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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontrou o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, da sigla em inglês), Qu Dongyu, para debater o trabalho conjunto da organização no combate à fome e às desigualdades no Brasil e no mundo.

Em postagem na rede social X, antigo Twitter, o presidente disse que a conversa buscou a combinação da preservação ambiental e a erradicação da fome. "Esses temas precisam ser prioridade na agenda internacional".

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Mais cedo, o presidente brasileiro discursou no G77 + China, que acontece em Havana, capital de Cuba, e pediu uma ordem mundial mais justa para os países em desenvolvimento frente a debates sobre revolução digital e mudanças climáticas. Além disso, ele falou em responsabilidade diferente em relação aos países ricos nessa questão.

Ele também criticou o embargo dos Estados Unidos à ilha, considerando-a ilegal, e defendeu uma "governança global mais justa". "O Brasil é contra qualquer medida coercitiva de caráter unilateral. Rechaçamos a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo", disse o presidente, durante discurso na Cúpula do G77 + China, realizada em Havana neste sábado. "Cuba tem sido defensora de uma governança global mais justa. E até hoje é vítima de um embargo econômico ilegal".

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Hoje (1) é comemorado o Dia Mundial do Leite, reconhecido como um dos alimentos mais nutritivos disponíveis. É uma fonte rica em proteínas de alta qualidade, vitaminas essenciais como a vitamina D, B12 e minerais importantes, incluindo cálcio, fósforo e potássio. Esses nutrientes são cruciais para o desenvolvimento e manutenção de ossos fortes, função muscular adequada e saúde geral.  

Além disso, o leite contém uma gordura chamada ácido linoleico conjugado (CLA), que tem sido associada a benefícios para a saúde, como a redução do risco de doenças cardíacas e certos tipos de câncer. Também é uma fonte natural de lactose, um carboidrato que fornece energia de forma rápida. O objetivo da data, estabelecida pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), é destacar e promover a indústria leiteira em todo o mundo. Segundo especialistas, o consumo regular de leite e produtos lácteos pode trazer benefícios à saúde. Confira a seguir: 

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Fortalecimento ósseo: o cálcio presente no leite desempenha um papel fundamental na formação e manutenção de ossos fortes e saudáveis, ajudando a prevenir doenças como a osteoporose. 

Crescimento e desenvolvimento: o leite é uma fonte de nutrientes para crianças e adolescentes em fase de crescimento, fornecendo proteínas e minerais necessários para o desenvolvimento adequado. 

Saúde cardiovascular: estudos sugerem que o consumo moderado de laticínios pode estar associado a um menor risco de doenças cardíacas e acidente vascular cerebral (AVC), devido aos efeitos benéficos dos nutrientes encontrados no leite. 

Controle de peso: o leite é uma opção de lanche saudável, pois sua proteína de alta qualidade ajuda a aumentar a saciedade e controlar o apetite. 

Hidratação: o leite é composto principalmente por água e, portanto, pode ajudar na hidratação do corpo, especialmente em climas quentes. 

O número de desnutridos na África aumentou cerca de 50% entre 2014 e 2020, afetando 281,6 milhões de pessoas, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e outras duas instituições internacionais.

"Depois de um longo período de melhora entre 2000 e 2013, a fome se agravou consideravelmente e a maior parte dessa deterioração ocorreu entre 2019 e 2020", aponta este relatório da FAO, da Comissão Econômica Africana (CEA) e da Comissão da União Africana (CUA).

"Em 2020, 281,6 milhões de africanos estavam desnutridos, 89,1 milhões a mais que em 2014", acrescentaram, o que representa um aumento de 46,2%.

Desses 281,6 milhões, 44,4% vive no leste da África, 26,7% no oeste, 20,3% no centro do continente, 6,2% no norte e 2,4% no sul.

O continente africano representa 55% do aumento mundial de pessoas desnutridas nesse período.

As três instituições consideram que "a situação deve continuar piorando este ano".

Entre as causas recorrentes da desnutrição estão "conflitos, variabilidade e extremos climáticos", assim como "pobreza e desigualdade" nos dois últimos anos, junto à pandemia de coronavírus "que prejudicou ainda mais os esforços para reduzir a fome e a desnutrição na região".

Segundo a FAO, a desnutrição se define como "o estado de um indivíduo em que a ingestão de alimentos é insuficiente para satisfazer, em média, as necessidades de energia alimentar para ter uma vida normal, ativa e saudável".

O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alcançou média de 133,2 pontos em outubro, alta de 3,9 pontos (3,0%) ante setembro e 31,8 pontos (31,3%) em comparação com o mesmo mês de 2020. O resultado mensal, segundo a FAO, é o nível mais alto desde julho de 2011 e foi impulsionado, em grande parte, pelos preços mais altos da maioria dos cereais e óleos vegetais. O Índice de Preços de carnes e do açúcar recuaram, enquanto o subíndice de preços dos laticínios permaneceu firme.

O subíndice de preços dos Cereais registrou média de 137,1 pontos em outubro, alta de 4,3 pontos (3,2%) ante setembro e 25,1 pontos (22,4%) acima do verificado em outubro de 2020. De acordo com a organização, entre os principais cereais, os preços internacionais do trigo subiram pelo quinto mês consecutivo, com alta de 5% no mês e 38,3% em relação ao mesmo intervalo de 2020 - o nível mais elevado desde novembro de 2012. "Colheitas menores nos principais exportadores, especialmente Canadá, Federação Russa e Estados Unidos, continuam dando sustentação aos preços. A redução da oferta global de trigo de melhor qualidade, em particular, exacerbou a pressão, com as qualidades premium liderando o aumento de preço", destacou a FAO.

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Os preços da cevada subiram no mês, impulsionados pela forte demanda, redução das perspectivas de produção e aumento de preços em outros mercados. Os preços do arroz também subiram ainda mais no mês. Em compensação, os preços do milho permaneceram estáveis, apoiados por ganhos nos mercados de energia.

O levantamento mensal da FAO também apontou que o subíndice de preços dos Óleos Vegetais registrou média de 184,8 pontos em outubro, alta de 16,3 pontos (9,6%) em comparação com setembro, marcando um recorde histórico. "A força contínua do Índice reflete principalmente valores mais firmes para os óleos de palma e de colza, óleos de soja e girassol, que receberam apoio da retomada da demanda global de importação, principalmente da Índia, que reduziu ainda mais as tarifas de importação de óleos comestíveis", apontou a FAO.

As cotações internacionais do óleo de palma subiram pelo quarto mês consecutivo, sustentadas pela robusta demanda de importação global que coincidiu com preocupações sobre a produção abaixo do esperado na Malásia, em virtude da persistente escassez de mão de obra. "Os preços internacionais do óleo de colza também subiram significativamente, influenciados pelo prolongado aperto da oferta global e também pelo aumento dos preços do petróleo", informou a FAO.

Na sondagem mensal da FAO, o subíndice de preços das Carnes apresentou média de 112,1 pontos em outubro, queda de 0,8 pontos (0,7%) em relação a setembro, marcando a terceira queda mensal, embora 20,3 pontos (22,1%) acima do verificado em outubro do ano passado. Conforme a FAO, as cotações da carne suína caíram, principalmente por causa da redução nas compras da China. "A carne bovina refletiu uma queda acentuada nas cotações de suprimentos do Brasil em meio à incerteza do mercado, após as suspensões das importações por seus principais parceiros comerciais, em virtude de preocupações com a doença mal da vaca louca".

As cotações internacionais das carnes ovina subiram ainda mais no mês, refletindo contínuas limitações de oferta da Oceania, provocada pela alta demanda para recomposição do rebanho. Já os preços da carne de frango aumentaram em decorrência da forte demanda global, enquanto as expansões de produção permaneceram fracas em virtude dos altos custos da ração e surtos de gripe aviária, especialmente na Europa, explica a FAO.

O subíndice de preços de Laticínios, por sua vez, registrou média de 120,7 pontos em outubro, alta de 2,6 pontos (2,2%) em relação a setembro. A média é também 16,2 pontos superior à observada em igual mês do ano passado (15,5%). Em outubro, as cotações internacionais de todos os produtos lácteos subiram, segundo a FAO. "A oferta de leite baixa, estoques apertados na Europa e um início mais lento do que o antecipado para a nova temporada de produção de leite na Oceania também deram suporte aos preços mundiais do leite", informa a organização. Enquanto isso, os preços dos queijos permaneceram estáveis, já que os suprimentos dos principais produtores foram suficientes para atender à demanda de importação global.

A FAO calculou, ainda, que o subíndice de preços do Açúcar ficou, em média, em 119,1 pontos em outubro, queda de 2,1 pontos (1,8%) em relação a setembro, marcando o primeiro recuo após seis aumentos mensais consecutivos. No entanto, o valor ainda é 40% acima do observado no mesmo período de 2020, principalmente devido a preocupações com as perspectivas de redução da produção no Brasil. "A queda foi desencadeada pela limitada demanda global de importação e por boas perspectivas de produção em exportadores importantes, como Índia e Tailândia", ressalta a FAO. Além disso, a desvalorização do real frente ao dólar norte-americano também contribuiu para a queda dos preços mundiais do açúcar em outubro. Segundo a entidade, entretanto, a pressão de queda sobre os preços foi limitada por preços mais altos do etanol no Brasil.

A pandemia de Covid-19 contribuiu, em 2020, para o aumento do número de pessoas que passam fome e terá efeitos de longo prazo na segurança alimentar - alertou a Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Esse agravamento da fome no mundo (+18% ano a ano), o mais importante nos últimos 15 anos, compromete mais do que nunca a meta das Nações Unidas de erradicar a fome no mundo até 2030, segundo o relatório da FAO publicado nesta segunda-feira (12).

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"Em 2020, entre 720 milhões e 811 milhões de pessoas no mundo enfrentaram a fome, ou seja, 118 milhões de pessoas a mais do que em 2010, se levarmos em conta a média dessa faixa (768 milhões)", alerta a FAO neste relatório publicado em colaboração com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (IFAD), com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Mais da metade das pessoas mal alimentadas vivem na Ásia (418 milhões), mais de um terço na África (282 milhões), e 8% delas (60 milhões), na América Latina.

"Vemos que os números aceleraram ainda mais fortemente", lamentou o diretor em Genebra do escritório da FAO nas Nações Unidas, Dominique Burgeon, em entrevista à AFP.

De forma mais ampla, o número de pessoas que não tiveram acesso à alimentação adequada ao longo do ano - ou seja, "quem, em alguns momentos do ano, pode ter dificuldades para se alimentar" - foi de 2,3 bilhões em 2020, afirmou Burgeon.

Isso significa "320 milhões mais pessoas" do que em 2019, acrescentou.

Trata-se de um aumento "equivalente ao verificado no conjunto dos cinco anos anteriores", segundo o relatório.

"Houve fatores que contribuíram para esta situação, essencialmente ligados a conflitos, ao impacto das mudanças climáticas, aos problemas econômicos que alguns países enfrentavam", lembra Burgeon.

"Tudo isso foi agravado pela situação de pandemia", de acordo com Burgeon.

Em alguns países, "principalmente os mais pobres, onde foram aplicadas medidas para prevenir a propagação da pandemia, as restrições de movimento impediram, por exemplo, que os pequenos agricultores levassem sua produção para os mercados", deixando-os sem renda para sobreviver.

Já "nas cidades, há, por vezes problemas de abastecimento, o que faz com que os preços aumentem", sublinhou Burgeon, referindo-se a países da região do Sahel, ou da África subsariana, como o Congo.

- Atraso do crescimento infantil -

"Mesmo antes da pandemia de covid-19, não estávamos no caminho de eliminar a fome e todas as formas de desnutrição no mundo até 2030. Hoje, a pandemia tornou essa tarefa ainda mais difícil", estima o relatório.

Pior ainda, de acordo com as projeções deste documento, "cerca de 600 milhões de pessoas poderão passar fome em 2030, em parte como resultado dos efeitos de longo prazo da pandemia da covid-19 na segurança alimentar global, o que é 30 milhões a mais do que em um cenário, no qual não teria ocorrido uma pandemia".

"O mundo não está a caminho de cumprir as metas de 2030 para nenhum dos indicadores de nutrição", diz o relatório, segundo o qual "a pandemia de covid-19 provavelmente teve um impacto na prevalência de múltiplas formas de desnutrição e pode ter efeitos duradouros".

O relatório informa ainda que "22% (149 milhões) das crianças com menos de cinco anos são afetadas por retardo de crescimento", destacando-se os "problemas de desenvolvimento cognitivo" que afetarão a vida desses menores.

A fome no mundo se agravou, devido às consequências da pandemia de coronavírus - advertiu nesta quinta-feira (3) a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

A agência especializada da ONU, que tem sede em Roma e que elabora a cada trimestre um índice dos preços dos alimentos e analisa os avanços na luta contra a fome no mundo, calcula que 45 países precisam atualmente de assistência alimentar externa.

"As repercussões da pandemia de Covid-19, em particular no que diz respeito à perda de renda, são um fator importante para os níveis de insegurança alimentar mundial", afirma a FAO em seu relatório trimestral "Perspectivas de colheitas e situação alimentar", publicado nesta quinta-feira.

"A pandemia está agravando e intensificando as já frágeis condições provocadas por conflitos, pragas e perturbações meteorológicas, como os recentes furacões na América Central e as inundações na África", destacou a organização.

Entre os 45 países mais afetados que precisam de ajuda, 34 estão na África. A lista conta ainda com Haiti e Venezuela.

Em um relatório apresentado na quarta-feira no Chile, a FAO calcula que 47,7 milhões de pessoas sofreram fome durante 2019 na América Latina, um agravamento que implicou um aumento de mais de 13 milhões de pessoas nos últimos cinco anos e que "será aprofundado" este ano pelo coronavírus.

De acordo com o relatório da agência das Nações Unidas, o índice de preços dos alimentos no mundo aumentou "bruscamente", atingindo em novembro o "nível mais elevado em seis anos".

"O aumento mensal foi o mais pronunciado desde julho de 2012 e deixou o índice em seu nível mais elevado desde dezembro de 2014", calculam os analistas da organização, que monitoram os preços dos alimentos mais comercializados em escala mundial.

"Todos os subíndices aumentaram em novembro", afirmaram, com destaque para os preços dos óleos vegetais, com alta "expressiva" de 14%, em função da contração dos estoques mundiais.

Os cereais registraram alta de 2,5%, incluindo trigo e milho.

O índice de preços do açúcar aumentou 3,3% na comparação com o mês passado ante as crescentes expectativas de um déficit da produção mundial na próxima temporada de comercialização.

O preço dos laticínios aumentou 0,9%, "nível mais elevado dos últimos 18 meses", assim como o da carne, que também subiu 0,9% na comparação com outubro.

A pandemia do novo coronavírus trará um aumento da fome e da pobreza nos países da América Latina, informou a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) em um relatório divulgado nesta terça-feira.

"A região viu sua segurança alimentar piorar nos últimos anos e essa nova crise pode ter um impacto particularmente severo em certos países e territórios", disse a agência no documento que o México encomendou como presidente pro tempore da Comunidade de Estados da América Latina e do Caribe (Celac).

A FAO destacou os países onde há aguda insegurança alimentar devido a fatores econômicos e climáticos: Venezuela, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Haiti.

Acrescentou que o maior risco no curto prazo é não conseguir garantir alimentos "à população que está cumprindo as medidas de segurança sanitária para impedir a propagação do vírus e que, em muitos casos, perdeu sua principal fonte de renda".

A agência sugeriu que os governos devem declarar alimentos e agricultura como atividades estratégicas de interesse público nacional.

"É essencial manter o sistema alimentar vivo para que a crise da saúde não se transforme em crise alimentar", disse Julio Berdegue, representante regional da FAO, citado em comunicado divulgado pelo governo mexicano.

A agência recomendou o reforço de programas de apoio nutricional para mães em idade fértil e menores de cinco anos, além de garantir alimentação escolar e expandir os programas de proteção social.

"Para garantir o suprimento de alimentos, a FAO recomenda facilitar o transporte e o acesso econômico a insumos produtivos (sementes, fertilizantes, alimentos para animais etc.) e a máquinas e infraestrutura", afirmou.

Também pediu apoio ao transporte e embalagem de produtos agrícolas e "solução de problemas logísticos das cadeias de valor alimentar". Disse que é necessário, por sua vez, garantir a operação de pontos de venda, como mercados e supermercados.

A América Latina ultrapassou os 150.000 casos de novas infecções por coronavírus que mataram mais de 7.400 pessoas na região, de acordo com um balanço da AFP com base em dados oficiais.

As secas e os conflitos prolongados são os principais responsáveis pelo fato de que 41 países do mundo, entre eles a Venezuela, continuam precisando de ajuda alimentar externa, indicou nesta quinta-feira a FAO, em Roma.

A lista de países inclui 31 da África, a Venezuela e o Haiti, segundo o informe Perspectivas de colheitas e situação alimentar publicado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Os 41 países que necessitam de ajuda alimentar externa atualmente são: Afeganistão, Bangladesh, Burkina Faso, Burundi, Cabo Verde, Camarões, Chade, Congo, Djibuti, Eritreia, Etiópia, Guiné, Haiti, República Centro-Africana, República Popular Democrática da Coreia, República Democrática do Congo, Iraque, Quênia, Lesoto, Libéria, Líbia, Madagascar, Malawi, Mali, Mauritânia, Moçambique, Mianmar, Níger, Nigéria, Paquistão, Senegal, Serra Leoa, Somália, Sudão do Sul, Sudão, República Árabe Síria, Uganda, Venezuela, Iêmen e Zimbábue.

Paralelamente, as colheitas de cerais se anunciam abundantes em vários países da América Latina e da Ásia, enquanto a melhora das condições de segurança contribuiu para impulsar a produção agrícola na Síria, que está em guerra, aponta a FAO.

Os conflitos e distúrbios sociais provocam fome em cerca de metade dos 41 países que precisam de ajuda, enquanto outros enfrentam uma grave escassez de recursos devido à grande afluência de refugiados procedentes de países vizinhos que experimentam tensões.

Segundo o informe da agência especializada das Nações Unidas, na Venezuela, "a hiperinflação diminuiu gravemente o poder aquisitivo local, gerando graves limitações no acesso dos lares aos alimentos".

Os pesquisadores estimam que se registrará nesse país "uma queda da produção de cereais devido à falta de insumos agrícolas".

Segundo estimativas da FAO, "cerca de 4,3 milhões de pessoas abandonaram o país e se estabeleceram em países vizinhos, onde suas necessidades humanitárias são 'significativas'", aponta o informe.

O senador Styvenson Valentim (Podemos-RN) deseja proibir o registro e a comercialização de agrotóxicos que sejam mais venenosos aos seres humanos e ao meio ambiente do que aqueles já registrados para a mesma finalidade. O senador apresentou um projeto de lei (PL 4231/2019) neste sentido no início de agosto.

Segundo o senador, de 2016 para 2017 o número de registros de agrotóxicos autorizados saltou de 277 para 405, havendo ainda aproximadamente 2 mil solicitações de registro em avaliação. E nestes primeiros sete meses de 2019, o crescimento não foi interrompido. São números extremamente preocupantes, comenta o senador.

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“Muitas vezes não se tem estudo nenhum sobre efeitos colaterais como cânceres e diversas formas de envenenamento resultantes do uso desses defensivos. As pessoas não sabem o que estão colocando na boca, o que estão ingerindo”, alertou.

Segundo a Organização Mundial da Agricultura (FAO), o Brasil é o país que mais gasta com consumo de agrotóxicos no mundo. Usando dados de 2015 a 2018, a conta chega a US$ 10 bilhões. Em segundo lugar, vem os Estados Unidos, com US$ 7,4 bilhões, e em terceiro, a China, com US$ 5,8 bilhões.

Pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o uso de agrotóxicos é causa comprovada de diversos tipos de cânceres, infertilidade, transtornos de atenção ou hiperatividade, autismo, doenças nos rins e no fígado, Alzheimer, doenças neurológicas, má-formação de fetos e abortos.

“Por que essa crescente liberação de tantos agrotóxicos que inclusive foram proibidos em seus países de origem”,  questionou Styvenson.

O PL 4231/2019 foi encaminhado às comissões de Meio Ambiente (CMA) e a de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), sendo que nesta última terá caráter terminativo. Ou seja, se for aprovado sem recursos ao plenário do Senado, seguirá diretamente para a Câmara dos Deputados.

*Da Agência Senado

 

O consumo de legumes, raízes e tubérculos aumentará 1,9% em ritmo anual no mundo até 2028, segundo um relatório da FAO e da OCDE publicado nesta segunda-feira, que também prevê que o consumo mundial de carne continuará crescendo.

De acordo com o relatório "Perspectivas Agrícolas 2019-2028", publicado pela agência da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO) e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o crescimento do consumo de lentilhas, feijão e outras leguminosas, fonte de proteína, será o maior entre os alimentos básicos.

Quanto aos cereais, espera-se que seu consumo mundial cresça 1,2% ao ano na década; a de produtos animais, carne e laticínios, 1,7%; e o de açúcar e óleos vegetais, 1,8%.

O relatório também observa que "nos próximos dez anos, a demanda por produtos agrícolas dependerá, acima de tudo, das necessidades de uma população [...] mundial crescente e em melhor situação econômica".

Assim, na Ásia, onde estima-se que a renda per capita terá um aumento acentuado daqui a 2028, o consumo de carne aumentará 5 quilos por habitante por ano na China, e 4 quilos no sudeste da Ásia, segundo os especialistas.

Esse aumento afetará principalmente aves e suínos, os mais consumidos na região. O consumo de carne bovina aumentará em 0,5 quilo por habitante ao ano nos próximos dez anos, com uma média de 4 quilos por habitante.

No sul da Ásia, por outro lado, o crescimento da renda estará associado a um aumento na demanda por produtos lácteos, açúcar e óleo vegetal. Laticínios e leguminosas continuarão sendo as principais fontes de proteína na região.

O Paquistão será o país com o maior aumento no consumo de lácteos, com um avanço esperado de 42 quilos por habitante até 2028.

O chinês Qu Dongyyu foi eleito no domingo (23) o diretor-geral da FAO, agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, com sede em Roma, ao obter maioria absoluta no primeiro turno de votação.

Qu, Vice-Ministro da Agricultura em seu país, é o primeiro chinês a assumir esse cargo, substituindo brasileiro José Graziano da Silva.

O Brasil anunciou nesta quarta-feira (22) seu apoio ao candidato chinês para a direção-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Qu Dongyu.

"O governo brasileiro apoia a candidatura de Qu Dongyu, vice-ministro da Agricultura e de Assuntos Agrícolas da China", indicou uma nota conjunta dos ministérios das Relações Exteriores e da Agricultura.

A FAO deve eleger no próximo 22 de junho em sua sede de Roma o sucessor do brasileiro José Graziano da Silva, que cumpriu dois mandatos como diretor-geral.

Há cinco candidatos na disputa, de Camarões, China, França, Geórgia e Índia.

A decisão brasileira foi comunicada em momentos em que se celebra no país asiático o quinto encontro da comissão de cooperação bilateral sino-brasileira (Cosban), com participação do vice-presidente Hamilton Mourão.

Ocorre apesar do alinhamento diplomático do governo do presidente Jair Bolsonaro com os Estados Unidos, imerso em uma guerra comercial com a China.

Mas segundo Rubens Barbosa, ex-embaixador brasileiro em Washington e atual presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), trata-se de uma decisão "normal".

"Não me surpreende, porque a posição do governo Bolsonaro mudou. No início, tinha uma retórica contra a China, mas isso mudou totalmente, porque a China é o principal sócio comercial do Brasil", disse Barbosa à AFP.

Brasil e China integram, junto com a Rússia, Índia e África do Sul, o grupo Brics de potências emergentes, que tem previsto celebrar em novembro uma reunião em Brasília.

A agência de alimentos da Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização para Agricultura e Alimentação (FAO), informou nesta quinta-feira (7) que os preços mundiais dos alimentos subiram em janeiro devido à recuperação no valor de produtos lácteos e às cotações firmes de açúcar e óleos vegetais.

O índice de preços de alimentos da FAO, que mede as mudanças mensais do preço de cerais, oleaginosas, laticínios, carnes e açúcar em todo o mundo, atingiu uma média de 164,8 pontos em janeiro, o que representa uma alta de 1,8% frente aos 161,8 registrados em dezembro.

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"Grande parte do crescimento projetado está associado aos aumentos esperados na Europa, onde as condições meteorológicas favoráveis têm sustentado as perspectivas de produção, enquanto as semeaduras devem se expandir, em grande parte impulsionadas pelos preços atrativos", afirmou a agência da ONU.

A fome na América Latina aumentou pelo terceiro ano seguido em 2017 e atingiu 39,3 milhões de pessoas, 6,1% da população, de acordo com a estimativa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

O relatório divulgado pela organização nesta quarta-feira (7) aponta que o número de latino-americanos desnutridos teve um aumento de 200 mil entre 2015 e 2016 e de 400 mil entre 2016 e 2017.

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Na Argentina, Bolívia e Venezuela, o número de pessoas desnutridas cresce ano a ano desde 2014. A situação é especialmente mais grave na Venezuela, onde existem 3,7 milhões de habitantes subalimentados.

O Haiti, no entanto, continua sendo o país latino-americano com a maior incidência da fome, com 5 milhões de pessoas desnutridas, pouco menos que a metade de seus habitantes (45,7%). Seguido do México que possui 4,8 milhões, ou seja, 3,8% da população.

Apesar disso, Haiti e México, junto à Colômbia e República Dominicana, são os únicos países latino-americanos nos quais a desnutrição diminuiu desde 2014. Já o Brasil, Cuba e Uruguai são os únicos com índices de desnutrição inferiores a 2,5% de seus habitantes.

O documento da FAO destaca ainda que a obesidade se tornou a maior ameaça nutricional da América Latina, pois a cada ano há 3,6 milhões de obesos a mais e o sobrepeso afeta 250 milhões de pessoas, o que representa 60% da população. Além disso, 7,3% das crianças menores de cinco anos estão acima da média mundial de sobrepeso, que é de 5,6%.

Depois de uma década de avanços no combate à fome, a desnutrição voltou a aumentar no mundo, principalmente na América do Sul e na África, informou a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Os dados divulgados nesta terça-feira, 11, pela ONU revelam que, em 2017, 821 milhões de pessoas eram consideradas como desnutridas. No Brasil, o combate contra a desnutrição se estagnou desde 2010.

Em um ano, o número saltou de 804 milhões para 821 milhões, subindo de 10,6% da população mundial para 10,9%. Isso representa uma em cada nove pessoas. Apesar da alta, a taxa de 2017 é ainda inferior à que se registrava no planeta em 2005, quando 14,5% da população era considerada como desnutrida.

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Uma das regiões mais afetadas pela nova realidade é a América do Sul. De acordo com a FAO, 4,7% da população da região era considerada como desnutrida em 2014. Hoje, a taxa é de 5%.

No total, a população com fome passou de 19,3 milhões de sul-americanos para 21,4 milhões em 2017. A taxa, porém, é inferior aos 29 milhões de famintos em 2005 na região.

Se considerado o critério de insegurança alimentar severo, a América do Sul passou de uma taxa de 4,7% da população em 2015 para 8,7% em 2017. O salto foi de 19,4 milhões de pessoas para 36,7 milhões. Qualifica-se de insegurança alimentar severa uma pessoa que passa um dia todo sem se alimentar ou famílias que têm seus estoques esgotados.

Dados divulgados nesta terça-feira, 11, pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e um grupo de agências da ONU revelam que o combate à fome no Brasil se estagnou. A entidade estima que em 2017 havia "menos de 5,2 milhões" de brasileiros passando fome, uma mudança marginal em comparação aos números que vinham sendo apresentados nos últimos anos.

Em 2014, essa taxa era de "menos de 5,1 milhões". Dois anos antes, o volume era de 5 milhões. O ponto mais baixo foi atingido em 2010, quando "menos de 4,9 milhões" de brasileiros eram considerados famintos.

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Os números atuais estão distantes da realidade de 1999, quando 20,9 milhões de brasileiros eram considerados desnutridos. Em 2004, esse volume havia sido reduzido para 12,6 milhões e, em 2007, era de 7,4 milhões. Em termos porcentuais, entretanto, a FAO aponta que a taxa continua estável e inferior a 2,5% desde 2008.

O relatório, apresentado em Roma, aponta para uma elevação da fome no mundo e uma das regiões mais afetadas pela nova realidade é a América do Sul. De acordo com a FAO, 4,7% da população da região era considerada desnutrida em 2014; hoje, a taxa é de 5%.

No total, a população com fome passou de 19,3 milhões de sul-americanos para 21,4 milhões em 2017. A taxa, porém, é inferior aos 29 milhões de famintos em 2005 na região.

Se considerado o critério de insegurança alimentar severo, a América do Sul passou de uma taxa de 4,7% da população em 2015 para 8,7% em 2017. O salto foi de 19,4 milhões de pessoas para 36,7 milhões. Qualifica-se de insegurança alimentar severa uma pessoa que passa um dia todo sem se alimentar ou famílias que têm seus estoques esgotados.

Agravantes

Na avaliação da FAO, os resultados na América do Sul podem ser consequência de "preços baixos nas exportações de commodities, o que levou os recursos financeiros para a importação de alimentos, reduziu a capacidade de governos de investir na economia e reduziu de forma significativa a receita fiscal necessária para proteger os mais vulneráveis contra o aumento de preços domésticos e a perda de renda".

De acordo com os estudos, mudanças climáticas têm tido um peso importante nessa nova realidade da volta da fome. O alerta é de que, se nada for feito para lidar com temperaturas e eventos extremos, o problema vai aumentar. Neste aspecto, o Brasil e sua produção agrícola podem ser afetados. No período entre 2011 e 2016, o País já foi um dos mais prejudicados por anomalias no campo, incluindo secas.

A intensificação dos conflitos e a seca persistente em várias regiões do mundo aumentaram a 124 milhões o número de pessoas que enfrentavam uma crise ou emergência alimentar no fim de 2017, o que significa 15% a mais que no ano anterior.

Em 2016, o mesmo relatório elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e la Agricultura (FAO), a União Europeia e outras organizações internacionais, calculava que 108 milhões de pessoas sofriam insegurança alimentar grave, o que já representava uma forte alta na comparação com os 80 milhões de 2015.

A fome aumentou 6% na América Latina em 2016, o primeiro recuo em uma década, como consequência da desaceleração das economias da região, alertou a agência das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) nesta terça-feira (10).

Depois de uma década celebrando avanços no recuo da desnutrição, a região somou 2,4 milhões de novas pessoas sem acesso à quantidade suficiente de alimentos para atender às suas necessidades calóricas básicas, o que elevou o total de desnutridos na América Latina a 42,5 milhões de pessoas, o equivalente a 6,6% de sua população total.

"Estamos em um mau caminho. A região deu um passo atrás importante em uma luta que vinha ganhando", disse o representante regional da FAO, Julio Berdegué, ao apresentar, durante coletiva de imprensa, em Santiago, o relatório "Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e no Caribe".

A América do Sul, uma das regiões mais ricas na produção de alimentos, sofreu o maior aumento de desnutrição com um aumento da fome de 5% para 5,6%. Mas, apesar de não ter aumentado no Caribe, a fome continuava tendo a maior prevalência nesta região, afetando 17,7% de sua população.

No que diz respeito a países, a pior situação em termos de prevalência está no Haiti, onde quase 47% de sua população passa fome.

Enquanto isso, a Venezuela - mergulhada em uma profunda crise política e econômica - foi o país que registrou o maior aumento no número de subnutridos, passando de 2,8 milhões de pessoas em 2015 para 4,1 milhões no ano passado, com uma prevalência de 13% de sua população.

Mas não só o número de subnutridos aumentou. Na América Latina, a obesidade está "descontrolada" e se tornou um problema de saúde pública em todos os países da região, alertaram especialistas da FAO.

A obesidade em adultos situou-se acima dos 20% de sua população em 24 dos 33 países sul-americanos.

Na América do Sul, 7,4% das crianças menores de cinco anos sofrem de sobrepeso e obesidade, assim como 6% das crianças da América Central e 6,9% das do Caribe.

A alimentação escolar é uma importante política estratégica para o enfrentamento de problemas sociais mundiais relacionados à nutrição precária decorrente da má alimentação. O Brasil tem um programa exitoso que serve de modelo a vários países no fortalecimento de suas próprias experiências, que é o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). As afirmações são de Najla Veloso, coordenadora de um projeto para o fortalecimento de programas de alimentação escolar na América Latina e Caribe, da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

“A obesidade, o sobrepeso, esses temas relacionados a doenças e enfermidades crônicas não-transmissíveis são vinculados à má nutrição e ao consumo de alimentos ultraprocessados, articulado com a falta de atividade física, com maus hábitos de consumo e a falta de educação de gerações anteriores de decidir e ajudar nossas crianças e adolescente a comer aquilo que deve ser comido”, disse Najla.

Para ela, é fundamental que a escola seja esse espaço de consciência e compromisso em mostrar que a educação alimentar e nutricional é um tema importante para a sobrevivência. “Esse debate não é muito antigo. Falamos de fome por muitos anos e falamos pouco da qualidade do que se come”, ressaltou ela.

O projeto coordenado por Najla é uma cooperação do Brasil, por meio do FNDE, com a FAO e países da América Latina e Caribe, para compartilhar a experiência de 62 anos do Pnae. Desde terça-feira (3), representantes de 24 países estão reunidos em Brasília para discutir o papel da alimentação escolar e compartilhar experiências sobre a educação alimentar e nutricional, no Congresso Internacional de Alimentação Escolar.

“O objetivo é que se construa conhecimento para gerar empoderamento das pessoas que estão aqui para usar o tempo e o espaço que a escola oferece para fazer essa relação importante entre o que se come e os conhecimentos relacionados ao que se come”, disse Najla, destacando os aspectos antropológicos, sociológicos, econômicos, éticos, nutricionais e todas as diversas dimensões que os alimentos têm. “E ter como resultado, por exemplo, adolescentes que saibam a importância de amamentar seus filhos, que sejam mães mais comprometidas com a qualidade do que vão comer suas famílias. E os adolescentes homens que vão entender que cozinhar é tarefa de todo mundo, que  cozinhar é uma questão de sobrevivência”.

A inclusão desse paradigma no Pnae se deu no Brasil a partir de 2009 com a Lei da Alimentação Escolar, que, além do acesso a alimentos saudáveis, trouxe a educação alimentar e nutricional como um dos seus eixos.

Segundo Najla, o Pnae é considerado um dos melhores programas de alimentação do mundo pelas suas recomendações nutricionais, pela abrangência – ele atende 41 milhões de estudantes –, e pela inovação promovida pelo Brasil, que é a compra pública de produtos da agricultura familiar para a merenda escolar.

A Lei da Alimentação Escolar determina que pelos menos 30% dos recursos que são transferidos do governo federal para os entes municipais e estaduais sejam destinados à aquisição de produtos da agricultura familiar. “É algo que faz diferença na hora de executar um programa sustentável”, disse a coordenadora-geral do Pnae, Karine Santos.

Entretanto, a meta ainda não foi alcançada. Segundo Karine, em 2010, quando o governo iniciou as aquisições da agricultura familiar, o índice era de 4,8%. Em 2016, ele chegou a 24,84%, um incremento de 3,32% ao ano.

Para a coordenadora da FAO, Najla Veloso, é importante destacar ainda o desenvolvimento socioeconômico do Pnae, já que esses recursos são destinados a pequenos agricultores familiares, “muitos deles pelejando para sobreviver”. “Temos no Brasil experiências maravilhosas de oferta de filé de tilápia, por exemplo, preparadas pelos pescadores locais. Mas já tivemos meninos da ilha de Fernando de Noronha comendo atum enlatado vindo dos Estados Unidos. No Caribe isso ainda acontece”, contou.

Comunidade escolar

Entretanto, Najla diz que o Brasil ainda precisa aumentar o envolvimento da comunidade escolar nos programas de educação alimentar e nutricional, elemento bem desenvolvido em países como República Dominicana, El Salvador, Costa Rica, Guatemala, Honduras e Paraguai. “Eles têm uma fortaleza que é o fato de que começaram a discutir a alimentação escolar com mães e pais voluntários. É uma debilidade porque esses profissionais não são remunerados e gastam seu tempo ali com uma responsabilidade que é do estado. Mas é uma fortaleza no sentido de que é uma comunidade escolar comprometida com o que o filho come”, disse.

A articulação interinstitucional em nível local e o protagonismo e envolvimento comunitário também precisam ser melhor desenvolvidos no Brasil, para a coordenadora da FAO.

Política irreversível

Najla conta que chegou a ser discutido no âmbito da atual gestão do governo federal a possibilidade da anulação do decreto que obriga os 30% de recursos para a agricultura familiar. “Porém, a força que isso alcançou aqui dentro com a sociedade civil, cooperativas de agricultores, várias entidades vinculadas em nível local e nacional, isso tudo agregado foi um impeditivo para que essa discussão avançasse”, disse.

Para ela, é um movimento irreversível pela forma como o Pnae foi articulado pelos diversos segmentos da sociedade. “Ela se instituiu como uma política forte a ponto de ser proposta uma lei para tornar a corrupção com a alimentação escolar um crime hediondo”, disse, contanto sobre o projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional.

Boas práticas

O FNDE conciliou o congresso internacional com a premiação do concurso Boas Práticas da Agricultura Familiar para a Alimentação Escolar. Vinte e cinco iniciativas foram premiadas e estão relatadas no Caderno de Boas Práticas de Agricultura Familiar para a Alimentação Escolar, lançado durante a premiação. A versão virtual do caderno estará disponível em breve no portal do FNDE e a lista das experiências vencedores está na página do concurso.

São iniciativas executadas por secretarias estaduais e municipais que têm contribuído para o bom funcionamento das ações que envolvem a alimentação escolar nas regiões brasileiras. Segundo Karine Santos, o caderno traz ainda temas que envolvem a agricultura familiar, como o cooperativismo, a associativismo e importância de alimentos regionais.

Um das iniciativas destaque é a da Secretaria Estadual de Educação do Paraná, que consegue cumprir a meta de investir mais de 30% dos recursos da alimentação escolar na agricultura familiar. É a única secretaria estadual premiada. “A secretaria estadual tem um papel estratégico diferenciado pelo volume de recursos que recebe, pelo número de alunos que atende e pela própria dimensão territorial de execução de programa”, disse Karine.

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O setor da Organização das Nações Unidas (ONU) para Agricultura e Alimentação, conhecido pela sigla em inglês FAO, divulgou um relatório que aponta os países da América Latina e do Caribe como os mais desiguais na questão da distribuição de terra. Essas informações foram divulgadas na noite de ontem (5), durante as reuniões do órgão em Santiago, no Chile. A região obteve 0,79 pontos no coeficiente de Gini, que vai de 0 a 1, sendo que, quanto mais alto, maior a desigualdade.

Países da Europa, África e Ásia possuem coeficientes de Gini muito próximos (0,57, 0,56 e 0,55, respectivamente). A América do Sul, isoladamente, registra 0,85, demonstrando a maior desigualdade entre todos os continentes. O índice das Américas é alavancado pelos conflitos em países da região central como a Guatemala, onde 57% das terras estão distribuídas entre 2% dos produtores rurais do país. Ao sul do continente, países como Colômbia exploram apenas um terço das terras férteis, sendo que 82% delas são exploradas por menos de 10% dos agricultores.

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Terras indígenas

De acordo com o estudo, 23% das terras disponíveis na América Latina são territórios indígenas. Representantes da FAO argumentaram que os direitos dessas comunidades melhoraram, porém ainda há conflitos que impedem que eles tenham acesso à totalidade de terra que lhes pertence.

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