Era praticamente inevitável os torcedores irem á Ilha do Retiro, nesta quarta-feira (14), sem temer cenas de violência. O último clássico envolvendo Sport e Santa Cruz pelo Campeonato Pernambucano no estádio rubro-negro foi marcado por confusões e em alguns pontos do Recife houve registros de brigas. Havia, ainda, um alerta sobre a estrutura do estádio para receber o público tricolor e sobre a forma como a Polícia Militar de Pernambuco iria atuar, já que algumas pessoas acusaram o Batalhão de Choque de usar truculência que teria causado uma queda generalizada entre os tricolores.
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##RECOMENDA##A própria PM, representantes dos clubes e da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) se reuniram dias antes da partida para definir estratégias de segurança. E o que se viu antes do início do jogo nas imediações da Ilha do Retiro foi um número expressivo de policiais militares e outros profissionais de segurança. Só a PM escalou mais de 800 servidores, o dobro em relação ao clássico da semana passada.
Por volta das 20h, muitos torcedores do Santa Cruz já se aglomeravam próximo á Rua Joaquim Santos Souto, nas imediações da entrada dos visitantes na Ilha do Retiro. Neste mesmo local, uma barreira de policiais foi montada para fazer o controle; só passava pela PM quem mostrasse ingresso. Quem não apresentasse o bilhete tinha que sair desse espaço. "Ingresso na mão" foi a frase mais repetida pelos soldados.
Inicialmente, enquanto o fluxo de torcedores não era volumoso, os policiais militares desta primeira barreira realizaram revistas. No entanto, com a aproximação do início do clássico, marcado para 21h45, o número de pessoas aumentou, fazendo os policiais dispensarem a revista prévia e atentarem a quem mostrava as entradas.
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Quando o relógio apontava 21h15, centenas de integrantes de torcidas organizaras do Santa Cruz chegaram escoltados por mais policiais militares - boa parte em motocicletas -. Eles acompanharam o grupo desde a sede de uma das uniformizadas, no Centro do Recife. Paulatinamente, esses torcedores iam sendo liberados para passar pela primeira barreira da PM, seguindo a mesma lógica de apresentar os ingressos.
Depois dessa etapa, os integrantes das uniformizadas e demais torcedores tricolores foram organizados entre corredores gradeados, em fila indiana, acompanhados por soldados do Batalhão de Choque. Esses policiais novamente cobravam a apresentação dos ingressos e faziam revistas para coibir a entrada de objetos perigosos. O LeiaJá acompanhou o procedimento até o início da partida e não registrou tumulto.
Os torcedores tricolores, após passarem pelo Choque, tiveram seis catracas disponíveis. Além de policiais militares, seguranças do Sport acompanharam a entrada dos tricolores. Tudo ocorreu de maneira tranquila.
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Entre os tricolores, boa parte aprovou a estratégia adotada pela Polícia Militar nesta quarta-feira. “Achei uma estratégia boa para vetar quem está sem ingressos. Isso não é nem novidade, eles faziam isso antes, mas muito em cima da hora do jogo. Hoje eles fizeram uma triagem mais antecipada e não passa quem não tem ingresso, facilitando para a gente que vai para o jogo”, disse o tatuador Reginaldo Francisco da Silva.
“Pelo que estou vendo, está dando certo. Semana passada a gente só fez sofrer, apanhamos na entrada, no intervalo e no final do jogo. Só apanhar ninguém aguenta! Somos trabalhadores, torcedores e ninguém merece apanhar”, opinou o auxiliar de logística Thiago da Silva.
Na saída dos torcedores tricolores do setor de visitantes da Ilha do Retiro, nenhum episódio grave foi registrado. O Batalhão de Choque acompanhou o público descer das arquibancadas e em seguida repassou as torcidas uniformizadas para o acompanhamento de policiais motorizados. A escolta seguiu até o Centro do Recife e, até o fechamento desta reportagem, não registramos confusões.