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A Petrobras informou nesta sexta-feira, 7, a conclusão da perfuração de dois poços localizados em áreas da Cessão Onerosa, na Bacia de Santos. Os resultados obtidos, de acordo com a petroleira, comprovaram a descoberta de óleo de boa qualidade nos reservatórios do pré-sal, nas áreas denominadas Florim e Entorno de Iara.

Conforme havia sido antecipado pelo Broadcast na quarta-feira (5), o poço 3-BRSA-1215-RJS (3-RJS-725), conhecido como Florim 2, localiza-se em profundidade d'água de 1.972 metros, a uma distância de 7 km ao norte do descobridor e a cerca de 200 km da costa do Estado do Rio de Janeiro. A descoberta do óleo foi realizada em reservatórios carbonáticos de excelente qualidade, situados logo abaixo da camada de sal, a partir da profundidade de 5.412 metros, tendo atingido a profundidade final de 5.679 metros.

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O segundo poço, denominado 3-BRSA-1172-RJS (3-RJS-722), conhecido como Entorno de Iara 2, localiza-se em profundidade d'água de 2.249 metros, a uma distância de 7 km a noroeste do descobridor e a cerca de 225 km da costa do Estado do Rio de Janeiro. A descoberta no Entorno de Iara 2 foi a partir da profundidade de 5.116 metros e foi constatada uma expressiva coluna de óleo com 526 metros de espessura. A perfuração do poço Entorno de Iara 2 foi concluída na profundidade de 5.907 metros, após atingir os objetivos previstos pelo contrato de Cessão Onerosa. A Petrobras ainda informou que a fase exploratória dessas áreas tem término previsto para setembro de 2014. Pelo contrato da Cessão Onerosa, a estatal poderá declarar comercialidade da área até essa data.

A Petrobras informou nesta quarta-feira (5) que a produção de petróleo nos campos operados pela companhia no pré-sal atingiu, no último dia 27 de fevereiro, a marca de 412 mil barris de petróleo, novo recorde de produção diária. "Essa marca, obtida com apenas 21 poços produtores, evidencia a elevada produtividade dos campos do pré-sal", disse a estatal, em nota.

No último dia 18 de fevereiro, a companhia colocou em operação o primeiro poço a produzir por meio da Boia de Sustentação de Risers (BSR), no FPSO Cidade de São Paulo, tecnologia tida pela estatal como inovadora, alcançando a expressiva marca de 36 mil barris de petróleo por dia (bpd).

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A Sete Brasil celebra nesta quarta-feira (22) a chegada no Brasil do casco da primeira sonda para o pré-sal a ser montada no País. O casco da sonda "Urca" veio de Cingapura e a partir de agora receberá a montagem de partes da estrutura superior, já em fabricação no Brasil, no estaleiro Brasfels, da Keppel Offshore. O evento acontece no estaleiro da Keppel, em Angra dos Reis. A Sete tem 29 sondas em seu portfólio, sendo 28 com contrato de afretamento para a Petrobras. O investimento total é de US$ 25,6 bilhões.

Apesar de ser a primeira a iniciar a montagem no Brasil, esta é a segunda sonda no cronograma de entrega da Sete Brasil. A Urca está prevista para ficar pronta em dezembro de 2015, com início de contrato com a Petrobras em meados de 2016. A primeira sonda prevista a ser entregue, em junho de 2015, é a Arpoador, a ser feita pelo estaleiro Jurong.

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A Petrobras informou nesta quarta-feira (15), que suas reservas provadas no pré-sal em 2013 cresceram 43% quando comparadas ao ano de 2012. Segundo o comunicado da estatal, desde 2007 a companhia vem incorporando volumes crescentes às suas reservas provadas oriundas da camada pré-sal, que se estende do sul do estado do Espírito Santo até o estado de Santa Catarina.

Ainda conforme a nota, atualmente, mais de um quarto das reservas provadas da Petrobras são provenientes do pré-sal. "Em 2013, a perfuração de 42 poços nesta camada do pré-sal, associada ao excelente desempenho das plataformas em produção nas Bacias de Campos e Santos permitiu este crescimento de reservas em 43%", afirma a estatal. "É importante destacar que o aumento das reservas ocorre em paralelo com uma produção crescente na camada do pré-sal", acrescenta.

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A estatal destaca que, no último dia 13, entrou em operação, com uma produção de 28 mil barris de petróleo por dia, o segundo poço produtor da plataforma Cidade de Paraty, no campo de Lula, totalizando 58 mil barris de petróleo por dia nesta plataforma. "Em decorrência, em 14 de janeiro de 2014, alcançou-se um novo recorde diário, no qual a produção de petróleo operada pela Petrobras no pré-sal superou o patamar de 390 mil barris de petróleo por dia", afirma. "O recorde anterior foi estabelecido em 24 de dezembro de 2013, com 371 mil barris de petróleo por dia."

Além disso, segundo a Petrobras, das duas bacias em produção do pré-sal, a de Campos e a de Santos, esta última contribui com 51% deste recorde de 390 mil barris de petróleo por dia, com a operação de nove poços produtores, "comprovando a elevada produtividade dos campos descobertos na camada pré-sal".

A Petrobras ressalta ainda produtividade média por poço em operação comercial, no Polo Pré-sal da Bacia de Santos, tem sido da ordem de 25 mil barris de petróleo por poço por dia, "maior do que a registrada no Mar do Norte (15 mil barris de petróleo por poço por dia) e no Golfo do México (10 mil barris de petróleo por poço por dia)". A produção acumulada nos campos da camada pré-sal, iniciada em 2008, já ultrapassou a marca de 290 milhões de barris de óleo equivalente (boe). "Desta forma, alcançamos em 6 anos de produção no pré-sal quase o dobro da acumulada em 35 anos de produção do campo de Garoupa (156 milhões de barris de óleo equivalente), localizado na Bacia de Campos."

A estatal afirma também que, em 2014, no Polo Pré-sal da Bacia de Santos, 17 novos poços serão interligados às plataformas já instaladas. No segundo semestre de 2014, diz a Petrobras, duas novas plataformas entrarão em produção no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos: a plataforma de Cidade de Ilhabela no campo de Sapinhoá Norte, e a plataforma de Cidade de Mangaratiba no campo de Iracema Sul, acrescentando 300 mil barris de petróleo por dia na capacidade de produção instalada no Pólo Pré-sal da Bacia de Santos. Nestas duas novas plataformas serão interligados outros cinco novos poços em 2014.

"A entrada em operação destas duas novas plataformas (Cidade de Ilhabela e Cidade de Mangaratiba) e o início de operação dos 22 novos poços produtores em 2014 contribuirão para o alcance de novos recordes de produção no pré-sal ao longo deste ano", afirma a estatal, no comunicado.

A Petrobras prevê para o segundo semestre deste ano a entrada em operação de mais duas plataformas, ambas a serem empregadas no pré-sal. Em 2013, a companhia concluiu um recorde de nove plataformas, sendo pelo menos cinco já em produção e as restantes já no local ou a caminho do destino final de operação.

As duas novas plataformas - Cidade de Ilhabela, em Sapinhoá Norte; e Cidade de Mangaratiba, em Iracema Sul - vão ajudar a companhia a elevar a partir de 2014 sua produção de petróleo, estagnada há três anos.

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Nos dois últimos anos, a petroleira reduziu metas anuais para intensificar seu cronograma de manutenção. A retomada da produção é esperada para 2014, embora a elevação seja projetada por alguns analistas para não mais que 7%.

As estimativas podem ser revisadas nas próximas semanas depois que a companhia divulgar o resultado da produção de petróleo em 2013, que deve ficar abaixo da meta de 2,022 milhões de barris por dia estabelecida internamente.

É a área do pré-sal que tem sustentado a produção da Petrobras estável, compensando baixas na tradicional Bacia de Campos e o declínio natural dos poços, que a estatal divulga ser de 10% a 11% ao ano, em média.

Em 2013, todos os poços perfurados no pré-sal tiveram sucesso exploratório. A contribuição na produção total da empresa é estimada para passar de 7%, em 2012, para 42% em 2017 e 50% em 2020.

A Petrobras ressalta ter alcançado um recorde diário de 371 mil barris de petróleo no último dia 24 de dezembro na área de pré-sal, com 21 poços em operação, ou uma produtividades de 18 mil barris/dia por poço. Em alguns casos, a produção chega a 30 mil barris por poço, acima das expectativas iniciais da própria companhia.

A Petrobras compara o resultado a áreas referência de produção no mundo. A produtividade no Mar do Norte, diz, é de até 15 mil barris/dia, e, no Golfo do México, de até 10 mil barris/dia. A estatal lembra ainda que a marca de 300 mil barris dias foi alcançada em sete anos, enquanto o mesmo número foi atingido no Golfo do México sete anos após a primeira descoberta.

A Petrobras esclareceu nesta terça-feira (3), que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) adota um conceito de produção no pré-sal diferente do adotado pela companhia. De acordo com o comunicado, a Petrobras considera como pré-sal reservatórios carbonáticos microbiais localizados abaixo da camada de sal. A ANP, por sua vez, também inclui poços que produzem petróleo em formações geológicas conhecidas como coquinas, localizadas, principalmente, nos campos antigos da Bacia de Campos.

Entre os seis poços que produzem a partir de formações de coquinas, três estão localizados no campo de Linguado, um em Trilha e dois em Pampo, todos na Bacia de Campos, com uma produção total baixa, de cerca de 1,2 mil barris por dia (bpd). Dessa forma, segundo o conceito da ANP, diz a Petrobras, 25 poços produziram no pré-sal em setembro e 27 poços em outubro.

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Esse aumento na quantidade de poços deveu-se à entrada em operação, no dia 26 de outubro, do Sistema de Produção Antecipada (SPA) ligado ao poço LL-07. Esse poço contribuiu com a produção mensal por apenas quatro dias durante o mês de outubro. "Além disso, a Petrobras executou um teste de formação no poço ANP-01, na área de Franco, com apenas 72 horas de duração. Com isso, houve, efetivamente, apenas o aumento de produção do LL-07 e por pouco tempo, já que o poço de Franco foi fechado após a realização do teste", diz a estatal.

A Petrobras informa ainda que houve, de fato, uma redução na produção total do pré-sal, devido a problemas operacionais num compressor do FPSO Cidade de Angra dos Reis, no campo de Lula, na Bacia de Santos. "A companhia ressalta que no mês de novembro esse problema foi normalizado, com o registro, no dia 22, de novo recorde de produção diária no pré-sal, de 362,3 mil barris por dia (bpd)."

Também conforme o comunicado, ainda em novembro foi batido novo recorde de produção mensal no pré-sal, com 339 mil bpd, graças à contribuição do LL-07 durante todo o mês e à entrada em operação do SPA conectado ao poço RJS-678 ligado ao FPSO-Cidade de São Vicente.

Para o recorde de 362,3 mil bpd, obtido com apenas 21 poços produtores, o pré-sal da Bacia de Santos contribuiu com 185,4 mil bpd, produzidos por oito poços, o que corresponde a uma média de 23,2 mil bpd por poço,diz a estatal. "Desses oito, dois poços, conectados a SPAs, estão com produção restrita devido à limitação da queima de gás. Por sua vez, o pré-sal da Bacia de Campos contribuiu com 176,9 mil bpd por meio de 13 poços, o que corresponde a uma média de 13,6 mil bpd", acrescenta.

A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, disse nesta terça-feira, 26, que a assinatura do contrato de exploração do Campo de Libra, no pré-sal, está mantida para segunda-feira, 2. A Petrobras tem até esta quarta-feira, 27, para pagar o bônus de assinatura do leilão realizado em outubro, no valor de R$ 15 bilhões. "Não haverá novos adiamentos", disse.

Magda comentou ainda que o leilão de áreas de exploração de gás não convencional que será realizado nesta quinta, 28, e sexta-feira, 29. "O leilão de quinta e sexta terá foco no gás natural em terra. É uma licitação-piloto e queremos trazer investidores para a exploração de gás nessa modalidade. Será um leilão diferente da 11ª Rodada, quando havia diferentes portes de lotes em terra e na água", completou. Ainda de acordo com ela, 20 empresas foram qualificadas e 12 apresentaram as garantias para a participação no leilão desta semana. Magda participa do Seminário Indústria Química: Essencial para o Desenvolvimento Nacional, na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara.

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O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, deu posse nesta terça-feira, 12, à diretoria e a membros do Conselho de Administração da Pré-Sal Petróleo (PPSA). O presidente da estatal, Oswaldo Pedrosa, afirmou que "o objetivo da empresa será maximizar os benefícios da exploração do pré-sal para todos os sócios". Ele explicou que, nos próximos meses, a empresa terá o regimento e o orçamento aprovados. A PPSA terá sede em Brasília, mas o escritório central será no Rio de Janeiro, onde os diretores ficarão lotados.

O contrato para exploração do Campo de Libra, o primeiro da camada pré-sal leiloado no regime de partilha, deve ser assinado no início de dezembro. A PPSA terá 50% dos votos na maior parte das atividades que forem deliberadas pelo consórcio que vai explorar o campo. Caberá também à PPSA a execução das atividades no campo e a contratação de uma empresa responsável pela comercialização da parte do petróleo que caberá à União. Segundo Pedrosa, ainda não foi definido de que forma essa empresa será contratada, mas é possível que seja via licitação.

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Durante a cerimônia, o ministro Edison Lobão reafirmou que a PPSA será uma "empresa enxuta, moderna e ocupada por representantes da mais alta competência". O ministro comparou o processo de escolha dos nomes para a empresa à "caça aos valores" feita pelo ex-presidente dos Estados Unidos John Kennedy. "Ele foi bem-sucedido na caça que fez e, guardadas as devidas proporções, aqui também fizemos isso", afirmou. "Todos os nomes são revestidos de autoridade para exercício dessas funções", reforçou.

Além do presidente da estatal, tomaram posse nesta terça os diretores Antonio Claudio Pereira da Silva para Administração, Controle e Finanças; Edson Yoshihito Nakagawa para Gestão de Contratos; e Renato Marcos Darros de Matos para a Diretoria Técnica e de Fiscalização. Também assumiram os postos de integrantes do Conselho de Administração da empresa o secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Martins Almeida, que presidirá o colegiado; a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard; e o ministro de Portos, Antonio Henrique Pinheiro Silveira.

O prefeito da cidade do Recife, Geraldo Julio participou nesta terça-feira (5), da cerimônia que marcou o início das operações da empresa General Eletric Oil & Gas no Recife. A empresa ficará responsável pela montagem de turbomáquinas, como geradores e compressores de turbina a gás e moto compressores, que serão utilizados nas plataformas da Petrobras para a exploração do pré-sal. Antes a empresa apenas fazia esse tipo de operação em uma de suas sedes em Florença, na Itália.

A empresa está instalada na área portuária do Recife, e a operação na capital vai ocupar um espaço de 55 mil metros quadrados. No total, foram investidos R$ 20 milhões para a nova instalação. Com a iniciativa, o Porto do Recife entra na indústria de petróleo e se insere no contexto de desenvolvimento de Pernambuco.

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A exploração do prospecto de Libra custará US$ 400 bilhões ao longo dos 35 anos do contrato de partilha, incluindo o bônus de assinatura de R$ 15 bilhões, que deverá ser pago no dia 19, de acordo com o que anunciou nesta terça-feira (5), a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Por esse cálculo, a Petrobras, líder do consórcio vencedor do leilão realizado em outubro, teria de arcar com 40% do total ou US$ 160 bilhões. O contrato de partilha será assinado entre 10 e 17 de dezembro.

Os valores foram estimados em estudo da IHS, maior consultoria internacional do setor. Em outro relatório, a consultoria estima em 11,8% a taxa interna de retorno (TIR) do projeto, assegurando 77,5% dos recursos gerados para a União. A maior parte dos US$ 400 bilhões é custo operacional (opex), pois o investimento em capital (capex) exigirá cerca de US$ 100 bilhões. Ao longo dos anos, o pico de investimentos em capital seria 2019, para quando está prevista a extração do primeiro óleo de Libra, com cerca de US$ 18 bilhões. O primeiro ano de investimento relevante seria 2016, com cerca de US$ 4 bilhões.

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As projeções já incluem o "custo-Brasil", exigências de conteúdo local e inflação relativamente pressionada. Os valores da IHS são bem superiores aos da ANP, que projeta custo total de R$ 200 bilhões, 25% do estimado pela consultoria. O investimento mínimo fixado pela ANP na fase de exploração é de R$ 610,9 milhões.

O estudo da IHS foi distribuído a um conjunto de clientes, antes do leilão de Libra, e ressalta que o valor é elevado demais para um projeto sobre o qual as empresas privadas têm pouca influência. "Para uma companhia com ações negociadas em Bolsa é muito difícil justificar um investimento tão grande", diz uma apresentação do estudo, produzida por consultores da IHS baseados no Rio. O relatório expõe os riscos, para investidores, do modelo de partilha da produção e das exigências de conteúdo local.

A partir dos dados levantados pela equipe brasileira, a área de análise macroeconômica da IHS, sediada nos Estados Unidos, elaborou um relatório incluindo diversas variáveis, como preço do petróleo, câmbio, inflação e crescimento. A reportagem teve acesso aos principais dados do relatório.

Segundo o documento, caso o leilão fosse decidido com o lance mínimo, com oferta de 41,65% de óleo lucro para a União - o que de fato ocorreu, com o consórcio formado por Petrobras, a anglo-holandesa Shell, a francesa Total e as estatais chinesas CNPC e CNOOC -, a TIR do consórcio explorador de Libra seria 11,8%, considerando o preço médio do barril de petróleo a US$ 80,00.

Também nesse quadro, o "government take", ou quanto o governo fica com a renda gerada pela exploração (incluindo a partilha, royalties, impostos etc.), seria de 71,3%. A renda destinada à União ("State take") sobe para 77,5%, pois considera os dividendos da Petrobras. Simulações apontam que seria possível a União obter o mesmo patamar de renda com o modelo de concessão.

Para o consultor John Forman, ex-diretor da ANP, a fase exploratória é mais crítica. "O desafio atual é medir as reservas, ou medir o volume recuperável necessário para justificar os investimentos", diz Forman. Por isso, no momento a incerteza ainda é muito grande. Falta definir números de poços a serem perfurados, quantidade de plataformas, distância entre poços, entre outras variáveis. Conforme uma fonte ouvida pela reportagem, uma das principais incertezas em relação ao investimento necessário, seja em capital, seja na operação, é a produtividade dos poços do pré-sal, ainda pouco conhecida, mas que determinará a quantidade a ser perfurada.

No cenário de US$ 400 bilhões de investimentos, o estudo da IHS considera a perfuração de 144 poços, com a recuperação média de 55 milhões de barris por poço, apontando para reservas totais de 7,5 bilhões de barris. Seriam usadas 13 plataformas flutuantes (FPSOs). Se a produtividade dos poços for inferior, porém, seria preciso perfurar mais, elevando tanto o custo de operação (com mais perfurações) quanto os investimentos em capital (com mais plataformas).

A presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou nesta terça-feira, 29, que a empresa comemora o "sucesso exploratório" em águas profundas. "Espetacular é o sucesso de 100% nas atividades do pré-sal em 2013. Tivemos 13 poços perfurados e 100% de descoberta de hidrocarbonetos. Ao todo, no pré-sal, são 144 poços, com 82% de sucesso", afirmou a executiva, durante palestra na conferência OTC Brasil, sobre exploração offshore de petróleo.

Graça afirmou ainda que, no período entre 2007 e 2012, a Petrobras foi responsável por 62% das grandes descobertas em áreas profundas.

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Segundo a executiva, a Petrobras tem 41 sondas em operação e 28 contratadas, contra 62 sondas de todas as outras empresas em atuação no País. Graça reforçou que nove plataformas entram em operação neste ano, o que deverá ampliar a produção no último trimestre.

Em relação ao leilão da área de Libra, a executiva disse que houve "muita competição", com várias empresas querendo se associar à Petrobras. Segundo ela, foram longos meses de negociação com grupos muito fechados.

De acordo com Graça, a Petrobras tem a aprender com Shell e Total. Também disse ser "ótimo trabalhar de novo com a China", citando as empresas CNPC e CNOOC. "Não poderia ter ficado melhor à Petrobras, com todo respeito aos futuro parceiros."

Ela afirmou que os investimentos (Capex) referentes à exploração da área vão se concretizar no plano de negócios da companhia em 2017, ano em que outros campos adicionarão 750 mil barris/dia à produção da empresa. "Libra foi grande acontecimento para Petrobras", disse. "Trabalhamos para o primeiro óleo em 2020".

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta sexta-feira (25) que o leilão do Campo de Libra não deverá resolver a questão da destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para o ensino, de acordo com meta prevista no Plano Nacional de Educação (PNE). Atualmente, o governo destina cerca de 6% do PIB para a área.

Em tramitação no Senado, o PNE prevê que os investimentos em educação alcancem o patamar de 10% do PIB dentro de dez anos e patina há dois anos e dez meses no Congresso. A meta encontrou resistências dentro do Palácio do Planalto, que apoiou, inicialmente, a elevação do investimento em educação para o patamar de apenas 7%.

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Diante de pressões de setores da sociedade, como sindicatos e entidades estudantis, o discurso do governo mudou: seria preciso garantir a "fonte de financiamento" para assim chegar aos 10%. "Pelo menos nos próximos cinco anos, o Campo de Libra não terá uma produção ainda, então, não resolve problema dos 10% do PIB. Não é um problema fiscal que está resolvido no Orçamento", afirmou.

Segundo Mercadante, o Campo de Libra "não dará uma contribuição decisiva pra viabilizar os 10% do PIB em dez anos". "No segundo PNE, seguramente provavelmente resolverá, mas nesses primeiros 10 anos não resolve", avaliou o ministro. Perguntado sobre quais seriam as outras fontes de financiamento para assegurar 10% do PIB para educação, Mercadante respondeu: "Eu penso nisso o dia inteiro". Pelas contas do ministro, as riquezas do petróleo deverão assegurar, em média, cerca de R$ 20 bilhões por ano para a área de educação pelos próximos 30 anos.

A revista britânica The Economist publica na edição que chega este fim de semana às bancas reportagem sobre o primeiro leilão para exploração do pré-sal. Com o título "Preço barato", a reportagem diz que a presença de apenas uma proposta para os campos de exploração de petróleo mostra "a fraqueza da abordagem liderada pelo governo para desenvolver as reservas". Para a revista, o resultado do leilão "foi uma decepção".

Na reportagem, a revista diz que a "a presença da Shell e da Total no consórcio vencedor permitiu que o governo declarasse o leilão como um sucesso". Apesar disso, a publicação discorda. "Enquanto o governo esperava mais de 40 empresas interessadas, apenas 11 se registraram no leilão", lembra o texto. "E, apesar de ter esperado pelo menos a oferta de seis consórcios, só foi feita uma proposta e com o valor mínimo exigido", diz a reportagem.

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"A falta de competição foi uma decepção após a euforia de seis anos atrás quando o presidente da época, Luiz Inácio Lula da Silva, descreveu o pré-sal como um 'bilhete de loteria premiado'", diz o texto. Para a revista, uma das causas dessa falta de interesse foi a demora do governo em oferecer os campos. "Durante a longa espera, enquanto as regras do leilão foram reescritas e os governos discutiam como dividir os eventuais recursos, o xisto retirou do pré-sal o título de perspectiva energética mais emocionante do mundo. A maioria do interesse privado desapareceu", completa a reportagem, que destaca a ausência das gigantes BG, BP, Chevron e Exxon.

Apesar das críticas, a reportagem reconhece que as perspectivas de extração dos campos nos próximos 35 anos "são tão vastas que os riscos de exploração são bem baixos".

A presidente da Petrobras, Graça Foster, garantiu nesta quarta-feira, 23, que o caixa da estatal está "muito bem" e pode pagar os R$ 6 bilhões de bônus do campo de Libra sem aporte do Tesouro Nacional e sem reajuste dos combustíveis. Após encontro de mais de três horas com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, Graça Foster, disse que o único assunto foi "nada mais, nada menos que Libra".

"Temos alguns planos de desenvolvimento, uma série de atividades que queremos antecipar para que a gente possa produzir esse óleo da forma mais organizada possível, no menor espaço de tempo e no menor custo", explicou. Segundo ela, o plano de negócios da empresa este ano seguirá como previsto, mas ainda será lançado o plano de negócios para 2014. No entanto, a executiva antecipou que os investimentos iniciais não são de grande volume. "Só digo para vocês que nos primeiros 2 ou 3 anos, os investimentos de Libra não são expressivos e que a nossa produção começa a aumentar no quarto trimestre."

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Quem produz mais petróleo, produz mais geração operacional e precisa buscar menos recurso no mercado, disse. Segundo Graça, para 2014 a Petrobras tem atividades relacionadas ao plano exploratório mínimo e investimentos muito pequenos. "Aí no ano que vem, a gente elabora o próximo plano", disse.

Graça Foster afirmou que o caixa da Petrobras vai chegar ao fim do ano conforme o planejado no início de 2013. "Temos como pagar os R$ 6 bilhões", repetiu. "Mas eu não posso falar do resultado do trimestre nem hoje e nem amanhã. Vão ter que esperar até sexta (quando sai o resultado do terceiro trimestre)", completou.

Ela garantiu que não discutiu com o ministro Mantega um possível reajuste nos preços dos combustíveis. "Não tratamos do assunto aumento de combustíveis. Tratamos dos investimentos de Libra, de como vai se dar as curvas de investimento de Libra. Saímos de um leilão e precisava conversar com o presidente do conselho (de administração)", justificou.

Graça Foster afirmou que não tem data para um reajuste dos combustíveis. "A Petrobras tem caixa para pagar R$ 6 bilhões de Libra sem o reajuste."

Diante da exploração política do leilão do campo de Libra pela oposição e por seus potenciais concorrentes na eleição de 2014, a presidente Dilma Rousseff voltou, na terça-feira, 22, a defender a operação. Ela se disse "bastante satisfeita" com o resultado.

Em Lisboa, por sua vez, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que as críticas têm motivação eleitoreira. "Pelo fato de estarmos entrando já num ano eleitoral, tem pessoas que têm vergonha de reconhecer os méritos do leilão de Libra, que foi extraordinário", afirmou.

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Ele rebateu as críticas dos que dizem que os recursos não serão utilizados na educação e saúde, mas sim para ajudar o governo a cumprir a meta do superávit primário: "Penso que o dinheiro será aplicado naquilo que a lei aprovou no Congresso Nacional, ou seja, não há como ser diferente."

Tal como fizera na véspera, Dilma frisou que o leilão não representou a privatização do campo petrolífero. "É bom lembrar que, com o modelo de partilha, a União, os Estados e os municípios ficam com 85% das receitas se você considerar também a Petrobrás", disse, durante a cerimônia de sanção da lei do programa Mais Médicos. E emendou: "É bom explicar que nesses 85%, 75% é da União e 10%, da Petrobrás. Aqueles que falam em privatização no mínimo desconhecem essas contas", afirmou.

Para chegar ao número de 85%, o governo somou a parte da produção que caberá diretamente à União (41,65%) à parte que caberá à Petrobrás (ou seja, 40%, que é a parte da empresa no consórcio, de 58,35%, o que daria 23,34%). Isso significa uma participação de 64,99%. Com os impostos a serem pagos, essa fatia chegaria aos 85%.

"O governo está satisfeito com o leilão, acha o consórcio sólido, está satisfeito com o que lhe cabe da receita, está satisfeito com a destinação dessa riqueza, dessa alquimia que nós conseguimos, porque nós transformamos e vamos transformar petróleo em educação, petróleo em saúde", disse. Esses recursos, porém, só irão para esses setores quando o campo começar a produzir, o que ainda vai demorar alguns anos.

Ao ser questionada se não considerava ruim apenas um grupo ter se candidatado à concorrência, a presidente respondeu que "há uma certa incompreensão sobre o tamanho dessa reserva". No auge da produção, disse ela, Libra estará produzindo 1,4 milhão de barris/dia, mais de 70% de tudo o que o País produz hoje.

Ela rechaçou a necessidade de mudar qualquer ponto do modelo do pré-sal. "Não vejo onde esse modelo precisa de ajustes. Não tem por que modificar conteúdo nacional, não tem por que modificar papel da PPSA, não tem por que tirar os 30% da Petrobrás. Então, aqueles que querem mudar isso, mostrem as suas faces e defendam, não atribuam ao governo o interesse em modificar qualquer coisa." Colaborou Jair Rattner. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A pressão sobre o governo para um reajuste nos preços da gasolina e do diesel aumentou após o leilão do pré-sal no campo de Libra. As autoridades na equipe econômica que já defendiam alta nos preços antes mesmo da licitação acreditam no reajuste dos combustíveis até o fim do ano, e pressionam para que ocorra nos próximos dias.

O argumento é o de que o reajuste daria uma folga de recursos à Petrobras, forçada a importar combustível mais caro do que vende no Brasil, onde o preço é controlado pelo governo para não aumentar a inflação.

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Com o alívio no caixa, a Petrobras teria "condições totais" de pagar integralmente a parte que lhe cabe no bônus de assinatura do contrato entre a União e o consórcio que venceu o bloco de Libra. Dentro de 40 dias, a Petrobras terá de pagar R$ 6 bilhões à vista, por deter 40% do consórcio. O bônus total é de R$ 15 bilhões.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que um reajuste de um dígito, na faixa de 5% a 7% para os preços da gasolina e também para o diesel nas refinarias, já tem o sinal verde da equipe econômica, mas aguarda uma decisão política do Palácio do Planalto quanto ao momento mais adequado.

O governo avalia que o reajuste teria um impacto de até 0,2 ponto porcentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Assim, quanto mais esperar, mais claro estará o cenário para o IPCA de 2013 - o governo trabalha para que a inflação seja inferior aos 5,84% de 2012. No acumulado do ano até setembro, a alta foi de 5,86%.

Quando questionado diretamente sobre a proximidade de uma alta no preço da gasolina e do diesel, anteontem em São Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que "os reajustes dos combustíveis virão quando forem considerados necessários". "Neste momento, não há nada definido", disse o ministro, que também é o presidente do conselho de administração da Petrobras.

Setores do governo mais preocupados em fechar o ano com "o índice de inflação mais baixo possível" defendem o reajuste apenas em janeiro de 2014. Esse cenário poderia também se refletir na negociação envolvendo o pagamento dos R$ 6 bilhões que a Petrobrás deve fazer ao Tesouro entre o fim de novembro e o início de dezembro, quando o contrato de Libra for assinado.

Nesse segundo cenário, a Petrobras pagaria apenas uma parte dos R$ 6 bilhões e negociaria com os demais sócios do consórcio (Shell, Total, CNOOC e CNPC) um rateio da diferença. Em troca, a companhia brasileira ofereceria barris de petróleo, e o pagamento poderia começar já no início do ano que vem.

Sem folga de recursos, um pagamento à vista de R$ 6 bilhões causaria danos a um caixa que já sofre apertos, diante da obrigação de manter uma carga pesada de investimentos, e, ao mesmo tempo, sem poder remunerar seus produtos adequadamente. Por causa disso, as agências de rating já sinalizaram ao mercado que a nota de crédito da Petrobrás pode ser reduzida nos próximos meses.

"A Petrobras tem condições de pagar os R$ 6 bilhões, tem dinheiro para isso. Mas fazer esse pagamento de uma vez pode criar um problema desnecessário para a companhia, então não podemos descartar, de antemão, um acordo com os sócios", disse uma fonte qualificada do governo, que lembrou o fato de que, na indústria petroleira, acordos como esse, de oferecer produção (barris) em troca de dinheiro, são usuais.

Mesmo afirmando que a estatal tem "dezenas de bilhões" em caixa e o pagamento do bônus não seria problema, Mantega não descartou a tomada de empréstimos com essa finalidade. A mesma hipótese foi aventada ontem pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), encaminhou nota à imprensa negando que tenha ironizado o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff sobre o leilão do pré-sal em sua participação em palestra na manhã desta terça-feira, 22. Em um fórum para empresários para discutir infraestrutura, o prefeito afirmou que "em 2013 algumas pessoas ainda fazem questão de dizer que não estão privatizando".

Segundo o comunicado, a posição do prefeito era "questionar o absurdo de a presidente Dilma Rousseff ter que, no ano de 2013, defender-se de críticas" sobre privatizações em seu governo. Na avaliação do prefeito, esse tipo de discussão é "mais do que ultrapassada".

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Na palestra, o prefeito afirmou que o Estado brasileiro é refratário a privatizações. "O discurso antiprivatista ainda resiste no Brasil de 2013, quando a gente vê pessoas fazendo questão de dizer que não estão privatizando ou negociando com o setor privado", disse.

Na noite passada, a presidente Dilma Rousseff fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão em que afirmou que o leilão da área de Libra, no pré-sal, "é diferente de privatização". O leilão foi alvo de críticas de movimentos sociais e de políticos de oposição que consideram o certame uma venda do petróleo nacional a empresas estrangeiras.

O secretário de Energia do Estado de São Paulo, deputado José Aníbal (PSDB), criticou a postura da presidente Dilma Rousseff de negar que privatizou o campo de Libra. "É uma bobagem. Houve uma privatização evidente e saudável", disse nesta terça-feira, 22, após participar, ao lado do governador Geraldo Alckmin, da abertura da 7ª Feira Tecnológica, na capital paulista.

Segundo Aníbal, apesar do "atraso enorme", era necessário fazer o leilão, por conta do mau momento da Petrobras. "Foi necessário trazer investidores estrangeiros e nacionais porque a Petrobras está sem condições de investir. É a empresa de petróleo mais endividada do mundo", afirmou.

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Para o tucano, os recursos que virão serão importantes para o País e para a recomposição da Petrobras, porém, "não vão resolver os problemas do Brasil". "A construção de uma economia saudável leva tempo e requer uma ação continuada do governo que, infelizmente, está deixando muito a desejar."

Aníbal ressaltou que "foi bom o leilão ter acontecido", disse que não foi um fracasso, apesar da demora para sua realização, mas ponderou que seria melhor com mais concorrentes. "Poderia ter sido mais do que o preço mínimo de R$ 15 bilhões, poderia ter chegado a R$ 20 bilhões ou R$ 25 bilhões."

Pronunciamento

Aníbal também fez críticas ao pronunciamento da presidente Dilma Rousseff em cadeia nacional na noite passada para comentar o resultado do leilão do pré-sal. "É um uso absolutamente arbitrário, isso não ajuda a amadurecer o País."

Para o secretário, a presidente usou "vários minutos para fazer um processo de autoexaltação". Segundo ele, Dilma tentou acenar com perspectivas de que o resultado do leilão iria resolver os problemas brasileiros. "E ela sabe que não é assim."

A exploração de Libra, destacou Aníbal, só vai se tornar efetiva em cinco anos e até lá o País "vai ter problemas grandes de infraestrutura e logística que esse governo está sendo incapaz de resolver". "Esse ciclo imediatista, petista, de governar está começando a exaurir, porque a realidade vai se impondo sobre esse ciclo e mostrando que as soluções não acontecem. Aí tem que pegar um espaço de televisão e fazer uma coisa de catarse, de emoção", opinou.

2014

Questionado sobre suas ambições políticas para o ano que vem, Aníbal, que é deputado licenciado, afirmou não ter planos. "Nada. Quero continuar fazendo um bom trabalho na secretaria", esquivou-se. Ele, no entanto, garantiu que trabalhará pela reeleição de Alckmin. "Claro (que vou trabalhar pela reeleição). É uma questão de ponto de vista político e (de acreditar) no padrão de gestão", frisou.

Em entrevista concedida a jornalistas depois da cerimônia de sanção da Lei do Mais Médicos, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (22), que o leilão do Campo de Libra foi um "sucesso". A presidente disse que Libra vai permitir "grandes recursos" para a saúde e para a educação, lembrando que o Congresso Nacional aprovou recentemente a destinação dos royalties do petróleo para essas duas áreas sociais. "O Fundo Social do pré-sal destina, para ser distribuído nas duas áreas (educação e saúde), em torno de mais de R$ 300 bilhões", disse Dilma. "Isso é algo absolutamente significativo no Brasil".

Dilma Rousseff também fez uma enfática defesa do modelo de partilha, sob o qual o campo de Libra foi leiloado e que sofreu críticas da oposição nesta segunda-feira, 21, com o resultado do certame. "Com a partilha, a União, os Estados e municípios ficam com 85% das receitas, se você considerar também a Petrobras", pontuou. De acordo com presidente, desse total, 75% é da União. "Quem fala em privatização, no mínimo, desconhece essas contas".

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Dilma disse que o grupo vencedor é um dos maiores "consórcios de empresas para explorar o pré-sal". A presidente afirmou que Libra, no seu pico, produzirá 1,4 milhão de barris/dia, mais de 70% de tudo o que o País produz hoje. A presidente disse que é o óleo excedente que destinará os maiores recursos para a educação e para a saúde. "Os royalties agregam", complementou. "O óleo excedente, nós temos uma parte dele e o comercializaremos". Mesmo assim, disse Dilma, as empresas terão acesso a um lucro "muito significativo".

A presidente afirmou que não há preconceito entre as diferentes empresas de petróleo que se uniram para explorar as riquezas do pré-sal no Brasil. Dilma também disse que o modelo de exploração do pré-sal não precisa de ajustes.

"O consórcio que ganhou é um consórcio sólido, com grandes empresas, e - interessante - não tem preconceito entre elas. As grandes empresas de petróleo não têm preconceito, como muitas vezes é externado aqui no Brasil com empresas chinesas. As empresas chinesas são das maiores do mundo, têm parcerias sólidas com a Shell em outros países, é um consórcio de grandes empresas, que tem a capacidade de explorar os recursos necessários (no pré-sal), não só financeiros, mas tecnológicos", afirmou Dilma.

"A Petrobras é, sem sombra de dúvida, junto com a Shell, a grande empresa do mundo com especialização em águas profundas. O leilão é um sucesso, o Brasil deu um grande passo ao mudar o padrão, 85% da riqueza fica no Brasil, nós ao mesmo tempo, sem nenhuma outra consideração, conseguimos o maior consórcio de empresas do mundo para explorar o pré-sal. Estou bastante satisfeita", disse a presidente.

Questionada se o modelo de exploração do pré-sal precisava de ajustes, Dilma respondeu: "Não vejo onde esse modelo precisa de ajustes. Não tem por que modificar conteúdo nacional, não tem por que modificar papel da PPSA, não tem por que tirar os 30% da Petrobras. Então, aqueles que querem mudar isso, mostrem as suas faces e defendam, não atribuam ao governo o interesse em modificar qualquer coisa. O governo está satisfeito com o modelo de partilha".

Ironia

A presidente Dilma Rousseff ironizou notícias veiculadas pela imprensa às vésperas do leilão do Campo de Libra, como a de que o governo temia um baixo interesse de empresas na exploração das riquezas do pré-sal.

"Fico, assim, intrigada muitas vezes, acordo de manhã, olho pro espelho e pergunto pra mim mesma: quem será essa fonte do Planalto? Quem será essa fonte do governo? É uma coisa que me intriga, viu, gente? Um dia desses, eu pergunto para os meus botões (apontando para o próprio blazer), esses botões são assim muito ignorantes, não conseguem me responder. Quero dizer o seguinte: o governo está satisfeito com o resultado do Leilão, acha o consórcio sólido, está satisfeito com o que lhe cabe da receita, está satisfeito com a destinação desta riqueza", afirmou a presidente.

O governador de Pernambuco e presidenciável, Eduardo Campos (PSB), segue criticando alguns mecanismos adotados pelo governo da presidente Dilma Rousseff (PT) na administração do Brasil. Nesta terça-feira (22), Campos ressaltou que é preciso “aperfeiçoar” a organização dos leilões para a exploração das áreas do pré-sal, garantindo assim “a disputa entre as empresas interessadas”.

"Sem disputa, as empresas vão sempre oferecer o preço mínimo, o que não é bom para o Brasil. O petróleo do pré-sal não pode ser vendido a preços aviltados pela falta de concorrência", afirmou o socialista, lembrando que o Campo de Libra foi leiloado pelo preço mínimo, "sob um processo pouco debatido com a sociedade”.

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Eduardo ressaltou, embora seja importante a destinação dos recursos do pré-sal para saúde e educação, essas áreas não podem esperar, no longo prazo, por tal reforço. "O governo diz que no longo prazo esse dinheiro vai ajudar muito na saúde e na educação. Mas a saúde e a educação precisam de medidas imediatas. Não podemos sacrificar os jovens de hoje, à espera de que o dinheiro do petróleo vá resolver a vida dos jovens do futuro", frisou.

O presidenciável citou ainda que espera a apresentação do Plano de Exploração da Reserva de Libra, para que a população saiba como vai ser feita a exploração. Adotando, inclusive, um discurso sustentável. “Não é singelo explorar petróleo a mais de 5 mil metros. A gente precisa ter segurança que a tecnologia a ser utilizada garantirá que o Brasil, além dos prejuízos claros que teve no processo de venda, também não seja vítima de um desastre ambiental de proporções imprevisíveis”, pontuou Campos.

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