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Das 7h às 19h desta terça-feira (22) os Agentes Penitenciários de Pernambuco realizam uma mobilização em todos os presídios do Estado. Em frente ao Complexo Penitenciário do Curado, antigo Presídio Aníbal Bruno, eles cobram o cumprimento do acordo que deveria inserir os agentes no regimento normativo dos policiais civis. 

Conforme o Sindicato da Categoria (Sindasp - PE), o ato foi definido após a Procuradoria Geral do Estado (PGE) não incluir o termo “Servidor Policial Civil” no plano de cargos e carreiras da classe. O acordo teria sido firmado em 2010.

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De acordo com o presidente do Sindasp - PE, Nivaldo Oliveira Júnior, atualmente a categoria não tem condições e nem efetivo suficiente para cumprir de forma satisfatória todas as atribuições de um agente penitenciário. “Temos 1.400 agentes para acompanhar 30 mil presos”, afirmou.

Durante todo o dia de hoje, eles pretendem promover o cumprimento pleno do Procedimento Operacional Padrão (POP). “Só vamos realizar as atividades conforme o procedimento padrão. Se são necessário 10 agentes para acompanhar a transferência de detentos, não vamos realizar o serviço com três homens”, concluiu. 

A Secretaria de Ressocialização (Seres), órgão responsável pela categoria, informou que 120 candidatos foram convocados para participar do curso preparatório e em dezembro devem assumir suas funções. Um novo concurso foi aberto disponibilizando 200 novas vagas. A Seres também adiantou que a reivindicação da categoria vem sendo debatida entre o sindicato dos agentes e a Secretaria de Administração do Estado.   

O oferecimento de cursos de reutilização e reciclagem de materiais e outros cursos de qualificação para egressos do sistema prisional está perto de receber incentivos tributários. O projeto de lei que quer dar esse incentivo está pronto para ser votado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e depois deverá seguir para análise em decisão terminativa.

Pessoas jurídicas que oferecem as capacitações para os egressos dos presídios, bem como para jovens em cumprimento de medidas socioeducativas, serão os beneficiadas. De acordo com o Senado, a dedução poderá ser realizada durante a fase de contratação equivalente ao de cumprimento, pelo egresso, de pena em regime fechado, até o limite de dois anos, não podendo ultrapassar 4% do imposto devido.

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Das 300 vagas oferecidas pelo Projovem Urbano aos presidiários de Pernambuco, 15 serão destinadas ao público LGBT. A informação é a Secretaria Executiva de Ressocialização de Pernambuco (Seres) e o intuito é elevar a escolaridade dos reeducandos.

O programa é oferecido a pessoas com idade de 18 a 29 anos, desde que sejam alfabetizadas. As aulas serão iniciadas em agosto deste ano, com 18 meses de duração.

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Cada detento receberá bolsas no valor de R$ 100. De acordo com a Seres, cada 12 horas dedicadas aos estudos diminuem um dia a menos na prisão.

A Ordem dos Advogados do Brasil, secção Pernambuco (OAB-PE), irá ajuizar ação civil pública para cobrar das autoridades competentes, medidas para melhoria do sistema penitenciário, bem como o cumprimento da Lei de Execuções Penais e do Estatuto da OAB quanto às prerrogativas dos advogados. A deliberação foi aprovada em reunião ordinária do Conselho Pleno da OAB-PE, realizada na noite desta segunda-feira (28).

O próximo passo será a formatação final da minuta apresentada pelo relator da matéria, o conselheiro seccional João Olímpio Mendonça, o que deve ser concluído num prazo de 15 dias. Com a decisão, de acordo com o presidente da OAB-PE, Pedro Henrique Reynaldo Alves, espera-se que as irregularidades constatadas e registradas em relatório da Ordem sejam revistas e solucionadas.

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O relatório organizado pela OAB-PE, resultado de vistorias feitas nas unidades prisionais do Estado, aponta a superpopulação carcerária como a raiz de vários outros problemas.  “A OAB não pode e nem ficará inerte a este descaso com que o Estado vem tratando o tema nas últimas décadas”, afirma Alves.

Em Pernambuco, foram vistoriados o Complexo do Curado (antigo Aníbal Bruno); a Penitenciária Professor Barreto Campelo; a Penitenciária Agroindustrial São João; o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico; a Colônia Penal Feminina do Recife; e o Presídio Dr. Rorenildo da Rocha Leão, em Palmares. A OAB Caruaru também fez um relatório sobre a Penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, no Agreste.

Com informações de assessoria

Nesta terça-feira (29), a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados realiza um seminário para debater as atividades educacionais promovidas nos presídios brasileiros. A iniciativa é do deputado Glauber Braga (PSB-RJ).

“Além de ser um direito de todos, o acesso à educação é fundamental para garantir a reintegração do ex-preso na sociedade”, destaca Braga, conforme informações da Agência Câmara de Notícias. Participarão do evento representantes dos ministérios da Educação e da Justiça; e dos governos de Pernambuco, Rio de Janeiro, Maranhão, Mato Grosso e Distrito Federal. O seminário será em Brasília, na Câmara dos Deputados.

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Com informações da Agência Câmara de Notícias

Sair da cadeia e continuar fora dela não é uma tarefa fácil para muitos ex-detentos. Embora o trabalho e o estudo sejam algumas das chaves da ressocialização bem sucedida, apenas 20% dos cerca de 574 mil presos no país trabalham e 8,6% estudam. É o que a última  parte da série Prisões Brasileiras – um Retrato sem Retoques, do Repórter Brasil, mostra nesta sexta-feira (28), a partir das 21h, na TV Brasil.

A reportagem conheceu o trabalho feito no Paraná, onde quase todos os detentos da Colônia Penal Agroindustrial de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, trabalham. Alguns detentos saem da unidade durante o dia para trabalhar, enquanto outros trabalham lá dentro, em fábricas montadas na colônia.

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A cada três dias de trabalho, o preso tem descontado um dia na sua pena. O pagamento, que deve ser, no mínimo, 75% de um salário mínimo, é depositado em conta aberta pelo Estado. O detento pode sacar todo o dinheiro quando for libertado ou autorizar alguém da família a movimentar a conta. “A gente vê que eles têm uma vontade muito grande de aprender e se empenham ao máximo para ajudar no dia a dia da fábrica”, diz Miguel Pires, supervisor da fábrica instalada na colônia.

A Pastoral Carcerária, entidade ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), deu início a um projeto piloto, o Projeto Recomeçar. Atualmente apenas em São Paulo, o projeto dá assistência psicológica, jurídica e ajuda ex-detentos a regularizar seus documentos. Além disso, assistentes sociais encaminham currículos dos egressos do Sistema Penitenciário para vagas de empregos e os ajudam a procurar cursos de qualificação.

“A gente tem uma massa de pessoas saindo em condições muito piores em relação a que elas entraram. Sem qualquer perspectiva de conseguir um trabalho registrado, de conseguir um trabalho que seja com qualificação mínima”, avalia Catarina Pedroso, psicóloga do Projeto Recomeçar. Na opinião dela, o Estado deveria intervir mais no problema. “É preciso que o Estado se volte em relação a isso. Estratégias como uma porcentagem de vagas no próprio Poder Público destinadas a egressos do sistema prisional; 5%, 10% dos postos de trabalho. Já é uma medida que absorveria um pouco essa população que está saindo”.

O estudo e a leitura têm dado esperanças de vida melhor para detentos como Edson de Oliveira, preso no Paraná. Ele descobriu muito mais benefícios na leitura e no estudo do que apenas a redução de pena. “No início, é pela remissão dos quatro dias. Mas você acaba gostando, se envolvendo. Você melhora não só a dicção, mas a maneira de escrever, sem errar o português e também se expressar. Até porque eu tenho filho pequeno e quero incentivá-lo a ler, além de corrigi-lo, não é?”.

Trabalhando, estudando e tendo oportunidades de voltar a colaborar com a sociedade. Embora muitas vezes ignorados, esses são elementos essenciais da própria pena cumprida pelo condenado, de acordo com o juiz da 1ª Vara de Execução Penal de Pernambuco, Luiz Gomes Neto. “É parte de um processo de ressocialização que vem associado justamente com a punição, com a pena. Porque a pena, o acúmulo de seres humanos dentro de uma unidade prisional, por si só, não resolve. Não ressocializa, não reeduca e nem prepara o cidadão para se reinserir no seio da sociedade”.

As cenas de prisões superlotadas, cercadas de violência e maus-tratos, que foram vistas recentemente no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, refletem os problemas de todo o sistema carcerário brasileiro. Dados do Ministério da Justiça (MJ) mostram o ritmo crescente da população carcerária no Brasil. Entre janeiro de 1992 e junho de 2013, enquanto a população cresceu 36%, o número de pessoas presas aumentou 403,5%.

De acordo com o Centro Internacional de Estudos Penitenciários, ligado à Universidade de Essex, no Reino Unido, a média mundial de encarceramento é 144 presos para cada 100 mil habitantes. No Brasil, o número de presos sobe para 300. Essas estatísticas fazem parte da primeira reportagem da série Prisões Brasileiras – Um Retrato sem Retoques, do Repórter Brasil, que vai ao ar hoje (24), às 21h, na TV Brasil.

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Ao Repórter Brasil, o diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do MJ, Augusto Eduardo Rossini, explicou que o aumento de esforços de segurança pública é um dos fatores determinantes para o grande número de presos no Brasil. “Houve um esforço grande no sentido do aparelhamento das polícias, para elas terem mais eficácia, não só eficiência”.

Atualmente, são aproximadamente 574 mil pessoas presas no Brasil. É a quarta maior população carcerária do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos (2,2 milhões), da China (1,6 milhão) e Rússia (740 mil). “Estamos inseridos em uma sociedade que, lamentavelmente, tem aquela sensação de que a segurança pública depende do encarceramento. Se nós encarcerarmos mais pessoas, nós vamos conseguir a paz no país. Se isso fosse verdade, já teríamos conquistado a paz há muito tempo”, criticou Douglas Martins, do Conselho Nacional de Justiça.

Dentro dos presídios, a reportagem constatou condições precárias, como falta de espaço e de higiene, o que leva a uma série de doenças, além de poucos profissionais de saúde para tratá-los. A violência é, sobretudo, um dos grandes desafios dos gestores do setor. “O preso sofre violência sexual, não recebe a alimentação adequada, morre no sistema prisional. E como é que ele se sente mais seguro? É se associando a uma facção do crime organizado. E isso transformou as facções, hoje, em verdadeiros monstros no país”, explicou Martins.

Na outra ponta do problema estão aqueles que mantêm os presídios funcionando, e que também têm queixas a fazer. “Fica uma categoria sem valorização, sem prestígio, sem uma atribuição definida. Cada estado pode inserir ou retirar atribuição, passar a atribuição para uma outra categoria que não deveria fazer. Então, nós precisamos de uma organização maior, em nível federal, do sistema prisional do país”, analisou o presidente do Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciárias do Distrito Federal, Leandro Allan.

A série Prisões Brasileiras – Um Retrato sem Retoques será exibida durante toda esta semana. Nesta terça-feira (25) e quarta-feira (26), a reportagem abordará a superlotação, procurando entender sua estrutura, motivos e a lentidão do Sistema Judiciário, que contribui para o inchaço nas celas. Já na quinta-feira (27), a reportagem vai falar das mulheres presas e, na sexta-feira (28), dos processos de ressocialização de ex-detentos no país.

O Sistema Penitenciário de Pernambuco registrou, de janeiro até este mês, 700 novas matrículas escolares de detentos. De acordo com a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), no final do ano passado os presídios pernambucanos somavam 7.512 reeducandos estudando. Atualmente, há 8.521 presos em sala de aula.

Segundo a Seres, como exemplo, os três presídios que formam o Complexo do Curado, no Recife, receberam 250 novos estudantes. O intuito do órgão é fechar 2014 com 10 mil matrículas.

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Dados apontam Pernambuco como o estado que encabela o ranking da educação prisional no Brasil. O Estado tem 27% dos seus presos estudando, enquanto a média do resto do País é de 11%.

O LeiaJá, no final do ano passado, mostrou a realidade dos presos que se prepararam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) prisional. O fruto dessa preparação rendeu aprovações em universidades para alguns detentos

 

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), afirmou em resposta ao juiz Bruno Ribeiro, da 6ª Vara de Execuções Penais, que não há "ingerência política" na administração dos presídios do DF. Disse ainda que o sistema penitenciário sob sua jurisdição "tem plenas condições de custodiar quaisquer presos provisórios, como sentenciados, a exemplo dos condenados na Ação Penal nº 470". O ofício, de duas páginas, é uma resposta a questionamentos feitos pelo magistrado sobre supostos privilégios aos condenados no mensalão, especialmente os petistas Delúbio Soares e José Dirceu, correligionários de Agnelo.

Agnelo começa a resposta destacando que o juiz não exerce jurisdição sobre o governador do Distrito Federal. Responde ao questionamento do juiz sobre supostos privilégios aos condenados no mensalão pedindo que o magistrado informe a quais eventuais regalias se refere. Rebate a pergunta sobre qual medida está adotando para retomar o comando do sistema penitenciário dizendo que ele encontra-se "sob integral controle". Ao responder sobre se o DF tem condições de custodiar os condenados no mensalão, o governador afirma que o sistema penitenciário tem como receber estes e outros presos e tratá-los com "isonomia". Nega ainda interferências políticas nos presídios. Por oportuno, impõe-se consignar a completa ausência de qualquer ingerência de natureza política na administração do sistema penitenciário do Distrito Federal, afigurando-se grave aleivosia afirmação despida de qualquer indício da prática de atos ilegais e ilegítimos, a merecer a devida apuração pelos órgãos correcionais competentes", diz Agnelo.

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A pedido do governo do Maranhão, a Força Nacional de Segurança Pública permanecerá por pelo menos mais 90 dias em São Luís e região metropolitana, onde reforça o policiamento em estabelecimentos prisionais. A prorrogação entra em vigor a partir desta quarta-feira (5), com a publicação, no Diário Oficial da União, da portaria do Ministério da Justiça que trata do assunto. O prazo poderá ser prorrogado se o governo maranhense achar necessário.

Policiais da Força Nacional estão atuando no estado, desde outubro de 2013, com a missão de ajudar a controlar a crise no sistema prisional estadual. Eles chegaram a São Luís depois que nove presos foram mortos e ao menos 20 detentos ficaram feridos durante uma rebelião na maior unidade prisional do estado, o Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

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O episódio levou o governo estadual a decretar estado de emergência no sistema prisional por 180 dias, prazo durante o qual o Poder Executivo maranhense pode dispensar exigências burocráticas impostas à execução de obras públicas, construindo unidades prisionais em caráter emergencial. Em outubro, a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) anunciou o projeto de construir dez unidades prisionais e reformar os estabelecimentos já em funcionamento, criando, com isso, 2,8 mil vagas carcerárias.

Além da presença da Força Nacional, a segurança do Complexo Penitenciário de Pedrinhas foi reforçada pela atuação de policiais militares. A presença do efetivo policial, no entanto, não tem sido o bastante para impedir mortes e motins, como o registrado no último dia 6. Nos primeiros dias do ano, a rivalidade entre facções criminosas acabou chegando às ruas de São Luís de forma mais intensa e organizada, com ataques a ônibus e delegacias. Em um dos ônibus incendiados estava a menina Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos, que morreu no dia 6 de janeiro em decorrência das queimaduras que sofreu.

Pelo menos sete presos morreram este ano no interior de cárceres maranhenses. De acordo com a Sejap, quatro dessas mortes aconteceram em Pedrinhas. Levados em conta os números divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), chega a 67 o total de presos sob a responsabilidade do Estado brasileiro mortos no Maranhão desde o começo de 2013.

São Luís tem 11 unidades prisionais. Desse total, oito integram o Complexo de Pedrinhas. As demais são a Unidade Prisional de Olho d'Água, o Centro de Custódia de Presos Provisórios do Anil e a Unidade Prisional de Ressocialização de Paço do Lumiar, na região metropolitana da capital.

Em 123 presídios e Centros de Detenção Provisória do Estado de São Paulo os presos recebem aulas da rede estadual em salas multisseriadas divididas entre ciclo 1 do ensino fundamental (1.º ao 5.º ano), ciclo 2 do ensino fundamental (6.º ao 9.º ano) e ensino médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), além de aulas profissionalizantes. No ano passado, 10.713 conseguiram diplomas entre essas três etapas do aprendizado, segundo a Secretaria Estadual de Educação (SEE).

A pasta assumiu a coordenação das classes prisionais no ano passado. Até então quem dirigia era a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). A mudança ocorreu dois anos e meio após uma resolução do Conselho Nacional de Educação definir que a educação nos presídios passasse a ser atribuição direta do órgão responsável. São Paulo foi um dos últimos Estados a fazer a transferência.

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Cada uma das prisões hoje está subordinada a uma escola da rede. O preso, quando formado, sai com o diploma da escola vinculadora. A estimativa é de que haja ao menos uma sala em cada um dos presídios do Estado. "Isso também depende da infraestrutura dos presídios. A SAP está verificando em quais há espaço para receber salas", afirma Maria Elizabete da Costa, coordenadora de Gestão da Educação Básica da SEE.

A reportagem visitou a sala do Centro de Detenção Provisória de Pinheiros II, na capital. No local, cabem 30 alunos por aula. Os cinco presos ouvidos pela reportagem resolveram começar as aulas para sair da rotina do centro de detenção e também têm interesse em usar o período de estudo para tentar reduzir a pena.

Desde 2012, a legislação prevê que cada 12 horas de estudo (3 dias de aula) corresponda a um dia de remissão de pena. A maioria deles acaba se empolgando com as aulas. "Não terminei meus estudos por causa das drogas. Fui terminar aqui", afirma o preso Filipe Santner, de 32 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Secretaria de Ressocialização (Seres) fez um balanço positivo das primeiras 48 horas de instalação do equipamento que bloqueia ligações de telefones celulares. O serviço foi instalado na última quinta-feira (6) nos Presídios Juiz Antônio Luiz Lins de Barros, ASP Marcelo Francisco de Araújo e o Frei Damião de Bozzano. Todos integram o Complexo do Curado.

A ação tem o objetivo de reforçar a segurança dos funcionários destas três unidades prisionais, da população e dos reeducandos e familiares, evitando a comunicação entre criminosos. Durante os próximos 15 dias, técnicos da empresa responsável pelo prestação do serviço estarão de plantão no Complexo para realizar ajustes, se for necessário. 

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A crise carcerária no Maranhão continua sendo vigiada de perto pela sociedade maranhense, entidades e autoridades do estado. Durante a última semana, foi cobrado do governo do estado mais eficácia para as medidas emergenciais adotadas para conter a violência dentro e fora dos presídios.Na sexta-feira (31), em uma carta aberta ao Comitê de Gestor Integrado, criado pelo governo estadual e o Ministério da Justiça, para gerenciar as medidas, os juízes Carlos Roberto Gomes de Oliveira Paula, da 1.ª Vara de Execuções Penais, e José dos Santos Costa, da 2.ª Vara da Infância e Juventude, questionaram a eficácia e a viabilidade das medidas anunciadas para conter a violência, as mortes e as fugas no sistema prisional da capital a curto prazo.

Segundo os magistrados, em 10 de outubro de 2013, quando uma rebelião deixou nove mortos e 20 feridos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, o governo decretou situação de emergência para acelerar a construção e reformar as unidades prisionais. Entretanto, a unidade de Imperatriz está com as obras paralisadas e a de Balsas encontra resistência da população local. “Para a construção de presídio não basta boa vontade, decreto ou sentença. O Plano de Emergência de 180 dias, decretado em 10 de outubro do ano passado, também tinha essa proposta de construções e reformas. Decorreram-se 120 dias e o que foi feito?”, diz a carta.

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Os juízes afirmam ainda que o mutirão carcerário da Defensoria Pública é valido e importante, mas não vai minimizar a superlotação, já que sua finalidade é analisar a legalidade das prisões, seguida de uma possível aplicação de penas alternativas. “A motivação predominante da violência e mortes entre os detentos não é a prisão ilegal. Percebe-se que é pela superlotação insuportável que ofende e brutaliza o ser humano, submetendo-os às disputas de facções criminosas.”

Na carta, os juízes elencam outras medidas como necessárias para a redução da superlotação, a prevenção de novas mortes e chacinas e o fim do desrespeito a direitos humanos que vem ocorrendo no sistema carcerário. Entre elas, está a utilização da Penitenciária Feminina, com capacidade para 210 vagas, para presos do sexo masculino pelo prazo de seis meses e converter em prisão e recolhimento domiciliar as prisões definitivas e provisórias das mulheres.

Os magistrados sugerem também a criação da Vara das Garantias para a análise e a filtragem das prisões em flagrante e adaptação das delegacias de polícia do interior em unidades prisionais de ressocialização, além da urgente conclusão da reforma da Casa de Detenção (Cadet), em Pedrinhas, cuja capacidade é de 400 presos e abriga atualmente 203.

A Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Maranhão (OAB/MA) -  e o Conselho Federal da OAB também cobraram atitudes do governo e, na quarta-feira (29), ajuizaram ação civil pública contra o Estado do Maranhão para garantir a melhoria no sistema prisional e assegurar a indenização tanto das famílias das vítimas dos atentados a ônibus ocorridos em São Luís, no dia 3 de janeiro, quanto dos presos mortos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas entre o ano de 2013 e janeiro de 2014.

O presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, entregou, nesta sexta-feira (31), ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, um parecer para tentar reduzir o número de presos provisórios em presídios. A proposta de alteração legislativa prevê que os juízes tenham de se manifestar sobre a possibilidade de aplicação de medidas cautelares alternativas antes de decretar prisões preventivas ou em flagrante.

De acordo com Lewandowski, as medidas sugeridas poderão contribuir para a redução da superlotação nos presídios brasileiros, que estão com número excessivo de presos provisórios. São presos ainda que não passaram por julgamento, mas acabam ficando detidos, mesmo sem condenação que justifique a privação de liberdade por mais tempo do que o previsto em lei.

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Segundo o presidente interino, a proposta de alteração legislativa deixará a lei em harmonia com a jurisprudência do STF, que determina que a prisão sem condenação deverá ser bem fundamentada e decretada somente em casos excepcionais de extrema necessidade.

O ministro José Eduardo Cardozo disse que apoia a proposta e trabalhou por sua formulação junto com Lewnadowski e membros do Poder Judiciário e do Ministério Público Federal.

O Congresso Nacional poderá receber a proposta a partir da próxima segunda-feira (3), quando se iniciam os trabalhos legislativos deste ano.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) inaugurou nesta sexta-feira (31) o sistema de bloqueador de celulares na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no oeste paulista. Acompanhado por prefeitos e auxiliares, o governador pegou o seu celular e tentou fazer uma ligação de dentro do presídio. Ele só ouviu sons e ruídos emitidos pelo bloqueador, atrapalhando e impedindo a ligação.

Após testar o equipamento, Alckmin disse que o bloqueador é eficiente e funciona, impedindo que presos recebam ligações ou falem ao celular em suas celas. "É tolerância zero", resumiu o governador.

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Conhecida por abrigar líderes de uma facção criminosa, como Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, a Penitenciária 2 é a primeira a ter bloqueador. O governo de São Paulo investiu R$ 31 milhões na instalação de bloqueadores de celulares em 23 presídios.

O governador anunciou também a inauguração de mais 11 presídios em março e confirmou a desativação das cadeias públicas no Estado de São Paulo. Com a desativação, a Polícia Civil deixa de cuidar de presos e terá mais tempo para investigar os crimes, segundo o governador.

Ônibus e UTI

Além de inaugurar o bloqueador de celulares, o governador Geraldo Alckmin também inaugurou a nova Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na Santa Casa de Presidente Venceslau. Ele anunciou a liberação de R$ 1 milhão para concluir as obras no centro cirúrgico. Alckmin também entregou 28 ônibus para 13 municípios do oeste paulista durante cerimônia em Santo Anastácio. Os ônibus são adaptados para deficientes.

O Governo Federal decidiu apressar as obras na construção de presídios nos Estados através de uma Medida Provisória (MP) que será editada pela presidente Dilma Rousseff (PT).

A líder petista autorizou o uso do Regime Diferenciado de Contratação (RDC) para construção de penitenciárias e unidades de internação para menores.

O sistema do RDC dava prioridade para dar celeridade a obras da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016, mas acabou avançando para outros setores.

A proposta que torna obrigatória a oferta do ensino médio em todos os presídios do Brasil está perto de virar lei. A Agência Câmara de Notícias anunciou, na tarde desta segunda-feira (9), que o projeto de lei recebeu aprovação da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. O texto modifica a Lei de Execução Penal, que atualmente somente prevê a obrigatoriedade do ensino de 1º grau em unidades prisionais.

De acordo com a proposta, o ensino médio de detentos integrará os sistemas estadual e municipal de educação, recebendo apoio da União, por meio de recursos direcionados à educação e aportes da Justiça estadual e da administração penitenciária. Além desses benefícios, presos e presas poderão participar de cursos supletivos e da educação para jovens e adultos.

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Segundo a Agência, o texto que recebeu aprovação é um substitutivo da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado para o Projeto de Lei 25/99, do ex-deputado Paulo Rocha. A proposta também determina a oferta de cursos e programas de educação profissional, integrados ao sistema federal ou estadual de ensino.

O projeto de lei ainda receberá análise das comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (inclusive quanto ao mérito). Após as análises, a proposta vai seguir para o Plenário.

Com informações da Agência Câmara de Notícias 

Testes com o sistema bloqueador de sinal telefônico em unidades prisionais começarão a ser feitos em novembro, no complexo prisional do curado – formado pelos presídios Frei Damião de Bozano, Juiz Antonio Luiz de Lins Barros e Marceli Francisco – Zona Oeste do Recife. O equipamento possui tecnologia importada da índia e trabalha com ajuda de um software de gestão de monitoramento.

O secretário executivo de ressocialização, o Coronel Romero Ribeiro, explicou como será feito o monitoramento dentro dos presídios. “O monitoramento é feito pela própria unidade pela direção, para não perder a qualidade do serviço prestado. Pernambuco é o primeiro estado do Nordeste que vai usar essa tecnologia a serviço da segurança pública.”

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Até 2014, 20 unidades penitenciárias espalhadas em todo o estado vão contar com o sistema de bloqueio telefônico.

A superlotação carcerária se assemelha a uma forma de maus-tratos, inclusive de "tortura" - declarou nesta terça-feira o representante especial das Nações Unidas sobre a Tortura, Juan Mendez.

"O recurso excessivo ao encarceramento é uma das principais razões da superpopulação carcerária, que cria condições que se assemelham a maus-tratos, ou até a uma forma de tortura", afirmou Mendez, ao apresentar seu mais recente relatório na Assembleia Geral da ONU.

"A população carcerária aumenta nos cinco continentes", frisou, lembrando que alcança, hoje, cerca de dez milhões de pessoas. "É um fardo financeiro muito pesado para os Estados (...) com um impacto negativo nas condições de detenção", completou.

Mendez propôs uma revisão das normas internacionais básicas fixadas pela ONU para o tratamento dos detentos. Essas leis datam de mais de 50 anos e, segundo ele, "são obsoletas em certos aspectos", contradizendo, inclusive, textos sobre direitos humanos.

A regulamentação em vigor não prevê especificamente "a proibição absoluta da tortura e de outras formas de maus-tratos", acrescentou Mendez.

ARACAJU (SE) - A criação de alas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) nas penitenciárias brasileiras dos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraíba e Mato Grosso, com medida para reduzir casos de violência contra os homossexuais, é algo bem distante em Sergipe. Isso porque, segundo o diretor do Departamento do Sistema Prisional da Sejuc (Desipe), Maniel Lúcio Neto, não há registro de violência contra homossexuais nas unidades prisionais do estado, desde a sua gestão, "não sendo necessária a existência de alas em separado e nem mesmo havendo previsão para sua criação", afirmou. 

Para o presidente da Associação de Defesa Homossexual de Sergipe (ADHONS), Marcelo Lima, a ideia de alas específicas para homossexuais deve ser avaliada cuidadosamente, sendo válida em casos emergenciais. “É, na verdade, uma faca de dois gumes, pois na medida em que separa, pode haver uma segregação e não é isso que desejamos. Em situações emergenciais, quando verificada a agressão a um homossexual, nada mais justo que ele seja protegido, sendo encaminhado a uma ala de proteção”, destacou. 

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No estado de Minas Gerais, a adoção do espaço em separado para abrigar o público LGBT existe desde 2009 no presídio de São Joaquim de Bicas e, desde 2012 no presídio de Vespasiano. Foi também neste último ano que o presídio Central de Porto Alegre implantou a medida, registrando hoje 40 presos separados dos demais da unidade. No estado da Bahia, a criação de alas especificas está sendo estruturada para implantação nos novos presídios. 

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