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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se comprometeu a fazer pesquisas frequentes com empresários para captar o pulso da economia real. A ideia é fazer um novo indicador para monitorar as expectativas do ponto de vista das empresas.

O Banco Central hoje capta as expectativas de mercado por meio do Boletim Focus, pesquisa coletada apenas com representantes do mercado financeiro.

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Em almoço organizado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), horas antes da votação do projeto do novo arcabouço fiscal, na terça-feira, 23, Campos Neto acenou ao grupo de 14 empresários que participaram do encontro, que começaria a fazer a pesquisa, segundo informou ao Estadão o presidente do conselho do grupo empresarial Esfera Brasil, João Camargo.

"Ele (BC) pergunta só para economistas, e só o setor financeiro. Não está vendo a situação delicada das empresas, da construção civil, do varejo, do comércio", afirmou Camargo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As instituições financeiras e os demais órgãos autorizados a funcionar pelo Banco Central (BC) passarão a ter de compartilhar entre si dados e informações sobre fraudes no Sistema Financeiro Nacional (SFN) e no Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), informou ontem o BC. O prazo para a norma entrar em vigor é 1º de novembro de 2023.

A obrigatoriedade faz parte de uma regulamentação aprovada pelo BC e pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para ampliar a capacidade de prevenção a fraudes no sistema financeiro. "A norma permitirá o aprimoramento da capacidade das instituições supervisionadas de prevenção de fraudes, bem como melhorar seus controles internos", disse o BC, em nota.

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Haverá um rol mínimo de informações a serem compartilhadas. São elas: a identificação de quem teria executado ou tentado executar a fraude; a descrição dos indícios da ocorrência ou da tentativa de fraude; a identificação da instituição responsável pelo registro dos dados e das informações; e a identificação dos dados da conta destinatária e de seu titular, em caso de transferência ou pagamento de recursos.

Segundo a autarquia, as instituições reguladas são responsáveis pela utilização dos dados e das informações obtidas em consulta ao sistema eletrônico, bem como pela preservação de seu sigilo bancário.

Além disso, as instituições deverão obter de seus clientes consentimento para tratamento e compartilhamento dos dados de fraudes, a constar em contrato firmado com cláusula de destaque.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) considera positiva a determinação do BC e do (CMN). Em nota, a entidade afirma que a norma é resultado de uma agenda de medidas que propôs aos reguladores. "Ao dar respaldo legal para o uso da base compartilhada de dados de transações fraudulentas entre as instituições financeiras, e tornar obrigatório o uso dessa ferramenta ou similares, a resolução se torna um marco para o sistema financeiro, para seus clientes e para a sociedade no combate a fraudes e golpes bancários."

Ainda segundo a entidade, "as instituições financeiras poderão identificar com mais facilidade os autores que executam ou tentam executar as fraudes, ter a descrição dos fatos ocorridos, além de dados dos bancos responsáveis pelo registro das informações e da conta destinatária e de seu titular, no caso de transferência".

A Febraban acrescenta também que seu comitê de prevenção a fraudes já utiliza uma ferramenta similar. "Com o advento dessa norma, o que era uma boa prática iniciada pela Febraban se torna padrão de mercado, beneficiando todo o sistema financeiro."

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O cenário esperado para o câmbio brasileiro em 2023 mostrou valorização de uma semana para a outra no Relatório de Mercado Focus. A estimativa para o câmbio este ano passou de R$ 5,20 para R$ 5,15, de R$ 5,20 há um mês.

Para 2024, a mediana permaneceu em R$ 5,20, contra R$ 5,25 quatro semanas antes. A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o Banco Central (BC) espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 19, na abertura de um evento organizado pelo Banco Central (BC), que a relação entre o governo e a autoridade monetária ainda está sendo construída, já que esta é a primeira vez que um presidente inicia o mandato com o BC independente.

"Penso que estamos fazendo gestos importantes para criar uma nova institucionalidade no Brasil", disse Haddad, no evento "High Level Seminar on Central Banking: Past and Present Challenges", em São Paulo.

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Ele defendeu a "harmonização" das políticas fiscal e monetária para chegar a um crescimento robusto no País.

No início do discurso, o ministro da Fazenda destacou que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem mandato fixo de quatro anos até o fim de 2024.

Ele também destacou a presença, no encontro, do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, indicado para a diretoria de Política Monetária da autarquia.

Segundo Haddad, o Senado em breve vai avaliar o nome de Galípolo em audiência.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, respondeu declaração feita pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e reiterou ser uma "opção" da autoridade monetária manter juros altos para impedir o crescimento do País. A declaração de Pimenta reacende as críticas do governo federal contra a taxa básica de juros do País, a Selic, a 13,75% ao ano.

"Não é sério. É uma opção de manter juros altos para favorecer o rentismo e impedir o País de crescer", disse o ministro, em publicação no Twitter neste sábado, 13. "Brasil precisa de crédito barato, a economia girar, gerar emprego e criar oportunidades. Sociedade está endividada e refém deste política monetária contrária aos interesses nacionais."

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A mensagem de Pimenta responde à declaração de Campos Neto que havia afirmado que a culpa do crédito caro no Brasil é do governo, que deve muito, e não da autoridade monetária. A fala de Campos Neto ocorreu ao programa do empresário Abílio Diniz na CNN Brasil, gravada em 9 de maio e transmitida na noite desta sexta-feira, 12.

"Se o empresário reclama do crédito caro, a culpa é do governo que deve muito. Quando o governo faz uma emissão longa com taxa real acima de 6%, isso não tem relação com o BC. Se a dívida do governo fosse baixa, o custo do dinheiro seria baixo. Os juros não são causa e sim consequência de um problema", comentou Campos Neto durante a entrevista. O presidente do BC também reforçou que a meta de inflação é determinada pelo governo e não pela autoridade monetária.

O secretário-executivo do ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, evitou fazer projeções sobre juros, uma vez que foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a diretoria de política monetária do Banco Central (BC).

"Não cabe a mim fazer agora qualquer tipo de projeção sobre política monetária. Já não fazia quando estava na condição apenas de secretário-executivo. Agora na condição, interinamente, de indicado pelo presidente para essa posição, menos ainda", declarou Galípolo ao responder, em entrevista para a BandNews, se existe margem para corte de juros superior ao projetado pelo mercado.

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Segundo o secretário, serão as expectativas, que dependem das ações do governo, que permitirão a queda da taxa Selic. "São consensos e convenções que farão a formação de preço no mercado e, a partir disso, temos a referência. Por isso, as curvas futuras são sempre grandes referências para decisões tomadas na política monetária", afirmou.

Ao falar sobre o arcabouço fiscal, em "momento final" na relatoria, Galípolo disse que há um esforço no Legislativo para aprimorar o texto. Rebatendo opiniões de que não há recursos para o governo entregar as metas fiscais prometidas, o secretário disse que existe, sim, de onde retirar, dando como exemplo subsídios não eficazes. "O arcabouço coloca a discussão sobre conflito distributivo."

O propósito da regra fiscal, pontuou, é suavizar o ciclo econômico, mas também assegurar a agenda de governo escolhida, em outubro, nas urnas. "Todo trabalho de recomposição da base tributária é para atender aos programas sociais e a sustentabilidade das contas públicas", declarou Galípolo, acrescentando que o trabalho do ministério é apontar as consequências das escolhas que estão sendo feitas pela sociedade.

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, afirmou nesta terça-feira, 9, que mantém uma boa relação com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele foi indicado para assumir a diretoria de Política Monetária do Banco Central. O anúncio foi feito na segunda-feira, 8, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

"Tenho boa relação com Roberto Campos. A conversa será da melhor maneira possível, mais educada e cordial. E existe uma grande afinidade de pensamento com Haddad. A intenção é facilitar o trabalho", disse Galípolo.

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Ele também afirmou que "todo mundo quer baixar os juros" e que essa será mais uma de suas atribuições da autoridade monetária. "A direção do banco Central não tem satisfação em ter juro alto", comentou.

Adiantou que um pedido de Haddad é o de evitar que a condução das políticas monetária e fiscal sigam por caminhos diferentes.

Galípolo também elogiou a forma como Haddad vem conduzindo a discussão fiscal, de forma republicana, e aberto a tratar sobre subsídios, tributos e impostos que fazem sentido.

Sintonia

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda afirmou que sua indicação para a diretoria de política Monetária do Banco Central respeita a legislação sobre a autonomia da autoridade monetária. "Me parece trivial que tenha afinamento com o governo eleito e é saudável do ponto de vista democrático", afirmou.

Ele ainda disse que não comentaria a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), por considerar inadequado falar sobre isso antes de ser sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

Presidência do BC

Questionado sobre assumir a presidência do BC, Galípolo negou a movimentação.

"Conversei tanto com o ministro e o presidente Lula sabe disso. Não vim para cá fazer um projeto de carreira pessoal. Estou aqui para colaborar com o projeto. Na posição que se entenda que eu possa colaborar e me sinta confortável, estou à disposição", disse.

Honra

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda afirmou que está honrado com a indicação para o Banco Central. "Estou muito honrado com a indicação do presidente da República para um cargo tão relevante que é a diretoria de Política Monetária", disse.

Ele também agradeceu a confiança do ministro Fernando Haddad nesse período que passou na Fazenda.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que a indicação de Gabriel Galípolo, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, para a diretoria de Política Monetária do Banco Central foi boa e que ele está preparado para ocupar qualquer cargo. A indicação foi oficializada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta segunda-feira, 8.

"Ele vai contribuir muito para pacificar essa pauta. Acho que já deu o que tinha que dar em matéria de politização. Ele é uma pessoa preparada, que vai ser a voz do Governo Federal, a voz também do Brasil dentro do Banco Central. Tem capacidade, tem experiência, tem diálogo e tem bom relacionamento com o presidente do Banco Central. Tem tudo para dar certo. Foi uma boa um boa escolha do ministro Fernando Haddad", disse ao chegar ao Ministério do Planejamento para reunião com vice-governadores.

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As indicações para a diretoria do BC precisam passar pelo crivo do Senado, começando pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e, em seguida, pelo plenário da Casa. Além de Galípolo, Haddad também indicou Ailton Aquino para a diretoria de fiscalização.

Como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a ida de Galípolo para o BC reforça a intenção do governo de ir mudando a autarquia por dentro, diante das divergências com a atual liderança de Roberto Campos Neto. Aquino, que já foi auditor-chefe do órgão, é bem avaliado, conhecido por posições técnicas, internamente. Caso confirmado pelo Senado, Aquino será o primeiro diretor negro do BC.

Sucesso absoluto, o Pix vai ganhar um reforço de segurança a partir do dia 5 de novembro, informou nesta terça-feira, 2, o Banco Central. Como o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) antecipou em outubro, o BC vai passar a disponibilizar campos específicos nas notificações de fraude para que sejam especificados os tipos de fraude, como falsidade ideológica ou "conta laranja", e a razão da notificação, como golpe, estelionato, invasão de conta e coação.

A notificação de infração é a funcionalidade que permite que as instituições façam uma marcação das chaves e usuários sempre que houver suspeita de fraude na transação.

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Outra mudança anunciada pelo BC é a ampliação do conjunto de dados de segurança do Pix que são disponibilizados para a consulta das instituições participantes para as análises antifraude das transações.

Serão incluídas: a quantidade de infrações do tipo conta laranja ou falsidade ideológica relacionada ao usuário ou chave Pix, quantidade de participantes que aceitaram notificação de infração daquele usuário ou chave e quantidade de contas vinculadas a determinado usuário.

Além disso, será ampliado o limite de tempo que os dados ficam disponíveis. Atualmente são disponibilizados dados de 6 meses e passará a contemplar dados de até 5 anos. Segundo o BC, essa consulta pode ser feita pelas instituições por chave Pix ou pelo usuário (CPF/CNPJ), 24 horas por dia, todos os dias do ano.

"O resultado dessas mudanças é uma maior eficácia no combate à fraude, uma vez que as instituições passarão a ter melhores subsídios para aprimorar os próprios modelos de prevenção e detecção de fraude. Na prática, as instituições terão melhores condições de atuar preventivamente (rejeitando transações fraudulentas ou bloqueando cautelarmente os recursos) e, em última instância, resultará em maior proteção aos usuários", afirma Breno Lobo, consultor na Gerência de Gestão e Operação do Pix.

O BC destacou que o prazo de 5 de novembro para as medidas entrarem em vigor deve-se aos ajustes que serão necessários nos sistemas do BC e dos participantes do Pix. As medidas foram desenvolvidas em conjunto com o mercado, Grupo Estratégico de Segurança (GE-SEG), formado no âmbito do Fórum Pix.

Para aumentar a segurança, o BC também passou a exigir um questionário de autoavaliação em segurança das instituições que querem participar do Pix, com a assinatura do diretor responsável pela política de segurança cibernética, "de forma a garantir que as instituições atendam aos requisitos técnicos de segurança determinados pelo BC".

A novidade, que tenta aumentar a responsabilidade das instituições financeiras e de pagamento com as regras de segurança, impondo mais uma "barreira" para tentar conter os episódios de vazamento de dados, também foi antecipada pelo Broadcast em outubro.

Segundo o BC, o questionário aborda questões relacionadas à segurança com dados pessoais, segurança na comunicação, assinatura e certificados digitais, segurança de QR Codes, implementação segura de aplicativos e APIs.

"A segurança é um dos pilares fundamentais do Pix e é entendida como um processo contínuo, pois novas formas de fraude e golpes surgem com frequência. Em função disso, o BC atua de forma permanente para garantir a manutenção do elevado patamar de segurança do Pix", disse o BC em nota divulgada à imprensa.

O uso do Pix, sistema de transferências instantâneas do Banco Central (BC), para compras e pagamentos de contas encerrou o primeiro trimestre com recorde. Em março, as transações de pessoas físicas para empresas corresponderam a 27% do total, informou nesta quarta-feira (26) o BC. 

Este foi o percentual mais alto da série histórica. Quando o Pix entrou em funcionamento, em novembro de 2020, apenas 5% das transações eram feitas de pessoas físicas para empresas. 

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Em março, 683,75 milhões de transações no Pix foram de pessoas físicas para empresas, categoria que abrange compras físicas, compras pela internet e pagamento de contas. Esse tipo de transação movimentou R$ 423,27 bilhões no mês passado.

A preferência no uso do Pix continua nas transações entre pessoas físicas, que responderam por 63% das transações em março. Em abril de 2021, o percentual estava em 76%.  Em março, a utilização total do Pix bateu recorde, superando pela primeira vez a marca de 3 bilhões de transações mensais. O valor movimentado também foi recorde, com R$ 1,28 trilhão transferidos no mês passado.

O senador pelo estado do Ceará, Cid Gomes (PDT) criticou nesta terça-feira (25), a atuação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

O parlamentar pediu para que o atual dirigente da instituição renunciasse ao cargo, e também entregou um boné do Santander ao gestor, que atuou como membro do conselho executivo do banco no país até 2018.  Cid disse que Campos Neto tem ligação com o ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL). "A política, por mais que o senhor não deseje, está presente nessas questões. O senhor fez manifestações públicas em defesa do presidente Bolsonaro, vestindo camisinha amarela, declaração pública e notória", afirmou.

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Nas eleições do ano passado, o gestor do BC votou em um colégio do estado de São Paulo usando uma camisa da seleção brasileira, um dos símbolos adotados por apoiadores do bolsonarismo ao longo dos últimos anos.

Em seguida, o parlamentar criticou a taxa de juros e entregou a Campos Neto um boné com a logomarca do banco Santander. “Com todo respeito, presidente, me perdoe, mas, nessa hora, eu queria lhe fazer uma sugestão. Pegue seu bonezinho e peça para sair”, disse o senador.

Cid Gomes ainda chegou a utilizar um quadro e giz para criticar a taxa básica, a Selic. “A inflação do Brasil em 2022 foi de 5,8%. A nossa taxa de juro terminou o ano com 13,75%”, disse. “Sabe onde é que vai incidir esses 13,75%? Na nossa dívida. Na dívida do governo federal que, em março, [tinha] R$ 7,3 trilhões”, completou.

A declaração de Cid Gomes foi feita durante audiência para discutir a meta de inflação e a taxa de juros praticada pelo BC. O índice é alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de governistas. O Economista não respondeu as acusações do senador.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira, 21, que a economia não gira em torno da Selic. Ao ouvir de um empresário na Lide Brazil Conference que o elevado patamar da taxa de juros atrapalha o Brasil a crescer, Campos Neto respondeu que só 20% do crédito é ligado à Selic; o restante é ligado a taxas longas. "Obviamente, o Banco Central quer cair o juro", disse.

"Se a gente não conseguir fazer um movimento na Selic com credibilidade, a taxa longa não cai", justificou. "O que move o Brasil não é a taxa de juros de um dia, é a taxa de juros de três, cinco, dez anos. Para fazer que a queda da Selic gere um movimento de queda prolongada de juros, precisa ter credibilidade. O Banco Central está esperando o melhor momento para fazer para que isso tenha um ganho real para as pessoas. A economia não gira na Selic".

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Para justificar a necessidade de se manter a Selic no patamar em que se encontra, Campos Neto comparou a política monetária a uma tubulação de água que se encontra entupida. Ou seja, para se atingir o fluxo de água desejado numa tubulação entupida, e neste caso pelo elevado porcentual de crédito, o BC precisa elevar a pressão da água.

"Uma das coisas que explicam a tubulação de política monetária entupida é o elevado porcentual de crédito direcionado", disse, explicando que quando isso ocorre e a política monetária muda, o BC não tem influência sobre este porcentual.

Então, de acordo com ele, para se ter o efeito desejado o BC aumenta a pressão de juro na "tubulação congestionada". "É o efeito que a gente chama também da meia entrada. Se você tem a meia entrada, a principal tem que ser mais cara para compensar", disse acrescentando que enquanto no Brasil há 40% de direcionamento de crédito, em outros países o índice é de, em média, 4%. "Isso explica, em parte, o porquê de às vezes o nosso juro ser mais alto. É porque um componente de crédito subsidiado mais alto faz com que nossa política monetária tenha menos efeito".

Campos Neto insistiu que, estruturalmente, a taxa de juro tem que ser maior quando o componente de crédito subsidiado é também maior. "Isso não é porque eu acho A ou B é correto ou errado. Isso é um estudo que sai da relação entre potência da política monetária e o espaço que a gente tem", afirmou.

Sobre os argumentos de que a taxa de juro real no Brasil é muito alta, o presidente do BC diz que se for comparar a taxa real de um país que já aumentou a taxa nominal com países que ainda estão subindo a sua taxa nominal de juro, o resultado da comparação das taxas reais será distorcido.

"Então, a gente precisa medir contra o núcleo da inflação, dado que nossa inflação cheia tem a contaminação da desoneração dos preços de comunicação, gasolina e energia elétrica. Isso afetou a inflação cheia. Mas ela é alta, mas não está muito distante das dos outros", disse Campos Neto.

O presidente do Banco Central fez um discurso amparado em números, no qual defendeu com veemência o sistema de metas de inflação e a autonomia do BC. "O anseio pela queda de juros é político, mas nosso trabalho é técnico", afirmou Campos Neto.

O dirigente lembrou que a Argentina aumentou sua meta e a taxa de juros caiu, mas a inflação disparou. Segundo Campos Neto, se o Banco Central não tivesse aumentado a taxa de juros na eleição, hoje a Selic seria de 18,75%. "Quando a inflação sai do controle, as empresas e o ricos se adaptam, mas os pobres não. Inflação é desigualdade e aumento de pobreza. Quem tem menos recursos não consegue se proteger", afirmou.

O economista frisou que, se for feito um ajuste de juros "sem as condições", o resultado pode ser "desastroso" para o crédito. "Países que abandonaram o sistema de meta entraram num sistema inflacionário muito alto", completou.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira, 21, que a autoridade monetária está trabalhando em um projeto que visa a um avanço na indústria de fundos, como foi feito na indústria bancária. O banqueiro central fez essa afirmação ao responder uma pergunta da ex-ministra da Agricultura do governo Dilma, a empresária e pecuarista Kátia Abreu, sobre o efeito dos depósitos voluntários na dívida. Segundo Campos Neto, os depósitos voluntários são um instrumento que dão muita flexibilidade ao BC.

"A gente tem mais ou menos R$ 70 bilhões feitos em depósitos voluntários", disse o presidente do BC, acrescentando que uma das perguntas que mais fazem a ele neste assunto é sobre o efeito deste instrumento sobre a dívida.

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"O efeito na dívida é que você diminui a dívida bruta porque hoje temos um problema na contabilidade do Banco Central. É como se você tivesse um ativo e um passivo que você conta diferente dependendo do método. Então, como temos uma dívida que foi emitida para comprar reservas e uma coisa é contabilizada de um jeito e outra, contabilizada de outro jeito, temos uma distorção entre o que é minha dívida liquida e o que é minha dívida bruta", explicou Campos Neto.

De acordo com ele, essa distorção é mais ou menos o montante das reservas. "Quando fazemos depósito voluntário, puxamos de um livro para outro e se faz um matchentre ativo e passivo, o que faz com que a dívida bruta diminua", disse o banqueiro central.

Ele argumentou que não se avançou nos depósitos voluntários porque o BC quer também fazer depósito voluntário com os fundos. Esse plano se justifica no fato de grande parte das compromissadas estar na indústria de fundos e não na indústria bancária. "Estamos fazendo um projeto para isso", disse Campos Neto.

Isso, de acordo com Campos Neto, não vai melhorar a dívida do Brasil em si. Só melhora o número da Dívida Bruta que hoje tem uma distorção por uma questão contábil, segundo o banqueiro central.

Campos Neto participou nesta sexta-feira do evento Lide Brasil Conference London, evento que o Grupo de Líderes Empresariais (Lide) realiza desde quinta-feira, 20, em Londres.

O presidente do Senado Brasileiro, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), voltou nesta sexta-feira, 21, a se dirigir ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e pedir a redução da taxa básica de juros brasileira. Pacheco fez o pedido no seu discurso de abertura do segundo e último dia do evento Lide Brazil Conference London na capital britânica.

De acordo com Pacheco, a atual taxa de juros brasileira, em 13,75% ao ano torna difícil o crescimento da economia brasileira.

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"Quero mais uma vez destacar ao nosso querido Roberto Campos Neto, com devida vênia, a nossa reivindicação relativamente ao juro do Brasil, com a natural cordialidade respeito e acatamento, mas é uma súplica do Congresso Nacional. Não poderia deixa de externar que 13,75% ao ano realmente são muito difíceis para o crescimento do Brasil e tenho certeza que o BC, sob a condução de Roberto Campos Neto, haverá de cuidar de maneira muito veemente para que essa taxa de juro se reduza no Brasil", disse.

Pacheco reforçou também os compromissos dele e do Senado com uma arrecadação sustentável e inteligente e razoável, sem a criação de novos impostos.

O senador também redobrou seu compromisso com o acordo bilateral firmado entre o Brasil e o Reino Unido à não bitributação e ao marco legal das garantias, um pleito colocado ontem no evento, que será colocado para apreciação do Congresso na forma do Projeto de Lei 4188 e com o marco fiscal, que em maio será apreciado na Câmara e no Senado.

O evento, organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) na capital britânica, teve início na quinta-feira (20) e se encerra nesta sexta-feira com a palestra do presidente do Conselho do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi.

O ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos Larry Summers criticou nesta sexta (31) governantes que atacam a independência dos bancos centrais de seus países. Segundo ele, bater nessas instituições buscando redução da taxa de juros é um "jogo de tolos". A declaração foi feita durante a 9.ª edição da Brazil Conference, que ocorre na Universidade Harvard e no Massachusetts Institute of Technology (MIT), até hoje. Organizado pela comunidade brasileira de estudantes em Boston, o evento tem parceria do Estadão, que faz a cobertura e a transmissão dos painéis.

Summers participou de debate sobre os desafios para o desenvolvimento econômico da América Latina. O americano afirmou que o sucesso de uma economia pode ser aferido pela sua capacidade de evitar mudanças bruscas nos preços ao consumidor. "A melhor forma que encontramos para manter os preços estáveis, e que são uma espécie de âncora, são os bancos centrais independentes e as formas como eles funcionam, capazes de isolar a si mesmos", afirmou o ex-secretário americano. "Os bancos não ouvem, então você não consegue baixar a taxa de juros, mas o mercado ouve."

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As falas do economista ocorreram em meio aos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de integrantes do governo e do PT à independência do Banco Central brasileiro e aos juros praticados no País. O ex-secretário não citou diretamente a gestão petista.

Democracia

Summers fez ainda um paralelo entre os atos golpistas em Brasília, no dia 8 de janeiro, e o que aconteceu no Capitólio, nos Estados Unidos, ressaltando os desafios à democracia. "Não acho que seja preciso muita imaginação das ciências sociais para ver paralelos importantes entre o que acontece no meu país e o que acontece no seu."

O ex-secretário chamou atenção para o cenário de inflação elevada, que atinge a América Latina, da qual o Brasil é a maior economia, e para preocupações globais como mudanças climáticas e riscos geopolíticos. "Há o fluxo de preocupação com a inflação e o desafio de restaurar a estabilidade de preços, que é um tanto perene na América Latina." E enfatizou a importância do desempenho do Brasil. "O Brasil assume grande importância como a maior e mais influente nação na região", disse.

No mesmo evento, o presidente do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, afirmou que restrições fiscais são importantes para controlar a inflação no pós-pandemia, mas ponderou que elas dificultam a entrega de benefícios sociais para a população, como melhorias na saúde e educação.

"O governo não tem os recursos necessários para satisfazer essas demandas que a sociedade está pedindo, e está perdendo a paciência pedindo, porque os recursos que eles têm normalmente são limitados e a região enfrenta restrições fiscais", afirmou o ex-presidente do Banco Central. "Os bancos centrais estão reagindo à inflação alta e, portanto, a gente tem hoje no mundo taxas de juros mais altas."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O cenário da moeda norte-americana em 2023 e 2024 ficou estável mais uma semana no Relatório de Mercado Focus. A estimativa para o câmbio neste ano continuou em R$ 5,25, mesmo valor esperado há um mês. Para 2024, permaneceu em R$ 5,30, mesma mediana de quatro semanas atrás.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

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O governo federal formalizou a exoneração de Bruno Serra Fernandes do cargo de diretor do Banco Central (BC) do Brasil. A exoneração, "a pedido", está publicada na edição desta segunda-feira (27), do Diário Oficial da União (DOU), com efeito retroativo a 23 de março. Conforme o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. apurou, a solicitação da exoneração foi encaminhada ao Palácio do Planalto no último dia 20.

Serra estava à frente da Diretoria de Política Monetária do Banco Central e seu mandato expirou no fim de fevereiro. Antes mesmo da publicação da saída de Serra, o Banco Central baixou na quinta-feira (23) portaria designando o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, como responsável pela diretoria antes ocupada por Serra. Com isso, Guillen passa a acumular as duas áreas.

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Além da Diretoria de Política Monetária, a de Fiscalização também está com o mandato de seu titular, Paulo Souza, expirado. Souza, desde o começo, se prontificou a ficar no cargo até que seu substituto seja escolhido. Serra, por sua vez, já havia demonstrado interesse em permanecer no órgão apenas até o fim deste mês, como já havia registrado o Broadcast.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não escolheu as indicações que irá fazer para os dois postos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda está avaliando nomes para levar a Lula. Na semana passada, um dos mais cotados para a vaga de Política Monetária, o administrador Rodolfo Fróes, confirmou ao Broadcast que está passando por uma sondagem do governo, mas que o processo ainda não foi finalizado.

O Ibovespa opera em queda nesta quinta-feira (23), gerando uma inversão no movimento de alta verificado mais cedo, enquanto investidores entendem a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), em manter a taxa Selic no elevado patamar de 13,75%. O movimento da queda levou o principal índice da bolsa brasileira para abaixo dos 100 mil pontos. Por volta das 13h25, o Ibovespa recuava 0,27% enquanto o dólar, no mesmo horário, tinha aumento de 0,7%.  

O movimento pela manutenção dos juros brasileiros já era esperado, mas, contrariando as expectativas da discrição, o BC subiu o tom no comunicado após a decisão e não descartou a possibilidade de mais apertos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou o comunicado “muito preocupante”, na mais recente crítica de membros do governo à autoridade monetária e ao patamar de juros do país. Na véspera, o dólar fechou o dia cotado a R$5,236 na venda, em baixa de 0,17%.

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O Ibovespa, por sua vez, recuou 0,77% aos 100 mil pontos. O Banco Central fará nesta posição leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional (troca de taxa) para fins de rolagem do vencimento no dia 2 de maio de 2023. No cenário internacional, bancos centrais seguem no radar, após autoridades da Suíça e Noruega indicarem que o ciclo de altas nos juros ainda não terminou.  

O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) também decidiu sobre a política monetária do Reino Unido nesta quinta e elevou a taxa de juros em 0,25 p.p. A autoridade assegurou esperar que o aumento da inflação esfrie mais rápido do que antes, apesar do aumento inesperado na taxa inflacionária divulgado na última quarta-feira (22). Sobre as perspectivas para o ritmo lento de crescimento econômico do país, os nove membros do BoE votaram por 7 a 2 a favor de um aumento de 25 pontos-base nos juros, para 4,25% - o 11º aumento consecutivo.

O movimento do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) trouxe alívio aos mercados. Apesar da alta de 0,25 p.p. nos juros, a autoridade adotou um tom mais moderado para discutir sobre a trajetória futura da taxa, ao dizer que “algum endurecimento adicional, da polícia monetária, poderá ser apropriado para que a inflação convirja a meta”. 

O cenário da moeda norte-americana em 2023 e 2024 ficou estável nesta semana no Relatório de Mercado Focus. A estimativa para o câmbio neste ano continuou em R$ 5,25, mesmo valor esperado há um mês.

Para 2024, a mediana permaneceu em R$ 5,30, repetindo a mediana de quatro semanas atrás. A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.

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Com isso, o Banco Central (BC) espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

O primeiro dia de saques de valores esquecidos está exigindo paciência dos correntistas. Pela manhã, a fila para entrar no sistema chegou a duas horas, mas agora está em torno de três minutos.

Nas primeiras horas de funcionamento, diversos usuários receberam a mensagem que o site estava sobrecarregado e que o correntista deveria voltar mais tarde. Quem conseguia entrar enfrentava uma fila de cerca de 300 mil pessoas. Por volta das 16h, a fila estava em torno de 60 mil pessoas, com todos conseguindo acessar o sistema. 

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Em nota, o Banco Central (BC), que administra a página Valores a Receber (SVR), informou que o sistema está “funcionando a plena carga”. O órgão, no entanto, ressaltou que o tempo de espera nas primeiras horas foi menor que o esperado, mas que a demanda está diminuindo ao longo do dia.

“Nessas primeiras horas de funcionamento, uma vez dentro do sistema, o tempo para os usuários requererem seus recursos tem sido menor que o esperado. O SVR está adequando o cálculo do tempo esperado em fila para refletir essa experiência real dos usuários, o que deve reduzir a previsão em espera informada ao cidadão”, ressaltou a nota do BC.

Segundo o BC, a demanda diminuirá após as primeiras horas de atendimento. O órgão informou que o sistema de lista de espera é semelhante ao adotado na compra de entradas para grandes eventos. Até o fim do dia, o BC soltará um balanço dos resgates.

“Como é comum em sistemas que recebem uma enorme quantidade de acessos em curto espaço de tempo, o SVR organiza automaticamente uma fila e informa ao usuário sua posição e previsão de atendimento. Esse mesmo procedimento é utilizado, por exemplo, na abertura da venda de ingressos para um show muito procurado”, explicou o BC.

Reabertura

Com a possibilidade de verificação de valores de pessoas falecidas, o Sistema de Valores a Receber (SVR) reabriu nesta terça-feira (7), após 11 meses fechado. Desde as 10h, os usuários podem agendar o recebimento dos recursos no site Valores a Receber. 

As consultas foram reabertas em 28 de fevereiro. Conforme o balanço mais recente do BC, até esta segunda-feira (6), 23,8 milhões de consultas haviam sido feitas. Desse total, 6,9 milhões (29%) apontaram quantias a receber e 16,8 milhões (71%) não encontraram valores esquecidos.

Segundo o BC, cerca de 38 milhões de pessoas físicas e 2 milhões de pessoas jurídicas têm cerca de R$ 6 bilhões a receber. O sistema tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no Whatsapp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. A sala de espera virtual permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.

Além dessas melhorias, haverá a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vidas, o sistema informará a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também haverá mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

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