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Procuradores da Operação Lava Jato estão convocando internautas para um "twitaço" contra o indulto do presidente Michel Temer (MDB) para às 14h desta quarta-feira (28). Até às 12h30, a hashtag #indultonão estava entre os três assuntos mais comentados do Brasil no Twitter.

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma na tarde desta quarta o julgamento da ação que questiona a validade das regras do indulto concedido por Temer em dezembro de 2017. À época, o decreto permitia a concessão do perdão de pena para crimes como peculato, corrupção, tráfico de influência, os praticados contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro e ocultação de bens.

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Segundo o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, de 39 condenados por corrupção, 21 podem ser perdoados pelo decreto do presidente, caso o Supremo não o derrube.

"Isto é, mais de 50% desses condenados por corrupção sairão pela porta da frente da cadeia. Isso seria a ruína da Lava Jato, o fim da linha", afirmou.

Também pelo Twitter, a procuradora da República Thaméa Danelon, da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo, afirmou que "o indulto é um ato de clemência do Poder Público para com crimes menos graves".

"Por isso, corrupção é incompatível com o indulto. #indultonão", escreveu a investigadora. "A corrupção desvia bilhões de reais e mata pessoas em filas de hospitais. É um crime grave contra a humanidade."

O procurador Roberson Pozzobon, também da Lava Jato do Paraná, chamou a atenção para o indulto em seu Twitter. "Está na pauta do STF dessa quarta-feira o julgamento do Decreto de #IndultoNatalino de 2017, o qual é muito generoso com criminosos, mas nada bom para o enfrentamento da #corrupção."

Ao requerer prisões e buscas contra investigados por cartel e fraudes na Saúde do Rio, a força-tarefa da Operação Lava Jato afirmou que Estado tem "órgãos públicos inteiramente ocupados por agentes corruptos, contribuindo para o atual estágio de total desgoverno". A ação mira contratos na área da saúde celebrados pelo Estado do Rio e pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into). A 7.ª Vara Federal Criminal decretou a prisão preventiva de 13 investigados e a temporária de 9, além da busca e apreensão em 44 endereços. Também foi decretado o bloqueio de bens no valor de R$ 1,2 bilhão.

De acordo com os procuradores, estão evidentes "exemplos concretos desse comprometimento da política pública que, malgrado alardeada pelos investigados sob o manto de 'modernização' das unidades de saúde do Estado, estava - como ainda permanece - voltada a exponenciar os ganhos ilícitos da organização criminosa, com a aquisição dos equipamentos mais custosos das empresas alinhadas com o grupo para o pagamento de vantagens milionárias".

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"Os reflexos dessa corrupção ainda presente em nosso sistema são sentidos na pele de quem adoece e não pode pagar por serviços privados", afirmam os procuradores.

A força-tarefa do Rio, que tem visto o ministro Gilmar Mendes soltar diversos alvos, inclusive Miguel Iskin, preso novamente nesta quarta, 4, citou o magistrado ao pedir as medidas cautelares no âmbito da Ressonância.

Os procuradores afirmam que o "Ministério Público e o Poder Judiciário não podem fechar os olhos para os impactos da corrupção na vida dos cidadãos, dentre os quais merece destaque, sobretudo no Estado do Rio de Janeiro, a violência". Em seguida, citam trecho de entrevista do ministro em que cita a "ocupação" do Rio por facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas.

"De fato, conforme demonstrado na presente peça e nas investigações que se iniciaram a partir da Operação Calicute, o Rio de Janeiro possui não apenas "territórios ocupados" como também "órgãos públicos inteiramente ocupados" por agentes corruptos, contribuindo para o atual estágio de total desgoverno que ora se instalou no Estado", afirma a Lava Jato.

Segundo os procuradores ainda dizem, a "Lava Jato no Rio de Janeiro revelou a existência da mais poderosa organização criminosa já identificada no Estado, da qual faziam parte o seu governador, os presidentes da Assembleia Legislativa, seis do sete membros do Tribunal de Contas do Estado, todas as secretarias de Estado, entre outros órgãos ainda em investigação sigilosa".

"Conforme ressaltou o eminente ministro, sem a atuação firme do Poder Judiciário, o Estado do Rio de Janeiro não conseguirá virar essa página triste de sua história que afeta milhões e milhões de pessoas, sendo imprescindível expurgar tais pessoas da administração pública com medidas proporcionais à gravidade da atual situação", afirmam.

Em ofício encaminhado à advogada-geral da União, ministra Grace Mendonça, nesta quarta-feira, 16, os representantes da carreira de procuradores federais no Conselho Superior da Advocacia-Geral da União (AGU) pediram o fim do sigilo na câmara de conciliação sobre a concessão do auxílio-moradia a membros do Judiciário e do Ministério Púbico, entre outras providências.

O texto critica "retrocesso" e "excessiva centralização" na gestão da ministra. A assessoria de imprensa da AGU, questionada sobre as afirmações, ainda não enviou manifestação sobre o tema.

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A realização de sessões em sigilo na Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal (Ccaf) sobre auxílio-moradia está "aumentando ainda mais a exposição institucional por dar margem a especulações quanto à motivação do procedimento", nas palavras dos procuradores federais Carlos Marden e Vilson Vedana, que assinam o ofício.

A câmara de conciliação sobre auxílio-moradia foi instalada com aprovação da ministra Grace Mendonça após decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Ações que tratam do tema seriam julgadas em março, mas o ministro as retirou da pauta e encaminhou para conciliação.

No ofício, os representantes da carreira de procurador federal afirmaram que há "preocupação com o atual momento vivido pela instituição, no qual se verificam tantos fatos que convergem para o retrocesso, contrariando a promessa e o discurso da atual gestão no sentido de que adotaria posturas condizentes com o paradigma da Advocacia de Estado".

Os representantes também pedem retirada de sigilo de procedimentos internos que tratam de pedidos de indicação de servidores a cargos comissionados. A alegação é de que, se há algum pedido de político para nomeação de colega, é preciso que isso seja público, e que a Corregedoria e a Comissão de Ética devem promover "apuração de eventuais irregularidades praticadas pelos colegas".

A representação dos procuradores federais também afirma que houve uma orientação interna que impede o procurador-geral federal de atuar diretamente no Supremo Tribunal Federal, e pede a revogação dessa orientação, afirmando que ela é ilegal. Também são pedidas "a adoção imediata das medidas previstas nos Projetos AGU Igual para Todos e Pertencimento" e "a cessação imediata da postura refratária aos avanços oriundos da Procuradoria-Geral Federal".

Os representantes pedem também que a ministra Grace Mendonça compareça às sessões do Conselho Superior da AGU. O conselho é órgão de direção superior da AGU, ao qual compete propor, organizar e dirigir os concursos de ingresso nas carreiras da Advocacia-Geral da União, organizar as listas de promoção e de remoção, julgar reclamações e recursos contra a inclusão, exclusão e classificação em tais listas.

Além de representantes de cada carreira da AGU e da própria ministra, também integram o conselho o procurador-geral da União, o procurador-geral da Fazenda Nacional, o consultor-geral da União e o corregedor-geral da Advocacia da União.

"Ciente das dificuldades a serem enfrentadas na implementação de algumas dessas medidas, esta representação de carreira se coloca à disposição para colaborar em tudo o que for necessário, confiante de que ainda há tempo para que a atual gestão da Advocacia-Geral da União se alinhe aos membros da instituição, num esforço conjunto pela consolidação do paradigma da Advocacia de Estado, permeado por práticas democráticas e republicanas que serão essenciais para a conquista definitiva do status de função essencial à Justiça", assinam os procuradores federais Carlos Marden e Vilson Vedana.

Crise

A ministra Grace Mendonça, que assumiu o cargo no governo Michel Temer, vem sendo alvo de manifestações críticas de entidades que representam carreiras ligadas ao órgão, que se acentuaram após a exoneração dos chefes da Procuradoria-Geral da União e da Procuradoria-Geral Federal, postos-chave no órgão, sem comunicação prévia.

Nesta quarta-feira, 16, está marcado um ato de "Mobilização em defesa da Advocacia Pública Federal", convocado pela Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais (Anafe).

Segundo o presidente da Anafe, Marcelino Rodrigues, "o objetivo da mobilização é exatamente demonstrar a insatisfação dos membros com as últimas medidas encampadas pela gestão, em especial a questão das exonerações imotivadas e a excessiva centralização da atuação da instituição na figura da Grace". A associação pediu audiência com a ministra Grace Mendonça.

Há duas semanas, o então substituto da ministra Grace Mendonça como advogada-geral da União, Paulo Gustavo Carvalho, pediu exoneração, disse que há insatisfação generalizada contra ela e afirmou que "o interesse público e da instituição sempre deve prevalecer sobre projetos e interesses pessoais".

Na paradisíaca Porto de Galinhas, como palco o Enotel Resorts Convention, teve início neste dia 1.º de novembro, e segue até o dia 5, domingo, o 34.º Encontro Nacional dos Procuradores da República. Raquel Dodge, a procuradora-geral, e seus pares debatem "o Ministério Público Federal e a defesa da ordem econômica".

A programação conta com nomes do meio jurídico e jornalistas, informa o site da Associação Nacional dos Procuradores (ANPR). O encontro foi aberto por Raquel e pelo ministro Luís Barroso, do Supremo Tribunal Federal. Nesta quinta-feira, 2, a programação inclui o professor e jornalista Clóvis de Barros em palestra sobre ética relacional. E os jornalistas André Guilherme Vieira (Valor Econômico) e Leonardo Cavalcanti (Correio Braziliense) em mesa redonda para tratar do "Impacto da atividade do MPF na conjuntura econômica e política".

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Acordos de leniência é o tema do painel que será realizado na sexta, 3. Participarão do debate a coordenadora da 5.ª Câmara do Ministério Público Federal, subprocuradora-geral da República Mônica Nicida, o integrante da força-tarefa da Greenfield, procurador Paulo Gomes Ferreira Filho, o integrante da força-tarefa da Lava Jato, procurador Paulo Roberto Galvão de Carvalho, e a coordenadora do grupo de trabalho da 5.ª Câmara de Coordenação e Revisão, procuradora regional Samantha Chantal Dobrowolski.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, recebeu, nesta segunda-feira, 9, três procuradores que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato de Curitiba - base e origem da maior investigação já realizada no País contra a corrupção. Durante a reunião, os procuradores apresentaram a Raquel um histórico dos trabalhos desenvolvidos desde abril de 2014, início da operação que levou à prisão de doleiros, empreiteiros e políticos que não detêm foro privilegiado - o trabalho da força-tarefa já resultou em mais de 160 condenações e na devolução de mais de R$ 4 bilhões aos cofres públicos.

Foi a primeira vez que Raquel recebeu procuradores da Lava Jato de Curitiba.

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Os procuradores destacaram à chefe do Ministério Público Federal os acordos de delação premiada celebrados pela força-tarefa, que já somam mais de 150, permitindo o avanço da operação instaurada com o objetivo de apurar fraudes em contratos da Petrobras.

Além do coordenador do grupo, procurador da República Deltan Dallagnol, participaram do encontro os procuradores Paulo Roberto Galvão e Antônio Carlos Welter, que integram a força-tarefa de Curitiba. Eles falaram sobre o futuro da operação na primeira instância.

Raquel estava acompanhada da secretária da Função Penal Originária no Supremo Tribunal Federal, procuradora regional da República Raquel Branquinho, e do coordenador do Grupo de Trabalho (GT) da Lava Jato em Brasília, procurador regional José Alfredo de Paula Silva.

Os procuradores da República reagiram à manifestação mais dura já feita pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que na sessão plenária da Corte, na quarta-feira, 20, defendeu que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot deveria ter pedido a própria prisão diante do desdobramento das investigações do caso JBS.

Em nota pública, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) - principal entidade da classe - rechaçou "os ataques claramente pessoais do ministro em relação ao ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot". A nota é assinada pelo procurador regional da República José Robalinho Cavalcanti, presidente da associação.

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A ofensiva de Gilmar se deu na sessão em que os ministros decidiram encaminhar à Câmara a segunda denúncia de Janot contra o presidente Michel Temer. O julgamento foi retomado ontem e dez ministros votaram nesse sentido - apenas Gilmar votou contra.

O ministro disse, ainda, que o ex-procurador Marcello Miller, que atuou no gabinete de Janot por três anos, "é conhecido como o Maçaranduba", que emprega "métodos policialescos, violentos" e fechou contrato de consultoria em fevereiro com escritório de advocacia ligado ao grupo JBS, quando ainda exercia as funções no Ministério Público Federal. Na sessão, sentada à esquerda de Gilmar, estava a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

"A avaliação jurídica de fatos por um magistrado é livre e base de sua função jurisdicional", diz a nota da ANPR. "Mas é estranho e espanta o País, mais uma vez, assistir a um juiz, a um ministro da Corte Suprema, usar o sagrado assento que ocupa, e suas prerrogativas, para tecer considerações pessoais, com expressões rudes e juízos definitivos sobre um cidadão, um membro de outra instituição, autoridade que sequer tinha ou caberia ter qualquer conduta sob escrutínio da Corte neste momento ou neste processo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Senadores da base aliada do governo e da oposição afirmam que não pretendem votar o reajuste de 16,3% para os procuradores da República após o recesso parlamentar. Depois de ter sido aprovada na Câmara uma proposta de aumento semelhante à aceita pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal na terça-feira está parada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado desde o ano passado, sem prazo para ser analisada.

Enquanto o governo está cortando gastos para tentar equilibrar as contas públicas, o conselho do MPF incluiu na proposta orçamentária de 2018 o aumento do salário, que terá um impacto de R$ 116 milhões no ano.

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Além da resistência no Senado, a proposta enfrentará outra dificuldade: a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), não deve incluir o reajuste para os ministros da Corte na proposta orçamentária que está sendo fechada. Atualmente o salário dos ministros do STF é de R$ 33,7 mil, o teto do funcionalismo público. O salário do procurador-geral da República é igual ao do STF, por isso, o reajuste acaba sendo atrelado.

A expectativa dos parlamentares é de que qualquer deliberação sobre o assunto seja adiada para o final do ano ou até mesmo para 2018. Isto porque a aprovação de um reajuste para os procuradores e ministros da Corte provoca um efeito cascata no Judiciário e Ministério Público dos Estados.

Economia. Os congressistas alegam que este não é o momento adequado para elevar os gastos públicos, especialmente após o governo anunciar o aumento de impostos cobrados sobre combustíveis.

Nos bastidores, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), sinalizou a aliados que concorda com o adiamento, pelo menos até que haja uma reação da economia.

Segundo o líder do PSDB na Casa, senador Paulo Bauer (SC), o Senado "segurou" a discussão sobre reajustes para procuradores e magistrados em 2016 porque o País passava por um "momento crítico da economia", que ainda persiste. "A gente vai ter que analisar isso mais para o final do ano, quando tiver certeza de que economia reagiu e que a arrecadação vai conseguir suportar (o aumento)."

Segundo Bauer, a próxima procuradora-geral da República, Raquel Dodge, "falou sobre o reajuste, mas não disse quando" ele deveria ser aprovado. "Ela só assume o cargo em setembro. Se ela vai assumir em setembro, não vejo como esse assunto não ser tratado mais para o final do ano, outubro, novembro, para vigorar a partir do ano que vem", afirmou.

Relator da proposta na CAE, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) considera que o assunto não deve nem sequer ser discutido pelos parlamentares. "Com as contas públicas próximas do colapso, acho inadequado qualquer tipo de aumento neste momento. Num momento em que o governo já fala até em adiar aumentos concedidos, discutir esse tema está fora da realidade", disse Ferraço.

Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que se declara um dos principais defensores do Ministério Público no Senado, "qualquer proposta de reajuste em um momento de crise fiscal é inadequada". Ele considera que é "pouco provável" que o aumento seja aprovado pelo Senado neste momento.

O líder do PT, senador Lindbergh Farias (RJ), classificou a proposta como "um absurdo". "O governo acaba de dizer que não tem dinheiro para dar reajuste do Bolsa Família e eles querem ter um aumento?"

Já o líder do PSB, Fernando Bezerra Coelho (PE), avaliou que a proposta não tem "nenhuma chance" de ser aprovada pelos senadores. O senador Roberto Requião (PMDB-PR) concorda com a tese de que o reajuste não será aprovado no Senado, porém avalia que o MPF pode conceder aumentos por meio de medidas administrativas, sem passar necessariamente pela autorização da Casa. "É uma insensibilidade social e uma cegueira corporativa."

Em nota, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) defendeu a inclusão do reajuste na proposta orçamentária e disse que os valores estarão dentro do limite do teto de gastos. "Isso significa que não haverá qualquer crescimento de gasto público, além do já previsto e autorizado pela política econômica austera do governo. O impacto orçamentário será zero, haja vista que verbas serão remanejadas internamente", disse a ANPR. O último reajuste foi em janeiro de 2015. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Enquanto o Palácio do Planalto tenta cortar gastos e equilibrar as contas públicas, o Conselho Superior do Ministério Público Federal decidiu nesta terça-feira, 25, incluir na proposta orçamentária de 2018 um reajuste de 16,3% para os procuradores da República. O impacto na folha de pagamento previsto para o ano que vem é de R$ 116 milhões. Os conselheiros também aumentaram a previsão orçamentária para a força-tarefa da Operação Lava Jato em 2018 de R$ 522 mil para R$ 1,65 milhão.

Atualmente, o salário bruto dos membros do Ministério Público Federal varia de R$ 28 mil a R$ 33,7 mil, segundo a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). O valor máximo corresponde à remuneração bruta do procurador-geral da República, que é igual a dos ministros do Supremo Tribunal Federal, considerado o teto do funcionalismo público.

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Os conselheiros não definiram como será feito o remanejamento de recursos do Ministério Público Federal para incorporar o aumento dos procuradores. O reajuste ainda depende da aprovação de um projeto no Congresso e de sanção presidencial para entrar em vigor.

Uma comissão de transição formada pelas equipes do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e de sua sucessora, Raquel Dodge, foi criada para tratar do tema.

Na abertura da sessão de ontem do Conselho Superior do Ministério Público Federal, em Brasília, o procurador-geral da República disse que a inclusão do reajuste na proposta orçamentária poderia sinalizar ao Executivo que o MPF tem "gordura para cortar". "A leitura possível é: 'Ah, vocês têm dinheiro para pagar aumento? Vocês podem cortar 20% do seu custeio', 'Eu vou diminuir o auxílio que eu poderia dar para o Ministério Público em 20%, que é o dinheiro que vocês já têm, vocês têm gordura pra cortar'. Isso é um efeito possível e dependeria de negociação da procuradora-geral com o presidente da República", afirmou Janot.

'Decisão política'

O reajuste dos procuradores não estava na proposta orçamentária inicial elaborada pela equipe de Janot. Mesmo assim, ele disse que a inclusão do aumento é uma "decisão política", que deveria ser tomada pela sua sucessora.

"Se a futura administração entende de um lado que é possível a realização do remanejamento e que esse indicativo de inclusão no orçamento é politicamente viável, eu também seguirei a decisão do colegiado", afirmou o procurador-geral. Raquel pediu que o aumento fosse incluído, sendo acompanhada pelos conselheiros.

Para o presidente da ANPR, José Robalinho Cavalcanti, a "recomposição dos salários é essencial". Segundo ele, o reajuste mais recente para a categoria foi em janeiro de 2015, quando a então presidente Dilma Rousseff sancionou duas leis que aumentaram de R$ 29.462,25 para R$ 33.763 os salários dos ministros do STF e do procurador-geral da República. O aumento foi de 14,6% à época.

"As únicas carreiras da elite do serviço público brasileiro que não tiveram qualquer reajuste previsto para os próximos anos são as magistraturas nacionais. É uma situação que atenta contra a lógica e contra as carreiras da magistratura. Só nós ficamos para trás", afirmou o presidente da ANPR.

O orçamento do Ministério Público Federal deste ano é de R$ 3,867 bilhões, sendo que R$ 2,912 bilhões é o gasto previsto com pessoal.

Operação

Durante a sessão desta terça, o Conselho Superior do Ministério Público Federal também decidiu aumentar a previsão orçamentária destinada à força-tarefa da Lava Jato, reservando R$ 1,65 milhão para os trabalhos dos procuradores que se debruçam sobre o esquema de corrupção na Petrobras.

A previsão inicial era de aproximadamente R$ 522 mil, o que provocou atritos entre Janot e Raquel. A proposta de aumentar o orçamento da Lava Jato foi apresentada pelo vice-procurador-geral da República, José Bonifácio Andrada, que propôs deslocar recursos da Secretaria-Geral para atender às demandas da força-tarefa.

"Embora não haja necessidade imediata desse acréscimo, há uma boa sinalização de já informar à sociedade e ao próprio Congresso Nacional que o Ministério Público está empenhado em que os trabalhos da força-tarefa sejam cumpridos a contento", disse Andrada.

A reserva de R$ 1,65 milhão sob a rubrica "Lava Jato" inclui, por exemplo, despesas com diárias e passagens.

"Nossa instituição apoia a atuação contra a corrupção empreendida no âmbito da Operação Lava Jato, de modo a fixar o montante exatamente solicitado pelos integrantes da força-tarefa. Passa uma mensagem clara de que não estamos fazendo nenhuma redução, de que estamos acolhendo integralmente o pretendido", disse Raquel.

O Conselho Superior do Ministério Público Federal ainda aprovou ontem a prorrogação do trabalho de cinco procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Rio por mais seis meses. O grupo compartilha informações com os investigadores que atuam em Curitiba.

Órgão máximo de deliberação do Ministério Público Federal, o conselho já havia prorrogado, em setembro do ano passado, o funcionamento da força-tarefa em Curitiba por mais um ano. O período poderá ser estendido novamente. (Colaborou Idiana Tomazelli)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os integrantes da Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR) escolhem nesta terça-feira (27) o sucessor de Rodrigo Janot no comando da Procuradoria-Geral da República (PGR). A eleição tem início às 9h e vai até as 18h.

Oito subprocuradores-gerais da República se candidataram à vaga. Os três mais votados pelos membros da ANPR formarão uma lista tríplice, que será então encaminhada à Presidência da República. Mais de 1.200 procuradores, entre ativos e aposentados, estão aptos a votar.

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De acordo com a Constituição, o presidente da República pode escolher qualquer um dos mais de 1.400 procuradores da República em atividade para o comando da PGR. Desde 2003, no entanto, o nomeado é o mais votado pelos membros da ANPR. A lista tríplice foi criada em 2001 e é defendida pelos procuradores como um dos principais instrumentos de autonomia da carreira.

O segundo mandato de Rodrigo Janot, responsável por ter enviado ao Supremo Tribunal Federal centenas de processos contra políticos envolvidos na Operação Lava Jato, encerra-se em setembro. 

Os candidatos ao cargo de PGR são os subprocuradores Carlos Frederico Santos, Eitel Santiago de Brito Pereira, Ela Wiecko Volkmer de Castilho, Franklin Rodrigues da Costa, Mario Luiz Bonsaglia, Nicolao Dino de Castro e Costa Neto, Raquel Elias Ferreira Dodge e Sandra Verônica Cureau.

Os procuradores Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Operação Lava Jato, entraram em campo nas redes sociais para direcionar críticas ao presidente da República, Michel Temer, e acusá-lo de agir para se manter no poder em meio às denúncias que o atingem e à possibilidade de ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) após a delação dos empresários da JBS.

Na manhã desta quarta-feira (14) Deltan Dallagnol usou o Twitter para criticara Temer em relação aos ministros acusados de corrupção. "Antes, os mencionados em delações podiam permanecer no governo. Agora, os réus. No próximo passo serão os presos", escreveu Dallagnol, sobre um eventual recuo de Temer na sua linha de corte de afastar temporariamente ministros denunciados e definitivamente se virarem réus na Justiça. "É a institucionalização do governo dos corruptos?", questionou o procurador, em outra publicação.

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Já o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, responsável pela concepção dos acordos de leniência na operação, afirmou que o presidente está agindo para mudar a cúpula da Polícia Federal e interferir nas investigações. "Não contente com o desmonte da equipe da Polícia Federal na Operação Lava Jato em Curitiba, o governo Temer vai além, intervindo na mesma polícia que o investiga. Para que ética, se a única coisa que importa é se manter no poder?", escreveu o investigador.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo há pouco mais de duas semanas, Lima criticou o contingenciamento de 44% do orçamento de custeio previsto para 2017 na operação e afirmou que o governo tinha o objetivo de "sufocar" a Lava Jato com os limites orçamentários.

A reunião de Temer com governadores na noite dessa terça-feira também foi alvo de comentários do procurador. No encontro, o governo ofereceu uma renegociação das dívidas de Estados com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para o procurador, a atitude do presidente é um "toma-lá-dá-cá" para salvar a si mesmo. "Toma-lá-dá-cá. Quando o importante é salvar a si mesmo, o problema de caixa do governo desaparece. Quando é para defender as reformas, tudo é diferente", diz a publicação de Lima.

Nos últimos dias, os procuradores já vinham direcionando críticas ao presidente Temer e a seus aliados nas redes sociais. Na terça, Carlos Lima usou o Facebook para atacar o PSDB após a decisão do partido de manter apoio ao governo federal. "Vexame é pouco", disse.

Sobre a atitude de tucanos ao aplaudir Aécio Neves na reunião de segunda-feira, 12, em Brasília, o procurador comparou a legenda ao PT. "O PSDB me lembra outro partido... Ah! Lembrei. O PT aplaudindo José Dirceu. Seja qual for o partido, o comportamento é o mesmo. Aplaudir quando se investiga o outro partido, e dizer que são perseguidos quando eles são os investigados."

O julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também foi alvo das críticas dos procuradores.

No sábado, 10, Dallagnol afirmou que o governo estava declarando "guerra aberta" à Lava Jato após a decisão da Corte eleitoral de absolver a chapa. "Como no fim do governo do PT, o governo PMDB-PSDB declara guerra aberta à Lava Jato. Futuro está nas mãos da sociedade", escreveu.

Carlos Lima, por sua vez, afirmou ser "evidente que o julgamento do TSE, ao desconsiderar as provas desse financiamento criminoso, não só deixou de fazer o que lhe era exigido - defender a democracia - como indicou claramente a intenção de acabar com as investigações."

Os procuradores da República saíram em defesa de seu colega Deltan Dallagnol, um dos coordenadores da Operação Lava Jato, alvo de ação de danos morais movida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista cobra R$ 1 milhão do procurador a título de danos morais.

Em nota de desagravo a Deltan, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) - principal e mais influente entidade dos membros do Ministério Público Federal - sustenta que a estratégia de Lula "busca, nitidamente, inverter os papéis".

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"Pessoa acusada por crimes objetiva penalizar agentes do Estado, em caráter pessoal, pelo normal e autêntico exercício de sua missão constitucional. Ao alegar de forma tardia um suposto e absolutamente inexistente abuso de autoridade, pretende-se punir o trabalho de um membro do Ministério Público Federal que cumpriu regularmente o dever e o direito de informar a população sobre os atos relativos à operação", diz a nota, subscrita pelo procurador regional da República José Robalinho Cavalcanti, presidente da ANPR.

O ponto central da ação movida pelos advogados de Lula é a entrevista coletiva à imprensa que Deltan concedeu em 14 de setembro para anunciar os detalhes da denúncia criminal contra o petista por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá - na ocasião, o procurador classificou o ex-presidente de "comandante máximo" do esquema de propinas instalado na Petrobras entre 2004 e 2014.

Nesta quinta-feira, 15, os advogados de Lula ingressaram com ação de danos morais contra Deltan.

"O direito de petição é livre e as estratégias de defesa estão abertas a qualquer um, mas a mesma Justiça que presentemente julga o ex-presidente Lula - inclusive pelos fatos noticiados na referida entrevista - saberá com certeza reconhecer e rechaçar o que consiste em mal disfarçada intenção de inibir e retaliar a ação de membros do Ministério Público", destaca a nota de desagravo.

A entidade dos procuradores avalia que se trata "de iniciativa de mesmo gênero das propostas em trâmite no Congresso Nacional que pretendem criminalizar atos que constituem exercício legítimo da atividade do Ministério Público e de juízes como se fossem supostos abusos".

"A ação visa também amordaçar o Ministério Público e outros agentes do estado que legitimamente explicaram sua atuação à opinião pública, prestando esclarecimentos sobre fatos que não estão cobertos por sigilo."

A Associação Nacional dos Procuradores sustenta que Deltan, acompanhado de colegas da força-tarefa da Lava Jato, "como já o fez nos demais momentos das investigações, ao conceder a entrevista, prestou esclarecimentos cabíveis e necessários à sociedade".

"A estratégia de processar Deltan isoladamente, e não a União ou os membros da força-tarefa, denota claro propósito intimidatório", afirma a entidade. "Se o real propósito fosse a indenização por supostos prejuízos à imagem, o caminho natural seria acionar o Estado, diante das facilidades jurídicas desse tipo de ação quando comparada à ação contra o servidor público."

A nota assinada por Robalinho destaca que "os responsáveis pela Lava Jato têm sido exemplo sólido no cumprimento da lei de forma imparcial e técnica".

"A atuação da força-tarefa fundamenta-se em provas robustas reunidas ao longo de mais de dois anos de investigações que se tornaram referência no Brasil e no mundo no que concerne o combate efetivo à corrupção, premiada nacional e internacionalmente."

A Associação dos Procuradores enfatiza, ainda: "O Ministério Público é um só, e o ataque pessoal a um de seus membros apenas acentua esta unidade. O procurador da República Deltan Dallagnol tem o respeito e o apoio de seus colegas de Ministério Público Federal ao conduzir-se de forma profissional e competente, nas investigações da Lava Jato. Nada nem ninguém afastará os membros do Ministério Público Federal do cumprimento equilibrado, impessoal e destemido de seus deveres."

Os procuradores da República que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato alertaram nesta quarta-feira, 9, que um substitutivo do projeto de lei 3636/2015 coloca "em risco" a maior investigação já desfechada contra a corrupção no País.

"Querem enterrar a Lava Jato", disse o procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, decano da força-tarefa. Lima e seus colegas convocaram a imprensa em Curitiba para anunciar o "repúdio à tentativa de líderes partidários de votar em regime de urgência na Câmara dos Deputados o projeto que altera a Lei de Organização Criminosa".

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O substitutivo que inquieta os procuradores seria colocado em votação nesta quarta-feira, em regime de urgência, na Câmara. A sessão foi adiada depois que o Ministério Público Federal se manifestou contra a proposta. Na avaliação da força-tarefa da Lava Jato, na prática, se o texto for aprovado, "vai acabar com os acordos de leniência já fechados em todo o País e barraria todos os outros".

"O substitutivo implicaria na extinção de punibilidade dos crimes, ou seja, a anistia de todos os crimes ocorridos na Lava Jato que estejam no âmbito das empreiteiras", adverte Carlos Lima. "As empresas fazem acordo com órgãos do Executivo e todos os crimes serão perdoados."

"Repetem-se aqui as tentativas do governo anterior de desfigurar a lei anti-corrupção, caracterizando-se essa manobra em intervenção na investigação da Operação Lava Jato e em outras dela decorrentes", afirmam. O procurador Deltan Dalagnoll é taxativo. "Representaria uma anistia ampla para toda empreiteira que fechar acordo com órgãos do Executivo."

Segundo os procuradores, a alteração na lei que define organização criminosa "implicaria numa mudança de todo o cenário de acordos com empreiteiras e, consequentemente, de delações premiadas fechadas com executivos ligados a esses grupos".

"Não teremos, efetivamente, uma Lava Jato", prevê Carlos Lima.

A força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal revela "preocupação" com propostas de alteração na Lei de Repatriação de Recursos (Lei 13.254/2016), "especialmente com a possibilidade de serem criadas janelas de impunidade para crimes graves".

Em nota divulgada nessa quinta-feira (6), os procuradores da República no Paraná, base da Lava Jato, alertam para a proposta de "alterações bastante preocupantes" no texto, decorridos quase dez meses da promulgação da lei. A força-tarefa diz reafirmar "sua confiança de que o Congresso não permitirá a inserção de mudanças na lei que incentivem a corrupção e a impunidade".

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A nota é um alerta "à sociedade sobre os riscos das propostas que têm sido divulgadas, com o objetivo de contribuir para o debate e a transparência e preservar as investigações do caso Lava Jato".

Uma das alterações no texto da Lei da Repatriação que incomoda os procuradores prevê o fim da vedação dos benefícios da lei a servidores públicos, políticos e seus parentes, "o que pode ser um instrumento para diminuir as penas aplicáveis na própria Lava Jato".

Os procuradores anotam que a lei, de janeiro, instituiu um programa de repatriação "com o objetivo explícito de promover a arrecadação de tributos e de multa, mediante a regularização de valores mantidos no exterior de origem lícita e que não foram declarados".

"Para incentivar a regularização, a lei estabeleceu que crimes de falsidade, sonegação e evasão de divisas relacionados aos recursos, assim como a lavagem de dinheiro oriunda desses crimes específicos, não serão objeto de punição", diz a nota pública.

Outros crimes continuariam a ser passíveis de punição, incluindo corrupção e lavagem de ativos provenientes dela.

"Um dos problemas da lei, em sua redação vigente, é que não exigiu qualquer prova da fonte lícita dos recursos", afirma a força-tarefa. "Isso possibilita que valores mantidos na conta de um testa-de-ferro de um agente corrupto possam ser repatriados, sem indagação quanto à origem dos recursos."

Os procuradores sugerem que "a título de aprimoramento, seria pertinente exigir alguma indicação concreta, passível de conferência, para a origem do dinheiro, bem como informar o Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) sobre todos os casos de repatriação, a fim de que o órgão possa identificar eventuais indicativos da prática de crimes mais graves".

Na avaliação dos procuradores que desmantelaram o complexo esquema de cartel, corrupção e distribuição de propinas instalado na Petrobras e em outras estatais, o fim da vedação dos benefícios da lei a servidores públicos, políticos e seus parentes "vai ao revés das normas internacionais que demandam a criminalização do enriquecimento ilícito de servidores públicos".

"Tratando-se de servidores públicos e políticos, pessoas de quem se espera um comprometimento mais significativo com a lei do que se espera do cidadão comum, o correto é tornar crime a existência de patrimônio cuja origem lícita não possa ser comprovada, em vez de anistiar os crimes fiscais decorrentes da existência de patrimônio não declarado", prega a força-tarefa.

"Outra sugestão muito perturbadora, veiculada na imprensa, é a possibilidade de anistia inclusive para aqueles que já foram condenados por crimes relacionados aos recursos a serem repatriados, desde que o processo não tenha transitado em julgado", assinalam os procuradores.

Eles apontam para o caso Banestado, escândalo de evasão de US$ 30 bilhões nos anos 1990. "Se aprovada, tal medida impactaria profundamente situações de lavagem praticadas por centenas de doleiros há décadas, inclusive no caso Banestado, já que processos de réus de colarinho branco se arrastam na Justiça por décadas."

"Doleiros são operadores profissionais da lavagem de dinheiro que, na maior parte dos casos, quando não decidem colaborar com a justiça, são processados por crimes financeiros e tributários, ainda que tenham lavado recursos oriundos de corrupção e tráfico de drogas, o que é, em geral, difícil de descobrir e comprovar."

"Outra mudança noticiada pela imprensa é o pagamento dos tributos e da multa sobre o saldo dos recursos na data de 31 de dezembro, independentemente do montante global dos valores aportados no decorrer do tempo", diz a nota. "Caso o objeto da lei fossem crimes de furto e o ladrão tivesse subtraído R$ 1 mil por semana, ao longo de cem semanas, totalizando R$ 100 mil, mas tivesse gasto R$ 99 mil, mantendo saldo de R$ 1 mil ao fim do ano, ele seria cobrado como se tivesse furtado apenas R$ 1 mil, e não sobre o total que ele desviou", compara a força-tarefa.

"A analogia expressa a injustiça da proposta em desfavor da sociedade, que foi vítima dos crimes. Além disso, pela lei, os crimes relacionados a todos os valores serão extintos, e não apenas os crimes relacionados ao saldo. Essa proposta de alteração vai ainda contra o próprio propósito da lei, que é a arrecadação tributária, pois sacramenta a sonegação de todos os valores recebidos que não compõem o saldo existente ao final do ano."

Também inquieta os procuradores "a extensão do prazo para participação no programa, pois, em vez de simplesmente ampliar a arrecadação, a realização de prorrogações pode caracterizar um incentivo à permanente ilegalidade".

A força-tarefa da Operação Lava Jato requereu o bloqueio de R$ 87 milhões dos denunciados na ação penal que tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como alvo central do esquema de corrupção na Petrobras. Foi pedido ainda o ressarcimento de outros R$ 87 milhões. O petista e sua mulher, Marisa Letícia, são acusados formalmente pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Eles teriam recebido R$ 3,7 milhões em propinas da empreiteira OAS por meio da reforma e compra de equipamentos para o tríplex do Edifício Solaris, no Guarujá, litoral paulista, e no custeio do armazenamento de bens de Lula depois que ele deixou a Presidência.

O procurador da República Roberson Pozzobon, da equipe da Lava Jato, afirmou que a aquisição, a reforma e a decoração do imóvel configuraram lavagem "de dinheiro sujo" obtido pela OAS em contratos fraudados da Petrobras e repassados para Lula - apontado como "general" do esquema.

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Para a Lava Jato, Lula é o dono do tríplex, apesar de não estar em seu nome - e sim em nome da OAS. "É uma forma de ocultação e dissimulação da verdadeira propriedade."

O tríplex recebeu obras avaliadas em R$ 777 mil, mobiliário no total de R$ 320 mil e eletrodomésticos no valor de R$ 19 mil.

Houve ainda pagamentos do custeio do armazenamento de bens do ex-presidente pela empresa Granero. Desde 2011, quando ele deixou o Palácio do Planalto, a empreiteira teria pago cerca de R$ 1,3 milhão pela guarda do material.

A denúncia contra Lula aponta que as propinas pagas pela OAS tratam de três contratos da empreiteira com a Petrobras, nas obras das refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Repar, no Paraná. O montante de corrupção nesses três contratos alcançou R$ 87 milhões.

Na denúncia, a força-tarefa aponta que o esquema tinha três objetivos: governabilidade corrompida, perpetuação criminosa do PT no poder e enriquecimento ilícito. Os crimes imputados ao ex-presidente trata do suposto enriquecimento da família. "A Lava Jato chega ao topo de comando do esquema", afirmou o coordenador da Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol.

O Ministério Público Federal atribui a Lula o comando "máximo do esquema de corrupção" na Petrobras e em outros órgãos públicos.

O procurador chamou Lula de "general do esquema de corrupção" que fatiava obras na Petrobras. "Não estamos julgando quem Lula foi como pessoa. Não estamos julgando o que ele fez para o povo. Imputamos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro."

Lula foi apontado como "general" do esquema de cartel e corrupção sistematizado no governo, para além da Petrobras, e maior beneficiário do esquema que tinha como objetivo, segundo o Ministério Público Federal, a governabilidade, a perpetuação no poder e o enriquecimento ilícito.

Além de Lula e Marisa foram denunciados o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e o ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, e outras quatro pessoas.

Lula foi alvo de condução coercitiva no dia 4 de março, quando foi deflagrada a 24ª fase da Lava Jato, batizada de Operação Aletheia.

Na ocasião, ele negou conhecer o engenheiro da OAS Paulo Gordilho, que teria participado da reforma da cozinha do tríplex e de outra propriedade que investigadores atribuem a Lula, o sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP).

A defesa do ex-presidente nega que ele seja o dono e rechaça qualquer recebimento de propina ou prática de ilícitos por Lula e seus familiares.

O Ministério Público de São Paulo designou o 4.º promotor de Justiça Militar Marcelo Alexandre de Oliveira para acompanhar os autos do inquérito policial 579/16 que investiga o caso da militante Deborah Gonçalves Fabri, que durante protestos na Avenida Paulista, no dia 31 de agosto, foi atingida e ficou cega de um olho.

A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 5, pelo Ministério Público. O inquérito foi aberto a partir do Boletim de Ocorrência 3797/16, registrado no 4.º Distrito Policial.

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Em nota, o Ministério Público do Estado de São Paulo destacou que "em vista das manifestações públicas ocorridas na cidade de São Paulo, e das indagações que vêm sendo apresentadas sobre a atuação do Órgão, informa que, no âmbito do crime comum com eventual envolvimento de policial civil, o órgão de controle é o Gecep (Grupo Especial de Controle Externo da Polícia - criado pelo Ato 650/2010 PGJ/CPJ), com sede no Foro Criminal Central (Fórum Ministro Mário Guimarães)".

"No âmbito de eventuais infrações penais militares praticadas por policiais militares no exercício de suas funções, os órgãos encarregados de avaliar as condutas são os promotores de Justiça Militares no âmbito das respectivas investigações, artigo 2º do Ato 119/97 - PGJ/CPJ), e da Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo", informou o Ministério Público do Estado.

Segundo a nota, se houver necessidade identificada pelo Ministério Público "diante do caso concreto", a Procuradoria-Geral de Justiça poderá designar um de seus membros para o acompanhamento.

Segundo o Ministério Público, em relação às prisões em flagrante durante as manifestações ocorridas no domingo, 4, "os presos serão apresentados na audiência de custódia no Fórum Ministro Mário Guimarães para deliberação nos termos do artigo 310 do Código de Processo Penal".

Neste caso foi designada a 40.ª promotora de Justiça Criminal Márcia Lourenço Monassi para acompanhamento das investigações.

Mais de dois anos após o início da Operação Lava Jato, o futuro das apurações sobre o esquema de corrupção na Petrobrás depende de quatro eixos, segundo procuradores da República ouvidos reservadamente pelo jornal O Estado de S. Paulo. Um deles, e dos mais importantes, é a relação dos investigadores com o Supremo Tribunal Federal - que teve um dos ministros no centro de um embate com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na última semana.

Os outros fatores apontados por membros da força-tarefa que atua no caso em Brasília envolvem a delação dos executivos da Odebrecht, a tentativa do Legislativo de aprovar leis que atravanquem a condução do caso e o processo de sucessão de Janot, no ano que vem.

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Na última semana, o ministro Gilmar Mendes, do STF, fez críticas aos procuradores após o vazamento de informações sobre a delação premiada da OAS que mencionava outro integrante da Corte, Dias Toffoli. Janot, que suspendeu as tratativas com a empreiteira após a divulgação, reagiu: "A Lava Jato está incomodando tanto? A quem? E por quê?" No STF, a Lava Jato está a cargo da 2.ª Turma do tribunal. O colegiado é presidido por Mendes - e composto ainda por Teori, Toffoli, Cármen Lúcia e Celso de Mello.

A partir do dia 12, Cármen assume a presidência da Corte e deixa a cadeira na Turma para o ministro Ricardo Lewandowski. Nos julgamentos sobre casos relacionados à Lava Jato, Cármen tem sido dura. "Criminosos não passarão", disse, ao votar pela prisão do senador cassado Delcídio Amaral. Entre investigadores, há um receio de que Lewandowski mostre um perfil jurídico diferente e se "descole" mais do que Cármen dos votos de Teori, relator da operação. Na turma, três votos dos cinco ministros podem arquivar ou autorizar ações penais contra políticos - e ditar o sucesso das investigações propostas por Janot.

Prisão

O plenário do Supremo terá papel decisivo em outra questão: o tribunal irá julgar na quinta-feira ações que questionam a decisão tomada neste ano de permitir a prisão após condenação em 2.ª instância - e antes do fim do processo. Para a equipe de Janot, se o STF confirmar o seu entendimento, uma verdadeira "fila de delações vai andar", já que executivos e políticos temem ir para trás das grades mais rápido.

Mas, dentre as delações já encaminhadas, não é a da OAS e sim a da Odebrecht, em estágio mais avançada, que é vista como maior desafio. A previsão de um procurador próximo a Janot é de que o grupo passe ao menos dois meses debruçado apenas sobre os depoimentos dos executivos da empreiteira.

Articulação

A articulação para frear a Lava Jato veio a público com a divulgação de áudios gravados pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Em conversa com senador Romero Jucá (PMDB-RR), o peemedebista, sugeriu um "pacto" nacional para "estancar a sangria". Com os diálogos escancarados, o plano ficou inviabilizado. Tentativas de bloquear o andamento da operação são investigadas pela PGR.

Com o respaldo popular à operação, o Ministério Público encampou o pacote de dez medidas para combate à corrupção, encaminhado ao Congresso. O receio de investigadores é de que, a exemplo do que aconteceu após a Operação Mãos Limpas na Itália, o Legislativo tente nesta discussão aprovar medidas que tornem mais burocráticos processos de investigação.

Sucessão

O mineiro Rodrigo Janot tem mais um ano no cargo. Em setembro de 2017, ele irá se aposentar. A continuidade das investigações, no entanto, é dada como certa, mas podem ocorrer mudanças no grupo de trabalho ligado ao caso. Na gestão de Janot, a ordem é "pau que dá em Chico, dá em Francisco".

Na lista de pré-candidatos, Janot tem dado força à candidatura de Nicolau Dino, subprocurador-geral da República. A escolha do novo PGR é feita pelo presidente da República, que não é obrigado a indicar o mais votado pela carreira. A expectativa de procuradores é de que a disputa de 2017 seja marcada por "patrocínios" políticos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Integrantes do Ministério Público Federal ironizaram, em mensagens nas redes sociais, o fato de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ter sido chamado de "mau caráter" em uma conversa entre o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Em sua conta no Twitter, o procurador Hélio Telho brincou com a situação. "Após receber xingamentos de três políticos investigados, Janot pode pedir música no Fantástico?", disse, em relação a uma brincadeira exibida no programa dominical da Rede Globo.

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Já a procuradora Monique Cheker postou um gif animado do ator Leonardo Di Caprio batendo palmas, insinuando que Janot estava de parabéns por ter sido mencionado dessa maneira nas gravações.

Os dois também reproduziram tweets de um advogado que afirmava que Janot havia sido "honrosamente xingado pela oligarquia política".

A gravação na qual Machado e Renan trocam impressões sobre Janot foi revelada nesta quinta-feira, 26, pelo Jornal Hoje, da TV Globo. O peemedebista é alvo de ao menos nove inquéritos no Supremo devido às investigações da Lava Jato e Machado também é alvo de investigações na Corte.

Além de dizer que Janot era mau caráter, Renan afirmou que ele "faz tudo que essa força-tarefa (Lava Jato) quer". Machado concordou e disse que Janot queria "sair como herói" e afirmou que era preciso "encontrar uma fórmula de dar um chega pra lá nessa negociação ampla pra poder segurar esse pessoal (Lava Jato). Eles estão se achando o dono do mundo".

A assessoria da Procuradoria-Geral da República afirmou que não iria comentar o caso. (Isadora Peron)

Antes mesmo de assumir Presidência da República, Michel Temer solicitou uma reunião com o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), José Robalinho Cavalcanti. O encontro ocorreu no Palácio do Jaburu, no mesmo dia - 11 de maio - em que o Senado iniciou a votação para a abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o que determinou o afastamento da petista por um período de até 180 dias.

Considerado ponto nevrálgico do atual momento do País, a Operação Lava Jato tem merecido atenção especial do presidente em exercício. É por esse motivo que Temer tem insistido - tanto publicamente quanto reservadamente - que não fará nenhuma interferência nas ações do Ministério Público ou da Polícia Federal sobre o caso. A operação tem como alvo aliados de Temer e até ministros de Estado, como Romero Jucá (Planejamento).

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"Ele nos chamou para falar sobre a Lava Jato. Afirmou que considera a operação fundamental para o País. E pediu que levássemos esse recado para a categoria", disse Cavalcanti à reportagem. "Ele respeita a autonomia das instituições. Não faria sentido um governo dele representar um retrocesso", completou o presidente da entidade dos procuradores.

O gesto de Temer repercutiu de forma positiva. Prova disso é que não houve reação brusca da ANPR ao posicionamento do novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, sobre o uso de lista tríplice para a escolha do procurador-geral da República. Em entrevista publicada pelo jornal Folha de S.Paulo na segunda-feira, 16, Moraes afirmou que não há previsão constitucional para definição de um dos três nomes mais votados pelos procuradores, apesar de ser um costume adquirido desde 2003 no País.

"Curto-circuito"

Logo após a publicação da entrevista, Temer divulgou uma nota à imprensa em que deixou claro que o uso da lista tríplice seria mantido por ele. "Esse posicionamento do presidente Temer não nos surpreendeu. Sempre soubemos que ele era a favor do uso da lista como critério de escolha", afirmou Cavalcanti. O presidente da ANPR disse ainda que o episódio não comprometerá a gestão do novo ministro da Justiça. "Foi um curto-circuito. O ministro Alexandre de Moraes tem origem no Ministério Público. Foi promotor de Justiça", disse.

No seu primeiro pronunciamento como presidente em exercício, no Salão Leste do Palácio do Planalto, Temer disse que a Operação Lava Jato tornou-se uma "referência". Apesar do bom relacionamento com a ANPR, Temer foi criticado quando aventou a possibilidade de nomear o advogado Antônio Claudio Mariz de Oliveira para o Ministério da Justiça.

No fim de abril, quando o nome do criminalista foi cotado com mais força, o presidente da associação chegou a declarar que o então futuro governo Temer "estava esbofeteando as pessoas que foram para as ruas lutar contra a corrupção". Isso porque Mariz havia sido um dos signatários de um abaixo-assinado contra a Lava Jato.

Conselho

 

Na quarta-feira, 18, foi realizada a eleição para duas vagas no Conselho Superior do Ministério Público Federal. A disputa é uma espécie de prévia para a formação da próxima lista tríplice para a escolha do futuro procurador geral da República, em 2017. Saíram vencedores os subprocuradores Raquel Dodge e Mario Bonsaglia (reeleito).

No ano passado, os dois já haviam composto a lista tríplice cujo primeiro colocado foi Rodrigo Janot, atual procurador-geral da República. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um prefeito de uma pequena cidade do México foi assassinado nesta sexta-feira em uma emboscada armada por uma gangue, afirmam procuradores do Estado do México, onde fica a Cidade do México, capital do país. Duas pessoas que acompanhavam o prefeito também morreram. Outras duas ficaram feridas.

Juan Antonio Mayen, que comandava a cidade de Jilotzingo, estava na estrada quando foi abordado por um grupo armado em uma picape, segundo os procuradores. O prefeito e as pessoas que o acompanhavam estavam em dois carros. O ataque ocorreu na área rural do Estado do México, ao oeste da Cidade do México.

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De acordo com os procuradores, há indícios de que Mayen era ligado a uma gangue local cujo líder também foi assassinado recentemente. Pelo menos 48 prefeitos mexicanos foram assassinados desde 2006, quando teve início o conflito envolvendo drogas no país. Fonte: Associated Press.

Em mensagem interna encaminhada a procuradores, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu que os integrantes do Ministério Público atuem de forma "técnica e serena" para atravessar o que chamou de "crise aguda e grave". Janot falou em manter a unidade, evitar a radicalização e não se contaminar por "paixões das ruas". Num apelo ao grupo, falou que os procuradores devem se manter alheios aos interesses partidários.

"Não podemos permitir que as paixões das ruas encontrem guarida entre as nossas hostes. Somos Ministério Público. A sociedade favoreceu-nos, na Constituição, com as prerrogativas necessárias para nos mantermos alheios aos interesses da política partidária e até para a defendermos de seus desatinos em certas ocasiões. Se não compreendermos isso, estaremos não só insuflando os sentimentos desordenados que fermentam as paixões do povo, como também traindo a nossa missão e a nossa própria essência", escreveu o procurador-geral da República.

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Janot é responsável pela investigação e acusação de políticos com foro privilegiado envolvidos na Operação Lava Jato. Com mais de 32 investigações abertas perante o Supremo Tribunal Federal (STF), seis denúncias oferecidas e uma ação penal aberta, Janot já foi alvo de críticas e se tornou desafeto do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"O Ministério Público não tem ideologia nem partido, de modo que nosso único guia deve encontrar-se no texto da Constituição da República e nas leis", escreveu Janot na carta.

A manifestação aos procuradores é feita no momento em que as investigações da Lava Jato impulsionam manifestações sociais e movimentos políticos. Na semana passada, após a divulgação de áudios interceptados que sugerem que a indicação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a chefia da Casa Civil foi uma tentativa de blindá-lo de uma investigação, parte da população foi às ruas contra a ida do petista ao ministério.

Sem menções a nomes, ele fala na carta em "apagar o brilho personalista da vaidade para fazer brilhar o valor do coletivo". Nos bastidores da alta cúpula do Judiciário, a decisão de Moro de divulgar os áudios interceptados é alvo de questionamentos. Janot fala ainda em manter a unidade sem "sem cizânias personalistas ou arroubos das idiossincrasias individuais". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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