A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), durante a pandemia da Covid-19, teve que fechar suas portas, suspendendo também o funcionamento do Restaurante Universitário (RU), no campus Recife. Durante o período, o espaço passou por uma reforma de ampliação. Dois anos depois, as aulas presenciais voltaram e o RU continua sem funcionar.
O Restaurante Universitário é um dos principais benefícios da universidade por facilitar o acesso dos alunos à alimentação e uma melhor qualidade de vida estudantil. A presidente do diretório acadêmico de jornalismo da UFPE, Ingrid de Lima Coutinho, de 19 anos, afirma que o RU fechou pela primeira vez em 2020, por conta da pandemia, mas antes disso, no primeiro semestre de 2019, ele estava restrito apenas para bolsistas.
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Ingrid conta que os presidentes acadêmicos passaram muito tempo sem receber informações da reitoria e que os prazos para reabertura nunca eram cumpridos: "O primeiro prazo para reabertura do RU tinha sido dia 31 de janeiro [deste ano], que foi o prazo dado pelo próprio reitor em uma reunião com o diretório acadêmico no ano passado. Então, a expectativa que a gente tinha era que os estudantes fossem voltar para o ensino presencial com o RU aberto, o que não aconteceu.”
A volta das aulas presenciais na universidade acabou por não acontecer em janeiro, foram adiadas para fevereiro e alguns cursos para março. Mesmo após esses meses, o RU ainda estava fechado e, segundo Ingrid, a reitoria não dava informações aos estudantes. “A gente ficava sabendo por rede social, né? Então às vezes eles diziam que iam reabrir em abril, ou junho, ou julho… E aí passou para setembro o prazo. Então realmente foi muito nesse disse me disse, sem nenhuma resposta oficial da reitoria para os estudantes”, explica.
“Em agosto, o pró-reitor deu uma entrevista afirmando que o primeiro prazo tinha sido para junho, quando a realidade não foi essa, né? O primeiro prazo foi pra janeiro. Enfim, nessa mesma entrevista ele afirmou que o próximo prazo seria para o dia 30 de setembro. E, realmente, a obra foi finalizada, mas depois da finalização da obra, a gente descobriu que havia outras questões. A obra terminou, mas no final das contas não tinha uma empresa com licitação para fornecer alimentação no restaurante universitário. Essa é a situação que está ocorrendo neste momento”, afirmou a jovem.
Atualmente, a UFPE conta com o restaurante totalmente reformado desde setembro, mas não há empresa com licitação para atuar no ambiente. A presidenta acadêmica também conta que foi divulgado um novo prazo de reabertura para os alunos para fevereiro, mas sem certeza.
A assessoria de comunicação da UFPE explicou que a empresa que havia vencido a licitação para gestão do espaço optou por rescindir o contrato de serviço em 2020. "Uma vez rescindido, considerando que o campus estava fechado para atividades presenciais, foi usado o tempo para executar uma obra de expansão. Foi preciso esperar o encerramento da obra, para entrar o período de licitação, para início do serviço da nova empresa.”
Sobre os valores das refeições, da UFPE salienta que ainda não há como saber o custo a ser pago pelos estudantes, pois o processo de licitação da nova empresa que vai conduzir ainda não foi encerrado. "O que pode ser informado, com certeza, hoje, é que a reabertura do restaurante vai ser feita com um novo modelo. Antes, o RU era restrito aos estudantes cadastrados na assistência estudantil através da Pró-Reitoria de Assistência (PROAES). O novo RU será reaberto para toda comunidade acadêmica e, neste caso, terá faixa de preços diferentes para quem é estudante cadastrado na assistência, para quem não é, mas também para visitantes, técnicos e docentes”, conta a assessoria de comunicação da UFPE ao LeiaJá.
De acordo com a estudante Ingrid, os alunos sentem falta do RU como meio de permanência da instituição. “O restaurante universitário é o principal mecanismo para garantir a permanência dos estudantes na universidade. Sem RU, muitos alunos são obrigados a pagar muito mais caro pelas refeições, estamos tendo que escolher entre almoçar ou pagar uma passagem. Essa situação tem gerado uma evasão muito grande em diversos cursos, principalmente naqueles que operam em período integral. Enquanto representante, eu vejo que a reabertura do restaurante universitário é a principal demanda dos estudantes. O maior interesse da galera é que esse equipamento volte o quanto antes a um preço que caiba no bolso dos estudantes”, explica.
Segundo a superintendência de comunicação da UFPE diz que entende a importância da RU para seus alunos e para toda comunidade acadêmica: “Isso impacta nas condições que eles têm para um bom aproveitamento de aulas, da relação com corpo docente e técnico, assim como impacta até mesmo nas boas condições para ingressar em programas de estágio. É um espaço que tem, portanto, um impacto em tudo que fazemos de ensino, pesquisa e de extensão.”
A instituição também garante que nenhum estudante cadastrado na assistência estudantil deixou de receber, durante o período de fechamento do RU, uma bolsa extra específica para alimentação e que todo mês e que 'nenhum estudante bolsista que faz parte da assistência recebe bolsa menor que R$ 600 na instituição'. A UFPE diz que investe R$ 2,7 milhões por mês especificamente para essa área de assistência, o que significa que significa, por exemplo, que são bolsas que podem ser acumuladas com bolsas de estágio, extensão, entre outras.
O superintendência também assegura que há previsão de reabertura do restaurante em fevereiro. “Encerrada a obra de expansão, que vai poder atender o dobro de pessoas, o processo de licitação da empresa que cuida do restaurante não depende exclusivamente da universidade. Passa por várias etapas de controladora por se tratar do uso de um espaço público e de contrato com o governo federal. Por conta disso, essa etapa ainda pode passar por algum candidato recorrer, que afeta tempo, etc. Dito isso, a previsão é que os estudantes tenham o restaurante aberto no retorno do semestre que acontece em fevereiro. A UFPE retomou o calendário de aulas antes, apenas durante o mês de dezembro e em janeiro temos um recesso.”
Segundo a UFPE, a ampliação do restaurante universitário resultará em uma oferta de até 8.200 mil refeições por dia para os estudantes, um espaço que comporte 350 pessoas sentadas e instalação de climatização do ambiente.
