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Nos Estados Unidos, uma estudante da Universidade de Hartford foi expulsa da instituição após ser acusada por crime de ódio. O caso aconteceu depois de Briana Brochu, de 18 anos, contaminar a escova de dente e loções faciais de sua colega de quarto, negra, que era chama por ela de "Barbie jamaicana". 

A decisão foi tomada por um tribunal nessa quarta-feira (1°). "Depois de um mês e meio cuspindo no óleo de coco dela, colocando molusco mofado em suas loções, esfregando tampões usados em sua mochila, colocando a escova de dentes dela em locais onde o sol não alcança, e muito mais, finalmente posso dizer adeus para a Barbie jamaicana", escreveu Briana Brochu em seu Instagran, antes da conta ser tirada do ar.

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A jovem negra Chennel Rowe sofreu com tudo isso porque sua colega de quarto não a queria por perto e tentava fazer com que ela saísse de lá. Chennel contou, numa transmissão ao vivo no seu perfil do Facebook, na segunda-feira (30), que, ao ler a publicação, entendeu por que se sentiu mal diversas vezes, com muita dor de garganta, por exemplo. "Eu me mudei porque senti que não era querida em meu próprio quarto", disse.

Briana foi expulsa da universidade, que tem 15% de seus alunos da graduação negros. Agora ex-aluna, ela pode responder a um processo criminal devido a suas maldades.

De acordo com o tenente Michael Perruccio, do departamento de polícia de West Hartford, em entrevista ao The New York Times, o caso começou a ser investigado no dia 18 de outubro. No entanto, foi somente no último sábado que Brianna se entregou. Ela já tinha antecedentes.

Em 2009, o então ministro da Educação Fernando Haddad, nomeado em 2005, foi responsável por comandar a criação do “Novo Enem”. No ano anterior, em dezembro de 2008, técnicos do MEC e da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República apresentaram um estudo sobre a reestruturação e expansão do ensino médio. O modelo previa um novo currículo e uma estrutura pedagógica diferente da vigente. O intuito era oferecer uma educação “atrativa e de qualidade”.

Um dos desafios do novo projeto era atrair para o Enem mais de 50% dos jovens entre 15 e 17 anos que não frequentavam o ensino médio. Com a política de fortalecimento do ‘Novo Enem’, havia a necessidade do MEC passar a ter uma maior influência sobre a definição dos currículos dos estudantes concluintes do colégio. Para ampliar a prova, o Ministério da Educação propôs a substituição dos vestibulares no Brasil pelo Novo Enem.

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Em março de 2009, o governo federal emite uma nota à Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES), na qual o ministro da educação faz a proposta de utilização do exame em substituição total ou parcial dos vestibulares:

“A nova prova do Enem traria a possibilidade concreta do estabelecimento de uma relação positiva entre o ensino médio e o ensino superior, por meio de um debate focado nas diretrizes da prova. Nesse contexto, a proposta do Ministério da Educação é um chamamento. Um chamamento Aedos n. 11 vol. 4 - Set. 2012 866 às IFES para que assumam necessário papel, como entidades autônomas, de protagonistas no processo de repensar o ensino médio, discutindo a relação entre conteúdos exigidos para ingresso na educação superior e habilidades que seriam fundamentais, tanto para o desempenho acadêmico futuro, quanto para a formação humana. Um exame nacional unificado, desenvolvido com base numa concepção de prova focada em habilidades e conteúdos mais relevantes, passaria a ser importante instrumento de política educacional, na medida em que sinalizaria concretamente para o ensino médio orientações curriculares expressas de modo claro, intencional e articulado para cada área de conhecimento”, diz trecho da proposta enviada pelo MEC.

Com o apoio da ANDIFES, o MEC e o Inep conseguiram implementar o Novo Enem e no dia 27 de maio de 2009 a Portaria Ministerial de n° 462 estabelece criação do novo formato do Exame. O documento publicado estabelecia que a prova serviria para avaliar o desempenho do aluno concluinte do ensino médio e acrescentava nos objetivos avaliar também os alunos ingressantes nos cursos de graduação.

Além disso, a prova também serviria de oportunidade para conseguir o certificado de conclusão do ensino médio. Cidadãos com mais de 18 anos que ainda não tivessem concluído a escola regular poderiam ganhar a certificação desde que obtivessem, no mínimo, 50% de aproveitamento no exame.

Em termos estruturais, a prova ganhou um novo formato a partir de 2009. Para substituir o modelo antigo, o MEC buscou criar questões multidisciplinares, em que o foco não fosse alunos decorando fórmulas, conceitos e regras. O intuito da prova é trazer os fatos do cotidiano em conjunto com os conteúdos trabalhados nas salas de aula. O Exame passou de 63 questões para um teste com 180 perguntas distribuídas em quatro cadernos de prova: Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagens e Matemática, além de uma redação. No novo modelo, o aluno tem que demonstrar capacidade de interpretar gráficos, textos, mapas e informações em diversas linguagens.

A ideia do Enem é também servir de referência para o professor implementar a reforma do ensino médio dentro da sala de aula, desenvolvendo os conteúdos de forma contextualizada e interdisciplinar. Na época, em entrevista dada para rádios de todo o Brasil e transmitida pela NBR TV, o ministro Fernando Haddad falou das mudanças feitas, em 2009, no Exame:

“O Enem tinha dois problemas: o primeiro problema é que ele não cobria o currículo do ensino médio, ele só aferia a competência na área de linguagem e uma redação, então era uma prova muito acanhada. Essa é a razão pela qual as universidades federais em geral não utilizavam o Enem como vestibular, porque ele não confiava na prova, a prova era muito acanhada. A segunda questão é que as notas do Enem não eram comparadas de um ano para o outro, acontecia de ter uma prova fácil num ano, uma prova difícil no ano seguinte, uma prova intermediária no ano seguinte, então não havia padrão, não existia um nível de dificuldade pré-testado. Cada ano era uma prova, agora não. (...) Se você tomar o conteúdo do ensino médio hoje ele empilhou os conteúdos dos programas de vestibular. Nós vamos enxugar esse conteúdo, vai permitir a professora aprofundar o debate em sala de aula e não ficar com aqueles processos mnemônicos para você saber todas aquelas fórmulas, não tem computador no mundo que decore aquelas fórmulas, e utilize aquelas fórmulas, não é o problema de decorar fórmula é saber o que está por trás da fórmula”, disse Haddad.

A nacionalização do Enem e a chegada do Sisu

Em 2010, foi criado o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), ferramenta online que cruza os dados das vagas nas instituições de ensino com a nota dos alunos no Exame, possibilitando que os estudantes busquem vagas nas universidades públicas de todo o país. A plataforma foi desenvolvida pelo Ministério da Educação brasileiro e, na prática, a ideia é que as pessoas que realizarem o Enem possam se inscrever nas instituições de ensino superior que aderiram totalmente ou parcialmente, com uma certa porcentagem de suas vagas, à nota do Exame como forma de ingresso, em substituição ao vestibular tradicional.

Além das instituições públicas, o Enem também passou a ser aceito como processo de seleção complementar ou principal nas mais prestigiadas universidades privadas do país. Em 2009, uma das maiores instituições do país, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), passou a utilizar o Enem como substituição da primeira fase de seu vestibular. No ano seguinte, selecionou 40% dos alunos pelo Sisu e manteve as provas discursivas para o ingresso dos demais. Já em 2011, decidiu substituir em totalidade seu vestibular tradicional pelo Enem.

Pela primeira vez em Pernambuco, uma instituição aderiu em totalidade os resultados do exame para o acesso ao ensino superior. A partir de 2009, o Enem passou a ser a etapa única de ingresso nos cursos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), conforme orientação do Ministério da Educação.

Última instituição federal nordestina a aderir ao Sisu, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) optou substituir a seleção tradicional, realizada pela Covest, pelo Enem em 2015. Até o vestibular 2014, o Enem servia apenas como primeira fase para ingressar na instituição. De acordo com informações da assessoria de comunicação da UFPE, a Covest, responsável por elaborar a prova da segunda fase do vestibular, continua fazendo provas para outros concursos da unidade de ensino após a mudança.

Em entrevista à imprensa pernambucana, o reitor Anísio Brasileiro comemorou a decisão na época. "O Sisu é uma maneira muito boa de agregar mais alunos do interior e de escola pública e, provavelmente, trará alunos de outros estados. Mas isso é uma coisa boa. O sistema Enem-Sisu fortalece a qualidade da entrada dos estudantes na UFPE, que é o nosso objetivo. Ele fortalece uma visão republicana e nacional da educação pública superior e os laços com a educação básica e o ensino médio", disse.

Em julho de 2015, a Universidade de Pernambuco (UPE) oficializou a adoção do Enem como uma forma de ingressar nos cursos oferecidos pela instituição, em substituição ao vestibular tradicional. Os candidatos concorrem a uma vaga na instituição através do Sistema Seriado de Avaliação (SSA) ou através do Sistema de Seleção Unificada, o Sisu. A UPE era a única universidade no Nordeste que ainda mantinha o sistema de prova tradicional. Atualmente, o Exame é utilizado por 1.434 instituições de ensino superior de todo o Brasil para selecionar candidatos para as suas vagas. Das 63 universidades públicas brasileiras, 58 já utilizam esse sistema.

A expansão do Enem e a democratização do acesso ao ensino superior

Com quase duas décadas de existência, o Exame Nacional do Ensino Médio se tornou a maior prova educacional do Brasil e atualmente já é considerado uma referência de modelo para outros países do mundo, de acordo com o Ministério de Educação. Nesse cenário, políticas e programas de ação afirmativa para o ingresso ao ensino superior.passaram a ocupar o centro das discussões.

Em 2012, foi sancionada Lei de Cotas 12.711, em que foi instituída a reserva de 50% vagas em todos os cursos nas instituições federais de ensino superior levando em conta critérios sociorraciais. A medida foi considerada constitucional por unanimidade no Superior Tribunal Federal, em julgamento histórico com relatoria do ministro Ricardo Lewandowski. Na época, apenas 2% dos negros conquistavam diploma universitário no Brasil. O ministro pontuou que os discriminados tinham potencial enorme para contribuir para uma sociedade mais avançada.

Com a expansão do Enem aliada às políticas públicas de democratizar a educação brasileira para impulsionar as bases da igualdade e da justiça na sociedade, o percentual de negros no nível superior quase dobrou em dez anos. Em 2005, apenas 5,5% dos jovens pretos ou pardos de 18 a 24 anos frequentavam uma faculdade. Já em 2015, três anos após a implementação da política de cotas, 12,8% dos negros na mesma faixa etária estão matriculados no ensino superior. A pesquisa foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o IBGE, a dificuldade de acesso dos estudantes negros ao ingresso em universidades reflete o atraso escolar, maior neste grupo do que no de alunos brancos. Outros dados do órgão revelam que na idade em que os negros deveriam estar na faculdade, 53,2% ainda estão cursando nível fundamental ou médio.

“Essas políticas vão desde o aumento de reservas de vagas nas instituições públicas direcionadas aos alunos de diferentes perfis (pessoas com deficiência, procedentes de escola pública, com baixa renda familiar, etnias específicas etc) até o aumento do financiamento estudantil reembolsável ou não reembolsável disponível aos alunos”, diz o documento do IBGE. Em nota oficial publicada em seu site, no dia 15 de Setembro de 2011, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) estabeleceu que os resultados do Enem também têm sido utilizados para democratizar o acesso à educação superior no Brasil.

Primeiro da família a entrar na universidade, aluno cotista realiza sonho distante

Fotografia: Paulo Uchôa/LeiaJáImagens

Desde a infância, o estudante Emanuell George, de 20 anos, sempre sonhou em ser médico, advogado ou ter uma profissão que pudesse transformar a sociedade e ensinar as pessoas. O sonho parecia distante porque o acesso a uma universidade por pessoas de seu ciclo social e familiar era mínimo ou quase inexistente.

Do jardim da infância até o ensino fundamental, a família de Emanuell conseguiu bancar o pagamento de um pequeno colégio de bairro, onde a educação não era uma referência, mas sabendo da realidade do ensino público no Brasil era uma opção viável. Aos 15 anos, quando foi cursar o ensino médio, ele precisou ingressar em uma instituição pública. Em toda sua trajetória, Emanuell diz ter poucos amigos que conseguiram o acesso a uma universidade pública.

“É uma quantidade muito pouca de pessoas que estudei a minha vida todinha. As pessoas que têm dinheiro conseguem ter uma base maior de estudo. É só olhar a turma de medicina na Universidade, por exemplo, quase todo mundo é branco e classe média”, conta. Para Emanuell, antigamente a faculdade pública era um sonho tão distante para jovens negros e de baixa renda que a opção é muitas vezes descartada e tida como uma utopia. “Eu acho que hoje em dia o cenário tem se modificado porque com as políticas públicas de igualdade, a gente já percebe que os centros acadêmicos começam a ficar com a cara do povo brasileiro”, diz.

Uma pesquisa divulgada pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior revela que dois terços dos alunos entrevistados de universidades públicas, ou 66,19%, vêm de famílias com renda per capita de até 1,5 salário mínimo, um aumento de 50% no acesso desses jovens ao ensino público superior em relação à pesquisa anterior, feita em 2010. Outro dado relevante do estudo é sobre o perfil dos estudantes nas 63 universidades federais do Brasil. Os dados revelam que 49% dos alunos dessas instituições vieram de escolas públicas, sendo que 60,16% deles foram formados apenas pelo ensino público. 

A estudante Manuella Mirella é a presidente da União Pernambucana dos Estudantes (UEP). (Fotografia: Paulo Uchôa/LeiaJáImagens)

Por meio do documento, a pesquisa consagra esses dados a um maior acesso desses estudantes às provas do Enem, sobretudo em municípios do interior, ao Sisu, à política de cotas e ao Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), programa que oferece assistência (auxílio moradia, alimentação, transporte, saúde, entre outros) aos alunos de baixa renda.

Em 2012, quando foi estabelecida a política de cotas, Emanuell ainda era jovem, mas por ser negro e estudante de uma escola pública se viu inserido no debate constante entre os que concordavam e os do contra. “A cota se tornou um instrumento de socialização. Acho justo que se um jovem negro e da periferia tem o sonho de entrar na faculdade e o governo pode dar um auxílio nisso, essa oportunidade não pode ser deixada de lado”, afirma.

Cotistas por ser negro e estudante de uma instituição do governo do estado, Emanuell conseguiu realizar o sonho em 2017. Ele fez a prova do Enem e foi aprovado para cursar licenciatura em química na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). “Eu me sinto realizado hoje. Isso é um sonho de família porque era tão distante para as pessoas de onde eu vim e com as cotas, eu finalmente consegui”, conta.

Para a presidente da União Pernambucana dos Estudantes (UEP), Manuella Mirella, o Enem é um mecanismo de democratização do acesso às políticas públicas de educação. “Antigamente, só quem estava na Universidade era quem podia pagar o cursinho e a escola mais cara. Através das cotas, a gente consegue introduzir uma pluralidade e diversidade de pessoas dentro das faculdades”, afirma.

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Reportagem integra o ‘Especial Enem: da prova ao sonho do ensino superior’, produzido pelo LeiaJá. As matérias abordam a história do Exame e de que forma ele se tornou uma das principais provas educacionais do Brasil. A seguir, leia as demais reportagens:

--> A origem do Enem e o trajeto evolutivo da prova

--> Uma prova, várias possibilidades

--> Enem mudou características dos cursos preparatórios

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--> Enem 2017: entenda a dinâmica da prova

O acesso à educação de qualidade sempre foi mote de discussão no contexto das desigualdades sociais do Brasil. Chegar à universidade, por exemplo, não contemplava a grande massa da população brasileira. A oportunidade era para poucos. No entanto, por meio de uma política de democratização do ensino superior, o Enem tornou-se uma ferramenta mais do que fundamental e abriu portas para jovens que, até então, viam o sonho do diploma em um patamar distante.

Em 2010, o governo federal criou um processo seletivo destinado à entrada de brasileiros em universidades públicas. Gerenciado pelo Ministério da Educação (MEC), o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) surgiu em meio a polêmicas e dúvidas sobre se beneficiaria ou não os candidatos, até então submetidos a diferentes vestibulares que permitiam o ingresso nas instituições de ensino superior; o debate girava em torno de uma mudança drástica nas seleções, que eram independentes e apresentavam critérios seletivos diferentes de uma para outra universidade. Além do Sisu, o sistema de cotas também representou um marco importante e necessário na educação brasileira. Todos esses recursos têm em comum a utilização das notas do Enem para selecionar os candidatos.

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Todos os candidatos interessados em participar do Sisu devem ter feito Exame Nacional do Ensino Médio. Quando o Sistema abre inscrições pela internet, o candidato precisa escolher, por ordem de preferência, até duas opões de cursos e em qual universidade pretende estudar. Caso o participante não se encaixe no sistema de cotas, ele concorrerá no grupo de ampla concorrência.

A depender da nota obtida no Enem – divulgada geralmente no mês de janeiro -, o estudante pode ocupar a primeira opção de curso e realizar a matrícula na universidade. Caso seja selecionado para a segunda opção, ele também pode mostrar o interesse de tentar ingressar na primeira graduação almejada participando de uma lista de espera; havendo desistências ou perca de prazos dos selecionados nas primeiras opções, as vagas serão repassadas aos candidatos da relação de espera.


As primeiras inscrições para as edições do Sisu abrem sempre no início de cada ano. As vagas iniciais são para entrada no primeiro semestre e, na metade do ano, o processo seletivo destina oportunidades para o segundo semestre. As universidades federais adotaram o Sistema para o ingresso de novos estudantes, porém, utilizam pesos diferentes nas notas a depender da graduação. Confira todas as informações sobre o processo seletivo no site oficial do Sisu.

Direito à educação pública

Aos 26 anos, Eduardo Cavalcanti comemora duas importantes conquistas em sua vida. A primeira, uma formação superior no curso de serviço social. A segunda e mais recente é motivo de orgulho não apenas para ele, mas também para os amigos de infância que acompanharam o jovem recifense se dedicar a horas e horas de estudo. Em 2016, após ter participado do Enem, foi aprovado para a graduação de direito via Sisu na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Um marco, segundo ele, que representa bem mais do que um novo diploma.

Eduardo viu de perto os resquícios de uma comunidade periférica do Recife onde nem todas as pessoas tiveram a oportunidade de se dedicar aos livros. Mas nesta mesma comunidade onde nasceu e construiu sua família, acompanhou a evolução do Enem como principal porta de entrada no ensino superior brasileiro; durante toda sua vida escolar, Eduardo foi aluno de escola pública e afirma, sem dúvidas, que o Exame Nacional do Ensino Médio democratizou a educação brasileira.

Na Faculdade de Direito do Recife, uma das mais importantes instituições de ensino do Brasil, o jovem relembra os momentos de dificuldade. Revive seu árduo caminho na educação, pois depositou nos livros a esperança por uma vida melhor para ele e seus familiares. Hoje, já está no segundo período do curso e participa de projetos de extensão que têm o objetivo de levar contribuições para a sociedade; ele presta serviços jurídicos para pessoas privadas de liberdade.

“Quando o Enem abriu oportunidades e graças ao sistema de cotas, democratizou bastante a educação. Antes a gente tinha pequenos percentuais de negros e pobres na universidade e hoje, por meio do Enem, temos uma população bem maior no ensino superior. Quando uma pessoa de origem pobre, como eu, chega à universidade, acaba virando um exemplo de superação para as outras pessoas de comunidades periféricas”, relata o estudante.

“Acredito que o Enem, atrelado ao Sisu, foi muito importante para os brasileiros. Sem ele, acredito que a gente estaria com a população de baixa renda ainda distante do ensino superior. Ainda não somos 100% contemplados, mas já temos um acesso interessante das camadas mais pobres nas universidades”, complementa Eduardo, que traz mais detalhes da sua trajetória no vídeo a seguir:

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Enem também levou brasileiros às universidades privadas

Outra importante ferramenta nacional de fomento à educação de nível superior, o Programa Universidade Para Todos (ProUni), criado pelo governo federal em 2005, também é fundamental para o processo de entrada dos brasileiros nas universidades. De acordo com MEC, só neste ano foram ofertados mais de 63 mil cursos em instituições privadas de ensino. Assim como o Sisu, o ProUni seleciona candidatos por meio das notadas obtidas no Enem.

Com oportunidades distribuídas em todo o território nacional, o ProUni oferece bolsas integrais e de 50% em universidades privadas. Podem ser beneficiados brasileiros que finalizaram o ensino médio em escolas públicas ou em unidades de ensino particulares na condição de bolsistas, e até então não cursaram uma graduação; também devem ter feito o Enem do ano imediatamente anterior à edição do Programa, bem como é necessário nota mínima de 450 pontos. Na redação, em nenhuma hipótese, deve ter nota zero; Veja essas e outras exigências no site oficial do ProUni.

Natural da cidade de Surubim, no Agreste de Pernambuco, a jovem Talina Tassi, de 20 anos, expressa no sorriso a alegria em chegar ao ensino superior. E não é para menos. Há três anos, ele conseguiu realizar o sonho de cursar medicina de maneira gratuita; foi aprovada na UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau – localizado no Recife -, por meio do ProUni.

“Fui bolsista de escola privada, a minha mãe era professora. Mesmo mais nova, já sabia que queria cursar medicina. Sempre ficava incomodada em ver uma pessoa passando mal e não poder ajudá-la. No entanto, foi muito complicado ingressar no curso pela ampla concorrência, mas, graças a Deus, meus pais nunca deixaram de me apoiar”, diz a jovem estudante.

De acordo com Talina, a única forma de estudar medicina seria em uma universidade pública ou na condição de bolsista integral na rede privada. Ela afirma que sua família não teria condições financeiras de arcar com os custos da graduação. A pernambucana resolveu focar nos conteúdos pedagógicos do Enem e não se prendeu às características dos processos seletivos. “Eu aprendia o conteúdo do Enem e não estudava para vários vestibulares. O foco sempre foi o Enem, porque se eu fizesse um bom exame, teria chances de entrar no ProUni ou Sisu, por exemplo”, explica.

A estratégia adotada por Talina teve êxito. Depois de ter feito um bom Enem, conseguiu a bolsa integral no curso de medicina da UNINASSAU. “Foi uma sensação incrível, é muito bom ver essa forma de inclusão social por meio do Enem. Estou satisfeita, é muito gratificante”, comenta a universitária, que pretende se especializar em pediatria.

O Enem também é o processo seletivo do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Estudantes brasileiros podem ter seus cursos de graduação financiados pelo governo federal e, apenas depois da formação concluída, arcarão com os pagamentos do financiamento.

Os candidatos interessados no Fies devem ter tido nota tido nota mínima no Enem de 450 pontos. Eles também não podem ter zerado a prova de redação. Outra exigência, de acordo com o MEC, é que os participantes do Fies precisam comprovar renda familiar mensal de até três salários mínimos. Mais informações podem ser obtidas no site do Fundo.

Reportagem integra o ‘Especial Enem: da prova ao sonho do ensino superior’, produzido pelo LeiaJá. As matérias abordam a história do Exame e de que forma ele se tornou uma das principais provas educacionais do Brasil. A seguir, leia as demais reportagens:

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Reforçando sua importância como meio de acesso à universidade, o Enem promete em 2017 reunir milhões de estudantes de todos os cantos do país. Nesta edição, o MEC confirmou exatamente 6.731.203 candidatos inscritos para as provas que serão realizadas nos dias 5 e 12 de novembro. Responsável pela organização do Exame, o Inep informou que a prova será aplicada em mais de 1.700 cidades, em 12.416 prédios. As datas deste ano, sobretudo, não foram escolhidas aleatoriamente. 

Em 2016, o Enem foi realizado em apenas um final de semana, no sábado e no domingo. No entanto, havia reclamações contra a intensa maratona de horas que envolviam a prova, o que levou o MEC a realizar uma pesquisa para buscar sugestões dos candidatos. De 18 de janeiro a 17 de fevereiro deste ano, os brasileiros puderam participar de uma consulta pública para apresentar propostas para melhorar a aplicação da prova. Segundo o Ministério da Educação, mais de 600 mil pessoas, entre estudantes e professores, participaram do levantamento; 63,7% dos pesquisados escolheram a realização do Exame em dois dias e 42% optaram por dois domingos.

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O ministro da Educação Mendonça Filho destacou a importância das mudanças em entrevista à assessoria de imprensa do MEC. Um dos pontos levantados por ele foi a situação dos sabatistas, que por questões de crença guardam o sábado e apenas começavam a responder a prova horas depois dos demais candidatos. “Vamos atender aos jovens que ficam muito cansados com a maratona de dois exames seguidos e, ao mesmo tempo, a uma demanda histórica de sabatistas, que viviam uma situação desumana, com enorme desgaste físico e emocional. A gente vai continuar buscando segurança e transparência na aplicação da prova. As mudanças que foram introduzidas simbolizam e vão ao encontro da nossa visão”, destacou Mendonça Filho.

 

Ministro da Educação Medonça Filho e a presidente do Inep, Maria Inês Fini. Foto: José Cruz/Agência Brasil 

No primeiro domingo (5), os candidatos terão pela frente as provas de Linguagens, Ciências Humanas e Redação, durante cinco horas e 30 minutos. Já no dia 12, os feras responderão questões de matemática e Ciências da Natureza e suas Tecnologias em um período de quatro horas e 30 minutos. Ao todo, serão 180 questões distribuídas entre as áreas. Confira no edital.

Para a presidente do Inep, Maria Inês Fini, é fundamental que os candidatos mantenham a tranquilidade durante a prova para que coloquem em prática tudo o que foi aprendido durante o ano. “Aqui no Inep, estamos todos empenhados para organizar uma situação para você demonstrar tudo que sabe. Leia jornais, revistas, converse com os amigos, professores e com a família. Preste bastante atenção na maneira pela qual você defende seu ponto de vista, ouvindo também os pontos de vista dos outros acerca dos problemas que você conversa. Vale também dar uma lida nas provas anteriores. Olhe ao seu redor! Fique muito tranquilo! Nós preparamos uma prova para você demonstrar tudo que sabe, basta ter tranquilidade. Você já está preparado, apenas capriche mais um pouco”, aconselhou Maria Inês Fini. De acordo com o Inep, cerca de 600 mil pessoas vão trabalhar durante a prova, em funções como fiscais e coordenadores.

Outro ponto importante e que merece a atenção dos candidatos é em relação ao horário. Como alguns estados brasileiros adotaram o Horário de Verão, os feras precisam ajustar os relógios e fixar o cronograma de abertura e fechamento dos portões dos locais de aplicação do Exame. No site do MEC, um texto faz uma clara orientação aos participantes: “No Acre, os portões fecham às 10h. Já nos estados do Amazonas, Rondônia e Roraima os candidatos só poderão entrar no local da prova até às 11h. Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins fecharão os portões às 12h. Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, às 13h. 

As provas deverão ser iniciadas exatamente às 13h30, horário de Brasília; em Recife, por exemplo, começará 12h30. Os candidatos poderão deixar os locais de prova duas horas após o início, porém, quem quiser levar o Cartão-Resposta apenas deixará o prédio nos 30 minutos finais de aplicação. As regras sobre os horários podem ser consultadas na matéria do LeiaJá. 

Perfil dos candidatos

De acordo com o Inep, dos mais de 6 milhões de inscritos no Enem 2017, 58,6% são mulheres e 41,4% são homens. No que diz respeito à declaração na inscrição, 46,9% dos participantes são da cor/raça parda; 35% branca; 13,3% preta; 2,3% amarela e 0,7% indígena. Ao todo, 1,9% dos inscritos não declararam cor/raça.

Sobre o nível de ensino, mais de 63% dos candidatos já finalizaram o ensino médio e 26,5% devem concluir esse ano. Segundo o Inep, quase 9% só devem finalizar após 2017. “Esse último grupo é dos chamados treineiros, como são chamados os participantes que fazem o Exame com objetivo de uma auto-avaliação”, informou o Inep por meio da sua assessoria de imprensa. 

Inep promete segurança

Neste ano, entre as principais estratégias de segurança, as provas serão personalizadas. Pela primeira vez em sua história, o Enem terá uma prova com o nome e número de inscrição do candidato. Os cadernos de questões e o cartão de respostas contarão com a identificação dos candidatos.

O Inep também divulgou que os locais de prova terão detectores de ponto eletrônico. “Nosso objetivo é combater os pontos eletrônicos que, infelizmente, ainda são usados em exames de grande expressão como o Enem", declarou Mendonça Filho, durante o Encontro Nacional para Alinhamento Operacional do Exame Nacional do Ensino Médio.

De acordo com o MEC, o recurso é um receptor avançado de detecção de campo próximo, capaz de identificar a emissão de sinais em radiofrequência WiFi, Bluetooth, celulares e transmissões ilegais.  

“O recurso será usado para localizar e identificar, com precisão e sem a necessidade de busca pessoal, participante que tentarem usar pontos eletrônicos ou aparelhos de transmissão e que, eventualmente, possam ter burlado a inspeção por meio dos detectores de metal. A adoção dessa nova tecnologia reforça a estratégia de segurança do Enem, que já utiliza detectores de metais para a fiscalização e identificação de aparelhos eletrônicos. Os detectores são usados desde 2014 de forma amostral e estão presentes em todas as 13.620 coordenações de aplicação do Enem 2017”, informou o MEC, em seu site oficial. 

A utilização dos pontos eletrônicos e detectores de metal é uma ação estratégica de segurança, segundo a Polícia Federal. O delegado Franco Perazzoni garantiu que existe um sérvio de inteligência para combater fraudes. "Existem, hoje, pontos eletrônicos quase imperceptíveis. À medida que o crime organizado aumenta, vamos também inserir novas soluções de segurança. Estamos planejando essa aplicação há mais de um ano e tudo que a Polícia Federal tem proposto vem sendo acatado pelo MEC e Inep", argumentou o delegado federal conforme informações do site do MEC. 

O Inep também promete reforçar a segurança nos banheiros dos prédios de aplicação da prova. Segundo o órgão, haverá 67 mil detectores de metal nesses locais que devem garantir a vistoria dos estudantes na entrada e na saída. A estimativa é que para cada 100 candidatos, um detector estará disponível. 

Em entrevista à TV MEC, a presidente do Inep garantiu que uma grande equipe está trabalhando para manter a tranquilidade do Exame antes, durante e depois da aplicação da prova. “Nós estamos com todas as providências tomadas, toda equipe de monitoramento da operação está pronta para garantir o sucesso. Estamos trabalhando para manter a ordem nos dias das provas, para que nossos jovens e adultos tenham toda a tranquilidade. As provas são elaboradas em ambientes seguros e, quando saem da sede do Inep, vão para uma gráfica de segurança máxima, onde são manipuladas para que não haja vazamento. Temos uma rede de servidores federais que acompanharão a aplicação da prova, além dos coordenadores”, garante Maria Inês Fini. Durante a distribuição das provas, forças de segurança como o Exército e a Polícia Militar fazem a escolta dos veículos que levam os cadernos até os prédios. 

Fique atento - O Ministério da Educação promete divulgar o gabarito oficial da prova em até três dias úteis depois do último domingo do Exame. Já o resultado está previsto para janeiro de 2018, por meio do site oficial do Enem ou por meio do aplicativo disponibilizado gratuitamente.

Reportagem integra o ‘Especial Enem: da prova ao sonho do ensino superior’, produzido pelo LeiaJá. As matérias abordam a história do Exame e de que forma ele se tornou uma das principais provas educacionais do Brasil. A seguir, leia as demais reportagens:

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Mais uma vez a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) foi eleita como a melhor instituição pública do Nordeste. De acordo com a assessoria de imprensa da UFPE, o resultado foi concluído a partir de índices alcançados na avaliação de cursos superiores do Guia Do Estudante, que lhe concedeu o 1° lugar do Prêmio Melhores Universidades 2017.

Esta já é a 27ª edição do prêmio, que todos os anos considera aspectos como professores mestres e doutores, projeto pedagógico, inovação nas metodologias de ensino e instalações físicas, nas suas avaliações. A partir dessa análise, são identificadas as melhores instituições de Ensino superior (IES) do Brasil, as que mais se destacam em oito áreas do conhecimento e também as melhores instituições de cada região. Entre as instituições públicas, o primeiro lugar ficou com a Universidade de São Paulo (USP).

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Apesar de ter conquistado o primeiro lugar no Nordeste, a UFPE caiu no ranking da melhor instituição pública do Brasil. No ano passado, a colocação foi o 13° lugar, porém, neste ano a Universidade ficou em 16°. Em 2017, foram avaliados 88 cursos superiores da instituição pernambucana. Os resultados completos da premiação podem ser consultados no site do Guia do Estudante.   

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A Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP) está oferecendo 24 cursos livres de extensão na área de humanas para a população em geral.

As disciplinas são: História das Relações Internacionais I, História do Brasil Colonial I, Universo e Economia Hoje, entre outras.

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Para se inscrever os interessados devem acessar o site: http://univesptv.cmais.com.br/cursos.  

Os atuais desafios dos direitos humanos no país, educação popular e movimentos sociais na Amazônia foram temas debatidos em duas mesas-redondas promovidas por professores dos cursos de Pedagogia, História e Relações Internacionais da Universidade da Amazônia (Unama). Os debates ocorreram na última quarta-feira (18/10), no auditório David Mufarrej, no campus Alcindo Cacela. Além de alunos e professores, estiveram presentes representantes de movimentos sociais e da Comissão Estadual de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PA). O evento fez parte da programação da semana profissionalizante.

A mesa-redonda “Os desafios atuais dos direitos humanos no Brasil, reflexões para a docência” contou com a participação da Comissão de Direitos Humanos da OAB e de especialistas em coordenação pedagógica. A mesa debateu sobre a importância da educação dos direitos humanos dentro de escolas e principalmente em meios acadêmicos.

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Jose Neto, advogado e presidente da Comissão Estadual de Direitos Humanos da OAB-PA, detacou a importância de haver debates sobre direitos humanos na educação, no atual momento do país. “A importância é fundamental. A educação de Direitos Humanos tem que ser de forma contínua e reiterada. O que vivemos hoje talvez seja um momento em que a população está descrente nas instituições, isso leva por exemplo a questões como a justiça com as próprias mãos. Esse debate sobre a valorização do ideal de educação e Direitos Humanos é fundamental”, enfatizou o advogado.

Trazendo ainda mais os debates para a questão amazônica, a segunda mesa “Educação Popular e Movimentos Sociais na Amazônia: Construindo redes de promoção e defesa dos direitos humanos” contou com a presença de representantes de movimentos sociais da região, como o Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa), Movimento dos Atingidos por Barragens, Comunidades Quilombolas e Coletivo Tela Firme.

A representante do Cedenpa, Maria de Fátima, explicou que o debate traz visibilidade para os grupos e movimentos sociais do Estado, e enfatizou a importância de mostrar a discussão sobre racismo para a juventude. “É fundamental para nos tirar da invisibilidade. Há um agrupamento muito forte na nossa cidade, no nosso Estado, que mal nos conhece, e nós pretendemos ser porta-vozes da população do Pará, das mulheres, dos negros”, enfatizou Maria. “Falando enquanto militante do Cedenpa e do movimento Feminismo Negro, é importante também que a juventude desperte pra essa realidade, sair da letargia e da falta de informação. Muitas pessoas que têm preconceito contra o movimento social pensam diferente quando nos conhecem, quando veem o nosso trabalho, nosso compromisso e os resultados disso”, completou.

O Coletivo Tela Firme é um projeto de audiovisual desenvolvido no bairro da Terra Firme que promove comunicação popular. Isabela Chaves, integrante do coletivo, esteve presente no debate e afirmou que é necessário que a comunidade e universidade dialoguem e quebrem muros de comunicação. “Eu acho também importante a quebra do muro. Quando se fala de universidade e comunidade, quando a gente ocupa esse espaço, a gente traz o diálogo de conversar com a comunidade e a universidade, e assim ver que medidas a gente pode tomar para mudar a realidade, tanto da comunidade quanto a universidade e fazer”, afirmou.

Por Ariela Motizuki e Erick Fonseca.

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Esta semana comemoramos uma das profissões mais importantes e gratificantes da sociedade: a de professor. A profissão que ensina e faz surgir novos profissionais capacitados em diversas áreas no mercado de trabalho, como médicos, físicos, farmacêuticos e engenheiros, atualmente enfrenta vários desafios, dentre eles o de preparar os novos professores, a incorporação da tecnologia e as novas linguagens.

Dom Pedro II dizia que se não fosse imperador, seria professor. Já Albert Einstein dizia que o professor tem a tarefa essencial de despertar a alegria do trabalho e do conhecer. A verdade é que a docência é uma das profissões mais complexas de se fazer bem-feito. Traz consigo o desafio de ensinar 40, 60 alunos de uma mesma sala com demandas e históricos diferentes - alunos de variados estilos: desinteressados, desmotivados, despreocupados, irresponsáveis, tímidos, distraídos, impacientes e etc. Mesmo diante de tantas diferenças, cabe ao professor saber instigar a curiosidade de cada um deles e motivá-los.

O bom professor deve acolher as diferenças e considerá-las no processo de ensino-aprendizagem, reconhecendo que cada estudante aprende de uma forma diferente, tem um contexto próprio e precisa ser reconhecido como indivíduo. Ele deve aprender a conhecer a realidade do aluno, da sua família e da comunidade em que a escola e estes estudantes estão inseridos para poder desempenhar seu papel com maestria.

O papel do professor já não é o mesmo do passado, pois antes ele detinha “todo” conhecimento e passava aos seus alunos aquilo que havia estudado sem reflexão ou visão crítica dos conteúdos. Hoje, felizmente, podemos e devemos ensinar nossos alunos a pensar, a questionar e a aprender a discernir, para que possam construir opiniões próprias. Uma das frases da qual mais gosto é a do educador Paulo Freire, que diz: “Ser professor é ter a certeza de que faz parte de sua tarefa docente, não apenas ensinar conteúdos, mas também ensinar a pensar certo”. 

Um bom professor tem um papel fundamental na vida do seu aluno. Aqueles que desempenham seu papel por vocação e com amor, inspiram os alunos a desenvolver-se integralmente, já que o verdadeiro objetivo da educação não é meramente prover informação, mas o estímulo de uma consciência interna.

O PNE (Plano Nacional de Educação) dedica quatro de suas 20 metas aos professores: prevê formação inicial, formação continuada, valorização do profissional e plano de carreira. Para que se tenha uma dimensão do trabalho que o país tem pela frente, entre os 2,2 milhões de docentes que atuam na educação básica do país, 24% não possuem a formação adequada, conforme dados do Censo Escolar 2014. Se nós não cuidarmos dos professores da educação básica, estamos fadados a continuar tendo dados educacionais de baixo nível.

Ensinar é muito gratificante. Fui professor da Faculdade de Direito da UFPE por mais de 20 anos. O professor tem de estar convencido do valor da educação e também se interessar pelos jovens. Caso contrário, ele jamais será um professor competente, bem-sucedido, motivado e satisfeito com a profissão. Parabéns a todos os professores pelo seu dia!

A maioria dos participantes da Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Asduerj) decidiu, na última quarta-feira (4) manter a greve da categoria, iniciada na terça-feira (3). O diretor da entidade, Guilherme Abelha, disse que é preciso nacionalizar o debate sobre a universidade pública e defendeu uma greve nacional para protestar contra os cortes no financiamento das instituições. “Nós vemos similitudes entre o que está acontecendo com a Uerj e outras universidades. O próprio sistema federal está com problemas gravíssimos de custeio, não só as universidades, mas os centros de pesquisa também”.

Salários

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Os professores da Uerj estão com os salários de agosto e setembro e o décimo terceiro salário de 2016 atrasados. A Uerj é vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social, e não à Secretaria de Educação, cujos profissionais, segundo Abelha, estão recebendo os salários dentro do calendário previsto. “Nós estamos atentos a essa falta de isonomia e estamos muito insatisfeitos com essa questão”. Esta é a segunda greve deste ano na Uerj. A primeira ocorreu em agosto.

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A prestigiosa Universidade britânica de Oxford decidiu retirar de suas paredes um retrato da líder birmanesa, Aung San Suu Kyi, ex-estudante da instituição, enquanto a ONU acusa Mianmar de fazer uma limpeza étnica entre a minoria rohingya.

"No início de setembro, recebemos um novo quadro que decidimos exibir. O quadro de Aung San Suu Kyi foi guardado em um lugar seguro", justificou a universidade em um breve comunicado, rejeitando qualquer ligação entre essa decisão e a atual crise em Mianmar.

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O retrato de Aung San Suu Kyi foi feito em 1997 pelo pintor chinês Chen Yanning. Em seu lugar, agora está a tela "Morning Glory", do artista japonês Yoshihiro Takada.

Aung San Suu Kyi estudou Política, Economia e Filosofia nessa universidade, entre 1964 e 1967.

Agraciada com o Prêmio Nobel da Paz em 1991 por sua resistência pró-democracia contra a junta militar, a "Dama de Rangun" chegou a receber o título "honoris causa" em Direito por Oxford em 2012.

A Universidade Federal do Pará (UFPA) divulgou na sexta-feira (29) os editais do Processo Seletivo 2018 (PS-2018) e do Processo Seletivo Especial (PSE) destinado a candidatos indígenas e quilombolas, aprovados pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe). As novidades deste ano são a criação da Mobilidade Acadêmica Afirmativa (MOBAF) e do Sistema de Oferta de Vagas (SOV). Outra alteração será no sistema de cotas, com a inclusão das vagas para pessoas com deficiências (PcD) no sistema geral de reserva de vagas, além do aumento da taxa de inscrição, de R$ 35,00 para R$ 50,00.

As inscrições para o processo seletivo podem ser feitas 3 a 30 de outubro pelo site do Centro de Processos Seletivos (Ceps). O Consepe manteve a concessão de bônus de 10% aos candidatos que tenham cursado todo o ensino médio em escola pública nos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Também será mantido o percentual de 20% das vagas dos cursos ofertadas a candidatos que optarem pelo Sistema Único do Ministério da Educação (SiSU/MEC).

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O processo de Mobilidade Acadêmica Afirmativa consiste em um sistema de mobilidade interna que possibilita aos alunos indígenas e quilombolas, aprovados em processos seletivos especiais da UFPA em anos anteriores, a troca de curso na Universidade. De acordo com a UFPA para o MOBAF, as inscrições serão gratuitas e se iniciam em outubro. Os candidatos farão uma prova de redação e neste processo não será exigido o percentual mínimo de integralização do curso, apenas que não tenham concluído 75% do percurso acadêmico. As provas serão aplicadas nos municípios de Abaetetuba, Altamira, Belém, Cametá, Castanhal e Soure, conforme solicitação de representantes das comunidades indígenas e quilombolas, durante a realização do primeiro Seminário de Cotas da UFPA.

Para o sistema de cotas, a inclusão do candidato que se declara Pessoa com Deficiência (PcD) concorrerá dentro do sistema de cotas para alunos da rede pública de ensino, da mesma forma que os candidatos que se autodeclaram negros, pardos ou indígenas.

Por Ariela Motizuki.

A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe) realizará o seminário “Concepções e Modelos de Universidade Pública e Estatal”, em parceria com a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes). O evento será realizado na próxima quarta (28) e quinta-feira (29), no auditório Professor Paulo Rosas, que fica na Avenida dos Economistas, sem número, na Cidade Universitária, no Recife.

Voltado a estudantes, professores e técnicos da universidade, o evento reunirá, de acordo com a associação, “ícones das instituições de ensino superior de todo país para debater os conceitos que envolvem a universidade brasileira”. De acordo com o presidente da Adufepe, Augusto Barreto, “esse evento é fundamental para discutir um novo projeto de estado". "Discutir concepções é refletir sobre a universidade que queremos e principalmente sobre o que precisamos mudar nela”, completou.

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Na quinta-feira, os temas dos debates pela manhã serão 'Os modelos e Concepções de Universidade', com a professora Silke Weber (UFPE), o professor Naomar de Almeida Filho (UFSB) e o presidente do Proifes, Eduardo Rolim. À tarde, o tema será “Aspectos Estruturais da Universidade Brasileira”, debatido por Ângela Paiva, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Edilson Fernandes, da UFPE, e Maria do Socorro de Costa Coelho, da Universidade Federal do Pará. 

Na sexta-feira, a internacionalização da universidade brasileira será debatida pela manhã por Amilton José Vieira de Arruda, da UFPE, e pelo professor Carlos Alexandre Netto, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O tema de encerramento será 'Universidade e Desenvolvimento', e contará com a participação de três palestrantes: Emmanuel Zagury Tourinho, da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Malu Alessio e Alfredo Gomes, ambos da UFPE.

No primeiro do evento, as atividades serão realizadas das 9h às 17h30. Já no segundo e último dia do seminário, a programação vai das 9h às 16h. Interessados devem se inscrever pela página virtual do encontro

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Decidir qual o futuro profissional seguir é uma tarefa muito difícil, principalmente para quem está ainda está no ensino médio. A vivência das profissões e a troca de conhecimentos com profissionais do mercado e estudantes de graduação são as principais experiências que os estudantes poderão conferir durante o Mostra Campus 2017, nos dias  23 e 30 de setembro, das 8 às 16 horas, no campus Alcindo Cacela da Universidade da Amazônia (Unama). Todos os cursos de graduação dos Centros da instituição se organizam para apresentar o que há de melhor em infraestrutura, ensino e pesquisa.

Estudantes de escolas públicas e privadas do ensino médio serão aguardados na instituição, onde farão um tour pelos laboratórios e conhecerão de perto a prática das profissões. O Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS) da Unama vai promover, no próximo sábado, um talk show em que serão apresentadas dicas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e dicas de redação. Também haverá discussão de possíveis temáticas para o exame, com professores especializados.

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O evento também inclui várias atividades lúdicas aos participantes, voltadas para o estímuko do raciocínio lógico, novos conhecimentos, desenvolvimento de habilidades, além de sorteio de brindes. A expectativa é receber mais de três mil pessoas por dia.

O Mostra Campus terá como foco os cursos do Centro de Ciências Humanas e Sociais. Serão apresentados os laboratórios de licenciatura e comunicação, como laboratório de fotografia, TV Unama, rádio Unama FM, portal LeiaJá, salas temáticas de licenciatura, empresariais e de gestões.  “Em primeiro lugar o CCHS irá mostrar um Centro com cursos de humanização do social, mostrar aquilo que faz diferença no Centro, as licenciaturas, os cursos de gestão e os cursos de ciências sociais e aplicadas. Vai mostrar as iniciativas dos cursos, os laboratórios e as atividades”, conta Mário Tito Almeida, coordenador do CCHS da Unama.

O coordenador enfatiza que o objetivo do evento é fazer uma imersão dos alunos do ensino médio na universidade, mostrando as estruturas da Unama. “O evento é uma grande oportunidade para os alunos de ensino médio conhecerem as instalações da Unama, a estrutura, e o objetivo é fazer com que os alunos se encantem com a excelência de tudo aquilo que faz a nossa universidade”, enfatiza o Mário Tito.

De acordo com a vice-reitora da Unama, Betânia Fidalgo, a primeira edição do Mostra Campus é uma grande oportunidade para o estudante dar o primeiro passo na profissão. “Os estudantes do ensino médio poderão conhecer todo o nosso corpo docente, infraestrutura e mercado de trabalho para que ele saia com a certeza sobre qual profissão seguir e que a melhor opção para ele são os cursos que a nossa universidade oferece”, afirmou.

Por Ariela Motizuki. 

Em meio ao atual cenário político brasileiro, um seminário que acontece na próxima terça-feira (19) vai tratar sobre reforma política e eleitoral com o tema “Que reforma política interessa aos cidadãos brasileiros?”. O evento será realizado, às 19h, na Universidade Salgado de Oliveira. A entrada é gratuita. O encontro deve reunir nomes de juristas como do advogado eleitoral e conselheiro da OAB Federal Dr. Emílio Duarte de Souza e Silva, bem como do desembargador do Tribunal Regional Eleitoral José Raimundo dos Santos Costa. Outros temas debatidos serão a necessidade de regramento próprio do processo eleitoral e a perspectiva do novo Código do Processo Civil. Mais informações: (81) 3797-9038.

A Universidade de São Paulo (USP) é a instituição latino-americana melhor colocada no World University Ranking 2017-2018. A lista das melhores instituições de ensino foi divulgada pela consultoria britânica Times Higher Education (THE). Os primeiros lugares são das universidades britânicas, de Oxford e Cambridge, primeiro e segundo lugar respectivamente. 

Entre as posições 251-300, a USP está entre a Universidade do Estado da Carolina do Norte (EUA), a Universidade de Surrey (Reino Unido) e o Instituto de Tecnologia de Tóquio (Japão).

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Na lista, ao todo, são 21 universidades brasileiras que estão no páreo. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) é a segunda brasileira melhor posicionada, no grupo entre 401-500. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) é a terceira, no grupo entre 501-600.

A avaliação teve 13 indicadores, agrupados em cinco categorias: ambiente de ensino, inovação, internacionalização, pesquisa (volume, investimento e reputação) e citações (influência da pesquisa). O ranking classificou as mil melhores instituições de ensino superior de 77 países. 

Os estudantes que quiserem solicitar a isenção na taxa do vestibular 2018 da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São Paulo, tem até hoje (11) para realizar o pedido. Quem solicitar deve ter renda mensal igual ou superior a R$ 1.405,50 por pessoa.

Para realizar o pedido, o interessado deve preencher o formulário disponível no site da Vunesp: https://www.vunesp.com.br/. Em seguida, o concorrente deve enviar os documentos por upload (meio digital), conforme orientações no próprio portal. O resultado da solicitação será divulgada no dia 5 de outubro, na página do próprio site. Os pedidos aceitos significam a confirmação da inscrição do solicitante.

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São oferecidas, neste ano, um total de 7.365 vagas em 173 cursos de 23 cidades. As provas da primeira fase do vestibular ocorrem no dia 15 de novembro, em 31 cidades paulistas, além de Brasília (DF), Campo Grande (MS) e Uberlândia (MG).

Para mais informações, acesse o site: http://unan.unesp.br/guiadeprofissoes/, ou ligue para o telefone Disque Vunesp: (11) 3874-6300, de segunda a sábado, das 8 às 20 horas.

A Universidade Federal do Recôncavo da Baha (UFRB) divulgou por meio do edital n° 10/2017 a abertura de 132 vagas para o projeto “Universidade Aberta à Maturidade”. A ação, voltada para pessoas maiores de 45 anos que nunca tenham cursado o ensino superior, visa proporcionar a essas pessoas uma vivência no ambiente acadêmico.

As vagas são em 22 cursos de gradução oferecidos pela instituição, nos centros de ensino em  Cachoeira, Cruz das Almas, Feira de Santana, Santo Amaro e Santo Antônio de Jesus. Os contemplados terão vínculo com a faculdade, e direito a certificado. O objetivo é integrar adultos e idosos como alunos da UFRB, buscando desenvolver ações de extensão de ensino.

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Para se inscrever, é necessário acessar edital disponível no site, e encaminhar formulário de inscrição e documentos especificados para o e-mail promatufrb@gmail.com. O prazo de envio é até o dia 30 de setembro, com publicação do resultado no dia 9 de outubro, e início das aulas a partir do dia 16 do mesmo mês.


O congolense Santiago (nome fictício), de 25 anos, teve de abandonar a faculdade de Economia às pressas e fugir de seu país. A família sofria ameaças de morte em meio ao conflito político local. Sem alternativas, decidiu seguir o exemplo do irmão, que havia ido estudar no Canadá. Ao pesquisar, descobriu a possibilidade de vir ao Brasil e ter o visto de refugiado. Decolou em 2015, para Roraima.

"Eu tinha um amigo que me ajudou muito lá até que eu aprendesse o português", conta. O périplo se estendeu por Brasília, São Paulo - onde trabalhou por nove meses - e o Rio Grande do Sul. Foi lá que descobriu a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que criou um programa de reserva de vagas para refugiados. E assim, finalmente, garantiu a entrada no mesmo curso que fazia, que começou em agosto.

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Histórias como a de Santiago têm se multiplicado no Brasil. O número de universidades que possuem algum tipo de auxílio aos refugiados cresce a cada ano. Ao menos 17 instituições no País, públicas e privadas, integram um grupo liderado pela Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), com ações que vão de benefícios no vestibular, como cotas, a auxílio financeiro, aulas de português e ajuda com documentações.

Só neste ano houve três adesões: a Federal de Roraima (UFRR), Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB) e a Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

Cenário

Relatório das Nações Unidas obtido pelo Estado e que será divulgado hoje aponta situação dramática na educação de crianças e adolescentes refugiados. Apenas 61% deles têm acesso aos anos iniciais do ensino fundamental, ante 91% das outras crianças. Em países menos desenvolvidos, a taxa cai para 50%. E a quantidade que consegue avançar até as séries equivalentes ao ensino médio brasileiro é ainda menor: 23% - a média global, entre estudantes em geral, é de 84%. Nos países mais pobres, apenas 9% alcançam o ensino médio. Já no ensino superior, o índice é de 1%.

A UFSM, onde Santiago se matriculou, reserva 5% de vagas suplementares em cada um dos cursos para refugiados e migrantes em situação de vulnerabilidade. Esses alunos têm acesso à república estudantil e alimentação gratuita. Só neste primeiro ano da iniciativa, ao menos 50 candidatos tentaram ingresso na instituição por essa modalidade. "No caso deles não é solicitado o vestibular, mas sim o comprovante de refúgio ou, no caso do migrante, da situação socioeconômica", explica a coordenadora do programa, Giuliana Redin.

Os candidatos também precisam comprovar que concluíram o ensino médio. Além disso, há a possibilidade de solicitar reconhecimento de disciplinas já cursadas no exterior. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A UNINASSAU de Petrolina está oferecendo oito bolsas de estudo integrais através do Programa de Concessão de Incentivo Fiscal de Empreendimentos Prestadores de Serviços de Ensino Superior – ProUni Municipal. Há vagas para os cursos de administração, ciências contábeis, gestão comercial e segurança no trabalho. 

As inscrições serão abertas na próxima quinta-feira (31) e seguirão até o dia 8 setembro, no Setor de Programa Estudantil da UNINASSAU, localizado da Central de Relacionamento do Aluno (CRA). De acordo com o edital, podem participar alunos oriundos das redes pública e particular de ensino, residentes em Petrolina há pelo menos dois anos. Também é necessário que os candidatos tenham participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no último ano e obtido nota igual ou superior a 4.0 pontos. O resultado da primeira chamada do processo seletivo será divulgado no dia 15 de setembro, no mural interno da instituição, que fica na Avenida Clementino Coelho, 714, Bairro Atrás da Banca. 

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A Universidade Estadual Paulista (Unesp) vai receber os pedidos para isenção da taxa do vestibular 2018 a partir do dia 4 de setembro. Na mesma data, ainda, será aberto o pedido para solicitação de redução de 50% do valor da taxa de R$ 170.

Para solicitar o benefício, os candidatos deverão preencher, até 11 de setembro, o formulário de inscrição, que está disponível no site: https://www.vunesp.com.br/. Em seguida, os concorrentes devem enviar os documentos, via internet, conforme orientações no portal mesmo portal.

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Podem pedir isenção da taxa os vestibulandos com renda familiar mensal igual ou inferior a R$ 1.405,50, por pessoa. O resultado da solicitação será divulgado no dia 5 de outubro, na página da Vunesp. Os pedidos aceitos já significam a efetivação da inscrição do solicitante.

Já, a solicitação de redução de 50% do valor da taxa do vestibular destina-se a candidatos matriculados no ensino médio ou em curso pré-vestibular. Desde que recebam remuneração mensal inferior a dois salários mínimos ou estejam desempregados. O resultado dos pedidos de redução será divulgado no dia 26 de setembro.

A Unesp, também, oferece a redução de 75% no valor da inscrição para os 500 mil alunos matriculados no último ano do ensino médio da rede pública estadual paulista. O período para realizar o cadastro vai do dia 11 de setembro a 9 de outubro.

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