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É de contagiar a energia positiva da senhora Vera Lúcia da Silva, de 54 anos. O sorriso firme condiz com suas conquistas, atreladas ao sucesso profissional da filha Cristiane Maria da Silva Sérvio, 31 anos. Mas antes de toda essa felicidade que impera na família, há uma história de luta e superação, em que os “nãos” da vida jamais ofuscaram o brilho de duas mulheres que nunca caíram diante das dificuldades. O que existe em comum entre mãe e filha é que a educação sempre esteve no topo das prioridades. Acertadamente, elas acreditaram na força dos livros.

Desde a adolescência, Vera precisou trabalhar. Era de família humilde. Sem ter a oportunidade de estudar quando criança, aos 12 anos de idade começou a prestar serviço de doméstica. Saiu de Ribeirão, no interior de Pernambuco, e se lançou no Recife, pois a cidade grande seria, na teoria, a oportunidade ideal de ascensão econômica. Por muito tempo, trabalhou em residências de famílias com forte poder aquisitivo, e praticamente não tinha espaço para se dedicar à educação. 

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Na fase adulta, teve três filhos. Um deles é Cristiane, personagem importante da dura história de dona Vera. Para manter o bem estar das crianças, a mãe dedicava todo seu tempo aos serviços de doméstica, enquanto os filhos ficaram em Ribeirão sob os cuidados da avó. Era na cidade interiorana que Vera compartilhava seu suado dinheiro. “Minha mãe tomava conta deles lá em Ribeirão e todos os meses eu levava as despesas”, relembra dona Vera.

 

A saudade apertou e Vera resolveu levar os filhos para o Recife. Ela recorda que nunca contou com a ajuda do pai das crianças, precisando tocar a vida sozinha, a base de muito trabalho. Quando Cristiane tinha apenas dois anos de idade, a doméstica construiu um barraco de madeira no bairro de Roda de Fogo, Zona Oeste do Recife, e passou a morar com os três filhos. A situação era crítica, mas Vera não desistia de trabalhar para garantir um futuro digno aos pequenos. “Na época, a pobreza era triste. No trabalho, eu só sabia que tinha hora para pegar. Largava muito tarde”, conta. 

Depois da casa no bairro de Roda de Fogo, a família se mudou para uma residência na comunidade do Detran, também na Zona Oeste do Recife. Foi nessa casa onde Vera reforçou sua visão de que a educação é a única alternativa de mudança social para ela e sua família. Cristiane, aos cinco anos de idade, começou a estudar. Tanto ela quanto os irmãos eram cobrados veemente por bons resultados na escola. A mãe, exigente, não queria que os filhos trabalhassem, apenas deveriam se dedicar aos estudos. 

Enquanto as crianças tinham a oportunidade de conviver com a formação educacional, dona Vera continuava sua luta como doméstica. Relembra de pelo menos 20 casas onde trabalhou de forma honesta e mantendo a esperança por um futuro promissor. No contexto dessa rica história, ela recorda tristes capítulos. “Algumas casas não deixavam eu estudar, era analfabeta. As patroas diziam que eu não podia. Uma vez, no lixo, achei um livro de biologia. Achava um nome interessante e sempre dizia que tinha que arrumar um jeito de estudar. Quando fiz 21 anos, em uma das casas que trabalhava, resolvi estudar, mesmo contra a vontade da minha patroa”, conta dona Vera.

Depois de insistir e continuar acreditando na educação, Vera Lúcia conseguiu conciliar a profissão de doméstica com os livros. Completou o ensino médio – época em que, enfim, conseguiu estudar biologia e desvendar os assuntos da disciplina - e seguiu acompanhando de perto os filhos na escola. Aprendeu a ler, participou de capacitações e ainda sonha em cursar uma graduação. No vídeo a seguir, ela relembra detalhes da sua história:

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Rumo ao doutorado

Cristiane dedica sua felicidade à força de vontade da mãe. Tem orgulho da doméstica que enfrentou a pobreza em prol da educação dos filhos. Se emociona ao lembrar das cobranças e das extensas horas da mãe limpando casas, mas disposta a derrubar o cansaço para responder às atividades escolares junto com os filhos. Era comum Vera acordar Cristiane e os irmãos, todos os dias, por volta das 5h, para resolver os quesitos passados pelos professores, pois não queria pendências nas atividades. Só depois ela seguia sua dura rotina como doméstica.

No ensino fundamental, Cristiane recorda que sua mãe, com muito sacrifício, bancou uma escola privada. “Nunca soube o que era trabalhar. Minha vida foi só estudar graças à minha mãe”, comenta a jovem. Na adolescência, entretanto, acompanhou a mãe durante um serviço que foi responsável por despertar de vez seu gosto pelos estudos. A experiência marcou sua vida.

“O que me fez querer estudar foi quanto fui fazer uma faxina com minha mãe. Ela me levou para eu entender o que ela passava, para dar valor a cada centavo que ela ganhava. Lembro como hoje que a faxina era em uma sala da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A gente deveria limpar os livros de um professor. De repente, vi aquele monte de alunos estudando, entrando nas salas, enquanto minha mãe trabalhava muito duro. Aquilo deu uma angústia no meu coração e a partir daí coloquei como foco na vida que eu deveria estudar”, relembra Cristiane.

De acordo com Cristiane, sua convivência foi intensa com os filhos dos patrões da mãe. Ela recorda que todos admiravam sua sede pelos livros e sempre apoiavam sua vontade de vencer. A jovem voltou a acompanhar a mãe em algumas faxinas em salas de professores da UFPE, aproveitando a oportunidade para conhecer de perto as experiências dos docentes e ler obras que as inspiravam nos estudos.

No decorrer da vida escolar, Cristiane finalizou o ensino médio em escolas públicas e conseguiu ingressar em um curso técnico de agropecuária. Porém, seu grande sonho era ingressar no ensino superior. Para isso, horas e horas foram dedicadas aos estudos, além do enfretamento das dificuldades financeiras que cercavam a família. Aos 20 anos de idade, Cristiane foi aprovada no curso de medicina veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e extravasou em alegria junto à dona Vera. Era só o início de mais uma dura caminhada nos trilhos da educação.

“A única pobre da sala era eu. Quando cheguei na universidade tive muita dificuldade financeira para bancar a passagem. Teve momento em que passei o dia todo na universidade só com um lanche, porque não tinha dinheiro para comer direito. Nunca comprei livro, tive que me virar com cópias. Mãe nunca me negou, sempre dava a quantia que podia, mas ainda não era suficiente. Houve uma época que faltei aulas sem minha mãe saber, porque não tinha mais dinheiro para pagar passagem. Até que um professor descobriu a situação e me ajudou financeiramente, também não esqueço dos amigos que, por várias vezes, pagavam comida e cópias”, relata a veterinária.

As barreiras insistiram, tentaram impedir a caminhada de Cristiane, mas ela sabia que a educação era sua única alternativa de ascensão social. Superou todos os empecilhos e concluiu a graduação. Depois ingressou e finalizou o mestrado, passando a integrar pesquisas científicas do segmento veterinário. Ela relembra ainda, na época da graduação, que até pulou a grade da universidade em um dia de folga, porque precisava dar continuidade a um experimento que exigia prática contínua. Essas e outras histórias são o motivo de orgulho de dona Vera e de professores que acompanharam a caminhada de luta da veterinária. Agora, ela está prestes a concluir o doutorado, mas não cessa de acreditar nos benefícios da educação.

Matéria integra a série "Eles acreditaram na edução", do LeiaJá. As reportagens trazem histórias de pessoas que conseguiram ascenção social por meio do ensino superior. A seguir, confira as demais matérias:

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Por todos os caminhos que existem rumo a uma graduação, as dificuldades diminuíram para os que sonham em entrar em uma faculdade e ter formação superior. Mas nem sempre foi assim. A pernambucana Josivânia Phillipini, 31 anos, lutou muito até conseguir o tão desejado diploma. “Meu sonho era entrar em uma faculdade”, relembra. Hoje, formada em logística pela Faculdade Joaquim Nabuco, unidade Recife, atua em uma empresa do segmento há quatro anos. Segundo a profissional, a universidade teve um papel fundamental para a realização do seu sonho. 

Josivânia nasceu no município de Camocim de São Félix, no Agreste de Pernambuco. Filha de agricultores, precisou aprender a ter responsabilidade desde muito nova. Cuidava dos seis irmãos enquanto a mãe trabalhava durante o dia, e à tarde Josivânia ia para a escola. “Eu não tive infância. Nunca brinquei de boneca, nunca tive um brinquedo. Por ser uma das filhas mais velhas, cuidava da casa e dos meus irmãos. Lembro que minha mãe deixava um ‘banquinho’ perto do fogão para eu preparar o mingau deles. Só depois me dei conta do quão arriscado isso era”, conta. 

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Diante daquela dura realidade, Josivânia viu que só iria mudar de vida se fosse em busca de conhecimento. “Aos 15 anos eu ‘fugi’ para Recife e fui morar com uma tia. Ouvi muito da minha mãe, ela não concordava, mas era o que eu queria. Por outro lado, minha tia disse que eu só poderia ficar se eu trabalhasse e foi isso que eu fiz”, relembra. Na capital pernambucana, começou a trabalhar como doméstica em uma residência. “No começo foi muito difícil, era outra realidade. Mas eu sou muito determinada e não desisti”, relata Josivânia.

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O esforço foi válido. Josivânia finalizou o período escolar e em 2012 ingressou no curso superior de logística. Bancou as mensalidades com o dinheiro oriundo do trabalho como doméstica e dedicou horas e horas da sua vida aos livros e trabalhos universitários. 

Para conciliar o trabalho puxado dos afazeres domésticos com os estudos, Josivânia teve que se desdobrar. Além de organizar a casa onde trabalhava, ainda cuidava de duas crianças, filhas de sua patroa. Em alguns momentos, chegou a desanimar, mas nunca pensou em desistir. Para estudar, ela usava as brechas de tempo que tinha durante o dia, já que aulas eram realizadas à noite. “Era muito complicado. Eu saía muito cedo de casa para trabalhar e voltava tarde da noite. Então qualquer ‘tempinho’ que eu tinha era para estudar. Muitas vezes quando eu conseguia sair cedo do trabalho, ia direto para faculdade ficar na biblioteca estudando, aproveitando aquele tempo antes do início das aulas”, ressalta.  

Embora tenha recebido o apoio da família, em alguns momentos a sua mãe, dona Severina Maria da Conceição, questionava se realmente todo aquele esforço valeria a pena. A agricultora chegou a chamar Josivânia várias vezes para voltar à casa em Camocim de São Félix. “Ela me perguntava sempre porque eu estudava tanto e se eu acreditava que minha vida mudaria com o estudo. Por muitas vezes eu deixei de ir visitar minha família em Camocim para ficar estudando e por continuar trabalhando como doméstica. Hoje eu sou a única filha formada e ela se orgulha demais por isso”.

A graduação foi o ponto transformador na vida de Josivânia. “Além de eu conhecer muitas pessoas, tive muitos professores que me incentivaram e me apoiaram. Isso abriu portas para minha vida profissional. Hoje eu trabalho no Grupo TPC, uma empresa nacional de logística, onde sou reconhecida. Tenho minha própria casa, sou casada e tenho uma filha, e ainda posso ajudar minha família no interior. Não foi fácil, mas tenho certeza que foi a melhor escolha que fiz na vida”, conta, emocionada.  A conclusão do curso ocorreu em 2014.

 

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Canavial, alta tempratura e inchada nas mãos estão longe de fazer parte do cenário ideal para uma criança. Mas essa foi a realidade do jovem médico Jonas Lopes, durante sua infância e adolescência, no município de Joaquim Nabuco, Zona da Mata Sul de Pernambuco. 

Filho de pedreiro e agricultora, Jonas conheceu o trabalho da monocultura de cana de açúcar desde muito novo. A primeira vez que cortou cana foi aos sete anos de idade. Mas foi na adolescência, entre 14 e 15 anos, que começou a trabalhar de fato como cortador de cana para ajudar em casa. 

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“Desde pequeno Jonas sempre foi meu companheiro e também ia comigo para o canavial. Essa foi a forma que achei melhor para mostrar a realidade para ele e que se não estudasse aquilo seria o futuro. Eu tenho sete filhos e ele era o mais danado de todos, mas sempre foi muito inteligente. Eu tive que ser dura com ele para que pudesse entender e aprender o que era importante”, relata dona Edileusa Maria da Silva, mãe de Jonas.

 

Foi no esforço da sua mãe que Jonas encontrou inspiração para lutar pelo que queria. Por ser muito teimoso, chegou a parar de estudar por duas vezes durante a adolescência. Porém, um momento ficou marcado na memória do médico. “Eu era criança, mas lembro como se fosse ontem. Minha mãe precisava comprar a comida da semana e meu caderno da escola, mas o dinheiro que tinha na hora não dava. Ela então diminuiu na feira, mas não deixou de comprar o caderno. Aquilo me marcou muito. Ali eu vi o quanto ela queria que eu estudasse e desde então não parei mais”, detalha.   

O pai de Jonas, seu José Lopes da Silva, era pedreiro, mas nem sempre estava trabalhando, às vezes faltava trabalho e Edileusa tinha que se virar sozinha. “Mesmo com toda dificuldade eu fazia de tudo para que meus filhos permanecessem na escola. Eu queria que eles tivessem o que eu não tive, que foi a oportunidade de estudar. Infelizmente, eu tive que começar a trabalhar muito nova e não estudei, com 15 anos eu já atuava no campo. Gosto muito de trabalhar, dou valor ao serviço que fiz e ainda faço, mas sei que poderia ter vivido melhor se tivesse estudado”, conta dona Edleusa. 

Hoje, com 31 anos e formado em medicina pela Universidade de Pernambuco (UPE), Jonas faz residência no Hospital Maria Lucinda, no Recife, e sonha em ser cardiologista. O médico lembra com orgulho de toda sua trajetória até chegar o dia de receber o tão esperado diploma. Jonas prestou vestibular por quatro vezes até ser aprovado. A primeira em 2006, quando conheceu o sistema de cotas da UPE, porém, levou ponto de corte em química.

Após a primeira reprovação, Jonas passou em primeiro lugar numa seleção simplificada do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para trabalhar por um período de seis meses, em Joaquim Nabuco. Com o salário de R$ 900, Jonas conseguiu, finalmente, juntar dinheiro e pagar o pré-vestibular que ele tanto queria. Foi quando se mudou para Recife e foi morar com sua irmã. 

“Eu já tinha colocado na cabeça que queria medicina e que não ia desistir. Às vezes batia a tristeza, principalmente em 2008, quando já não tinha mais condições porque estava sem trabalhar e o que tinha juntado já havia acabado. Eu dependia da ajuda da minha família. Passei muita dificuldade, cheguei a ficar sem dinheiro para pagar passagem de ônibus, mas não desisti. Foi quando fiz vestibular para medicina pela quarta vez e fiquei no remanejamento, em 2009”, relembra Jonas.

Em 2009, as esperanças se renovaram para o jovem de Joaquim Nabuco. Além de ganhar uma bolsa num curso de matérias isoladas, ele passou em um processo seletivo da Casa do Estudante de Pernambuco e passou a receber auxílio moradia, alimentação e odontológico. “Foi quando pude me dedicar ainda mais aos estudos e consegui a tão esperada aprovação. Como tinha colocado para a segunda entrada, ou seja, só começaria no segundo semestre de 2010, tentei outra seleção do IBGE para o censo de 2010 e novamente fui aprovado”, conta. Jonas trabalhou durante o primeiro semestre de 2010 e depois voltou a se dedicar exclusivamente aos estudos.

Embora já estivesse adaptado à vida na capital, Jonas passou por vários desafios antes e depois de entrar na universidade. “Eu sofri muito preconceito por causa da minha situação econômica. As pessoas criticavam as minhas roupas por não serem ‘boas como as delas’, por exemplo. Quando entrei na universidade eu perdi uma pessoa muito querida, um padrinho meu e tive que ter bastante força para continuar trilhando o caminho para a formação que eu tanto queria”, desabafou. 

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Foram anos de muito estudo e dedicação. Jonas vivia exclusivamente para sua graduação. Estudava por horas e horas todos os dias. “O início foi muito puxado, mas depois eu consegui me adaptar. O amor ao conhecimento foi o que me levou a chegar onde queria sem baixar a cabeça”, afirmou. 

Para Jonas, o ensino superior permite a você buscar cada vez mais o conhecimento, expandir a mente e dependendo da sua área ajudar as pessoas. O ensino superior te propõe se tornar um cidadão melhor, ter acesso ao conhecimento e mudar sua vida, além da recompensa financeira. Hoje, graças a Deus, eu consigo me manter aqui e ainda ajudar em casa.

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A família de Maurício Siqueira foi umas das primeiras a povoar o Sertão do Moxotó, microrregião do estado de Pernambuco, de clima semiárido, onde chove pouquíssimo. Ele próprio, com menos de 10 anos de idade, presenciou sua primeira grande estiagem. A seca entre 1997 e 1998 matou 100 cabeças de ovelhas do seu avô e mais algumas vacas da família. Nessa mesma época, era preciso utilizar um carro de boi para buscar água potável, há oito quilômetros do sítio no qual vivia com seus pais e 11 irmãos, na zona rural da cidade de Custódia, onde nasceu.

Essa foi a primeira crise hídrica que ele viu, mas não a última. O sofrimento, ao menos, trouxe conhecimento. “O gado sempre morre na seca, mas já tínhamos notado que o bode não, pois ele é mais resistente. A partir dos ensinamentos da minha mãe e do negócio da família, a gente sempre discutia que a atividade econômica mais viável para nossa localidade era a criação de caprinos”, explica. Sua tese de mestrado, concluída em 2016, aborda justamente esse tipo de pecuária, além da agricultura familiar, atividade também praticada por seus pais, e sua potencialidade para o desenvolvimento do Moxotó.

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Maurício, hoje com 27 anos, não tira o sertão da cabeça. Impossível. Deixou aquele no qual nasceu, mas vive em outro semiárido: o alagoano. Ele é professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), na cidade de Santana do Ipanema, onde ensina três disciplinas no curso de economia. Realizado profissionalmente, depois de vivenciar todas as dificuldades comuns ao sertanejo pobre, ele briga pela melhoria do lugar de onde veio. “Quando a gente vai pra universidade tem uma função social importante. Voltei para o sertão, não foi o meu, infelizmente, mas voltei. Luto para no futuro voltar de vez para minha terra. Muitos estudam e vão embora, quero fazer o caminho reverso”, garante.


Pau de arara

João Ricardo, pai de Maurício, era agricultor. Além de criar bodes, plantava milho, feijão, hortaliças e frutas. Uma luta diária contra o clima da caatinga. Sua mãe, Marieta, era professora da escola básica. Ambos sempre incentivaram os filhos a estudar, sabendo que as dificuldades seriam maiores, caso contrário. “Lá não tinha perspectiva de mudança, a cidade não tinha nada. Minha mãe dizia que não queria que a gente permanecesse lá, queria que estudássemos”, conta Maurício.

Na zona rural, só existia até a 4ª série. Depois disso os alunos dos sítios tinham que estudar na Agrovila do Dnocs, onde cursavam até a 8ª série. Depois, só na área urbana de Custódia, distante 25 km do sítio de Maurício. O transporte era no pau de arara, caminhão adaptado para transportar pessoas na carroceria. “Era um F 4000 com bancos de madeira e uma lona. Lembro que era do meu primo, alugado pela Prefeitura para levar os estudantes. Pela manhã carregava água e à tarde e à noite, os alunos. Mas isso nunca foi fora da realidade. Nunca achamos ruim, porque era a conjuntura do local”, recorda-se. Isso tudo, ele lembra, sem deixar de cuidar dos negócios da família. Das 6h às 12h, o trabalho era na roça. 

Vestibular

No 3º ano, a engenharia ficou mais complicada ainda. “Eu fazia o ensino médio durante a semana e sábado e domingo, ia para o cursinho pré-vestibular na cidade de Iguaracy, a 70 km de distância. Na sexta-feira eu dormia em Custódia para no dia seguinte de manhã cedo ir para a aula. Passava o fim de semana na casa do meu tio avô que morava lá, voltava domingo e segunda ia pra roça”, afirma.


O sacrifício foi recompensado em 2007, quando passou em ciências econômicas na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), na unidade de Serra Talhada. Porém, a falta de estrutura do campus recém inaugurado deixava o local a desejar. “O prédio era ruim, não tinha estrutura, ônibus. Devido a tantas dificuldades e mesmo assim longe de Custódia, resolvi refazer o vestibular e fui pra Recife, em 2010. Lá já consegui estágio e dois anos depois fui contratado como assistente de pesquisa de uma empresa”, revela. 

No tempo em que viveu na capital, a casa da irmã, no bairro do Arruda, foi seu abrigo. Marleide Siqueira lembra do esforço do irmão que, até hoje, é um modelo para a família. “Eu falo direto que ele é um exemplo. É alguém para as pessoas se inspirarem. Conto a história dele para meus filhos. Eu sei o que é esse sofrimento, também andei de pau de arara e vivi sem água encanada e energia”, lembra. 

Próximo passo: doutorado

De 2012 a 2016, Maurício dedicou-se ao mestrado. Depois começou a estudar para concurso e passou para professor da UFAL. Ao recordar-se de toda trajetória difícil pela qual passou, o orgulho de ter vencido todos os obstáculos não fica escondido nem um pouco. “Tinha época que eu não tinha dinheiro para lanchar. O caminhão quebrou à noite várias vezes, na época de chuva atolava no meio do nada, às 23h. Mas eu faria tudo novamente. Eu me sinto feliz. Você vem do campo e faz uma universidade de qualidade, um curso excelente. Trabalho na minha área, luto pela melhoria do local que trabalho. A maioria dos alunos é da região, são cotistas. Estou realizado, politicamente e como pessoa”, comemora.


Reconhecer a terra de origem e buscar avanços para o local é ainda uma missão que ele pretende seguir. “A mídia vende que lá fora sempre é o melhor. Mas não é. Conheço gente que é dona da própria terra e vai para a cidade trabalhar em subempregos. Vai e volta pior. Hoje sou um ativista da manutenção do campesinato. Na minha tese de doutorado que estou escrevendo agora, vou dissertar sobre a falta de interesse desses jovens em permanecer no campo. Essa ausência de políticas públicas gera desemprego e problemas maiores. Além disso, a segurança alimentar do país entra em colapso, já que grande parte dos produtos são cultivados no interior”, esclarece.

O sítio na zona rural de Custódia não abriga mais nenhum membro da família Siqueira. Seu João Ricardo e dona Marieta faleceram e os filhos ganharam o mundo, mas a casa ainda permanece lá. “Tem um morador que cria animais e ainda produz. Não temos interesse de morar lá, mas também não temos de vender. Deixamos uma pessoa tomando conta para preservar nossa história”, diz. O lar de Maurício é como se fosse um marco zero de toda sua história. “Tive uma mãe ativista que lutava para o desenvolvimento do local, lutava para que a comunidade quilombola da cidade fosse reconhecida. O que sou hoje vem da educação doméstica”, explica.

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Nem mesmo as adversidades mais sérias impostas pela vida são capazes de destruir sonhos. Existem pessoas que buscam conquistar objetivos e mesmo quando caem diante de problemas, erguem-se e continuam a caminhada rumo às realizações. Capítulos de muitas dessas histórias estão atrelados aos trilhos da educação. O amor pelos livros e salas de aula, além do respeito com os professores que se dedicam a compartilhar conhecimento, são pilares de quem acreditou em um futuro regado por felicidade pessoal e profissional.

Educação é considerada um dos principais meios de ascensão social. Vidas, muitas vezes desacreditadas, se apegam aos livros e aos ensinamentos docentes por acreditarem que podem mudar suas realidades castigadas por desigualdades sociais. Comprovando a importância da formação educacional, existem exemplos de superação de estudantes que alçaram a universidade no topo de suas prioridades. Por meio do ensino superior, conquistaram melhorias para eles próprios e suas famílias, além de disseminar nas localidades onde nasceram o que aprenderam na academia.

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No novo trabalho jornalístico do LeiaJá, deleite-se em histórias em que a universidade foi a chave do sucesso. A série "Eles acreditaram na educação" mostra estudantes, antes vítimas da pobreza, que insistiram nos estudos, concluíram a graduação e hoje desfrutam das conquistas oriundas do ensino superior. A série também traz o panorama geral da atuação das instituições de ensino no Brasil e de que forma elas contribuem para o desenvolvimento do País. A seguir, confira um breve resumo das histórias dos nossos personagens e clique nos hiperlinks para conferir as reportagens completas.

Eles acreditaram na educação

Da busca por comida ao ensino superior - Do interior pernambucano, uma família saiu com destino ao Recife. Acabara de perder o patriarca e já sentia os efeitos de perdas financeiras que acarretariam em uma situação de pobreza. Na cidade grande, uma mãe e várias crianças sofreram sem o dinheiro necessário que pudesse garantir o mínimo de conforto. Na extrema necessidade, os pequenos saíam às ruas para pedir comida.

Na época, a pequena Maristela, aos seis anos de idade, aproveitava a compaixão dos moradores do bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife. Recebia pequenas doações de alimento e compartilhava com os irmãos pequenos. Mas a ânsia natural por comida não superou sua fome pela educação. Maristela acreditou nos livros, ingressou e concluiu o ensino superior e hoje trabalha para manter vivos os sonhos de muitos jovens. Na mesma localidade onde pedia comida quando criança, hoje ela é professora universitária e compartilha seu testemunho de vitória com os alunos.

A luta do canavial na memória de um jovem médico - O corte da cana de açúcar fez parte da vida de Jonas. Ao lado dos pais, mesmo na infância, se aventurava entre as plantações da pequena cidade de Joaquim Nabuco, na Zona da Mata Sul de Pernambuco. Em meio à dura rotina, inspirado no honesto e difícil trabalho dos pais, Jonas alimentava o sonho de estudar. Em sua memória, relembra quando a mãe se sacrificou para comprar comida e um simples caderno que serviu aos estudos.

Na juventude, somou inúmeras horas de estudo em busca da provação no vestibular. Se sacrificou, mas valeu a luta. Ingressou na graduação de medicina, concluiu com esforço e hoje é o grande orgulho dos pais que nunca desistiram de apoiar os filhos em nome da educação.

O sertanejo que não abandona as origens - Na castigada terra sertaneja, a seca faz vítimas. Plantação não cresce, o bicho desaparece. Faltam água e esperança. Mas o sertanejo é duro, não cai diante das adversidades, apoiado em uma fé tão firme quanto o terreno seco. Filho de uma agricultor e de uma professora, Maurício viveu essa realidade. Seus pais, sabedores que a educação seria a única forma de esperança profissional, sempre fizeram questão de alertá-lo quanto à necessidade de nunca desistir dos livros.

Maurício, esperançoso como todo bom sertanejo, persistiu e chegou à universidade. Seu percurso continuou firme e forte, até virar mestre em ciências econômicas na cidade grande. Mas o coração bateu forte ao lembrar o sofrido sertão, e hoje preza por compartilhar suas conquistas entre jovens sertanejos, disseminando conhecimento no próprio sertão.

"Meu sonho era entrar na faculdade" - Hoje, o acesso ao ensino superior possui várias possibilidades. Existem programas públicos e vestibulares privados de cursos com mensalidades acessíveis. Mas em épocas passadas, chegar à universidade era difícil para estudantes que não reuniam condições financeiras.

Mesmo em universidades gratuitas, os custos para a manutenção não eram cobertos por algumas famílias brasileiras. E as mensalidades em instituições de ensino privadas também se mostravam como obstáculos. Mas nos últimos anos, um processo de democratização de acesso ao ensino superior proporcionou a entrada de muitos jovens nos braços da universidade. Josivânia, natural do interior de Pernambuco, deixou o local onde nasceu e partiu rumo à cidade grande. Movida pelo sonho de ter nível superior, a jovem não se abalou diante das dificuldades e alcançou, depois de muito esforço, o tão sonhado diploma.

Dona Vera e uma veterinária que a enche de orgulho - É de impressionar a energia da empregada doméstica Vera. O sorriso cheio de brilho condiz com sua força perante os problemas impostos pela vida. Saiu do interior e criou, sozinha, os filhos no Recife. Por anos, trabalhou em mais de 20 casas para garantir conforto a sua família. Ela tinha o sonho de estudar, mas foi proibida por alguns patrões. Certo dia, encontrou um livro entre o lixo; Foi o sinal para que sua luta pela educação persistisse.

A vontade de estudar, sobretudo, reverberou entre suas crianças. Dona Vera era exigente e cobrava notas boas dos filhos. Um deles é Cristiane, que durante a infância acompanhou a luta diária da mãe e também começou a criar a mentalidade de que a educação era importante para a vida da família. Na adolescência, ao acompanhar o trabalho de dona Vera em uma universidade, se deparou com jovens estudando, assistindo aulas, enquanto sua mãe trabalhava duro para manter os espaços acadêmicos limpos. Segundo Cristiane, essa experiência cravou de vez em seu coração o gosto pelos estudos.

Vera, enfim, conseguiu estudar. Cristiane, por mais que tenha vivido situações que poderiam contribuir para sua desistência, concluiu uma formação universitária e continuou fazendo da educação a ponte para a felicidade da família. Hoje é mestre e está prestes a concluir o doutorado em veterinária. Por isso, não economiza agradecimentos para sua querida mãe.

Ensino superior abre portas para o mercado de trabalho - Depois de histórias que emocionam pela perseverança dos personagens em nome da educação, nossa série traz um panorama das instituições de ensino superior, públicas e privadas, no Brasil. Números apontam que houve um crescimento na presença de estudantes de baixa renda em cursos de graduação. Entre os especialistas entrevistados, há a certeza de que a educação universitára, sem dúvidas, pode contribuir bastante para o sucesso pessoal e principalmente profissional dos brasileiros.

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O ensino superior brasileiro tem quase cinco vezes mais estudantes da camada mais rica da população do que alunos com renda mais baixa. Porém, o número de universitários que estão entre os 20% com menor renda mensal familiar per capita cresceu mais de seis vezes, entre 2004 e 2014. A porcentagem passou de 1,2% para 7,6%. Os números são da última Síntese de Indicadores Sociais (SIS), publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que reúne várias informações, entre elas, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

Essa proporção aumentou ainda na rede privada. Em 2004, alunos de baixa renda representavam 0,6% do total de matriculados. Uma década depois, subiu para 3,4%, quase 6 vezes mais. “A busca pela educação ainda é o melhor escape para a condição de precariedade. As pessoas começaram a sentir dificuldade por não ter curso superior, pois quem tinha passou a ocupar as vagas de emprego. Como mais gente tem 3º grau agora, o diploma passou a ser um pré-requisito quase básico”, diz Gustavo Sampaio, professor de economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). No contexto geral, mais de 8 milhões de estudantes cursam nível superior, segundo dados do Censo de Educação Superior.

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Em sua tese de doutorado, na Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, Gustavo escreveu três artigos em que analisa o protagonismo dos alunos de baixa renda no momento do vestibular, o seu desempenho dentro da universidade e o que motivaria uma casual evasão. “O vestibular sempre foi injusto, pois selecionava quem entrava pela renda. O estudantes das melhores escolas eram favorecidos e isso perpetuava a desigualdade intergeracional”, conta.

Porém, segundo ele, dentro da faculdade, a expectativa se reverte. “O aluno que vem do ensino público é o melhor dos melhores da sua escola. Então, geralmente, ele é um dos que mais se destacam”, garante. Um fator importante para essa abertura foi a interiorização da universidades. “O menino da área rural que sai do lugar onde nasceu para cursar o ensino superior quase sempre não volta, ele fica na capital ou em outra cidade. Não gera riqueza para seu lugar de origem. A faculdade no interior diminuiu essa desigualdade”, fala.

Essa opinião é compartilhada pela pró-reitora para Assuntos Estudantis da UFPE, Ana Cabral. “Em Pernambuco, as universidades eram viradas para o mar. Eu ouvia muito isso”, conta. “Existe o antes e o depois da interiorização. Uma faculdade no interior mexe com a economia, com a autoestima do lugar e com a sensação de pertencimento do aluno. Lembro de estar recebendo os estudantes no campus de Caruaru, em 2008. A maioria dos cursos era à noite e eu estava recepcionando eles, junto com o reitor, e um aluno já de meia idade sai do ônibus e diz 'O Brasil olhou para o interior'. Nunca esquecerei”, diz.

A atual gestão do Ministério da Educação (MEC) garante que a interiorização será mantida. “Reafirmamos o compromisso com a manutenção e consolidação do processo de expansão da rede de educação superior, incluindo tanto os espaços físicos quanto o aumento do número de vagas. O MEC regularizou os repasses de custeio para as universidades federais, quitou os atrasados e está retomando as obras paralisadas nas universidades, algumas há cinco anos”, informa o diretor de Políticas e Programas da Educação Superior, Vicente Almeida Junior.

Cotas para alunos de escola pública

A Lei de Cotas, nº 12.711, sancionada em agosto de 2012, garante a reserva de, no mínimo, 50% das vagas por curso e turno nas universidades federais e institutos federais de educação, ciência e tecnologia a alunos oriundos integralmente do ensino médio público, em cursos regulares ou da educação de jovens e adultos. “Metade dessas vagas ficou garantida para a inclusão de estudantes de escolas públicas com renda familiar bruta igual ou inferior a um salário mínimo e meio, sendo que metade dessas vagas é destinada a autodeclarados negros, pardos, indígenas e pessoas com deficiência”, esclarece Vicente.

Usando a UFPE como exemplo, Ana Cabral confirma que a medida gerou mudanças significativas. “Temos muitos alunos que são os primeiros da família a ter acesso ao ensino superior. É o resgate de uma cidadania atrasada”, conta, porém sem fazer crítica à medida. “As cotas surgiram como uma transição, enquanto o ensino médio fosse melhorado e todos tivessem a mesma condição de igualdade em um vestibular. Não pode ser permanente”, opina.

Ensino privado

O levantamento intitulado “A relação entre o Fies e o Ensino Superior no Brasil”, realizado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), em parceria com a empresa Educa Insights, identificou que 83% dos egressos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) são oriundos de escolas públicas e 73% têm renda familiar mensal inferior a 4,5 salários mínimos. "Assim como o ProUni, o Fies é um instrumento importantíssimo para o acesso de milhares de pessoas de baixa renda ao ensino superior. O crescimento de qualquer país tem como principal premissa a educação, e no Brasil não poderia ser diferente. A manutenção desses programas estudantis são, certamente, um dos fatores que tem contribuído para o grande salto que a formação de profissionais vive nos últimos dez anos”, afirma o diretor de programas estudantis do Grupo Ser Educacional, Emerson Lavor.

Em 2015, o custo médio de um estudante em uma instituição federal foi de R$ 20 mil por ano, enquanto, no mesmo período, o custo com o estudante do Fies foi de aproximadamente R$ 10 mil anuais. “Em meados dos anos 2000, as instituições privadas começaram a crescer e assim houve mais abertura de vagas. Isso aliado aos programas de financiamento estudantil oferecidos, com baixos juros, deram impulso ao setor e, por consequência, na qualificação da mão de obra do país. É de conhecimento público que as instituições estaduais e federais não têm capacidade para atender toda a demanda de acesso e o papel das instituições particulares é primordial para suprir essa necessidade”, explica o fundador e presidente do Conselho do Grupo Ser Educacional, Janguiê Diniz.

Nascido em Santana dos Garrotes, interior da Paraíba, Janguiê inaugurou, este ano, em sua cidade natal, um instituto que leva seu nome que oferece, pela primeira vez, cursos de graduação no local. “Algumas pessoas dizem que sou exemplo para os jovens. Mas, gosto muito de ressaltar que tudo que conquistei foi porque, em primeiro lugar, eu sonhei e acreditei. Os estudos eram a minha esperança de dias melhores e aquilo era e é o que me motivava. Se eu tivesse que aconselhar outras pessoas, esse seria meu conselho: estudem e nunca desistam dos seus sonhos. Mas, saibam que no meio do percurso vão existir desafios e que é preciso enfrentá-los para conquistar seus objetivos”, conta.

Matéria integra a série "Eles acreditaram na edução", do LeiaJá. As reportagens trazem histórias de pessoas que conseguiram ascenção social por meio do ensino superior. A seguir, confira as demais matérias:

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Na Virginia Commonwealth Univertsity, nos Estados Unidos, uma mulher deu à luz a sêxtuplos no centro médico da universidade, na Unidade Neonatal do Hospital de Richmond. A mãe, nativa da Nigéria, estava grávida de 30 semanas e dois dias quando pariu três meninos e três meninas em cesariana.

A mulher, Ajibola Taiwo, tentava engravidar há 17 anos antes de se tornar mãe, no dia 11 de maio. Conforme informações da universidade, o pai, Adeboye Taiwo, estava animado por estarem grávidos pela primeira vez.

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Ajibola já recebeu alta do hospital. Ela e o marido participam ativamente dos cuidados com as crianças, que ainda estão internadas.

O governo do Japão oferece bolsas de estudo para brasileiros fazerem cursos de graduação no país, através do programa de bolsas MEXT, recebendo 117.000 ienes, aproximadamente R$ 3775 por mês, para se manter no país. A passagem aérea também é custeada pelo programa e os estudantes ficam isentos de taxas acadêmicas.

Há opções de cursos nas áreas de ciências humanas e ciências naturais com duração de 5 a 7 anos. Podem se inscrever estudantes que tenham terminado o ensino médio até dezembro de 2017, tenham entre 17 e 21 anos em 1º de abril de 2018, tenham bom domínio da língua inglesa ou japonesa, disponibilidade para embarcar na primeira semana de abril de 2018, entre outros requisitos. 

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Para se inscrever, os candidatos devem entrar em contato por telefone com a embaixada correspondente à região do Brasil onde mora para falar com um orientador de bolsas e depois enviar a documentação necessária. 

Para mais informações, acesse o regulamento completo em inglês.

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O governo italiano abriu, através do Ministério das Relações Exteriores (Ministerio degli Affari Esteri e della Cooperazione Internazionale – MAECI), as inscrições para um programa de bolsas de estudo no país, em várias universidades e com vagas para diversos níveis de ensino e áreas do conhecimento. As candidaturas podem ser enviadas até o dia 10 de maio. 

Os interessados em bolsas de pós-graduação, mestrado e doutorado em qualquer área podem ficar de seis a nove meses no país e renovar a bolsa por igual período. Candidatos que desejem ingressar na escola de especialização seguem as mesmas regras. Para projetos de pesquisa e cursos de formação profissional, não há a possibilidade de prorrogação. Os cursos avançados de língua e cultura italiana têm três meses de duração e os de formação e atualização em didática de língua italiana duram um mês. 

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Os estudantes selecionados terão isenção das taxas de matrícula universitária, seguro saúde e um valor mensal para manutenção no país, que varia de acordo com a modalidade de bolsa escolhida. Apenas os alunos de cursos de língua e cultura italiana e de formação de professores terão que realizar o pagamento de uma taxa mensal. 

Pré-requisitos 

É necessário que os candidatos tenham diplomas compatíveis com o nível de curso escolhido. Candidatos ao mestrado, por exemplo, precisam ter diploma de graduação. Também é preciso ter entre 18 e 36 anos de idade, exceto para quem quer entrar no primeiro ano de doutorado, situação que exige que o candidato tenha no máximo 33 anos; e para os cursos de atualização ou formação para professores de italiano, que devem ter de 18 a 45 anos.

Também é necessário comprovar proficiência no idioma do curso escolhido – sendo que, para os cursos em italiano, o mínimo é nível intermediário B2, como estabelecido no Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas. No caso dos cursos de língua e cultura italiana, o conhecimento de italiano pode ser de nível básico (A2).

Candidatura 

A candidatura deve ser feita através do site do programa, endereço pelo qual também devem ser enviados documentos comprobatórios, como diplomas e comprovantes de proficiência. A seleção será feita pelo órgão de representação do governo italiano no país de cada candidato. Os selecionados deverão realizar a matrícula diretamente com a instituição de ensino na qual irá estudar. 

Confira a lista de universidades e o edital completo do programa.

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Os Jogos Internos da Universidade da Amazônia (Unama) mobilizaram dezenas de estudantes em várias modalidades, na primeira semana de abril. Os jogos ocorreram no ginásio de esportes do colégio Cesep, localizado na avenida Pedro Miranda, no bairro da Pedreira, em Belém. Os campeões de Futebol de Campo Regional da LEU - Liga Esportiva Universitária viajaram rumo a Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para representar o Estado do Pará e a Universidade da Amazônia/Grupo SER na LEU Brasileira.

Apesar da rotina de estudos e trabalho e da dificuldade de encontrar tempo para treinamento, os estudantes mantêm a prática de esportes devido aos benefícios como o bem-estar físico e mental e diminuição do sedentarismo. Almir Figueiredo, coordenador do Núcleo de Educação e Desporto (NED) e professor da Unama, falou da influência positiva que o esporte tem na vida dos estudantes. “É importante que os alunos possam participar, porque o esporte ajuda muito na integração, na sociabilidade, no trabalho em equipe, que vai ajudar todos os atletas na sua vida profissional”, disse.

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De acordo com o professor Almir, todas as equipes campeãs desses jogos venceram nos jogos anteriores e são bem pontuadas no campeonato. Foram inscritas 29 equipes, 25 masculinas e quatro femininas. O coordenador também vê o esporte como fator essencial para a formação de um profissional qualificado. “Investir no esporte é investir profissionais com compromisso, com respeito ao seu adversário e aos seus colegas”, completou Almir.

A vice-reitora da Unama, Maria Betânia Fidalgo, afirmou que preparação das equipes irá continuar devido às próximas competições que ocorrerão no Pará. “Alguns alunos vão participar dos Jogos Universitários Brasileiros. A nossa expectativa é a vitória deles, que haja torcida para que eles voltem com o troféu. Mas, se não puderem estar em primeiro lugar, queremos que participem com respeito, com solidariedade e que o espírito de equipe fortaleça”, disse a vice-reitora.

As equipes de futsal feminino, futsal masculino, voleibol masculino e basquete masculino viajarão em maio para São Luís, no Maranhão, para representar o Pará. Em julho, as equipes participarão das seletivas dos Jogos Universitários Paraenses (Jups), em Belém.

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O ministro da Educação, Mendonça Filho, participou, nesta segunda-feira (3), da inauguração da primeira universidade norte-americana fundada por brasileiros e voltada para imigrantes. A Miami University of Science and Technology (Must) é o primeiro investimento nacional em educação superior nos Estados Unidos. Um dos fundadores é o professor brasileiro Antônio Carbonari Netto, membro do Conselho Nacional de Educação (CNE).

A ideia da instituição é impulsionar a inclusão social de trabalhadores brasileiros e de outros países e criar possibilidades para o mercado de trabalho. Para o ministro, a universidade vai garantir o acesso a cursos superiores de alta qualidade e valorizar os brasileiros que moram nos Estados unidos.

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“Precisamos olhar os brasileiros que residem no exterior como cidadãos em sua totalidade, que precisam da nossa atenção, respeito e acolhimento”, declarou o ministro, destacando o avanço educacional oferecidos pela Must University. "Nossos jovens passam a ter um campo mais vasto do ponto de vista profissional e pessoal.”

Antônio Carbonari também vê na iniciativa um instrumento importante de inclusão social. “O diploma universitário representa um melhor projeto de vida, ampliando a empregabilidade e a ascensão junto à comunidade de que participa. Além do mais, vamos tornar possível que pessoas que trabalham o dia todo tenham condições de estudar à noite ou pelo ensino on-line”, completou.

Carbonari arcou com 60% do capital investido na instituição. Os demais 40% são de responsabilidade do americano John Peterson, responsável pela área acadêmica, e do administrador de empresas brasileiro Fernando Ruiz.

A previsão é de que a instituição de ensino inicie o processo de matrículas ainda em agosto. O ministro da educação está desde a semana passada nos estados unidos onde participa de reuniões para discutir financiamentos para a educação brasileira.

A Universidade do Estado do Pará (Uepa) está com inscrições abertas para o curso livre de Música. Os interessados podem realizar a inscrição nos dias 30 e 31 de março no site paginas.uepa.br/musica. São ofertadas 155 vagas, nos turnos da manhã, tarde e noite. O preenchimento das vagas será feito por ordem de inscrição até o número disponível.

A oficina é voltada para quem tem interesse em aprender mais sobre música, canto e outros instrumentos musicais. Os Cursos Livres estão distribuídos nas modalidades Canto Coral (a partir 16 anos), Teoria Musical (a partir de 16 anos), Flauta Doce (a partir de 9 anos), Violão (iniciantes e intermediário, a partir de 12 anos) e começam no dia 4 de abril. A iniciativa faz parte do Projeto Música na Comunidade. As matrículas serão realizadas na coordenação do curso de Licenciatura em Música, no Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE). Os selecionados devem portar os seguintes documentos, originais e cópias: carteira de identidade; carteira de identidade do responsável, no caso de menores; comprovante de endereço com CEP.

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O Projeto Música na Comunidade foi idealizado pelo curso de Licenciatura em Música e tem como objetivo proporcionar o acesso à formação musical à comunidade de baixa renda, abrangendo conhecimentos teóricos, práticos e técnicos instrumentais, além do canto.

Serviço

LOCAL: UEPA -Trav. Djalma Dutra s/n, entre Rua do Una e Municipalidade.

DATA: 30 e 31 de Março. VALOR: Gratuito.

 

A Justiça do Rio de Janeiro concedeu mandado de segurança que impede qualquer corte salarial de servidores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O governo do Rio de Janeiro havia anunciado que cortaria 30% dos salários dos servidores da universidade, caso eles não voltassem ao trabalho.

O mandado de segurança foi pedido pela própria Uerj, que alegou que as aulas ainda não foram iniciadas neste ano devido aos problemas orçamentários. De acordo com a Justiça, a Uerj informou que a paralisação das atividades não é voluntária, nem foi motivada por reivindicações salariais de seus servidores.

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Segundo a Justiça, a Uerj também informou que o contingenciamento orçamentário da universidade, decorrente da crise financeira do estado, deixou uma dívida de mais de R$ 14 milhões com empresas de limpeza, vigilância e manutenção dos elevadores e, por isso, esses prestadores de serviço suspenderam suas ações.

A decisão é do desembargador Maurício Caldas Lopes, da 18ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio. A Procuradoria-Geral do Estado informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não foi notificada da decisão da Justiça.

A feira EducationUSA trará para o Brasil representantes de universidades americanas para o contato direto com os estudantes que querem estudar nos Estados Unidos mas não sabem por onde começar.

O ciclo de eventos será realizado fora do eixo Rio-São Paulo e trará informações sobre processos de admissão, custos, opções de financiamento e bolsas de estudo em cursos de graduação, extensão, pós-graduação, inglês intensivo e de curta duração.

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As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através do site da EducationUSA.

Confira a agenda: 

Recife

13 universidades norte-americanas e representantes do Consulado Geral dos Estados Unidos

30 de março | 17h às 20h

JCPM Trade Center (Av. Engenheiro Antônio de Goes, 60 – Pina)

Fortaleza

12 universidades norte-americanas e representantes da Embaixada dos Estados Unidos

29 de março | 17h às 20h

Hotel Gran Marquise (Avenida Beira Mar, 3980 – Mucuripe)

Belo Horizonte

16 universidades norte-americanas e representantes da Embaixada dos Estados Unidos

1º de abril | 16h às 19h

Hotel Mercure BH Lourdes (Avenida do Contorno, 7315 – Lourdes)

Goiânia

17 universidades norte-americanas e representantes da Embaixada dos Estados Unidos

2 de abril | 17h às 20h

K Hotel (Av. Jamel Cecílio, 2550 – Jd. Goiás)

Campinas

16 universidades norte-americanas e representantes da Embaixada dos Estados Unidos

4 de abril | 18h às 21h

Vitoria Hotel Concept Campinas (Av. Jose de Souza Campos, 425 – Cambuí)

Curitiba

16 universidades norte-americanas e representantes da Embaixada dos Estados Unidos

6 de abril | 17h às 20h

Four Points by Sheraton (Av. Sete de Setembro, 4211 – Batel)

Porto Alegre

15 universidades norte-americanas e representantes da Embaixada dos Estados Unidos

8 de abril | 16h às 19h

Hotel Deville (Av. Dos Estados, 1909 – Anchieta)

A Universidade Federal do Pará (UFPA) abriu as inscrições para concurso público. As 27 vagas disponíveis são para Professores do Magistério Superior. As inscrições ficarão disponíveis de 13 de março a 11 de abril de deste ano. A taxa de inscrição é de R$ 120,00.

Os interessados devem ter mestrado ou doutorado na área em que pretendem trabalhar. As vagas são para docentes que possam lecionar nos campi de Belém, Altamira, Castanhal; Tocantins/ Cametá e Tucuruí, para as seguintes disciplinas: Administração Geral e Gestão de Pessoas, Métodos Quantitativos em Economia, Desenvolvimento Regional e Urbano, Memória, Cultura, História e Patrimônio, Matemática Aplicada à Administração, Contabilidade e Finanças, Controle e Desempenho Organizacional, Gestão Financeira, Métodos Quantitativos para Pesquisa em Contabilidade, Atenção à Saúde Mental, Habilidade Médicas, Atenção à Saúde do Sistema Reprodutor, Atenção Integral à Saúde, Habilidade Médicas, entre outras.

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Os inscritos serão selecionados por meio de prova escrita, prova didática, prova prática, memorial e análise de títulos. O concurso público tem validade de dois anos, e pode ser prorrogado por mais dois. Os salários vão de R$ 2.236,29 a R$ 9.570,41 e a jornada de trabalho, de 20 ou 40 horas semanais.

Para realizar a inscrição é necessário acessar o site www.ceps.ufpa.br. Edital disponível aqui

De acordo com pesquisa do IBGE, o desemprego vem crescendo de forma mais acelerada na faixa dos jovens de 18 a 24 anos de idade, que atingiu, em 2016, o patamar de 20,8%, número a que não se chegava desde 2007. Um dos possíveis fatores para esse quadro é o cenário econômico de crise que o Brasil está atravessando, que torna a contratação de uma pessoa com pouca experiência um investimento de risco aos olhos dos empregadores e dificulta a vida dos estudantes e recém-formados que buscam seu primeiro emprego. 

O LeiaJá encontrou jovens que garantiram um emprego logo após a formatura para saber o que eles fizeram para conseguir se formar empregado e fugir das estatísticas do desemprego entre os mais jovens.

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“Surgiu a vaga, me indicaram e eu tentei”

A assistente de mídia e estudante de Publicidade e Propaganda na UFPE Lerynda Lima conseguiu um emprego em uma agência de publicidade aos 20 anos, durante o curso superior que ainda está concluindo. O primeiro ponto que ela destaca como sendo importante para quem sonha em se formar com um emprego é ter uma boa rede de contatos que possa ajudar na hora de saber das vagas e conseguir indicações. “Eu era estagiária na área de inteligência de mercado e estava procurando outro estágio, na parte de mídia. Surgiu essa vaga, me indicaram e eu tentei”, conta. 

Lerynda afirma que não tinha experiência profissional no ramo da publicidade em que está atuando, mas que sempre buscou levar sua formação para além da grade curricular da universidade: “Eu sempre me especializei, paguei vários cursos, pois a faculdade deixa todo mundo ‘igual’ e eu queria me destacar".

Além disso, ela também busca agarrar oportunidades de conquistar reconhecimento profissional para o seu currículo, como prêmios. “Fui finalista de um prêmio da Globo e em 2015 venci a competição das etapas regional e nacional na categoria estudante do congresso da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, o Intercom”, ressalta Lerynda.

“Fui atrás do sim” 

Ana Paula é formada em Psicologia pela UNINASSAU e atualmente trabalha na própria universidade como Psicóloga Organizacional e Analista de Carreiras.  Segundo ela, uma das coisas que a ajudou a conseguir o emprego antes da sua formatura foi não se limitar às aulas e buscar, dentro da universidade, outras oportunidades de atuação profissional e acadêmica para enriquecer o currículo. “Busquei atividades com as quais eu pudesse me destacar dentro da faculdade, como monitorias e congressos, pois faculdade não é só nota, também é contato e experiência. Eu tinha essa expectativa de me formar empregada, trilhei os caminhos para isso e consegui o emprego seis meses antes de me formar na própria universidade”.  

Quando perguntada sobre como decidiu que iria disputar uma vaga destinada a pessoas formadas, mesmo ainda estando no final da sua graduação, Ana Paula pontua: “O ‘não’ eu já tinha, então decidi ir atrás do 'sim'”. E como dica para estudantes que estão pensando se tentarão ou não uma vaga de emprego, ela diz que “Às vezes você tem experiências que agregam coisas boas à sua formação e já te ajudam a ter destaque  mesmo sem ter concluído o curso”. 

“Atribuo a contratação ao meu esforço” 

Ediva Freitas tem 24 anos, é estudante do sexto período de Publicidade e Propaganda na UniNassau e trabalha na fábrica da montadora de carros multinacional Jeep, onde começou como estagiária e foi contratada apenas sete meses depois. Para ela, o principal motivo para ter conseguido o emprego foi o esforço e a dedicação que levaram a melhorias no funcionamento da empresa. “Eu trouxe mais tecnologia, acelerei a comunicação e quando surgiu uma vaga de analista resolveram me contratar. Eu atribuo a contratação ao meu esforço, fiz com que vissem a importância do meu trabalho fazendo-o imprescindível”.

Ediva também destacou a importância de buscar inserção no mercado através de estágios sem se incomodar com o valor da bolsa que lhe será paga: “Eu acho que a pessoa deve procurar primeiro um estágio para abrir portas em vez de ficar só com a faculdade e tentar focar mais na carreira que no salário, não recusar trabalho por uma bolsa com valor pequeno, pois o estágio abrirá portas e te mostrará a prática”. 

Ela também coloca a iniciativa pessoal como fator importante para alcançar os objetivos pessoais no campo profissional ao pontuar necessidade de a pessoa “não ficar sentada em casa" só mandando currículo para emprego esperando que aconteça.   

Experiência e formação extracurricular

Segundo a Analista de Carreiras da UNINASSAU Bruna Carolina da Silva Costa, a busca de uma formação acadêmica nem sempre garante uma vaga de emprego. Além disso, as oportunidades se tornam cada vez mais competitivas. Para que o aluno consiga se manter atraente diante deste cenário é necessário preparar-se desde o início da graduação e estar sempre atento às novas possibilidades de agregar novos conhecimentos. Veja os destaques apontados por ela como diferenciais para alcançar a empregabilidade: 

Cursos Online: Uma forma de manter-se atualizado e qualificado diretamente na área desejada, essa opção também pode ser realizada de forma gratuita.

Estágio não obrigatório: Ainda muito conhecido como extra-curricular, é uma excelente opção para que o aluno consiga colocar em prática as teorias vistas em sala de aula, bem como ter a oportunidade de vivenciar as rotinas organizacionais e experimentar árias áreas. escolhendo a de maior identificação.

Palestras e Congressos: É de extrema importância participar de eventos e congressos da área que você está se especializando. Há uma grande possibilidade de conhecer profissionais de sua área e trocar experiências e contatos, já podendo iniciar um networking durante a vida acadêmica.

A Universidade de Bolonha, na Itália, está oferecendo 40 bolsas de graduação e mestrado no valor de 11 mil euros ao ano para estrangeiros em diversas áreas do conhecimento. Alguns cursos são ministrados em inglês, sendo importante ter conhecimento dessa língua. 

Os requisitos são ter até 30 anos, enviar passaporte válido e o comprovante de conclusão de curso anterior (ensino médio ou graduação), além dos resultados nas provas SAT ou GRE (exames exigidos por instituições de ensino superior dos Estados Unidos e Europa). Para participar, os candidatos devem acessar o site de inscrição até o dia 31 de março. 

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Para mais detalhes, acesse o edital.

A Universidade do Estado do Pará (Uepa) vai ofertar o primeiro curso de Pedagogia Bilíngue EaD do Brasil. Essa novidade tem como objetivo fortalecer a educação inclusiva no Estado do Pará. A instituição irá disponibilizar 30 vagas para a graduação em Pedagogia Licenciatura na perspectiva Bilíngue – Língua Brasileira de Sinais (Libras) e Língua Portuguesa.

Segundo informações da Agência Pará, o curso terá duração de quatro anos e meio e formará professores, gestores educacionais e pessoas com surdez aptas a atuar na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental. A criação do curso de Pedagogia Bilíngue, na modalidade semipresencial, partiu de uma parceria com o Ministério da Educação (MEC) por meio do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines/RJ). A Uepa é a única instituição estadual a ser polo presencial da graduação.

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O manual completo do candidato, provas e resultados, assim como todas as etapas da seleção, estarão em Libras. Os candidatos cegos também terão a prova ampliada e auxílio de ledor. O edital será divulgado no primeiro semestre de 2017. Todo o processo de ensino e aprendizagem dos futuros acadêmicos do curso Pedagogia Bilíngue da Uepa contará com o auxilio tecnológico da Sala do Futuro. O espaço levará o nome do surdo que impulsionou a criação da Associação de Surdos de Belém, Claudio Tholstoi Pinto.

Na Sala do Futuro haverá um computador acoplado na mesa de cada aluno. As mesas informatizadas são totalmente flexíveis, facilitando a formação de duplas e trios. A sala ampla, totalmente climatizada, permite a locomoção do professor e dos próprios alunos entre as mesas e cadeiras, com possibilidades na mudança do layout, conforme as atividades.

 

O papa Francisco foi recebido por uma multidão e tirou selfies com jovens da Universidade de Roma Três, na Itália, instituição de ensino que o líder católico visitou nesta sexta-feira (17). Jorge Mario Bergoglio ganhou aplauso, gritos e fotografias, como uma celebridade, dos estudantes e de seus familiares.

Na Universidade, o Papa respondeu perguntas de quatro jovens, entre eles a síria Nour Essa, de 31 anos, nascida em Damasco e imigrante que chegou à Itália pela ilha de Lesbos após ganhar uma bolsa de estudos. "Santo Padre, escapei do meu país há um ano com meu marido e meu filho pequeno, Riad. Chegamos pela ilha de Lesbos, onde vivemos por um mês em um campo de refugiados. Depois, minha vida mudou graças a vocês", disse a mulher, referindo-se à visita do Papa ao local em abril de 2016 para se reunir com imigrantes.

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A ida de Francisco à Universidade foi acompanha pela ministra da Educação da Itália, Valeria Fedeli.

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) está com inscrições abertas até a sexta-feira (17) para a pós-graduação lato sensu em Língua Árabe. As aulas começam a partir do mês de março e seguem até dezembro. São 15 vagas disponíveis para estudar a morfologia e a sintaxe do idioma.

A etapa da seleção para os alunos que irão cursar a pós na UFRJ inclui uma prova escrita, na qual os candidatos precisarão traduzir um texto do árabe para o português; entrevista e análise curricular. As informações sobre os documentos necessários para a candidatura e como fazer a inscrição estão disponíveis no site da instituição.

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Segundo a coordenadora da pós-graduação e professora assistente do Setor de Estudos Árabes, Suely Lima, é preferível que os candidatos tenham formação em Letras em Língua Árabe, apesar de não ser um requisito obrigatório. “É um curso de cunho linguístico. Pessoas de outras áreas podem ter dificuldades na parte de pesquisa”, explicou a professora, com informações da Agência de Notícias Brasil-Árabe. 

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