançada candidata à reeleição. Conforme dados do parecer, nos três dias antes da convenção, foram firmados 670 convênios, cujo valor superou R$ 165 milhões para diversos municípios do Estado.

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Os convênios eram firmados em tempo recorde, conforme o MP, e serviriam para financiar pavimentação de ruas, construção de quadras e distribuição de casas populares. "No prazo de dois dias, eles eram assinados, publicados no órgão oficial e o dinheiro creditado na conta do município, cujos saques, de acordo com notícia nos autos, eram feitos em espécie, diretamente na boca do caixa", afirmou Gurgel no parecer.

De acordo com o MP, a intenção de Roseana Sarney era minar a candidatura dos concorrentes e cooptar o apoio de prefeitos e lideranças comunitárias para sua eleição. "Dezenas de prefeitos de oposição, filiados ao PSDB, PSB, PDT e PC do B abandonaram completamente os candidatos Jackson Lago e Flávio Dino nas eleições para o governo do Estado e passaram a apoiar a reeleição da governadora Roseana Sarney Murad em troca dos convênios milionários, liberados às vésperas das eleições", argumentou Gurgel.

Outro programa, cuja implementação às vésperas das eleições configuraria abuso de poder, previa a construção distribuição de casas populares. De acordo com o Ministério Público, houve aumento exponencial de gastos com o programa no ano eleitoral, sendo que a maior parte dos recursos foi liberada nos meses que antecederam as eleições.

"No caso em exame, não se pode afirmar que a celebração dos convênios constituiu ato normal ou regular de governo. Houve, na ação governamental, um desbordamento. Quase todos os convênios e transferências aos municípios, no ano de 2010, foram realizados no mês de junho", afirmou Gurgel. "Essa ação tinha um objetivo claro e imediato: interferir no processo eleitoral em curso e beneficiar as candidaturas dos recorridos, dando a eles condições diversas dos demais candidatos", concluiu o procurador.

O processo contra Roseana aguardava o parecer para ser julgado pela Justiça Eleitoral. Não há prazo para que o caso seja levado ao plenário da Corte.

Em sua defesa, a governadora e seu vice afirmaram não haver relação direta entre a assinatura dos convênios e sua vitória nas eleições de 2010. Além disso, argumentou que nenhum convênio foi firmado no período vedado pela legislação eleitoral e disse que o programa de distribuição de casas populares estava autorizado por lei e era executado desde o ano anterior às eleições.

Cotada para assumir interinamente a chefia da Procuradoria Geral da República durante o julgamento dos recursos do mensalão, a subprocuradora-geral da República Raquel Dodge afirmou nesta quinta-feira que o povo brasileiro espera que não haja "descontinuidade" na atuação do Ministério Público Federal (MPF) no processo após a saída de Roberto Gurgel. O atual procurador-geral deixa o cargo no dia 15 sem ter deixado um "herdeiro" para cuidar da apreciação dos embargos apresentados pela defesa dos 25 réus condenados da ação penal.

O julgamento do processo será retomado no dia 14 e, como a presidente Dilma Rousseff nem sequer indicou o nome para sabatina no Senado, o mais provável é que o início da análise dos recursos seja conduzido por um substituto interino. Pela legislação, a chefia da instituição será ocupada temporariamente pelo vice-presidente do Conselho Superior do MPF e Raquel Dodge é uma das cotadas a assumir esse posto. "A gente fica sempre na expectativa, positiva e legítima de todo o povo brasileiro, de que não haja descontinuidade na atuação do Ministério Público Federal como um todo, seja em qualquer dos seus órgãos", afirmou ela, em entrevista na manhã desta quinta-feira, após ter participado de ato público no Congresso Nacional em defesa da criação de quatro tribunais regionais federais (TRFs).

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Raquel Dodge disse não acreditar que possa ocorrer algum prejuízo para o julgamento, uma vez que, segundo ela, todos os atos processuais do caso já foram tomados por Roberto Gurgel. Em maio, o procurador-geral pediu a rejeição dos recursos de todos os condenados. Ela afirmou que faltará apenas a presença dele em sessão. Questionada pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, se, por conta da independência funcional, o chefe interino da instituição pode mudar as manifestações de Gurgel, a integrante do MPF disse que a prática não é "usual" nem "frequente". "Não tenho acompanhado esse processo especificamente, mas a expectativa é que aquela manifestação está dada e será ela que deve prevalecer", destacou.

A subprocuradora-geral da República lembrou que a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) mandou a lista tríplice para a presidente da República "com bastante antecedência" para não ser acusada de ser a responsável pelo atraso na indicação do sucessor de Gurgel. Desde abril a lista está com Dilma Rousseff, que legalmente não é obrigada a segui-la. Raquel Dodge disse que os nomes escolhidos pela entidade deixam a presidente "à vontade" para indicar o novo procurador-geral. Ficaram na lista os subprocuradores Rodrigo Janot, Ela Wiecko e Deborah Duprat. Ela nem sequer colocou seu nome para votação e também negou que seja uma das favoritas para assumir a chefia interina do MPF.

A cúpula da Procuradoria-Geral da República vive uma crise silenciosa para saber quem será o escolhido para conduzir a análise dos recursos do processo do mensalão. Após quatro anos de mandato, o chefe do Ministério Público Federal, Roberto Gurgel, deixará o cargo no próximo dia 15 sem ter deixado um "herdeiro" para cuidar da apreciação dos embargos de declaração e infringentes apresentados pela defesa dos 25 réus condenados da ação penal.

Após ser protagonista do julgamento, realizado em dezembro passado, Gurgel cumpriu no dia 10 de maio seu último momento importante no processo. Ele enviou parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que pediu a rejeição de todos os recursos dos advogados. "As razões apresentadas pelos embargantes não evidenciaram os pressupostos de admissibilidade dos embargos de declaração. E não o fizeram porque a presente ação penal foi julgada com profundidade e com detalhamento inegáveis", escreveu ele, na peça de 10 páginas.

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Desde então, o chefe do MPF não atuou internamente para fazer seu sucessor na condução do caso. Um mostra disso é que, segundo duas pessoas próximas dele, Gurgel jamais conversou sobre o processo com sua atual vice, a subprocuradora Sandra Cureau. Nomeada no mês passado após o procurador-geral demitir sua ex-vice, Deborah Duprat, por divergir de suas posições, Sandra sairá do posto juntamente com Gurgel.

A presidente Dilma Rousseff não deve indicar o sucessor do atual procurador-geral antes do dia 15, o que deixará o cargo vago. Dilma recebeu em meados de abril uma lista tríplice de nomes numa eleição interna da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). A presidente, contudo, não é obrigada a seguir as indicações da associação, embora, desde o início das gestões petistas, elas têm sido sempre acatadas.

Diante da acefalia nos dois postos mais importantes da instituição, o Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF), órgão máximo da carreira, vai se reunir excepcionalmente na próxima segunda-feira, 5, para tentar escolher seu novo vice-presidente. Caberá a ele, na ausência do chefe e o vice da Procuradoria, tocar interinamente a instituição e possivelmente o início da análise dos recursos do mensalão.

Três pessoas que trabalham na cúpula do MPF afirmaram reservadamente ao Grupo Estado que há um clima de guerra interna pelo cargo de vice-presidente do conselho. A disputa decorre do fato de Gurgel ter, na opinião de um dos ouvidos, "lavado as mãos" para fazer seu sucessor e da visibilidade que o cargo confere, no momento do julgamento dos recursos. Apesar de o atual chefe do Ministério Público já ter apresentado seu parecer sobre os recursos, o substituto poderá divergir dele por conta da independência funcional que cada procurador da República tem.

Nos corredores da cúpula da instituição, pelo menos seis nomes são lembrados pelos colegas na bolsa de apostas para o cargo de substituto interino: os subprocuradores da República Alcides Martins, Antonio Augusto Aras, Eitel Santiago, Eugênio Aragão e Raquel Dodge. Caso o conselho não encontre um nome, a categoria será comandada pelo subprocurador Geraldo Brindeiro, que já comandou o Ministério Público nos anos do governo Fernando Henrique Cardoso e início do de Lula. Mas, mesmo diante da crise entre os pares, essa hipótese é considerada remota de ocorrer para integrantes da carreira. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, avalia a abertura de um inquérito para investigar suspeitas de irregularidades na Fundação Nacional de Saúde (Funasa) que envolvem o ministro Alexandre Padilha, um dos nomes do PT cotados para disputar o governo do Estado de São Paulo nas eleições do ano que vem. Dois convênios da Universidade de Brasília (UnB) com o Departamento de Saúde Indígena firmados em 2004 são alvo da investigação. Naquela época, Padilha comandava o órgão da Funasa e teria mantido repasses de dinheiro público para a UnB mesmo após a identificação de fraudes nos serviços.

"O atual contexto probatório dos autos indica que Alexandre Padilha possuía significativo poder de decisão sobre a política de terceirização da Funasa por via de convênios e que, efetivamente, em uma reunião ocorrida na Casa Civil da Presidência da República, foi decidida a manutenção do convênio, nada obstante as notícias de irregularidades, inclusive de falta por inexistência de serviços pelos quais houve o pagamento resultando num prejuízo de pelo menos R$ 300 mil", afirma relatório do Ministério Público no Distrito Federal.

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Em novembro de 2011, quando os procuradores concluíram que havia indícios suficientes contra Padilha, o caso acabou remetido para a Procuradoria-Geral da República, pois o petista já era ministro da Saúde e tinha prerrogativa de foro. A base da investigação é um relatório de auditoria que mostra os desvios nos convênios de saúde indígena e a terceirização dos contratos para as fundações de apoio vinculadas à UnB.

A auditoria mostra que não há comprovação da prestação dos serviços, a realização de despesas em desacordo com o contrato e gastos sem licitação. O documento associa o agora ministro a um "complexo esquema voltado para o desvio de verbas públicas da Funasa, por intermédio de convênios e subcontratações de fundações" e que foram feitos para driblar a Lei de Licitações. O suposto esquema envolvia uma triangulação com a Fundação Universidade de Brasília (FUB), destinatária final do dinheiro.

Erenice

Também foram ouvidas 19 pessoas, entre elas Padilha e a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra. O ministro é citado no depoimento de Paulo de Tarso Lustosa da Costa, ex-diretor da Funasa. Segundo ele, Padilha assinou relatórios de avaliação atestando as condições satisfatórias dos convênios. Lustosa também relata detalhes de uma reunião na Casa Civil em que Padilha e Erenice teriam designado a manutenção do convênio, mesmo com a comprovação das irregularidades.

Em outro depoimento, Otto Lamosa Berger, então diretor de Planejamento da Funasa, afirmou que "a pessoa ideal para explicar o sistema de terceirização da Funasa é o sr. Alexandre Padilha". Entre meados de 2004 e 2005, o Departamento de Saúde Indígena da Funasa estava sob o comando do atual ministro da Saúde. Os documentos mostram que Padilha pleiteou recursos, chancelou contas e aprovou a execução física dos contratos que, segundo a Procuradoria da República no Distrito Federal, causaram prejuízo aos cofres públicos e à saúde da população indígena.

Para o Ministério Público Federal, não havia amparo legal para a assinatura desses convênios porque não se referiam a ações de projetos de pesquisa, ensino e extensão e desenvolvimento institucional, base das atividades das fundações de apoio universitárias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, encaminhou parecer nesta segunda-feira (13) ao Supremo Tribunal Federal (STF) defendendo a suspensão do projeto de lei que inibe a criação de partidos. O entendimento converge com a opinião do relator do mandado de segurança, ministro Gilmar Mendes, que interrompeu o andamento do projeto a pedido do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).

O parecer ainda não foi divulgado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), mas a opinião de Gurgel pode ser conferida de forma sucinta na página do processo na internet. “Opina pelo conhecimento e concessão da segurança”, informa.

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Na semana passada, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), manifestaram ao ministro Gilmar Mendes preocupação com o que classificaram como “controle prévio” que o STF vem fazendo no processo legislativo, ao interromper a tramitação de projetos.

Já Gilmar Mendes defendeu o uso de mandado de segurança para suspender reformas legislativas em andamento no Congresso Nacional.

O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), ingressou na Procuradoria-Geral da República (PGR) com representação contra o ministro de Segurança Institucional, José Elito Carvalho, e contra o diretor da Abin, Wilson Roberto Trezza. Na petição, Caiado pediu que a PGR apure a ocorrência de crime de responsabilidade e improbidade administrativa por parte dos dirigentes do setor de inteligência do governo.

Caiado lembrou que, conforme notícias do jornal O Estado de S. Paulo dos dias 4 e 8 de abril, a Abin monitorou trabalhadores portuários, particularmente no Porto de Suape, em Pernambuco, e a ligação deles com o governador Eduardo Campos (PSB), que lidera o movimento contra a aprovação da Medida Provisória dos Portos. Campos é potencial candidato à Presidência da República no ano que vem.

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Caiado qualificou de "muito grave" a ação do governo, "porquanto o episódio revela, à primeira vista, a utilização política do aparato estatal de inteligência contra manifestações de trabalhadores".

Reproduzindo, na íntegra, as duas reportagens do Estado, o líder do DEM afirmou, na representação, que os dirigentes do setor de inteligência do governo federal cometeram crime de responsabilidade e de improbidade administrativa.

Antes, Caiado havia apresentado à Mesa da Câmara pedido de explicações ao ministro do Gabinete Institucional e à direção da Abin sobre o fato de monitorarem o movimento sindical nos portos, principalmente no Porto de Suape (PE).

Com o requerimento, Caiado quer esclarecimentos sobre quem pediu e quais os motivos de se deflagrar uma operação da Abin para monitorar os trabalhadores. Ele lembrou que há hoje uma mobilização para fazer mudanças na MP 595, conhecida por MP dos Portos, movimento encabeçado pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, provável candidato à Presidência da República em 2014.

O líder indagou ainda qual a justificativa para usar a estrutura de inteligência federal para o monitoramento, visto que, segundo a Lei 10.683/2003, a Abin deve ser acionada quando há risco de grave crise e iminente ameaça à estabilidade institucional. Caiado acrescentou que não vê, no movimento dos sindicalistas, grave ameaça à estabilidade institucional.

Caiado perguntou ainda ao ministro se a Abin grampeou os telefonemas entre Eduardo Campos e o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, movimento muito presente nos portos e também contrário à MP. "A situação descrita na reportagem (do Estado) é extremamente grave, pois sugere que a atuação do Gabinete de Segurança Institucional e da Agência Brasileira de Inteligência foi motivada com finalidade político-eleitoral", disse Caiado.

Na disputa que promete ser a mais acirrada dos últimos anos, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) vai abrir na próxima segunda-feira (11) as inscrições para os interessados em suceder Roberto Gurgel à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos próximos dois anos. À frente do comando do Ministério Público Federal desde 2009, Roberto Gurgel - que ganhou notoriedade ao conseguir a condenação de 25 réus do processo do mensalão - já avisou a pessoas próximas que não deverá tentar uma recondução, o que tem levado a uma intensa disputa pelo seu cargo nos bastidores da instituição.

Pelo menos três nomes devem entrar na disputa para a indicação: a vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat; o subprocurador-geral Rodrigo Janot; e a vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau. Os candidatos deverão se inscrever até a próxima sexta-feira (15). A campanha ocorre entre os dias 11 de março e 12 de abril e a associação agendou dois debates com os candidatos, o primeiro no dia 2 de abril, em Brasília, e o segundo no dia 10 do mês que vem, em São Paulo. A votação está marcada para o dia 17 de abril.

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Pela Constituição, cabe à presidente Dilma Rousseff fazer a indicação do procurador-geral da República. A associação dos procuradores tradicionalmente envia para o presidente da República uma lista com os três nomes mais votados numa eleição feita pela categoria. Por lei, entretanto, a presidente não é obrigada a seguir a lista sugerida pela ANPR, mas, desde a gestão Lula (2003-2010), os governos do PT têm indicado o mais votado da categoria.

Roberto Gurgel deve deixar o comando do Ministério Público em agosto. Seu sucessor deve cuidar do andamento de ações criminais de destaque no Supremo Tribunal Federal, como os recursos do julgamento do mensalão, a análise do mensalão mineiro e a denúncia por peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Até o momento, Gurgel não declarou apoio público a nenhum dos três possíveis candidatos. Segundo mais votado na última disputa, em 2011, Rodrigo Janot já ocupou cargos de destaque na categoria e, embora esteja atualmente mais distante de Gurgel, e ligado ao grupo político que fez os três últimos procuradores-gerais. Já Deborah Duprat tem, segundo colegas, destacada atuação em questões de direitos humanos. Sandra Cureau, por sua vez, ganhou projeção na carreira por sua atuação nas eleições de 2010.

O Senado aprovou nesta quinta-feira um requerimento de Fernando Collor (PTB-AL) para pedir ao Tribunal de Contas da União (TCU) que faça uma auditoria na compra de 1,2 mil tablets feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Diante de um plenário vazio, a votação do pedido foi rápida e se deu de forma simbólica.

O pedido do senador de Alagoas tem por objetivo desgastar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de quem o senador tem sido um crítico ferrenho. No dia 5 de fevereiro, o petebista chamou de "escancaradamente" dirigida a licitação da PGR para a compra dos tablets, ao custo de R$ 3 milhões. A aquisição, segundo Collor afirmara antes, ocorreu no último dia do ano passado às 16 horas. Na sessão desta quinta, o petebista não falou sobre o pedido, apenas cobrando do primeiro-vice-presidente do Senado, o petista Jorge Viana (AC), a apreciação do requerimento.

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Na concorrência pública, a Procuradoria escolheu modelos IPad 3. "Imagine o que o Ministério Público faria se o fato tivesse ocorrido no âmbito do executivo, do Legislativo ou de uma prefeitura?", questionou Collor no início do mês. Ele também classificou a licitação de "absolutamente irresponsável" e ocorrida "rigorosamente no apagar das luzes do órgão".

O senador do PTB tem questionado o trabalho do procurador-geral desde a CPI do Cachoeira, na qual acusou Gurgel de não levar adiante investigações que supostamente envolviam o ex-senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Desde então, Collor tem defendido que o Senado execute um processo de impeachment contra o chefe do MPF. A ideia ganhou força política depois que Gurgel denunciou, às vésperas da eleição para a Mesa Diretora, o atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), aliado do petebista.

Em nota divulgada no início do mês, a Secretaria de Comunicação Social da PGR informou que a opção de indicar uma marca de tablet é "admissível" pela Lei de Licitações. O órgão esclareceu que o processo de compra foi referendado pela área de tecnologia da informação do MPF e seguiu os princípios recomendados pela lei e pelo Tribunal de Contas da União (TCU). "Durante todo o processo licitatório não foi registrado qualquer pedido de esclarecimento ou impugnação. O certame teve ampla competitividade, contando com mais de 20 participantes", afirmou o órgão, ao ressaltar que o próprio TCU tem se manifestado pela "possibilidade excepcional de indicação de marca em licitações".

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