Tópicos | presídios

JOÃO PESSOA (PB) - O Governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), promoveu mais uma mudança nos comandos da segurança pública do Estado. Nomeações e exonerações foram publicadas no Diário Oficial desta quarta-feira (31). Desta vez, as penitenciárias tiveram trocas em suas direções.

As penitenciárias Dr. Romeu Gonçalves de Abrantes (complexo PB1 e PB2), será comandada por Carlos Eduardo Correia de Melo, que terá como diretor-adjunto, Deyvison Xavier Cabral dos Santos. A Chefia de Segurança e Disciplina ficará a cargo de Vanderson Xavier, Cabral dos Santos e João Francisco de Assis.

Em Bayeux, Helder Candeia Cavalcante e o chefe de segurança Leonildo Welton de Oliveira foram nomeados, enquanto na cadeia pública de Serraria, o diretor passa a ser Pedro Antônio Carvalho Ribeiro.

Já no Silvio Porto, em Guarabira, Juliano de Souza Andrade responderá pelo cargo de Chefe de Segurança e Disciplina. Na Penitenciária de Regime Especial Francisco Espínola, em João Pessoa, Carlos Eduardo Correia de Melo deixa a direção e Fábio Luiz de Paiva Gomes assume o posto.

No Presídio do Roger, também na capital, Eric Mendes Alves é o novo Chefe da Farmácia, após a exoneração de Vanderson Xavier Cabral dos Santos. As mudanças fazem parte de uma renovação na segurança pública que Coutinho vem fazendo nas últimas semanas. O governador já mudou os comandos na Polícia Militar e Civil do Estado e informou que a intenção é dar maior motivação aos funcionários.

##RECOMENDA##

Em varredura para recolher armas, drogas e celulares, a polícia surpreeendeu-se com a presença de duas mulheres no Instituto Penal de Viamão (RS), presídio masculino do regime semiaberto, nesta terça-feira 04. As duas estavam em celas com condenados e tentaram fugir, mas foram detidas e levadas a uma delegacia para prestar depoimento. A operação reuniu agentes da Polícia Civil, Superintendência de Serviços Penitenciários, Instituto Geral de Perícias e Brigada Militar e apreendeu armas, munição, drogas, celulares e carregadores. As quantidades ainda não foram divulgadas.

Confrontado com o fortalecimento do narcotráfico e organizações criminosas mais complexas, o governo federal criou um manual de inteligência para ser adotado em presídios de todo o País. Intitulado Doutrina Nacional de Inteligência Penitenciária, o documento - classificado como reservado, o que o deixará escondido por cinco anos - prevê técnicas de disfarce para agentes e medidas como a intercepção postal de correspondências.

O objetivo da Doutrina é subsidiar o planejamento de políticas públicas, difundir procedimentos e tornar a inteligência penitenciária um instrumento de combate ao crime organizado dentro e fora dos presídios. "Torna-se imprescindível como arcabouço para o mapeamento dos líderes e facções criminosas que, a partir dos estabelecimentos penais, tecem suas conexões e orquestrações ilícitas extra-muros, colocando em risco a segurança e a ordem pública", diz o documento, ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso.

##RECOMENDA##

A Doutrina lista uma série de "ações de busca" que podem ser executadas - que "deverão ser sigilosas, independentemente de estarem os dados (buscados) protegidos ou não", afirma o documento.

Entre as "ações de busca" citadas estão interceptação postal de correspondências, interceptação de sinais e dados, infiltração de agentes e desinformação, que consiste em "induzir alvos a erros de apreciação", levando-os a executar um comportamento determinado. Outra ação destacada é a provocação, "realizada com alto nível de especialização para fazer com que uma pessoa ou alvo modifique seus procedimentos e execute algo desejado", sem desconfianças.

Observação, memorização, foto interpretação, disfarce, análise comportamental e leitura da fala a distância são algumas das principais técnicas operacionais de inteligência mencionadas na Doutrina. O disfarce prevê o uso de recursos naturais ou artificiais para evitar o reconhecimento dos agentes. Já a foto interpretação é definida como a técnica que capacita os agentes a "interpretarem corretamente os significados das imagens obtidas".

As operações de inteligência, segundo a Doutrina, "estão sempre sujeitas ao dilema efetividade versus segurança". "Ainda que a segurança seja inerente e indispensável a qualquer ação ou operação, a primazia da segurança sobre a efetividade, ou vice-versa, será determinada pelos aspectos conjunturais", sustenta o documento.

Também está prevista a utilização de "verba secreta", que deverá ser destinada para o desenvolvimento de ações de caráter sigiloso.

Uniformidade

A Doutrina Nacional de Inteligência Penitenciária traz conceitos e valores para ser difundidos entre as agências de inteligência de todo o País, como moralidade, eficiência, legalidade e impessoalidade. "Uma Aipen (agência de inteligência penitenciária) sozinha, isolada, não consegue produzir todos os conhecimentos de que necessita. É imprescindível que ela esteja integrada a um sistema no qual dados e/ou conhecimentos possam fluir, com capilaridade", diz o texto.

De acordo com a Doutrina, "os documentos de inteligência receberão classificação de acordo com o assunto abordado, nos termos da legislação em vigor" e "não poderão ser inseridos em procedimentos apuratórios e deverão permanecer restritos às AI, enquanto perdurar a classificação sigilosa". Além disso, os dispositivos de comunicação dos agentes deverão ter segurança criptográfica.

Carência

Procurado pela reportagem, o Ministério da Justiça informou que a Doutrina "será lançada em maio com distribuição restrita aos chefes de inteligência das penitenciárias federais e dos sistemas prisionais estaduais e do Distrito Federal". A pasta alega que havia "a carência de instrumento que permitisse nortear a integração entre as agências de inteligência penitenciária e facilitar o compartilhamento de informações entre elas, de maneira padronizada".

De acordo com o ministério, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) tem aproximadamente 1.100 servidores, mas, sob a alegação de "motivos de segurança", não foi informado quantos atuam nos serviços de inteligência penitenciária. O ministério ressalta que cabe aos Estados a implementação das estratégias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder da Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Daniel Coelho (PSDB), subiu à tribuna da Casa Joaquim Nabuco nesta segunda-feira (11) para criticar a situação em que se encontra o sistema carcerário de Pernambuco. Num discurso duro, falou sobre a superlotação dos presídios do Estado, sobre o fracasso na política de recuperação de presos e a respeito da escassez de agentes penitenciários.

“Para avaliar a situação do sistema carcerário em Pernambuco se faz necessário que a gente retroceda um pouco e olhe o que foi feito pelo governo passado para ter a compreensão do que representam esses sete anos de governo do PSB para o Estado de Pernambuco”, disse Daniel. O líder da oposição lembrou que em 2000, segundo ano de governo Jarbas, Pernambuco tinha uma capacidade de vagas para 4.836 detentos e uma população carcerária de 8.419 presos.

##RECOMENDA##

“Ao final do governo Jarbas, ele entrega ao atual governador uma capacidade carcerária de quase o dobro do que recebeu. Ele entregou uma capacidade de 8.285. Mas isso não resolveu o problema de superpopulação em nossos presídios. Havia, quando assumiu o governo Eduardo Campos, 17.244 presos no Estado. Essa situação se agrava muito. Diferente do que aconteceu no governo Jarbas, quando a capacidade de vagas dobrou, o governo Eduardo Campos, em sete anos, não fez absolutamente nada”, alfinetou o tucano.

Daniel também cobrou a necessidade de uma ampliação no número de agentes penitenciários e fez referência ao Pacto pela Vida. “No governo passado nós tínhamos mil agentes para 8.500 detentos. Hoje nós temos 1.500 agentes para 27.600 presos em Pernambuco. Se o Pacto Pela Vida tem avançado, é preciso ter a compreensão de que os presos precisam ter um mínimo de condição de recuperação. A grande maioria termina voltando a cometer delitos, a cometer crimes”, reclamou Coelho, que relembrou em seguida à fuga que houve na semana passada no presídio Barreto Campelo.

 

 

Nesta terça-feira (4) e quarta-feira (5), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) realiza o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em estabelecimentos prisionais e unidades socioeducativas. No total, 26.665 candidatos privados de liberdade participam do exame, em que desse número, 20.687 são homens.

De acordo com o Inep, as provas ocorrem em 431 cidades, em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. No primeiro dia, os candidatos fizeram provas de Ciências Humanas e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Hoje, os socioeducandos realizarão provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias, além da redação. Por causa da dissertação, o exame será iniciado às 13h e finalizado às 18h30, também de acordo com o horário de Brasília.

O Enem para pessoas sem liberdade é realizado em dias diferentes do exame tradicional porque, em dias úteis, há menos movimentação nas unidades prisionais, uma vez que nos finais de semana são realizadas as visitas. Segundo informações do Ministério da Educação (MEC), divulgadas pela Agência Brasil, 11.652 “feras” têm idade de 21 a 30 anos, e 9.435 candidatos são maiores que 30 anos. Além disso, 2.457 inscritos têm de 17 a 20 anos, e 121 têm idade igual ou inferior a 16 anos. Segundo a agência, do número total de inscritos, 17.945 buscam a certificação do ensino médio.

O processo seletivo está sendo realizado nos estabelecimentos prisionais ou sicioeducativos. Cada local tem o apoio do seu coordenador pedagógico, que é o responsável pelas inscrições dos detentos e também acompanha todo o exame. O mesmo coordenador tem a responsabilidade de acessar os resultados, pedir a certificação ou a participação do inscrito no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Ele também deve providenciar, se houver necessidade, atendimento especial para os candidatos portadores de necessidades especiais.

Segundo o Inep, os gabaritos das provas objetivas serão divulgados até o dia 10 deste mês. Eles poderão ser consultados através da internet.

Com informações da Agência Brasil.

##RECOMENDA##

Os atentados em Santa Catarina continuaram nesta quarta-feira, pela terceira noite e há forte suspeita de ligação com os presídios. Às 20h30 desta quarta-feira, outro ônibus foi incendiado em Florianópolis, no bairro dos Ingleses. Entre terça-feira à noite e madrugada de quarta-feira, ao menos 11 ocorrências foram registradas no Estado.

Na capital, dois contêineres foram incendiados e uma unidade da Polícia Militar foi alvo de tiros. Ônibus e carros também foram queimados em Criciúma, Blumenau, Navegantes, Palhoça e Itajaí. Um presídio em Criciúma foi alvejado. Ninguém ficou ferido e a polícia deteve 23 suspeitos. Entre a noite de segunda-feira e a madrugada de terça, foram registradas ao menos seis ocorrências, incluindo ônibus queimados, viatura e base da Polícia Militar alvejadas.

##RECOMENDA##

O governador Raimundo Colombo (PSD) afirmou que parte dos crimes é motivada pelo aumento da presença do Estado nas cadeias. "No ano passado tivemos mais de 500 fugas e 11 mortes. Em 2012, foram 125 fugas e apenas duas mortes." Segundo o governador, o Ministério da Justiça ofereceu ajuda. "Mas não temos necessidade. Nossa polícia tem como controlar a situação."

De acordo com o delegado-geral de Polícia Civil, Aldo Pinheiro, os depoimentos dos detidos reforçam o eixo de trabalho das investigações. "Parte dos atentados ocorre por ação de organizações nos presídios e outra parte é de vândalos ou oportunistas que se aproveitam da situação para confrontar o Estado."

Para o delegado Renato Hendges, presidente da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol) em Santa Catarina, a origem da crise também são as más condições do sistema prisional. Ele atribui os ataques à existência de uma facção criminosa nos presídios. "Negar que exista essa organização é hipocrisia. São cinco ou seis líderes, bandidos perigosos que chefiam a organização, que tem um comando verticalizado e ações criminosas em vários níveis." Hendges afirma ainda que há a possibilidade de criminosos paulistas estarem ordenando a bandidos de Santa Catarina que cometam os crimes no Estado.

Em maio, a polícia descobriu um sítio na zona rural de Itajaí onde o PCC dava "treinamento" a criminosos. Há informações de ligação ainda entre a facção paulista e o chamado Primeiro Grupo Catarinense (PGC).

Diretor afastado

Após o vazamento de uma gravação em vídeo em que detentos do Complexo de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, cumprimentam comparsas pelo "apoio e empenho em prol da facção" nos ataques, o diretor do presídio, Carlos Alves, pediu afastamento do cargo. O presídio é a provável base de onde partiriam as ordens para os atentados.

O comunicado foi feito pelo governador nesta quarta-feira à tarde. Colombo disse apenas que Alves está abalado com o assassinato da mulher, a agente penitenciária Deise Fernanda Melo Pereira, de 30 anos. Existem suspeitas de que sua morte tenha sido vingança contra Alves, que adotou medidas duras no presídio. Os presos gravaram nesta semana a entrada violenta de agentes penitenciários em uma cela.

Investigação

O Ministério Público do Estado também montou um grupo de trabalho para atuar na inteligência de combate ao crime. A ideia é trabalhar com as Polícias Civil e Militar e outros órgãos de segurança para descobrir de onde partiu a ordem para os atentados, quem comanda as ações e montar estratégia para coibir novos ataques. O procurador-geral de Justiça, Lio Marcos Marin, acredita que até o início da próxima semana as investigações darão resultados.

Ele não acredita que os atentados tenham origem em alguma facção criminosa - aos moldes do PCC de São Paulo - que atue nos presídios. Na opinião dele, o que existe em Santa Catarina são pequenos grupos, com certo grau de organização, que se beneficiam do vazamento de informação para fora do sistema prisional. "Não ocorre uma organização nas dimensões em que se imagina ou que é noticiado."

As investigações do Ministério Público seguem na linha de que a violência dos últimos dias é uma retaliação dos presos contra o corte de regalias nas prisões e em resposta a maus-tratos e torturas.

Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) catarinense, Paulo Roberto de Borba, a crise instalada na segurança pública do Estado expõe a necessidade de uma revisão completa no modelo. "Quando ouvimos de um ministro da Justiça, que ele preferia morrer a ser preso, é porque algo está errado." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Classificados pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, como "medievais", os presídios brasileiros receberam menos de 1% do valor de investimento previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) deste ano. Ao se considerar os cinco programas do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) cuja destinação é a recuperação e a construção de novas unidades, nota-se que pouco do total de R$ 277,5 milhões saiu dos cofres dos governo federal - apenas R$ 2.579.776,61.

O Funpen, gerido pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), foi criado em janeiro de 1994, com o objetivo de proporcionar recursos e meios para financiar e apoiar as atividades de modernização e aprimoramento do sistema penitenciário. Os recursos devem ser aplicados na construção, reforma e ampliação dos estabelecimentos penais, bem como na formação, aperfeiçoamento e especialização do serviço penitenciário e demais custos do sistema.

##RECOMENDA##

De todo o dinheiro disponível neste ano - R$ 435.267.845,00, o que inclui os chamados restos a pagar de orçamentos de anos anteriores -, apenas 19,87% foi gasto até a última terça-feira. Os dados são do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) levantados pela organização não governamental Contas Abertas a pedido do Estado.

A construção da quinta penitenciária federal, que já fazia parte das promessas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem R$ 27,5 milhões para utilizar. Desse total, apenas R$ 21 mil foi empenhado, mas nada pago. O programa que deveria investir R$ 1 milhão na adequação física de penitenciárias federais, segundo o orçamento previsto para este ano, também não teve nada investido. Para a modernização e aparelhamento do sistema penitenciário federal, 10% saiu do caixa do Funpen.

Parte do discurso da presidente Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral de 2010, a parceria do governo federal com os Estados na manutenção e recuperação dos presídios estaduais quase fica na promessa. Somente 0,5% dos cerca de R$ 239 milhões destinados a apoiar a construção de estabelecimentos penais estaduais foi pago. Quando se fala em modernização e aparelhamento de estabelecimentos penais nos Estados, 16,67% saíram dos cofres do Funpen, cerca de R$ 5,1 milhões.

A recuperação social de presos também foi alvo de críticas do ministro Cardozo. Mas o programa que visa a reintegrar os egressos não foge à regra dos baixos investimentos. Dos R$ 7,9 milhões destinados a ações de apoio a projetos de reintegração social do preso, internado e egresso, apenas R$ 353 mil foram aplicados.

Investimento

Procurado para comentar a execução orçamentária diversas vezes, o Ministério da Justiça não deu resposta às solicitações. A pasta destacou que a principal ação para melhorar o sistema é o Programa Nacional de Apoio ao Sistema Penitenciário, cujo investimento deve ser de R$ 1,1 bilhão até o fim do próximo ano. Em comunicado à imprensa a pasta destaca que já foram executados R$ 270 milhões no passado. Dados da execução orçamentária do Funpen, no entanto, apontam um investimento muito menor no sistema prisional no ano passado. De acordo com o Siafi, apenas R$ 91,4 milhões foram aplicados.

Responsável por promover mutirões carcerários, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) considera ruim a situação dos presídios brasileiros. Na sua avaliação, o sistema, além de ter instalações precárias, não consegue atender a demanda de casos, o que contribui para a superlotação, uma vez que permanecem presas pessoas que já deveriam ter sido soltas ou recebido progressão de pena - quando o detento recebe o benefício do sistema semiaberto. Em dois anos de mutirão, 42 mil presos receberam benefícios - 21 mil ganharam a liberdade e, os demais, progressão de pena. Desde o início do ano, o foco do conselho tem sido em auxiliar as varas a organizar o sistema de trabalho, o chamado projeto eficiência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta terça-feira (30), no horário das 10h, a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, por meio da sua Executiva de Ressocialização (Seres), lançará o Projeto Cozinha Escola. A ideia da atividade é qualificar, inicialmente, 1,2 mil reeducandos por ano. No total, a Seres está investindo R$ 6,2 milhões no projeto.

O lançamento será no Presídio Frei Damião de Bozzano, que fica na Rua Orfeu do Carnaval, s/n, no bairro do Sancho, no Recife. Vários presídios da Região Metropolitana do Recife receberão as qualificações, em que cada um deles terá quatro salas que comportarão as aulas.

A duração do curso é de seis meses, com 320 horas. Os alunos terão aulas práticas e teóricas, de segunda a sexta-feira, nos turnos da manhã e tarde. Os encontros iniciarão no próximo dia 31. Os presos receberão material didático, fardamento e bolsa-auxílio no valor de R$ 100. De acordo com a assessoria de comunicação da Seres, os alunos foram selecionados através de equipes de psicossocial e laborterapia das unidades, em que foram levados em consideração aspectos como alfabetização, avaliação de saúde e comportamento. 

Neste ano, 14.671 presos provisórios e jovens em conflito com a lei poderão votar para prefeito e vereador em 22 Estados brasileiros. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em todo o País, serão disponibilizados 207 locais de votação em presídios e centros socioeducativos.

O direito de votação dos presos provisórios e dos jovens é garantido no artigo 15º da Constituição Federal e organizado pelos tribunais regionais eleitorais (TREs), em parceria com as secretarias estaduais de Segurança Pública.

##RECOMENDA##

A formação de mesas eleitorais em presídios e em entidades de internação de adolescentes terão a participação de mesários preparados para esse tipo de atendimento. Para as votações envolvendo jovens em conflito com a lei, os mesários serão escolhidos nos departamentos penitenciários, entre os representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Defensoria Pública.

Após cerca de 20 horas, a Polícia Militar da Paraíba conseguiu restabelecer na tarde desta quarta-feira a normalidade em três presídios de João Pessoa, onde cerca de 1700 presos se rebelaram na noite de terça-feira. Pelo menos 300 policiais foram acionados pelas secretarias de Segurança Publica e Administração Penitenciária para controlar a situação no Complexo Penitenciário de Segurança Máxima Romeu Gonçalves de Abrantes (PB 1 e PB 2), na praia de Jacarapé, zona sul, e na Penitenciária Flóscolo da Nóbrega, no bairro do Róger, na zona central da capital paraibana.

Briga entre facções criminosas rivais pelo controle do tráfico de drogas dentro e fora das penitenciárias, segundo o governo do Estado, teriam motivado as rebeliões, que resultaram em um morto e dois feridos. As rebeliões tiveram início por volta das 20 horas de terça-feira e só foram controladas na tarde desta quarta-feira. No Complexo Penitenciário PB 1 e PB 2, os presos detonaram duas bananas de dinamite que destruíram grades e paredes das celas e pavilhões. Eles também colocaram fogo em colchões. A PM encontrou uma banana de dinamite que não explodiu, um revólver, uma pistola e aparelhos de telefonia celular, usados pelos presos para se comunicarem com parentes e com jornalistas e radialistas.

##RECOMENDA##

O secretário da Administração Penitenciária do Estado, Washington França, disse à imprensa que a maior preocupação foi manter o controle da situação sem que ninguém se ferisse. Na penitenciária do bairro do Róger, os presos chegaram a suspender a rebelião por volta da 1 hora desta quarta-feira e reiniciaram quando o dia estava amanhecendo. A confusão só terminou quando o pelotão de choque da PM invadiu o presídio, no início da tarde.

"A rebelião começou por causa de uma briga entre duas facções. Apenados de uma ala queriam atingir os apenados de outra ala. Então, nos reunimos para contornar a situação", declarou o secretário, embora parentes dos presos digam que as rebeliões foram motivadas por melhores condições de vida dentro dos presídios. Os presos estariam querendo melhor alimentação e fim de maus tratos. O secretário nega maus tratos. A população carcerária da Paraíba é de 8.210 presos. Do total, pouco mais de mil cumprem pena no presídio do Róger, que tem capacidade para 400. Outros 664 cumprem pena no Complexo PB 1 e PB 2, que comporta 700.

As rebeliões de detentos nos presídios Flósculo da Nóbrega (Roger) e Romeu Gonçalves de Abrantes (PB1), no bairro de Mangabeira, em João Pessoa, iniciadas na noite de terça-feira, 29, terminaram por volta das 12h30 desta quarta-feira, segundo informações da Polícia Militar (PM).

No PB1, um dos presos, ainda não identificado, foi atingido por um tiro na cabeça e levado em estado grave no Hospital Emergência Trauma, por volta das 9 horas desta quarta-feira. De acordo com a PM, não houve reféns.

##RECOMENDA##

Segundo o porta-voz do Batalhão de Operações Especiais (Bope), major Jerônimo Pereira Bisneto, após a contagem dos presos teve início a limpeza dos imóveis. Durante a rebelião, cerca de 400 detentos do PB1 e 600 do PB2, prédio localizado dentro da mesma penitenciária, destruíram grades de celas e alguns pavilhões.

Detentos de dois presídios da Paraíba rebelaram-se na noite da última terça-feira e as negociações continuam nesta quarta-feira. Conforme informações da Polícia Militar, os presos que aderiram às rebeliões atearam fogo em objetos nos presídios de Flósculo da Nóbrega (Roger) e Romeu Gonçalves de Abrantes (PB1).

Por volta das 10h desta quarta-feira, um porta-voz do Batalhão de Operações Especiais (Bope), major Jerônimo Pereira Bisneto, informou que, mesmo com a negociação não concluída, há progresso nos acordos com os detentos rebelados.

##RECOMENDA##

A rebelião começou por volta das 19h de terça-feira e, segundo Bisneto, não há motivos para os protestos. Não há reféns, mas um preso da penitenciária Roger ficou ferido no início desta manhã e foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros. Não há informações sobre a gravidade dos ferimentos da vítima.

Ainda segundo Bisneto, as chamas dos dois presídios já foram contidas. "O presídio Flósculo da Nóbrega fica no centro de João Pessoa e o PB1 está na Praia do Jacaré, também em João Pessoa, e os dois entraram em rebelião juntos", explica o agente do Bope.

As negociações estão sendo realizadas por agentes do sistema penitenciário e da Polícia Militar de João Pessoa, afirma Bisneto. O porta-voz do Bope não soube dizer o número exato de detentos nas duas penitenciárias, mas estima que existam cerca de 600 presos em cada um dos complexos.

De olho no R$ 1,1 bilhão previsto no Plano Nacional de Apoio ao Sistema Prisional, os prefeitos deixaram de lado a resistência de receber penitenciárias em suas cidades. Lançado há quatro meses pelo Ministério da Justiça, o projeto tem como metas criar 42,5 mil vagas em penitenciárias e cadeias públicas, zerar o déficit de unidades femininas e reduzir a quantidade de presos provisórios em delegacias.

Levantamento feito pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) apresentado à Casa Civil mostra que 77 contratos já estão em andamento para a construção e reforma de unidades prisionais. Para criar 21 mil vagas, o governo deve destinar R$ 544,8 milhões.

##RECOMENDA##

Outros 20 convênios foram assinados com 15 Estados, totalizando mais R$ 270 milhões. A primeira fase do plano vai criar 8,3 mil vagas em cadeias públicas. O Depen ainda analisa 96 projetos para a construção de unidades prisionais.

Um dos projetos mais caros é o da construção da Penitenciária Compacta Dupla de Presidente Alves, a 382 quilômetros de São Paulo, que deve custar R$ 57,9 milhões. Em Salvador, mais de R$ 20 milhões já foram aprovados para a construção de uma unidade para presos provisórios da região metropolitana.

Em Goiás, no entorno de Brasília, uma unidade para jovens adultos será construída em Novo Gama. O custo da obra é de R$ 20 milhões. Em Valparaíso de Goiás, o governo federal liberou R$ 600 mil para a reforma do presídio. O Estado, aliás, foi o que mais contratou projetos: são oito, totalizando R$ 46,2 milhões (R$ 42,7 milhões já repassados). Ao todo, o programa vai criar 1.604 vagas em Goiás.

Os municípios brasileiros historicamente brigavam para não construir presídios em seu território. Temiam o aumento da criminalidade e a avaliação negativa perante o eleitorado. Agora, no entanto, defendem que as unidades contribuem na criação de empregos e no aumento da renda.

"Não podemos ter preconceito com as cadeias. Essa foi a forma que a nossa sociedade encontrou para punir quem cometeu algum crime e precisa ficar fora do meio social por um tempo. Nosso município não pode simplesmente ignorar esse fato", afirma a prefeita de Valparaíso, Leda Borges (PSDB), que cobra mais recursos do governo federal para a segurança pública.

"Os valores previstos demonstram que o sistema prisional é uma preocupação deste governo", diz o presidente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), Geder Luiz Rocha Gomes, que é promotor de Justiça.

"O plano vai investir quase o mesmo destinado ao Fundo Penitenciário entre 1994 e 2007. Só que agora estamos trabalhando com planejamento estratégico e com diretrizes para essas construções", explica Gomes. "As unidades têm de atender a um determinado modelo de projeto e o Depen está sendo bastante criterioso na seleção."

Segundo o promotor, o pente-fino do Ministério da Justiça tem gerado críticas e reclamações de secretários de Estados e prefeitos. "O problema é que os Estados ainda dependem muito do governo federal e investem pouco nessa área. Ficam só aguardando os recursos, com exceção de Estados como Minas Gerais, São Paulo e Rio", destaca o presidente do CNPCP. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 As unidades prisionais de Pernambuco vão receber um reforço de 494 novos agentes de segurança penitenciária (ASP) nesta quinta-feira (5), sendo 300 para o Presídio Professor Anibal Bruno e 194 para outras unidades. A apresentação dos profissionais acontecerá às 10h, onde eles serão recebidos pelo secretário de Ressocialização Romero Brito.

Durante os quatro primeiros dias, os APS serão instruídos nas áreas administrativas, técnicas e operacional. A partir do dia 10 deste mês, os agentes iniciarão os plantões de 24 horas. Com o aumento do efetivo, a segurança interna da unidade, principalmente a portaria e os pavilhões será reforçada. Além disso, os profissionais também vão agir no controle, disciplina e assistência dos reeducandos.

##RECOMENDA##

No primeiro momento, os demais agentes penitenciários serão lotados nas seguintes unidades: Colônias Penais Femininas do Recife e de Abreu e Lima, Penitenciárias Agroindustrial São João e Barreto Campelo, Presídio de Igarassu, Cotel e Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.

A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) promoverá seleção pública para a contratação temporária de 19 médicos, especialistas em clínica geral. Na última quarta-feira (30), o Diário Oficial do Estado autorizou o processo seletivo e o edital deve ser publicado ainda esta semana. A seleção será feita por meio da análise de currículos e títulos.

De acordo com a Seres, a princípio, os contratos terão validade de 2 anos, mas, caso a Secretaria tenha necessidade, eles poderão ser renovados pelo mesmo período. O objetivo da ação é melhorar o atendimento médico a presidiários detidos em presídios da Região Metropolitana do Recife, como também, em casas de detenção nos municípios de Arcoverde, Caruaru, Salgueiro, Pesqueira e Petrolina.

A remuneração para os médicos aprovados na seleção será de R$ 5,5 mil. Dentre as vagas, 14 serão direcionadas para penitenciárias da RMR, e as outras 5 serão destinadas aos municípios do interior. A lista com os candidatos aprovados será publicada em 16 de janeiro.

Os atendimentos médicos serão realizados em plantões, com 24 horas de duração. Para os profissionais interessados no processo seletivo, as inscrições começam a ser feitas do dia 21 a 28 deste mês, na sede da Seres. O endereço é rua do Hospício, 751, bairro da Boa Vista, Recife. O telefone da secretaria é o (81) 3184-2151

O superintendente de Ressocialização da Seres, o coronel Fernando Melo, explica o objetivo da ação. “Graças ao grande trabalho feito pelas polícias, aliado ao programa do Governo do Estado, o Pacto pela Vida, a população carcerária está aumentando, por causa da competência das autoridades. Sendo assim, os presos precisam de mais assistência médica e um atendimento de qualidade. Isso será muito bom”, relatou o superintendente.

Serviço
Seres promove: seleção pública para médicos clínicos gerais
Vagas: 19
Período: 2 anos (podendo ser prorrogado pelo mesmo período)
Inscrição: de 21 a 28 de dezembro, na sede da Secretaria: rua do Hospício, 751, Boa Vista, Recife.
Informações: (81) 3184-2151.  

O governo federal prepara um programa de ampliação de vagas e construção de cadeias públicas para desafogar o sistema carcerário do País. Dados do Ministério da Justiça apontam que mais de 50 mil presos provisórios aguardam julgamento em delegacias, o que obriga as secretarias de segurança a tirar policiais das ruas para cuidar da carceragem. "As delegacias são absolutamente inadequadas para receber presos, seja do ponto de vista da segurança, seja do ponto de vista das condições carcerárias e humanas para o preso, seja do ponto de vista policial, porque você acaba deixando policiais que deveriam estar nas ruas para que fiquem cuidando de carceragens em delegacias", disse o ministro José Eduardo Cardozo.

Em entrevista exclusiva à Agência Estado, o ministro contou que a presidente Dilma Rousseff aprovou o programa, que será lançado ainda neste ano. A proposta do governo é repassar R$ 1,1 bilhão para os Estados, que ficarão responsáveis pela execução das obras. "Vamos fornecer os recursos até um certo valor por vaga e o Estado entrará com uma contrapartida",explicou o ministro.

##RECOMENDA##

O Ministério da Justiça faz um mapeamento da situação carcerária de cada Estado para definir o valor que será repassado para cada governo estadual. De acordo com o ministro, os 26 Estados e o Distrito Federal receberão recursos do programa. Onde for possível reformar as cadeias, será possível ampliar o número de vagas no curto prazo. Em alguns locais, será necessário construir novas unidades prisionais. "Nós vivemos um momento muito difícil no sistema prisional brasileiro", avaliou o ministro.

De acordo com ele, a presidente está ciente de que não conseguirá resolver a questão da superlotação nas cadeias até o final de seu mandato, por isso a meta inicial do governo é desafogar o sistema carcerário. "O problema não se resolve em quatro anos, mas pelo menos vai desafogar uma situação que é gravíssima e que tem sido objeto de denúncias nas cortes internacionais em face de alguns presídios que apresentam situações inaceitáveis para os presos", disse Cardozo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando