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A relatora da CPMI do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), protocolou agora há pouco um pedido de acareação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid, que atuou como ajudante de ordens do ex-presidente. O requerimento ainda precisa ser votado na comissão.

No documento, Eliziane argumenta que um dos desdobramentos mais importantes alcançados pela CPMI foi a vinculação de Mauro Cid com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Ela pondera, no entanto, que essa vinculação não ocorreu por iniciativa dele mesmo, "mas no estrito cumprimento de ordens superiores, aparentemente antijurídicas". Daí, acrescenta a senadora, a importância da acareação entre Bolsonaro e seu ex-ajudante de ordens.

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Para Eliziane, a CPMI "precisa se debruçar sobre a verdade dos fatos atinentes à ajudância de ordens, sobretudo dentro do contexto recente de fechamento de um acordo de colaboração premiada entre a Polícia Federal e o Senhor Mauro Cid, já devidamente homologado pelo Supremo Tribunal Federal". 

*Da Agência Senado

A acareação entre o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, e o deputado Luis Miranda (DEM-DF) foi cancelada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. A audiência estava marcada para esta quarta-feira (18).

A acareação foi marcada para abordar a controvérsia envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin, cuja análise de irregularidades colocam as versões de Onyx e Luis Miranda em confronto. A CPI dizia ter outras informações acessadas por sigilo para abordar na acareação, mas não avançou.

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"Do ponto de vista da investigação, ia ser pouco produtivo", afirmou o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ao justificar o cancelamento da audiência.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid avalia cancelar a acareação entre o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, e o deputado Luís Miranda (DEM-DF). O grupo de senadores da oposição e independentes que representam a maioria da CPI vai se reunir na noite desta segunda-feira, 16, e bater o martelo sobre o cancelamento.

A acareação foi aprovada na semana passada pela CPI e está prevista para acontecer nesta semana. No entanto, na avaliação do presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), colocar Onyx e Miranda frente a frente na CPI não vai trazer nenhum fato novo que ajude as investigações, visto que as versões de ambos já são conhecidas.

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O principal ponto de divergência entre o ministro e o deputado é sobre as notas fiscais internacionais (invoices) da negociação do governo brasileiro pela compra da vacina indiana. O deputado disse ter alertado o presidente Jair Bolsonaro, no dia 20 de março, sobre um esquema de corrupção envolvendo o contrato enviado pela Precisa Medicamentos, que intermediou a negociação, ao Ministério da Saúde.

"O fato novo vai ser amanhã, o Alexandre", declarou Omar, em referência ao depoimento de Alexandre Marques, auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) que produziu um documento que dizia haver supernotificação nos números oficiais de mortes por coronavírus. O documento, que não encontra respaldo no TCU e nem qualquer outra comprovação, foi usado pelo presidente Jair Bolsonaro para minimizar os efeitos da pandemia.

A CPI da Pandemia aprovou nesta quarta-feira (11) requerimento de acareação entre Onyx Lorenzoni, ministro do Trabalho e Previdência, e o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). O deputado denunciou um suposto caso de corrupção, envolvendo o governo federal, na tentativa de compra da vacina Covaxin.

A acareação está prevista para 18 de agosto — mas essa data ainda precisa ser confirmada. Veja no vídeo o momento em que é aprovado o requerimento, de autoria do vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

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*Da Agência Senado

O Ministério Público Federal no Rio apresentou nesta terça-feira, 22, uma representação à Procuradoria-Geral da República em que aponta indícios de crime de desobediência por parte do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O parlamentar não compareceu nesta segunda-feira, 21, à acareação com o empresário Paulo Marinho, que o acusa de ter recebido informações vazadas sobre a operação Furna da Onça.

No documento, o procurador Eduardo Benones, que comanda a investigação aberta com base nas afirmações de Marinho à Folha de S. Paulo, pede que o procurador-geral da República, Augusto Aras, se manifeste sobre a possível prática do crime de desobediência. A defesa de Flávio alegou que, por ser senador, ele tem direito a escolher a data e o local da acareação - e sugeriu que ela seja feita no dia 5 de outubro, em Brasília.

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Benones, contudo, afirma à PGR que, por ser testemunha e não investigado nesse caso, Flávio devia ter comparecido ao encontro, para o qual foi convocado com antecedência, "sendo certo que ninguém pode se eximir da obrigação legal a todos imposta de colaborar com as investigações criminais e processos judiciais na condição de testemunha."

O procurador também criticou o que considera um desrespeito institucional por parte do senador, que "convidou" o MPF a comparecer a seu gabinete em Brasília. "Desrespeito institucional, sim, tendo em vista que se trata de um ato oficial, realizado e presidido pelo Ministério Público Federal enquanto autoridade constituída e, no bojo de procedimento investigatório criminal, regularmente instaurado e conduzido", escreve.

Apesar de Flávio não ter sido alvo da Furna da Onça, que atingiu deputados envolvidos em esquemas do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), foi no âmbito dela que surgiu o relatório de inteligência financeira que identificou movimentações atípicas na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor do então deputado estadual. A partir de então, o Ministério Público do Rio abriu a investigação contra ele - que está prestes a se converter em denúncia.

O Ministério Público Federal (MPF) negou pedido do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) para alterar a data da acareação entre ele e o empresário Paulo Marinho, agendada para o dia 21. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (7) pelo Jornal Nacional, da TV Globo.

A acareação fará parte da investigação sobre o suposto vazamento de informações a respeito da Operação Furna da Onça, deflagrada em 2018 para investigar esquemas de corrupção na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Foi durante essa investigação que um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) indicou movimentação financeira suspeita de Fabrício Queiroz, que era assessor parlamentar do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. A partir daí começou a investigação sobre o suposto esquema de "rachadinha" (devolução de parte do salário, por assessores) no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

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A acareação é necessária porque Marinho diz que Flávio Bolsonaro tomou conhecimento antecipado sobre a investigação policial, segundo o então aliado teria lhe contado ainda em 2018. O senador e hoje adversário nega ter tido qualquer informação privilegiada.

Segundo o Jornal Nacional, a defesa de Flávio Bolsonaro informou que ele não vai comparecer à acareação na data marcada, porque, como parlamentar, tem direito a marcar dia, local e hora para seus depoimentos.

Até a publicação desta matéria, a reportagem não havia conseguido confirmar as informações divulgadas pela TV Globo.

A defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) disse que cabe a ele escolher a data da acareação que será feita com o empresário Paulo Marinho (PSDB). Os advogados afirmaram ainda que Flávio não foi notificado, mas que a data de 21 de setembro, reservada pelo Ministério Público Federal (MPF) , não está disponível na agenda do parlamentar.

Marinho afirmou que Flávio obteve informações antecipadas sobre a Operação Furna da Onça, deflagrada no fim de 2018. O senador nega.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) informou que não poderá comparecer a acareação com o empresário Paulo Marinho (PSDB) marcada para o dia 21 de setembro. A informação é do jornal O Globo. A data foi sugerida pelo Ministério Público Federal (MPF) nessa quarta-feira (19), com mais de um mês de antecedência, mas a defesa de Flávio avisou que ele não tem disponibilidade na agenda.  

O confronto pessoal de versões faz parte da investigação sobre o vazamento da operação Furna da Onça, de novembro de 2018. A defesa do senador disse que ele vai ver a disponibilidade da agenda para sugerir uma nova data. Como não há uma intimação, Flávio não é obrigado a comparecer.

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Marinho disse em entrevista à Folha de São Paulo, em maio, que Flávio foi informado sobre a ação da Polícia Federal e teria avisado ao ex-assessor Fabrício Queiroz, investigado por suspeita de fazer parte de um esquema de rachadinhas no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quando ele era deputado estadual do Rio de Janeiro. 

Flávio nega qualquer tipo de vazamento. Tanto o senador quanto Marinho, que inclusive é suplente e ex-aliado de Flávio, já prestaram depoimento ao MPF.  E o empresário tucano chegou a usar as redes sociais para provocar o senador e propor uma acareação. "Vamos ver quem mente", escreveu na ocasião. 

O Ministério Público Federal (MPF) agendou para o dia 21 de setembro uma acareação entre o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o empresário Paulo Marinho. Ela deve ser conduzida pelo procurador da República Eduardo Benones. A acareação (reunião para confrontar versões) faz parte da investigação sobre o suposto vazamento da Operação Furna da Onça, realizada no final de 2018. Marinho, que era aliado e é suplente de Flávio Bolsonaro, afirma que um delegado da Polícia Federal antecipou ao então deputado estadual do Rio de Janeiro que a operação seria realizada. Flávio Bolsonaro nega.

Durante essa operação foi detectada movimentação suspeita de dinheiro por Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio, e começou a investigação sobre a suposta "rachadinha" - devolução do dinheiro de salários no gabinete de Flávio. Queiroz cumpre prisão domiciliar por conta dessa investigação.

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Em nota divulgada na noite dessa terça-feira (18), a defesa de Flávio Bolsonaro informou que até então não havia sido intimada sobre o agendamento da acareação. A defesa também ressaltou que os parlamentares federais, como o senador, têm a prerrogativa legal de ajustar dia e hora da realização de depoimentos, conforme sua conveniência.

 A ex-companheira acusada de esquartejar e carbonizar parcialmente o corpo do médico Denirson Paes da Silva, Jussara Rodrigues, 55 anos, saiu hoje da Colônia Penal Feminina e encontra-se agora na Delegacia de Camaragibe, no Grande Recife, juntamente com o seu filho e também acusado do crime, Danilo Paes.

Os acusados farão uma acareação na manhã desta sexta (14), antes de seguirem para a reconstituição do crime, na casa onde o médico foi assassinado. Ao chegar na delegacia, Danilo pediu: "Deixem minha vida em paz".

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A Polícia Civil não confirmou se ele participará da reconstituição do crime, mas a participação de Jussara, juntamente com os peritos e uma pessoa do mesmo tamanho e peso do Denirson, que se passará pela vítima, está confirmada. O assassinato aconteceu num condomínio de luxo em Aldeia, onde o casal tinha uma residência. A mulher diz ter cometido sozinha o assassinato do ex-companheiro.

A acareação que acontece neste momento na delegacia de Camaragibe servirá para confrontar os depoimentos dos acusados. O advogado de Jussara e Danilo, Alexandre de Oliveira, também já se encontra na delegacia e confirmou que acompanhará a reconstituição simulada do crime.

Sobre o Caso

Segundo último relato, Denirson Paes da Silva e Jussara discutiam na manhã do dia 31 de maio. Ela conseguiu derrubar o médico em um movimento surpresa e ele bateu com a cabeça no chão. Em seguida, a mulher teria esganado o companheiro.

Percebendo que Denirson já estava sem vida, a farmacêutica teria escondido o corpo dele em um quarto na área externa. Naquela noite, a mulher teria voltado ao local para esquartejar o marido e arrancar e atear fogo nas genitais dele após não conseguir jogar o corpo inteiro dentro da cacimba. A acusada teria descoberto que estava sendo traída no dia anterior.

Danilo, o filho mais velho, foi apontado como autor do homicídio e da ocultação de cadáver juntamente com Jussara. A polícia encontrou uma grande presença de sangue, por exemplo, no guarda-roupa dele. Outro indício da participação dele no crime é devido à esganadura sofrido pelo médico. Segundo Fernando Benevides, perito criminal, a esganadura exigiria força e, portanto, Danilo seria o provável responsável.

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A reunião na última sexta-feira, 18, entre o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves (MG) comprova que o governo tenta fazer uma intervenção branca no PSDB, para transformá-lo em força auxiliar do Palácio do Planalto, afirmou nesta segunda-feira, em São Paulo, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES).

"As reuniões do fim de semana só comprovam que, na prática, o governo, de certa forma, tenta fazer uma intervenção branca no PSDB, transformando-o em força auxiliar do governo, no sentindo de que o PSDB haja de acordo com os interesses dele", disse o senador capixaba antes de participar do Fórum Estadão sobre Reforma Política.

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Ferraço se referia à reunião entre Temer e Aécio no Palácio do Jaburu. O senador tucano e o presidente, porém, divergiram sobre o tema do encontro. Enquanto Aécio afirmou que conversou sobre "política", Temer disse que tratou sobre a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que pode ser vendida pelo governo como parte do ajuste fiscal.

A reunião aconteceu um dia após o PSDB veicular programa partidário em cadeia nacional de rádio e TV no qual fez críticas ao governo Temer. A propaganda gerou reação da ala do partido que defende a permanência da sigla no governo, que passou a cobrar, nos bastidores, a saída do senador Tasso Jereissati (CE) da presidência interina da legenda.

Por outro lado, o diretório municipal do PSDB de São Paulo criticou o encontro. Em nota emitida neste domingo, o presidente do diretório, o vereador Mário Covas Neto, afirmou que a presença de Aécio em reuniões com o presidente da República causava "desconforto e embaraços". "Prove sua inocência, senador, e aí sim retorne ao partido", escreveu.

Para Ferraço, houve um "pouco de excesso" na nota de Covas Neto. "O senador Aécio, no exercício de seu mandato, pode se reunir com quem quer que seja", disse o senador capixaba, que é favorável ao desembarque do PSDB do governo Temer.

Quase 12 anos após as primeiras denúncias de corrupção em Furnas, o ex-diretor de Engenharia da empresa Dimas Fabiano Toledo ficou frente a frente com o lobista e delator Fernando Horneaux de Moura condenado a 16 anos e dois meses de prisão na Lava Jato. Na acareação, Fernando Moura manteve sua versão de que, em 2003, o então dirigente de Furnas teria garantido que um terço da propina arrecadada na estatal iria para o PT nacional, um terço para o PT de São Paulo e um terço para o atual presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG).

A acareação foi realizada pelos investigadores da Lava Jato perante o Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito que apura o suposto envolvimento do senador tucano em um esquema de corrupção na estatal de energia. A investigação é um dos desdobramentos da Lava Jato e foi aberta a partir da delação do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT/MS).

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Amigo do petista José Dirceu, condenado a 20 anos de prisão na Lava Jato, Fernando Moura auxiliou o então ministro da Casa Civil do governo Lula na definição de cargos do governo, inclusive nas estatais, logo após a posse, em 2003. Em seu relato, o lobista disse que foi informado pelo próprio Dirceu que Aécio Neves havia solicitado ao presidente na época a permanência de Dimas Toledo na estatal de energia. Coube, então, a Moura, informar o dirigente sobre sua permanência no cargo mesmo com a mudança de governo.

Frente a frente com Dimas Toledo, Fernando Moura manteve a versão de que o acerto teria sido uma forma de retribuir o apoio do recém-empossado governo do PT à permanência do então diretor de Furnas, segundo ele uma indicação de Aécio na estatal.

Por sua vez, Dimas Toledo não negou o encontro com Fernando Moura após ser reconduzido ao cargo. Mas afirmou que "não teria discutido nenhum assunto acerca de redistribuição de valores de Furnas para o PT nacional, para o PT paulista e para Aécio Neves".

O ex-diretor, que deixou a estatal em 2005, reafirmou que a versão do lobista seria "mentirosa". Diante do confronto de versões, o procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu ao ministro do Supremo Gilmar Mendes a prorrogação do inquérito por mais 60 dias.

"Na presente hipótese, os elementos informativos já reunidos nos autos apontam para a verossimilhança dos fatos trazidos pelos colaboradores e denotam a necessidade de aprofundamento das investigações, notadamente quanto o envolvimento de Dimas Fabiano Toledo no evento criminoso e a sua relação com o senador Aécio Neves", segue Janot no pedido encaminhado na sexta-feira, 24. "Conquanto o diretor tenha negado participação em qualquer esquema, as declarações de Fernando Antônio Guimarães Horneaux de Moura se coadunam com os elementos trazidos pelos colaborador", crava Janot.

Para o procurador-geral da República, o novo depoimento de Fernando Moura confirma as versões de outros delatores sobre suposto esquema de corrupção em Furnas "comandado" por Dimas Toledo.

Denúncia

Funcionário de carreira na estatal, Dimas Toledo atuou como diretor de Engenharia entre 1995 e 2005 e já chegou a ser investigado em primeira instância a partir de 2005, quando a Polícia Federal no Rio instaurou um inquérito para apurar as denúncias feitas pelo ex-deputado Roberto Jefferson na CPI Mista dos Correios de que haveria um esquema de caixa 2 na estatal de energia que abasteceria partidos políticos.

Ao longo da investigação, o lobista Nilton Monteiro, um dos acusados de atuar no esquema, chegou a apresentar uma lista com nome de 156 políticos que seriam beneficiários do esquema, que ficou conhecida como "lista de Furnas".

Como as perícias da Polícia Federal concluíram que não dava para saber se o documento era falso, as investigações dos nomes citados acabaram não avançando. Em 2012, contudo, o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro apresentou denúncia contra 11 acusados de corrupção em dois contratos de termelétricas (em Campos dos Goytacazes e São Gonçalo, no Rio), incluindo Jefferson e Dimas Toledo.

Em março daquele ano, porém, a Justiça Federal entendeu que o caso deveria ser remetido para a Justiça Estadual do Rio. Lá, o caso voltou para a fase de inquérito e foi remetido para a Polícia Civil concluir a investigação.

Na Delegacia Fazendária da polícia, o caso ficou mais quatro anos e, somente em março de 2016, a delegada Renata Araújo concluiu a investigação indiciando Roberto Jefferson e outros seis investigados por lavagem de dinheiro. Em setembro do ano passado, acolhendo um pedido do Ministério Público do Rio, a Justiça Estadual arquivou o caso em primeira instância.

Em dezembro do ano passado, o Ministério Público do Rio encaminhou a "lista de Furnas" para Janot. O documento não é citado no pedido de prorrogação do inquérito contra Aécio, mas o procurador-geral da República pediu ao STF que sejam juntadas cópias da quebra de sigilo de Dimas Toledo, que tramitou em primeira instância na Justiça do Rio, além das investigações que foram realizadas pela Controladoria-Geral da União e pelo Tribunal de Contas da União sobre Furnas na época.

Os advogados de José Dirceu e Delcídio Amaral não foram localizados na terça-feira, 27, para comentar o caso.

Segundo a assessoria de Aécio Neves, pedidos de prorrogação de prazo em procedimentos investigatórios são rotina e a oitiva do senador, como é praxe, está prevista desde o inicio do procedimento. "As diligências requeridas não guardam relação com o senador, uma vez que se referem apenas à solicitação de cópias de documentos da empresa e oitivas de membros do PT", destacou a assessoria. "O senador Aécio Neves é o maior interessado na realização das investigações porque o aprofundamento delas provará a absoluta correção de seus atos."

O advogado Rogério Marcolini, que defende o ex-diretor, divulgou nota afirmando que, "nos últimos dez anos, Dimas Toledo já foi inquirido pela Polícia Federal pelo menos meia dezena de vezes e sempre foi absolutamente coerente ao narrar os fatos como aconteceram. "O senhor Fernando Moura, nas poucas vezes em que foi ouvido, já emendou sua versão diversas vezes, o que levou o próprio Juiz Federal condutor da Lava Jato a por em dúvida a sinceridade de sua delação. A acareação realizada de surpresa foi a oportunidade para Dimas Toledo mais uma vez reiterar a veracidade do seu testemunho."

O criminalista Luis Alexandre Rassi, que defende o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira, diz que ainda não conversou com seu cliente sobre o caso, mas que a defesa vê com ressalva os depoimentos de Fernando Moura, "devido a impropriedades no depoimento prestado por ele na ação penal em que Silvio responde na Lava Jato em Curitiba".

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada na Câmara Municipal para investigar irregularidades na gestão do Teatro Municipal agendou para quarta-feira, dia 24, uma acareação entre três dos investigados pelo desvio de recursos da Casa. Foram convocados a participar o diretor artístico, maestro John Neschling, o ex-diretor-geral da Fundação Theatro Municipal, José Luiz Herência, e o ex-diretor do Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC), William Nacked.

A proposta de reunir as pessoas citadas no esquema que teria desviado ao menos R$ 15 milhões dos cofres públicos foi aprovada na última reunião da CPI por unanimidade. Neschling já avisou os parlamentares que não pretende comparecer. O advogado que o representa, Eduardo Carnelós, afirmou que situações como a sugerida tendem a não acrescentar nada às investigações.

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Os vereadores querem confrontar versões apresentadas pelos investigados. Réu confesso no esquema, Herência se comprometeu a devolver R$ 6 milhões que teriam sido desviados por ele. O ex-diretor, no entanto, afirma que não cometeu os crimes sozinho.

Segundo ele, Neschling e Nacked sabiam e participavam do esquema - eles negam, assim como o secretário municipal de Comunicação, Nunzio Bruguglio Filho, também citado no acordo de delação premiada firmado por Herência com o Ministério Público Estadual.

Os parlamentares também intimaram a comparecer na data marcada o produtor argentino Valentin Proczynski, contratado para montar espetáculos no teatro; o cineasta Toni Venturi, responsável pela campanha publicitária encomendada pela Prefeitura por R$ 540 mil e posteriormente engavetada; e a escritora Patrícia Melo, mulher e sócia de Neschling.

É a segunda vez que a CPI envia intimação a Patrícia. Na semana passada, ela faltou à sessão. A escritora é dona de 99% da PMN, empresa pela qual o maestro recebe seu salário mensal, no valor de R$ 150 mil.

O presidente da comissão, Quito Formiga (PSDB), divulgou ontem agenda oficial da CPI. Os vereadores pretendem chamar à comissão o promotor responsável pela investigação e o ex-interventor do Municipal, Paulo Dallari, que pediu demissão do cargo por não concordar com a permanência de Neschling. O salário anual do maestro Neschling, que admitiu aos vereadores passar cerca de três meses por ano na Europa, é de R$ 1,8 milhão.

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa (Abastecimento) desmentiu o lobista do PMDB Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, em acareação na Polícia Federal em Curitiba, quinta-feira, 5. Costa afirmou, frente a frente com Baiano, que nunca esteve com ele no comitê de campanha presidencial da petista Dilma Rousseff, em 2010, em Brasília, e que não se encontrou com o ex-ministro Antonio Palocci (Governos Lula e Dilma) - coordenador-geral da campanha da petista - para acertar repasse de R$ 2 milhões.

As informações foram divulgadas pelo advogado João Mestieri, que defende Paulo Roberto Costa.

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A acareação se prolongou por cerca de 10 horas. A PF pediu o encontro entre Baiano e Costa - ambos delatores da Operação Lava Jato - para esclarecer 'pontos divergentes' de seus relatos.

Baiano e Costa são personagens centrais do esquema de corrupção e propinas que se instalou na Petrobras entre 2004 e 2014.

Em sua delação, o ex-diretor da estatal disse que, em 2010, o doleiro Alberto Youssef o procurou e pediu que arrumasse R$ 2 milhões para a campanha de Dilma. O próprio Youssef negou que tenha solicitado o dinheiro a Costa para aquele fim.

Baiano, por seu lado, também em delação, afirmou que naquele ano foi ao comitê de campanha de Dilma, em Brasília, para acertar o repasse. Ele disse que Paulo Roberto Costa o acompanhou. Ambos foram, a bordo de um Corolla da Petrobras, a um suposto encontro com Palocci. O ex-ministro o teria orientado a falar com o 'dr. Charles' - braço-direito de Palocci no comitê - para combinar como seria realizada entrega do dinheiro.

O ex-ministro nega o encontro. Ele afirma que nunca se reuniu com Baiano.

Segundo João Mestieri, em certo momento da acareação, Paulo Roberto Costa afirmou. "Nunca estive com você (Baiano) em Brasília. Além do que você (Baiano) é um lobista conhecidíssmo. Eu não iria nunca com você a Brasília falar com o ministro no mesmo carro. Eu não sou débil mental."

"A história dele (Baiano) foi desmontando, ele ficou meio acuado", disse Mestieri.

Segundo o advogado do ex-diretor da Petrobras, o delegado da Polícia Federal que presidiu a acareação advertiu Fernando Baiano. "Eu vou dizer ao sr. o que já disse ao sr. Paulo Roberto Costa em outra oportunidade. Se houver discrepância a delação pode cair e o sr. vai cumprir a pena inteira."

Em troca da delação, Baiano deverá ser solto no próximo dia 18.

Na acareação ele não recuou, manteve sua versão, ainda segundo Mestieri. "Fernando Baiano disse que esteve com Paulo Roberto, contou detalhes. São detalhes possíveis numa história que você cria. Agora, nunca poderia na vida real. Enfim, cada um saiu com sua versão, não mudaram uma vírgula. Eu acredito firmemente que a história do Paulo Roberto é a verdadeira."

O advogado de Baiano, Sérgio Riera, não atendeu contatos da reportagem.

O criminalista José Roberto Batochio, que defende Palocci, foi taxativo. "Estão querendo fazer uma delação de conciliação para tentar eliminar as insuperáveis e intransponíveis divergências. Mentiras ditas pelos três envolvidos (Fernando Baiano, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef), um desmentindo o outro. Inventam mil mentiras, mas a verdade teima em aparecer. É um escândalo de invencionices com a finalidade de escapar da cadeia. Uma coisa absolutamente inidônea, claramente inverossímil com a qual não se compadece a seriedade da Justiça."

Batochio reafirma que "Palocci jamais se reuniu com esse Fernando Baiano, não o conhece, nunca o viu na vida, em lugar algum".

"É preciso que a Justiça cancele os benefícios aos mentirosos e deve faze-lo de ofício, sem ter que esperar ser provocada.A Justiça tem compromisso com a verdade e não com escambos, com trocas que escapam da moralidade."

Perguntado se o desmentido de Paulo Roberto Costa foi bom para a defesa de Palocci, o advogado criminalista disse. "Foi bom para a verdade e para a Justiça."

Batochio disse ter sido informado que, na acareação, Fernando Baiano confundiu-se até na hora de informar onde ficou hospedado em Brasília e quem fez a reserva para ele.

Dando segmento às atividades da CPI da Petrobras em Curitiba, no Paraná, os parlamentares fizeram uma acareação entre o ex-executivo da Toyo Setal, Augusto Mendonça Neto, o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Durante a reunião, apenas Mendonça respondeu a perguntas dos membros do colegiado, os outros dois decidiram permanecer em silêncio. 

Um dos delatores do esquema de corrupção, Mendonça Neto confirmou o teor de depoimentos prestados por ele à Justiça. Ele readmitiu ter feito pagamentos de propina a Renato Duque e confirmou a existência de um “clube de empreiteiras” para combinar o repasse das licitações da estatal. 

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"Parte dos pagamentos era feito em espécie e entregues a emissários em meu escritório. E parte era depositada em contas no exterior movimentadas por Mário Góes”, disse Mendonça. Preso na Operação Lava Jato, Mário Góes é acusado de ser operador do esquema e de intermediar o pagamento de propina por empresas contratadas pela Petrobras.

“O senhor Augusto Mendonça é um mentiroso, mente na delação e sabe que está mentindo aqui, mas, por orientação dos meus advogados, vou permanecer em silêncio. Ele é um mentiroso contumaz. É um absurdo alguém dizer, na delação, que entregou vultosos recursos a uma pessoa chamada 'tigrão' [pessoa que receberia dinheiro em nome de Renato Duque, segundo Mendonça]”, retrucou Duque. “Confirmo tudo o que disse nos meus depoimentos”, treplicou Mendonça.

Como o delator era o único disposto a falar, o deputado Luiz Sérgio (PT/RJ), relator da CPI, questionou quem seria o “Tigrão”. "Era um codinome, não sei quem era. Foram pelo menos três pessoas com esse codinome 'Tigrão'", respondeu o delator. 

Esse é o terceiro dia de trabalho da CPI na capital paranaense para ouvir presos em diversas fases da Lava Jato. À exceção do presidente da empresa Odebrecht, Marcelo Odebrecht, que respondeu parte dos questionamentos da comissão, e Augusto Ribeiro de Mendonça, todos os demais convocados optaram pelo silêncio.

Renato Duque chama Augusto Mendonça de “ladrão”

O ex-diretor de Serviços da Petrobras acusou o empresário Augusto Mendonça de “ladrão” ao responder a uma pergunta da deputada Eliziane Gama (PPS-MA) sobre pagamento de propina que teria sido intermediada por Mendonça e pelo empresário Júlio Camargo – outro delator do esquema de desvio de recursos da Petrobras.

“Ele disse que recebeu dinheiro do consórcio, através do Júlio Carmargo, para repassar propina. Ele disse que pagou R$ 33 milhões de propina a mando do Júlio, mas o Júlio disse que a propina foi de R$ 12 milhões. Ele tem que explicar a diferença, onde está o dinheiro. Ele roubou do consórcio”, acusou Duque.

Na acareação, Mendonça alegou que a acusação faz parte da estratégia da defesa de Duque. “Ele pode falar o que quiser. Meu papel como colaborador é dizer a verdade sobre os fatos. Eu entreguei para o Ministério Público todos os contratos e notas fiscais que mostram a saída dos recursos. Entreguei também as contas que me foram indicadas para depositar”, respondeu o empresário.

*Com informações da Agência Brasil e da Agência Câmara

O líder da bancada do PV na Câmara dos Deputados, Sarney Filho (MA), compareceu na tarde desta terça-feira, 25, à CPI da Petrobras para rebater as declarações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa de que a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB-MA) recebeu recursos do esquema de corrupção. Exaltado, Zequinha Sarney, como é chamado, disse que as acusações eram falsas.

"É minha obrigação vir aqui repor a verdade. Em nenhum momento a governadora confirmou qualquer tipo de coisa. Exijo respeito pela história de vida da governadora, ao contrário da história de vida de Paulo Roberto", declarou o irmão da ex-governadora. Zequinha não é membro da comissão, mas pode defender a peemedebista usando o tempo regimental concedido a líderes partidários.

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Costa disse hoje na acareação com o doleiro Alberto Youssef que Roseana confirmou o recebimento do recurso. Já o doleiro negou que tenha enviado valores para a peemedebista. "Não entreguei nenhum valor ao (Edison) Lobão e à Roseana à pedido do Paulo Roberto", afirmou.

Outra divergência entre os delatores é sobre o pagamento de recursos para a campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010 com intermediação do ex-ministro Antonio Palocci. Costa diz que o repasse foi feito, mas o doleiro declarou que não conhece o petista. Segundo Youssef, um novo delator vai detalhar o suposto pedido feito por Palocci.

Pressão

O doleiro foi questionado pelo petista Jorge Solla (BA) sobre o suposto esquema de corrupção envolvendo Furnas e os tucanos de Minas Gerais, mais precisamente sobre a participação do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG). Youssef disse que o esquema foi relatado a ele pelo ex-deputado José Janene (PP-PR).

Sobre repasses ao senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), o doleiro disse que a ele coube apenas enviar o dinheiro. "Mandei dinheiro sim a Belo Horizonte, mas não fui eu quem foi lá entregar. A mim não foi dito que era para o Anastasia. Quem foi lá entregar foi o Jaime (de Oliveira), só ele pode dizer a quem entregou."

Em nota divulgada nesta terça-feira, 25, a assessoria de imprensa do ex-ministro Antonio Palocci negou que tenha feito pedido para a campanha presidencial de 2010 ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

"Antonio Palocci reafirma que jamais fez qualquer pedido para a campanha de 2010 a Paulo Roberto Costa, seja diretamente, seja por meio de Alberto Youssef ou por qualquer outro intermediário", diz a nota.

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Durante acareação na CPI da Petrobras hoje, Youssef disse desconhecer o ex-ministro Antonio Palocci, mas afirmou que um outro delator ainda vai esclarecer o suposto pedido feito pelo petista por recursos provenientes de propina para a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010.

"Eu vou me reservar ao silêncio com referência a esse assunto porque existe uma investigação do Palocci, e logo vai ser revelado e será esclarecido o assunto. Tem outro réu colaborador que está falando. Eu não fiz esse repasse. Assim que essa colaboração for notificada, vocês vão saber realmente quem foi que pediu recurso e quem repassou esse recurso", disse Youssef. Costa reiterou que o repasse foi feito.

Pressionado pelo deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), o doleiro Alberto Youssef apontou nesta terça-feira, 25, em acareação com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o próprio peemedebista como autor das intimidações que ele e sua família vêm sofrendo nos últimos meses. Youssef disse que recorreu ao habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) para ficar em silêncio porque se sentiu intimidado.

O questionamento inicial veio do deputado JHS (SD-AL), que primeiro perguntou se o intimidador estava presente. O delator da Operação Lava Jato confirmou que sim, que conseguia "enxergá-lo". "Já ficou bem claro que esse parlamentar não está aqui para investigar assunto da Petrobras. Ele está aqui para fazer insinuações e intimidações a respeito da minha intimidade, da minha família. Vim aqui para esclarecer assuntos referentes as operações feitas pela Petrobras", respondeu. "Até por isso eu pedi ao Supremo o silêncio. Estou aqui para colaborar com a verdade, não estou aqui para fazer insinuações ou incriminar alguém aqui que não esteja envolvido no processo em que eu participei. É lamentável isso", completou.

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Neste momento, Pansera disse que a acusação era grave e que ele deveria apontar o parlamentar. "É Vossa Excelência. Vossa Excelência sabe que minhas filhas nunca foram investigadas. Vossa Excelência insiste em me intimidar, em desvirtuar a situação. Vossa Excelência está errado", insistiu o doleiro.

Com a resposta de Youssef, Pansera disse que se sentia ameaçado. Youssef rebateu que não era bandido, que não lhe agrediria, que apenas se defenderia na Justiça. Em depoimento à Justiça Federal, Youssef chegou a chamar Pansera de "pau-mandado" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O doleiro não se conformou com os requerimentos aprovados pela CPI para quebra de sigilo de seus familiares. "Minhas filhas são honestas, idôneas e nunca participaram de nada dos meus negócios", reforçou.

O presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), saiu em defesa de Pansera e disse que não admitia que fosse dito que a comissão não cumpre seu papel. "Ninguém em nenhuma hipótese vai tirar a prerrogativa de investigar a fundo", afirmou. Em apoio a Pansera, o deputado Carlos Marum (PMDB-MS) disse que vai subscrever os requerimentos do colega de bancada.

O doleiro Alberto Youssef disse em depoimento à CPI da Petrobras nesta terça, 25, que o delator Júlio Camargo estava apreensivo com a pressão para que a Samsung Heavy Industries e a Mitsui pagasse propina ao núcleo peemedebista no esquema de corrupção na Petrobras. Youssef disse que Camargo estava preocupado com requerimentos contra ele e as empresas apresentadas na Câmara dos Deputados em nome do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Segundo Youssef, foram repassados ao grupo US$ 2,3 milhões em conta no exterior operada por Leonardo Meirelles, mais R$ 4 milhões que ele próprio pagou e outros R$ 6 milhões pagos por Camargo a Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.

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Nas palavras de Youssef, Camargo queria "resolver a questão" e pediu sua ajuda para procurar Baiano e assim garantir os pagamentos. "Quem tinha pedido requerimentos era Eduardo Cunha porque ele tinha valores a receber sobre esses assuntos e a Samsung tinha deixado de pagar", contou.

Durante a acareação, coube ao ex-diretor Paulo Roberto Costa detalhar o pagamento de propina para políticos. Costa disse que houve repasses à ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB-MA), ao senador Edison Lobão (PMDB-MA) e ao ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). "Na minha lembrança foi Alberto Youssef (quem pagou). A governadora confirmou que recebeu os valores", declarou Costa. Youssef negou repasse a Roseana. ( - daiene.cardoso@estadao.com)

Os delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef estão ratificando na CPI da Petrobras trechos de depoimentos já prestados à Justiça Federal do Paraná. "Confirmo integralmente os meus depoimentos", respondeu Youssef. O doleiro repetiu que ouviu do ex-deputado José Janene (PP-PR) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mostrou contrariado com a nomeação de Costa para a Diretoria de Abastecimento.

Já Costa reiterou que nunca conversou com Dilma Rousseff ou com o ex-presidente Lula sobre sua nomeação, que o convite para o posto veio de Janene. "Nunca conversei com Lula sobre isso", afirmou. Ambos também confirmaram que através da empreiteira Queiroz Galvão foi pago R$ 10 milhões para que uma CPI da Petrobras no Congresso não prosperasse. Eles repetiram pagamento ao ex-senador Sérgio Guerra (PSDB-PE).

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Sobre a compra da refinaria de Pasadena, Costa repetiu que o negócio foi de responsabilidade do Conselho de Administração da Petrobras, à época presidido por Dilma. Youssef disse aos deputados que optou pela delação premiada porque entendia que era "uma peça na engrenagem desse processo todo". "Ao contrário do processo anterior (caso Banestado), não teve nenhuma omissão, nenhuma mentira (agora)", disse.

Paulo Roberto Costa disse que o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli era o responsável pelo setor de Novos Negócios, área que cuidava de aquisições pela estatal, entre elas a compra da Petroquímica Suzano. A subrelatoria do deputado Altineu Côrtes (PR-RJ) investiga se a estatal pagou mais caro pela compra da petroquímica. "A palavra final sobre aquisições era de Gabrielli", disse. Ele foi questionado pelo deputado se teve contato com David Feffer, do Grupo Suzano, e Costa disse que se encontrou com ele para tratar de negócios "várias vezes".

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