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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou liminar em duas representações em que a coligação Unidos pelo Brasil, da candidata Marina Silva (PSB), pede direito de resposta no horário de propaganda da coligação Com a Força do Povo, de Dilma Rousseff (PT).

Na primeira ação, os socialistas acusaram o PT de tentar criar um “cenário de horror” com a concessão de autonomia ao Banco Central, proposta defendida por Marina. Na representação, a coligação Unidos pelo Brasil afirmou que a propaganda petista tentou criar um “estado de pânico nos eleitores”, ao enfatizar que a consequência da autonomia ao Banco Central seria “a falta de comida na mesa da família brasileira”.

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O documento explicou ainda que a proposta defendida pelos seis partidos é de assegurar independência do BC para possibilitar ao órgão a execução da política de controle da inflação. Isso porque, de acordo com a candidata, pelo atual sistema, a instituição não teria autonomia para defender a estabilidade da moeda e seus diretores estariam sujeitos a pressões políticas.

Na decisão, o ministro Tarcísio Vieira de Carvalho Neto disse que na propaganda de Dilma não houve declarações ofensivas à candidata Marina Silva, mas apenas crítica política, por isso, “em prol da liberdade de expressão e do princípio do contraditório”, não iria deferir a liminar. Segundo ele, liminares nesses casos só são concedidas "quando for possível extrair, da afirmação apontada como sabidamente inverídica, ofensa de caráter pessoal a candidato, partido ou coligação".

Pré-sal

A segunda negativa veio do ministro Admar Gonzaga, que julgou improcedente uma representação em que Marina Silva alegou que o programa eleitoral de Dilma levou aos eleitores “conteúdo sabidamente inverídico” ao afirmar que ela seria contra a exploração do petróleo pelo pré-sal, o que causaria uma perda de R$ 1,3 trilhão que seriam destinados a investimentos na saúde.

Em sentido contrário, Marina Silva afirma na representação que o seu programa de governo prevê, expressamente, a aplicação dos recursos oriundos dos royalties de petróleo e do pré-sal em investimentos na saúde e educação. Em sentido contrário, Marina Silva afirma que o seu programa de governo prevê, expressamente, a aplicação dos recursos oriundos dos royalties de petróleo e do pré-sal em investimentos na saúde e educação.

Ao negar o pedido, o ministro destacou que a Lei das Eleições concede direito de resposta em caso de "mensagem ofensiva ou afirmação sabidamente inverídica". No entanto, para ele, não é possível extrair que a propaganda de Dilma tenha divulgado “fato sabidamente inverídico, com ofensa à imagem ou à candidatura da representante [Marina Silva]”.

No guia eleitoral desta terça-feira (9), os candidatos da coligação Unidos pelo Brasil à Presidência da República, Marina Silva e Beto Albuquerque (ambos do PSB), afastaram os boatos de que sejam contra a exploração do petróleo na camada de pré-sal. Os presidenciáveis afirmaram que defendem é a melhor utilização dos recursos que serão gerados nos próximos anos.

Candidato a vice-presidente, Albuquerque criticou a gestão do governo de Dilma Rousseff. “’Quem está colocando o pré-sal em perigo é o governo atual, que está desvalorizando a Petrobras, transformando a empresa num caso de polícia e de corrupção”, disse em referência às inúmeras denúncias contra a estatal, inclusive a mais recente que revelou que existe um esquema de desvio de dinheiros das grandes obras da Petrobras.

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“No governo de Marina, os funcionários de carreira serão valorizados, a Petrobras vai renascer e vai explorar o pré-sal em favor de todo o Brasil”, frisou Beto. “No meu governo, os recursos do pré-sal serão usados para a saúde e educação. Não para a corrupção”, salientou Marina Silva.

A socialista disse que a ideia é unir os recursos existentes com aqueles que virão com a exploração do petróleo do pré-sal para ampliar os investimentos em educação integral em todo o Brasil. “Foi divulgado o índice que mede o desempenho da educação no Brasil. Dos 27 estados brasileiros, o ensino piorou em 16. Dos que mais melhoraram, quatro são governados pelo PSB”, destacou. “Mas o estado com maior salto de qualidade é Pernambuco, que cresceu doze posições no ranking nacional. Isso é resultado de um investimento sério na educação de tempo integral. É isso que vamos fazer em todos os estados do Brasil. Investir os recursos disponíveis agora e acrescentar os que virão do pré-sal”, prometeu.

A Petrobras apresentou nesta quarta-feira (3) à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a declaração de comercialidade das acumulações de petróleo e gás de Sul de Guará, Nordeste de Tupi e Florim, áreas previstas no contrato de cessão onerosa, localizadas no pré-sal da Bacia de Santos.

De acordo com a estatal, na proposta encaminhada à ANP os nomes sugeridos para os novos campos foram Sul de Sapinhoá (Sul de Guará), Sépia (NE de Tupi) e Itapu (Florim). O volume contratado por meio da cessão onerosa para as três áreas, de 1,214 bilhão de barris de óleo equivalente, foi constatado na fase exploratória. Os reservatórios do pré-sal nestes campos são portadores de óleo de boa qualidade (entre 26° e 29° API), segundo comunicado distribuído hoje.

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A Petrobras, durante a execução do Plano Exploratório Obrigatório, adquiriu dados sísmicos 3D em todas as áreas, perfurou 3 poços obrigatórios e 2 adicionais, com o objetivo de delimitar e caracterizar os reservatórios das jazidas. Também foram realizados 3 testes de formação e 1 teste de longa duração para avaliar a produtividade dos reservatórios.

Os novos campos de Sépia e Itapu estão localizados entre 185 km e 260 km da costa do Estado do Rio de Janeiro em profundidades de água entre 1.850 metros e 2.250 metros. O Campo Sul de Sapinhoá fica a cerca de 320 km da costa do Estado de São Paulo em profundidade de água entre 2.200 metros e 2.250 metros.

"Conforme divulgado no Plano de Negócios e Gestão 2014-2018 da companhia, as áreas de NE de
Tupi (Campo de Sépia) e de Florim (Campo de Itapu) terão início de produção comercial em 2018 e 2020, respectivamente", informa a Petrobras.

A companhia está analisando as alternativas para o desenvolvimento da área de Sul de Guará (Campo de Sul de Sapinhoá) e informará a data de início de produção quando ocorrer a divulgação do Plano de Negócios e Gestão 2015-2019.

Produção

Segundo a Petrobras, as datas mencionadas de entrada em produção desses novos campos estão em revisão e poderão ser alteradas ou confirmadas quando o Plano de Desenvolvimento de cada área for submetido à ANP.

"Com a declaração de comercialidade das áreas de Sul de Guará, Nordeste de Tupi e Florim, tem prosseguimento o processo formal de revisão do contrato de cessão onerosa, que será realizado bloco a bloco, levando-se em consideração as premissas técnicas e econômicas de cada área". A expectativa é de que a revisão do contrato da cessão onerosa seja concluída em 2015, diz a empresa.

O processo de revisão está em andamento nas áreas de Franco e Sul de Tupi, cujas declarações de comercialidade foram feitas em dezembro de 2013. A Petrobras lembra, no comunicado, que de todos os blocos da cessão onerosa apenas a área denominada Entorno de Iara ainda não teve sua declaração de comercialidade efetivada, o que deve ocorrer até dezembro de 2014.

A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) rebateu a também candidata Marina Silva (PSB) nesta sexta-feira (29), em Salvador, ao falar sobre o incentivo à produção de petróleo no País. Na última quinta-feira (28), em encontro com produtores de açúcar e etanol, no interior de São Paulo, Marina havia tecido críticas à atuação do governo federal para o setor, dizendo que era "preciso corrigir políticas equivocadas que incentivaram o uso de combustíveis fósseis em vez dos renováveis no País".

Dilma classificou as críticas de Marina como "desconhecimento da realidade" e defendeu os investimentos realizados para extração de petróleo da camada pré-sal. "Quem acha que o pré-sal tem de ser reduzido não tem uma visão real do Brasil", disse a presidente. "Isso é um retrocesso e uma visão obscurantista. É um desconhecimento da realidade supor que haja, hoje, entre várias fontes de energia alternativa, alguma capaz de substituir o petróleo no campo da matriz de combustíveis, a que move o transporte. Nem o etanol, nem o biodiesel são alternativas concretas ao petróleo. Elas complementam, mas não substituem."

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A presidente comparou os dois biocombustíveis às matrizes alternativas de fornecimento de energia elétrica, como a eólica e a solar. "No Brasil, quem não investir em (usinas) hidrelétricas está alienando uma das fontes de competitividade do País, porque a alternativa à hidrelétrica não é a energia solar ou a eólica. Elas são complementares, se a opção do governo, como é o nosso caso, é pela produção de energia limpa. A alternativa à hidrelétrica é a energia de origem do petróleo, as usinas térmicas a gás e a carvão, ou, no pior dos casos, a óleo combustível."

Dilma também defendeu os prometidos legados da exploração do petróleo da camada pré-sal. "Dependendo da política que você faça, é possível transformar uma riqueza finita em passaporte para o futuro", afirmou. "Nós aprovamos no Congresso que 75% dos royalties do pré-sal e 50% do fundo social do pré-sal seriam destinados à educação. Isso representa, em 35 anos, em torno de R$ 1,3 trilhão que serão destinados para a educação."

Dilma esteve em Salvador para uma agenda mista, entre eventos oficiais e gravações para seu programa eleitoral. Como presidente, visitou as instalações da Faculdade de Tecnologia Senai Cimatec. Ela disse ter ficado "extremamente impressionada" com as pesquisas que estão sendo desenvolvidas no lugar - em especial no caso das envolvendo novos materiais, como polímeros mesclados com resíduos orgânicos, como casca de arroz e de coco. "(A unidade) tem um nível de laboratórios capaz de modernizar o padrão da indústria", disse.

No mesmo local, a presidente gravou imagens com estudantes da instituição. Depois, seguiu para o Pelourinho, onde voltou a produzir materiais para sua campanha política e recebeu uma homenagem do movimento negro, na sede do bloco Olodum, por ter sancionado uma lei em 2011 que reconhece como heróis nacionais os líderes da Revolta dos Búzios, também conhecida como Revolta dos Alfaiates e Conjuração Baiana. Ocorrido em agosto de 1798, o movimento protestava por melhores condições de vida.

As regras do modelo de partilha, que estabelecem a Petrobrás como operadora única e com ao menos 30% de participação nos consórcios das áreas do pré-sal, representam uma "armadilha financeira" para a estatal. A avaliação é do líder da KPMG, Manuel Fernandes, que também é presidente do Comitê de Energia da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham), que realizou ontem (25) conferência sobre o assunto.

"Ela (Petrobrás) tem muita competência e capacidade, mas o fato de operar 30% no mínimo gera uma dificuldade de previsibilidade no mercado. Quando você vê o tamanho da conta que precisa ser investida, essas coisas são contraditórias", avalia Fernandes. "É uma armadilha financeira para a Petrobrás", afirmou.

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As críticas partiram também do presidente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Eloi Rodriguez. Segundo ele, com o atual modelo, os leilões não geram interesse para investidores e por isso só contarão com uma oferta, como aconteceu com a área de Libra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As áreas do pré-sal já contratadas e descobertas contêm um volume de petróleo recuperável entre 28 bilhões e 35 bilhões de barris de óleo equivalente, segundo estimativas da Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA), estatal criada para gerir e fiscalizar as áreas pertencentes à União. Esse volume representa um terço do total estimado para as reservas de petróleo em águas profundas do País.

De acordo com o presidente da estatal, Oswaldo Pedrosa, o volume já contempla as áreas contratadas sob regime de partilha, cessão onerosa o e também por contratação direta. Além disso, compõem as reservas áreas onde o óleo já foi identificado, mas situado em regiões que fogem ao escopo do contrato vigente. Elas são alvo de unitização, processo de revisão do contrato pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

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"São números que apresentamos referentes ao que já foi descoberto e inclui todas as áreas contratadas", afirmou Pedrosa durante conferência realizada pela Câmara Americana de Comércio do Rio de Janeiro (Amcham). "É um potencial incrível e os leilões que vierem a acontecer não serão como Libra, com poços perfurados anteriormente", ressaltou.

Para efeito de comparação, a Petrobrás possui em reservas provadas cerca de 16 bilhões de barris. Somente a área de Libra, única do pré-sal que passou por um leilão, tem reservas estimadas entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris recuperáveis e custou ao consórcio vencedor R$ 15 bilhões de bônus de assinatura.

Os volumes citados pelo executivo também compreendem os 5 bilhões do contrato de cessão onerosa nas áreas de Florim, Nordeste de Tupi, Entorno de Iara e Búzios. Em junho, a Petrobrás foi contratada diretamente, sem licitação, para operar volumes excedentes nessas mesmas áreas. Esse volume adicional está estimado em 9,8 bilhões e 15,2 bilhões de barris.

Unitização

Ao todo, essas áreas já contratadas somam 32,2 bilhões de barris recuperáveis, segundo estimativas da ANP. Os volumes adicionais (2,8 bilhões de barris) estariam localizados em áreas já descobertas, mas ainda sem contratação específica.

Nesse volume adicional também estão compreendidas nove áreas da Bacia de Santos que passam por processo de unitização pela agência, como Sapinhoá, Lula, Tartaruga Mestiça, operados pela Petrobrás, e Gato do Mato, operado pela Shell. Nessas áreas, as operadoras identificaram óleo em reservas que excedem os limites estabelecidos na concessão, alcançando áreas ainda não licitadas.

Há casos em que as operadoras descobrem volumes também na camada do pré-sal, que pertence à União e possui marco regulatório específico. "Avançamos no acordo de confidencialidade para Gato do Mato e também em Lula e Tartaruga Mestiça. Assim, verificamos o que tem ali, o quanto se estende para áreas da União", explicou Pedrosa.

Segundo ele, a primeira área a concluir o processo deverá ser Lula, operada pela Petrobras. Ainda não há uma definição sobre o destino final desse volume que excede os limites contratuais das áreas. "Pode vir a leilão ou por contratação direta", afirmou o executivo. Pedrosa afirmou, porém, não ver necessidade de uma contratação direta da Petrobrás. Em junho, a estatal recebeu, sem licitação, os volumes excedentes das áreas de Entorno de Iara, Florim, Nordeste de Tupi e Búzios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As regras do modelo de partilha, que estabelecem a Petrobras como operadora única e com ao menos 30% de participação nos consórcios das áreas do pré-sal, representam uma "armadilha financeira" para a estatal. A avaliação é do líder da KPMG, Manuel Fernandes, que também é presidente do Comitê de Energia da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham), que realiza nesta sexta-feira, 25, a conferência "Libra: repercussões para o mercado e o que esperar do novo modelo de partilha".

"Ela tem muita competência e capacidade, mas o fato de operar 30% no mínimo gera uma dificuldade de previsibilidade no mercado. Quando você vê o tamanho da conta que precisa ser investida, essas coisas são contraditórias", avalia Fernandes. "É uma armadilha financeira para a Petrobras", afirmou.

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As críticas partiram também do presidente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), Eloi Rodriguez. Segundo ele, com o atual modelo, os leilões não geram interesse para investidores e por isso só contarão com uma oferta, como aconteceu com a área de Libra. Leiloada em novembro, a primeira área do pré-sal recebeu apenas a oferta do consórcio formado por Petrobras, Shell, Total e as chinesas CNPC e CNOOC. "Só vai ter oferta de quem a Petrobras escolher. A operadora é única, não tem escolha", avaliou.

O presidente da PPSA, estatal que fiscaliza a exploração nas áreas do pré-sal, Oswaldo Pedrosa, rebateu as críticas e afirmou que o tema é "página virada". "A lei foi discutida no Congresso. Agora, isso tem que ser levado para frente. Novos leilões vão acontecer, e não devem ser como Libra, que é sem igual no mundo todo. A atratividade dos leilões é imensa", garantiu.

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) divulgou nesta sexta-feira (18) um acordo firmado com a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) para troca de informações e dados sobre a produção nas áreas do pré-sal. O acordo foi fechado na quinta-feira (17) e prevê também o compartilhamento de informações sobre as exigências de conteúdo local na exploração do petróleo nas águas profundas.

De acordo com o comunicado, as instituições farão "esforços conjuntos" para criar um sistema de gestão dos dados. "A cooperação técnica entre ANP e PPSA persistirá enquanto estiverem em vigor os contratos de partilha ou existirem acordos de individualização da produção em áreas não contratadas", informa a nota.

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O acordo também prevê a troca de relatórios e informações sobre a fiscalização das atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural.

Os contratos futuros de petróleo bruto operam em queda nesta quinta-feira, com a retomada de exportações da commodity na Líbia, aumentando a oferta no mercado. O maior campo do país, o Sharara de 340 mil barris por dia, voltou a produzir após a suspensão de ordem de força maior em dois terminais no leste líbio, que respondem por quase metade da capacidade de exportações de óleo no país.

Mais cedo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) disse que demanda global da commodity deve aumentar em 1,13 milhões de barris por dia neste ano, enquanto a produção entre os membros da organização caiu 79 mil barris por dia, para 29,7 milhões de barris por dia, em junho.

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Às 8h51 (de Brasília), o contrato de Brent para entrega em agosto no ICE recuava 0,06%, para US$ 108,20 por barril. O petróleo para o mesmo mês negociado na Nymex cedia 0,29%, a US$ 102,04 por barril.Fonte: Dow Jones Newswires.

Uma nova contratação direta da Petrobras pela União para produzir no pré-sal está em estudo pelo governo. Modelo semelhante foi adotado para a produção de quatro áreas da Bacia de Santos - Búzios, Florim, Nordeste de Tupi e Entorno de Iara -, anunciado em 24 de junho. O broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que está em análise agora repetir o modelo em áreas remanescentes do Entorno de Iara, que hoje estão com a União.

Para garantir a capacidade financeira para assumir novas áreas, a Petrobras, que amarga um elevado endividamento, poderia recorrer a financiamento de companhias e bancos de fomento chineses. A alternativa ainda não está fechada, mas faz parte das possibilidades avaliadas.

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Essas áreas que extrapolam os limites do Entorno de Iara estão com a União e não chegaram a ser incluídas em licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Atualmente, são duas as possibilidades de contratação das reservas do pré-sal em estudo: por meio da licitação, que geraria um contrato de partilha em que parte da produção vai para a Petrobras e sócios e a outra para a União; ou por meio de contratação direta.

A visão do governo é que essa última opção poderia potencializar a estatal, à medida que aumenta as suas possibilidades de produção. Com isso, a empresa ficaria mais robusta para conseguir obter linhas diferentes de financiamento para a expansão de seus negócios. Uma alternativa que tem sido vista com bons olhos para custear investimentos em projetos no pré-sal seria recorrer a bancos e estatais de petróleo chinesas, que receberiam participação no óleo produzido.

"Em qualquer lugar do mundo, a assimilação de reservas é tida como uma boa notícia, que fortalece o caixa da companhia", diz a fonte, que não vê, por isso, dificuldade de a estatal custear os projetos no pré-sal. "O que a Petrobras fará para liberar o seu caixa é um desafio para a empresa. Mas, certamente, ela saberá o que fazer", complementa. Procurada, a Petrobras não se pronunciou sobre o caso.

A opção por uma cessão onerosa, em que a Petrobras é capitalizada pelo seu sócio majoritário, o governo, para ressarci-lo pelas reservas, já está descartada, segundo a fonte. A cessão onerosa foi utilizada para que a Petrobras adquirisse o direito de produzir 5 bilhões de barris de óleo equivalentes (boe) no pré-sal nas mesmas quatro áreas. No último dia 24, a produção do volume excedente dessas áreas já foi alvo de contratação direta da Petrobras pela União.

Em junho, a agência reguladora autorizou o adiamento do processo de exploração do Entorno de Iara por cerca de quatro meses. A medida estabeleceu que a Petrobras terá até 31 de dezembro para declarar a comercialidade da área. Dessa forma, há convergência entre os estudos de Iara e seu Entorno, fundamental para o entendimento dos limites das reservas. Será a partir dessas informações que o governo poderá definir exatamente a forma de contratação para as áreas remanescentes.

A maior parte da área de Iara, localizada a 300 km ao sul do Rio, integra o bloco BM-S-11, da segunda rodada da ANP, realizada em 2000. A descoberta do óleo só aconteceu em 2008 e no período exploratório, parte do bloco foi devolvido à ANP pelo consórcio vencedor, formado por Petrobras (65%), Galp (10%) e BG (25%). O bloco foi, então, dividido em dois (Tupi e Iara) e na região entre os dois blocos está situado o Entorno de Iara e as áreas remanescentes.U

A presidente Dilma Rousseff aproveitou a cerimônia de formatura de alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec), em Vitória (ES), para destacar a marca de 500 mil barris de petróleo retirados do pré-sal por dia. "Nas últimas semanas, o Brasil atingiu uma meta que levou 31 anos para atingir no passado", disse, referindo-se à produção total da Petrobras.

Segundo a presidente, por conta do "avanço" da Petrobras e da "competência" dos trabalhadores brasileiros, "agora fizemos esse percurso (produção) em três anos". Dilma lembrou que o governo pode por lei contratar a Petrobras para explorar o pré-sal e que isso foi feito. "Contratamos a Petrobras para explorar entre 10 bilhões a 14 bilhões em barris equivalentes em petróleo", afirmou.

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A presidente destacou que esse volume será adicionado à reserva de 18 bilhões de barris de óleo que a Petrobras já possuía. "A coisa mais valorizada em uma empresa é a reserva. A Petrobras tinha 18 bilhões de barris petróleo de reserva e nós atribuímos mais 14 bilhões", reforçou.

Dilma exaltou a decisão de destinar 75% dos royalties do petróleo e 50% do fundo social para a educação. "Em 35 anos, teremos quase R$ 1 trilhão destinado para a educação", afirmou. Segundo ela, isso não vai apenas garantir a continuidade do Pronatec, mas vai garantir a melhoria da qualidade. "Na segunda fase do Pronatec queremos melhorar os institutos federais de educação", afirmou.

A presidente encerrou o discurso citando os 9,519 milhões de inscritos no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) para avaliar que nem todos terão vagas nas universidades públicas. "Por isso, fizemos o Prouni (Programa Universidade para Todos) para garantir o estudo em universidades privadas e o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) para o pagamento depois de formado", disse. "Temos ainda de aumentar o número de brasileiros que fazem cursos técnicos e universitários no exterior. E, por isso, é fundamental o recurso do petróleo", concluiu.

A Petrobras vai gastar US$ 1 bilhão para perfurar poços e delimitar as reservas recém-contratadas pela União, sem licitação, explicou o diretor de Exploração e Produção, José Formigli, em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (1), ao lado da presidente da estatal, Graça Foster. Segundo ele, a partir do conhecimento mais detalhado das quatro áreas do pré-sal da Bacia de Santos - Búzios, Entorno de Iara, Florim e Nordeste de Tupi -, a Petrobras conseguirá determinar a reserva com mais precisão. Atualmente, a previsão é de um potencial de reserva de 9,8 bilhões de boe/dia a 15,2 bilhões/boe.

Formigli informou ainda que a estatal precisará de dez plataformas de produção nas quatro áreas. No entanto, se a produção se mostrar mais promissora, novas unidades poderão ser contratadas. (Fernanda Nunes - fernanda.nunes@estadao.com e Antonio Pita - antonio.pita@estadao.com)

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Pagamento

Graça Foster informou que espera que até dezembro do ano que vem a União se decida sobre as condições de pagamento pela Petrobras pelas quatro áreas do pré-sal contratadas diretamente à estatal. Resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) prevê duas possibilidades de pagamento.

A primeira condição estabelece porcentuais de pagamento ao governo de parte dos ganhos, o lucro-óleo previsto no contrato de partilha, à medida que os projetos forem avançando. A segunda condição prevê porcentuais menores que os primeiros de pagamento à União, mas com a antecipação de desembolsos em moeda corrente, no período de 2015 a 2018, antes mesmo que o óleo seja extraído.

Em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o secretário-executivo de Petróleo e Gás da Petrobras, Marco Antônio Almeida, informou que a posição do governo será pela antecipação do pagamento.

A produção de petróleo da Petrobras no Brasil atingiu a média de 1,975 milhão de barris/dia (bpd) em maio, superando em 2,2% a produção de abril. Conforme o comunicado divulgado nesta terça-feira (1°), incluída a parcela operada pela estatal para seus parceiros no Brasil, o volume atingiu a marca de 2,092 milhões bpd, 2,9% acima do volume produzido no mês anterior.

A produção de petróleo e gás natural da empresa no Brasil, no mesmo mês, foi de 2,387 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), alta de 2,2% em relação a abril. Incluída a parcela operada pela Petrobras para as empresas parceiras no Brasil, o volume atingiu a marca de 2,558 milhões boed, 2,9% acima da produção alcançada em abril.

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Segundo o comunicado da estatal, contribuíram para o aumento da produção a entrada em operação de novos poços nas plataformas P-58 (Parque das Baleias), P-63 (Papa-Terra) e P-55 (Roncador) e o início da produção da plataforma P-62 (Roncador), todos na Bacia de Campos. A essa última plataforma serão interligados, nos próximos meses, 22 poços, sendo 14 produtores de petróleo e gás e oito injetores de água. Do tipo FPSO (unidade que produz, armazena e transfere petróleo, na sigla em inglês), essa unidade tem capacidade para processar, diariamente, até 180 mil barris de petróleo e 6 milhões de metros cúbicos de gás natural.

Pré-sal

A Petrobras informou ainda que, no pré-sal das bacias de Santos e Campos, o aumento da produção, em maio, foi de 8,8%, atingindo um volume de 447 mil bpd, configurando mais um recorde mensal. No dia 31 de maio, a produção do pré-sal bateu recorde diário, chegando a 482 mil bpd. Esses volumes incluem a parte operada pela Petrobras para seus parceiros.

Mais cedo, a companhia já havia informado que a produção de petróleo nos campos operados pela Petrobras na chamada província do pré-sal nas bacias de Santos e de Campos superou a marca dos 500 mil barris por dia (bpd) - atingindo 520 mil bpd no dia 24 de junho - o que configura novo recorde de produção diária.

"Os recordes no pré-sal são consequência do crescimento da produção da plataforma P-58 e ao excelente desempenho dos demais poços produtores daquele horizonte, com destaque para os campos de Lula e Sapinhoá, onde vazões acima de 30 mil bpd por poço vêm sendo obtidas com frequência", diz a estatal, no comunicado.

A produção de petróleo da Petrobras no Brasil atingiu a média de 1,933 milhão de barris por dia (bpd) em abril, superando em 0,4% a produção de março, que foi de 1,926 milhão bpd. Incluindo-se a parcela operada pela Petrobras para seus parceiros no Brasil, atingiu 2,034 milhões bpd, que indica um aumento de 0,4 % na comparação com o mês anterior, informou a empresa em comunicado.

A produção de petróleo e gás natural da empresa no Brasil, em abril, foi de 2,335 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), acima do volume produzido em março (2,331 milhões boed). Se incluída a parcela da produção operada pela Petrobras para suas parceiras no Brasil, atingiu a marca de 2,487 milhões boed, 0,2% acima da produção alcançada em março.

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Pré-sal

No pré-sal das bacias de Santos e Campos, o aumento da produção em abril foi de 4%, chegando a um volume de 411 mil bpd, o que configurou novo recorde mensal. Em março, a produção média mensal do pré-sal, incluído o volume próprio e o operado para seus parceiros, foi de 395 mil bpd.

De acordo com a empresa, no dia 15 de abril foi batido recorde diário de produção no pré-sal, com o patamar de 428 mil barris por dia. Em 18 de abril, novo recorde diário de produção foi atingido, com a extração de 444 mil barris diários, devido ao crescimento da produção da plataforma P-58 e da entrada de novo poço ligado à boia de sustentação de riser (BSR) instalada no campo de Sapinhoá. No dia 11 de maio esse recorde diário foi novamente superado, quando a produção no pré-sal alcançou 470 mil barris por dia.

"Esse resultado se deveu à entrada em operação, no dia 9 de maio, do poço 7-LL-22D-RJS, interligado ao FPSO (navio-plataforma) Cidade de Paraty, no campo de Lula, por meio de uma boia de sustentação de risers (BSR), tecnologia pioneira de sustentação de tubulações por meio de boias submersas." Trata-se do terceiro poço interligado utilizando a tecnologia BSR e o primeiro conectado ao FPSO Cidade de Paraty.

Em abril, a produção de gás da Petrobras somou 64 milhões de metros cúbicos, mesmo nível do mês anterior. Incluída a parcela operada pela Petrobras para as empresas associadas, o volume alcançou 72,080 milhões, em linha com o volume de março. A exportação do gás produzido pelo FPSO Cidade de São Paulo começou a ocorrer a partir de abril.

Produção no exterior

A extração total de petróleo e gás natural no exterior, em abril, foi de 225,4 mil boed, aumento de 2,7 % em relação aos 219,6 mil boed produzidos no mês anterior. A produção de petróleo foi de 128,9 mil bpd, 1,6 % acima dos 126,9 mil bpd produzidos em março.

Já a produção de gás natural foi de 16,395 milhões m3/d, 4,1% acima dos 15,744 milhões m3/d produzidos em março. Esse incremento na produção de petróleo e gás natural em abril resulta principalmente da entrada de novos poços no Campo de Kinteroni, Lote 57, no Peru, segundo comunicado.

"Acrescentado o volume produzido no exterior, a produção total da Petrobras de petróleo e gás em abril chegou a 2,560 milhões boed, 0,4 % acima do volume extraído no mês anterior, que foi de 2,550 milhões boed."

A Petrobras informou que a produção de petróleo nos campos operados pela companhia, na chamada Província Pré-Sal, nas Bacias de Santos e Campos, superou, no último dia 11 de maio, o patamar de 470 mil barris de petróleo por dia (bpd), o que representa um novo recorde de produção diária.

Esse patamar foi atingido com a produção de 24 poços, sendo nove provenientes da Bacia de Santos. Com isso, a produtividade média por poço no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos alcançou 28 mil barris de petróleo por dia (bpd), um aumento de quase 30% na comparação com fevereiro de 2013, quando foi alcançado o recorde de produção diária de 300 mil bpd.

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Segundo comunicado, esse resultado se deve à entrada em operação, no último dia 9 de maio, do poço 7-LL-22D-RJS. Esse poço, com vazão atual de 31 mil bpd, está interligado ao FPSO (navio-plataforma) Cidade de Paraty, no campo de Lula, através de uma Boia de Sustentação de Riser (BSR). "Por meio dessa tecnologia pioneira, o trecho ascendente das tubulações de produção é sustentado por uma boia submersa. Trata-se do terceiro poço interligado utilizando a tecnologia BSR e o primeiro conectado ao FPSO Cidade de Paraty", acrescentou a estatal.

A primeira boia, instalada no FPSO Cidade de São Paulo, no campo de Sapinhoá, possui dois poços em produção. O primeiro poço tem produção de aproximadamente 36 mil bpd. O segundo poço desta BSR foi interligado no início de abril e está produzindo 35 mil bpd. A instalação da terceira boia, também no FPSO Cidade de São Paulo, e da quarta boia, no FPSO Cidade de Paraty, foi concluída em abril e maio, respectivamente.

Ao longo dos próximos meses, novos poços serão interligados aos FPSOs Cidade de São Paulo e Cidade de Paraty por meio das BSRs, com o atingimento da capacidade máxima de produção dessas plataformas - que é de 120 mil bpd - ainda no terceiro trimestre, de acordo com a Petrobras.

O campo de Lula é operado pela Petrobras (65%), em parceria com a BG E&P Brasil Ltda (25%) e a Petrogal Brasil S.A. (10%). O campo de Sapinhoá é operado pela Petrobras (45%), em parceria com a BG E&P Brasil Ltda. (30%) e a Repsol Sinopec Brasil S.A. (25%).

A exploração de petróleo na camada pré-sal apresenta inúmeras oportunidades de desenvolvimento tecnológico para o País, afirmou nesta segunda-feira (12), o presidente da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), Oswaldo Pedrosa Júnior, em discurso na abertura do XXVI Fórum Nacional, no Rio. "Existem inúmeras oportunidades de desenvolvimento tecnológico. O pré-sal está entre os mais complexos da indústria do petróleo, temos que trabalhar no desenvolvimento de tecnologia", disse Pedrosa.

O presidente da PPSA lembrou ainda que o pré-sal é uma grande oportunidade para elevar a receita fiscal do governo, além de propiciar o desenvolvimento da indústria nacional, com a consolidação do complexo produtivo da cadeia de petróleo e gás. Ele lembrou que os campos do pré-sal já descobertos encontram-se em desenvolvimento acelerado e que a exploração dos poços já alcançou 428 mil barris por dia em abril. Em 2020, a expectativa é que essa produção seja superior a quatro milhões de barris por dia, provenientes, majoritariamente, das bacias de Campos e Santos.

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O executivo ressaltou que os recursos recuperáveis do Brasil são da ordem de 106 bilhões de barris de petróleo, sendo 72% provenientes das bacias de Campos e Santos, principalmente da camada pré-sal. Pedrosa afirmou ainda que a PPSA está focada no momento na gestão do contrato do Campo de Libra e na representação da União quando há descobertas em áreas ainda não contratadas do pré-sal.

Sofrendo grande pressão sobre sua gestão, entre denúncias de irregularidades e alto endividamento, e com prazo apertado para ampliar a produção, a Petrobras optou por devolver a área em que realizou a primeira perfuração do pré-sal. O bloco BM-S-10, na Bacia de Santos, foi entregue no último mês à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), após a estatal não ter cumprido os prazos para declaração de comercialidade da área.

É a primeira vez que a companhia devolve uma área de pré-sal. A decisão foi vista pelo mercado como um sinal de que a estatal está revendo suas prioridades de exploração para cumprir os investimentos previstos. A meta é dobrar sua produção até 2020, atingindo quatro bilhões de barris de óleo por dia. Para tanto, a companhia já revê a política de conteúdo local com objetivo de acelerar a entrega de embarcações para a campanha exploratória.

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Em nota, a estatal informou que seus estudos indicaram a "inviabilidade" do desenvolvimento econômico do bloco. A descoberta do óleo no bloco foi anunciada em 2005, na área chamada de Parati, próxima aos campos de Lula e Sapinhoá. Na época, a Petrobras havia avaliado o óleo como de boa qualidade, leve e de maior valor comercial. A descoberta foi feita por amostragem em poços com profundidade de mais de 5 mil metros.

Pelo cronograma, ela deveria apresentar até 2012 os estudos sobre dimensão e características do reservatório para, em seguida, declarar a comercialidade. Segundo a ANP, isto não foi feito e o bloco retomou ao portfólio da agência reguladora, podendo ser concedido a outro consórcio interessado.

"Nesse momento, a Petrobras tem muita coisa para fazer, o que demanda muito investimento e também mão de obra e equipamentos. Então ela pode estar traçando prioridades para as áreas onde considera mais interessante", avalia o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie). "A sua situação econômica gera uma pressão para refinar essas prioridades", completa.

O consultor também destaca que as parceiras também enfrentam situações econômicas difíceis no mercado internacional. O consórcio era formado pela Petrobras (65%) com as empresas portuguesas BG (25% ) e Partex (10%). O contrato para exploração da área foi assinado com a ANP em 2001, na segunda rodada de licitações da agência.

"A perfuração dos poços levou um ano em função das dificuldades da área, que tem uma camada muito espessa de sal", avalia o geólogo Carlos Jorge Abreu, professor da UNB especialista em petróleo. "Houve tempo suficiente para ter uma solução para a área. Tudo indica que não era interessante, para a empresa, desenvolver esse bloco, talvez por razões econômicas", completa.

Em nota, a estatal informou que analisou as informações sobre a área em conjunto com as empresas parceiras. A avaliação era que os reservatórios tinham natureza "heterogênea e desconectada" o que "inviabilizava a implantação de projeto para o desenvolvimento econômico dessa descoberta".

O diretor-geral da petroleira francesa Total no Brasil, Denis Besset, disse nesta quarta-feira (9), que o pré-sal brasileiro pode levar o dobro do tempo para ser explorado e desenvolvido por causa da exigência da Lei de Partilha de que a Petrobras seja operadora única.

"O que se poderia fazer em 15 anos vai se fazer em 30 anos ou mais", disse, em mesa-redonda no IX Fórum Ibef de Óleo e Gás, promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef) no Rio. "É uma lei que não favorece a otimização do desenvolvimento do pré-sal."

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O atraso acontecerá basicamente pelas limitações de investimento da Petrobras. O presidente da BG no Brasil, Nelson Silva, também fez coro e disse que esta é uma posição da indústria, já manifestada inclusive pelo Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP).

Besset também reclamou do custo Brasil, que segundo ele pode sufocar a indústria nacional. E criticou as regras punitivas para descumprimento das normas de conteúdo local. O executivo propõe que as multas, caso aplicadas, sejam revertidas para o desenvolvimento da cadeia de fornecedores, em vez de serem remetidas ao governo.

"O sistema existente é punitivo. Se não se cumpre, paga-se uma multa forte, de centenas de milhares de reais. Poderia haver uma obrigação de se investir na cadeia de investidores."

O secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Almeida, disse na tarde desta quarta-feira (2) que novos leilões para exploração de petróleo e do pré-sal só devem ocorrer em 2015.

Segundo ele, além da análise sobre eventuais blocos a serem licitados, existem prazos para obtenção de licenças de órgãos ambientais que dificultam a realização de certames ainda em 2014. "Vamos fazer novos leilões, e até daria para ser este ano, mas há toda uma questão de prazos que tornam mais provável que novos leilões ocorram só no ano que vem", disse Almeida ao chegar ao Ministério.

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De acordo com o secretário, as eleições no segundo semestre não têm impacto no cronograma de leilões que o governo ainda irá definir.

O governo está com enormes dificuldades para emprestar R$ 3 bilhões, com juros subsidiados, para empresas nacionais desenvolverem máquinas, equipamentos e soluções técnicas para o setor de petróleo e gás. Não porque as empresas não tenham condições, mas porque as próprias companhias, todas fornecedoras da Petrobras, têm engavetado projetos de inovação diante do quadro de dificuldades de caixa da estatal. Desse bolo financeiro, o governo hoje vislumbra desembolsar apenas cerca de R$ 500 milhões, ou 16% do total.

Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, a Petrobras tem acenado a seus fornecedores uma disposição menor de adquirir as inovações que serão geradas a partir dos projetos financiados pelo programa Inova Petro 2, lançado em janeiro pelo governo. Em fase de recebimento das cartas de manifestação de interesse, o Inova Petro 2 foi alvo de interesse de uma carteira de quase R$ 14 bilhões em projetos das empresas, que, no entanto, estão reticentes em tomar o dinheiro, ainda que a custo subsidiado.

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Gerido pelo BNDES, pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pela Petrobras, o Inova Petro 2 conta com R$ 3 bilhões para serem emprestados, a juros abaixo do praticado no mercado, para o desenvolvimento de instalações submarinas, processamento de superfície, reservatórios e poços. O governo quer analisar as propostas e liberar o recurso em 2015, de forma a gerar resultado sobre a cadeia produtiva quando a exploração do pré-sal estará a todo vapor no País.

Na gaveta

Sob a condição de anonimato, representantes de duas fornecedoras da Petrobras afirmaram que têm projetos prontos, mas que, no momento, eles ficarão guardados. "O quadro do setor não é de estagnação, mas também não há aquele crescimento vistoso que prevíamos para este início de ano. Vamos esperar para ver", afirmou um empresário.

Em nota, a Petrobras informou que apoia o Inova Petro 2, mas que a decisão de participar "compete exclusivamente às empresas". Segundo a estatal, interessados têm até 24 de abril para aderir.

A primeira fase do programa Inova Petro, lançada em agosto de 2012, também não atingiu as expectativas do governo, embora o resultado final tenha sido melhor. BNDES e Finep ofereceram R$ 3 bilhões em crédito subsidiado naquela oportunidade. O valor contratado foi inferior ao total, ainda que tenha ficado próximo do teto - foram R$ 2,75 bilhões distribuídos entre 38 empresas e 15 Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs).

Entre as vitoriosas na chamada pública estavam grandes empresas como Evonik, Mectron (do grupo Odebrecht), Radix Engenharia, TMSA e Imep, entre outras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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