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Para um deficiente visual, pedir ajuda para atravessar uma rua ou orientação para entender o que está escrito em uma placa nem sempre é uma tarefa fácil. O aplicativo Be My Eyes, criado pelo dinamarquês Hans Jørgen Wiberg, no entanto, quer solucionar este problema. Com a plataforma instalada em seu smartphone, uma pessoa cega pode solicitar ajuda de um voluntário para obter informações que vão auxiliá-la em seu cotidiano.

O funcionamento do aplicativo é simples. Basta que o deficiente visual acesse a ferramenta e se identifique como uma pessoa cega. A partir daí, o software vai buscar um voluntário para que uma videoconferência seja iniciada.

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Quando o ajudante atender a chamada, o deficiente visual deverá posicionar o celular perto dos olhos para transmitir, em tempo real, o trajeto que está percorrendo. Desta forma, o voluntário pode narrar à pessoa com limitações visuais o que está acontecendo adiante.

O uso do smartphone por deficientes visuais só é possível graças recurso de acessibilidade VoiceOver, presente nos iPhones. Com a ferramenta habilitada, os usuários ouvem uma descrição de tudo o que está acontecendo na tela.

“Minha esperança é de que, ajudando uns aos outros como uma comunidade online, Be My Eyes possa fazer uma grande diferença na vida cotidiana das pessoas cegas em todo o mundo”, explica o criador do projeto, que também possui deficiência visual. 

Até o momento, mais de 113 mil pessoas já se inscreveram para ajudar e há nove mil deficientes visuais registrados. O Be My Eyes está disponível na App Store e é compatível com iPhone 4s ou superior. A versão para Android já está em desenvolvimento, mas não possui data de lançamento prevista.

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A acessibilidade tem sido pauta em diversos debates na sociedade brasileira. A temática é discutida amplamente em diversas esferas, buscando atingir o entendimento de que há a necessidade de promover iguais oportunidades a todos cidadãos. Em equipamentos culturais, a falta de investimento em prol do acesso universal à cultura ainda é uma barreira que portadores de alguma deficiência (PcD) têm de lidar diariamente.

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No Recife, com menos de um ano de inauguração, os museus Cais do Sertão, Paço do Frevo e Estação Central Capiba não possuem um conjunto completo de estrutura e materiais para auxiliar o público com deficiências mental, visual e auditiva - além de estrangeiros - na compreensão das obras de arte exibidas ou de materiais interativos.

De acordo com o Estatuto de Museus, lei 11.904/2009, os museus têm de proporcionar a "universalidade do acesso, o respeito e a valorização à diversidade cultural". Nas disposições finais do Estatuto, consta que após sua publicação, os museus teriam cinco anos para se adaptar as novas normas e estruturas. No cenário atual, no entanto, é possível perceber que pouco mudou. "Na adequação dos equipamentos culturais, a gente percebe que há uma grande preocupação com a acessibilidade física, construindo rampas, elevadores e banheiros acessíveis, mas acessibilidade vai muito além do que a estrutura física do espaço", explica a professora de Museologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Emanuela Ribeiro.

No último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 25% da população brasileira apresenta algum tipo de deficiência. A percentagem representa aproximadamente 45 milhões dos brasileiros, que podem sofrer com a falta de acesso a um bem cultural por terem limitações físicas ou mentais.

Cais do Sertão

Em abril de 2014, foi inaugurado o módulo 1 do Museu Cais do Sertão, no Bairro do Recife. O espaço é um dos equipamentos culturais , de Pernambuco com mais "tecnologias, tradições, desejos e sensações num só lugar", como diz em sua carta de apresentação. Ironicamente, em uma visita ao local, a equipe de reportagem do Portal LeiaJá constatou que ainda é escassa a presença da acessibilidade a todos os públicos.

Obras em formato de maquetes palpáveis, programação em Braille, legendas nos filmes exibidos nas cinco salas audiovisuais do museu e até mesmo opções de mudança de idioma em conteúdos interativos não fazem parte do moderno espaço expositivo. Em entrevista ao LeiaJá, o atual gestor do espaço, Célio Pontes, reconhece que o módulo 1 Cais do Sertão ainda não é acessível a todos os públicos. "Dentro de um mês estaremos realizando algumas mudanças para readaptar o museu", afirma. A assessora de Relações Institucionais do museu, Joana Chaves, informou que algumas mudanças já estão sendo programadas. "Traremos dentro de um mês cardápios de tradução em inglês e espanhol que falem sobre a exposição como um todo, audioguias e cardápio em Braille", esclarece.


Existem muitos elementos capazes de promover a acessibilidade a todos os públicos em espaços culturais. A museóloga Emanuela cita alguns: aparelhos de audiodescrição, audioguias, videoguias, materiais em Braille e profissionais preparados para lidar com visitantes diferentes. "Infelizmente, a gente tem um governo que ainda investe muito pouco numa maior qualificação dos equipamentos culturais da cidade e não prioriza a acessibilidade", diz a especialista.

Ela chama atenção para o fato de que a acessibilidade vai muito além do acesso de cadeirantes aos espaços culturais. "O investimento mais alto é a estrutura física para cadeirantes, que é presente em praticamente todos os museus do Estado porque é lei. Mas a acessibilidade de outras formas, embora seja acessível financeiramente, não desperta interesse", conclui Emanuela.

Paço do Frevo

Prestes a completar um ano, o Paço do Frevo, também localizado no Bairro do Recife, já atraiu mais de 100 mil pessoas desde a inauguração. Para a reestruturação do prédio onde funciona o museu, foram investidos mais de R$ 14 milhões. No Paço, existe a estrutura de acessibilidade física, com rampas, elevadores, pisos especiais e banheiros adaptados.

A falta de uma ‘cultura de acessibilidade’ pode atrapalhar quem precisa mesmo quando há toda a estrutura física disponível. Enquanto estava no Paço do Frevo, a reportagem do LeiaJá presenciou um fato que ilustra a necessidade desta cultura: uma cadeirante precisava subir no elevador e não havia nenhum guia para acompanhá-la. A filha da deficiente solicitou ajuda de uma das 'educadoras' que estava no elevador, mas ela alegou que não estava indo para o mesmo andar. "Acessibilidade não é só ter uma arquitetura apropriada. Ainda falta bastante essa cultura no Brasil e no Recife, principalmente", reforça a professora Emanuela Ribeiro.

A estrutura do Paço é dividida em três andares, com salas interativas, expositivas e de pesquisa. A maioria dos vídeos exibidos no museu conta com legenda, porém em uma das salas, que contém uma enorme quantidade de livros para os visitantes, nenhum deles está em Braille, o que prejudica a contemplação de um cego, por exemplo.

De acordo com o gerente de conteúdo do Paço do Frevo, Eduardo Sarmento, a acessibilidade tem sido uma pauta constante da gestão. "Nesses primeiros meses conseguimos estruturar uma acessibilidade física e também temos o intuito de tornar acessível o entorno do Paço", conta. Eduardo friza a importância de concluir novos desafios. "Neste momento, estamos construindo nosso repertório para garantir a acessibilidade de todas as formas. Em 2015, pretendemos desenvolver aplicativos que facilitem a comunicação com os visitantes, aprofundar a formação dos educadores e, de fato, garantir uma ampliação no público de visita", explica o gestor. "Queremos garantir que o maior número de pessoas possam visitar o espaço", conclui.

Estação Central Capiba (Museu do Trem)

A falta de acessibilidade (ou uma acessibilidade pela metade) é realidade em praticamente todos os espaços culturais da capital pernambucana. Reinaugurado recentemente, a Estação Central Capiba, localizada no centro do Recife, recebe em média 600 pessoas por dia. O museu passou por uma reforma que custou R$ 2,5 milhões.

O espaço ainda peca bastante em seguir o Estatuto dos Museus, com exceção da estrutura física para cadeirantes. Um guia - que preferiu não se identificar - comentou que cegos gostariam de tocar as peças em exposição no Museu, mas não há nenhuma luva especial para que se possa sentir o objeto através do tato. Os deficientes auditivos também sofrem, pois não há legendas nos vídeos nas salas de audiovisual do local.

Em entrevista ao Portal LeiaJá, o atual gestor e coordenador de artes visuais e conteúdo do Museu do Trem, Márcio Almeida, contou que há conversas diárias com a equipe e que, por não saber se continuará no cargo, não poderia prometer nada. "Sabemos que algumas coisas devem ser feitas pela gestão em relação à acessibilidade, Braille, outros idiomas. Atualmente, estamos vendo uma maneira de disponibilizar luvas para quem precisasse tocar nas peças, já estamos pesquisando isso", justifica Márcio.

Estrangeiros

De acordo com a Secretaria de Turismo e Lazer do Recife, no ano de 2014, no período do carnaval , cerca de 800 mil turistas visitaram a capital pernambucana. Dentre os turistas, existem os estrangeiros, que em grande parte não têm o domínio da língua portuguesa. Conhecer a cultura da cidade em equipamentos culturais é uma dos principais roteiros desses visitantes. No entanto, muitos esbarram na falta de investimento em tradução da exposição para outros idiomas e guias que não falam outra língua.

No Cais do Sertão, há poucas traduções de obras, e em materiais audiovisuais não há a opção de mudança do idioma. No Museu do Trem, o problema é grave. Praticamente nenhuma peça da exposição contém traduções para outros idiomas. O Paço do Frevo, no entanto, possui praticamente todas as obras traduzidas para o inglês. Ainda de acordo com o Estatudo do Museus, Art. 35. 'Os museus caracterizar-se-ão pela acessibilidade universal dos diferentes públicos, na forma da legislação vigente'. Embora há uma lei que guie os equipamentos culturais, não há um monitoramente desses espaços em sua maioria.

 

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No programa Vencer desta semana, o jornalista James Alcides conversa com o funcionário público Manuel Aguiar, que é cego e faz parte de vários movimentos em prol dos direitos da pessoa com deficiência. Manuel fez parte da Comissão Organizadora do Encontro de Recife, realizado em 1981. No mesmo ano, participou da fundação do Movimento Estadual pela Emancipação das Pessoas Portadoras de Deficiência (MEPES). Já em 1983, ele foi um dos fundadores da Associação Pernambucana de Cegos (APEC), que mantém atividades até os dias de hoje.

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No bate-papo, Manuel ressalta a importância da articulação desses movimentos. "A força política de um segmento social é assegurada por sua mobilização. Se esse espaço está fragilizado, é porque o movimento se fragilizou. Quando um movimento tem articulação e mobilização forte, consegue atingir seus objetivos", afirmou.

Ainda nesta edição, confira mais uma edição dos quadros Cine Vencer, Direito de Vencer e Karras Komenta. Confira todos os detalhes no vídeo acima. 

O Programa Vencer é apresentado por James Alcides e exibido toda semana no Portal LeiaJá.

Começou nesta terça-feira (25) a 4ª edição do Festival Brasil Stop Motion no Cinema São Luiz, Centro do Recife. O festival realiza, pelo segundo ano consecutivo, uma sessão para pessoas cegas ou com baixa visão. A mostra especial será na sexta-feira (28), às 10h30, no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, no Derby.

Nesta quinta-feira (27) e na sexta-feira (28), os poloneses Szymon Wolski e Paulina Zacharek ministram para 15 pessoas uma oficina sobre Técnicas de Animação em Stop Motion. Durante a oficina serão realizados exercícios de sequências com o foco principal na utilização e manuseio de bonecos. As aulas serão realizadas no Estúdio de Fotografia da Unicap, das 14h às 17h. 

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Maurício Nunes, ilustrador, designer e animador em 2D, ministrará uma oficina para crianças com idade entre 10 e 15 anos sobre a técnica de animação. A ideia da aula é exercitar a manipulação de objetos e massinha, além de estimular a criatividade. As aulas também ocorrem na quinta-feira (27) e na sexta-feira (28) na Unicap, das 14h às 17h.

A mostra competitiva segue sendo realizada no Cinema São Luiz. Em 2014, o evento selecionou 45 filmes, dentre produções nacionais e de países como França, Japão, Croácia, Alemanha, Israel, Estônia, Estados Unidos, Colômbia, Holanda, Coreia do Sul, Inglaterra, Dinamarca, Suíça, Ucrânia, Eslovênia, Canadá, Argentina, Itália. Ao todo, o festival recebeu um total de 260 filmes, vindos de 45 países. A programação completa do evento pode ser vista na Agenda do LeiaJá.

Programação

Quinta (27) | 19h30 - Cinema São Luiz

Mostra Competitiva

Three’s a Crowd | 12’

Trevor Hardy | 2013 | Inglaterra

Imposteur | 6’32’’

Elie Chapuis | 2013 | França

Así de grandes son las ideas | 5’10’’

Quique Rivera Rivera | 2014 | Porto Rico

Munya in mij | Munya in me | 20’

Mascha Halberstad | 2013 | Holanda

Kozatska duma pro Yakima, virgiv I tsaria Klyuka | 4’29’’

Oksana Nesenenko | 2012 | Ucrânia 

Los Rosales | 09’32’’

Daniel Ferreira | 2014 | Minas Gerais – Brasil

Robin | 3’24’’

Yuval e Merav Nathan | 2013 | Israel

Taco Guitarra | 0’30’’

Gabriel Mattar | 2013 | Rio de Janeiro – Brasil

Taco Apartamento | 0’30’’

Gabriel Mattar | 2013 | Rio de Janeiro - Brasil

Fleishmann Casamento | 45 segundos

Gabriel Mattar | 2013 | Rio de Janeiro – Brasil

Fleishmann Índios | 45 segundos

Gabriel Mattar | 2013 | Rio de Janeiro - Brasil 

Smythson - 125 years of magical gifts | 1’04’’

Virgilio Villoresi | 2013 | Itália

Fork and Knife | 02’11’’

Adina Cohen | 2013 | Estados Unidos

Simulacra | 8’

Ivana Bosnjak e Thomas Johnson | 2014 | Croácia

Os "olhos biônicos", sistemas eletrônicos implantados diretamente na retina, deixaram de ser ficção científica e já estão ajudando os cegos de todo o mundo a recuperar parcialmente a visão. Graças a este sistema, as pessoas cegas percebem novamente "formas e contrastes luminosos, objetos de médio porte" e podem, inclusive, ler "cartas e palavras em tamanho grande", explicou à AFP o médico francês José-Alain Sahel.

"Não se trata de uma visão natural, mas de uma percepção visual útil", segundo este especialista que chefia o Instituto da Visão em Paris, um centro de pesquisas do hospital oftalmológico Quinze-Vingts.

Atualmente, uma centena de pessoas no mundo usa "retinas artificiais", criadas por três empresas diferentes de Estados Unidos, Alemanha e França. "Minha vida mudou", explica um paciente francês operado por Sahel e que teve implantado um sistema Argus II, da empresa americana Second Sight. "Quando uso este sistema nos olhos, ele vira indispensável. Eu o uso o dia todo e as baterias acabam", conta o paciente em um vídeo do fabricante.

O sistema é formado por óculos de sol, equipados com uma microcâmera, um aparelho eletrônico que trata os dados visuais captados pela câmera e um sistema que os transmite para o implante ocular. Mediante impulsos elétricos, o implante estimula artificialmente retinas afetadas por retinose pigmentar, uma doença genética e degenerativa.

Na Europa e nos Estados Unidos, 86 pessoas usam o sistema Argus II, vendido por 115.000 euros, segundo Grégoire Cosendai, vice-presidente europeu da Second Sight.

Novos caminhos de pesquisa

Embora este sistema tenha aberto o caminho, o especialista francês José-Alain Sahel está trabalhando em outro sistema similar chamado Iris, em colaboração com a start-up Pixium Vision. Até agora, cinco pacientes receberam este olho eletrônico fabricado na França "com resultados animadores", segundo o especialista.

Outra fabricante, a alemã Retina Implant, está começando a comercializar na Europa seu próprio sistema de implantes que funciona sem câmera externa.

Neste caso, o implante, situado abaixo da retina, capta diretamente a imagem e estimula o olho. Os 40 cegos que utilizam o sistema, vendido por 100.000 euros, vêm "diferentes matizes de cinza", explica o presidente da empresa, Walter G. Wrobel.

A vantagem é que "o chip-câmera eletrônica se move com o olho, não há câmara externa, e a sensação visual é estável e corresponde à visão real", segundo Wrobel. As três companhias confiam agora na expansão deste mercado.

"Na Europa e nos Estados Unidos há entre 350.000 e 400.000 pessoas que sofrem de retinose pigmentar", segundo o presidente da Pixium.

Além disso, os implantes também poderiam ajudar as pessoas que sofrem de degeneração macular associada à idade (DMAE).

Em paralelo, a pesquisa médica está explorando duas novas vias, a terapia genética - com a modificação direta dos genes que causam a doença - e a terapia celular, que consiste em injetar células-tronco na retina para substituir células defeituosas.

São duas alternativas que podem ser "complementares" aos implantes eletrônicos, segundo Gérard Dupeyron, chefe do serviço de oftalmologia do hospital francês de Nimes.

Na Universidade Johns Hopkins de Baltimore (Estados Unidos), a pesquisadora argentina Valeria Canto-Soler tinha se especializado na pesquisa de células-tronco aplicada às doenças da retina.

"A pesquisa avança a um ritmo incrivelmente rápido. O que há alguns anos achávamos que era impossível agora é realidade", explicou.

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Dezenas de executivos, sujos de lama e vendados, andando aos montes como uma manada desorientada. O centro do Recife foi palco nesta segunda-feira (19) da intervenção artística e urbana do Desvio Coletivo (SP), intitulada Cegos, uma crítica à forma como o ser humano lida com o trabalho. A encenação teve início na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na Boa Vista, seguiu para o Palácio do Campo das Princesas, no Bairro de Santo Antônio, e terminou na Praça do Marco Zero, Bairro do Recife.

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Segundo a diretora do ato, Priscilla Toscano, a próxima apresentação será em Porto Alegre, na próxima sexta-feira (23). "A importância deste trabalho é impactar a sociedade em relação a como vivermos no nosso trabalho. O que acontece é que ficamos completamente cegos e esquecemos-nos das outras relações sociais", disse Priscilla Toscano ao LeiaJá. A intervenção no Recife conta com o apoio do SESC e faz parte do Festival Palco Giratório.

A diretora do Desvio Coletivo também revela que a argila foi escolhida para fazer parte da peça porque é "um material que, esteticamente, cria uma imagem de sujeira e chama ainda mais atenção das pessoas". Cego é formada por 48 atores e foi concebida pelos diretores Marcos Bulhões e Marcelo Denny. Originalmente, o ato é realizado orpelo Desvio Coletivo e o Coletivo Pi na Avenida Paulista, em São Paulo. 

*Com informações de Yasmin Dicastro

Um óculos que permite pessoas cegas enxergarem. É essa a proposta dos óculos inteligentes desenvolvido pelo cientista Stephen Hicks, na Universidade de Oxford. Partindo do princípio que alguns deficiente visuais conseguem ver lapsos de luz e movimento, o objeto criado por Hicks, especialista em neurociência, usa justamente essa visão residual para solucionar essa condição.

De acordo com o cientista, o display OLED faz com que os óculos traduzam informações visuais em imagens fazendo com que deficientes visuais enxerguem. Seria mais ou menos como a câmara escura: um objeto fica mais claro quando colocado contra uma parede escura. O projeto foi vencedor do prêmio de inovação Brian Mercer Award Inovation, e ainda não tem previsão de chegar ao mercado.

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Restaurantes, bares e lanchonetes terão de ter, pelo menos, um cardápio em braile para os clientes. Caso não haja recurso para apreciação do projeto no plenário do Senado, o PLC 48/2011 – aprovado nesta quarta (23) pela Comissão de Direitos Humanos – vai direto à sanção presidencial.

Pelo texto, o estabelecimento que descumprir a exigência do cardápio em braile terá que pagar multa de R$ 100, reajustada com base no índice de correção dos tributos federais. Em caso de reincidência, será cobrado o dobro da multa.

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Segundo a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), autora da proposta, para que o acesso universal à informação previsto na Constituição Federal seja possível, é necessário legislar sobre questões simples e ao mesmo tempo fundamentais para o cotidiano das pessoas com deficiência.

JOÃO PESSOA (PB) - Com passeios, trilhas, palestra e contato direto, os deficientes visuais terão um dia diferente nesta quarta-feira (16). Eles serão recebidos no Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica), em João Pessoa.

O Instituto dos Cegos da Paraíba levará os usuários para fazer a Trilha Sensorial, que tem objetivo exercitar o físico e mental, na interação do homem com o meio, praticando os cinco sentidos: olfato, paladar, tato, visão e audição. “Para nós, deficientes visuais, é de fundamental importância esse contato, pois temos que sentir o meio ambiente com os outros sentidos. Quando vamos a Bica, abraçamos as arvores, tocamos em tudo, sentimos aquela brisa gostosa, aquele cheiro da floresta e animais, e é maravilhoso poder tocar para conhecer”, declarou a vice-presidente do Instituto, Ana Lúcia Leite.

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Ao fim do dia, será realizada a palestra sobre a importância do papel dos zoológicos na preservação de algumas espécies de animais silvestres e selvagens, ministrada pelo diretor da Bica, Jair Azevedo.

O Centro de Reabilitação Menina dos Olhos apresenta, na próxima segunda-feira (30), o "Projeto Cão Guia". A iniciativa, que acontece na sede da instituição, na Rua da Soledade, n° 170, no bairro da Boa Vista, traz palestra médica sobre miopia, momento de acolhimento entre os participantes e coffe break para os deficientes visuais. Tudo acompanhado pela presença de cães-guias.   

O projeto tem o objetivo de fortalecer a alternativa em busca da igualdade física e a reintegração da pessoa com deficiência visual na sociedade, nos setores econômicos e educativos. Cerca de 50 pacientes participarão da ação.

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A partir da próxima semana, todos os Centros de Atendimento ao Turista (CAT) de Pernambuco passarão a oferecer um guia em braile. A ação, intitulada de Pernambuco de 1 a 8 Dias, traz um roteiro com os principais destinos turísticos do Estado, dicas de programas alternativos e um calendário de eventos e telefones úteis de cada cidade e região.

Mil guias em braile serão distribuídos nos CATs e nas instituições voltadas para cegos e pessoas com baixa visão no Brasil. O guia traz alternativas de passeios por Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Tamandaré, Litoral Norte (Paulista, Itapissuma, Ilha de Itamaracá e Goiana) e Agreste (Moreno, Glória do Goitá, Gravatá, Bezerros, Caruaru, Brejo da Madre de Deus/Nova Jerusalém).

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*Com informações da assessoria 

Dois labradores irmãos, batizados de Frontier e Footloose, são os pivôs de uma briga que se estende desde dezembro entre um associado do Esporte Clube Pinheiros e a própria associação, e que pode parar na Justiça.

Voluntário do projeto Cão-Guia do Serviço Social da Indústria (Sesi-SP), o advogado Bruno Caligaris foi responsável pela socialização de Frontier até maio e agora faz o mesmo com Footloose. Seu objetivo é expor os filhotes a diversas situações (trânsito, metrô, crianças, barulho) para que sejam, mais tarde, destinados a acompanhar deficientes visuais.

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Apesar de ter tido problemas para entrar em alguns estabelecimentos com o cão-guia, como restaurantes e até a Defensoria Pública do Estado, a maior confusão foi no Clube Pinheiros, do qual é sócio há 20 anos. Após uma reunião infrutífera com a diretoria, Caligaris optou por uma abordagem mais incisiva.

"Em março, comecei a forçar minha entrada e causar um pouco de constrangimento. Eles não me expulsaram, mas alguns sócios reclamaram, e a diretoria me chamou para conversar", conta Caligaris. "O Sesi explicou o projeto, mas, uma semana depois, recebi uma carta com assinatura do diretor do clube dizendo que eu estava proibido de entrar lá."

O Pinheiros diz que o advogado "jamais respeitou limites no interior do clube, chegando a ingressar no restaurante central com o cão, deixando-o próximo a mesas com crianças". Também afirma que, por ser uma entidade de "frequência coletiva restrita", não é comparável a shoppings e teatros.

Um decreto federal determina que o ingresso de um cão em fase de socialização pode ocorrer em "local privado de uso coletivo", definido como "aquele destinado às atividades de natureza comercial, cultural, esportiva, financeira, recreativa, social, religiosa, de lazer, educacional, laboral, de saúde ou de serviços, entre outras".

A tímida expressão "entre outras" abre espaço para interpretações: "Isso significa que o rol de locais permitidos é só exemplificativo", diz Ricardo Morishita, advogado especialista em Defesa do Consumidor.

Ainda não se chegou a um consenso, mas a multa prevista para quem "impedir ou dificultar o ingresso e a permanência do usuário com o cão-guia nos locais definidos" pode chegar a R$ 30 mil. Frontier e Footloose poderiam ser os cachorros mais caros já vistos pelo clube. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com dados do Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, das quais 582 mil cegas e seis milhões têm baixa visão. No País, apenas cerca de 80 pessoas cegas foram beneficiadas com a doação de um cão-guia por institutos e projetos brasileiros que selecionam e treinam os animais para serem encaminhados aos cegos. Em Pernambuco, quatro deficientes visuais têm cães-guia.

A preparação do cão para adoção leva de dois anos a dois anos e meio e se dá em duas etapas. Na primeira, o animal é acolhido por uma família que ficará responsável pelo trabalho de socialização do cão e na segunda etapa, o animal será treinado por um instrutor habilitado para treinar cão-guia. O profissional que faz esse trabalho tem certificação reconhecida, já que o cão-guia não pode ser preparado por um adestrador comum ou da polícia, a menos que ele tenha certificação. O cão, por sua vez, não pode ter nenhum traço de agressividade.

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O secretário Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antônio José Ferreira, lembra que, desde 2007, temos uma legislação que garante o direito de ir e vir das pessoas cegas. O secretário ressalta que a partir da norma o governo fica comprometido de fornecer o cão-guia. “Pelo plano Viver Sem Limite, estabelecemos a instalação de cinco centro tecnológicos de formação de treinadores e instrutores de cães-guia, em cada uma das regiões brasileiras. Neles serão formados os treinadores e as duplas (cão e deficiente visual). Agora ampliamos a meta para sete centros, através de uma parceria com institutos federais de educação”, diz o secretário.

Um dos centros de formação de treinadores e instrutores já foi instalado, o de Camboriú, Rio de Janeiro, que está treinando as pessoas que irão atuar nos demais centros (São Cristovão-SE, Limoeiro do Norte-CE, Alegre-ES, Muzambinho-MG, Urutaí-GO e Manaus-AM). “São dois anos de formação do cachorro (labrador) e cada instrutor só pode ficar com seis cachorros ao mesmo tempo. O cão é treinado para apenas uma pessoa, ele é intransferível. Esse será um processo bem lento. Não temos como atender todas as pessoas de uma vez, até porque temos que adaptar as cidades para a circulação dos cães”, complementa Antônio.

Serviço:
Projetos que treinam e doam cães-guias:
Cão Guia Brasil - www.caoguiabrasil.org
Associação Cão-Guia de Cego - www.caesguia.com.br
Projeto Cão-Guia Sesi-SP- www.sesisp.org.br/caoguia
Instituto IRIS (SP) - www.institutoiris.org.br

Confira todas as matérias do especial Sem Limites.

O Instituto Cervantes, localizado no bairro do Derby, área central do Recife, realiza na manhã do próximo sábado (2), uma oficina para crianças entre 7 e 10 anos, com o objetivo de estimular a convivência com crianças deficientes visuais dentro da escola.

A oficina, intitulada de “Sensi-Sentidos”, vai ser ministrada pela educadora espanhola Nidia Ramirez Laga, que também vai realizar a oficina no Rio de Janeiro. A programação do evento inclui dinâmicas e contação de histórias. Os participantes também vão entrar em contato com o alfabeto braile.

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Os interessados devem se inscrever gratuitamente até esta sexta-feira (1°), pelo e-mail cultrec@cervantes.es, informando nome da criança, do responsável e um telefone para contato. Mais informações através do telefone: 81 3334-0450.

Serviço
Oficina Sensi-Sentidos no Instituto Cervantes
Data: 02/06/2012 (sábado)
Horário: 9h às 11h (2 horas)
Local: Instituto Cervantes de Recife - Av. Agamenon Magalhães, 4535, Derby

O projeto criado por James Loudin e seus colegas da Universidade Stanford, na Califórnia, nos EUA, propõe que um chip implantado na retina, um computador de bolso e óculos com câmera instalada pode retomar a visão de pacientes que sofrem de retinite pigmentosa.

A doença é uma degeneração da retina que inicia como uma cegueira noturna e em um processo lento faz com que o paciente perca inteiramente a visão. No entanto, as células do cérebro que processam as imagens não são afetadas e continuam adequadas para a transmissão de informações . É nesse ponto que o chip age, estimulando essas células fazendo com que o cérebro volte a processar a visão.

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O aparelho trabalha como um painel solar, transformando a luz solar em corrente elétrica que segue até a retina. Como o ser humano não enxerga a luz infravermelha, esta é usada para ativar o painel, isso faz com que o paciente não sinta dores ao se deparar com a luz. Por conta disso, os óculos existem, para que seja possível captar as imagens no espectro e o computador possui a tarefa de processar o que é captado. Dessa forma, os sinais podem chegar ao cérebro e a visão consegue ser restaurada. É indicado que o paciente também não retire os óculos, pois ele também serve como proteção.

O experimento ainda não foi testado em humanos, apenas em ratos de laboratório e já apresentaram resultado. No entanto, no caso dos seres humanos eles recuperariam a visão, mas esta não seria plena. Apenas seriam conseguidas imagens com qualidade inferior a normal, inclusive sem pigmentação.

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