O governador da Bahia, Rui Costa (PT), voltou a criticar o presidente Jair Bolsonaro (PL), agora sobre o teor da sua visita ao sul do Estado nesse domingo (12). A região tem sido atingida por fortes chuvas e enchentes, que já afetaram mais de 70 mil pessoas. O mandatário levou parte de sua comitiva e sobrevoou regiões alagadas, mas de acordo com o governo baiano, não enviou nenhuma ajuda, financeira ou de recursos humanos, para as vítimas da catástrofe climática.
"Foi um ato político de campanha, fazendo carreata na cidade de Itamaraju e agredindo jornalistas. Infelizmente, vivemos no Brasil várias tragédias seguidas. A maior tragédia é a gestão do presidente", disse Costa, em entrevista à UOL News nesta segunda-feira (13).
##RECOMENDA##Bolsonaro esteve na região acompanhado dos ministros do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, da Cidadania, João Roma, e da Saúde, Marcelo Queiroga, além do General Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional.
Lá, o chefe do Executivo anunciou que a autorização para a liberação de parcelas do Fundo de Garantia e Tempo de Serviço (FGTS) aos municípios do norte de Minas Gerais e do sul da Bahia, que estão em estado de emergência. O liberal informou que as parcelas serão disponibilizadas em no máximo cinco dias, com valores de até R$ 6.200. Rui Costa também criticou a atitude.
"Se não fosse trágico, era piada. FGTS pertence ao cidadão. O que ele está liberando é dinheiro do cidadão. E R$ 5 milhões para todas as cidades? É ridículo em termos de anúncio de um presidente", criticou.
O governador da Bahia informou que a Marinha disponibilizou dois helicópteros para ajudar no envio de mantimentos e resgate de moradores. Durante o UOL News, Rui Costa também anunciou que vai abrir uma linha de crédito especial para os comerciantes afetados pela chuva.
Chuvas no sul da Bahia
Especialistas chamam de depressão subtropical o evento meteorológico que tem influenciado as chuvas e cheias no sul da Bahia e em outras regiões do sudeste do país. Um corredor de umidade, formado na região Amazônica, flui na direção da Bahia, Rio e São Paulo.
De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, as chuvas já afetaram cerca de 70 mil pessoas e deixaram 3,7 mil desabrigados. São 20 municípios em situação de emergência e sete em avaliação, enquanto a Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec) aponta 30 municípios em situação de emergência. Cerca de 241 bombeiros militares atuam, com o apoio de dois helicópteros, no resgate de vítimas e na ajuda às comunidades afetadas, sendo que algumas estão ilhadas.