Tópicos | sistema de cotas

A Universidade Zumbi dos Palmares, instituição comunitária de ensino superior, lançou campanha pela manutenção do sistema de cotas. Batizado de "Cotas sim", o movimento tenta pressionar, por meio de abaixo assinado virtual, o Congresso Nacional a renovar a Lei 12.711/2012, que passará por processo de revisão em 2022. Além disso, a iniciativa pede a ampliação, em 20%, de cotas para negros nos concursos públicos da Administração Federal.

A Lei que institui o sistema de cotas, em 2022, completará 10 anos e deverá passar por revisão. Por isso, em caso de ausência de votação, por parte do Congresso, a iniciativa poderá ser extinta. "Nós estamos diante de um desafio muito importante que é a sensação da implementação da lei e, com isso, esses meninos e meninas ficarem impedidos de acessarem a universidade pública federal”, disse o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, em entrevista ao programa Jornal da Tarde, da TV Cultura.

##RECOMENDA##

Até o momento, O "Cotas sim!" conta com 3.515 assinaturas e tem apoio da Ordem dos Advogados do estado de São Paulo. A meta do movimento é alcançar o quantitativo de um milhão de pessoas assinaturas.

A Universidade de Pernambuco (UPE) anunciou, nesta quarta-feira (30), a ampliação das vagas destinadas ao sistema de cotas. Com a alteração, o percentual, que antes era de 20%, passa a ser 30% das vagas do processo seletivo de ingresso 2022. Além dos estudantes oriundos de escolas públicas, a nova medida beneficiará alunos egressos de instituições federais.

A instituição também divulgou as datas de realização do Sistema Seriado de Avaliação (SSA), assim como, o período de inscrições, que vai de 19 de julho a 19 de agosto, exclusivamente on-line.

##RECOMENDA##

O período de pedido de isenção da taxa, no valor de R$ 100, deve ser feito no período divulgado pelo manual do candidato, previsto para ser liberado em 14 de junho. Podem solicitar isenção alunos inscritos no cadastro Cadastro Único para Programas Sociais e que possuem Número de Inscrição Social (NIS).

As provas serão aplicadas nos seguintes dias: Seriado 1 - 5 e 12 de dezembro (manhã); Seriado 2 - 5 e 12 de dezembro (tarde); e Seriado 3 - 19 e 20 de dezembro (manhã).

Ao todo, a UPE disponibiliza 3.480 vagas em cursos de graduação, distribuídas em 11 campi. Deste total, 1740 são destinadas ao SSA e as demais para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Com o objetivo de retratar as cotas educacionais, que buscam equidade e democratização do ensino, o LeiaJá publica, neste sábado (6), o especial “Para que servem as cotas?”. Composto por reportagens multimídia, o trabalho detalha como foi criado o sistema cotista, os tipos de cotas, esclarece dúvidas sobre a norma, entre outras abordagens.

A primeira reportagem, intitulada “Cotas: sanção da lei marca o ensino superior”, aborda o contexto histórico no qual as cotas foram criadas. A segunda, “A perspectiva social que explica a criação das cotas”, revela que a desigualdade escancarada no País tem relação com a criação do sistema de cotas. Já a terceira matéria, chamada “Cotas raciais valorizam diversidade no ensino superior”, mostra como negros são impactados positivamente pela reserva de oportunidades.

##RECOMENDA##

A quarta reportagem, “Saiba como funciona as Comissões de Verificação de Cotas”, traz detalhes do sistema polêmico que tem por objetivo autenticar a veracidade da autodeclaração de pessoas pretas em universidades do País. Já “Inclusão de pessoas com deficiência marca Lei de Cotas” destaca dados e situações reais da perspectiva das cotas para pessoas deficientes.

“Cotas rurais garantem ensino ao povo do campo”, “A aldeia no campus: cotas e reparação histórica aos índios” e “Cotas para trans esbarram em preconceito no ensino básico” mostram como o sistema de cotas é essencial para promover democratização da educação a pessoas que vivem sob condições desiguais.

“ProUni: inclusão social no ensino superior particular” é o título da reportagem que endossa a importância do Programa Universidade para Todos (ProUni) como forma de ingresso no ensino superior. Em “O que é mito e o que é verdade sobre a Lei de Cotas?”, são respondidas questões de um levantamento realizado com os seguidores da plataforma Vai Cair No Enem, produto do LeiaJá.

Por fim, “Um mundo sem cotas é possível?” encerra a série de reportagens especiais revelando em que panorama está inserido o Brasil e como seria o cenário ideal para a extinção das cotas sociais. 

Os autores das reportagens são os comunicadores Camilla de Assis, Rebeca Ângelis, Elaine Guimarães, Lorena Barros, Ítallo Olímpio, Marília Parente, Francine Nascimento, Marcele Lima e Fábio Filho. A edição do conteúdo fica a cargo de Nathan Santos. As imagens foram produzidas pelos repórteres fotográficos Rafael Bandeira e Júlio Gomes, e pelos cinegrafistas Sidney Lucena, Ricardo Araújo, Roberto Varella, André Albino e Ednaldo Santos. As edições dos vídeos são de Danillo Campelo e as artes são de autoria de João de Lima. 

O LeiaJá deixa o convite aos leitores para conferir os conteúdos. Veja, a seguir, as reportagens do especial “Para que servem as cotas?”:

1 - Cotas: sanção da lei marca o ensino superior

2 - A perspectiva social que explica a criação das cotas

3 - Cotas raciais valorizam diversidade no ensino superior

4 - Saiba como funciona as Comissões de Verificação de Cotas

5 - Inclusão de pessoas com deficiência marca Lei de Cotas

6 - Cotas rurais garantem ensino ao povo do campo

7 - A aldeia no campus: cotas e reparação histórica aos índios

8 - Cotas para trans esbarram em preconceito no ensino básico

9 - ProUni: inclusão social no ensino superior particular

10 - O que é mito e o que é verdade sobre a Lei de Cotas?

11 - Como seria um mundo sem cotas? 

Um levantamento realizado pela plataforma Quero Bolsa, com base em dados do Ministério da Educação (MEC), identificou que no segundo semestre deste ano os cotistas terão mais dificuldade para ingressar em universidades públicas por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) que no primeiro semestre. As inscrições começaram nesta terça-feira (4) e vão até a sexta-feira (7).

A pesquisa comparou as notas de corte dos 20 cursos com maior número de ingressantes em 2018, tanto para a ampla concorrência quanto para cotistas vindos da rede pública de ensino. Enquanto a maioria dos cursos ofertados em ampla concorrência teve redução em suas notas de corte médias, ocorreu o oposto entre os candidatos cotistas. Biomedicina foi o curso com o maior aumento (20,90 pontos), seguido por Medicina (19,83 pontos). Os dois cursos também apresentaram elevação das médias de corte pela ampla concorrência, porém em uma escala menor. O primeiro teve um acréscimo de 8,67 pontos e o segundo, uma alta de 11,06.

##RECOMENDA##

Dos 11 cursos que registraram aumento na nota de corte para cotistas, nove apresentaram elevação de, no mínimo, cinco pontos. Já entre os oferecidos para ampla concorrência, sete tiveram aumento das notas, mas somente três registraram crescimento superior a cinco pontos: Educação Física e os já citados Biomedicina e Medicina.

De acordo com o especialista em ensino superior do Quero Bolsa, Pedro Amâncio, o aumento da nota de corte no segundo semestre ocorre porque as universidades públicas oferecem cerca de um quarto das vagas disponíveis no primeiro semestre.

"Essa redução acaba por restringir ainda mais a quantidade de cadeiras destinadas a cotistas. Com menos vagas disponíveis, a tendência é que a nota de corte suba. Mesmo para os cursos que registram redução na nota de corte, o recuo é inferior quando comparado às notas da ampla concorrência", explica.

Durante o período de inscrição, o Sisu calcula diariamente a nota de corte, que é a menor para o candidato que ficar entre os potencialmente selecionados. O MEC informou que o cálculo é usado apenas como uma referência para auxiliar o candidato no monitoramento de sua inscrição e não garante a seleção para a vaga disponibilizada. Até o fim do período de inscrição, os estudantes podem alterar as opções de curso. Será válida apenas a última opção confirmada.

Em nota técnica enviada nesta segunda-feira (22) ao Congresso Nacional, o Ministério Público Federal contestou o Projeto de Lei que pretende acabar com as cotas raciais. Segundo o órgão, o sistema de cotas é importante para o acesso à educação e no enfrentamento ao racismo, bem como às desigualdades sociais no país.

A nota foi assinada pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) e pelo Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH), entidades vinculadas ao Ministério Público. No documento, o órgão contra argumenta a proposta enviada pela deputada Professora Dayane Pimentel (PSL), ao dizer que o princípio da igualdade, tal qual está na constituição, exige a promoção de políticas públicas de ação afirmativa por parte do estado.

##RECOMENDA##

Ao apresentar o projeto de número 1531/2019, a parlamentar destacou que "Se os brasileiros devem ser tratados com igualdade jurídica, pretos, pardos e indígenas não deveriam ser destinatários de políticas públicas que criam, artificialmente, divisões entre brasileiros, com potencialidade de criar indevidamente conflitos sociais desnecessários".

O Ministério Público também apontou indicadores que mostram que apesar de ser maioria na população brasileira, os negros apresentam altos índices de analfabetismo, de escolaridade, de remuneração salarial e de acesso à educação básica e superior. “Ao vedar os preconceitos de raça, sexo, cor, idade, e outras formas de discriminação – não pode ser visto como um empecilho para a instituição de medidas que favoreçam grupos e segmentos que são costumeiramente discriminados” explicou a instituição.

Confira nota completa do MPF clicando aqui.

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) anunciou a expulsão de 27 alunos “autodeclarados cotistas” da instituição. A medida foi tomada após investigação interna, que identificou que os estudantes não eram negros ou pardos. Segundo a instituição, a apuração segue em andamento e tem caráter educativo.

O desligamento será publicado nesta sexta (14), no Diário Oficial. É a primeira vez que a Universidade realiza uma ação do tipo, desde 2014. Ainda não é possível identificar os estudantes e o período de graduação, mas segundo o Renato Diniz, superintendente acadêmico da Vunesp, nenhum deles estava próximo de se graduar.

##RECOMENDA##

Ainda segundo o educador, os critérios usados para determinar a ação são os mesmos definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), critérios fenótipos – nesse caso, são analisados cor da pele, dos olhos e o tipo de cabelo.

O processo de investigação teve duração de cinco meses e os estudantes tiveram o direito de recorrer internamente. Segundo a Unesp, não há possibilidade de substituição imediatamente das vagas. A Instituição espera agilizar o processo para o ano de 2019 e que as averiguações comecem logo após a matrícula presencial dos novos alunos.

Após o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), estudantes de todo Brasil aguardam ansiosos a divulgação das notas da prova, que será realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no dia 18 de janeiro de 2019. Com as notas, eles tentarão ingresso em universidades públicas do país. De acordo com o Portal do Ministério da Educação, as universidades brasileiras contam com um sistema de cotas que garante no mínimo 50% das vagas disponíveis nas instituições para estudantes que cursaram todo o ensino médio na rede pública; oriundos de famílias com renda bruta inferior ou igual a 1,5 salário mínimo per capita e subdivididas entre candidatos autodeclarados negros, pardos ou indígenas, conforme estipula a lei federal nº 12.711/2012, conhecida como “Lei de Cotas”.

A professora de Direito Constitucional Faculdade de Direito da UFPE, Anna Priscylla, pontuou as diretrizes da lei que regulamenta o sistema de cotas universitárias em todo país.

##RECOMENDA##

“A lei de cota, nº 12.711/2012, reserva 50% das vagas em universidades públicas federais e em institutos federais, para alunos oriundos do ensino médio de escola pública. Essa lei foi regulamentada pelo decreto regulamentar nº 7.824/2012 e também existe uma portaria do Ministério da Educação, que é a portaria nº 18/2012. 50% dessas vagas, que são reservadas para alunos oriundos de ensino médio de escolas públicas para todas as universidades públicas federais do Brasil e para todos os institutos federais do Brasil, são divididas em dois critérios: dentro dos 50%, que são reservadas, metade delas, ou seja, 25% são destinadas, subdivididas para alunos oriundos de escola pública, cuja renda familiar bruta é inferior a um salário mínimo e meio, e os outros 25% dentro desse percentual de 50% é reservado para alunos de escolas públicas cuja renda per capita da família está acima de um salário mínimo e meio. Dentro desses percentuais, deve ser observada, a reserva de vaga mínima proporcional para alunos que sejam pretos, pardos e indígenas”, explicou.  

Ainda segundo a docente, a lei de cotas encontra “guarida” na constituição federal de 1988 e foi declarada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “A Lei de Cotas, que é a lei nº 12.711/2012, lei de cota está declarada constitucional pelo STF, que analisou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) e reafirmou que a lei federal nº 12.711/2012 é plenamente constitucional e encontra guarida na essência da formação dessa constituição de 1988”, pontuou. 

Estudo realizado pela Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) aponta aumento do número de alunos negros, pardos e indígenas nas universidades federais, após a implantação do sistema de cotas. De acordo com o estudo, o número de alunos que se enquadram nesses perfis “quase triplicou de 2003 a 2014”. Os levantamentos também mostram que “dois terços dos universitários possuem renda média de 1,5 salários mínimos”.

Para o estudante do curso de Cinema e Audiovisual da UFPE, Pedro Audir, que utilizou as cotas relacionadas a estudantes oriundos de famílias de baixa renda para ingressar na Universidade, o sistema de cotas representa a inclusão dos menos favorecidos às universidades federais.

“Realmente abre portas. Sem as cotas eu não conseguiria entrar não, foi bastante significativo para mim, passar na UFPE. Acredito que seja uma maneira de inclusão de quem realmente se esforça, realmente precisa e não tem dinheiro para pagar cursinho preparatório. Representa uma sociedade mais justa. Existem muitas críticas ao sistema de cotas, em principal a racial, mas as cotas de renda eu acredito que todo mundo veja que precisa”, destacou.

A estudante de direito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Karoline Ramos, de 23 anos, utilizou o sistema de cotas raciais para ingressar na universidade e afirma que “o processo de entrega de documentos é um processo fácil e difícil”. Karoline aponta possíveis irregularidades na distribuição das vagas.

 “Por meio das cotas raciais, a gente leva um autodeclaração no momento da pré-matrícula após aprovação no Sisu, e não existe nenhuma análise da veracidade ou não dessa documentação, o que abre margem para muitas fraudes. É importante que o movimento negro e indígena que compõe a faculdade se organizem para demandar que surjam comissões de verificação para as cotas raciais, visando evitar as fraudes. Muitas vezes, alunos que não se enquadram no perfil de índios, negros e indígenas, acabam utilizando essas cotas mesmo sem ter o perfil adequado. Isso acontece justamente pela falta de verificação”, ressaltou.

A estudante Eduarda Nunes, membro do Coletivo Negro da UFPE, Afronte, afirmou que já foram realizadas reuniões com representantes da reitoria da Universidade para discutir a implementação de comissões que verifiquem se os candidatos às cotas raciais se enquadram no perfil exigido para a utilização do sistema.

“Já existe uma mobilização do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) da UFPE, juntamente com o coletivo negro Afronte, Cara Preta e estudantes autônomos, para que surjam essas comissões de verificação. Também já foram realizadas reuniões com representantes da reitoria para a instauração dessas verificações”, afirmou.

Confira quais documentos precisam ser apresentados para ingresso nas Universidades Federais por meio do sistema de cotas, em vídeo gravado com Coordenadora do Corpo Discente da UFPE, Cláudia Lucas:

[@#video#@]

Confira documento de declaração de cotas na íntegra:

Para ter acesso a toda documentação clique aqui.

A Polícia Federal divulgou, no Diário Oficial da União desta terça-feira (7), uma retificação no edital do concurso público que oferece 500 vagas para diversos cargos. O motivo da mudança foi uma Ação Civil Pública iniciada pelo Ministério Público Federal (MPF) de Goiás, contestando a metodologia de reserva de vagas do certame.

Atendendo às solicitações do MPF, a União e a empresa organizadora do concurso reabriram as inscrições para alguns cargos, como perito criminal federal em diversas áreas, unicamente para candidatos negros e candidatos com deficiência.  A medida tem por objetivo atentar ao percentual de reserva de vagas - 20% - em todas as etapas do concurso que gerarem listas de classificação. Antes, a reserva estava prevista apenas para o final do certame. Apesar de as retificações estarem diretamente ligadas às vagas, não houve alteração no número total que é ofertado pelo edital.

##RECOMENDA##

Os candidatos cotistas podem se inscrever até o dia 13 deste mês, por meio do site da banca organizadora do concurso. Para ver as alterações no sistema de cotas e outras mudanças, confira a retificação

LeiaJá também

--> Polícia Militar de SP abre concurso para 2,7 mil vagas

--> Prefeitura em PE lança concurso com 215 vagas

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) informou, nesta quarta-feira (4), que investigará possíveis fraudes no sistema de cotas raciais e econômicas para ingresso de estudantes. A Pró-Reitoria para Assuntos Acadêmicos (Proacad) instituiu uma comissão de sindicância que ficará a frente das apurações.

Segundo a UFPE, o indicativo de instalação da comissão ocorreu nessa terça-feira, depois de um período em que foi verificada a procedência de denúncias sobre as possíveis fraudes em relação às cotas raciais de entrada de alunos. Os ingressos ocorrem por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2018. O pró-reitor para Assuntos Acadêmicos, professor Paulo Goes, garantiu a seriedade das investigações. “A UFPE tomará todas as medidas necessárias para que sejam cumpridas as ações afirmativas e de inclusão para ingresso na Universidade, sejam elas econômicas ou étnico-raciais”, comentou, conforme informações da assessoria de imprensa.

##RECOMENDA##

Participarão da comissão um representante da Proacad, um representante da Câmara de Graduação e um assistente social da Pró-Reitoria para Assuntos Estudantis (Proaes). Os trabalhos de investigação iniciarão após os trâmites legais de instalação da comissão. E diante das investigações, pode haver a implantação de uma nova comissão para verificar as cotas do Sisu 2019.

Ao todo, 17 denúncias de fraudes nas cotas raciais do Sisu 2018 foram realizadas junto à UFPE. “A Coordenação do Corpo Discente da Proacad confirmou a existência de vínculo de matrícula de estudantes em 11 casos, que serão averiguados pela comissão de sindicância”, informou a Universidade.

Atualmente, a Lei nº 12.711/2012 reserva 50% das vagas em universidades federais para estudantes oriundos de escolas públicas no ensino médio. O processo ainda leva em consideração renda familiar, cotas para negros, pardos e indígenas. 

Foi publicado ontem (24), o novo edital para acesso aos cursos de graduação da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Das mais de 4 mil vagas oferecidas através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), 2.482 oportunidades são para candidatos cotistas que concorrerão por meio da reserva de vagas, previstas na Lei 12.71/2012. Entretanto, no processo seletivo de 2018, a UFES vai cobrar além da autodeclaração, uma fotografia dos estudantes.

Segundo a UFES a regra tem a meta de barrar fraudes nas vagas do sistema de cotas da instituição. Tradicionalmente, para participar do sistema de costas, os candidatos apenas precisam fazer uma autodeclaração e a assinar afirmando que faz parte dos grupos PPI, que são pretos, pardos e indígenas.  

##RECOMENDA##

A alteração foi anunciada pelo edital e ainda vai além disso. As exigências para foto são: ter o tamanho de 10 x 15, ser colorida, fundo branco, ser frontal e sem cortes no topo e no queixo; e a face do candidato deve cobrir 50% da área da imagem.

De acordo com a pró-reitora de Graduação, Zenólia Figueiredo, no dia da entrevista, o candidato será conduzido individualmente a uma sala onde estarão presentes os membros da comissão de verificação. Ele preencherá um termo de responsabilidade, assumindo a veracidade das declarações prestadas e de sanções em caso de declaração falsa. 

“Todo esse processo será feito antes da matrícula. Os candidatos que não forem convocados para entrevista estarão aptos a prosseguir com a matrícula presencial obrigatória. Já a avaliação feita pela Comissão levará em conta única e exclusivamente as características fenotípicas do candidato, jamais a ascendência”, afirma. 

Outra mudança do Sisu 2018 será a inclusão de deficientes na reserva de vagas, conforme Decreto 9.034/2017, publicado em abril.  

Enem - Poderão participar do Sisu os candidatos que tenham concluído o Ensino Médio e que realizaram este ano o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Após a divulgação do resultado do Enem (prevista para o dia 19 de janeiro), o candidato deve verificar, para o curso pleiteado, a nota mínima estabelecida pela Ufes para cada área do conhecimento e também a média necessária no exame nacional. 

Os classificados deverão realizar a pré-matrícula online, no site da Federal, onde o candidato confirmará seu interesse pela vaga. Posteriormente, será realizada pela Ufes a matrícula definitiva dos candidatos. Ambas as etapas de matrícula são obrigatórias. 

Até o momento a única instituição de ensino com essa exigência é a Ufes. Mais informações podem ser obtidas no edital do processo seletivo 2018.   

LeiaJá também

--> Unicamp aprova cotas e seleção pelo Enem 

--> Saiba como utilizar o resultado do Enem 2017

O número de vagas reservadas nas universidades federais do País cresceu 155,6% nos dois anos em que a Lei de Cotas está em vigor. O total de cadeiras destinadas aos cotistas saltou de 30,2 mil, em 2012, para quase 77,4 mil nos processos seletivos deste ano, que ofertaram pouco mais de 191,7 mil vagas. Os dados fazem parte de um levantamento divulgado recentemente pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

A proporção total de cotas já é de 40,3%. Até 2016, a lei prevê que metade das vagas seja destinada a pretos, pardos e indígenas (PPIs) e alunos de escola pública com baixa renda, segundo a distribuição de PPIs em cada Estado definida pelo IBGE. Em 2012, 21,6% das vagas eram reservadas.

##RECOMENDA##

O avanço no número de cotistas, porém, foi mais tímido no segundo ano do que no primeiro. Entre 2012 e o ano passado, o crescimento havia sido de 96%. Já entre 2013 e este ano, foi de 30,1%. O total de vagas para não cotistas, pela necessidade de ajustar a oferta à demanda, recuou 11,6% entre 2013 e 2014. Entre as regiões do País, a mais atrasada na implementação das cotas é a Norte - com 10,1% menos do que prevê a lei para 2016. Já as federais do Sul reservam 4,2% mais do que fixa a norma para daqui a dois anos.

A busca por um emprego público cresce a cada dia. E, nessa terça-feira (5), foi encaminhado ao Congresso Nacional, pela presidente Dilma Rousseff, o projeto de lei que propõe cota de 20% das vagas de concursos públicos para negros. A medida, segundo a chefe do Executivo, serve para que a classe seja mais bem representada no serviço público. "Devemos reconhecer e valorizar essa diversidade cultural", disse, em seu discurso em evento sobre igualdade racial.

Com essa determinação, os concurseiros seriam prejudicados? As opiniões divergem. "Sou contra porque acredito que isso discrimina outras pessoas, outras classes raciais. Não é uma raça, uma cor que vai definir o intelecto da pessoa. Essa determinação não é uma forma de diminuir as diferenças", explica Gabriella de Paula, estudante de Direito.

##RECOMENDA##

De acordo com o coordenador pedagógico do Núcleo de Concursos Especial (Nuce), Cícero Roseno, o sistema de cotas já foi conversado em sala de aula e a opinião foi unânime: todos discordaram. "Até mesmo os negros que estudam aqui no Núcleo, não concordaram com as cotas, pois isso diferencia um aluno do outro. Ao meu ver, parece que essa determinação é uma forma de se redimir dos sofrimentos antigos, ainda da época da escravidão. Todos enfrentam dificuldades, estudam do mesmo jeito e merecem ser tratados de forma igualitária", afirma o coordenador.

Para Joana Pessoa, negra, que sempre estudou em escolas e universidades públicas, essa é mais uma forma de discriminação. "Na realidade, as pessoas precisam estudar mais e ler mais, sinceramente, acho que não vale a pena um tipo de cotas como essa, onde se é necessário apenas o estudo de todos. É mais uma forma de discriminação e preconceito", conta.

Por outro lado, o ativista pelos direitos dos negros, Ronei Prado, concorda e entende que a proposta é uma forma de inclusão. "Sou a favor porque, no Brasil, ainda existe um racismo muito grande, que exclui uma grande parte da população negra. Se não der oportunidade a essa classe, esta nunca será valorizada. Hoje em dia, grande parte das pessoas discrimina um negro e, por isso, essa medida deve ser adotada", defende Prado.

As universidades federais reservaram mais que o dobro de vagas para as cotas em 2013, superando as metas de adesão gradual prevista na Lei 12.711, apontou levantamento feito pelo Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

No primeiro ano, as 58 universidades federais teriam de destinar 12,5% das vagas a alunos de escolas públicas, de baixa renda, pretos, pardos e indígenas. O percentual chegou a 31,5%.

##RECOMENDA##

"Várias delas já tinham cotas altas antes da lei, algumas de 30% a 40%. Então, muitas delas mantiveram o que já tinham com pequenas alterações, sem partirem da estaca zero", destrincha João Feres, professor de Ciência Política e integrante do grupo da Uerj.

Em 2012, 32 instituições ofereceram 30.264 vagas para cotistas (a partir de programas com critérios próprios), equivalente a 21,6%, percentual superior ao exigido pela lei. Com a padronização dos critérios e a adesão de mais 18 universidades à lei, o número cresceu cerca de 96% em 2013.

"Foi um pico, com a adesão das 18 de uma só vez. Quando entram, já reservam pelo menos os 12,5% determinados pela lei, e isso conta muito no número total", explica Feres.

A lei prevê, até 2016, reserva de 50% das vagas das instituições federais de ensino superior para alunos de escolas públicas, de baixa renda, pretos, pardos e indígenas.

Conforme o levantamento, 19 universidades federais já atingiram a meta prevista para 2016 e outras definiram percentuais superiores aos 12,5% (mínimo ). Com isso, foram ofertadas 59.342 vagas para cotistas, 151% a mais que as 23.591 previstas se todas as universidades cumprissem apenas o mínimo previsto na lei.

O avanço ocorreu em todas as regiões do país, porém de forma diferenciada. Enquanto no Sul, houve salto de 31,9% para 45,8%, no Norte, o crescimento passou de 16,4% para 22,2%. O Centro-Oeste apresentou alta de 17% para 31,6%, acima da média nacional de 9,9 pontos percentuais. O Nordeste teve variação de 20,3% para 28,7%, e o Sudeste, de 20,7% para 31%.

Brasília - As instituições públicas de ensino técnico e superior poderão reservar 50% das vagas para o sistema de cotas. Pelo menos essa é a proposta do Projeto de Lei da Câmara (PCL) aprovado pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). 

A ideia é combinar critérios étnico-racial e social para a seleção de estudantes, que devem ter estudado somente em escola pública. Outro pré-requisito para concorrer a essas vagas é ser de famílias que tenham renda per capita igual ou inferior a um salário mínimo e meio – o que equivale a R$ 933 em valores atuais. O critério usará ainda os percentuais de participação de negros, pardos e índios do IBGE para a distribuição das vagas.

##RECOMENDA##

“O Brasil está longe de ser uma democracia racial. No mercado de trabalho, na política, na educação, em todos os âmbitos, negros e negras têm menos oportunidades que a população branca. O racismo está imbricado nas instituições públicas e privadas e age de forma silenciosa”, justificou o senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da CDH e relator do projeto.

Tramitação

O projeto, que tramita no Congresso há 13 anos e também já passou pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), deve seguir em regime de urgência para o plenário, mas antes passará pelo exame da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). Aprovado pelo Plenário sem alterações, o projeto seguirá para a sanção presidencial. Quando for sancionada, a norma uniformizará o sistema de cotas nas instituições federais.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando