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Os senadores da base aliada de Temer indicaram funcionários de carreira do Tesouro Nacional como testemunhas de acusação na comissão do impeachment. Os depoimentos, entretanto, foram vistos de forma positiva pelos aliados de Dilma, que elogiaram os servidores.

Já era madrugada desta quinta-feira quando o coordenador-geral de operações de crédito (Copec) do Tesouro Nacional, Adriano Pereira de Paula, pôde responder às questões dos senadores.

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Adriano afirmou que toda a quitação do passivo de 2015 foi feita até 28 de dezembro, ou seja, dentro do exercício e em conformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal. O funcionário do Tesouro disse que houve restos a pagar em 2016, mas que eram tecnicamente possíveis.

Adriano também afirmou ser plausível dizer que o valor do Plano Safra não seja definido por um único integrante do governo federal, ou seja, retirando a autoria da presidente afastada Dilma Rousseff da operação de crédito chamada de pedalada fiscal.

As declarações do servidor do Tesouro foram tão satisfatórias para a defesa que o ex-advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, parabenizou a testemunha da acusação e não quis fazer a ele nenhuma outra pergunta.

O secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira, foi a última testemunha do dia. Ele confirmou que, em 2013, a equipe do órgão identificou problemas fiscais, mas não fez nenhum encaminhamento especial para a presidente Dilma.

Ladeira afirmou ainda que, em 2015, ano que é analisado no processo de impeachment, houve "inflexão" em relação aos anos anteriores, no sentido de que o governo se esforçou em fazer pagamentos atrasados e quitar débitos. Dessa forma, "todos os pagamentos foram realizados até dezembro", inclusive as pedaladas.

"É importante comentar que em abril foi criado um comitê de subsecretários para evitar atrasos nos pagamentos - ou, se houvesse, que fosse uma decisão colegiada", afirma Ladeira.

Mais uma vez, Cardozo abriu mão de fazer perguntas à testemunha, satisfeito com as declarações que caracterizou como "técnicas". Ladeira se despediu da comissão sob elogios de senadores petistas, que disseram que a testemunha trouxe declarações "verdadeiras", independentes de posicionamentos políticos.

Adiamento

Por causa da longa duração da sessão que ouviu as primeiras testemunhas e que durou mais de 14 horas, os senadores optaram por cancelar a reunião desta quinta-feira. A comissão do impeachment voltará a se reunir na segunda-feira, às 16h, e na terça-feira, às 11h, também para ouvir testemunhas.

A secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, vai marcar uma reunião para quinta-feira, 9, com os secretários de Fazenda para as negociações do programa de socorro financeiro aos Estados, segundo informou o Ministério da Fazenda. O ministério recebeu na segunda-feira, 6, à noite a proposta dos Estados para o alongamento da dívida e a suspensão dos pagamentos mensais que são feitos à União. Segundo a Fazenda, a proposta está em análise e será discutida na reunião desta semana.

Na semana passada, os secretários tiveram uma reunião no Ministério da Fazenda tumultuada, quando começaram a discutir uma proposta de todos os Estados que foi encaminhada na segunda-feira.

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A secretária de Fazenda do Espírito Santo, Ana Paula Vescovi, deve assumir o Tesouro Nacional. Se confirmada a indicação pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, será a primeira mulher a assumir o comando do órgão. Ela integra o pequeno grupo de secretários de Fazenda dos governos estaduais que conseguiram fazer ajuste fiscal no ano passado, apesar da crise econômica.

Quando anunciou sua equipe, Meirelles manteve no cargo o secretário Otávio Ladeira, que integrava a equipe do antecessor, Nelson Barbosa. Nesta segunda-feira, 30, durante a divulgação do resultado do Tesouro no primeiro quadrimestre do ano, Ladeira não confirmou nem negou a substituição. "Enquanto não houver pronunciamento, não faço comentário", disse, reforçando que não houve qualquer tipo de pronunciamento nesse sentido.

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Ana Paula Vescovi - que já trabalhou no Ministério da Fazenda integrando a equipe da Secretaria de Política Econômica - participa do grupo de cinco secretários (cada um de uma região do País) que negocia as medidas de socorro aos Estados, que começou com a equipe de Nelson Barbosa.

Contrapartidas

Ana Paula é servidora federal. Ela defende o apoio financeiro do governo aos Estados, mas com a adoção, em contrapartida, de regras de controle de gastos para corrigir os problemas que levaram os governos regionais ao desequilíbrio fiscal que é observado hoje tanto nos Estados quanto nos municípios.

De acordo com uma fonte da área econômica do governo, ela conhece como poucos a situação das contas públicas, pois assistiu à deterioração dos últimos anos da saúde financeira do setor público. Além disso, liderou um ajuste fiscal forte no Espírito Santo e está no grupo dos secretários de Fazenda mais respeitados do País. Também integrou o grupo de secretários que prepararam a proposta de Lei de Responsabilidade Fiscal estadual.

Um integrante da equipe econômica afirmou que a nova secretária do Tesouro terá um papel ativo na negociação com Estados, ponto considerado agora central para o governo, depois da aprovação da revisão de meta fiscal (a meta de superávit primário, que é a economia para pagamento dos juros da dívida pública) de 2016 pelo Congresso Nacional e o anúncio das primeiras medidas econômicas, na semana passada. Ela já trabalhou no Senado como consultora do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O estoque da dívida pública federal (DPF) caiu 3,01% em abril, quando atingiu R$ 2,799 trilhões. Os dados foram divulgados na manhã desta sexta-feira (27) pelo Tesouro Nacional. Em março, o estoque estava em R$ 2,886 trilhões.

A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 21,69 bilhões no mês passado. A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) caiu 3,03% e fechou o mês em R$ 2,670 trilhões.

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Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 2,7% menor, somando R$ 129,6 bilhões no mês passado.

Os estrangeiros aumentaram a aquisição de títulos do Tesouro Nacional em abril. A participação dos investidores não-residentes no Brasil no estoque da DPMFi subiu de 16,73% em março para 17,39% em abril, somando R$ 464,29 bilhões, segundo os dados divulgados pelo Tesouro Nacional. Em março, o estoque nas mãos de estrangeiros estava em R$ 460,73 bilhões.

A parcela das instituições financeiras no estoque da DPMFi teve queda de 24,28% em março para 21,86% em abril. Os Fundos de Investimentos reduziram a fatia de 20,96% para 20,87%. Já as seguradores tiveram crescimento na participação de 4,55% para 4,71%.

DPF prefixada

A parcela de títulos prefixados na Dívida Pública Federal (DPF) caiu de 37,17% em março para 34,48% em abril. Os papéis atrelados à Selic também aumentaram a fatia, de 24,92% para 24,92%.

Os títulos remunerados pela inflação subiram para 34,55% do estoque da DPF em abril, ante 33,08% em março. Os papéis cambiais reduziram a participação na DPF de 4,83% em março para 4,81% em abril.

O intervalo do objetivo perseguido pelo Tesouro para os títulos remunerados pela Selic em 2016 vai de 30% a 34%. No caso dos que têm índices de preço como referência, a meta é de 29% a 33% e, no de câmbio, de 3% a 7%. Para os papéis prefixados, o intervalo vai de 31% a 35%.

Já a parcela da DPF a vencer em 12 meses caiu de 22,65% em março para 18,86% em abril, segundo o Tesouro Nacional. O prazo médio da dívida, por sua vez, subiu de 4,59 anos em março para 4,75 anos em abril. O custo médio acumulado em 12 meses da DPF passou de 14,19 % ao ano em março para 14,25% ao ano em abril.

O secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, afirmou nesta quinta-feira, 19, que o Tesouro Nacional não tem mais condições de arcar com a participação da Infraero nas concessões de aeroportos. Nos leilões já realizados, a empresa pública entrou como sócia, dona de 49% do negócio.

"Economicamente não era necessário, mas, politicamente, o governo entendia que era necessário", disse Moreira Franco ao participar da inauguração de uma nova área do Aeroporto Internacional do Galeão, que entrará em funcionamento na segunda-feira, 23. O Galeão foi concedido à iniciativa privada em leilão realizado no final de 2013. A Infraero é sócia da concessionária RIOgaleão.

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"A fantasia acabou. O Tesouro não tem mais condição de fazer isso", afirmou Franco. Moreira Franco disse que os consórcios de aeroportos em que a Infraero tem 49% de participação serão mantidos. Embora tenha criticado a participação estatal dos contratos em vigor, Moreira comentou que "a credibilidade se funda no respeito aos contratos" e que "é preciso ter segurança jurídica". "Não é ato de vontade, as decisões têm que ser tomadas com cautela, transparência, os contratos serão cumpridos", declarou.

O secretário usou a mesma reposta ao ser questionado sobre as dificuldades dos parceiros privados e também da Infraero de pagar parcelas das outorgas dos aeroportos. Moreira evitou falar em novas condições de pagamento. "Não é a Infraero que está sem dinheiro para as outorgas, é o Tesouro. O Tesouro brasileiro cobriu os compromissos da Infraero. Em poucos dias saberemos o tamanho do rombo (das contas públicas). Será a expressão, o retrato da impossibilidade de manter isso (participação da Infraero nos aeroportos). Mas revisão (de contratos) não é ato de vontade, precisamos de segurança jurídica e respeito aos contratos", disse.

Empregos

O secretário-executivo comentou ainda a situação da economia. Segundo ele, a "prioridade absoluta" do governo do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) é gerar empregos. Diante da desaceleração do mercado de trabalho, a projeção é de que o número de desempregados no País chegue a 14 milhões, segundo Franco

A ofensiva da Procuradoria-Geral da República sobre a coleção de obras de arte do senador Fernando Collor (PTC-AL) levou à descoberta de uma rotina de compras de luxo do parlamentar. Leiloeiros entregaram aos investigadores notas fiscais que somam mais de R$ 1,5 milhão gastos em antiguidades, porcelanas e joias.

A investigação sobre as raridades de Collor avançou após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, receber uma carta escrita por uma testemunha anônima em outubro de 2015. A testemunha indicou uma galeria, um escritório e um restaurador por meio dos quais o parlamentar teria desembolsado uma fortuna. O Ministério

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Público Federal enviou, então, ofícios de requisição de informações aos leiloeiros.

Collor é investigado em seis inquéritos na Operação Lava Jato. Além de inquérito envolvendo carros de luxo, o senador foi denunciado em outro processo, acusado de participar de esquema na BR Distribuidora.

Em julho do ano passado, durante uma das etapas da Lava Jato, a Polícia Federal apreendeu na Casa da Dinda, residência do senador, carros de luxo - três exemplares das marcas Porsche e Ferrari, além de um modelo quase exclusivo da Lamborghini. Segundo a PF, os veículos podem ter sido pagos com recursos de propina.

"O leiloeiro Emerson Curi encaminhou notas fiscais de vendas de antiguidades e obras de arte a Fernando Affonso Collor de Mello nos anos de 2010, 2011 e 2013, tendo cada uma dessas operações atingido os valores de R$ 651.840, R$ 198.660, R$ 90.195, R$ 215.500, R$ 242.800 e R$ 135.200. Enviou-se ainda uma nota de venda a Roberto Mitsuuchi em 2014 no valor de R$ 276.832", diz a Procuradoria.

As seis notas entregues por Emerson Curi estão em nome de Fernando Collor de Mello. O documento de número 000031, datado de 5 de setembro de 2013, aponta que o senador gastou R$ 215.500 em 11 peças, entre elas uma sopeira de prata (R$ 21 mil), jogo de copos de cristal veneziano (R$ 17.500) e um faqueiro de prata inglesa com 202 peças (R$ 46 mil).

No recibo 000030, de mesma data, outras 11 peças custaram R$ 242.800. Na lista estão fruteira de bronze e porcelana (R$ 4 mil), jarra para água de prata francesa (R$ 30 mil) e par de poltronas Luís XVI (R$ 135 mil).

Entre os documentos há também um recibo de "compra ainda pendente de acerto". O papel tem duas datas, novembro de 2014 e 10 de novembro de 2015, e faz referência a Roberto Mitsuuchi. "Recebemos de Roberto Mitsuuchi a importância de R$ 276.832, referente a compras realizadas em leilão, conforme relacionado acima", diz a nota, que não tem assinatura.

"Ilação"

Collor afirmou que a participação em leilões mediante representante, procurador ou broker é prática comum para assegurar o preço justo e a não inflação dos lances em razão da identidade do comprador. "Todas as obras adquiridas foram pagas com recursos próprios, de origem lícita, com emissão de notas fiscais em seu nome. A ilação de prática de lavagem a partir de denúncia anônima sem qualquer comprovação é conduta absolutamente irresponsável e temerária, não merecendo qualquer credibilidade."

Roberto Mitsuuchi afirmou que representou Collor em leilões de arte, "sempre dentro da legalidade". "Os pagamentos das obras adquiridas sempre foram feitos diretamente por ele, inclusive em seu nome foram emitidas as devidas notas fiscais. Jamais me prestaria a ser laranja de qualquer pessoa", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Além da expectativa de um rombo de R$ 100,4 bilhões (considerando o resultado primário, sem contabilizar juros) para 2016, um custo fiscal de mais R$ 27,1 bilhões, quase um terço disso, está fora do Orçamento. Essa é a projeção do Ministério da Fazenda para o custo implícito dos aportes do Tesouro Nacional para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Desse valor, R$ 3,67 bilhões já foram devidos no primeiro bimestre, revela relatório divulgado no site do Ministério da Fazenda. Com a despesa explícita, registrada no Orçamento, o custo dessas operações deverá chegar a R$ 36,6 bilhões este ano.

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De 2009 a 2014, o Tesouro aportou em torno de R$ 440 bilhões no BNDES. Hoje, contabilizados os juros, o banco deve R$ 523,8 bilhões à União. Grande parte foi para o Programa de Sustentação de Investimentos (PSI), criado em 2009, hoje praticamente extinto. Foi uma das mais conhecidas - e criticadas - medidas "anticíclicas" do governo federal para tentar tirar a economia do buraco após o travamento de crédito que se seguiu à crise internacional de 2008.

A principal crítica de economistas a essa estratégia é o custo elevado e obscuro. Os aportes no BNDES têm dois tipos de custo. O primeiro é explícito, está no Orçamento, e deve-se aos juros cobrados no PSI e no crédito agrícola. Nesses financiamentos, o BNDES empresta com juro ainda mais subsidiado, inferior à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que paga para captar. Por vários períodos, as taxas do PSI foram negativas. No ano passado, esse custo foi apurado em R$ 9,6 bilhões, segundo a Fazenda. O gasto entrou no meio do debate sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em decretos da Fazenda, a União apurava o gasto, mas pagava o BNDES com dois anos de atraso. A medida foi classificada como "pedalada fiscal" pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Na virada do ano, para obedecer ao TCU, o governo quitou os atrasos e pagou R$ 30,684 bilhões referentes a anos anteriores. Outros R$ 7,2 bilhões vieram em janeiro.

O segundo tipo de custo, oculto por não estar no Orçamento, vem da diferença entre o juro que a União paga para se endividar e a taxa que o BNDES paga à União. Para fazer aportes no BNDES, o Tesouro emite títulos, pagando juro básico (Selic), hoje de 14,25%. Depois, empresta os títulos ao BNDES com juro igual à TJLP, hoje em 7,5%. Nessa diferença, o Tesouro sai perdendo.

De 2016 a 2060, quando vence a última parcela da dívida do BNDES com a União, o custo implícito será de R$ 175 bilhões, em valores de hoje. Somado ao explícito, chega a R$ 200 bilhões. Além de pouco transparente, economistas ponderam que essa política pode gerar "esqueletos". Em evento ontem, no Rio, o secretário do Tesouro Nacional, Otavio Ladeira, citou a divulgação dos relatórios que calculam os custos das operações com o BNDES como exemplo de transparência da política fiscal. "O Brasil está fazendo muito mais do que às vezes aparece na imprensa", disse.

Segundo o consultor Mansueto Almeida, especialista em contas públicas, as projeções da Fazenda podem estar subestimadas, pois partem do pressuposto de que a Selic cairá nos próximos anos. Tanto que o custo implícito cairia para R$ 17,3 bilhões em 2018, e para R$ 10,2 bilhões em 2021. "Isso vai depender do ajuste fiscal", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour, afirmou que o Brasil caminha para um déficit de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 se nada for feito de diferente no que se refere à política fiscal. Segundo ela, já era esperado um desempenho ruim no primeiro trimestre, mas ainda assim os números surpreenderam negativamente.

De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira, 28, o Governo Central - que reúne o Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central - registrou em março o pior resultado da história para o mês, com um déficit de R$ 7,942 bilhões. Com isso, o desempenho primário no primeiro trimestre deste ano foi deficitário em R$ 18,216 bilhões. Em 12 meses, o governo central apresenta déficit de R$ 142,01 bilhões - o equivalente a 2,38% do PIB.

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"O quadro é muito ruim e se a gente não tivesse a expectativa de uma inversão na política fiscal seria ainda mais grave, com a perspectiva inclusive de entrar numa situação de insolvência fiscal", disse. Segundo ela, a expectativa de uma mudança de governo é positiva, mas só será possível traçar um cenário mais preciso para o restante do ano quando o afastamento da presidente Dilma Rousseff se concretizar e houver propostas da nova equipe.

Solange salientou que, com a economia desaquecida, a arrecadação tem sido um dos destaques negativos das contas públicas. Mas ressaltou que as despesas continuam sendo um problema.

Um dos pontos que chamam a atenção, na sua avaliação, é o aumento dos gastos com seguro-desemprego e abono salarial. "Essa conta está crescendo desde o início do ano de maneira elevada. No primeiro trimestre aumentou 75% com relação ao mesmo período de 2015", disse.

O secretário do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira, reconheceu nesta quinta-feira, 28, que a postergação da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os juros das dívidas dos Estados com manutenção das liminares a favor dos entes durante esse período traz riscos para o não cumprimento da meta fiscal do governo. Ontem, o STF adiou por 60 dias a decisão sobre a contabilização de juros simples ou compostos nos débitos estaduais.

"A contabilização de juros simples nas dívidas dos Estados que obtiveram liminares terá um efeito de R$ 2,5 bilhões nas contas da União em abril. Estamos ainda calculando qual será o impacto de maio e junho da decisão do STF. Não temos esse número ainda", acrescentou.

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Ladeira explicou que, no momento que Estados têm mais recursos disponíveis, eles podem usá-los para pagar salários. "Isso afetaria o resultado primário dos entes, e consequentemente o do setor público", explicou.

O secretário lembrou que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) vigente em 2016 considera que o governo federal deverá compensar caso os Estados não alcancem o resultado fiscal. "Neste sentido, a postergação da decisão pelo STF traz riscos para o não cumprimento da meta fiscal do governo", concluiu.

Bolsa Família

Ladeira disse que o Orçamento do governo federal deste ano prevê a possibilidade de reajuste do Bolsa Família, mas afirmou que essa decisão só deve ser tomada após a aprovação pelo Congresso Nacional da nova meta fiscal solicitada pela equipe econômica.

"Existe espaço no Orçamento para um reajuste de até R$ 1 bilhão para o Bolsa Família. No entanto, o Ministério da Fazenda entende que o espaço fiscal atual não permite essa ampliação. Esse assunto deverá ficar para quando a nova meta for aprovada", completou. (

Receitas e despesas

Segundo Ladeira, o efeito da mudança do calendário de arrecadação do PIS/Pasep colaborou para a redução de 5% nas receitas totais do governo no primeiro trimestre do ano em comparação com igual período de 2015. "Até então esses pagamentos eram feitos pelos contribuintes no primeiro semestre do ano, mas agora serão pagos apenas no segundo semestre", explicou.

Para o secretário, não houve nenhum grande destaque na evolução das receitas do Governo Central, que vêm apresentando quedas mês a mês devido à fraca atividade econômica.

Já do lado das despesas, ele destacou que os pagamentos do abono salarial e do seguro- desemprego tiveram aumento em relação ao ano anterior. As despesas totais do Governo Central cresceram 5,2% no primeiro trimestre deste ano.

Investimentos totais

Os investimentos do governo federal registraram uma queda real de 6,28% no primeiro trimestre. De acordo com dados do Tesouro, os investimentos pagos somaram R$ 14,144 bilhões no período. Desse total, R$ 12,489 são restos a pagar, ou seja, despesas de anos anteriores que foram transferidas para 2016.

Os investimentos com o Programa de Aceleração Econômica (PAC) somaram R$ 3,626 bilhões em março e R$ 10,652 bilhões nos três primeiros meses do ano. As despesas com o PAC tiveram um incremento real de 11,9 % em março, mas registraram uma queda real de 8,0% no trimestre

Com a atividade econômica e o pagamento de tributos em queda, o governo central registrou em março o pior resultado da história para o mês, com um déficit de R$ 7,942 bilhões. Até então, o pior desempenho da série histórica - que tem início em 1997 - havia sido o do terceiro mês de 2010, quando o saldo negativo chegou a R$ 4,559 bilhões. O resultado reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central.

Com isso, o resultado primário no primeiro trimestre deste ano foi deficitário em R$ 18,216 bilhões. Essa é a primeira vez na série histórica que o Governo Central tem saldo negativo no acumulado dos primeiros três meses de um ano. No mesmo período do ano passado, o primário acumulava superávit de R$ 4,493 bilhões. Em 12 meses, o Governo Central apresenta déficit de R$ 142,01 bilhões - o equivalente a 2,38% do PIB.

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Com dificuldades de cortar despesas e com a arrecadação em queda, o governo enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei reduzindo a meta de superávit do Governo Central de R$ 24 bilhões para R$ 2,8 bilhões e permitindo uma série de abatimentos que, na prática, podem resultar em um déficit primário de R$ 96,6 bilhões neste ano, o que será o terceiro resultado negativo anual seguido. Caso a medida não seja aprovada até o dia 20 de maio pelo Parlamento, a equipe econômica precisará fazer mais um corte no Orçamento.

Receitas

O resultado de março representa uma queda real de 7,7% nas receitas em relação a março do ano passado. Já as despesas tiveram alta real de 4,3% na mesma comparação. Em 2016 até março, as receitas do Governo Central recuaram 5,0% e as despesas aumentaram 5,2%.

O resultado de março ficou dentro das expectativas do mercado financeiro - levantamento realizado pelo AE Projeções com 26 instituições mostrou um intervalo que vai de um déficit de R$ 14,100 bilhões a superávit de R$ 4,800 bilhões. A mediana das expectativas era de um saldo negativo de R$ 9,700 bilhões.

Tesouro e BC

As contas do Tesouro Nacional juntamente com o Banco Central registraram um superávit primário de R$ 2,313 bilhões em março. Considerando essa metodologia adotada recentemente pelo Ministério da Fazenda, o resultado acumulado no ano é de R$ 10,748 bilhões.

Olhando apenas as contas do Tesouro Nacional em março, o superávit foi de R$ 2,384 bilhões. No ano, o saldo positivo acumulado apenas no Tesouro é de R$ 10,996 bilhões.

O resultado do INSS foi um déficit de R$ 10,256 bilhões no mês passado e de R$ 28,965 no trimestre.

Já as contas apenas do Banco Central tiveram saldo negativo de R$ 70,9 milhões em março e de R$ 247,4 milhões no acumulado dos três primeiros meses do ano.

Dividendos

O caixa do governo federal recebeu um reforço extra de R$ 390,2 milhões em dividendos pagos pelas empresas estatais em março. Desse total, R$ 274,5 milhões foram pagos pelo Banco do Brasil. No primeiro trimestre, as receitas com dividendos somaram R$ 392,8 milhões, queda de 81% em relação ao mesmo período do ano passado.

Já as receitas com concessões totalizaram R$ 64,4 milhões em março e R$ 11,787 bilhões nos três primeiros meses do ano.

Depois que o pagamento das "pedaladas" fiscais alimentou críticas de vários economistas sobre o relacionamento do Tesouro Nacional com o Banco Central, o governo vai propor ao Congresso Nacional mudanças na legislação em vigor.

A proposta está sendo costurada pela área técnica do Ministério da Fazenda e do BC. Os técnicos estão ouvindo especialistas do mercado financeiro e da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima). Reuniões têm sido feitas pelo governo para ouvir as sugestões dos principais especialistas brasileiros e fechar a proposta.

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O governo já vinha debatendo as mudanças, mas a polêmica provocada entre os economistas depois do pagamento das pedaladas acabou acelerando o processo. Muitos argumentaram que o dinheiro do lucro do BC, repassado ao Tesouro, teria ajudado indiretamente o governo a pagar as chamadas pedaladas fiscais - as dívidas junto aos bancos e o FGTS atrasadas no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff para melhorar artificialmente as contas públicas e que o Tribunal de Contas da União (TCU) mandou pagar.

Embora o Ministério da Fazenda em vários posicionamentos oficiais nos últimos dois meses tenha mostrado que o lucro do BC não pagou as pedaladas, o debate fez o governo se movimentar para aperfeiçoar a forma de transferência do resultados do balanço.

Pela regra atual, o lucro do BC tem que ser repassado ao Tesouro em reais até o décimo dia útil depois de aprovação do balanço pelo Banco Central. Já o prejuízo do BC é bancado pelo Tesouro com a transferência de títulos. O dinheiro do lucro só pode ser usado para o pagamento da Dívida Pública Mobiliária Federal.

Nos últimos anos, o lucro do BC aumentou substancialmente, graças ao impacto da valorização do dólar nas reservas internacionais, que elevou o caixa do Tesouro para mais de R$ 800 bilhões. Os críticos argumentam que a sistemática atual de transferência de resultado do BC está fora das melhores práticas internacionais, principalmente porque boa parte do resultado vem da variação do valor das reservas internacionais.

Com a desvalorização do real, o valor das reservas sobe, aumentando o patrimônio do BC. Dessa forma, o BC apura um lucro por conta do aumento do patrimônio, mas não há a venda efetiva da reserva. Mas à frente, quando dólar mudar de direção, o BC terá um prejuízo.

O que os principais Bancos Centrais do mundo fazem é criar uma reserva dentro do banco. Quando há lucro patrimonial, ele é enviado para essa reserva que serve também para cobrir os prejuízos que ocorrerem. A lei brasileira não permite a criação dessa reserva dentro do BC. Os críticos alertam para o risco de o BC financiar indiretamente o Tesouro com esse lucro transferido, o que não é permitido na legislação.

Segundo apurou o jornal "O Estado de S. Paulo", o estudo sobre balanço dos bancos centrais preparado pelo ex-secretário do Tesouro e economista chefe do banco Safra, Carlos Kawall, está sendo analisado para ajudar na proposta do governo. No estudo, Kawall sugere a criação de um depósito voluntário remunerado dos bancos no Banco Central em substituição de parte das operações compromissadas, o que permitiria a redução da dívida bruta do governo.

As operações compromissadas, feitas pelo BC para o enxugamento da liquidez de recursos no mercado, cresceram muito nos últimos anos em função da compra das reservas internacionais. Com a compra de dólares para abastecer as reservas, o BC teve que enxugar os recursos em reais liberados no mercado, movimento conhecido no jargão financeiro como "esterilização" das reservas.

Kawall também propõe o uso de excesso de caixa do Tesouro para abater a carteira de títulos do BC, após a criação do depósito voluntário. "Não é algo que tem a ver com a solução para o problema fiscal do País. É um aperfeiçoamento da legislação que não deve ser misturado a uma ideia de que é uma forma para reduzir a dívida", disse Kawall. Segundo ele, o problema da dívida brasileira é muito mais de tendência do que de nível. Para Kawall, a alteração colocaria o Brasil em linha com o que é feito em outros países.D

Após orientação da Controladoria Geral da União (CGU), o Tesouro Nacional modificou o relatório em que é apresentado mensalmente o resultado fiscal do governo central, que inclui as contas do Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social.

De acordo com o gerente de Estatísticas de Finanças Públicas do órgão, Felipe Bardella, o objetivo da alteração é alinhar os dados que são apresentados no relatório com aqueles dos documentos orçamentários, como o decreto de programação financeira e o relatório bimestral de reavaliação de receitas e despesas. "Isso fortalece a transparência porque o documento vai permitir avaliação imediata dos resultados alcançados com o que foi programado", afirmou.

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Houve mudanças no formato de divulgação das receitas, despesas e transferências a Estados e municípios. Uma das principais modificações é a forma como serão contabilizadas as transferências a Estados e municípios, que só incluirão receitas da União que forem repartidas com os entes.

Os repasses para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e os pagamentos relativos à Lei Kandir (que compensam perdas de exportadores) deixarão de ser contados entre as transferências e passarão a ser uma despesa do Tesouro Nacional. Já os pagamentos aos fundos constitucionais (como os fundos constitucionais de financiamento do Norte, Centro-Oeste e Nordeste - FNO, FCO e FNE) passarão a integrar o montante de transferências a Estados e municípios, que tem ainda gastos como salário educação e royalties e repasses a outros fundos de participação. Com isso, as transferências aos fundos constitucionais deixam de ser contabilizadas como subsídios e subvenções econômicas.

Já a partir da próxima quinta-feira, quando será divulgado o resultado do governo central referente a janeiro, o relatório mostrará as receitas desagregadas por administradas pela Receita Federal, da Previdência e não administradas pelo fisco. Nessa tabela, não serão mais separadas as receitas do Banco Central, que serão integradas às administradas. A receita de impostos e contribuições será apresentada de forma líquida, da mesma forma em que é apresentada nos relatórios orçamentários.

No campo das despesas, o governo passará a apresentá-las divididas por obrigatórias (que incluem pessoal e encargos e benefícios previdenciários), outras obrigatórias e discricionárias. As despesas de pessoal do Banco Central, que antes eram separadas, passaram a ser contabilizadas juntamente com as outras despesas de pessoal. Também passam a ser incluídas em "outras despesas obrigatórias" gastos com a fabricação de cédulas e moedas, que eram do BC, assim como os do Fundeb e Lei Kandir.

Os gastos não serão mais apresentados divididos por despesas de custeio e capital, e as informações sobre investimentos, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), estarão disponíveis no relatório.

O Tesouro Nacional informou nesta quinta-feira (28) que o governo reduziu em R$ 41,7 bilhões o estoque de restos a pagar (RAP) em 2015. No encerramento do ano, o montante ficou em R$ 186,3 bilhões de Restos a Pagar (RAP), o que representa uma redução de 18,3% em relação ao observado ao final de 2014 (R$ 228 bilhões). "O resultado, que reflete o esforço do Governo Federal para redução dessa rubrica, altera a trajetória crescente verificada desde 2007", afirma o Tesouro, por meio de nota.

São considerados Restos a Pagar as despesas empenhadas e não pagas até o final do exercício financeiro, em 31 de dezembro. Segundo o Tesouro, em relação ao total do Orçamento do ano, a proporção de RAP está em trajetória declinante desde 2013/2014, quando foram inscritos 13,4% do Orçamento. Já em 2015/2016, foram inscritos 10,2% do Orçamento, nível similar ao verificado em 2010/2011.

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A redução do estoque de RAP, segundo o órgão, pode ser atribuída a esforços feitos em 2015 em três frentes: aumento do cancelamento dos RAP inscritos, aumento dos pagamentos de RAP inscritos e redução das novas inscrições em RAP. A diminuição de R$ 41,7 bilhões no valor nominal inscrito em 2015/2016 pode ser creditada à redução de R$ 14,5 bilhões em reinscrição (valores que já eram restos a pagar de exercícios anteriores), cancelamento e pagamento dos RAP em 2015 (controle do estoque), e à redução da inscrição de despesas empenhadas no ano anterior em R$ 27,2 bilhões.

Com relação aos cancelamentos, houve aumento em R$ 13,3 bilhões (62,7% em relação ao ano anterior). Os cancelamentos em 2015 atingiram o equivalente a 15,2% do estoque de RAP, superior ao observado desde 2009. Segundo o Tesouro, esse aumento é explicado principalmente pelo cancelamento no valor de R$ 6,6 bilhões realizado pelo Ministério das Cidades em dezembro de 2015 - referente a subvenções concedidas em operações de crédito imobiliários no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida - e de R$ 8,0 bilhões feito pelo Ministério de Minas e Energia, em empenhos em montante superior ao efetivado em transferências aos entes de royalties de petróleo e gás natural.

Houve também um aumento de R$ 9,8 bilhões nos pagamentos, que atingiram o equivalente a 53,3% do estoque, superior ao observado desde 2012. Do total registrado em RAP não processados, destaca-se o pagamento significativo de R$ 21,2 bilhões de Subsídios e Subvenções Econômicas. Os pagamentos decorrentes do equacionamento de passivos junto a bancos públicos e ao FGTS responderam por R$ 20,7 bilhões do total pago.

"O aumento nos pagamentos de RAP em 2015 só não foi maior devido ao contingenciamento orçamentário no ano com efeito relevante sobre os investimentos, evitando que ocorresse sua realização e seu pagamento", disse o Tesouro. No ano, foram pagos R$ 29,3 bilhões dos R$ 75,9 bilhões inscritos em RAP de investimentos, enquanto em 2014 haviam sido pagos R$ 38,2 bilhões, de um estoque de R$ 87,2 bilhões.

Ao final de 2015, foi registrada ainda uma redução de novas inscrições em RAP, de R$ 27,2 bilhões em relação ao ano anterior, que, segundo o comunicado, se deve à administração do empenho de despesas do próprio exercício financeiro.

O Tesouro informou ainda que, para a quitação dos passivos (pedaladas fiscais) referentes a acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU), foram realizados pagamentos no montante de R$ 72,4 bilhões. Desse total, R$ 20,7 bilhões são referentes aos pagamentos de RAP e R$ 51,6 bilhões referem-se ao Orçamento de 2015, incluindo ações inscritas na forma de Despesas de Exercícios Anteriores (DEA).

De acordo com a nota, os pagamentos mais expressivos de RAP relacionados aos passivos foram concentrados nas despesas registradas junto ao BNDES e ao Banco do Brasil, respectivamente. Foram registrados cancelamentos no valor total de R$ 8,0 bilhões, grande parte referente a adiantamentos do FGTS para o programa Minha Casa, Minha Vida. "Contudo, como esses passivos foram efetivamente quitados em 2015, se seu cômputo fosse na categoria dos pagamentos, os RAP pagos em equacionamento de passivos junto às Instituições Financeiras seriam ainda maiores, de R$ 27,4 bilhões", informou o Tesouro.

Com a forte queda na arrecadação de tributos, o Governo Central registrou em novembro um resultado deficitário de R$ 21,278 bilhões, o pior desempenho para todos os meses do ano da série histórica, que tem início em 1997. O resultado reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central.

Com isso, o resultado primário até novembro foi deficitário em R$ 54,33 bilhões, também o pior resultado para o período da história. De janeiro a novembro do ano passado, o primário acumulava déficit de R$ 18,282 bilhões. Em 12 meses, o Governo Central apresenta déficit de R$ 53,4 bilhões - o equivalente a - 0,9% do PIB.

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Receitas

O resultado de novembro representa uma queda real de 18,5% nas receitas em relação a novembro do ano passado. As despesas também tiveram queda real de 4,2%. Até novembro, as receitas do Governo Central recuaram 6,6% e as despesas caíram 3,4%.

O resultado de novembro ficou dentro das expectativas do mercado financeiro - levantamento realizado pelo AE Projeções mostrou um intervalo das expectativas de um déficit entre R$ 9,700 bilhões e R$ 30,100 bilhões, com mediana negativa em R$ 17,250 bilhões.

Tesouro

As contas do Tesouro Nacional registraram um déficit primário de R$ 6,433 bilhões em novembro. No ano, as contas do Tesouro Nacional registram superávit de R$ 37,391 bilhões.

No mês passado, o resultado do INSS foi um déficit de R$ 14,797 bilhões e de R$ 88,859 bilhões de janeiro a novembro. Já as contas do Banco Central tiveram saldo negativo de R$ 47,4 milhões em novembro e de R$ 570,1 milhões no acumulado do ano até novembro.

Investimentos

Os investimentos do governo federal registram um queda real de 38,1% de janeiro a novembro, na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com dados do Tesouro, os investimentos pagos somaram R$ 51,491 bilhões no período. De restos a pagar foram R$ 32,184, ou seja, despesas de anos anteriores que foram transferidas para 2015. Em novembro, as despesas com investimentos foram de R$ 3,676 bilhões, com queda de 30,8% sobre o mesmo mês de 2014.

Os investimentos com o Programa de Aceleração Econômica (PAC) somaram R$ 2,258 bilhões em novembro e R$ 36,329 bilhões nos onze primeiros meses do ano. As despesas com o PAC caíram 16,3% em novembro e 40,4% no acumulado do ano.

Dividendos

O caixa do governo federal recebeu um reforço extra de R$ 18,2 milhões em dividendos pagos pelas empresas estatais em novembro. Desse total, R$ 5,2 milhões foram pagos pelo IRB. De janeiro a novembro, as receitas com dividendos somaram R$ 6,057 bilhões, queda de 66,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

Já as receitas com concessões totalizaram R$ 69,9 milhões em novembro e R$ 5,699 bilhões de janeiro a novembro.

A poucos dias do fim do exercício de 2015, o Tesouro Nacional buscou no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) uma robusta contribuição para ajudar no fechamento das contas do governo. Depois de forte pressão da equipe econômica, o banco aprovou antes do Natal o pagamento de cerca de R$ 4,8 bilhões em dividendos à União, segundo fontes com conhecimento da operação.

Nos últimos meses, o banco de desenvolvimento, que começou a diminuir de tamanho no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, travava uma queda de braço com o governo federal para evitar o repasse dos dividendos. O BNDES ainda não havia repassado nada em 2015. A última transferência do banco ao Tesouro - seu único acionista - foi feita em setembro do ano passado.

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O pagamento dos dividendos foi acertado na mesma semana em que o governo decidiu colocar em dia seu débito de R$ 15,1 bilhões com o banco por conta das pedaladas fiscais. Procurado, o BNDES informou que não comentaria o repasse.

Mesmo com o aval do Congresso para fechar o ano com déficit de até R$ 119,8 bilhões, o governo federal precisou contar com o reforço de caixa do BNDES para conseguir cumprir a meta fiscal de 2015. Desde 2008, os dividendos pagos pelo BNDES e pela Caixa se transformaram numa das principais fontes de receitas extraordinárias para garantir o cumprimento das metas fiscais. Só o BNDES pagou R$ 63 bilhões em dividendos desde 2008.

A política de aumento de dividendos contribuiu para a perda da credibilidade da política fiscal, por conta dos vultosos empréstimos concedidos pelo Tesouro aos bancos públicos. Esses repasses ajudaram a melhorar o lucro dos bancos e, com isso, também inflaram a distribuição de dividendos, numa manobra que ficou conhecida como transformação de "dívida em receitas" para aumentar o superávit das contas públicas.

Pedido

O pagamento dos dividendos foi pedido em dois ofícios de 15 de dezembro, assinados pelo então secretário do Tesouro da equipe do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, Marcelo Saintive. Os recursos se referem tanto a uma complementação do lucro de 2014 quanto a uma parcial do resultado de 2015 - normalmente, as empresas pagam dividendos após a divulgação do balanço anual, no início do ano seguinte.

Mesmo com a troca de comando na Fazenda, a exigência do Tesouro de cobrar o pagamento dos dividendos foi mantida pelo novo ministro Nelson Barbosa. A autorização para o pagamento foi dada pelo conselho do banco em reunião realizada no dia 23, quando Barbosa já estava à frente da Fazenda.

A cúpula do BNDES vinha resistindo a manter esse ritmo de repasse porque precisa reforçar seu capital regulamentar, principalmente por causa do que a Petrobrás lhe deve. É uma estratégia gerencial dos bancos reservar parte de seus lucros para reforçar seu capital, melhorando seus indicadores perante as regras de regulação do Banco Central (BC) e ampliando sua capacidade de emprestar.

Por causa da Petrobrás, o BNDES está desenquadrado das normas do BC sobre exposição a um único cliente. A exposição leva em conta todos os recursos que um banco compromete com seus clientes, incluindo dívida e participação acionária.

Hoje, o limite de exposição do BNDES para uma mesma empresa é de R$ 24,7 bilhões, segundo dados do terceiro trimestre, mas, no caso da Petrobrás, esse valor está acima do dobro. A instituição de fomento encerrou 2014 com cerca de R$ 64 bilhões comprometidos com a petroleira, conforme cruzamento de dados feito pelo jornal O Estado de S.Paulo em abril.

Neste fim de ano, segundo uma fonte, essa exposição caiu para pouco mais de R$ 50 bilhões, sobretudo por causa da queda das ações da Petrobrás. O BC não aplica sanções contra o BNDES porque há cerca de 15 anos algumas exceções na hora de calcular o limite da exposição à Petrobrás foram criadas em resoluções do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Uma delas permitia ao BNDES excluir a participação acionária do cálculo. A mais recente dessas resoluções, do fim de junho, impediu o BNDES de dar novos empréstimos à petroleira e estabeleceu um cronograma para a eliminação do excesso de exposição, até 2024.

De 2016 a 2018, o BNDES está obrigado a reduzir em 20% o excedente. Se o banco pudesse usar o lucro para aumentar o capital, o limite subiria, dando folga perante o BC. Sendo acionado pelo Tesouro para pagar dividendos, o BNDES poderá agora necessitar de novas exceções para não ficar de fato desenquadrado.

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG) divulgou ontem nota criticando a edição pelo governo federal da Medida Provisória (MP) 704, que trata das fontes de recursos para cobertura de despesas primárias obrigatórias e pagamento da Dívida Pública Federal (DPF). "Vemos, mais uma vez, e lamentavelmente, o governo Dilma fazer uso de truques contábeis - o uso do superávit financeiro da conta única do Tesouro Nacional - para pagar outros truques contábeis que foram as pedaladas fiscais", afirma Aécio.

Pela MP 704, publicada na quinta-feira, o superávit financeiro das fontes de recursos decorrentes de vinculação legal existentes no Tesouro Nacional em 31 de dezembro de 2014 poderá ser destinado à cobertura de despesas primárias obrigatórias no exercício de 2015.

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Ela estabelece ainda que os valores de concessões de crédito realizadas por força de lei ou medida provisória pagos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à União serão destinados exclusivamente ao pagamento da DPF.

Para o tucano, Dilma repete "o mesmo truque" utilizado em dezembro de 2014, quando foi editada a MP 661, que estabelecia em um de seus artigos que "o superávit financeiro das fontes de recursos existentes no Tesouro Nacional poderá ser destinado à cobertura de despesas primárias obrigatórias". "Este ano, portanto, o governo Dilma volta a editar a Medida Provisória autorizando o uso do saldo financeiro da conta única do Tesouro Nacional para pagar tanto despesas primárias quanto as pedaladas fiscais", diz o tucano.

Na quinta-feira, o governo anunciou que iria colocar em dia dívidas de R$ 10,9 bilhões com FGTS e de R$ 15,1 bilhões com o BNDES, por conta das pedaladas fiscais.

O presidente do PSDB lembra que a nova MP foi publicada às vésperas do Natal, assim como as MPs que mudaram o seguro-desemprego e as pensões, no ano anterior. "É um governo que pede um novo voto de confiança aos investidores, mas que, na manhã seguinte, volta a se aproveitar de um momento em que a imprensa e a sociedade estão desmobilizadas para publicar atos polêmicos", ataca.

"O recado está claro: tudo indica que o governo federal usará novamente uma manobra fiscal para fazer frente às suas despesas. O saldo financeiro da conta única do Tesouro Nacional deveria ser usado, no entanto, apenas para o pagamento de dívida pública, como estabelece a Lei 11.943, de 28 de maio de 2009", completa o senador.

Aécio destaca que, para fazer uso de recursos da conta única para pagar despesas atrasadas, seria necessário que o governo tivesse arrecadação superior à despesa primária, "o que não é o caso", aponta. "De acordo com as boas práticas contábeis, despesas primárias (despesas não financeiras) devem ser pagas com a receita de impostos e contribuições.

Quando o governo não tem recursos suficientes para pagar suas despesas não financeiras, pede recursos emprestados ao mercado por meio da emissão e vendas de títulos públicos, uma operação que aumenta a dívida bruta e a líquida no ato do pagamento das despesas não financeiras que deu origem ao aumento da dívida", emenda na nota.

Ao final da mensagem, o tucano fala que falta bom senso ao governo petista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na quinta-feira, o governo anunciou que iria colocar em dia dívidas de R$ 10,9 bilhões com FGTS e de R$ 15,1 bilhões com o BNDES, por conta das pedaladas fiscais.

O presidente do PSDB lembra que a nova MP foi publicada às vésperas do Natal, assim como as MPs que mudaram o seguro-desemprego e as pensões, no ano anterior. "É um governo que pede um novo voto de confiança aos investidores, mas que, na manhã seguinte, volta a se aproveitar de um momento em que a imprensa e a sociedade estão desmobilizadas para publicar atos polêmicos", ataca.

"O recado está claro: tudo indica que o governo federal usará novamente uma manobra fiscal para fazer frente às suas despesas. O saldo financeiro da conta única do Tesouro Nacional deveria ser usado, no entanto, apenas para o pagamento de dívida pública, como estabelece a Lei 11.943, de 28 de maio de 2009", completa o senador.

Aécio destaca que, para fazer uso de recursos da conta única para pagar despesas atrasadas, seria necessário que o governo tivesse arrecadação superior à despesa primária, "o que não é o caso", aponta. "De acordo com as boas práticas contábeis, despesas primárias (despesas não financeiras) devem ser pagas com a receita de impostos e contribuições.

Quando o governo não tem recursos suficientes para pagar suas despesas não financeiras, pede recursos emprestados ao mercado por meio da emissão e vendas de títulos públicos, uma operação que aumenta a dívida bruta e a líquida no ato do pagamento das despesas não financeiras que deu origem ao aumento da dívida", emenda na nota.

Ao final da mensagem, o tucano fala que falta bom senso ao governo petista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O estoque da dívida pública federal (DPF) subiu 2,66% em novembro, quando atingiu R$ 2,716 trilhões. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (22) pelo Tesouro Nacional. Em outubro, o estoque estava em R$ 2,646 trilhões.

A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 27,99 bilhões no mês passado. A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu 2,84% e fechou o mês em R$ 2,575 trilhões.

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Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 0,05% menor, somando R$ 141 bilhões no mês passado.

O Tesouro Nacional criou uma espécie de "Copom fiscal" para recuperar a capacidade de planejar a política fiscal perdida nos últimos anos. Com reunião prevista a cada três meses, o Comitê de Política Fiscal (Copof) vai propor medidas para prevenir riscos e corrigir desvios capazes de afetar o cumprimento da meta fiscal e levar a déficits sucessivos como tem ocorrido nos últimos anos no Brasil.

A criação do comitê ocorre no momento de pressão sobre a política fiscal com o rombo histórico nas contas do governo - que pode chegar a R$ 100 bilhões este ano - e a crise em torno dos atrasos nos repasses de recursos aos bancos públicos para melhorar artificialmente o resultado das contas públicas, prática conhecida em todo o País como "pedaladas fiscais".

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O Copof vai olhar à frente no médio prazo (cinco anos) e longo prazo (acima de dez anos) para avaliar o chamado "balanço de riscos" do impacto de políticas e programas de governo na sustentabilidade das contas públicas, de acordo com o cenário econômico. Algo semelhante ao que faz o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central com a inflação. Com essa estratégia, o Tesouro busca reforçar seus instrumentos institucionais para evitar déficits no futuro.

"É função principal do Tesouro a política fiscal, seja na sua execução em busca do alcance das metas que foram definidas por lei, seja na visão crítica", disse o subsecretário de Planejamento do Tesouro, Otavio Ladeira de Medeiros. Segundo ele, o comitê pretende reforçar a capacidade de formular o planejamento fiscal. A primeira reunião aconteceu esta semana.

Agenda

O comitê vai criar um documento - o Plano Estratégico Fiscal (PEF) - que subsidiará a elaboração de projetos de Lei de Diretrizes Orçamentária e do Orçamento da União. E vai estimar as receitas e despesas com enfoque também para os eventos recentes que afetaram as suas previsões.

Além disso, terá de traçar as perspectivas de cumprimento da meta fiscal dos Estados e municípios, acompanhar o impacto de iniciativas legislativas e analisar as renúncias de receitas tributárias, subsídios e benefícios creditícios. Foi a concessão desses incentivos que contribuiu para a deterioração fiscal nos últimos anos no País.

O comitê fará ainda estimativas das dívidas líquida e bruta do setor público e definirá estratégias para mitigar os riscos fiscais e seus efeitos na sustentabilidade do endividamento do governo federal, de Estados e municípios.

O subsecretário do Tesouro informou inicialmente que o PEF não será público, mas não está descartada essa possibilidade no futuro. "Decisões que se tomam hoje nem sempre maturam no curto prazo e têm efeito num prazo maior", disse Medeiros. É o caso, por exemplo, de medidas ligadas às áreas de saúde, educação e Previdência. "O Brasil num período curto acelerou a sua estrutura demográfica. Algo que em outros países levou 100 anos. Isso terá impacto", ponderou ele.

Além do Copof, o Tesouro também criou o Comitê de Programação Financeira (CPF) para acompanhar o comportamento das contas públicos no curto prazo até um ano. As reuniões serão mensais. Para Medeiros, os dois comitês reforçam o arcabouço regulatório e institucional da política fiscal.

O fortalecimento do arcabouço institucional da política fiscal para barrar as manobras contábeis promovidas pelo ex-secretário do Tesouro Arno Augustin foi uma das reivindicações da rebelião de coordenadores do Tesouro, ocorrida no fim de 2013, que temiam o risco de condenação pelo TCU das práticas que vinham sendo feitas para maquiar o resultado fiscal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O rombo fiscal em 2015 pode chegar a R$ 110 bilhões, caso as "pedaladas fiscais" sejam integralmente corrigidas pelo governo federal até o fim do ano. Esse é o potencial de déficit primário, segundo revelou o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive.

De acordo com ele, a conta total das dívidas atrasadas (as pedaladas) pelo governo junto a bancos públicos (BNDES, Caixa e Banco do Brasil) e junto ao FGTS é de cerca de R$ 50 bilhões. Como o déficit do setor público consolidado (União, Estados e municípios) agora é estimado em R$ 51,8 bilhões, mas pode chegar a R$ 60 bilhões caso sejam frustradas a entrada de receitas oriundas dos leilões de hidrelétricas, previstos para ocorrer em 25 de novembro, o rombo total pode chegar, portanto, a R$ 110 bilhões.

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O secretário falou com jornalistas nesta quinta-feira, 29, após apresentar os resultados fiscais do mês de setembro, divulgados pela manhã.

No caso específico do governo central (formado por Tesouro, Banco Central e Previdência), o rombo pode chegar a quase R$ 113 bilhões no ano, isso porque essa conta não leva em consideração o superávit esperado de R$ 2,9 bilhões para Estados e municípios.

O secretário disse que, apesar do desempenho ruim do resultado primário em setembro, o governo está fazendo a sua parte e reduzindo gastos públicos. "O governo está fazendo o esforço fiscal necessário e possível, dentro da rigidez orçamentária existente", afirmou.

Ele exemplificou a redução expressiva nas despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e disse que a queda é expressiva porque as obras do programa estão sendo reprogramadas.

Após a divulgação da ata do Copom, Saintive afirmou que a equipe econômica vem assinalando que existem medidas no âmbito do Legislativo que precisam ser tomadas de forma rápida, mas que isso não impede que o Banco Central sinalize a convergência da inflação para 2017.

"O BC entende o esforço fiscal que vem sendo feito", disse Saintive. Segundo o secretário, há a possibilidade de retorno dos recursos do BNDES referente á decisão do CMN em relação ao PSI aconteçam ainda esse ano. "A probabilidade de essa operação ocorrer esse ano é alta", disse.

Com um déficit fiscal de R$ 6,9 bilhões, o secretário afirmou que este resultado poderia ser pior caso o pagamento do 13º salário dos aposentados tivesse sido contabilizado. Esses valores só afetarão o resultado de outubro. Questionado sobre possíveis despesas adicionais este ano, o secretário brincou e afirmou que espera que não tenham novas despesas. "Chega de surpresa", frisou.

Sem atrasos

Em meio aos questionamentos do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as chamadas pedaladas fiscais, o secretário afirmou que, em 2015, o governo não está atrasando os repasses do bolsa família e seguro desemprego. Questionado se o governo estaria pedalando este ano, Saintive respondeu "claro que não".

"Este ano, está tudo em dia, todas as transferências estão sendo feitas no momento exato", destacou. Segundo ele, o objetivo do governo é pagar todos os passivos deixados pelas chamadas pedaladas fiscais. De acordo com o secretário, no fim de 2014 havia um estoque de R$ 50 bilhões e já foram pagos R$ 17 bilhões desse montante.

Ainda de acordo com o secretário, o governo está buscando quitar passivo com bancos públicos e pretendemos fazer proposta após acórdão do TCU. "Temos mantido contatos técnicos com o TCU, toda a nossa gestão fiscal ao longo de 2015 tem sido orientada levando em conta as recomendações do TCU, mas não foi apresentada formalmente porque o acórdão não terminou", frisou.

Para ele, alguns passivos podem ser pagos de forma escalonada e outros de forma imediata, a depender da proposta. "Estamos estudando para cada rubrica uma forma diferente de tratamento, mas isso tem que passar com uma conversa com o TCU", afirmou.

As contas do Tesouro Nacional registraram um superávit primário de R$ 2,807 bilhões em setembro, de acordo com dados divulgados na manhã desta quinta-feira (29). No ano, o superávit primário acumulado nas contas do Tesouro Nacional é de R$ 33,911 bilhões.

As contas do INSS registraram déficit de R$ 9,690 bilhões em setembro e de R$ 54,254 de janeiro a setembro. Já as contas do Banco Central tiveram saldo negativo de R$ 49 milhões em setembro e déficit de R$ 594,7 milhões nos nove primeiros meses do ano.

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Nos nove primeiros meses sob o comando da nova equipe econômica, os investimentos do governo registram um queda real de 38,1%. De acordo com dados do Tesouro, os investimentos pagos somaram R$ 43,008 bilhões no período. Em setembro, as despesas com investimentos foram de R$ 5,411 bilhões, com queda de 43,3% sobre o mesmo mês de 2014.

Os investimentos com o Programa de Aceleração Econômica (PAC) somaram R$ 3,199 bilhões em setembro e R$ 31,011 bilhões nos nove primeiros meses do ano. As despesas com o PAC caíram 34,8% em setembro e 41% no acumulado do ano.

Dividendos

O caixa do governo federal recebeu um reforço extra de R$ 594 milhões em dividendos pagos pelas empresas estatais em setembro, com queda real de 66,6% ante mesmo mês do ano passado.

Desse total, R$ 592,5 milhões foram pagos pelo Banco do Brasil e R$ 1,5 milhão pelos demais. De janeiro a setembro, as receitas com dividendos somaram R$ 6,115 bilhões, queda de 68,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

Já as receitas com concessões totalizaram R$ 65,8 milhões em setembro e R$ 5,660 bilhões de janeiro a setembro.

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