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O senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), ex-governador do Maranhão e futuro ministro da Justiça no governo Lula, afirmou nesta sexta-feira (16) que parte dos manifestantes que participaram de atos de vandalismo em Brasília foram identificados. A declaração foi dada em São Luís durante coletiva de imprensa para anunciar novos integrantes de sua equipe no Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

"As investigações sobre o que aconteceu na capital do país estão em curso. Já há identificação de dezenas de pessoas que atuaram naqueles atos de terrorismo, violência, intimidação, danos patrimoniais e risco à integridade física das pessoas", afirmou Dino. Ele assegurou que, mesmo que eventuais investigações não avancem este ano, a apuração terá continuidade com o novo governo. 

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Os atos violentos ocorreram na noite de segunda-feira (12), na região central da capital federal. Manifestantes que apoiam o presidente Jair Bolsonaro tentaram invadir a sede da Polícia Federal (PF) após a prisão do indígena José Acácio Tserere Xavante, decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e iniciaram um protesto que resultou no fechamento do Setor Hoteleiro Norte e de parte do Eixo Monumental. Ao menos oito veículos, incluindo cinco ônibus, além de carros particulares, foram incendiados durante a confusão.

Os manifestantes também danificaram vidros de outros automóveis, quebraram mobiliário público e vidros de uma Delegacia de Polícia. Até o momento, nenhum prisão foi efetuada.   

Equipe

Durante a coletiva, Flávio Dino anunciou novos integrantes de sua equipe para postos-chave da pasta. Para coordenar o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), que vigorou durante o mandato anterior de Lula e será recriado, foi chamada a advogada Tamires Sampaio, ligada ao PT. O ex-deputado federal e ex-presidente da Ordem dos Advogados no Rio de Janeiro (OAB-RJ), Wadih Damous (PT), será o secretário nacional do consumidor e coordenará o Sistema Nacional do Consumidor.

A professora e advogada de direitos humanos Sheila de Carvalho, que integrou a equipe de transição, será assessora especial do gabinete do ministro com ênfase no combate ao racismo, e também presidirá o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare). Outro nome anunciado é o da advogada Estela Aranha, que coordenará uma área de direitos digitais que será criada no ministério.

Além dos novos nomes, Flávio Dino já havia indicado, na semana passada, o delegado Andrei Rodrigues, chefe da equipe de segurança do presidente eleito Lula, para a diretoria-geral da Polícia Federal. O jornalista Ricardo Cappeli foi anunciado essa semana como secretário-executivo do MJSP, o segundo cargo mais importante na hierarquia da pasta. Cappelli foi secretário de Comunicação do governo do Maranhão na gestão de Flávio Dino e continuava servindo como secretário no estado. Já o secretário-executivo adjunto será Diego Galdino, anunciado nesta sexta. Galdino foi foi chefe da Casa Civil, secretário estadual de Cultura e Turismo e secretário estadual do Meio Ambiente, os três cargos no governo do Maranhão. Com os anúncios, Dino informou que já preencheu cerca de metade dos cargos considerados os mais estratégicos na estrutura do ministérios, e que espera concluir a montagem da equipe até a próxima semana.

Confira o perfil dos novos nomes anunciados por Flávio Dino para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a partir de janeiro: 

- Diego Galdino (secretário-executivo Adjunto): Administrador e bacharel em Direito. Trabalhou  por 8 anos na Vale. Na gestão pública, atuou no Governo do Maranhão como Secretário Adjunto na Secretaria de Estado da Cultura, como secretário de Cultura e Turismo, secretário de Estado do Governo, secretário de Estado de Meio Ambiente,  e como chefe da Casa Civil do Estado. Foi membro do Conselho Superior de Segurança Pública do Maranhão e Presidente do Consórcio de Turismo Internacional do Nordeste.

- Estela Aranha (coordenadora para Direitos Digitais): Advogada,  especialista em regulação e direito digital. Presidente da Comissão Especial de Proteção de Dados do Conselho Federal da OAB e da OAB-RJ. Pesquisadora do CEDIS- IDP. Membro da Comissão de Juristas para a regulação de Inteligência Artificial no Senado Federal. 

- Tamires Sampaio (coordenadora do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania - Pronasci): Advogada, mestra em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, pesquisadora na área de segurança pública, política criminal e racismo estrutural. Bolsista do Zoryan Institute no Genocide and Human Rights University Program em 2019 na Universidade de Toronto, Canadá. Foi secretária adjunta de Segurança Cidadã em Diadema. É Diretora do Instituto Lula e militante do movimento negro na Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN).

- Wadih Damous (Secretário Nacional do Consumidor): Advogado. Graduado pela Faculdade de Direito da UERJ. Mestre em Direito Constitucional e Teoria do Estado pela PUC/RJ. Autor do livro Medidas Provisórias no Brasil, com Flávio Dino. Foi Presidente da OAB/RJ ( 2007/12); da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro (2012/14); Deputado Federal PT/RJ (2015/18).

- Sheila de Carvalho (assessora especial do ministro e presidente do Comitê Nacional para os Refugiados - Conare): Advogada Internacional de Direitos Humanos. Foi Fellow do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU e Diretora de Incidência política do Instituto de Referência Negra Peregum. Especialista em litigância estratégica em direitos humanos e justiça climática. É professora de pós-graduação em direitos humanos. Integra a Uneafro Brasil, Coalizão Negra Por Direitos e Grupo Prerrogativas. Coordenadora do Núcleo de Violência Institucional da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP e do Centro de Referência Legal da Artigo 19. Atuou como advogada para as principais organizações de direitos humanos brasileiras e internacionais.É também conselheira da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).

A deputada estadual de São Paulo, Janaína Paschoal (PRTB), afirmou, nesta sexta-feira (16), que os bolsonaristas devem começar a aceitar a realidade e parar de esperar que alguma coisa aconteça diante do resultado das eleições deste ano, que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente do país a partir de 1º de janeiro de 2023.

Em publicação no Twitter, Janaína disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) já está preparando sua mudança do Palácio da Alvorada e os que o elegeram devem começar a agir para eleger, em 2026, alguém, segundo ela, “menos teatral”.

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“Amados, sei que estou desagradando, mas o Presidente já está preparando a mudança e vocês aí, esperando "algo" acontecer. Por favor, aceitem a realidade. Vamos trabalhar para preparar alguém menos teatral para 2026. Se não tivessem causado tanto, o PT não estaria de volta. Triste”, disse a parlamentar que foi uma das autoras da denúncia que resultou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016.

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A Polícia Federal encontrou pelo menos 15 armas, incluindo um fuzil, um rifle e uma submetralhadora, além de munições, durante uma operação nesta quinta-feira (15). A ação tem como objetivo investigar um grupo de bolsonaristas suspeito de organizar atos antidemocráticos após o segundo turno das eleições, em outubro. Nesta investida, foram cumpridos mais de 100 mandados de busca e apreensão em sete estados e no Distrito Federal. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

A informação foi divulgada pelo futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), e os detalhes foram divulgados pela PF. Em nota, a instituição afirmou que está cumprindo "81 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, em apuração que tramita na Corte acerca dos bloqueios de rodovias após a proclamação do resultado das Eleições Gerais de 2022". 

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No Espírito Santo, são cumpridos outros 23 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão nas cidades de Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim. A PF não informou o nome dos alvos da operação desta quinta-feira (15). 

Em um segundo endereço, mais armamento foi encontrado: quatro armas regulares e uma sem registro. Desta vez, uma pessoa foi presa em flagrante. Dos quatro mandados de prisão expedidos por Moraes, relacionados aos alvos no Espírito Santo, dois haviam sido cumpridos até o início da tarde de hoje. Outros dois suspeitos continuavam foragidos. Além disso, dois deputados estaduais capixabas, apesar de não terem sido detidos, precisaram colocar tornozeleira eletrônica. 

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  O ministro presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do STF, Alexandre de Moraes disse, dois dias após a tentativa de invasão de bolsonaristas à Polícia Federal em Brasília, que "ainda tem muita gente para prender", nesta quarta-feira (14).

A fala aconteceu em resposta a um comentário do colega de STF, do ministro Dias Toffoli, sobre os casos de prisões e multas feitas e aplicadas nos Estados Unidos em decorrência do ataque ao Capitólio, em 2021, e da divulgação de fake news.

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“Quem imaginava que ia ter uma invasão no Capitólio? (...) Lá, 964 pessoas já foram detidas, nos 50 estados, acusados de crimes cometidos desde 6 de janeiro", disse Dias Toffoli.

"Fiquei feliz com a fala do ministro Toffoli, porque comparando os números ainda tem muita gente pra prender e muita multa para aplicar", respondeu Alexandre.

Vale lembrar, que até o momento nenhuma pessoa foi presa após o caso de vandalismo feito por parte de Bolsonaristas, na última segunda-feira (12).  

Em entrevista à Revista Fórum, um servidor da Polícia Federal (PF) classificou a destruição que tomou as ruas de Brasília como "terrorismo de Estado" e ligou o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI) ao quebra-quebra. Ele também observou que a confusão foi tolerada pela Polícia Militar (PM) e espera pelo aumento da escalada de violência com o encaminhamento da gestão Lula (PT).

O servidor afirmou que a ação de extremistas acampados no entorno do Quartel General do Exército em Brasília foi coordenada pelo Gabinete: "O GSI está na cabeça disso, e o uso da área do QG, que é militar, é do Exército, não é à toa. O próprio secretário de segurança do DF disse isso ontem em coletiva, que ‘ninguém entra lá porque é área do Exército’, uma desculpa pronta e perfeita. O GSI tem hoje poder para controlar mais de mil militares diretamente lá dentro e eles estão literalmente bancando, mantendo e abrigando essa gente lá dentro e logicamente ninguém fardado está aparecendo".

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Ele comentou que a pressão psicológica é uma forma de atuação já conhecida pelos militares que formam o GSI pela experiência das abordagens nas missões do Haiti e nas GLO’s (operações de Garantia da Lei e da Ordem). "Esse oficialato de Inteligência opera a partir de uma lógica de que eles podem interferir em absolutamente tudo e, numa situação como a atual, operar usando o terrorismo é algo bem natural", pontuou o policial que não teve a identidade relevada para preservar sua imagem, mas comprovou o cargo através de documentos oficiais, segundo a reportagem.

Além da suposta coordenação de dentro da Presidência, a fonte também ressaltou a conivência da Polícia Militar do Distrito Federal, considerada por ele como "profundamente bolsonarista". Apesar das invasões e destruição de patrimônio público e privado, ninguém foi preso em flagrante. “Eu tenho colegas na PM, muitos, são majores, tenentes-coronéis, na PM e nos Bombeiros, e eles são bolsonaristas e extremistas, um pessoal que não tá nem aí para o que está acontecendo, e as polícias não vão fazer absolutamente nada [...] a ação da Polícia Militar do DF ontem foi uma piada, uma brincadeira... Não houve uma prisão sequer e nem uma ação proativa só, preventiva, que evitasse nem que fosse a depredação dos bens públicos e privados [...] Os caras atacaram postos de gasolina e a PM não fez absolutamente nada, nem uma só pessoa foi presa e eles seguem agindo como se nada estivesse acontecendo”, descreveu.

Na sua visão, mais violência deve ocorrer no desenrolar do governo do presidente eleito Lula (PT). "A cada novo fato de repercussão do governo Lula, ou até mesmo agora, antes da posse, esse tipo de tensão e até de ataques e violência vão acontecer, e essa escalada de violência vai aumentar”, concluiu.

O presidente da Federação Nacional de Policiais Federais, Marcus Firme, afirmou que as investigações posteriores vão identificar os culpados pelos os atos de vandalismo realizados em Brasília na segunda-feira (12). As informações foram dadas em entrevista para a CNN Brasil.

Além disso, ele acrescentou que dependendo do desenrolar das investigações” da Polícia Federal (PF) e da Secretaria de Segurança do Distrito Federal, alguns manifestantes criminosos podem ser identificados ainda esta semana.

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Segundo Firme, a ação da polícia inicial visava “evitar a invasão do prédio da PF, a depredação de patrimônio público e proteger a vida dos próprios policiais presentes. Dificilmente dava para prender alguém no momento, mas as investigações vão identificar todos e serão feitas prisões com certeza”, destacou.

Ele afirma que não sabe o motivo pelo qual não foram feitas prisões em flagrantes. Mas, segundo ele, a investigação também vai permitir identificar aqueles que realmente praticaram crimes e os que estavam apenas no local.

Por fim, ele afirmou que a PF e o estado brasileiro não podem aceitar esse tipo de comportamento.

    Após os atos de vandalismo feitos por bolsonaristas em Brasília, na noite desta segunda-feira (12), o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Antonio Lorenzo, atacou a equipe de transição de Lula (PT) após Flávio Dino, que assumirá o ministério da Justiça, pedir a responsabilização dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Assim funciona a esquerda… não é governo, não tem poder nem autoridade alguma sobre a matéria, mas convoca coletiva, faz estardalhaço e, como sempre, sem resultado prático algum… Brasil rumo a um buraco vergonhoso”, escreveu Lorenzo em seu perfil no Twitter. 

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Até o momento não houve nenhuma manifestação de Antônio Lorenzo contra os atos de vandalismo.  

A postura enérgica de Jair Bolsonaro (PL) esmoreceu desde o resultado das eleições que cravou sua saída da Presidência. Desaparecido por dias, o ainda presidente já não é mais tão ativo nas redes sociais e vem comovendo apoiadores com lágrimas em suas aparições públicas. Criticado por não ser mais objetivo em sua forma de se comunicar, - seja para incentivar ou rechaçar movimentos antidemocráticos- lhe restou adotar uma estratégia ambígua para evitar ainda mais danos à imagem do bolsonarismo.  

 Até as cenas de destruição do conflito entre seus apoiadores e a Polícia Federal em Brasília, na noite dessa segunda-feira (12), não foram suficientes para abalar a reclusão do presidente. As lives semanais que marcaram sua trajetória no Palácio já não eram mais transmitidas e os ataques quase diários à esquerda também deixaram de ser publicados.  

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Nas suas últimas semanas como chefe de Estado, Bolsonaro se equilibra entre uma corda bamba uma futura responsabilização judicial por sustentar manifestações golpistas e o esvaziamento do seu movimento político com a insatisfação dos seus admiradores, que esperavam mais ímpeto contra a definição do pleito. 

O Governo Bolsonaro foi caracterizado por uma comunicação mais direta com seu eleitorado. Reprodução/Redes Sociais

“A postura do presidente deve-se ao fato de não existir nenhum ganho político ou estratégico em se posicionar nesse momento. Afinal, as eleições foram concluídas, os vencedores foram definidos de qualquer fala do presidente que venha tocar em aspectos políticos pode representar uma não concordância com o resultado do processo”, observou o cientista político Caio Sousa, que também percebe a postura apagada de Bolsonaro como uma reação pessoal ao desgaste da derrota. 

Em um primeiro momento, esse silêncio serviu como estímulo aos manifestantes que bloquearam rodovias e montaram acampamentos em frente a quartéis por todo o país. O entendimento desses manifestantes era de que o Capitão planejava uma virada de mesa sem chamar atenção. “O silencio permite que as ideias venham a divagar e as pessoas possam criar uma série de possibilidades. No entanto, ele é presidente da República e não cabe a ele ficar constantemente ficar corrigindo pessoas que dizem o apoiar", comentou o cientista. 

 Os dias se passaram e a realidade se manteve até que Bolsonaro voltou a movimentar as redes com um vídeo em que pedia o debloqueio das rodovias. A reação após muita pressão foi necessária, mas sucinta diante do que se esperava e deu margem a interpretações equivocadas do texto constitucional por parte dos bolsonaristas, que intensificaram o clamor por um golpe de Estado.  

Bolsonaro precisa virar a chave para se manter como líder da extrema-direita. Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Para Caio Sousa, Bolsonaro pensa a longo prazo. A ideia é não contrariar grupos extremistas mais acalorados e focar na reestruturação da oposição após o período natural de lua de mel do futuro governo. “Não criar opositores quando você tem cerca de 49% dos eleitores contrários ao presidente Lula. Então, não é politicamente inteligente você se opor aos apoiadores que você conseguiu. Ao mesmo tempo, você não precisa concordar com o posicionamento deles, acho que o silêncio reside mais nessa concordância em não criar opositores", avaliou.  

De figura combativa a uma figura desanimada, Bolsonaro chegou à Presidência e passou de um parlamentar do baixo clero a principal liderança política do país quando foi combativo. Passado o período de reclusão, mesmo sem cargo eletivo, ele vai precisar se reposicionar no cenário se quiser assumir a postura de líder da oposição. Para isso, o futuro ex-presidente precisa se manifestar para ocupar esse espaço. A não ser que queira abrir margem para o surgimento de uma nova liderança da extrema-direita. 

O clima era de expectativa às 15h55 desta sexta-feira, 2, entre cerca de 300 pessoas reunidas em uma praça da Avenida Presidente Vargas, na região central do Rio. Vestindo camisas amarelas da seleção brasileira, enroladas em bandeiras do Brasil, com os rostos pintados de verde e amarelo, idosos, adultos e crianças viam o relógio se aproximar das 16h cantando em coro: "Avante Brasil, a vitória só depende de seu povo varonil". Diferentemente das aparências, porém, aqueles não eram torcedores reunidos para apoiar o Brasil no jogo contra Camarões, que começaria em minutos no Estadio Lusail, em Doha, no Catar.

"Que nada, aqui é intervenção militar", explicou um dos mais exaltados "torcedores", emendando: "A seleção não salva o Brasil, quem vai salvar serão as Forças Armadas". Quando a bola começava a rolar, o grupo vivia outro momento solene. Perfilado em frente ao Comando Militar do Leste, entoava o Hino Nacional. É o que os "patriotas", como se tratam, reunidos fazem em intervalos desde que chegaram ali, após a derrota do presidente Jair Bolsonaro. Também gritam palavras de ordem, ouvem discursos, agitam bandeiras do Brasil, lancham - e esperam a ação castrense que não vem.

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No acampamento que reúne defensores de um golpe militar contra a posse constitucional do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 1º de janeiro, não havia nenhum aparelho de TV ligado na tarde desta sexta-feira. Ninguém ali assistiu a última das três partidas da Seleção na primeira fase da Copa, encerrada com a vitória de Camarões. Ou, se viu, o fez escondido - no próprio celular, por exemplo. Porque até mencionar a Copa do Mundo no acampamento na Praça Duque de Caxias é arriscado. Ao explicar que tinha ido ao acampamento para saber se o grupo veria o jogo, o fotógrafo do Estadão foi cercado, chamado de "comunista", xingado, ameaçado de agressão. Teve de deixar a área, que é pública.

O repórter do Estadão, porém, ficou até o fim do jogo e ouviu que "o clima de intervenção é muito mais contagiante do que o da Copa", como garantiu uma senhora de mais de 50 anos. A cada meia hora, ela passava 10 minutos puxando um "trenzinho" de mulheres que circulava pela praça clamando (inclusive nos ouvidos dos militares que fazem a segurança da unidade militar): "Forças Armadas, salvem o Brasil!"

Também perambulava pelo local um homem de longa barba branca, vestindo uma túnica. Gravava vídeos e repetia: "Carnaval e futebol são o circo, nunca vão consertar o Brasil".

Boicotar a Copa do Mundo é uma orientação que tem sido repassada, em aplicativos de mensagem como o Telegram, aos defensores do golpe que fazem manifestações nas portas dos quartéis. Os líderes temem que o clima de torcida pela Seleção, com festa na rua a cada vitória - o que não foi o caso desta sexta - leve à desmobilização dos direitistas pró-Bolsonaro. Por isso, dizem aos "patriotas" que ignorem as partidas. Ironicamente, o caso lembra a orientação dada, em 1970, pela esquerda, que temia o uso da Seleção pelo governo. Na época, porém, o Brasil era governado por uma ditadura chefiada por militares, que aboliram a eleição presidencial direta. Naquele ano, o Brasil foi tricampeão.

Na Central, decepção com a Seleção

 

O ambiente na praça onde fica o Panteão de Caxias contrastava com o que se passava na vizinhança. A menos de 40 metros dali, outras centenas de pessoas se aglomeravam em frente a quatro pequenas TVs oferecidas por donos de barraquinhas ao redor da Central do Brasil, principal entroncamento entre o Metrô e os trens suburbanos do Rio.

A maioria desses torcedores eram camelôs. Tinham sacolas cheias de balas, chocolates, fones de ouvido, chinelos verdes e amarelos e outros produtos. Havia também catadores de latinhas. Poucos vestiam camisas amarelas, mas todos queriam ver a seleção. A narração de Galvão Bueno, locutor da TV Globo, abafava o coro a favor do golpe entoados a poucos metros. Entre quem queria ver o jogo, a única comemoração aconteceu quando o flamenguista Pedro entrou em campo . Não adiantou: para decepção geral, o Brasil com o time reserva, perdeu por um a zero.

"Hoje talvez fosse melhor ter passado a tarde cantando com esses malucos", resmungou no fim do jogo, referindo-se aos defensores do golpe, um torcedor de chinelos e camiseta rasgada, antes de partir com seu saco plástico lotado de latas de alumínio vazias.

Aliados do presidente Jair Bolsonaro pressionam o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a escolher nomes da ala ideológica para postos considerados estratégicos. O grupo já fez do deputado federal Capitão Derrite (PL-SP) o preferido de Tarcísio para comandar a Secretaria da Segurança Pública e agora foca em áreas-chave para a pauta conservadora de costumes, como cultura, mulher, família e direitos humanos. A ideia é manter a militância ativa no "bolsonarismo raiz".

O ex-ministro decidiu blindar de indicações políticas os setores ligados à infraestrutura - sua área de origem -, como transporte, logística e habitação, além de saúde e educação. Nomes já foram anunciados para as pastas, e o homem-forte da próxima administração na articulação política será Gilberto Kassab, presidente do PSD e futuro secretário de Governo.

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Enquanto seleciona perfis técnicos para as principais secretarias, Tarcísio debate o desenho das estruturas associadas à chamada "pauta de costumes". Nesta terça-feira, 29, o governador eleito anunciou, por exemplo, a criação de uma pasta dedicada a políticas para mulheres - uma promessa de campanha. A deputada federal bolsonarista Rosana Valle (PL-SP) deve chefiar o órgão, mas ela poderá estar acompanhada nesta empreitada.

Segundo pessoas próximas do governador eleito ouvidas pelo Estadão, uma das possibilidades apresentadas a Tarcísio é incluir a estrutura de "Família" na mesma pasta que deverá ficar com Rosana. Na semana passada, ao tratar do organograma do governo, Tarcísio falava em missões. "O que vai ter é remanejamento de áreas ou até mudanças de nome. Quem define a estrutura é a missão", disse. "Você tem de remanejar e até ter secretarias, como foi prometido a Secretaria da Mulher, mas será outra, transformada."

Nesta semana, o assunto chegou a ser discutido em uma reunião com técnicos do Ministério da Família, da Mulher e dos Direitos Humanos, que atuam no "fortalecimento de vínculos" da família. O governador eleito disse em conversas reservadas que avalia replicar em São Paulo o modelo de organização da pasta, traçado em 2019 por Bolsonaro. A proposta é bem recebida por apoiadores do presidente e evangélicos aliados. Sob o comando da ex-ministra Damares Alves, o Ministério atuou na pauta antiaborto e em defesa do homeschooling.

Perfil moderado

Já para a Cultura, o governador eleito quer escolher um secretário com perfil moderado e com trânsito no setor. Tarcísio pretende se reunir com entidades e representantes da área antes de bater o martelo. O objetivo é encontrar um nome que não seja frontalmente rejeitado pela classe artística e ao mesmo tempo tenha respaldo dos bolsonaristas.

O ator Odilon Wagner, vice-presidente da Associação dos Produtores de Teatro Independentes (APTI), coordena a área na transição, mas há mais nomes na mesa para comandar a pasta, que em 2022 teve um orçamento de R$ 1,2 bilhão. O atual secretário especial de Cultura do governo federal, Hélio Ferraz, é o preferido do ex-secretário Mário Frias, que tem o respaldo do clã Bolsonaro. Advogado de formação, Ferraz foi produtor-executivo de um game-show do agora deputado eleito chamado A Melhor Viagem, anterior à entrada de ambos no governo.

Esse seria o pior cenário para a classe artística, e Tarcísio já está ciente. Por isso, o presidente do Instituto Brasileiro de Museus, vinculado ao Ministério do Turismo de Bolsonaro, Pedro Mastrobuono, ganhou força. Há, porém, setores bolsonaristas que já estão em campanha contra ele. Corre por fora a cineasta Paula Trabulsi com apoio do ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que é próximo ao sócio dela, o ex-secretário de Cultura da capital André Sturm.

'Tragédia'

O secretário de Cultura do Estado, Sérgio Sá Leitão, já apresentou o primeiro relatório sobre a pasta para a equipe de transição. De acordo com ele, será uma "tragédia" se o sucessor for um bolsonarista radical. "O setor quer que essas forças destrutivas, que infelizmente produziram tantos danos no plano federal, permaneçam longe de São Paulo", disse ao Estadão.

Artistas e entidades ligadas ao setor temem que a escolha de um secretário alinhado ao presidente comprometa o perfil independente dos quatro programas de fomento da cultura paulista: Proac ICMS, Proac Editais, Cultura Viva e Difusão Cultural. Juntos, esses programas injetaram R$ 273 milhões em produções neste ano - a escolha dos beneficiários foi feita por comissões com a participação de entidades e servidores.

A comissão do Proac ICMS, que é a versão paulista da Lei Rouanet, alvo de ataques de bolsonaristas, tem mandato de dois anos e é constituída por 14 membros. São sete indicados por entidades, como a APTI e Sindicato da Indústria Audiovisual, e sete servidores da pasta. "São Paulo foi a antítese do governo federal na área de cultura nos últimos 4 anos. Lá os mecanismos de fomento foram reduzidos e as entidades degradadas e aparelhadas. Aqui foi o oposto", disse Sá Leitão.

A assessoria de imprensa do governador eleito afirmou, em nota, que ainda não há definição sobre o novo secretário de Cultura e sobre a estrutura da Secretaria da Mulher. "Discussões sobre escopo da Secretaria da Mulher estão em andamento e serão definidas tendo em vista a melhor forma de contemplar as necessidades das mulheres no Estado. Indicações para cargos no governo estão sendo recebidas e serão acatadas desde que cumpram os requisitos estabelecidos, que são reputação ilibada e capacidade técnica."

Como mostrou o Estadão, outra vitória do grupo que defende a "pauta de costumes" foi a indicação do deputado federal Roberto de Lucena (Republicanos) para a secretaria de Turismo de São Paulo. O parlamentar, que é pastor da Igreja o Brasil para Cristo, é o primeiro evangélico que ocupará alto escalão do governo e também a primeira indicação do Republicanos.

Um grupo de manifestantes bolsonaristas ocupou a Câmara Municipal de Sinop, no Mato Grosso, na manhã de segunda-feira (28), e atacou a vereadora Graciele Marques dos Santos (PT), durante a sessão plenária. A motivação teria sido uma fake news de que a parlamentar iria protocolar um projeto de lei para retirar na cidade os acampamentos das manifestações antidemocráticas da cidade. 

Graciele é a única mulher entre os 15 vereadores eleitos na Câmara de Sinop, onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhou com 76,59% dos votos nas eleições deste ano. 

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O grupo chamou a vereadora de “vagabunda”, “ratazana”, e “filha da p***”, segundo o Uol. Durante a fala de Graciele na tribuna, os manifestantes ficaram de costas para ela, mas continuaram com as ofensas. Os demais vereadores presentes, inclusive o presidente da Casa, Elbio Volkweis (Patriotas), foram registrados rindo da situação. 

O presidente da Câmara já foi filmado em bloqueios nas estradas ao lado de um dos suspeitos de atear fogo em caminhões durante as manifestações antidemocráticas.

No Twitter, nesta terça-feira (29), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou solidariedade à parlamentar, única mulher entre os 15 vereadores da cidade. “A violência política de gênero causou danos irreparáveis na política brasileira nos últimos anos. As mulheres precisam ser respeitadas na política e nosso país precisa recuperar a paz e a democracia”, destacou o petista. 

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Cássia Kis segue sendo presença assídua em atos antidemocráticos. O mais recente foi nesse domingo (27), no Rio de Janeiro. A atriz, que demonstrou apoio público ao presidente Jair Bolsonaro (PL) meses atrás, acompanhou um grupo de bolsonaristas e foi filmada rezando, com um terço envolto na mão, diante da imagem de Nossa Senhora. Ela também fez discursos em tom vigilante, alertando sobre a ameaça do comunismo.

“Nós precisamos cair, de fato, na realidade. É muito sério o que está acontecendo. A gente já sabe qual é o lado que temos que estar, já fizemos a escolha. Precisamos mostrar o lado bom, porque o lado ruim, está evidente. Bolsonaro nos deu de presente a verdade, muita gente não quis ver, nem dar uma espiadinha. Ele nos deu isso e é uma enorme satisfação, de conhecer o nosso país, a força do nosso país e a nossa missão. O Brasil está numa condição maravilhosa e o lado de lá já conseguiu mostrar o que vão fazer e já é um estrago. Vamos deixar? Não. É melhor a gente sofrer agora ou vamos sofrer o que sofrem Venezuela e Argentina”, declarou. 

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Kis estava vestindo uma camisa escrito “aborto, não” e chega a dizer que tem recebido conteúdos na internet mostrando cidadãos argentinos compadecidos com a situação dos “patriotas” brasileiros e rezando pela nação vizinha.  

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A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, usou o Twitter, nesta segunda-feira (28), para repudiar a atitude de um empresário apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) que convocou atiradores para participar de protestos contra a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em vídeo que circula nas redes sociais.

"No alto de um carro de som, empresário bolsonarista convoca atiradores e caçadores pra impedir a diplomação e posse de Lula. Já foi identificado e irá responder na Justiça", disse a dirigente do partido na publicação. "Não podemos dar trégua pro terrorismo", escreveu.

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"Gostaria de pedir ao agronegócio, aos empresários, que deem férias aos caminhoneiros e mandem os caminhoneiros para Brasília ... Também pedir aos CACs, atiradores que têm armas legais ... Somos 900 mil atiradores no Brasil hoje, venham aqui mostrar presença", afirmou o homem em trecho do material.

No vídeo, ele aparece com um microfone, em frente ao quartel-general do Exército em Brasília. O episódio ocorreu no último sábado (26) e o homem se identifica como Milton Baldin, de Juruena, município do Estado de Mato Grosso.

A senadora Soraya Thronicke (União) usou o Twitter, nesta segunda-feira (28), para afirmar que os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) precisam acordar. De acordo com a parlamentar, os eleitores do chefe do Executivo estão “se metendo” cada vez mais em encrenca e, no fim, serão abandonados.

“Isto é algo sério demais! Os apoiadores do atual presidente estão se metendo cada vez mais em encrenca, e vão pagar sozinhos por isso. Estão sendo usados e serão simplesmente abandonados. Na verdade, já foram abandonados. Acordem!!”, escreveu a senadora e ex-candidata à Presidência.

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Soraya compartilhou um vídeo onde um bolsonarista aparece convocando os CACs (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) para participarem de um ato antidemocrático contra o resultado das eleições. E aproveitou para lembrar o artigo 5º da Constituição: “ é plena a liberdade de associação para fins lícitos, VEDADA A DE CARÁTER PARAMILITAR”.

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Viralizou nas redes sociais um vídeo que mostra um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) convocando atiradores à diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 19 de dezembro, para impedir a chegada do petista à chefia do Planalto. Nas imagens, que foram registradas durante um dos atos antidemocráticos que seguem sendo realizados no país, ele faz chamado às pessoas com certificado de registro para colecionar, atirar desportivamente e caçar (CACs), mas também aos caminhoneiros. 

O vídeo teria sido gravado no último sábado (26), durante uma manifestação de bolsonaristas em frente ao Quartel General de Brasília. O homem se identifica como Milton Baldin, de Juruena, do Mato Grosso. 

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"Gostaria de pedir ao agronegócio, aos empresários, que deem férias aos caminhoneiros e mandem os caminhoneiros para Brasília. São só 15 dias, não vai fazer diferença. Também pedir aos CACs, atiradores que têm armas legais... Somos 900 mil atiradores no Brasil hoje, venham aqui mostrar presença", disse. 

Diante de aplausos, o bolsonarista afirmou ainda que a bandeira nacional vai ser tornar vermelha, "mas com o próprio sangue". "Se nós perdermos essa batalha, o que você acha que vai acontecer dia 19? Vão entregar as armas, e o que eles vão falar? 'Perdeu, mané'", completou o manifestante, referindo-se à frase dita pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso a um bolsonarista em Nova Iorque, nos Estados Unidos. 

Os atos antidemocráticos coordenados nacionalmente acontecem desde 31 de outubro, um dia após o segundo turno das Eleições 2022 e a derrota de Bolsonaro nas urnas. Os bolsonaristas reivindicam a anulação do segundo turno do pleito e intervenção militar, além da prisão de ministros do Supremo. 

Artistas se solidarizaram com o cantor Gilberto Gil e sua esposa, a empresária Flora Gil por terem sido hostilizados por torcedores do Brasil e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro no estádio Lusail, no Qatar, quando foram acompanhar o jogo da seleção brasileira contra a Sérvia, na última quinta-feira (24).

O grande amigo e parceiro na música, Caetano Veloso deixou sua mensgem de repúdio pelo ocorrido. "Meu irmão na música e na vida, @GilbertoGil, foi injuriado por bolsonaristas no Catar. Ele tem 80 anos e estava com sua esposa. Quero prestar solidariedade ao gênio Gil e dizer que nós, os artistas, assim como a verdadeira sociedade, esperamos que os criminosos sejam punidos".

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O ator José de Abreu prestou solidariedade ao cantor neste domingo (27) em suas redes sociais. "Toda solidariedade ao Gil", escreveu José de Abreu na postagem com uma foto em que Gil beija sua cabeça. 

A filha de Gil, a cantora Preta Gil também se manifestou sobre o assunto e recriminou a postura dos agressores. "O que aconteceu com meu pai flora no dia do jogo do Brasil no Qatar onde foram agredidos verbalmente por um bolsonarista violento e assustador. Eu e meu pai pensamos parecido a respeito de conviver com diferente, estamos acostumados, e mais que isso tentamos de forma muito civilizada essa convivência sem nos sentimos ameaçados e tão pouco ameaçar!!! Por muitas vezes ocupamos os mesmos espaços que eles. Eu meu, pai ou Flora jamais, em situação nenhuma iríamos atacar o xingar um bolsonarista gratuitamente. Eu realmente acho que nem todo eleitor do Bolsonaro seja a escória da humanidade, mas infelizmente é, e o que ele fez com meu pai foi tão agressivo, tão nojento, tão violento que devemos sim nos revoltar. O bolsonarismo mata, fere e isso tem que acabar", desbafou Preta.

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A apresentadora e atriz Fernanda Lima compartilhou o texto da cantora e lamentou a agressão. "Fico imaginando que tipo de criação essa gente teve.. falta de respeito com uma pessoa de idade . E ainda com uma entidade da nossa cultura como Gil.. lamentável. Bj Pretinha", escreveu. 

Denúncia

Já o senador Radolfe Rodrigues, além de prestar sua solidariedade a Gil, ainda afirmou que vai denunciar o caso a Fifa. "Criminosos hostilizaram @gilbertogil , a quem presto toda a minha solidariedade. Um artista de 80 anos sendo vítima de golpistas. Vamos denunciar e cobrar punições da FIFA. Já passou da hora dessa gente ir para o lugar que merece: CADEIA!".

Um ônibus com cerca de 30 estudantes voltava de um evento no interior do Paraná quando foi alvejado por dois tiros em frente a um acampamento bolsonarista instalado em frente ao tiro de guerra da cidade de Bandeirantes. O ataque ocorreu na noite da quinta-feira (24), por volta das 21h30. 

Segundo o portal Bem Paraná, o motorista do ônibus e a diretora da escola, que também estava no momento, registraram boletins de ocorrência. Manifestantes bolsonaristas também deram as suas versões à polícia. 

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Os estudantes do Colégio Estadual do Paraná Cyriaco Russo retornavam de uma viagem feita a Itambaracá, a 12 quilômetros de Bandeirantes, para participar de um evento de bandas de fanfarra. 

De acordo com a Revista Fórum, um dos passageiros relatou que os jovens comemoravam a boa atuação no evento, com gritos, cantos e batucadas, até que o veículo foi alvejado. 

O estudante Fabio Padilha Junior, de 18 anos, integrante da fanfarra, que foi ferido pelos estilhaços de vidro, explicou que gritaram o nome de Lula “pelo humor e para fazer a situação caótica ficar engraçada porque não estávamos acreditando no que tinha acabado de acontecer”, e que ninguém gritou o nome do presidente eleito na hora do ocorrido.

“No momento tinham vários alunos menores de idade com o rosto próximo ao vidro. Um tiro pegou na janela em que eu estava sentado. Eu vi ele tirando a arma e abaixei quando ouvi o barulho, quando olhei para ver, o vidro já estava quebrado na minha janela e na janela de trás. O meu braço estava cheio de caco de vidro pequeno. No banco de trás, estavam dois alunos de 14 anos que também teve a janela atingida pelo disparo”, detalhou. 

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Motivo torpe

O jovem lembra que os alunos começaram a gritar “Lula” em referência ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva quando passavam em frente ao acampamento bolsonarista. Então, um manifestante de barba com uma jaqueta de couro e camisa branca sacou uma arma e disparou contra o ônibus, atingindo as janelas do transporte. Os estilhaços atingiram pelo menos um dos estudantes. Os passageiros eram adolescentes, a maioria com 14 anos. 

O Boletim de Ocorrência feito pela diretora e pelo motorista detalha que “às 22h um homem procurou a Polícia Militar relatando que transportava alunos da fanfarra quando, na Avenida Edelina Meneghel Rando, nas proximidades do Tiro de Guerra, os alunos perceberam quando o ônibus foi atingido por um disparo de arma de fogo. Relatou também que foi constatado que duas janelas do ônibus foram danificadas”.

Manifestantes negam ataque

Mais tarde, um outro B.O foi registrado pelos manifestantes bolsonaristas, em que diz que “a versão relatada sobre o ônibus de alunos ter sido atingido por um disparo de arma de fogo não procede. Relatou ainda que tomaram conhecimento que o ônibus fora alvo de um apedrejamento na cidade de Itambaracá e que tentaram atribuir os danos aos manifestantes”. 

Durante uma palestra em Salvador, na Bahia, nesta sexta-feira (25), o ministro Luís Roberto Barroso disse que o "Supremo é o povo, e a sua vontade deve ser respeitada". O comentário do vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) foi apenas um entre os vários abordando as últimas semanas da política brasileira, marcada por uma transição de governo ocupada e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas em outubro, em uma série de atos antidemocráticos, questionando a legitimidade das urnas. 

"O resultado deve ser respeitado. Não adianta apelar para os quartéis, apelar para extraterrestres", comentou, fazendo referência a um vídeo em que os manifestantes usam sinais luminosos na cabeça. 

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A declaração foi feita durante o "I Fórum de Cidadania Política – pensando o futuro da democracia no Brasil", que ocorreu na sede do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), no Centro Administrativo da Bahia (CAB). 

“Perdeu, mané” 

Ainda durante a palestra, Barroso relembrou o episódio em que respondeu "Perdeu, mané, não amola" a um bolsonarista que o questionou sobre as urnas eletrônicas brasileiras. "Eu humanamente perdi a paciência. Gostaria de dizer que só perdi a paciência depois de três dias, em que uma horda de selvagens andava atrás de mim, me xingando de todos os nomes que alguém possa imaginar", afirmou. 

O jurista destacou que na democracia sempre haverá oposição, no entanto, ela não pode ser na base do ódio e da agressão. "As pessoas perderam o limite da civilidade movidas pelo ódio. É isso que precisamos desfazer no Brasil. [Temos] o direito de discordar, mas sem o ódio, sem a ofensa, sem a agressão", pontuou. 

 

O coordenador do governo de transição em São Paulo, Guilherme Afif Domingos, anunciou nesta terça-feira, 22, 106 nomes que vão compor a equipe responsável por representar o governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos) e preparar o terreno da nova gestão paulista. Entre os integrantes, Tarcísio abrigou bolsonaristas em eixos como o de Desenvolvimento Social, Mulheres e Direitos da pessoa com deficiência. Na Infraestrutura, Habitação e Meio Ambiente, escolheu nomes de sua confiança que passaram pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.

Segundo Afif, a lista contém integrantes com potencial para assumir o secretariado a partir de janeiro, mas os novos representantes das pastas ainda não estão definidos e alguns devem começar a ser anunciados ainda esta semana. Coordenam o grupo o ex-diretor da EPL Arthur de Lima, a assessora de imprensa Lais Vita, a engenheira Priscilla Perdicaris e o economista Nelson Costa.

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Entre os integrantes Tarcísio premiou bolsonaristas como o deputado estadual Frederico d'Avila, que xingou o papa Francisco e o arcebispo de Aparecida de "vagabundos", "safados" em 2021; a deputada estadual Valeria Bolsonaro; a deputada federal Rosana Valle (PL); o presidente da Ceagesp Coronel Mello de Araújo, o deputado federal Guilherme Derrite (PL-SP), o empresário Filipe Sabará e a vereadora Sonaira Fernandes (Republicanos).

Afif informou que o número de secretarias deve se manter similar ao da estrutura atual - que contempla 28 pastas, sendo 4 especiais e a Procuradoria Geral do Estado. No entanto, Tarcísio planeja readequar algumas secretarias, seja desmembrando ou unificando cargos.

"O que vai ter é remanejamento de áreas ou até mudanças de nome. Quem define a estrutura é a missão. Por missões desse governo você tem que ter uma estrutura para fazer cumprir aquela missão. Você tem que remanejar e até ter secretarias, como foi prometido a secretaria da Mulher, mas será outra, transformada", disse.

O grupo está dividido em nove eixos que, segundo Afif, vão corresponder às atuais secretarias de governo. O governo de transição não vai trabalhar com nomeação antecipada, o que significa que não haverá nomeação no Diário Oficial do Estado e os integrantes não serão remunerados pelo governo, disse Afif.

Segundo o coordenador, partidos que compuseram a coligação de Tarcísio, como o PL de Jair Bolsonaro, poderão participar na indicação de nomes para o secretariado, desde que sigam "critério técnico estabelecido pelo governador eleito". Questionado sobre a manutenção de quadros tucanos na administração pública, Afif completou que "não há preconceito nenhum" de manter membros do governo. "Tem muita gente muito boa que merece ser aproveitada". Nomes que compuseram equipes de governo em gestões tucanas, como dos ex-governadores Geraldo Alckmin (hoje no PSB) e João Doria também estão na lista.

O atual secretário da Educação do Paraná, Renato Feder, foi o único nome anunciado e que vai compor a secretaria de Educação. Na transição, essa pasta está unificada com cultura e esportes. Afif informou que outros secretários serão anunciados ainda nesta semana.

De acordo com o coordenador, o ex-assessor especial do Ministério da Fazenda na gestão Paulo Guedes e coordenador econômico do programa de governo de Tarcísio, Samuel Kinoshita, foi destacado no eixo de desenvolvimento e finanças para dialogar com a área de orçamento do Estado. Como antecipou o Broadcast Político, Kinoshita é o favorito para ser o secretário da Fazenda.

Entre outros "secretariáveis" do futuro governador estão o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, e o deputado federal e candidato derrotado pelo Novo ao governo paulista, Vinícius Poit. Kassab não compõe a equipe de transição, enquanto Poit foi direcionado para o eixo de "gestão, desenvolvimento econômico, ciência e tecnologia e finanças".

Confira os eixos e nomes indicados:

 

1) COORDENAÇÃO DE TRANSIÇÃO

Guilherme Afif Domingos (Coordenação geral)

Arthur Luis Pinho de Lima

Priscilla Perdicaris

Nelson Hervey Costa

 

2) AGRICULTURA E ABASTECIMENTO

Coronel Mello de Araújo

Edivaldo Del Grande

Frederico d'Avila

Guilherme Piai

Guilherme Ribeiro

João Sampaio

Ricardo Amadeu Sassi

 

3) DESENVOLVIMENTO SOCIAL, MULHERES E DIREITOS PCD

Ana Maria Velloso

Cezinha de Madureira

Cid Torquato

Cristiane Freitas

Deise Duque-Estrada

Filipe Sabará

Gilberto Nascimento Júnior

Marcone Vinícius Moraes de Souza

Maria Rosa

Rita Passos

Rosana Valle

Simone Marquetto

Sonaira Fernandes

 

4) EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTES

Aildo Rodrigues

André Simmonds

Filomena Siqueira

Gustavo Souza Garbosa

Jair Ribeiro

José Roberto Walker

Karen Cristina Garcia

Lana Romani

Marcelo Magalhães

Maurreen Maggi

Patrícia Bastos

Paula Trabulsi

Paulo Zuben

Pedro Machado Mastrobueno (saiu no globo esse nome)

Renato Feder

Talmo Oliveira

Thiago Peixoto

Valéria Bolsonaro

Vinícius Mendonça Neiva

 

5) GESTÃO, DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA E FINANÇAS

Anderson Correia

Bruno D'Abadia

Felício Ramuth

Jorge Lima

Lucas Ferraz

Ricardo Britto

Rodrigo de Losso

Rui Gomes

Samuel Kinoshita

Vinicius Poit

 

6) MEIO AMBIENTE, HABITAÇÃO E INFRAESTRUTURA

Bruno Serapião

Claudio Bernardes

Lair Krahenbuhl

Marcelo Branco

Marcelo Coluccini

Marco Aurelio Costa

Marta Lisli Giannichi

Miguel Bucalen

Natália Resende Andrade Ávila

Paulo Ferreira

Rafael Benini

Ricardo Pereira Leite

Sérgio Henrique Codelo Nascimento

 

7) SAÚDE

Chao Lung Wen

Edmundo Baracat

Edson Rogatti

Eleuses Paiva

Esper Kallas

Fabio Jatene

Francisco Assis Cury

Francisco Ballestrin

Giovanni Guido Cerri

Gustavo Pereira Fraga

Helencar Ignacio

Helio Paiva

João Lauro Viana Camargo

José Eduardo Lutaif Dolci

José Luiz Gomes do Amaral

José Osmar Medina Pestana

Olímpio Bittar

Paulo Manoel Pego Fernandes

Sérgio Okane

Tarcísio Eloy Pessoa Barros Filho

 

8) SEGURANÇA PÚBLICA E ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA

Antônio Ferreira Pinto

Artur José Dian

Cássio Araújo de Freitas

Guilherme Muraro Derrite

João Henrique Martins

Nelson Santini

Paulo Maculevicius

Raquel Kobashi Gallinati Lombardi

Rodrigo Garcia Vilardi

 

9) TURISMO

Alain Baldacci

Alessandra Abrão

Alessandro Guiche

Ana Biselli

Armando Arruda Pereira de Campos Mello

Fernando Guinatto

Roberto de Lucena

Sérgio Souza

Virgílio Nelson da Silva Carvalho

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) começaram a circular um vídeo falso em que encenam o assassinato a tiros de um bolsonarista por um eleitor do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da minha (PT). O vídeo foi gravado em manifestações antidemocráticas, em Maringá, no Paraná.

Os vídeos estão sendo compartilhados por bolsonaristas com a legenda “tragédia em Maringá”. Após a repercussão, eles alegaram que tudo passou de um mal entendido, e que o vídeo era um teatro. 

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“Esse vídeo foi uma simulação, um teatro que a gente fez para provocar algumas reações em vocês e mostrar o que pode acontecer daqui para frente. Estamos fazendo uma manifestação pacífica e está tudo bem. O sangue era falso“,  disse uma bolsonarista ao Diário do Centro do Mundo. 

“Essa peça é para demonstrar a revolta do povo brasilieiro que está cansado de ser surrupiado, está cansado de ser tratado como lixo, então vamos para cima Brasil, chega desses políticos corruptos em nosso País” completou outro apoiador do presidente.

 

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