Tópicos | salário

Mesmo com a redução do ritmo de crescimento da economia, categorias profissionais com data-base para renovação de acordos e convenções coletivas nos primeiros quatro meses do ano estão conseguindo conquistar aumentos reais de salários que chegam a superar os níveis registrados em igual período de 2011.

Na Bahia, cerca de 35 mil operários da construção pesada e de infraestrutura e montagem industrial convenceram as construtoras a conceder aumento real de 4,77%, além da reposição da inflação, depois de 17 dias de greve. Em São Paulo, 42 mil químicos do setor farmacêutico fecharam acordo com os laboratórios que prevê aumento real de 2,41%, um ponto porcentual acima do índice conquistado no ano passado.

##RECOMENDA##

Para economistas, o cenário continua favorável aos aumentos, independentemente do agravamento da crise na zona do euro e da desaceleração da economia brasileira neste início de ano. Entre os pontos que facilitam o trabalho dos sindicatos em 2012 os analistas citam os índices de preços bem comportados até agora.

Em março, a inflação acumulada em 12 meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado como parâmetro nas negociações entre empregados e patrões, estava em apenas 4,97%. Foi a menor variação de preços registrada para o período depois de março de 2007, quando ficou em 3,29%.

"Quanto mais baixa a inflação, mais fácil é a obtenção de aumento real de salário", diz José Silvestre, coordenador de relações sindicais do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Na média, a inflação para as datas-base em 2012 vai girar em torno de 5%, abaixo do ano passado, quando foi superior a 5%, frisa Silvestre. A política de redução de juros adotada pelo Banco Central (BC) também é positiva, segundo o técnico.

Mas o BC ainda vê a força do mercado de trabalho como um risco importante à evolução dos preços. O que preocupa a autoridade monetária é o fato de que as negociações salariais atribuem peso excessivo à inflação passada, em detrimento da inflação futura, que está em processo de redução e tende a ser marcadamente menor do que a inflação passada. A demanda aquecida pelos aumentos reais de salários poderia exercer pressão de alta sobre os preços. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Carlos Ayres Britto, que assume a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) no próximo mês, decidiu fazer um julgamento definitivo da ação movida pela Associação dos Servidores do Ministério Público Federal (ASMPF) que pretende acabar com o pagamento de 14º e 15º salários aos deputados federais e senadores. Em decisão divulgada nesta quarta-feira, Britto entendeu que, diante da "relevância da matéria", a Corte deve apreciar diretamente o mérito do processo.

A decisão ocorre um dia depois de a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovar um projeto que extingue o pagamento dos extras duas vezes por ano aos deputados e senadores. O colegiado aprovou a proposta, da senadora licenciada e ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, pela qual os parlamentares só farão jus à chamada ajuda de custo no início e no final da legislatura. O projeto de Gleisi ainda precisa ser votado pelo plenário e pela Câmara dos Deputados.

##RECOMENDA##

A associação havia entrado com ação no Supremo na sexta-feira passada. A entidade alega que o pagamento da regalia, no valor de R$ 26,7 mil repassados em fevereiro e dezembro de cada ano, não tem amparo na Constituição. Para a associação, o benefício, pago desde 1996, não poderia ser concedido por meio de decreto. Na ação, a ASMPF diz que a verba ainda fere o principio da isonomia.

Foi com base no decreto do Congresso que o benefício foi estendido aos integrantes do legislativo estadual, distrital e municipal País afora. Alega-se que o pagamento é feito como ajuda de custo dos parlamentares com despesas de transporte e moradia. A entidade pediu ao STF a concessão de uma liminar para suspender o pagamento dos extras até o julgamento final da ação. Mas Carlos Ayres Britto disse, na decisão, que adotou um rito abreviado de tramitação, que o mais recomendado é um "posicionamento definitivo" do Supremo.

No despacho, o ministro pediu informações ao Congresso Nacional para instruir o processo e depois vai encaminhar o caso para manifestação da Advocacia-Geral da União e da Procuradoria Geral da República. Depois o Supremo deve julgar a ação.

O salário da presidente argentina Cristina Fernández de Kirchner está no centro das notícias locais por ter apresentado um aumento de 172,22% nos últimos quatro anos. Pela planilha de salários da presidente e dos ministros, divulgada pelo secretário Geral da Presidência, Oscar Parrilli, a presidente recebe mensalmente 30.991,28 mil pesos (cerca de R$ 12.936,70).

Em um ano o pagamento chega a um total de 402.886,64 mil pesos (R$ 168.177,00). Em 2008, a presidente declarou que seu salário anual somou 148 mil pesos (R$ 61.779,68). No mesmo período de comparação, o aumento médio dos salários dos setores público e privado foi de 139,22%, conforme dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec).

##RECOMENDA##

Os números são divulgados logo após um polêmico aumento de 100% nos salários dos deputados e senadores, há um mês. Os presidentes da Câmara e do Senado, Julián Domínguez e Amado Boudou, respectivamente, são da ala governista Frente pela Vitória (FPV).

Em plena negociação de contratos coletivos de trabalho de várias categorias no país, o governo de Cristina tenta limitar os reajustes salariais em um porcentual abaixo de 20%, para reduzir as pressões inflacionárias. Mas a tarefa se mostra cada vez mais difícil de ser realizada diante de tantos exemplos de pouca austeridade dentro do governo.

Na manhã desta segunda-feira (12) o prefeito do Recife, João da Costa, anunciou a elevação do piso salarial dos professores da rede municipal de ensino. O reajuste foi de 22,22%, respeitando o valor estipulado pelo Ministério da Educação (MEC). De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura, o aumento no piso salarial da categoria representa um acréscimo anual na folha de pagamento dos servidores de R$ 15 milhões.

O anúncio foi realizado no gabinete do prefeito no edifício-sede da Prefeitura. João da Costa também realizou a assinatura de posse dos 650 novos professores aprovados no último concurso público, realizado no mês de janeiro deste ano.

##RECOMENDA##

Para o prefeito, o aumento representa um avanço na educação recifense. “A gente está dando um passo a mais na política de construir uma educação de qualidade, que é condição essencial para o futuro de qualquer cidade”. Segundo o mandatário municiapal, o reajuste também serve para valorizar o trabalho dos professores. “Estamos valorizando a titulação e qualificando o ensino com um plano de cargos e carreiras e, uma vez que estamos oferecendo salários bastante atrativos, vamos trazer os melhores professores para a nossa rede pública,” frisou o gestor. 

“A gente está dando um passo a mais na política de construir uma educação de qualidade, que é condição essencial para o futuro de qualquer cidade. Para isso, é preciso que haja três coisas: informação, inovação tecnológica e educação de qualidade acessível a todos, que é o que estamos proporcionando com essas ações", disse o prefeito.

O Executivo ainda enviará a proposta à Câmara Municipal, com o objetivo que o reajuste seja repassado aos educadores o mais rápido possível. Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura, o pagamento será retroativo ao mês de janeiro, da forma que o MEC determina.

Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) divulgado hoje mostra que, entre 2010 e 2011, na Região Metropolitana de São Paulo, houve uma queda na diferença entre as remunerações pagas a mulheres e homens. Enquanto o aumento médio real por hora no sexo feminino passou de R$ 7,14 para R$ 7,32 no período, entre os homens os salários subiram de R$ 9,49 para R$ 9,54. Em termos porcentuais, as altas foram, respectivamente, de 2,4% e 0,4%.

De acordo com a pesquisa "Mulheres no Mercado de Trabalho da Região Metropolitana de São Paulo", enquanto em 2010 os valores médios dos rendimentos das mulheres correspondiam a 75,2% dos obtidos pelos homens, em 2011 essa proporção passou para 76,7%.

##RECOMENDA##

Para a analista de mercado de trabalho do Dieese Ana Maria Belavenuto, apesar de o crescimento "bom e significativo" do rendimento médio das mulheres, equiparar as remunerações entre os gêneros ainda é o grande desafio. "As mulheres já estão indo para um mercado de trabalho mais estruturado, com carteira assinada e ocupações mais bem remuneradas", afirma. "Elas, porém, ainda têm muito a percorrer."

Ana Maria diz que, se a remuneração média das mulheres seguir no mesmo ritmo de crescimento e os salários dos homens continuarem sendo reajustados na mesma proporção de 2011, os vencimentos médios entre os gêneros, com inflação estável, podem se equiparar em uma década. "Mas para essa previsão se concretizar temos de levar em conta muitas outras condições", ressalva.

Sobre o avanço mais acentuado da remuneração média, o estudo explica que as mulheres têm migrado de funções de baixo salário para outras que pagam mais. "Com o mercado de trabalho brasileiro aquecido, as mulheres vêm ocupando atividades de melhor remuneração no comércio e no setor de serviços, deixando para trás atividades domésticas de baixos salários", explica a analista. "O mercado de trabalho vem crescendo e favorecendo os dois gêneros, mas os dados mostram que são as mulheres que estão se beneficiando mais do crescimento do setor de serviços no País."

O governador do Estado de Pernambuco, Eduardo Campos, anunciou na tarde desta quinta-feira (1º), no Palácio do Campo das Princesas, o reajuste salarial dos professores do Estado. Já neste mês de março, os mais de 70 mil professores de Pernambuco receberão o novo piso salarial, que foi estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC).

O valor será de R$ 1.451,94 e é a quantia mínima que deve ser paga aos profissionais de educação de nível médio, com jornada de 200 horas aula. Em relação ao ano de 2011, o número corresponde a um reajuste de 22,22%, quando no ano passado o valor era de R$ 1.187. Os professores de nível superior terão um vencimento-base que passará de R$ 1.247,37 para R$ 1.524,53.

Com o reajuste este ano, o montante que será gasto é de R$ 299,83 milhões. Isso quer dizer que, por mês, o Governo do Estado terá que desembolsar R$ 22,9 milhões para honrar o novo reajuste dos professores. Já nesta quinta-feira, o governador Eduardo Campos enviou para a Assembleia Legislativa um projeto de lei complementar que fixa os novos valores de vencimento-base dos profissionais. Mas, o governo ainda aguarda um posicionamento oficial do MEC, no que diz respeito ao percentual do reajuste, com o objetivo de encaminhar o projeto.

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Administração do Estado, o valor do mês de janeiro deste ano será quitado junto à folha do mês de março. O retroativo do mês de fevereiro será pago na folha do mês de abril.

Apesar do reajuste, alguns problemas podem vir à tona. O que pode acontecer é que alguns municípios pernambucanos não tenham condições de pagar o reajuste aos professores, como ocorreu no ano passado, de acordo com o presidente da Comissão de Desenvolvimento do Agreste Meridional (Codeam), Eudson Catão (foto à direita). “No ano passado, cerca de 50% dos municípios não tiveram condições de pagar o piso. Pedimos ajuda ao MEC, mas até hoje não tivemos resposta. Para este ano, esperamos que esse número não atinja nem 30%”, disse Catão.

O presidente ainda criticou o reajuste e defendeu que os professores deveriam receber pelo menos R$ 3 mil. “Eu acho esse piso uma vergonha. Os professores deveriam receber pelo menos R$ 3 mil, porque educação é a base de tudo. Agora isso só pode acontecer se os municípios tiverem condições de pagar”, completou o presidente.

Em relação aos municípios que no ano passado não tiveram como arcar com o piso dos professores, o governador Eduardo Campos disse que o governo ajudou e continuará ajudando financeiramente essas localidades. “Nós ajudamos com R$ 700 milhões. Porém, os municípios variam na quantidade de servidores”, relatou.

O governador também avaliou como “expressivo” o novo reajuste. “O impacto é expressivo, porque nós temos 74 mil servidores que recebem com referência no piso. Nosso piso para os que têm nível superior é de 5% do piso básico definido de acordo com a carreira. A remuneração média do professorado fica bem acima da média”, analisou Campos.

O secretário de educação do Estado, Anderson Gomes, falou que a política dos governos federal e estadual estão trabalhando dentro do mesmo contexto político. “Isso mostra que o governo federal e governo estadual estão seguindo a mesma política e que valorizam o profissional”, comentou o secretário.

Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco, Antonieta Trindade, o reajuste foi resultado do que foi acordado com o governo no final do ano passado. “O reajuste atendeu àquilo que nós tínhamos acordado, graças a uma mobilização muito grande da categoria feita em dezembro do ano passado”, disse Antonieta. Entretanto, ela salientou que a remuneração ainda continua baixa para os profissionais de educação. “Temos que discutir uma remuneração que seja à altura do papel do professor na sociedade”, destacou a presidente.

Cálculo do MEC - O MEC utiliza como parâmetro de reajuste a variação do custo aluno/ano do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), conforme prevê a lei nacional do piso do magistério, de 2008.

O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), pré-candidato à reeleição, anunciou ontem o envio à Câmara de Vereadores de um projeto de lei que reduz o salário do prefeito da capital em 30%. O subsídio bruto de R$ 26.723,13 deve cair para R$ 18.706,19. Prováveis adversários na campanha interpretaram como atitude eleitoral. O prefeito também pretende aprovar projeto que concede aumento linear de 10% para os 44 mil servidores.

Em 2007, o atual governador Beto Richa (PSDB), que recebia o maior salário entre os prefeitos de capitais, passou a devolver 20% dos vencimentos. Quando Ducci, que era vice, assumiu, em março de 2010, manteve a restituição, que, segundo a prefeitura, foi aumentada para 30%. Em relação ao aumento para os servidores públicos, o prefeito destacou que " é justo e necessário para uma equipe que presta serviços de qualidade pela cidade e pela população curitibana".

##RECOMENDA##

Pré-candidato do PDT à prefeitura, o ex-deputado federal Gustavo Fruet disse que a redução no salário deveria ter sido feita antes, pois agora tem "ótica eleitoral". Segundo ele, o aumento ao funcionalismo teria que ter como base uma política de médio e longo prazo.

Para o ex-prefeito Rafael Greca (PMDB), as medidas de austeridade, como redução salarial, são recomendadas, mas "em véspera de eleição soam irônicas".

Os dois pretendentes do PT também criticaram as medidas. Para o deputado federal Dr. Rosinha, a atitude sobre o salário do prefeito "soa demagógica". Já o deputado estadual Tadeu Veneri salientou que há necessidade de recomposição do piso para reduzir as diferenças entre as categorias, mas disse que "um aumento linear acaba perpetuando a distorção". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), garantiu ao ex-procurador-geral de Justiça Leonardo Bandarra e à promotora Deborah Guerner o direito à manutenção de seus salários. Bandarra e Deborah são suspeitos de envolvimento no esquema do mensalão do Distrito Federal. Recentemente o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que exerce o controle externo do órgão, analisou um procedimento administrativo e decidiu aplicar aos dois a pena de demissão, com a consequente perda do salário.

No pedido despachado por Gilmar Mendes, os advogados de Bandarra e de Deborah alegaram que a demissão somente pode ser decretada após uma decisão judicial definitiva. Também foi argumentado que a perda da remuneração dificultaria a subsistência porque como ainda são integrantes do Ministério Público, não podem exercer outra atividade até a conclusão do processo judicial.

##RECOMENDA##

Gilmar Mendes concordou com os advogados de Bandarra e Deborah. Ele afirmou que a perda do cargo apenas pode ocorrer após uma decisão definitiva da Justiça, que não tem prazo para ocorrer. "O impetrante, ao ser afastado das suas funções, não se desvincula automaticamente do Ministério Público, pois o seu desligamento efetivo só se dará com o trânsito em julgado (conclusão) da ação judicial de perda do cargo", disse o ministro.

"Afastar o impetrante de suas funções, com perda de vencimentos e manutenção de vedações e proibições do cargo, até o trânsito em julgado (término) da competente ação judicial, parece criar uma situação de insegurança jurídica, uma vez que não há prazo certo, ou sequer mensurável, para o fim do processo", acrescentou.

Após a repercussão negativa e uma série de protestos em rede sociais na internet e nas ruas de Belo Horizonte, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) decidiu vetar o projeto que concede 61,8% de aumento para os 41 vereadores da capital. Para evitar desgaste com a população em ano eleitoral, mas se indispor com os parlamentares, a procuradoria da prefeitura conseguiu encontrar uma brecha para vetar tecnicamente o projeto, que faria os salários saltarem de R$ 9.288,05 para R$ 15.031,76. Agora, o texto volta para as mãos dos vereadores, que vão fazer reunião com voto secreto para se posicionar sobre o veto.

O anúncio da decisão do prefeito foi feito hoje, após reunião de Lacerda com representantes da Câmara. Participaram os vereadores Tarcísio Caixeta (PT), líder do governo, Cabo Júlio (PMDB), secretário-geral da Mesa, e Alexandre Gomes (PSB), presidente em exercício do parlamento municipal. Após o início dos protestos contra o aumento - aprovado na última reunião ordinária do ano passado -, o presidente da Câmara, vereador Léo Burguês (PSDB), aproveitou o recesso parlamentar e viajou para fora do País.

##RECOMENDA##

Para vetar o aumento, o argumento apresentado pelo prefeito foi amparado em decisão anterior do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que já considerou ilegal a vinculação direta dos salários dos vereadores ao dos vencimentos dos deputados estaduais. No texto aprovado pela Câmara, os vereadores adotavam salário equivalente a 75% do que recebem os parlamentares estaduais, limite máximo previsto pela legislação brasileira. Com isso, qualquer reajuste nos vencimentos dos deputados seria automaticamente repassado aos dos vereadores.

O último protesto contra o aumento havia ocorrido no domingo, quando o músico Gabriel Guedes levou um piano para a Praça do Papa, na região centro-sul da capital, para comandar a manifestação. O anúncio do veto foi comemorado por internautas no Facebook e no Twitter, mas o vereador Iran Barbosa (PMDB) também usou o microblog para lembrar que "depois do veto, vem o maior desafio: manter o veto". "Na CMBH (Câmara Municipal de Belo Horizonte) a votação será secreta. Ou seja: cada um com a sua consciência...", ressaltou o peemedebista, que votou contra o projeto ao lados dos colegas Neusinha Santos e Arnaldo Godoy, ambos do PT.

Outros 22 vereadores presentes à sessão foram favoráveis ao aumento. Um dos que defenderam o reajuste foi Alexandre Gomes. Hoje, a reportagem tentou falar com o parlamentar, mas ele não atendeu as ligações. Ele já havia afirmado ao jornal O Estado de S. Paulo que considerava o reajuste pertinente e que, apesar da pressão popular, o veto de Lacerda ao projeto poderia criar "arestas com os vereadores". O socialista também considerou que as manifestações, principalmente na porta da prefeitura, eram organizadas com cunho político, para desgastar o prefeito e enfraquecer o PSB em ano eleitoral.

A pré-anunciada greve geral do funcionalismo por reajuste salarial, que pode mobilizar até 1 milhão de trabalhadores e deve ocorrer em abril, parece não assustar o governo federal. Em entrevista à Agência Brasil, o secretário de Recursos Humanos, do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva, afirmou que a mobilização é “natural” visto que as classes sindicais unificam um grupo grande de funcionários públicos da União.

De qualquer forma, ciente da importância do nível de relacionamento e diálogo com o funcionalismo e dos prejuízos de uma greve para a população, o governo vai criar uma nova secretaria exclusivamente para intermediar os debates com as centrais sindicais.

“Achamos natural. É o papel do sindicato mobilizar mesmo, já esperávamos que acontecesse, todo ano acontece. O que vai evitar o conflito é termos instrumentos adequados para tratar isso e o instrumento mais adequado é a negociação. Estamos preparados para negociar, para ouvir, fazendo o exercício exaustivo do diálogo, para evitar que o conflito chegue no limite, que é a greve. Temos competência política para chegar a um entendimento com as entidades sindicais dos servidores federais”, ponderou.

No entanto, as propostas de aumento, caso sejam aceitas, só devem ser concretizadas na folha de pagamento de 2013. “Negociamos em um ano o Orçamento do ano seguinte. As negociações de 2011 foram fechadas em 31 de agosto, o que inclui gastos com pessoal para o exercício seguinte. Gastos com pessoal para 2012 já estão definidos, todas as negociações [a partir de agora] serão para o Orçamento de 2013”, disse. Atualmente, o gasto com pessoal custa R$ 7 bilhões mensais das contas federais.

Durante o diálogo exaustivo entre governo e sindicatos, a cautela deverá dar o tom das negociações. Não vai ser fácil fazer com que o Palácio do Planalto abra a carteira neste momento de incertezas em relação à crise econômica internacional. “A crise impôs uma medida ainda mais cautelosa. O aperto de cinto tem a ver com a capacidade do país de fazer o que precisa ser feito na medida certa. Precisamos conciliar planejamento da reorganização da força de trabalho, da renovação ao longo do tempo, valorização das carreiras públicas. Em tudo isso, a conta é a mesma, gasto de pessoal, não é só reajuste salarial”, justificou.

Caso as negociações não cheguem a um entendimento comum, as greves trabalhistas serão tratadas de maneira firme. “Nós respeitamos o direito de greve, mas os sindicatos sabem que esse direito não pode ser exercido ao arrepio de um direito maior que é o direito da sociedade, que não pode sofrer prejuízo irrecuperável em função da greve. Se fizer greve [o funcionalismo público], vai ser cortado o ponto”, disse Duvanier.

Para intermediar os debates com as centrais sindicais, uma nova secretaria será criada. A atual Secretaria de Recursos Humanos será extinta e dará espaço à Secretaria de Relações do Trabalho, que manterá Duvanier Paiva como titular. “Será uma secretaria só para cuidar da negociação, do relacionamento com novos instrumentos de diálogo com o funcionalismo. Também vem para consolidar a conversa como processo permanente. Em determinados períodos do ano, as negociações tomam 80% do meu tempo como secretário”, disse.

O governo deve confirmar um reajuste de 22% no piso nacional dos professores. O índice representa a variação no valor mínimo de investimento por aluno do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) entre 2011 e 2012 e levaria o salário-base dos atuais R$ 1.187 para R$ 1.450 mensais. Apesar da pressão de prefeitos e governadores, que alegam não poder arcar com o aumento acima da inflação do salário mínimo e dos professores, a tendência do governo é manter a lei como está.

Qualquer valor inferior aos 22% abriria espaço para contestação judicial ou teria que ser apresentado junto com uma mudança na legislação. A lei que criou o piso diz claramente que o reajuste será feito todo mês de janeiro no mesmo porcentual da atualização do valor do Fundeb e terá de ser o menor valor básico para aos professores por 40 horas-aula semanais.

Governadores e prefeitos pressionavam o governo para dar aos professores apenas a variação da inflação, que fechou em 6,5%. Em 2011, o reajuste foi de 16% e já incomodou Estados e municípios. Atualmente, 16 Estados não cumprem o piso atual, de R$ 1.187. Outros cinco pagam menos do que os R$ 1.450 que devem entrar em vigor em fevereiro e terão que fazer mais algum investimento.

Ainda não houve uma conversa definitiva sobre o assunto entre a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Educação, Fernando Haddad. Na tarde de terça-feira, Haddad teve uma audiência de três horas com a presidente e o secretário-executivo do Ministério, José Henrique Paim. A decisão final ainda não foi tomada, até porque o ministro espera os dados consolidados do Tesouro Nacional para fechar o valor final do reajuste do Fundeb. É improvável, no entanto, que esse seja menor do que os 22% calculados até aqui.

Ontem, em entrevista, Haddad não confirmou o valor, mas reforçou que a lei não precisa de interpretações. "É auto-aplicável", disse. O novo valor, afirmou, deve ser promulgado em fevereiro ou março, mas valerá a partir deste mês. Sobre a alegação de Estados e municípios que a soma dos reajustes do piso e do salário mínimo tornam impossível aos governos locais cumprir a lei da responsabilidade fiscal, Haddad diz que é algo que não pode debater porque não conhece nenhum estudo nesse sentido. "A bem da verdade, a lei do piso foi encaminhada em 2007, aprovada em 2008 e eu nunca recebi uma solicitação de audiência da Confederação Nacional dos Municípios. Eu acabo sabendo dos argumentos pelos jornais", disse.

O novo salário mínimo de R$ 622,0 já está em vigor. De acordo com Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) desde 2002 o salário mínimo teve crescimento nominal de 211%, saltando de R$ 200 para os R$ 622,00. Descontada a inflação do período, o ganho real foi 65,96%.

O percentual de aumento real de 2012 (9,2%) é o segundo maior na última década, graças a Lei nº 12.382/2011 que prevê a restituição da perda da inflação no ano anterior mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) apurado no penúltimo ano pelo IBGE. Nota técnica do Dieese estima que o novo mínimo é “o maior valor real da série das médias anuais desde 1984”. O departamento também calcula que com o novo mínimo será possível comprar 2,25 cestas básicas, a maior proporção desde 1979.

Segundo o Dieese, 48 milhões de pessoas têm rendimento referenciado pelo salário mínimo. O maior grupo está entre os beneficiários da Previdência Social (19,7 milhões de segurados); seguidos de empregados (12,8 milhões de trabalhadores); trabalhadores por conta própria (8,7 milhões de pessoas) e mais de cinco milhões de empregados domésticos. O reajuste deverá irrigar a economia com R$ 47 bilhões mensais e gerar R$ 22,9 bilhões de incremento na arrecadação tributária.

Cada real acrescido no salário mínimo tem impacto de R$ 257 milhões ao ano sobre a folha de benefícios da Previdência Social. O peso na massa de benefícios é 46% das contas da Previdência. Cerca de 68% do total de seus beneficiários terão o reajuste.

A legislação do salário mínimo estabelece que além do valor mensal, o governo estabeleça valores correspondentes ao pagamento diário e por hora relativos ao mínimo. Assim, o trabalhador receberá R$ 20,73 por dia trabalhado ou R$ 2,83 por hora.

Brasília - O Diário Oficial da União publica hoje (9) decreto assinado pela presidenta Dilma Rousseff e pelo ministro interino do Trabalho, Paulo Roberto dos Santos Pinto, que altera a legislação referente ao repouso semanal e ao pagamento de salário nos feriados civis e religiosos.

A alteração é referente ao valor da multa devida pelas infrações à lei. O valor, que ainda estava colocado em cruzeiros - entre cem e 5 mil cruzeiros - varia agora entre R$ 40,25 e R$ 4.025,33, segundo a natureza da infração, sua extensão e a intenção de quem a praticou. No caso de reincidência e oposição à fiscalização ou desacato à autoridade, o valor será cobrado em dobro.

##RECOMENDA##

Pela legislação vigente, todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de 24 horas consecutivas, preferencialmente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local.

Entre os empregados a que se refere a lei, incluem-se os trabalhadores rurais, salvo os que operem em qualquer regime de parceria, meação ou forma semelhante de participação na produção.

O regime dessa lei é extensivo àqueles que, sob forma autônoma, trabalhem agrupados, por intermédio de sindicato, caixa portuária ou entidade congênere. A remuneração do repouso obrigatório, nesse caso, consistirá no acréscimo de um sexto calculado sobre os salários efetivamente percebidos pelo trabalhador e pago juntamente com os mesmos.

É devido o repouso semanal remunerado, nos termos da lei, aos trabalhadores das autarquias e de empresas industriais ou sob administração da União, dos estados e dos municípios ou incorporadas aos seus patrimônios, que não estejam subordinados ao regime do funcionalismo público.

A Câmara de Sorocaba (SP) revogou, em abril deste ano, o aumento de 90% que os vereadores tinham aprovado para seus próprios salários para evitar uma possível perda dos mandatos. Com o reajuste, que vigoraria na próxima legislatura, o ganho mensal do vereador passaria de R$ 7,8 mil para R$ 15 mil. Na mesma ocasião, a Câmara revogou uma resolução criando 20 cargos de assessor parlamentar - um para cada vereador. Eles já dispõem, cada um, de cinco assessores pessoais.

O recuo ocorreu depois que o Ministério Público Estadual ameaçou cassar todos os vereadores. O promotor de Justiça Orlando Bastos Filho entendeu que a aprovação do aumento de salários e dos novos cargos não tinha cumprido as exigências legais. A aprovação ocorrera em sessão relâmpago. O promotor considerou excessivo o número de cargos comissionados na Câmara. Dos 202 funcionários, 114 foram contratados sem prestar concurso. No mês passado, os vereadores rejeitaram um projeto do colega José Crespo (DEM) que manteria 'congelados' os salários dos vereadores para a próxima legislatura. Uma nova proposta de aumento deve ser votada no início de dezembro.

##RECOMENDA##

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou recursos de R$ 2 bilhões para assegurar o aumento salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal e dos servidores do Judiciário. A proposta aprovada destina o dinheiro, por meio de uma emenda de comissão, ao Orçamento da União para custear o pagamento do reajuste, a partir do próximo ano, previsto nos projetos em tramitação na Câmara.

Além dessa emenda ao Orçamento, a CCJ também aprovou outras três somando mais R$ 330 milhões para serem gastos em despesas do Judiciário e Fundo Partidário. A CCJ é presidida pelo deputado João Paulo Cunha (PT-SP), réu no processo do chamado "mensalão" à espera de julgamento pelo Supremo.

##RECOMENDA##

"Todos são responsáveis pelo financiamento da República. Houve uma decisão política da comissão de, em vez de optar por beneficiar outras áreas, direcionar o dinheiro para o Judiciário", argumentou o deputado Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA).

Por conta dos salários, o presidente do Supremo, Cezar Peluso, entrou em atrito com a presidente Dilma Rousseff. A presidente não concorda com o aumento e, na proposta orçamentária enviada originalmente ao Congresso, não constavam recursos para esse pagamento. Na queda de braço, o governo acabou enviando um adendo ao projeto de Orçamento, reproduzindo o pedido do Supremo, mas ressaltando a contrariedade com o reajuste.

A comissão, na justificativa para a destinação dos recursos, argumenta que a magistratura acumula uma perda inflacionária de 21,11%, no período de 2006 a 2011. A finalidade dos recursos, completa a comissão, é viabilizar a aprovação dos dois projetos propondo aumento para os ministros do Supremo e o projeto que estabelece o aumento salarial dos servidores do Judiciário e do Ministério Público.

Em agosto, Peluso encaminhou projeto à Câmara propondo um índice de 4,8% de reajuste nos subsídios dos ministros. O projeto não anula, segundo explicou o ministro no texto, a proposta enviada em 2010 ao Congresso, que prevê um aumento de 14% - dos atuais R$ 26.723,13 para R$ 30.675,48.

Na emenda ao Orçamento aprovada pela CCJ, a proposta é que o reajuste seja parcelado em três vezes, de 4,81% nos meses de janeiro e julho de 2012 e janeiro de 2013. A comissão considera que há recursos no Orçamento deste ano (R$ 156,7 milhões)para conceder o aumento de mais 5,2%.

No caso do aumento para os servidores, os índices de reajuste chegam a mais de 50% dos atuais salários, e a estimativa do governo feita em 2009, data em que o projeto foi enviado à Câmara, é de um gasto adicional de R$ 6,4 bilhões aos cofres públicos. A CCJ destina valor parcial para pagar os custos dos planos de cargos e salários. Na proposta da comissão, esse aumento será dividido em duas parcelas, em janeiro e em julho do próximo ano. Os recursos totais necessários para bancar o reajuste dos servidores do Judiciário e do Ministério Público, segundo justificativa da proposta, são de R$ 2,4 bilhões.

As emendas aprovadas na comissão destinam R$ 100 milhões para implementação de Varas Federais, R$ 180 milhões para a manutenção do Fundo Partidário, R$ 50 milhões para modernização de instalações da Justiça do Trabalho, além dos R$ 2 bilhões para pagamento de aumentos salariais

Para o comércio o 13º salário é sinônimo de ponto alto de vendas e faturamento, para a indústria ele representa um aumento na produção que começa alguns meses antes do final do ano. E para o consumidor, quais são as melhores estratégias para o melhor uso do 13° salário?

A melhor estratégia para o consumidor depende do uso planejado de tal recurso. Dentro de cada opção a melhor estratégia possível. Para alguns o 13° é a oportunidade de ir às compras, para outros é uma boa oportunidade para a viagem a muito desejada, já outros mais precavidos pretendem guardar tal rendimento adicional, etc. Sejam quais forem os seus planos para o 13° salário, seguem algumas estratégias que podem auxiliá-lo no uso do 13°.

##RECOMENDA##

· Compra planejada e na época certa – 16,3% dos consumidores recifenses pretendiam ir às compras com o 13° segundo pesquisa do IPMN em dez/2010. Tal consumidor deve estar atento ao seu orçamento, pois algumas vezes a expectativa de rendimento adicional nos leva a antecipação e elevação dos gastos, o que pode levar a um saldo negativo no orçamento mesmo antes do 13°. Logo, o consumidor deve introduzir tal recurso extra em seu orçamento e consumir apenas o que foi devidamente planejado. Outra importante dica é comprar com a devida antecedência, atitude que pode representar alguma economia.

· Guardar pode trazer vantagens futuras - A mesma pesquisa mostrou que 1,1% dos entrevistados pretendiam deixar o 13° guardado. O consumidor que opta por tal postura, pode incrementar sua poupança para compra de bens à vista, atitude que proporciona uma compra mais vantajosa, e ao mesmo tempo  afasta o consumidor das armadilhas da compra a prazo.

· Pagamento de dívidas - Outra boa alternativa de uso para o 13° salário é o pagamento de dívidas, opção que esteve nos planos de ¼ dos recifenses em 2010. Com dinheiro na mão é possível renegociar dívidas com os credores e conseguir condições mais vantajosas para a quitação de compromissos financeiros. O adiantamento de prestações também pode ser uma opção, que leva o consumidor ao pagamento de juros mais baixos e redução do seu endividamento.

· Economizar para viajar - Viajar é outra opção de uso para tal recurso. Tal opção esteve nos planos de 5,3% dos recifenses no final do ano passado. Melhor que viajar na alta estação é guardar o 13° salário e viajar nos meses de baixa estação, nos quais os pacotes e as condições de pagamento são mais vantajosos.

· Janeiro azul – O consumidor que não agüenta mais começar o ano no vermelho, vê no 13° salário uma preciosa fonte de recursos para as despesas de início de ano (impostos, material escolar, etc.) Tais recursos podem ajudar o consumidor a iniciar 2012 no azul.

· Poupança – Também não se pode esquecer da poupança, e de um fundo de reserva para imprevistos, etc., que podem ser incrementados com o 13º salário


* Texto opinativo produzido pelo economista do Instituto de Pesquisas Maurício de Nassau e mestre em Engenharia de Produção Djalma Silva Guimarães Júnior. 

Rio de Janeiro - Metade da população recebeu mensalmente, durante o ano de 2010, até R$ 375 – valor inferior ao salário mínimo, de R$ 510, pago na época. No que se refere ao rendimento médio mensal domiciliar, os 10% com os rendimentos mais elevados ganhavam R$ 9.501, enquanto as famílias mais pobres viviam com apenas R$ 225 por mês.

Os dados fazem parte dos resultados definitivos do universo do Censo 2010 divulgado hoje (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

##RECOMENDA##

Além disso, os 10% mais ricos da população brasileira ganharam, em 2010, 44,5% do total de rendimentos, enquanto os 10% mais pobres, 1,1%.

De todos os brasileiros acima de 10 anos de idade que têm com rendimentos, 0,5% recebiam mais de R$ 10,2 mil mensais na cidades e 0,1% no campo. Na área rural, 46,1% recebiam R$ 596. Na zona urbana, esse valor alcançou R$ 1.294.

As desigualdades aumentam nas regiões Norte e Nordeste, onde os 10% mais pobres detêm 1% do total de rendimentos. A grande concentração de renda fez com que o país ficasse com número 0,526 no índice de Gini, que calcula a desigualdade de distribuição de renda, levando consideração uma variação de 0 a 1, em que 0 corresponde à completa igualdade de renda e 1 corresponde a total desigualdade. A concentração é maior nas áreas urbanas (0,521), embora as áreas rurais do país (0,453) detenham a maioria das pessoas sem rendimento ou com rendimento até R$ 510 (85,4%).

A parcela que ganhava mais de R$ 2.550 por mês representava 1% na área rural e 6% na área urbana. As regiões Norte e a Nordeste são as que registram menor número de trabalhadores com renda acima desse valor, com 2,6% e 3,1% respectivamente, bem abaixo das percentagens do Sudeste (6,7%), do Sul (6,1%) e Centro-Oeste (7,3%).

No Distrito Federal, o rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares era R$ 4.635 – o maior do país. No outro extremo, o Maranhão era a unidade da federação com menor rendimento domiciliar: R$ 1.274.

O pagamento do 13.º salário neste ano deve colocar R$ 118 bilhões na economia brasileira, montante que representa 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB), informa estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgado hoje. Aproximadamente 78 milhões de pessoas serão beneficiadas, número 5,4% superior ao verificado em 2010. No ano passado, a estimativa do Dieese era de que R$ 102 bilhões seriam injetados na economia em 2011 com o 13º salário, projeção 15,6% menor ao número divulgado agora.

Perto de 30% dos R$ 118 bilhões, ou pouco mais de R$ 34 bilhões, irão para aposentados e pensionistas. Beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ficarão com 19,4% (R$ 22,9 bilhões) do total. Aposentados e pensionistas da União ficarão com R$ 6,1 bilhões (5,2%) e aposentados e pensionistas dos Estados, com R$ 5,4 bilhões (4,5%). Mas a maior parte, cerca de 70%, o que corresponde a R$ 84 bilhões, irá para empregados formalizados.

##RECOMENDA##

Do total de 78 milhões de pessoas que receberão o 13º salário no final do ano, de acordo com o Dieese, 61,9% (48,3 milhões) são empregados formais e 38,1% (29,7 milhões), aposentados e pensionistas. Os empregados domésticos com carteira de trabalho assinada totalizam 2,4 milhões, ou 3,1% do total. Um milhão, ou 1,2% do total, são aposentados e beneficiários de pensão da União. Aposentados e pensionistas dos Estados não foram quantificados.

Entre os trabalhadores com carteira assinada, os do setor de serviços e da administração pública ficarão com 60,1% dos R$ 84 bilhões destinados ao mercado formal; os da indústria ficarão com 20,7% e os comerciários, com 12,5%. Aqueles que trabalham na construção civil receberão o correspondente a 4,8% e 2% irão para os trabalhadores da agropecuária.

O 13º salário pago aos empregados formais atinge, em média, R$ 1.783,47 e os trabalhadores do setor de serviços receberão o maior valor médio, de R$ 2.045,78. O setor industrial aparece com o segundo maior valor médio, de R$ 1.912,56, seguido pelos empregados da construção civil (R$ 1.422,94), do comércio (R$ 1.186,48) e do setor primário (R$ 984,88). Por região, o maior valor médio para o 13º será pago em Brasília (R$ 3.193) e o menor, no Maranhão (R$ 974).

As estimativas do Dieese levam em conta dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ambos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), além de informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e dados do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) e da Secretaria Nacional do Tesouro (STN).

A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou ontem o Projeto de Lei Complementar 47 de 2011, que prevê um reajuste de 15% no salário base dos policiais, retroativo a 1º de julho. Além de um novo aumento de 11%, em 1º de agosto do ano que vem. No total, o aumento chega a 27,7% em dois anos.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o projeto eleva os vencimentos de 13 categorias de policiais civis, como investigadores e escrivães, e policiais científicos, como médicos legistas, peritos criminais e atendentes de necrotério, e reestrutura a carreira de delegado de polícia, com a extinção da 4ª classe. O texto seguirá para sanção do governador Geraldo Alckmin.

##RECOMENDA##

Na semana passada, os deputados estaduais aprovaram, por unanimidade, dois projetos que permitem o aumento nos mesmos percentuais e datas do salário base de policiais militares e delegados de polícia. Se sancionados, os projetos vão beneficiar mais de 150 mil servidores da ativa e quase 103 mil aposentados e pensionistas. Entre os funcionários públicos, há 89.345 policiais militares e 34.258 policiais civis e científicos.

O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Valdir Rossoni (PSDB), disse hoje ter assinado, no dia 10, documento que revoga um decreto de 1992 que concedia ao presidente da casa uma remuneração, a título de representação, no mesmo valor do salário, atualmente em torno de R$ 20 mil. Com isso, o vencimento total somava R$ 40 mil, ultrapassando em muito o teto fixado para o funcionalismo público, de R$ 26,7 mil.

De acordo com o diretor de Comunicação Social da Assembleia, Hudson José, o decreto não foi publicado ainda em razão do feriado. Apesar de o decreto que fixava o duplo salário ser de 1992 e estar disponível para consulta entre vários outros, o assunto chegou ao conhecimento público a partir de uma reportagem publicada ontem no jornal Gazeta do Povo. A revelação da gratificação veio à tona em razão de um ato considerado "erro" pelo diretor de comunicação.

##RECOMENDA##

O Diário Oficial do dia 28 de setembro trouxe o Ato 1.191/2011, que estendia o benefício para o primeiro e o segundo-secretários. Segundo Hudson José, existia apenas uma "discussão" sobre se deveria ou não estender o benefício e isso acabou publicado como se fosse uma decisão.

"Sou o único presidente de Assembleia do Brasil que não receberei essa verba de representação", acentuou Rossoni.

Apesar de afirmar nesta quarta-feira que a revogação foi assinada segunda-feira, em entrevista à Gazeta do Povo ele tinha defendido a continuidade no recebimento da verba, alegando que o presidente precisa realizar várias atividades extras, além das que tem como deputado.

Hoje, Rossoni justificou que precisava "cortar na pele" para continuar tendo "autoridade", a fim de adotar medidas que visam eliminar gastos desnecessários na assembleia. Segundo ele, as ações tomadas desde o início do ano, quando assumiu a presidência, vão garantir uma economia de R$ 60 milhões ao Tesouro do Estado. Entre elas estão a suspensão de gratificações irregulares, limitação em salários e revisão de contratos.

Segundo o deputado, este mês devem ser aplicadas correções na folha de pagamento dos aposentados, que tiveram os benefícios revistos, que proporcionarão redução de 50%. "Não me sentiria bem ter um alto salário e fazendo esses cortes", afirmou. O decreto legislativo que vigorava até agora e garantia o benefício de mais um salário para o chefe do Legislativo foi assinado pelo ex-presidente da casa Aníbal Khury, já falecido, em 23 de dezembro de 1992.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando