Tópicos | Tarcísio

Motivo de transtorno para os paulistanos ao longo desta terça-feira, 3, as greves nas linhas de metrô administradas pelo poder público, na CPTM e na Sabesp se transformaram rapidamente na mais nova arena de disputa eleitoral entre pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo em 2024. Os grevistas protestam contra a proposta do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que desde a campanha eleitoral no ano passado defende conceder a gestão de parte do sistema metroviário à iniciativa privada e privatizar a Sabesp sob o argumento de atrair mais investimentos e melhorar os serviços prestados à população.

Líder nas pesquisas até o momento, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) se tornou alvo de ataques dos adversários, entre eles o atual prefeito e adversário, Ricardo Nunes (MDB), porque o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, um dos responsáveis por convocar a paralisação, é presidido por Camila Lisboa, filiada ao PSOL. Os sindicatos querem um plebiscito sobre o tema e os metroviários decidem, em assembleia a partir das 18h, os rumos da greve nos próximos dias. Na CPTM e a na Sabesp, não estão previstas novas assembleias e a paralisação deve se restringir a esta terça-feira.

##RECOMENDA##

Ao Estadão, Tarcísio disse que não pensa em eleição municipal. "Estou pensando em investimento e dando andamento a estudos que me comprometi na campanha a fazer", afirmou. "[É] Natural estudar o ingresso de capital privado para aumentar a capacidade de investimento do Estado", acrescentou. Ele tem sustentado que a greve é política, já que não se trata de reivindicações por melhores condições de trabalho para os servidores.

Em diversas ocasiões nas últimas semanas, o governador elogiou Nunes e disse que é fundamental o alinhamento entre o Palácio dos Bandeirantes e a prefeitura da capital, em sinalização de que pode apoiar a reeleição do chefe do Executivo da capital. Mais cedo nesta terça-feira, questionou como São Paulo pode ser governada por alguém "que não vai querer dialogar com o governo", em referência a Boulos.

Como resposta, Boulos, disparou contra Nunes e Tarcísio e disse que a greve é responsabilidade da administração do governador devido à "intransigência" de não ter aceitado liberar as catracas em vez de paralisar os serviços. Essa proposta foi apresentada pelos sindicatos e rejeitada pela Justiça do Trabalho.

"É lamentável que o governador queira fugir de sua responsabilidade ao atribuir aos outros um problema gerado por ele mesmo e ao tentar partidarizar o debate. Pior ainda é ver um prefeito que abandonou a cidade querer fazer disso (a paralisação) palanque eleitoral", declarou o deputado ao Estadão.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), considerou que a greve no transporte na capital tem motivação política e associou a paralisação a "interesses políticos e ideológicos" e à eleição municipal de 2024. Em referência ao pré-candidato à Prefeitura do município, deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), Tarcísio questionou como a cidade será governada "por uma pessoa que não vai querer dialogar com o governo".

"Basta ver os vídeos das assembleias que percebemos essas motivações políticas, percebemos o que tem por trás, porque eles deixam muito claro. Infelizmente, nós temos hoje uma confusão de sindicato com partido político, um controle desses sindicatos por determinados partidos. Partidos que já mostram que não têm a menor disposição para dialogar. E que estão pleiteando, por exemplo, eleição municipal no ano que vem. O que será de uma cidade governada por uma pessoa que não vai querer dialogar com o governo?", disse o governador em entrevista coletiva concedida para comentar a greve unificada nesta terça-feira, 3.

##RECOMENDA##

O governador afirma que não há diálogo com os grevistas. Camila Lisboa, que preside o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, é filiada ao partido de Boulos. A crítica de Tarcísio segue a mesma linha das declarações do prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que chamou greve no Metrô de "ideológica" e disse que a paralisação é "apoiada pelo PSOL". Nunes e Boulos devem se enfrentar pelo comando da Prefeitura no ano que vem.

Na manhã desta terça-feira, Tarcísio lamentou a greve e afirmou que a população está "refém de sindicatos". "Uma greve ilegal e abusiva, na qual nem mesmo a decisão da Justiça é respeitada e que tem como real objetivo promover o caos e atrapalhar a vida de quem realmente quer trabalhar por nosso Estado", afirmou.

Mais tarde, em entrevista à GloboNews, o governador voltou a apontar a necessidade de diálogo entre a Prefeitura de São Paulo e governo do Estado, enfatizando que isso acontece atualmente, com Ricardo Nunes no cargo. "De fato nós temos tido uma sinergia muito grande com a Prefeitura, então existem várias ações que precisam ser coordenadas. Não só na questão do enfrentamento à greve, como é o acionamento das linhas de ônibus, como é a questão do ponto facultativo. Mas no dia a dia, na construção de políticas públicas, e a capacidade de diálogo é fundamental. O cidadão ganha se tiver um bom alinhamento entre governo do Estado e Prefeitura", disse ele.

Boulos defendeu que a "grande responsável" pela greve é a intransigência do governo de São Paulo. "Os trabalhadores propuseram em juízo liberar as catracas em vez da paralisação, para não prejudicar os usuários. O Governo Estadual recusou a proposta. Apostou no conflito e não no diálogo", disse.

A greve unificada da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) fechou seis linhas completas e duas de forma parcial. A paralisação foi definida inicialmente para durar 24 horas.

Posteriormente, um novo encontro do grupo vai avaliar quais serão os desdobramentos da campanha contra as privatizações e terceirizações dos serviços. Funcionários da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp, também estão paralisados em protesto.

As categorias querem o cancelamento, pelo governo do Estado, dos processos de privatização e terceirização das empresas públicas, além da realização de um plebiscito com a população sobre o tema.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), classificou, na manhã desta terça-feira (3), a greve deflagrada por funcionários do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) de "abusiva, ilegal e política". Funcionários da Sabesp também aderiram à paralisação contra as privatizações em estudo no governo paulista. "Vamos continuar estudando as privatizações (Metrô e CPTM) e a da Sabesp está mais adiantada, com consulta às prefeituras e ao TCM", destacou.

Na noite de segunda-feira (2), funcionários do Metrô, da CPTM e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) votaram e aprovaram a paralisação conjunta que começou à 0h desta terça-feira e tem previsão de duração de 24 horas. Nesta manhã, as linhas da CPTM e as doo Metrô, que não foram privatizadas, se encontravam paralisadas ou em operação parcial. No total, a paralisação do Metrô e da CPTM afetaram nove estações.

##RECOMENDA##

"Infelizmente aquilo que a gente esperava tá se concretizando. Temos aí uma greve de Metrô, CPTM, uma greve ilegal, uma greve abusiva, uma greve claramente política, uma greve que tem como objetivo a defesa de um interesse muito corporativo. E quem tá entrando em greve tá se esquecendo do mais importante que é o cidadão", disse o governador na entrevista. Ele disse que não liberou as catracas "porque isso colocaria os cidadãos em risco". Essa decisão foi criticada pelos sindicalistas, pois segundo eles, com a liberação das catracas, os serviços não seriam paralisados.

Ao reiterar que a greve de hoje tem motivação política, o governador de São Paulo também que as direções dos sindicatos são compostas por partidos que "não dialogam" com a população, tanto que não cumpriram o acordo judicial de manutenção básica dos serviços no Metrô e na CPTM. "Ano que vem tem eleição (municipal) e os sindicatos já programam outras greve, é um abuso", frisou.

Na entrevista, Tarcísio disse que o governo está totalmente focado nesta terça nas medidas de contingência para minimizar "ao máximo" o impacto da greve no transporte sobre trilhos e nos serviços de abastecimento de água e tratamento de esgotos na capital.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou o último fim de semana hospedado no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, junto com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O ex-chefe do Executivo teve alta hospitalar na tarde da última sexta-feira (15), após apresentar uma "excelente recuperação e melhora clínica". Segundo o assessor de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, o ex-presidente deve se manter na cidade até terça-feira (19), por orientação médica.

Bolsonaro ficou internado na unidade da zona sul de São Paulo, do Hospital Vila Nova Star, desde a última segunda (11), quando passou por dois procedimentos cirúrgicos: para tratar um quadro de refluxo e para melhorar a condição respiratória. Segundo Wajngarten, o ex-presidente se recupera "de forma satisfatória com evolução contínua" e segue com uma alimentação pastosa.

##RECOMENDA##

Outra cirurgia que estava prevista no intestino foi descartada pela equipe médica, por causa do estado de saúde satisfatório de Bolsonaro.

A internação do ex-presidente ocorreu em meio às investigações sobre o esquema de venda ilegal de joias recebidas em missões oficias por integrantes do governo Bolsonaro. O caso segue para uma nova etapa com a homologação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e braço direito do ex-presidente.

Como mostrou o Estadão, a delação de Cid preocupa cada vez mais o ex-presidente e sua família. Um interlocutor de Bolsonaro disse, sob reserva, que ninguém no PL tem dúvidas de que mais denúncias contundentes vão aparecer, e não somente relativas ao escândalo das joias. O depoimento do ex-ajudante de ordens pode, inclusive, fazer Bolsonaro ser expulso do Exército e deixar de ser capitão reformado.

Nesta sexta-feira, segundo uma reportagem da revista Veja, Cid teria dito à Polícia Federal (PF) que entregou parte do dinheiro proveniente do esquema ilegal de venda de joias nas mãos de Bolsonaro. A quantia teria sido depositada na conta do pai do tenente-coronel, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid. O ex-presidente, então, teria recebido em mãos US$ 68 mil, que foi entregue de forma parcelada, com um repasse nos Estados Unidos e outro no Brasil.

As tentativas de vender as joias só foram paralisadas após o Estadão revelar, em março, que auxiliares de Bolsonaro tentaram entrar ilegalmente no Brasil com um kit composto por colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes entregues pelo governo saudita para o então presidente e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Em meio a essa e outras investigações, Bolsonaro tem mantido sua base fiel de apoiadores no mesmo patamar. Segundo pesquisa Datafolha, divulgada nesta sexta-feira (15), 25% dos brasileiros afirmam ser bolsonaristas raiz. Do outro lado do espectro político, 29% dos eleitores se definem como petistas convictos, o que enfatiza que a polarização política no Brasil ainda é uma realidade entre o eleitorado mesmo após quase um ano da eleição presidencial de 2018.

Desde que deixou a Presidência, há nove meses, Bolsonaro já foi intimado seis vezes para prestar depoimento à PF, teve o celular apreendido no âmbito das investigações sobre as fraudes nos cartões de vacinação e os sigilos fiscal e bancário quebrados no bojo da operação sobre a venda de joias recebidas durante viagens oficiais. Nesse mesmo período, também viu aliados próximos serem presos.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), convidou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a se hospedar no Palácio dos Bandeirantes assim que receber alta do hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde realizou duas cirurgias nesta terça-feira, 12. O convite foi confirmado pelo governo de São Paulo. Contudo, o assessor de Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, afirmou ao Estadão que a hospedagem na residência oficial do governador ainda não está definida. Mesmo a data de alta de Bolsonaro ainda não foi confirmada.

Mais cedo, Wajngarten informou que os procedimentos foram realizados com sucesso. O próprio ex-presidente publicou em suas redes uma imagem no centro cirúrgico.

##RECOMENDA##

"Agradecemos as preces, as cirurgias do PR @jairbolsonaro já terminaram e transcorreram dentro da maior tranquilidade. O paciente está nesse momento na sala de recuperação e, em breve, emitiremos um boletim médico com mais informações do quadro evolutivo", afirmou Wajngarten.

Bolsonaro passou por procedimentos de correção de hérnia de hiato, o que vinha causando refluxo, soluços e tosses secas contínuas, assim como desvio de septo para melhorar a condição respiratória.

Antes dessas operações, Bolsonaro já havia feito cinco cirurgias para tratar de consequências da facada que recebeu durante a campanha eleitoral de 2018 em Juiz de Fora.

Em janeiro deste ano, ele operou nos Estados Unidos, após sentir dores abdominais, e precisou tratar de uma aderência em uma hérnia incisional. Antes, em setembro de 2019, quando atentado completou um ano, ele também se operou. As outras três cirurgias aconteceram em dias posteriores ao atentado, enquanto ele estava internado na Santa Casa de Juiz de Fora e no Hospital Israelita Albert Einstein em São Paulo. Foram corrigidas perfurações nos intestinos.

O secretário de Saúde de São Paulo, Eleuses Paiva, é sócio de uma empresa que tem contrato com a própria secretaria de Saúde. Após ele assumir a pasta, sua gestão beneficiou a empresa ao estender por mais um ano o prazo para a MN&D Ribeirão, que faz exame de imagens, prestar serviços ao governo.

O negócio havia sido firmado na gestão de Rodrigo Garcia (PSDB), e rendia cerca de R$ 60 mil anuais por atendimentos a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado. Em julho de 2023, já no governo Tarcísio de Freitas e com Paiva na secretaria de Saúde, o contrato foi prorrogado por mais 12 meses.

##RECOMENDA##

Após o Estadão procurar o secretário para comentar o assunto, o governo decidiu rescindir o contrato, e Paiva informou que devolverá aos cofres do Executivo paulista os R$ 4,1 mil já pagos à companhia em agosto, após o aditamento. O cancelamento foi publicado no Diário Oficial nesta terça-feira, 12.

"Cabe salientar que o secretário Eleuses Paiva é sócio minoritário da MN&D Ribeirão Ltda, não exercendo qualquer cargo de administração", disse a assessoria em nota.

A empresa opera há 23 anos e prestava serviços ao governo estadual desde 2016. De acordo com dados da Junta Comercial de São Paulo (JUCESP), a MN&D tem sete sócios e capital de R$ 1 milhão. A participação do secretário é a segunda maior, equivalente a R$ 193 mil. Uma segunda companhia, chamada Pouso Alegre, detém metade do negócio. Paiva também é sócio dela, por meio de uma outra empresa, a MN&D Magsul Medicina Nuclear.

Ao todo, Paiva aparece como sócio em outros cinco CNPJs operantes que levam "MN&D" no nome: dois em Ribeirão Preto, dois em Piracicaba e um em Pouso Alegre, Minas Gerais. Há ainda dois em São Paulo e um no Rio de Janeiro que se encontram desativados. Além desses, ele tem mais cinco negócios no ramo de exames de imagens e 15 na agropecuária. Apenas a MN&D Ribeirão tem contratos com o governo paulista.

Em abril, Eleuses Paiva declarou um patrimônio de quase R$ 14 milhões. A informação consta em uma portaria da Controladoria Geral do Estado (CGE). O fornecimento destes dados por todos os secretários é uma exigência legal. Em 2018, quando se candidatou a deputado federal, o patrimônio declarado ao TSE era de R$ 4,6 milhões.

Ex-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB) por dois mandatos, de 1999 a 2005, Eleuses Paiva foi vice-prefeito de São José do Rio Preto (SP) e foi indicado ao governo Tarcísio pelo grupo político do secretário de Governo Gilberto Kassab (PSD). Ele é médico, especializado em medicina nuclear pela USP e foi deputado federal em três legislaturas, sendo em que em duas delas assumiu como suplente. A última no mandato terminado no início de 2023. Eleuses foi um dos primeiros nomes citados por Tarcísio durante a campanha para assumir um cargo em secretaria e foi o segundo secretário anunciado pelo governador eleito, atrás apenas de Renato Feder, da Educação.

Contrato com empresa de secretário também na Educação

Esta não é a primeira vez que a gestão do governador Tarcísio de Freitas firma contratos com empresas de um de seus secretários. Conforme revelou o Estadão, a Multilaser, da qual o titular da Educação, Renato Feder, é sócio por meio da offshore Dragon Gem, venceu pelo menos três licitações no valor de R$ 243 mil desde janeiro, ou seja, na atual gestão. O maior negócio fechado neste período é de fornecimento de material hospitalar para o Instituto de Assistência Médica do Servidor Público Estadual (Iamspe), de R$ 226 mil.

Dias depois da reportagem, Tarcísio determinou que não sejam feitos mais novos contratos com a Multilaser durante a atual gestão, mas afirmou considerar que os negócios feitos com a empresa se deram "dentro da regra do jogo". Por isso, decidiu cumpri-los.

"Nós temos aí contratos com a Multilaser e a secretaria de Educação que foram feitos antes da nossa chegada ao governo. Os contratos que foram feitos depois, que aí são com outras pastas, são contratos muito pequenos, que foram feitos dentro da regra do jogo. E, da nossa parte, já tem uma proibição de não haver mais contratação nenhuma", afirmou naquela oportunidade.

A Procuradoria-Geral de Justiça do Estado investiga Feder por conflito de interesse em razão de um outro contrato, assinado em 21 de dezembro de 2022, no apagar das luzes do mandato de Rodrigo Garcia (PSDB) e quando o ele já sabia que ocuparia o cargo. Sua firma vai receber R$ 76 milhões pela venda de 97 mil notebooks. Com isso, é o secretário quem determina os pagamentos para sua própria empresa e também quem fiscaliza o contrato.

A última homologação de ata em favor da Multilaser foi publicada no dia 31 de julho no negócio com o Iamspe, entidade que está sob a alçada da Secretaria de Gestão e Governo Digital, comandada por Caio Paes de Andrade. O edital prevê a entrega de "fita com área reagente para verificação de glicemia capilar, com qualquer química enzimática e método de leitura em monitor portátil". Outras 44 concorrentes participaram. Segundo o governo, a oferta da empresa foi 36,25% menor do que o melhor preço registrado na última ata de compra.

A troca de comando do Ministério de Portos e Aeroportos, que sairá das mãos de Márcio França, do PSB, para as do deputado federal Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE), deixou aliados do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, otimistas. Apesar de Tarcísio ser cria política do ex-presidente Jair Bolsonaro, o grupo do governador espera que a substituição amplie o canal de comunicação com a pasta, principalmente em temas relacionados à gestão do Porto de Santos.

Tanto no entorno de Tarcísio quanto entre aliados de Lula a avaliação é de que França causava tensões desnecessárias por se tratar de um rival regional de Tarcísio, cujos auxiliares não descartam uma indicação para o próximo presidente da Autoridade Portuária. O cargo atualmente é exercido pelo advogado Anderson Pomini, braço direito de França.

##RECOMENDA##

Esta semana, o atual ministro usou sua rede social para falar de sua saída do governo e a abertura de espaço na gestão petista para aliados do governador de São Paulo.

No entanto, aliados de Tarcísio não esperam reverter decisões sobre temas nos quais consideram o governo federal irredutível, a exemplo da privatização do porto e da realização da ligação seca de Santos ao Guarujá com recursos públicos.

Quando era ministro da Infraestrutura, Tarcísio incluiu a obra, com valor estimado em R$ 5,4 bilhões, como uma contrapartida a ser cumprida pela empresa que passasse a operar o porto. Na visão de Lula, tal solução geraria um custo elevado no pedágio que será cobrado dos motoristas.

O túnel de 860 metros de extensão vai passar por baixo do estuário do porto e foi incluído no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para ser financiado com recursos públicos. A gestão de França defendia que parte do valor do projeto fosse custeado com os R$ 2,5 bilhões que a Autoridade Portuária tem em caixa.

Futuro ministro, Costa Filho já garantiu a Lula que seguirá a orientação do governo federal nos temas relativos à pasta. Auxiliares de Tarcísio dizem que, apesar de ser um lulista, o parlamentar pode atender a pedidos do governador devido à filiação partidária comum. Também comemoraram a decisão do Republicanos de afastá-lo da direção partidária e manter a posição de independência em relação ao Planalto.

A semana do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), começou uma maratona de reuniões com 26 prefeitos da região metropolitana da capital, do Alto Tietê e do entorno de Bragança Paulista, para intensificar a discussão sobre a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

Foram três encontros nesta segunda-feira, 4: às 8h30, 10h30 e, por último,15h30. As agendas tomaram conta de quase todos os compromissos do governador nesta segunda.

##RECOMENDA##

De acordo com uma nota divulgada pelo governo, os encontros tiveram como pauta "discussões sobre a ampliação da universalização do saneamento no Estado de São Paulo e os benefícios para a população a partir do processo de privatização da Sabesp".

Apoio dos prefeitos

A decisão de privatizar a Sabesp passará pelo crivo da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que pode aprovar ou arquivar o projeto de lei que Tarcísio deve apresentar, no mais tardar, até o começo do ano que vem. No entanto, as prefeituras têm papel decisivo na questão.

A companhia tem contratos diretos com os entes municipais e muitos desses documentos têm cláusulas antiprivatização, que precisam ser derrubadas caso a proposta de privatização da Sabesp - uma das maiores bandeiras da campanha de Tarcísio - seja aprovada. Como mostrou o Estadão, os municípios podem decidir não renovar esses contratos, e a discussão pode ter impacto com a campanha eleitoral de 2024.

Além disso, as cidades paulistas recebem repasses sobre os lucros da companhia. O manejo dessa verba é outra moeda de troca que pode ser usada por Tarcísio nas negociações em busca de apoio ao seu projeto desestatização.

O presidente da Alesp, deputado estadual André do Prado (PL), esteve na primeira reunião desta segunda. Nas redes sociais, divulgou imagens do encontro e disse que a pauta foi "o saneamento básico, um tema fundamental para a saúde, o meio ambiente e o desenvolvimento econômico das cidades".

A reportagem procurou o presidente do Legislativo estadual, mas ele disse que não quer comentar sobre a privatização da empresa neste momento.

Maratona de encontros

Os prefeitos que estiveram na reunião desta segunda são de partidos que compõem a base de Tarcísio. A maioria dos gestores (sete) pertence ao PSD de Gilberto Kassab, que é secretário de Governo. O segundo partido com mais representantes foi o PSDB, ao qual seis prefeitos são filiados. Depois, o PL de Jair Bolsonaro (quatro), Podemos (três), PDT (dois) e MDB, PP, DEM e PSB, todos com um representante.

Essa não é a primeira maratona de reuniões encabeçada pelo governador. No dia 22 de agosto, ele esteve reunido com prefeitos de Osasco, Guarulhos e das cidades do ABC Paulista. Dias depois, nessa mesma semana, Tarcísio encontrou os gestores de Embu das Artes, Diadema, Praia Grande, Botucatu, Franca e Carapicuíba.

Tanto no dia 24 de agosto quanto nesta segunda o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), compareceu. Na saída, ele conversou com jornalistas, que o questionaram se a sua gestão já tem uma posição firmada sobre a privatização da Sabesp. O prefeito não respondeu diretamente, mas defendeu os repasses que a cidade pode receber.

"A gente já tem algumas questões contratuais. Como, por exemplo, os 13% que a Sabesp tem que investir na região, mais os 7,5% que ela deve depositar para o Fundo Municipal de Saneamento", respondeu Nunes.

Na coletiva, o prefeito falou que durante a reunião foi dito pelo governador que "a ideia é que se dobre o número de investimentos e que se antecipe as questões da universalização do saneamento". Nunes disse que Tarcísio pretende antecipar investimentos - o que engorda os repasses que chegam a São Paulo.

Nunes é pré-candidato à reeleição em 2024. Ele rivaliza com Guilherme Boulos (PSOL), deputado federal e hoje líder nas pesquisas, com 32% das intenções de voto. O atual gestor da capital fica oito pontos atrás, com 24%. Há um receio de que, se o deputado ganhar as próximas eleições, a privatização da Sabesp seja prejudicada.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse anteontem que deve encaminhar à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) uma reforma administrativa com redução de 5 mil cargos em comissão, com possibilidade de chegar a 10 mil cargos a menos.

O governador afirmou, durante o ExpertXP, que recursos privados são necessários para o Estado. "Temos limitação de ordem fiscal muito severa. Não tem outra opção se quisermos impulsionar investimentos. Temos de buscar investimentos privados", disse.

##RECOMENDA##

Tarcísio afirmou ainda que o programa estadual de parcerias e investimentos mira a expansão do metrô para a região metropolitana, das linhas da CPTM, bem como a privatização da Empresa Metropolitana de Águas e Energia.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou na sexta-feira (25) da Festa do Peão, em Barretos, no interior de São Paulo. Ele subiu no palco da arena de rodeio ao lado do governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e foi recebido pela plateia com aplausos e gritos de "mito". Depois, em evento fechado, criticou a reforma tributária, dizendo que prejudica o agronegócio.

Antes, em breve discurso ainda na arena, Bolsonaro exaltou a própria gestão e alfinetou o seu sucessor no cargo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Fizemos o possível, entregamos, infelizmente, o Brasil bem melhor do que recebi lá atrás. Eu diria infelizmente por quem assumiu, mas não estamos aqui fazendo política", disse o ex-presidente. Pouco antes da fala de Bolsonaro, Tarcísio assumiu o microfone e exaltou a Festa do Peão e o agronegócio. Ele disse ainda que Bolsonaro é um "grande amigo" e elogiou a gestão do padrinho político. "Uma pessoa que fez um excelente governo, que entregou resultado", disse. "Sou muito grato a esse homem, nosso presidente Jair Messias Bolsonaro. Gente, é o seguinte: é mito mesmo."

##RECOMENDA##

TÍTULO

Após o discurso, Bolsonaro, Tarcísio e outras autoridades dirigiram-se para um espaço reservado, onde o ex-presidente recebeu o título de Cidadão Honorário de Barretos. A solenidade ocorreu a portas fechadas, com imprensa e apoiadores do ex-chefe do Executivo aguardando do lado de fora.

Nos bastidores, a organização da cerimônia foi marcada por tensão. Isso porque havia o temor da entrega do título ser feita no palco da Festa do Peão - fato que preocupava parte dos organizadores do rodeio por causa das investigações e polêmicas que envolvendo o ex-presidente.

A escolha do novo conselheiro do Tribunal de Contas de São Paulo (TCE-SP), em setembro, deve marcar mais uma divergência entre Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas.

Na terça-feira (15), o governador se reuniu com líderes da Assembleia Legislativa e cobrou apoio à indicação do deputado federal Marco Bertaiolli (PSD-SP) para o cargo. O parlamentar é o candidato dos caciques do PL, Valdemar Costa Neto, e do PSD, Gilberto Kassab, que também é secretário de Governo.

##RECOMENDA##

Ao atuar por Bertaiolli, Tarcísio abandona a neutralidade na disputa e contraria Bolsonaro, que defende a indicação do advogado Maxwell Borges de Moura Vieira - nome do ministro do Supremo Tribunal Federal André Mendonça que ganhou apoio do ex-presidente.

Procurados, Tarcísio e Mendonça não se manifestaram.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No mesmo dia em que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enviou à Assembleia Legislativa um projeto de lei para anistiar multas aplicadas por descumprimento de medidas de combate à Covid-19, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ontem que depositou R$ 913,3 mil como garantia de sua dívida com o Estado por não usar máscara na pandemia.

No período da pandemia, o então presidente da República recebeu oito multas por infrações sanitárias, que somam mais de R$ 1 milhão. A defesa de Bolsonaro pleiteia no Tribunal de Justiça de São Paulo a redução dos valores sob o argumento de que o ato administrativo da gestão João Doria previa multas de R$ 500 a R$ 5 mil. Em caso de uma decisão favorável do TJ, o montante depositado em juízo seria resgatado.

##RECOMENDA##

Mesmo que Bolsonaro perca essa batalha na Justiça, ele ainda pode ser beneficiado se a proposta do governo Tarcísio for aprovada pelos deputados estaduais. Nesse caso, o processo de Bolsonaro na Justiça de São Paulo seria extinto por perda de objeto e os R$ 913,3 mil voltariam para o ex-presidente. A aprovação da medida também livraria o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem um débito de R$ 133 mil em multas no Estado.

"Ficam canceladas as multas administrativas aplicadas por agentes públicos estaduais em razão do descumprimento de obrigações impostas para a prevenção e o enfrentamento da pandemia de Covid-19", afirma um dos artigos do anteprojeto de lei remetido ontem à Assembleia Legislativa.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, ao longo da pandemia foram aplicadas 10.163 multas a estabelecimentos comerciais e locais de festas clandestinas, além de 579 autuações a cidadãos. Ainda segundo dados da pasta, há um total aproximado de R$ 72 milhões em multas. Pelo texto enviado aos deputados estaduais, quem já liquidou o débito não terá direito a nenhum tipo de restituição.

Alto custo

Em defesa do projeto, o secretário de Saúde, Eleuses Paiva, argumentou que a manutenção das sanções impostas "não mais condiz com o fim dos estados emergenciais de saúde pública e acaba por sobrecarregar a administração com o gerenciamento de processos administrativos e de cobranças de multas sem finalidade arrecadatória".

"Além de gerar um alto custo de processamento de milhares de débitos, a maioria de pequeno valor, a manutenção da cobrança das multas, quando já superamos a fase mais crítica da doença, também não contribui para o desenvolvimento social e econômico do Estado", declarou o secretário.

Essa continuidade das cobranças, acrescentou o titular da Saúde, pode, ainda, "dar ensejo à inscrição em dívida ativa, levar o título a protesto, à cobrança judicial e até mesmo à negativação do cidadão ou da empresa devedora, agravando ainda mais a situação financeira dessas pessoas".

A proposta de anistia aos infratores na pandemia foi inserida em um projeto de lei que versa sobre a cobrança de dívida ativa - débitos com o Estado. "Tenho a honra de encaminhar o projeto de lei que dispõe sobre a transação e a cobrança de débitos incluídos em dívida ativa e cancela multas administrativas impostas pela Secretaria da Saúde", escreveu o governador, pedindo ainda que o texto seja apreciado em regime de urgência.

Vaquinha

Por causa das multas impostas pelo governo de São Paulo durante a pandemia, Bolsonaro teve mais de R$ 800 mil em imóveis e ativos financeiros bloqueados. Para ajudá-lo a pagar as dívidas, aliados do ex-presidente organizaram uma vaquinha.

No mês passado, um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelou que o ex-presidente recebeu R$ 17,1 milhões por meio de transferências Pix - na ocasião, Bolsonaro afirmou que o montante foi doado por apoiadores.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou nessa quarta-feira (9), que é contra o possível ingresso do Republicanos, seu partido, na base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Sou contra. Não gostaria de ver o meu partido fazendo parte da base do governo", respondeu, de forma sucinta, ao ser questionado por jornalistas sobre o assunto durante entrevista coletiva nesta noite. Tarcísio afirmou ainda que vai avaliar a questão junto ao partido.

##RECOMENDA##

Afilhado político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador é oposição ao governo Lula, embora mantenha relação cordial com o presidente. Tarcísio foi um dos principais articuladores do apoio à reforma tributária na Câmara dos Deputados, à revelia de Bolsonaro, em interlocução direta com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o presidente da República já decidiu incorporar PP e Republicanos ao governo. A expectativa é de que a escolha dos deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE) para assumir ministérios ajude na construção de uma base de apoio no Congresso. Lula deve retomar as conversas com o partido depois de voltar da viagem ao Norte do País.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), descartou a possibilidade de concorrer à Presidência em 2026 e indicou que pretende disputar a reeleição para o Executivo estadual.

Em entrevista ao Flow Podcast na noite desta quarta-feira (9), Tarcísio afirmou não ter "ambição" de encabeçar um projeto político nacional e que vai apoiar o candidato ungido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado à inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelos próximos oito anos.

##RECOMENDA##

"Não tenho interesse nenhum, ambição nenhuma de concorrer a nada diferente. Não preciso ser candidato à Presidência, não serei e vou apoiar quem o Bolsonaro apoiar. (...) O candidato da direita é o candidato que ele apontar. Vai ser ele ou o que ele apontar", disse o governador.

Tarcísio sinalizou que deseja ficar oito anos à frente do Estado, afirmou ter um projeto "a longo prazo" e citou a entrega de grandes obras de infraestrutura para depois de 2026, quando termina seu primeiro mandato.

"Se eu leiloar o Trem Intercidades no início do ano que vem, ele vai estar operando em sete anos. É longo prazo. Se eu fizer no ano que vem a travessia Santos-Guarujá, ela provavelmente vai estar funcionando em 2028. É a longo prazo. Enfrentamento da Cracolândia, é longo prazo. Universalização do saneamento, 2029. Estou extremamente motivado a fazer a diferença, e aí o plano todo é de longo prazo. Meu foco é São Paulo, estou muito comprometido com o Estado", afirmou.

"Tenho que ter respeito à população de São Paulo. De repente, chego aqui, forasteiro e tem 13,5 milhões de pessoas que apostaram em mim, me deram voto de confiança. O que as pessoas querem? Que a gente faça a diferença, não posso passar em branco", disse Tarcísio, que manifestou o desejo de "cumprir minha missão".

Como mostrou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, Tarcísio tem sido pressionado por setores da direita a disputar as eleições de 2026 com a inelegibilidade de Bolsonaro. Parte do seu entorno, no entanto, defende que o governador concorra à reeleição. Uma ala do governo estadual capitaneada pelo secretário de Relações Institucionais, Gilberto Kassab, aconselha Tarcísio a completar o ciclo de oito anos à frente de São Paulo, deixando os planos presidenciais para 2030.

Pré-candidato à reeleição no ano que vem, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), busca construir uma imagem de parceiro do governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Nesta terça-feira (1º), em evento no Palácio dos Bandeirantes, sede da administração paulista, os dois políticos trocaram afagos enquanto Nunes destacou o trabalho conjunto entre a gestão municipal e a estadual.

Durante o evento, o prefeito elogiou a atuação de Tarcísio e disse que tem "vários trabalhos" com o governador. Nunes disse ainda que a ação em conjunto tem gerado avanços em políticas públicas, como na área de habitação.

##RECOMENDA##

Ao comentar o lançamento da campanha "São Paulo Para Todas", de combate à violência contra a mulher, Nunes reforçou a importância da parceria com Tarcísio. "Minha vinda aqui é para dizer da alegria de vocês estarem fazendo esse trabalho, que a gente tá junto e para dar essa mensagem - que acho que é importante - de vários atores trabalharem juntos nessa ação fundamental", disse.

A declaração de Nunes contrasta com seu próprio discurso de semanas atrás, quando o prefeito disse que Tarcísio não conversou com ele sobre a ideia de deslocar o fluxo da Cracolândia da região de Campos Elíseos para o Bom Retiro. Em entrevista à CNN Brasil antes do evento, Nunes afirmou que o episódio foi somente um "problema de comunicação".

Tarcísio, por sua vez, afirmou que Nunes é um "grande companheiro" e que eles possuem uma sólida parceria. Em março, o governo já havia afirmado que parcerias de sua gestão com a Prefeitura da capital ajudam a impulsionar a candidatura de Nunes à reeleição em 2024. Nos bastidores, o apoio do governador à reeleição de Nunes já é dado como certo.

"Como tem sido fácil, como tem sido gostoso, trabalhar com Ricardo Nunes. Tem muita coisa pra gente fazer aqui na nossa cidade de São Paulo e as tarefas do governo do Estado ficam mais fácil quando a gente tem essa parceria sólida", disse.

O principal adversário de Nunes nas eleições do ano que vem será o pré-candidato do PSOL, deputado Guilherme Boulos, que conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já Nunes procura o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Assim, a polarização vista nas eleições de 2022 deve se repetir na cidade de São Paulo no próximo ano.

Embora Bolsonaro ainda não tenha declarado apoio explícito a Nunes, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, já expressou a importância do ex-presidente apoiar o prefeito em 2024, com o objetivo de evitar uma vitória da esquerda.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, confirmou nesta segunda, 31, que o modelo de follow on, oferta subsequente de ações, foi o escolhido para a privatização da Sabesp. A informação tinha sido antecipada pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Além da alternativa selecionada, outros três modelos foram analisados para a desestatização da companhia, segundo Tarcísio. O primeiro deles, seria parecido com o da Eletrobras, com regras mais rígidas e maior pulverização de capital. Na lista apareceram ainda a possibilidade de venda parcial ou total da companhia.

##RECOMENDA##

"Vamos seguir modelo de follow on, buscando investimentos de longo prazo", afirmou em coletiva de imprensa realizada na noite desta segunda-feira, 31.

Tarcísio considera que esse é o modelo mais adaptável para Sabesp por ser mais flexível. "O objetivo é oferecer uma maior concentração de capital para atrair investidores de referência", complementou.

A expectativa é que esse modelo garanta investimento para todos os municípios do Estado, mesmo os que não apresentam vantagem econômica. A redução da tarifa é outro benefício citado pelo governador.

'Estado continua acionista da empresa'

O Governo do Estado de São Paulo seguirá acionista da Sabesp mesmo após a privatização da companhia, segundo o governador. No entanto, a definição da participação, que hoje é de 50,3%, ainda será decidida.

"O Estado não vai sair completamente da empresa, apenas do controle. Seguirá com participação minoritária, acompanhando o crescimento da empresa", afirmou Tarcísio durante coletiva de imprensa promovida na noite desta segunda-feira, 31.

A possibilidade do Estado receber golden shares, ações com poder de veto para decisões de caráter estratégico, está sendo estudada, segundo a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo, Natália Resende.

Uma possível trava na participação privada também está sendo analisada pelo governo, de acordo com o secretário de Parceria em Investimentos, Rafael Benini.

Os dados de extorsão mediante sequestro dos últimos três anos foram retirados do site da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Em vez disso, no campo do portal em que deveriam estar disponíveis as estatísticas sobre esse tipo de crime, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) mostra apenas campos com linhas tracejadas.

A retirada vai na contramão da Lei Estadual 9.155, de 1995, que determina que a pasta deve divulgar o número de ocorrências trimestralmente. Entre os crimes listados como de divulgação obrigatória, estão os sequestros. A ausência dos dados foi revelada pelo portal Metrópoles e confirmada pelo Estadão.

##RECOMENDA##

A secretaria afirma ter identificado "ausência de registros e inconsistências nos indicadores dessa natureza" e criado "um grupo de trabalho para coletar e revisar os dados". A pasta promete concluir esse trabalho até outubro.

Para quem acessar a página de estatísticas trimestrais da Secretaria de Segurança Pública, estão disponíveis os dados de extorsão mediante sequestro da 2ª metade de 1995, quando a lei entrou em vigor, até o fim de 2019. A partir do começo do ano seguinte, não é divulgada a contabilização desse tipo de crime em nenhum dos períodos disponíveis.

A SSP afirma que as estatísticas de sequestro deixaram de ser divulgados em 2020. Esses dados, porém, vinham sendo abastecidos. É possível consultar os números por meio de plataformas que guardam as versões antigas do site da pasta ou em publicações do Diário Oficial do Estado. O Estadão também já havia consultado os dados de extorsão mediante sequestro neste ano.

Em consulta ao site WebArchive, repositório de versões anteriores de páginas da internet, uma captura de tela de março deste ano indica que os dados de extorsão mediante sequestro do último trimestre de 2022 estavam disponíveis ao menos até aquele mês. Conforme a página (veja a reprodução abaixo), o Estado de São Paulo contabilizou 18 casos desse tipo de crime no período (15 deles na capital).

Cerca de três anos antes, no primeiro trimestre de 2020, foram apenas dois casos (ambos na capital), também segundo captura de tela de março deste ano obtida via WebArchive.

Como tem mostrado o Estadão, os sequestros estão em alta no Estado. Especialistas apontam que os casos têm sido puxados pela possibilidade de transferir dinheiro via Pix e pelo "golpe do amor" ou "golpe do Tinder", em que criminosos emboscam vítimas após marcar encontros falsos.

Em resposta a essa alta, a Secretaria de Segurança Pública do Estado criou um grupo de trabalho no começo deste ano com policiais e representantes de instituições bancárias e sites de relacionamento. O objetivo, conforme divulgado na época, era começar a compartilhar práticas de segurança para diminuir os casos desta modalidade de crime.

"Temos visto aumento dos casos de sequestro nesses últimos meses em São Paulo. E a população tem de ter ciência disso para redobrar cuidados e evitar ser vítima", afirma o pesquisador Pablo Lira, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. "Esse tipo de movimento (de não divulgar os dados do site) não é positivo."

Segundo ele, a retirada das informações do site institucional da secretaria fere tanto a divulgação de estatísticas criminais, como determinado pela lei estadual, como foge das boas práticas de transparência. "Simplesmente retiraram do ar uma informação que estava pública, sem fazer a devida consideração metodológica ou porque iriam retirar previamente", afirma o pesquisador.

Governo faz auditoria em dados criminais

Recentemente, o governo estadual tem realizado auditoria de dados criminais, como os de roubos. Mas a prática de retirar dados do ar não é usual nem mesmo nesses casos, diz Lira. "Pode acontecer de haver inconsistência nos dados, o que requer aprimoramento dos dados para melhorar a qualidade da série histórica disponível", afirma. "Mas nesses casos não se deve tirar do ar a informação antiga enquanto a nova não for publicada."

A nota da secretaria diz que os dados de extorsão mediante sequestro deixaram de ser divulgados em 2020 por causa da "publicação do decreto que reestruturou as delegacias antissequestro repassando as funções para as unidades territoriais".

Segundo o texto, "a Coordenadoria de Análise e Planejamento (CAP) identificou a ausência de registros e inconsistências nos indicadores dessa natureza, razão pela qual criou um grupo de trabalho para coletar e revisar os dados desses crimes. A expectativa é que esse trabalho seja concluído até outubro".

"Para combater os crimes de extorsão e roubo qualificado pela restrição de liberdade (Art. 157 e 158), a Secretaria de Segurança Pública ampliou as ações de patrulhamento e investigação, bem como criou, em abril deste ano, o Sistema de Informações e Prevenção a Crimes Financeiros em Ambiente Digital (SPFAD) para monitorar e divulgar os dados relacionados a esta e outras modalidades criminais", acrescenta a secretaria.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que as operações de combate ao tráfico de drogas no centro da capital paulista "serão diárias" e que outros traficantes "continuarão sendo presos". A declaração desta segunda-feira (24) ocorre dois dias depois de 18 pessoas serem presas após ação deflagrada pela Polícia Civil em conjunto com a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana na Cracolândia.

"Do início do ano pra cá, prendemos 600 traficantes no centro de São Paulo e vamos prender muito mais", afirmou o governador.

##RECOMENDA##

"As operações em si não resolvem, precisamos das outras componentes de abordagem, que é o grande desafio. Mas, as operações vão ser rotineiras, vamos fazer mais operações, vamos prender mais traficantes. Não vamos dar descanso para o tráfico de drogas no centro de São Paulo", disse.

Na semana passada, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) antecipou que, em conjunto com o governo estadual, ficou definido que uma nova estratégia adotada em relação à Cracolândia seria "não dar trégua para o traficante". O objetivo é reduzir o fornecimento de drogas para dependentes químicos da região.

Também na semana passada, Tarcísio declarou que pretendia transferir o fluxo da Cracolândia para o bairro do Bom Retiro. Mas, o próprio governador acabou desistindo da propostas em meio às críticas de especialistas, moradores e comerciantes da região.

Nesta segunda-feira, 24, Tarcísio declarou que a situação da Cracolândia precisa ser analisada sob a óptica de um programa de Estado, e não de governo. Afirmou também que estratégias de gestões anteriores "fracassaram". "Tinha programa que focava mais em segurança e pouco na assistência. Outros pesavam na assistência, mas faltavam na segurança."

Segundo o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, o governo de São Paulo está formando uma parceria com o Poder Judiciário com o objetivo de fornecer informações instantâneas sobre pessoas abordadas na Cracolândia que cumprem penas no regime aberto, mas que não obedecem a ordem de estar em casa depois das 20h.

"No momento em que o policial abordar (o usuário na Cracolândia), vai poder notificar diretamente o Judiciário sobre um possível não cumprimento de pena. Com isso, o Judiciário vai estudar se há a possibilidade de regredir de regime ou não."

Tarcísio defendeu a proposta de fazer um censo sobre as características dos usuários (idade, origem e tempo que frequenta a Cracolândia), mas não deu um prazo para esse trabalho ser realizado. "É uma dinâmica complexa. Tem dias que um é preso, e outras pessoas chegam (na Cracolândia). Esse trabalho (de mapeamento) é feito diariamente."

Operação Impacto SUmaSSP

Em outra ação de combate ao tráfico de drogas, foram apresentados os resultados da operação SUmaSSP, que reúne policiais de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. O objetivo da atuação conjunta é combater crimes interestaduais e transnacionais que acontecem nas fronteiras, como tráfico de drogas e armas, contrabando, crimes ambientais e outras ocorrências.

De acordo com os resultados apresentados, em São Paulo os policiais apreenderam 7.911 quilos de drogas, recuperaram 609 veículos e prenderam 1.186 pessoas entre os dias 20 e 24 de julho. O número de menores apreendidos foi de 167.

Na soma dos cinco Estados, o balanço foi 1.563 pessoas presas (423 eram procurados), além da apreensão de 11,1 toneladas de drogas e 185 armas de fogo ilegais.

Além das fronteiras, as ações policiais no território paulista se concentraram na Baixada Santista, em decorrência do Porto de Santos, foco de escoamento das drogas para outros países. Tarcísio classificou os resultados da operação como "expressivos".

O governo do Estado de São Paulo, comandado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), aderiu à "onda Barbiecore", fenômeno criado em torno do filme da Barbie, que estreou na quinta-feira, 20, nos cinemas, e criou publicações em alusão à obra para divulgar ações da gestão nas redes sociais.

No perfil do governo no Twitter, a gestão Tarcísio publicou um vídeo com referências ao live-action para mostrar resultados do primeiro semestre de 2023 em áreas como segurança pública e educação.

##RECOMENDA##

O material utiliza imagens do trailer do filme para exaltar entregas de novas moradias, creches, viaturas do Corpo de Bombeiros, além de estradas recapeadas e abertura de novos leitos hospitalares.

"Sou a Barbie SP, se você quer ver os resultados do meu Estado, presta atenção, tem segurança e educação, vamos em frente, o paulista é exigente", diz a legenda, em paródia à música "Sou a Barbie Girl", da cantora Kelly Key.

Além da conta principal do governo, o perfil da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria também utilizou o mesmo recurso. Na publicação, a pasta usou a figura da personagem para "marcar presença" nos museus e outros equipamentos culturais administrados pelo órgão, como a Pinacoteca, o Museu da Língua Portuguesa e a Sala São Paulo.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta terça-feira, 18, que as exceções incluídas no texto da reforma tributária aprovado pela Câmara dos Deputados podem "distorcer" e "deformar" a proposta. Ele falou ainda em "supervalorização" das discussões sobre a governança do Conselho Federativo, que ficará responsável pela gestão do IBS, o imposto a ser repartido entre Estados e municípios.

"Quanto mais exceção, mais distorção e mais deformação a gente vai ter na reforma", reclamou o governador, em entrevista a jornalistas após o lançamento do UniversalizaSP, programa que visa ampliar investimentos estaduais na universalização do saneamento em 250 municípios paulistas.

##RECOMENDA##

Ao falar sobre as exceções, Tarcísio lembrou do incentivo fiscal para montadoras de veículos, que beneficiaria Estados do Nordeste, mas foi retirado do texto momentos antes da votação na Câmara.

"Teve o benefício tributário da fábrica de Pernambuco e da Bahia, que caiu. Veja, você está deliberando sobre uma reforma tributária, e o objetivo da reforma é acabar com a guerra fiscal. Você coloca uma cláusula para criar guerra fiscal na reforma tributária. Não faz o menor sentido. Pelo amor de Deus, se a gente está aprovando uma reforma tributária, é justamente para acabar com a distorção, com a guerra fiscal", criticou.

Tarcísio defendeu a inclusão, no texto da reforma, de um item que considera a população dos Estados para definir o peso de cada um nas deliberações do Conselho Federativo, que ficará responsável pela gestão do IBS, imposto a ser repartido entre as unidades da federação e os municípios. A norma foi um pleito do governador para dar apoio à proposta.

"Quando a gente coloca uma cláusula de participação proporcional à população, o que a gente está forçando, na verdade, é o estabelecimento de consenso nas decisões que forem tomadas", disse. Para ele, há supervalorização nas discussões sobre a questão.

O governador ainda minimizou a movimentação de Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste para alterar o texto da reforma no Senado. "É natural. Cada Estado vai querer defender seu interesse", analisou. Como mostrou o Estadão/Broadcast, o governador monitora a movimentação e prevê uma contraofensiva, segundo auxiliares.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando