O Dia Mundial do Monumento e Sítio é celebrado nesta sexta-feira (18). Para celebrar o dia, a equipe do LeiaJá fez uma ronda na cidade para ver a atual situação das esculturas que fazem parte o Circuito da Poesia, criada para homenagear grandes poetas de Pernambuco. Elas já estão apresentando algum tipo de desgaste como ferrugem ou sendo alvo dos vândalos.
Todas localizadas no Centro do Recife, as estátuas foram construídas nos locais em que inspirou cada poeta homenageado. Porém, alguns já apresentam desgastes devido as mudanças climáticas e outros já apresentam sinais de vandalismo.
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Ao todo, 16 esculturas foram analisadas e encontramos nove com algum tipo de problema. Nos casos mais graves, o Carangueijo Gigante, localizado na Rua da Aurora, já estava sendo corroído pelao ferrugem, com buracos que caberiam uma mão humana dentro, e Luiz Gonzaga, na Praça Visconde de Mauá, tinha um dos pés destruídos e o naris quebrado.
O restaurador patrimonial Clodomir Campelo, de 49 anos, reclamou que as estátuas são esquecidas pelo povo pernambucano. “Só o pessoal de fora da valor, tiram fotos. O pessoal local não da valor”.
Clodomir repudiu o descaso do Estado com as esculturas. “É um absurdo o descaso do governo. Essas obras são a história da cidade”.
Apesar de Campelo repudiar o esuqecimento do governo, encontramos algumas esculturas conservadas, como a de Ascenso Ferreira, no Cais da Alfândega, Chico Science, na Rua da Moeda, Clarice Lispector, na Praça Maciel Pinheiro, Solano Trindade, no Pátio de São Pedro, Joaquim Cardozo, na Ponte Maurício de Nassau e Mauro Mota, na Praça do Sebo.
A escultura de Antônio Maria também apresentava boas condições, mas não tinha placa de informação com o nome do poeta.
A vendedora Cátia Sales, 40 anos, foi na mesma linha do que seu Clodomir. Segundo Cátia, a procura sobre informações do Circuito da Poesia vem mais do povo local do que de fora. “Se tivesse uma maior divulgação, os turistas saberiam onde está cada uma e o governo cuidaria mais das obras. Só vi divulgação quando lançaram esse circuito (da poesia)”.
Um momumento que lembra a época da ditadura, o Tortura Nunca mais, não escapou dos vândalos. Foram encontrada pixações na parte traseira. Outra recordação, dessa vez vítima do tempo, também precisa de reparos. A placa com informações está tomada pelo ferrugem.
A Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) enviou uma nota em resposta sobre os monumentos que precisam de reparos. O órgão reconhece que as obras são de sua responsabilidade e que a população pode denunciar qualquer problema através do número número 193.
Segundo a Emlurb, são gastos R$ 2 milhões por ano com reparos de pixações e ações de vândalos em pontes, esculturas e edificações públicas.