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No Brasil, mais de 90% dos estudantes terminaram o ensino médio em 2013 sem o aprendizado adequado em matemática, segundo o movimento Todos pela Educação. Tomando por base avaliações do Ministério da Educação, o movimento concluiu que apenas 9,3% desses estudantes aprenderam o conteúdo considerado adequado para o período. O índice é menor que o anterior, registrado em 2011, quando 10,3% aprenderam o considerado adequado pelo movimento.

Além de matemática, o aprendizado em português também apresentou queda, na avaliação feita no terceiro ano do ensino médio, de 2011 para 2013. O percentual de alunos com apredizado adequado passou de 29,2% para 27,2%. "É o terceiro ano consecutivo em que cai o aprendizado em matemática e agora caiu também em português. É um grito de socorro. O ensino médio está piorando no Brasil", avalia a diretora executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz.

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O Brasil não tem, oficialmente, metas claras do que deve ser aprendido em cada nível de ensino. O movimento Todos pela Educação estabelece metas para que em 2022, ano do bicentenário da independência do país, seja garantido a todas as crianças e jovens o direito à educação de qualidade. O movimento estabelece também metas intermediárias de aprendizado.

Priscila ressalta que o aprendizado considerado adequado não corresponde a um nível avançado de domínio da disciplina, mas apenas do básico. "Em matemática, são 90% não aprendendo esse básico. Pode parecer exagero, mas de certa forma não é. Estamos negando um futuro digno para eles, que não conseguem ter acesso ao básico da matemática, não conseguem avaliar um contrato de aluguel ou projetar o que pagam de juros em uma prestação. É o básico para viver a vida".

Os dados mostram que no ensino fundamental o quinto ano foi a única etapa que apresentou melhora. Passou de 40% de alunos com aprendizado adequado em português, em 2011, para 45,1% na última avaliação, e de 36,3% em matemática, para 39,5%. No nono ano, o percentual de alunos com aprendizado adequado em 2013 foi 28,7% em português, acima do verificado em 2011 (27%). Em matemática, o indicador apresentou queda, de 16,9% para 16,4%.

Pelos critérios do movimento, nacionalmente o país não cumpriu nenhuma das metas intermediárias, nem mesmo no quinto ano.  No nono ano e no ensino médio, o Brasil não cumpriu nenhuma das metas nem mesmo em nível estadual.

Os números são baseados no resultado da Prova Brasil e do Sistema de Avaliação Básica (Saeb), aplicados em 2013. Na opinião de Priscilla, os dados mostram que nos anos iniciais do ensino fundamental, do primeiro ao quinto ano, o modelo de ensino adotado pelo país mostra resultados e merece mais investimento, mesmo que a meta não tenha sido cumprida. Isso não ocorre com os modelos adotados nos anos finais, do sexto ao nono ano, e no ensino médio. "É como nadar e morrer na praia. De que adianta melhorar o fundamental 1 e chegar ao fundamental 2 e médio e o aluno não aprender?", pergunta. 

Uma das diferenças, segundo ela, é que até o quinto ano, o ensino é mais focado e não há tantas disciplinas quanto até o nono ano e o ensino médio. Ela defende uma reforma de métodos de ensino, que inclua as novas tecnologias, a internet, e também uma revisão do currículo, do que é ensinado em sala de aula. "O currículo é inchado, disperso, tem a ganância de fazer com que o aluno aprenda tudo, enquanto, na verdade, ele não aprende nada".

A Prova Brasil é um dos componentes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), considerado um importante indicador de qualidade do ensino. O índice vai até dez e é calculado de dois em dois anos. O Ideb de 2013 foi divulgado pelo governo no início do mês. A meta estimada de 4,9 para anos iniciais foi a única cumprida pelo país, que obteve índice de 5,2. O Saeb é feito por amostragem nas redes de ensino e tem foco na gestão dos sistemas educacionais.

O Ministério da Educação (MEC) publicou, nesta quinta-feira (18), através do Diário Oficial da União (DOU) os resultados do Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC) e do Conceito Enade e do Conceito Preliminar de Curso (CPC), referentes ao ano de 2013.

A nota é composta por três pesos, 55% de desempenho dos alunos concluintes do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), 30% referentes à titulação dos professores, e 15% dos índices de organização didático-pedagógica e infraestrutura da instituição.

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O índice geral dos cursos é o indicador referente à qualidade das universidades, faculdades e centros universitários. A nota tem em sua somatória a média da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e dos Conceitos Preliminares de Curso. O índice varia de 1 a 5, visando que o MEC considera que notas abaixo de 3 são insuficientes.

Para o conceito preliminar são avaliados os cursos superiores das instituições. Seu resultado é referente ao ano seguinte do Enade de cada área. O conceito visa avaliar o desempenho do professores, alunos, infraestrutura, entre outros. 

Confira os resultados do IGC e do CPC.

Em queda no Brasil, a insegurança alimentar atinge mais a população preta ou parda, nordestina, rural e com pouco estudo, mostra o suplemento da PNAD 2013 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa revela que, no ano passado, quase um em cada três domicílios cujas pessoas de referência eram pretas ou pardas (29,8%) estava em insegurança alimentar. Era mais que o dobro dos lares referenciados em brancos na mesma situação: 14,4%. No Nordeste, o porcentual de residências de não-brancos que passavam fome ou quase isso ia a 41,3%, contra 29% dos demais. Por área, quando o parâmetro era a insegurança alimentar moderada ou grave, o porcentual nas áreas rurais (que de 2009 a 2013 foi de 15,6% para 13,9%) era o dobro nas regiões urbanas (onde foi de 10,8% para 6,8%).

Na análise por cor ou raça, a Região Norte teve números próximos aos do Nordeste. A pesquisa constatou que 38,2% dos domicílios nortistas cuja pessoa de referência era preta ou parda estiveram no ano passado em situação de insegurança alimentar, contra 27% dos referenciados por brancos. As demais regiões tiveram porcentuais bem abaixo para lares chefiados por não-brancos: 23,9% (Sul), 21,3% (Centro-Oeste) e 19,2% (Sudeste). A situação se repete quando se examina apenas a insegurança alimentar moderada ou grave. O Nordeste, nesse caso, teve, em 2013, 16,3% de lares com pessoas de referência pretas ou pardas nessa situação; o Norte, 15,7% ; o Sul, 7,9%; o Centro-Oeste, 7,1; e o Sudeste, 6,1%.

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"A cor ou raça dos moradores tiveram impactos diferenciados na prevalência de IA (insegurança alimentar)", afirma o estudo. "Do total de 93,2 milhões de moradores brancos, 17,2% conviviam ao menos com a preocupação de que alimentos pudessem faltar devido à falta de dinheiro para comprar mais. Para os 106,6 milhões de moradores pretos ou pardos, esse porcentual subia para 33,4%."

A pesquisa mostrou que a insegurança alimentar moderada ou grave crescia na medida em que caía o nível de escolaridade dos brasileiros. Tanto em 2009 como em 2013, quanto menos escolarizados eram os moradores, maior era o porcentual de pessoas nessa situação nutricional. No ano passado, 13,7% dos habitantes com menos de um ano de instrução e com um a três anos estavam em IA; 10,1% dos com 4 a 7; 7,6% para 8 a 10; 4,1% para 11 a 14; e apenas 1,2% para 15 anos ou mais de escola. Em 2009, para as mesmas faixas, as proporções desses dois tipos de IA eram, na mesma ordem, 20,2%, 19,5%, 14,8%, 10,9%, 6% e 1,4%.

O suplemento da PNAD também constatou que havia algum nível de IA em quase um quarto dos lares referenciados em cidadãos com ocupação econômica. "Nos domicílios cuja pessoa de referência estava ocupada, 22,7% estavam em algum nível de IA", afirma o estudo. "Analisando pela posição na ocupação, entre os empregadores a prevalência era a menor (7,0%) e entre os trabalhadores na produção para próprio consumo ou na construção para o próprio uso, 45,8% estava com IA. Entre os trabalhadores domésticos a prevalência de IA também era elevada, 34,2%."

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) divulgou, nesta terça-feira (2), o resultado preliminar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2013 por escola. As instituições de ensino podem conferir o resultado através do site do Inep

Caso os dados estiverem incorretos, os responsáveis pelas unidades escolares devem apresentar um recurso dentro do prazo de dez dias. Após a análise dos recursos, os resultados finais serão divulgados. Os cálculos são destinados às instituições que tenham, no mínimo, dez estudantes concluintes do ensino médio matriculados e que 50% de seus alunos tenham participado do Exame.

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O aumento na esperança de vida dos brasileiros levou a uma redução de até 0,92% na aposentadoria dos homens e de 0,78% na das mulheres, segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Estudos Previdenciários (Ibep), com base nas Tábuas Completas de Mortalidade do Brasil de 2013, divulgadas nesta segunda-feira, 01, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A esperança de vida ao nascer aumentou para 74,9 anos em 2013, 3 meses e 25 dias a mais do que em 2012, quando era de 74,6 anos. O dado é usado pelo Ministério da Previdência Social como um dos parâmetros para determinar o fator previdenciário no cálculo das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social.

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Um homem de 60 anos de idade e 35 anos de contribuição pelo salário teto do INSS (de R$ 4.390,24), receberia R$ 3.767,73 mensais caso tivesse requisitado a aposentadoria até a última sexta-feira, dia 28 de novembro. A partir de hoje, um contribuinte nas mesmas condições de idade e tempo de contribuição que der entrada no benefício receberá R$ 3.733,16, o equivalente a R$ 34,57 a menos.

Já uma mulher de 55 anos de idade e outros 30 anos de contribuição receberia de aposentadoria R$ 2.630,68 se o pedido tivesse sido feito até sexta-feira. A partir de hoje, o benefício cai a R$ 2.610,21, o equivalente a R$ 20,47 a menos.

"A diferença não é tão grande de um ano para o outro porque as Tábuas do IBGE de 2013 foram feitas com base em projeções, não em contagem populacional", explicou Luciano Gonçalves de Castro e Silva, atuário do Ibep.

O Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE) julgou irregular o Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do 2º quadrimestre de 2013 da Prefeitura de Bonito, comandada pelo prefeito Ruy Barbosa (PSB). O relator do processo, que teve o seu voto aprovado pela unanimidade dos membros da Câmara de julgamento, foi o conselheiro Carlos Porto. 

De acordo com o voto da relatoria, o prefeito comprometeu, no período auditado, 58,20% da Receita Corrente Líquida municipal com despesas de pessoal, quando a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) determina um comprometimento máximo de 54% de tais receitas com as referidas despesas. Além disso, foi apontado no voto do relator que o prefeito havia sido alertado pelo TCE sobre a extrapolação desde o exercício de 2012, quando de seu primeiro mandato à frente da prefeitura. 

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Por essas razões, o processo foi julgado irregular e foi aplicada ao chefe do Executivo uma multa de R$ 20.400,00, correspondente a 30% de seus vencimentos no período de aferição (quadrimestral). O valor da multa deverá ser pago até 15 dias após o trânsito em julgado desta decisão. Para efetuar o pagamento, o gestor poderá emitir boleto clicando aqui. 

O sindicato dos servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) enviou ao Ministério do Planejamento e à Presidência da República um pedido para participar, "no mínimo como ouvinte", das comissões de sindicância e de especialistas formalizadas na última terça-feira , 23, para apurar os erros na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013. O ASSIBGE-SN também solicitou uma reunião com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e com a presidente, Dilma Rousseff, para tratar da crise no órgão.

Em documento protocolado nesta sexta-feira (26) junto ao Ministério do Planejamento e à Presidência, o sindicato se diz preocupado com os acontecimentos recentes e defende que o erro é de responsabilidade de toda a instituição, não individual. "A delicada situação pela qual passa o IBGE exige um tratamento global, para que o instituto saia fortalecido desse processo", pontuou o ASSIBGE-SN.

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Técnicos do IBGE já haviam demonstrado desconforto com as comissões, anunciadas no dia 19 por Miriam Belchior. O maior alvo das críticas é a comissão de sindicância, cujo objetivo é identificar os responsáveis pela falha. A comissão é formada por auditores e analistas de controle, incluindo o secretário-executivo da Casa Civil, Valdir Moysés Simão, e o delegado da Polícia Federal (PF) Ricardo Hiroshi Ishida. A presença do delegado foi considerada um exagero tanto pelo sindicato quanto por especialistas usuários das pesquisas do IBGE.

A decisão do governo foi uma reação à polêmica causada após o instituto anunciar, na sexta-feira (19), um erro no tratamento dos dados da Pnad 2013, divulgada um dia antes. Após revisar as informações, o instituto revelou que, em vez de subir ligeiramente, a desigualdade de renda caiu um pouco, enquanto o rendimento médio do trabalho cresceu 3,8%, em vez dos 5,7% divulgados.

O sindicato também citou que o corpo técnico do IBGE tem muitas vezes atuado "de maneira sobrecarregada, em equipes enxutas e carentes de estrutura adequada". "Estamos vendo com muita preocupação a solução encontrada pelo governo federal para tratar a questão", diz o documento.

A queda na renda do trabalho dos mais pobres entre os pobres, algo inédito nos últimos dez anos, explica a interrupção do processo contínuo de redução da desigualdade verificado na última década, revelado semana passada pela versão 2013 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Convivendo com uma taxa de desemprego de 33,9%, os cerca de 10 milhões de brasileiros que respondem por apenas 5% do total da renda nacional viram seus rendimentos encolherem em 10,2% de 2012 para 2013, já descontada a inflação do período.

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Os cálculos estão em um estudo da empresa OPE Sociais e do Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade (Iets), já atualizado após o IBGE acusar um erro na sexta-feira, dia seguinte à divulgação da Pnad 2013.

O estudo usa nos cálculos o rendimento domiciliar per capita de todas as fontes de ganhos , mas o problema está no rendimento do trabalho. A conclusão resulta da comparação entre a variação dos ganhos com atividades econômicas (trabalho) e os rendimentos de outras fontes (pensões e aposentadorias, doações, programas de transferência de renda, etc.).

Quando se olha para os 5% mais pobres, a renda domiciliar per capita do trabalho afundou 20,7%, de 2012 para 2013, já descontanda a inflação. Os ganhos com outras fontes também caíram, mas bem menos: 2,9%. Entre os que declaram ao IBGE ter alguma forma de emprego, ainda que informal, a queda foi de 11,5%, para apenas R$ 83,40 por mês.

"A economia está desacelerando e isso impacta a renda e o emprego", disse a economista Andrezza Rosalém, autora do estudo, ao lado do estatístico Samuel Franco.

Segundo os pesquisadores, os extremamente pobres são a parcela mais vulnerável da população e têm o acesso mais precário ao mercado de trabalho. A altíssima taxa de desemprego nessa parcela da população (33,9%) fica bem acima da década passada, quando o País crescia distribuindo renda, mas mesmo a menor taxa nos últimos dez anos (23,3% em 2006) é alta.

Em geral, os 5% mais pobres são pessoas que trabalham no mercado informal, vivem de trabalhos temporários e de baixa remuneração, como bicos, biscates ou o trabalho doméstico sem carteira. "No mercado informal, é mais difícil conseguir reajustes nos pagamentos", lembrou Franco.

Para o estatístico, a queda na renda proveniente de pensões e bolsas de transferência de renda é um mistério que precisa ser melhor investigado. Uma das hipóteses é que está cada vez mais difícil levar essas políticas de transferência aos extremamente pobres: em 2003, eles eram 31 milhões de pessoas, ou 17,5% da população. Hoje, são 11,809 milhões de pessoas, ou 6% da população, mas ainda assim um número elevado, equivalente ao de habitantes na capital paulista.

Vários economistas já avaliaram que a revisão dos dados da Pnad 2013 pelo IBGE manteve, em termos gerais, o retrato mostrado pela pesquisa na divulgação inicial. O quadro da concentração de renda tende à estabilidade. Se antes da divulgação do erro registrava estabilidade com leve alta, agora é estabilidade com leve baixa.

A Casa Civil criou nesta terça-feira (23) a Comissão de Sindicância Investigativa para apurar os erros nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio 2013 (Pnad), divulgada na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A sindicância foi instalada em portaria publicada no Diário Oficial da União de hoje e será liderada pelo secretário-executivo da Casa Civil, Valdir Simão. O secretário tem sido acionado pelo Palácio do Planalto para tarefas tidas pelo governo como árduas.

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Sem filiação partidária, Simão foi elevado ao posto de secretário-executivo do Ministério do Turismo, depois que a Operação Voucher da Polícia Federal prendeu seu antecessor, Frederico da Silva Costa, por envolvimento em desvios em convênios da pasta em 2011.

Em 2009, Simão havia assumido a secretaria da Receita Federal, a pedido do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para debelar um motim grevista do sindicato dos auditores fiscais.

A comissão será integrada pelo analista do Ministério do Planejamento Igor Vinicius Geracy, a especialista em finanças da Controladoria-Geral da União Érika Lemância Santos e o delegado da Polícia Federal Ricardo Hiroshi Ishida. Os analistas de finanças e controle Francisco Eduardo Bessa e Luciana da Silva Barbosa serão assessores técnicos da comissão.

A Pnad referente a 2013 foi divulgada na última quinta-feira pelo IBGE e, no dia seguinte, corrigida. O IBGE informou, na ocasião, que erros afetaram os resultados de sete Estados: Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. As maiores alterações ocorreram no índice de Gini, que mede a desigualdade.

A comissão de sindicância terá 30 dias para apurar o que levou ao erro. A apuração pode levar à demissão da presidente do IBGE, Wasmália Bivar, responsável pelo levantamento. Na avaliação de interlocutores do governo, a presidente do instituto de pesquisa perdeu as condições de permanecer no cargo.

A coordenadora do mestrado profissional em Gestão e Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas, Regina Pacheco, afirmou nesta terça-feira (23), que os erros cometidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em relação ao Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (Pnad) 2013 "não configuram o desmantelamento de uma instituição de excelência". Apesar dos erros, a especialista defendeu a credibilidade do instituto e destacou a atuação rápida na correção dos dados. Foram erros pontuais, que o IBGE foi ágil em reconhecer e corrigir", concordou o diretor vice-presidente do Insper, Marcos Lisboa.

O Ministério do Planejamento formalizou nesta terça-feira no Diário Oficial da União a criação de uma comissão de especialistas independentes para "dirimir quaisquer dúvidas" quanto aos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A instituição do grupo foi anunciada pela ministra da pasta, Miriam Belchior, na última sexta-feira, um dia depois da divulgação dos dados e quando o IBGE também anunciou a existência de erros nos números informados.

A comissão de especialistas foi criada por meio de portaria e será composta por Claudio Salvadori Dedecca, Diana Reiko Tutiya Oya Sawyer, Gustavo Maurício Gonzaga, Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto e Maria Paula Ferreira. O objetivo do grupo é avaliar os dados da Pnad 2013, "identificando eventual necessidade de revisão, e colaborar com a Administração Pública na sugestão de medidas gerenciais, processuais, tecnológicas e operacionais para prevenir ocorrência de revisão de dados". O prazo para a conclusão dos trabalhos é de dois meses, podendo ser prorrogado.

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A portaria determina que os dados, documentos e informações fornecidos à comissão não poderão ser divulgados ou disponibilizados a terceiros, "cabendo a seus membros resguardar seu sigilo".

A pesquisa referente a 2013 foi divulgada na quinta-feira, e na sexta-feira o IBGE anunciou a ocorrência de erros nos dados. As falhas atingiram resultados de sete Estados: Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. As maiores alterações ocorreram no índice de Gini, que mede a desigualdade. Durante o anúncio da criação da comissão de especialistas, a ministra também informou que o governo criaria uma comissão de sindicância interministerial para encontrar as razões dos erros e, eventualmente, as responsabilidades funcionais na divulgação do estudo.

A redução da desigualdade no Brasil será, em 2014, "a maior dos últimos dez anos", defendeu neste sábado o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri. O comentário foi realizado durante entrevista coletiva realizada hoje em Brasília (por determinação da presidente Dilma Rousseff) para que ministros comentassem os erros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na elaboração da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). Apesar de apontar que haverá forte queda da desigualdade neste ano, Néri não apresentou dados sobre tal redução.

Neri afirmou hoje que houve, nos últimos anos, uma trajetória de queda das desigualdades, mas reconheceu: "não é uma queda espetacular". Para 2014, no entanto, o ministro Marcelo Nery anunciou que a desigualdade está mantendo um ritmo de queda "como um relógio de 0,01% ao mês". Prometeu, ainda, que em 2014 a redução da desigualdade "será a maior dos últimos dez anos", mas sem apresentar dados.

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O ministro reagiu às críticas à credibilidade do IBGE, por causa da necessidade de correção dos dados da Pnad. "O que arranha a credibilidade é não reconhecer os erros. Nos jornais é assim também. Se um jornal reconhece seus erros, tem credibilidade. Com os pesquisadores é a mesma questão, o mesmo critério", disse.

Marcelo Neri rebateu interpretações de que a desaceleração da economia brasileira já teria sido incorporada aos dados da Pnad. Segundo ele, "o crescimento expressivo na renda média de 3,48% é uma resposta". Para o ministro, "falar que nova Pnad mostra sinais de desaceleração não corresponde à realidade", disse ele, insistindo em apresentar dados como o de que a massa de rendimento cresceu 4,48% de 2012 para 2013.

Os erros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na elaboração da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) representam um "grande aprendizado" para o Brasil. A avaliação é da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, que participou neste sábado de entrevista coletiva determinada pela presidente Dilma Rousseff para prestar esclarecimentos sobre os problemas com a pesquisa. Um pouco mais cedo, na mesma entrevista, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, admitiu que a presidente Dilma Rousseff ficou "perplexa" com os erros.

"É um aprendizado grande para o País tudo isso que aconteceu, porque mostra que a avaliação de políticas públicas deve se focar em tendências. Todo mundo que se apegou a microvariações de 0,01 ponto para cima ou para baixo em um indicador, como o índice de Gini, errou também", disse Tereza. "O governo ficou chocado com este erro gravíssimo do IBGE. A presidente Dilma ficou perplexa. O erro foi muito grave mesmo", admitiu mais cedo Miriam Belchior.

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A referência da ministra do Desenvolvimento Social envolvia a informação mais popular da Pnad: o índice de Gini a partir da renda do trabalho, que mede a concentração de renda. Quanto mais próximo de zero (0,0), menor é a desigualdade no País. Na versão da Pnad 2013 divulgada na quinta-feira (18), que continha falhas, esse índice apresentou uma leve elevação da desigualdade no Brasil entre 2012 e 2013, passando de 0,496 para 0,498. Mas os dados estavam errados. No dia seguinte, sexta-feira, os dados corrigidos indicaram pequena queda na desigualdade, de 0,496, em 2012; para 0,495, em 2013.

"A tendência é de melhora da renda de todos os brasileiros. O Brasil continua melhorando apesar da crise internacional", defendeu a ministra do Desenvolvimento Social. Participaram da entrevista coletiva sobre os erros da Pnad, além de Tereza Campello e Miriam Belchior, os ministros da Educação, Henrique Paim; da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Néri; e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Thomas Traumann.

Os erros na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), anunciados na tarde de ontem, podem levar à saída da presidente do IBGE, Wasmália Bivar, responsável pelo levantamento. Na avaliação de interlocutores do governo, a presidente do instituto de pesquisa perdeu as condições de permanecer no cargo, embora não tenha sido anunciada nenhuma decisão oficial sobre o seu afastamento.

A presidente Dilma Rousseff foi informada sobre os erros na Pnad, e também da necessidade de revisão na coleta dos dados, pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, antes de viajar ao Rio, onde fez campanha eleitoral. A presidente ficou muito contrariada, segundo auxiliares, e determinou a abertura de uma comissão interministerial para investigar o caso e descobrir os responsáveis pela situação, definida por ela como "inaceitável".

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A Casa Civil será a encarregada de fazer a investigação. Na quinta-feira, o governo havia comemorado os dados anunciados e Dilma fizera questão de destacá-los, ponto por ponto, no Palácio da Alvorada, amenizando a piora no indicador de desigualdade de renda.

Os problemas na Pnad mobilizaram o governo. Além de Miriam Belchior, mais três ministros foram convocados por Dilma a dar hoje, em entrevista à imprensa, mais explicações sobre o caso.

Em conversas reservadas, ontem, integrantes da campanha de Dilma manifestaram receio de que a correção na Pnad acabe virando um caso como a "errata" do programa de governo da candidata do PSB, Marina Silva, até hoje alvo de críticas do PT por ter corrigido pontos de sua plataforma eleitoral. O Planalto e o comitê da reeleição farão de tudo para evitar que a troca dos números seja usada pelos adversários de Dilma para desgastar a gestão do governo.

Miriam Belchior estava ontem de licença médica, mas a presidente mandou que a ministra convocasse uma entrevista coletiva, no fim do dia, após o anúncio dos erros feito por Wasmália Bivar na sede do IBGE, no Rio, para explicar o ocorrido. "Foi um erro bárbaro", resumiu, à noite, um auxiliar de Dilma, ao lamentar o episódio e a necessidade de revisão dos índices.

A ministra disse que o governo ficou chocado com o erro. "Estamos tentando entender o que ocorreu e tomaremos medidas. Apuraremos se será necessária medida disciplinar contra responsáveis", garantiu Miriam. "Lamentavelmente, o procedimento de checagem e rechecagem não funcionou. Acho que houve uma falta de cuidado no procedimento básico", admitiu a ministra. (Colaboraram Nivaldo Souza e Victor Martins) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O erro admitido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) é resultado de uma fórmula que associa poucos recursos humanos e materiais a uma forte pressão por produtividade e cumprimento de prazos. A avaliação foi feita pela diretora executiva do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatísticas (Assibge-SN), Ana Magni, em entrevista ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado.

"Isso em algum momento implica em erros. Errar é humano mas trabalhar no IBGE hoje é que é desumano. A pressão é muito grande sobre poucas pessoas", disse. Desde o início do ano o corpo técnico do instituto vem reagindo a mudanças em pesquisas e cortes orçamentários. O anúncio da suspensão da divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), em abril, detonou uma crise que levou a uma greve de 79 dias.

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"Fizemos isso para alertar o governo que era preciso dar tratamento diferenciado a essa instituição, mas logo que saímos da greve houve um novo corte que reduziu para menos de um terço o orçamento das pesquisas inicialmente previsto. Isso impacta fortemente o plano de trabalho no IBGE", reclama Ana Magni.

No início deste ano, o governo já havia reduzido de R$ 214 milhões para R$ 193 milhões as verbas do IBGE para pesquisas. Recentemente o Ministério do Planejamento decidiu que o orçamento do instituto para 2015, fixado em R$ 766 milhões, será de apenas R$ 204 milhões. Com isso, serão adiados o Censo Agropecuário e a Contagem da População, que custariam R$ 562 milhões e seriam realizados nos dois próximos anos.

A diretora do sindicato não acredita em manipulação de dados, o que considera uma "associação imediatista". Ela lembra que a revisão dos dados favoreceu o governo em alguns pontos, mas foi desfavorável em outros.

A revisão em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) vem à tona cinco meses após outro instituto de pesquisa ligado ao governo admitir erro em um estudo sobre a violência contra as mulheres. Em abril, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) informou que 65% dos brasileiros concordavam, total ou parcialmente, com a afirmação de que "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas".

Uma semana depois da divulgação, que gerou polêmica no País, os pesquisadores revisaram o porcentual para 26%. O erro levou ao afastamento de um dos seus diretores e obrigou o órgão a fazer um pedido público de desculpas "pelos transtornos causados".

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Na época, os técnicos do Ipea informaram que houve uma troca entre os gráficos da questão com a pergunta sobre "mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar".

O IBGE já teve outros problemas em pesquisas. Em novembro de 2011, o vazamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente a outubro detonou uma crise no instituto. Uma mudança no sistema de disseminação de informações deixou, ao longo de pelo menos cinco meses, dados confidenciais de pesquisas disponíveis para consulta antes da divulgação oficial. O IBGE abriu uma sindicância para investigar o episódio, que revelou a fragilidade no sistema do órgão.

No mesmo mês, o anúncio de uma mudança na metodologia de cálculo do IPCA sem aviso prévio gerou uma série de críticas por parte de analistas do mercado financeiro. Além das críticas em relação à transparência da divulgação, mudanças nos pesos de itens como educação também foram questionadas.

Antes, em novembro de 2009, o IBGE errou no cálculo no Censo Agropecuário, índice que mede a concentração de terra no País, divulgado no fim de setembro daquele ano. O primeiro dado divulgado mostrava que em 2006 o índice de Gini no sistema fundiário havia atingido 0,872, indicando piora na concentração de terras em uma década.

O número correto (0,854), no entanto, levava à interpretação inversa: um pequeno recuo em relação ao resultado de 0,856 apurado no censo de 1995/1996. Pela escala de Gini, quanto mais o resultado se aproxima de 1, maior é a concentração. Na época o IBGE divulgou uma nota à imprensa e atribuiu o resultado incorreto a uma falha técnica no processamento dos dados apenas no cálculo do índice nacional.

A Casa Civil deve criar uma comissão para investigar o erro assumido nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o levantamento mais completo sobre as características da sociedade brasileira, informou uma fonte. Os técnicos do instituto estão, neste momento, listando uma série de falhas e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, pasta à qual o IBGE é vinculado, já convocou coletiva.

Os erros de metodologia revelados pelo IBGE, que levaram a uma conclusão completamente diferente da anunciada ontem e que estampou hoje as primeiras páginas de todos os jornais, ocorrem apenas cinco meses depois de outro erro grave em outro instituto de pesquisas oficial, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

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Em abril, ao divulgar os resultados de uma pesquisa sobre violência contra a mulher, o Ipea informou inicialmente que a maioria dos entrevistados ouvidos considerava que "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas". Oito dias depois, os técnicos do Ipea vieram a público para dizer que o resultado, que chocou a opinião pública, estava errado. O resultado havia sido o inverso.

Segundo fonte ouvida pelo Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, o governo está preocupado com o risco de descrédito que pode colocar em xeque o trabalho do IBGE. Entre as diversas atribuições do instituto está a elaboração dos principais indicadores da economia nacional: índices de inflação, de emprego, de atividade industrial, desempenho do comércio, serviços, Produto Interno Bruto (PIB), taxa de investimento. Uma falha grave como esta numa pesquisa estrutural, elaborada ao longo de vários meses, pode levar desconfiança a todo o resto.

Em abril deste ano, mesma época do erro do Ipea, a diretora de Pesquisas do IBGE, Marcia Quinstlr, pediu exoneração do cargo por não concordar com a decisão do governo de interromper as divulgações trimestrais da Pnad Contínua. A nova pesquisa passaria a nortear, no plano nacional, os indicadores do mercado de trabalho, que são medidos pelo IBGE apenas nas seis principais regiões metropolitanas do País. Outros técnicos ameaçaram também pedir demissão em solidariedade, abrindo uma grande crise no IBGE. A pesquisa, por ter abrangência muito maior do que a Pesquisa Mensal de Emprego, certamente traria dados bastante distintos dos atuais. Mas a direção do instituto alegou, na ocasião, problemas de metodologia para suspender a mudança.

A correção por parte do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) deve ter impacto limitado, tanto sobre o ambiente econômico quanto o político. A avaliação é do estrategista da CGD Securities, Mauro Schneider. Isso porque, segundo ele, já há sinais suficientemente claros de desaquecimento econômico e da perda do dinamismo do País, o que torna os dados divulgados na quinta-feira (18) e corrigidos hoje desnecessários.

"Não há necessidade de ter novos números que mostram isso ou desmintam. O quadro é claro: estamos num processo de perda de dinamismo há vários anos", afirmou. Do ponto de vista político, apesar de reconhecer que a oposição pode se aproveitar do erro para atacar o governo, Schneider afirma que os números são "pouco materiais", pois não tratam de questões ligadas diretamente ao dia a dia da população. "Índice Gini, renda média são interessantes, mas as pessoas não sentem no dia a dia", avalia.

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O estrategista acredita ainda que o erro do IBGE não deve destruir o histórico de mérito da instituição na divulgação de estatísticas do País. "O IBGE tem um histórico de mérito que não pode ser destruído, e não será por conta de equívocos desse jeito que será destruído. Mesmo o fato acontecendo nesse momento delicado (de eleições)", comentou.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (19) erros na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013. Os erros atingiram resultados de sete Estados: Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.

As maiores alterações ocorreram no índice de Gini, que mede a desigualdade. Antes, o índice de Gini a partir da renda do trabalho apontava um resultado de 0,498 em 2013, contra 0,496 em 2012. Agora, o índice de 2013 foi revisado para 0,495.

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"Houve desconcentração de renda, ainda que pequena", disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

O Índice de Gini calculado a partir da renda domiciliar passou de 0,499 em 2012 para 0,497 em 2013, com a revisão. Já o índice calculado a partir da renda total caiu de 0,505 em 2012 para 0,501 no novo dado.

"No índice da renda total, houve queda (da desigualdade). Nos outros, houve estabilidade", afirmou Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad.

"A pesquisa continha erros extremamente graves. Nos cabe pedir desculpas a toda sociedade brasileira", disse a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, em tom de desabafo.

O economista Sérgio Besserman, que presidiu o IBGE durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, disse nesta sexta-feira (19) que não acredita que a divulgação de dados alterados pelo instituto tenha ocorrido por "ingerência política". Ele foi informado de que o IBGE assumiu erros na divulgação da Pnad-2013 pela reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo", quando se preparava para embarcar para Nova York, onde participará da Conferência de Clima da ONU.

"Como não tenho os detalhes, não tenho comentário técnico a fazer. Mantenho minha confiança no instituto. Se houve erro, é lamentável. Mas é um erro. Por tudo o que conheço do IBGE, descarto a possibilidade de ingerência política", afirmou Besserman, que estava à frente do instituto quando foi realizado o Censo 2000.

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