Depois de três fiscalizações e mais de um ano de promessas não cumpridas, o Hospital Regional Júlio Alves de Lira, em Belo Jardim, no Agreste pernambucano, foi interditado nesta segunda-feira (12). O Conselho Regional de Medicina (Cremepe), junto à Vigilância Sanitária e ao Ministério Público do Estado (MPPE), deram o ultimato no Diário Oficial do último dia 9 de janeiro, após fracassadas rodadas de negociação com a Prefeitura da cidade.
“Em maio do ano passado, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi assinado pela Prefeitura, que se comprometeu a sanar todos os problemas. Em novembro, através de denúncias da população, mais uma vez marcamos uma reunião e vimos que não houve resposta da gestão municipal. Portanto, decidimos a interdição por tempo indeterminado. O hospital só volta a funcionar se cumprir todas as exigências mínimas”, garantiu o presidente do Cremepe, Sílvio Rodrigues. Inicialmente, o hospital tinha 65 leitos, além de oito específicos à obstetrícia; com algumas reformas, este número já tinha diminuído.
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A unidade de saúde vem sendo alvo de críticas desde o final de 2013. Esvaziada, só atendia a quatro pacientes, nesta segunda, quando foi interditada. Problemas estruturais como infiltrações, queda de rebocos do teto e insumos insuficientes levaram os órgãos fiscalizadores à interdição. “O correto seria que hospitais do tipo funcionassem em pleno vapor. Vários prefeitos fazem de conta que existem hospitais, quando na verdade não funciona”, criticou o presidente do Cremepe. Entre os pacientes que estavam sendo atendidos na unidade, dois receberam altas médicas e os outros foram levados para outra unidade de saúde em Vitória de Santo Antão.
Promotora responsável por acompanhar o caso, Ana Clézia Nunes encaminhou o processo à Secretaria Estadual de Saúde (SES); enquanto isso, o hospital está impedido de receber pacientes. Na sexta-feira (16), haverá uma fiscalização na Policlínica Professor Ulisses Lima, também em Belo Jardim; caso haja condições, a unidade ficará responsável pelos atendimentos à população da região, enquanto o Júlio Alves de Lira permanece de portas fechadas.