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O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito civil que pretende apurar as responsabilidades e a participação do Banco do Brasil na escravidão e no tráfico de pessoas negras no século 19. O objetivo da ação é promover a reflexão sobre o tema para garantir que crimes contra a humanidade como esse jamais se repitam, além de garantir mecanismos de reparação com um olhar voltado para o presente e o futuro, em uma discussão sobre memória, verdade e justiça.

O inquérito foi instaurado pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio de Janeiro (PRDC/RJ) após uma manifestação apresentada por um grupo de 15 professores e universitários, oriundos de diversas universidades brasileiras e estrangeiras, que realizaram uma pesquisa que aponta para a negação e o silêncio sobre a participação das instituições brasileiras na escravização de pessoas.

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No caso do Banco do Brasil, os historiadores apuraram que havia uma relação de “mão dupla” da instituição financeira com a economia escravista da época, que se revelava no quadro de sócios e na diretoria do banco, formados em boa parte por pessoas ligadas ao comércio clandestino de africanos e à escravidão.

O despacho assinado pelos procuradores Jaime Mitropoulos, Julio José Araujo Junior e Aline Caixeta, dá um prazo de 20 dias para que o banco apresente suas considerações sobre a pesquisa que subsidiou a investigação; informe sua posição a respeito da sua relação com o tráfico de pessoas negras escravizadas; informe a existência de pesquisas financiadas pelo Banco do Brasil para avaliar a narrativa sobre a sua própria história; preste informações sobre a relação do banco com traficantes de pessoas e sobre financiamentos relacionados com a escravidão.

Por fim, o MPF pede que sejam informadas as iniciativas do banco com finalidades específicas de reparação em relação a esse período. Pede também o agendamento de reunião com presidência do Banco do Brasil no próximo dia 27 de outubro. Os Ministérios de Direitos Humanos e Cidadania e da Igualdade Racial foram informados da instauração do inquérito e poderão acompanhar as discussões, se assim tiverem interesse.

Mobilização internacional

Nos últimos anos, em países como Estados Unidos e Inglaterra, têm ganhado força um movimento por reparação histórica de grandes instituições que participaram da escravidão.

Nos Estados Unidos, pesquisas têm demonstrado que traficantes e donos de pessoas escravizadas foram os fundadores de faculdades, apontando o papel ativo dessas instituições na manutenção daquela dominação, ao lado da Igreja e do Estado. Como resposta, essas instituições estão sendo pressionadas a estabelecer formas de reparação.

No caso do Reino Unido, existe também uma forte pressão pelo estabelecimento de reparações. Nesse sentido, nações caribenhas organizaram comissões e estão preparando cartas formais que solicitam o pedido de desculpas e reparações por parte da família real britânica, do Lloyd’s of London (instituição que cuida do mercado de seguro) e da Igreja em razão do tráfico de pessoas negras escravizadas.

Um exemplo desse esforço foi o pedido de desculpas do jornal inglês The Guardian pelo papel de seus fundadores no tráfico transatlântico, seguido do anúncio de um programa de justiça restaurativa a ser executado durante uma década. O jornal estima investir mais de 10 milhões de libras nesse programa, que será especificamente voltado a comunidades que descendem de vítimas da atuação dos fundadores no tráfico.

Escravidão

O tráfico transatlântico de pessoas negras escravizadas foi uma das maiores atrocidades cometidas na história da humanidade, com impactos duradouros em nossa sociedade e na constituição das diversas manifestações do racismo estrutural e institucional nas relações sociais.

Pintura de Jean-Baptiste Debret sobre escravidão no Brasil (Domínio Público)

“Revisitar a escravidão implica desnaturalizar a forma como tratamos o papel das instituições e de pessoas que se constituíram e enriqueceram à custa dessa mancha em nossa história. Se, por um lado, devemos reconhecer o papel do negro na construção das riquezas materiais e na estrutura econômica do país para repensarmos a própria história da formação do Estado brasileiro, é necessário, por outro, enfatizar que a diáspora africana é resultado de um projeto de desumanização, violências e dores que contou com a complacência de pessoas, famílias e instituições, as quais se beneficiaram proativamente dessas atrocidades, sem qualquer tipo de manifestação de reconhecimento ou responsabilização”, pontua o inquérito do MPF.

Legislação

O Estado brasileiro se compromete em âmbito internacional a discutir e enfrentar as consequências da escravidão e do tráfico de pessoas negras escravizadas. É um tema que demanda uma atuação permanente no sentido de elucidar violações e também buscar formas de reparação.

A Constituição de 1988 adotou como princípio nas relações internacionais repúdio ao racismo (artigo 4º, VIII), tornando-o crime imprescritível e inafiançável. Além disso, a Constituição ressalta o caráter plural da sociedade brasileira e estabelece um programa para superar as desigualdades sociais e regionais.

Para o MPF, discutir a escravidão e formas de reparação também se insere na busca pela superação do racismo institucional e estrutural. Para essa empreitada, promover a reflexão sobre o tema jamais deve se limitar ao importante olhar para o passado trágico, mas também nos conduzir a uma reflexão sobre o nosso presente e futuro, em uma perspectiva de memória e verdade sobre a nossa história.

Segundo a Corte Interamericana de Direitos Humanos, há cinco conjuntos de medidas importantes para viabilizar os processos de memória-verdade-justiça e nesse sentido enfrentar o racismo e o negacionismo dos efeitos da escravidão. São eles: a investigação e elucidação das situações de violência ocorridas; a responsabilização dos agentes que praticaram as violações; a reparação dos danos suportados pelas vítimas; a promoção da memória; e a adoção de medidas destinadas a prevenir a repetição das violações no futuro.

História

O primeiro Banco do Brasil, criado por alvará régio em 12 de outubro de 1808, teria surgido para enfrentar a escassez de crédito e de moeda no Império Português, porém sua atuação se reduzia ao financiamento público. Os historiadores indicam que o banco se valeu de recursos como a arrecadação de impostos sobre embarcações dedicadas ao tráfico de pessoas escravizadas e destacam que o capital para a formação do banco provinha da economia da época, que tinha na escravidão e no comércio negreiro um papel central. Assim, por exemplo, as subscrições para a integralização do capital do banco provinham dessas atividades, sendo que as maiores fortunas do Rio de Janeiro estavam claramente associadas ao comércio transatlântico de africanos.

Litogravura do Banco do Brasil por P. G. Bertichem, na rua da Alfândega, esquina com Candelária, no Rio de Janeiro, em 1854.

A despeito de o banco ter se constituído em três momentos ao longo do século 19, a própria narrativa da instituição financeira sobre a sua história pressupõe uma linearidade histórica e sua presença bicentenária no Brasil. Apesar dos vínculos históricos do banco com o tráfico de pessoas escravizadas, grande parte da historiografia sobre sua formação reproduziu um apagamento sobre o tema.

Da assessoria do MPF

Em julho deste ano, a Meta foi condenada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) a pagar cerca de R$ 20 milhões em indenizações para usuários do Facebook, Messenger e WhatsApp pelo vazamento de dados pessoais em 2018 e 2019. A decisão abriu precedentes para que usuários de todo o país buscassem o pagamento.

Fotos, stories, telefone, e-mail, vídeos, áudio, localidade, data de nascimento, senhas das contas e outras informações íntimas de milhões de brasileiros ficaram expostas em cinco investidas hacker entre setembro de 2018 e julho de 2019.

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O juiz José Maurício Cantarino Villela, da 29ª Vara Cível de Belo Horizonte, acatou a ação civil coletiva do Instituto Defesa Coletiva e determinou o pagamento por danos morais coletivos e individuais.

A indenização individual foi estipulada em R$ 5 mil por ação, ou seja, o consumidor pode receber até R$ 10 mil se comprovar que usava uma das redes na época dos vazamentos. Também foi determinado o pagamento de R$ 10 milhões em cada uma das ações civil públicas de dano coletivo, com o valor enviado ao Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério Público de Minas Gerais.

O Instituto Defesa Coletiva reforça que a Meta não zelou pela segurança da prestação de serviço e violou a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Na decisão, Villela destacou que “a falha desse sistema deve ser atribuída a quem dele usufrui como fonte de lucro. É o chamado risco da atividade”. 

Quem procurar?

A primeira tentativa de reparação pode ser feita em conciliação com a própria empresa. Caso não haja resposta, o consumidor pode buscar um órgão de defesa do consumidor, como o Procon ou Juizados de Pequenas Causas.

Outro caminho é denunciar o caso à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) ou até mesmo ingressar com uma ação na Justiça comum, como no caso que repercutiu entre os usuários.

Contudo, como a sentença na Justiça comum é em primeira instância - como foi a decisão do TJMG -, o ressarcimento pode demorar. A Meta tem direito de recorrer da condenação em instâncias superiores e só fica obrigada a reparar o dano mediante trânsito em julgado.

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O ex-presidenciável e deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou neste domingo, 27, ao Estadão, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria reparar o Brasil dos prejuízos causados durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A declaração foi uma resposta à afirmação de Lula sobre ser necessário discutir como "reparar" a sua correligionária, que sofreu impeachment em 2016. O debate voltou à tona após o arquivamento da ação de improbidade pelas "pedaladas fiscais" no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Em 2014, Dilma e Aécio foram adversários diretos nas eleições presidenciais, que resultaram na vitória, nos dois turnos, da petista.

"Lula agora fala em reparar a ex-presidente Dilma pelo suposto 'golpe' do impeachment, ignorando decisões do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele deveria canalizar sua energia para reparar o Brasil dos prejuízos que sua pupila causou ao País e aos brasileiros", disse.

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No governo Dilma o Brasil lidou com uma grave crise econômica. Ao assumir o primeiro mandato, Dilma recebeu a taxa de desemprego em 5,30%, segundo o critério (PME/IBGE) e, ao ser afastada, em maio de 2016, a taxa estava 8,20%. A inflação foi de 5,90% a 9,28% no mesmo período de tempo. O PIB mudou de um crescimento de 7,53% ao ano para uma retração de 3,90% anual.

Dilma deixou o governo em 2016 após sofrer um impeachment. A justificativa do processo defendia que a petista infringiu a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ao editar decretos para abertura de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional e atrasar, de maneira proposital, o repasse de dinheiro da União para bancos com o objetivo de melhorar artificialmente as contas. A manobra, batizada de "pedaladas fiscais", foi revelada pelo Estadão.

A declaração de Aécio foi feita no momento em que o PSDB tenta reerguê-lo como liderança política. Na última quinta-feira, 24, o deputado foi ovacionado durante evento "Diálogos Tucanos", promovido para discutir a renovação do partido. Tietado por filiados, Aécio apareceu de visual novo, com barba; subiu ao palco a convite do presidente do PSDB, o governador gaúcho Eduardo Leite, e mostrou confiança de que a legenda voltará a ter protagonismo nacional.

Para Aécio, a narrativa defendida por Lula sobre a ilegalidade do impeachment de Dilma impede o desenvolvimento político do País. "O presidente Lula impede o Brasil de superar o antagonismo raivoso que se instalou na cena política nacional ao insistir em manter o País acorrentado a falsas narrativas do passado", disse. Desde que assumiu o terceiro mandato, o petista tem afirmado em seus discursos que o impedimento de sua correligionária foi um "golpe".

Essa narrativa foi fomentada por Lula na última semana após o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região em Brasília manter, por unanimidade, o arquivamento da ação de improbidade contra a ex-presidente Dilma. Durante discurso no Fórum Econômico Brasil-Angola na capital de Luanda, o petista defendeu que a colega de sigla "foi cassada de forma leviana" e que o País lhe devia desculpas.

Para Aécio, Lula e o Partido dos Trabalhadores "não fazem bem ao País ao disseminar a fake news" de que a ex-presidente foi absolvida dos crimes de responsabilidade. "O TRF-1 sequer discutiu o mérito da ação. Na verdade, apenas aplicou uma previsão constitucional de que ninguém pode ser condenado duas vezes pelo mesmo crime. Dilma já foi condenada anteriormente pela Lei do Impeachment, inclusive com a perda da Presidência da República, e não poderia, portanto, ser novamente condenada pelos mesmos crimes da Lei de Improbidade", disse. "É lamentável quando o próprio presidente da República e seu partido, que deveriam dar o exemplo, se colocam contra esse esforço nacional em nome de seus objetivos políticos."

A decisão do TRF-1 foi divulgada após o colegiado da 10ª Turma se reunir para julgar uma apelação do Ministério Público Federal (MPF). Como mostrou o Estadão, o Tribunal decidiu que Dilma e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega não poderiam responder nos termos Lei de Improbidade Administrativa porque já foram responsabilizados por meio da Lei que define os crimes de responsabilidade. Isso ocorre por, em 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que o Presidente da República não deveria estar à mercê do sistema de dupla responsabilização.

Especialistas ouvidos pela reportagem afirmam que o arquivamento da decisão não inocenta Dilma, visto que o mérito da ação não foi analisado; o que houve foi uma análise foi de caráter formal e processual em resposta à decisão do STF em 2018. Eles ainda afirmam que não existe correlação entre a decisão de arquivar a ação no TRF-1 e o processo que levou ao afastamento da ex-presidente, já que cada um dos acontecimento se refere a leis diferentes: a ação no Tribunal enquadra Dilma na Lei de Improbidade Administrativa; enquanto, no passado, ela já havia sido responsabilizada pela Lei do Impeachment.

Aécio defende ainda que, ao repetir sistematicamente a narrativa de "golpe", tanto Lula quanto o Partido dos Trabalhadores tentam se valer da máxima da propaganda de Adolf Hitler: "Tentam, mais uma vez, fazer valer a máxima de Joseph Goebbels, o ministro da propaganda de Hitler, que insistia em que 'uma mentira repetida mil vezes vira verdade'. Como sociedade, temos o dever de reagir a isso, em respeito à nossa História e a diversas gerações de brasileiros vítimas dos descalabros daquele governo", disse.

Após o arquivamento da ação de improbidade pelas "pedaladas fiscais" no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ser necessário discutir como "reparar" a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), sua correligionária, que sofreu impeachment em 2016. Em entrevista coletiva concedida em Luanda, capital de Angola, neste sábado (26), Lula disse que "é preciso ver como é que se repara uma coisa que foi julgada por uma coisa que não aconteceu".

"A Justiça Federal em Brasília absolveu a companheira Dilma da acusação da pedalada, a Dilma foi absolvida, e eu agora vou discutir como que a gente vai fazer. Não dá para reparar os direitos políticos, porque se ela quiser voltar para ser presidente, eu quero terminar o meu mandato", brincou Lula.

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Dilma, que hoje está na presidência do Banco do Brics, teve seu mandato cassado por crime de responsabilidade, justamente pela prática que ficou conhecida como "pedaladas fiscais" - o suposto uso de bancos públicos para "maquiar o resultado fiscal", o que teria atrasado, por parte da União, repasse de valores às instituições. No entanto, na semana passada, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região em Brasília manteve, por unanimidade, o arquivamento da ação em benefício da ex-presidente e de outros envolvidos, como o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

Contudo, apesar de Lula ter dito que a ex-presidente foi "absolvida", não foi essa a decisão do TRF-1. Ao Estadão, a advogada Vera Chemim, mestre em Direito Público Administrativo pela Fundação Getulio Vargas (FGV), disse que o Tribunal nem sequer julgou se Dilma é inocente ou não e, com base em decisão do STF, extinguiu a ação, sem resolução de mérito. "Não é uma questão de inocentar, e sim de caráter formal e processual", explicou.

Guilherme Amorim Campos da Silva, advogado e professor da Faculdade Autônoma de Direito (Fadisp), ponderou, no entanto, que a decisão pode ser interpretada como inocência de Dilma. No âmbito do Poder Judiciário, em relação a essa ação específica, "inexiste qualquer conduta dolosa provada em face da ex-presidente".

Já na sexta-feira, também durante sua visita a Angola, Lula já havia dito que o Tribunal havia "absolvido" a correligionária e que "o Brasil deve desculpas à presidente Dilma, porque ela foi cassada de forma leviana".

A Advocacia-Geral da União entrou com ação civil pública contra 27 extremistas identificados pela inteligência da Polícia do Senado a partir de gravações por eles publicadas nas redes sociais, comemorando a invasão do Congresso Nacional durante os atos golpistas de 8 de janeiro e até registrando o embate com os policiais legislativos.

Trata-se da sétima ação levada pelo órgão à Justiça Federal contra financiadores dos atos golpistas de 8 de janeiro e radicais que invadiram e depredaram as dependências do Planalto, Supremo Tribunal Federal e Congresso.

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A ação foi ajuizada na sexta-feira, 28, pede o ressarcimento de danos causados ao patrimônio público. Ao todo, o prejuízo causado pela ofensiva antidemocrática é estimada em R$ 26,2 milhões, até o momento.

Os processos movidos pela AGU na esteira dos atos golpistas já atingem 250 pessoas, três empresas, uma associação e um sindicato.

O órgão ainda requer indenização pelo dano moral coletivo 'pelo ataque a valores fundamentais do Estado Democrático de Direito'.

A AGU aciona os radicais na esfera civil, sendo que, em paralelo, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal seguem com as apurações sobre os atos de 8 de janeiro.

Há investigados que já respondem a processos criminais por participação na ofensiva antidemocrática - 150 supostos instigadores dos atos e 150 executores do vandalismo registrado na Praça dos Três Poderes.

Veja a lista de ações movida pela AGU no caso dos atos golpistas:

- Ação nº 1 - Pede condenação de 54 pessoas, três empresas, uma associação e um sindicato apontados como financiadores dos atos golpistas de 8 de janeiro. No bojo do processo foi decretado o bloqueio de bens dos acionados;

- Ação nº 2 - Pede condenação de 40 presos em flagrante por participarem da invasão e depredação das sedes do Congresso, Planalto e Supremo. No bojo do processo foi decretado o bloqueio de bens dos acionados;

- Ação nº 3 - Pede condenação de outros 42 presos por participarem dos atos golpistas. No bojo do processo foi decretado o bloqueio de bens dos acionados;

- Ação nº 4 - Pede condenação contra 42 detidos em flagrante durante os atos. No bojo do processo foi decretado o bloqueio de bens dos acionados;

- Ação nº 5 - Pede condenação de suspeitos de financiar o fretamento de ônibus para os atos ao pagamento de indenização de dano moral coletivo de R$ 100 milhões;

- Ação nº 6 - Pede condenação de presos em flagrante no interior do Palácio do Planalto participando de atos de depredação.

Assim como a capital de Pernambuco, Recife, os municípios de Vicência e Paudalho também não realizarão seus festejos juninos em 2022.  Os gestores das cidades optaram por redirecionar os recursos que seriam empregados nas festas para auxiliar as famílias afetadas pelas fortes chuvas que caem no estado desde a última semana. 

Em Paudalho, município da Mata Norte, o prefeito Marcelo Gouveia decretou Estado de Emergência. Os recursos que seriam usados no São João serão destinados às obras de infraestrutura na cidade e, também, para o apoio às famílias desabrigadas. Sendo assim, as festividades juninas foram canceladas. 

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Também localizada na Zona da Mata Norte, Vicência é mais uma cidade que suspendeu o seu São João em virtude das chuvas. As verbas da festa serão igualmente revertidas na recuperação da infraestrutura do município e na assistência aos desabrigados.

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Em nome da França, o presidente Emmanuel Macron "pediu desculpas" aos harkis nesta segunda-feira (20), as tropas muçulmanas que lutaram junto com o Exército francês durante a guerra da Argélia, e anunciou a promulgação, em breve, de uma lei de "reparação".

"Quero dar nosso reconhecimento aos combatentes. Não esqueceremos de vocês. Peço-lhes perdão. Não esqueceremos de vocês", declarou o presidente, em uma cerimônia de homenagem, realizada no Palácio do Eliseu.

O evento contou com a presença de ex-harkis, descendentes, líderes de associações e personalidades.

Macron também prometeu apresentar, até o fim do ano, "um projeto destinado a inscrever no mármore das nossas leis o reconhecimento e a reparação para os Harkis".

"A honra dos harkis deve ficar fixada em nossa memória nacional", acrescentou, pedindo que "se cure as feridas", as quais devem ser "fechadas com palavras verdadeiras, gestos de memória e atos de justiça".

Os harkis são os ex-combatentes - em torno de 200.000 - recrutados pelo Exército francês durante o duro conflito entre os nacionalistas argelinos e a França de 1954 a 1962.

No final da guerra, alguns deles, abandonados pela já ex-metrópole, sofreram represálias na Argélia.

Dezenas de milhares deles, muitos acompanhados de suas famílias, foram transferidos para a França, onde foram alojados em "campos de trânsito e de reclassificação". Nestes locais, viveram em condições indignas, precárias e traumáticas.

Hoje, os harkis e seus descendentes fazem parte de uma comunidade de centenas de milhares de pessoas na França. Passaram por uma difícil integração no novo país, assimilados aos imigrantes e rejeitados por eles.

Em 2000, o então presidente argelino, Abdelaziz Buteflika, classificou-os como "colaboradores". Embora criticasse suas condições de vida na França, descartou seu retorno à Argélia, afirmando que "não era seu país".

Após a soltura na última segunda-feira (24), o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e o irmão Assis pagaram uma multa equivalente a R$ 1,1 milhão como ‘reparação social’ ao Paraguai. Uma parte desse valor, aproximadamente R$ 167 mil, será destinada à campanha #TodosSomosBianca, pelo tratamento de Bianca Patiño Maiz, uma paraguaia de um ano e sete meses que sofre de atrofia muscular espinhal (AME). O caso da menina é conhecido por todo o país.

A campanha foi iniciada nas redes sociais em dezembro do ano passado, pela família da menina, que se viu sem condições de arcar com o tratamento. O medicamento Zolgensma, lançado também no ano passado pela farmacêutica Novartis, promete curar a AME em crianças de até dois anos, mas o tratamento com o remédio é caro e custa cerca de R$ 11,7 milhões.

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Através do Instagram, a mãe de Bianca desabafou: “Quando soubemos que Bianca possivelmente sofria de uma doença tão grave como a AME, nos passou muitas coisas pela cabeça. Um mês antes daquele possível diagnóstico, pudemos custear o diagnóstico, que deu positivo para a AME. Nos perguntamos tantas coisas. Por que ela? [...] Mas pedimos orações. Há esperança”.

A AME é uma condição rara, que afeta a capacidade motora e impede o paciente de comer e respirar com qualidade. Bianca se encaixa do tipo 1 da doença degenerativa, considerada a mais perigosa, pois pode levar à morte. 

Com a campanha, a família conseguiu chamar a atenção da população, de influenciadores digitais e de celebridades, que têm se unido para ajudar a bater a meta das arrecadações. Como o medicamento faz efeito só em crianças até dois anos, a preocupação principal é conseguir arrecadar o valor total do tratamento antes de Bianca chegar à idade limite, em dezembro deste ano. Com as rifas e metas diárias, eles conseguiram o equivalente a US$ 655 mil. Foi assim que conheceram Ronaldinho, em março.

Ronaldinho Gaúcho e Roberto Assis estavam presos há cinco meses, por uso de identidade e passaporte paraguaios falsos. O restante da fiança foi destinado ao combate da Covid-19.

 

A força-tarefa Lava Jato no Paraná denunciou Wanderley Saraiva Gandra e Viggo Andersen, respectivamente representante e executivo da dinamarquesa Maersk no Brasil, e Eduardo Autran, ex-gerente de Logística da Petrobras subordinado a Paulo Roberto Costa (ex-diretor de abastecimento da estatal) por um esquema de corrupção em contratos de afretamento de navios celebrados pela petrolífera que gerou em prejuízos de pelo menos US$ 31,7 milhões. Segundo a Procuradoria, os ilícitos se deram entre 2006 e 2014 e resultaram em propinas de mais de R$ 4 milhões para Costa.

O Ministério Público Federal imputa crime de corrupção ativa aos ex-integrantes da Maersk. A empresa dinamarquesa foi um dos alvos da etapa 70 da Lava Jato em dezembro de 2019. Já com relação a Eduardo Autran, a Procuradoria atribui corrupção passiva e peculato. As informações foram divulgadas pelo MPF.

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Segundo a Lava Jato no Paraná, a denúncia tem como base a delação de Paulo Roberto Costa, que revelou que, entre 2006 e 2014, Andersen, como representante da Maersk no Brasil, ajustou comissões com a empresa de 2,50% do valor dos afretamentos pagos pela Petrobras, a fim de que metade do montante fosse repassada para a empresa Gandra Brokerage, criada por Wanderley Gandra para intermediar os contratos. Gandra, então, repassou a título de propina a metade (0,75%) para Costa, diz o MPF.

Os investigadores apontam que, em contrapartida, Costa forneceu à Maersk informações privilegiadas sobre as demandas da Petrobras no afretamento de navios de grande porte, além de praticar outros atos de modo a favorecer a contratação da empresa pela estatal. "Esse arranjo resultou no efetivo pagamento de pelo menos R$ 4.039.265,12, da parte de Andersen e Gandra, para Costa", aponta a Procuradoria.

"Já Eduardo Autran, enquanto gerente-geral de Transportes Marítimos e gerente executivo de Logística da Petrobras, atuou para o recebimento da propina para Costa, seu superior, por meio da execução de ordens ilegais e tomadas de decisões administrativas deliberadamente prejudiciais à Petrobras, como apontado pela estatal em apuração interna. Além disso, Autran também atuou para subtração de recursos da Petrobras, em proveito próprio ou em benefício da Maersk, valendo-se da facilidade proporcionada pela condição de funcionário. Por meio de atos onerosos à Petrobras no contexto de relações comerciais de afretamento entre a estatal e a empresa dinamarquesa, gerou prejuízo estimado em US$ 23 milhões", alegou o MPF.

Além das condenações, o MPF pediu o perdimento do produto e proveito dos crimes nos montantes de, pelo menos, R$ 8.078.530,24 - correspondentes à comissão de 1,25% paga à Gandra Brokerage, no interesse de Gandra e Costa e também reativas à porcentagem paga no interesse de Andersen.

A Procuradoria requereu ainda reparação dos danos causados à Petrobras no valor mínimo de US$ 31.705.889,03, correspondente aos valores pagos pela Petrobras em razão do afretamento de navios da Maersk e que foram utilizados para o repasse de comissões ilícitas e aos valores relativos ao peculato imputado a Autran.

O esquema

Em sua colaboração, Costa detalhou o ajuste feito com Andersen e Gandra: uma vez por ano, ele repassava informações privilegiadas sobre as demandas da Petrobras para locação de navios de grande porte para transporte marítimo. Essa informação antecipada permitia que Gandra alertasse a Maersk para que a empresa reservasse navios para a contratação pela Petrobras, diz o MPF.

Ao longo das investigações, verificou-se que a companhia dinamarquesa pagava o dobro de comissão de brokeragem (comissão paga para brokers, agentes que atuam como intermediários nas transações entre comprador, nesse caso a Petrobras, e vendedor, a Maersk) para garantir a contrapartida ilícita providenciada por Costa, que não só repassava informações privilegiadas sobre as demandas da Petrobras no mercado de locação de navios de grande porte, como também determinava aos seus subordinados para que incluíssem a Gandra nas negociações, o que não era necessário para o relacionamento da Maersk com a Petrobras, mas foi providenciado para a manutenção do esquema de corrupção. As provas coletadas indicam, ainda, que 100% da receita da Gandra Brokeragem originava-se das comissões de 1,25% incidentes sobre os contratos de afretamento celebrados pela Maersk com a Petrobras, deixando clara a exclusiva finalidade da empresa.

Os procuradores apontaram ainda que o aprofundamento das investigações permitiu esclarecer a atuação de Eduardo Autran, subordinado e afilhado político de Costa, na promoção deliberada de atos economicamente desvantajosos para a Petrobras em favorecimento à Maersk, dos quais dois chamaram atenção do MPF: a contratação do navio Maersk Virtue com frete com taxa variável, que resultou no pagamento de alugueis em valores superiores àqueles que seriam pagos aplicando-se a taxa fixa, causando prejuízo de cerca de US$ 3 milhões para a Petrobras; e a contratação antecipada do navio Maersk Promise, que resultou na contratação de fretes em valores acima dos praticados pelo mercado à época do vencimento dos contratos, gerando um custo adicional de aproximadamente US$ 20 milhões.

Entidades do movimento LGBT entraram, na última quinta-feira (21), com uma Ação Civil Pública na Justiça contra o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB). A ação tem como objetivo reparar danos morais coletivos ocorridos após o prefeito ter ordenado o recolhimento de uma HQ com a imagem de dois homens se beijando na 19ª Bienal do Livro, na capital fluminense. 

A ação pede uma indenização de R$ 1 milhão em razão do "notório alcance nacional de sua censura administrativa". O prefeito Crivella deverá desembolsar o valor caso a Justiça conceda o pedido de forma integral. Assinam a ação as entidades Antra (das travestis e transexuais), ABGLT (de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexos) e GADVS (Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero). 

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As entidades pedem que Crivella invista o valor pedido na criação de um fundo para implementar políticas públicas de combate à LGBTfobia, além disso, os solicitantes exigem uma retratação pública do prefeito à comunidade num grande veículo de comunicação. 

Quatro anos após o rompimento da barragem da Samarco, ocorrido em Mariana (MG), produtores rurais que trabalhavam com gado leiteiro na região atingida não se sentem acolhidos pelo processo de reparação de danos. Eles reclamam, principalmente, do atraso nas indenizações e também da falta de uma solução para as suas propriedades. Todo este processo é conduzido pela Fundação Renova. A entidade foi criada conforme acordo firmado em março de 2016 entre a mineradora, suas acionistas Vale e BHP Billiton, o governo federal e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo.

Os 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos que se espalharam pelo meio ambiente causaram perdas para além dos limites das comunidades de Bento Rodrigues, Paracatu e Gesteira, municípios que estão sendo reconstruídos para abrigarem cerca de 400 famílias que perderam suas casas. "Centenas de fazendas foram invadidas pela lama. Animais morreram. Foram destruídas estruturas como cercas, mata-burros, currais e casas", lamenta Marino D'Angelo. No seu terreno, a lama levou a vida de cabras, porcos, galinhas. Sua área de pasto não foi atingida, mas bois morreram atolados quando tentaram se aproximar do rio para beber água.

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A produção leiteira é a principal atividade agropecuária nas fazendas que ficam no trecho mais atingido, que vai de Mariana até a Usina de Candonga, no município de Santa Cruz do Escalvado. Atualmente membro da comissão de atingidos da tragédia, Marino é ex-presidente da Associação dos Produtores de Leite de Águas Claras e Região (Aplacar). Através da entidade, o produto dos associados é distribuído em diversos distritos das cidades de Mariana e Barra Longa. Graças à Aplacar, eles conseguiam um preço mais competitivo do leite, o que beneficiava a todos, sobretudo os pequenos produtores.

Após a tragédia, todo o leite extraído foi perdido, já que não era possível escoá-lo com as estradas obstruídas. Os terrenos de aproximadamente metade dos associados foram invadidos pela lama. Com a queda na produção, a sustentabilidade da entidade foi prejudicada. Para Marino, mesmo os associados que não tiveram o terreno invadido pela lama também devem ser reconhecidos como atingidos, pois o impacto na Aplacar afetou a todos.

"Toda a estrutura que montamos foi comprada em conjunto graças à associação. Nós chegamos a vender 10 mil litros por dia e um único ponto de coleta, o que é raro. Agora as pessoas perderam a capacidade de produção. Muitos já desistiram da atividade. E alguns dos maiores produtores estão deixando a Aplacar porque ela deixou de ser atraente. Acham melhor vender leite sozinhos. Sempre que sai um produtor, todos perdem", explica. Marino foi presidente da Aplacar durante 12 anos. Após a tragédia, teve que deixar a função porque ficou inadimplente e a entidade precisou ser desvinculada de seu CPF para receber recursos destinados a um projeto selecionado em edital da Fundação Banco do Brasil.

"Foi como se eu tivesse perdido um filho, porque eu me dediquei muito à associação. E graças a ela, cheguei a produzir em torno de 800 litros de leite por dia. Tinha mês que minha receita era R$ 23 mil bruto. Agora tem mês que eu fecho no negativo. Eu precisava produzir no mínimo 400 litros por dia pra não fechar no vermelho e manter a estrutura que eu tinha. Mas não consigo. E o maior bem que nós temos aqui na roça é a palavra. Eu nunca fiquei inadimplente na vida. É a primeira vez. Precisei vender minhas coisas. Eu tinha um gado bom e vendi novilhas para segurar meu nome, mas chegou um ponto que a renda não é mais suficiente", lamenta o produtor.

Wilson dos Santos, de 78 anos, também era membro da Aplacar. Mais da metade da sua propriedade foi tomada pela lama. A casa onde morava não caiu, mas está interditada porque a estrutura foi afetada e as paredes estão rachando. Sobreviveram em sua propriedade cerca de 30 cabeças de gado, que foram levadas para uma fazenda da Fundação Renova, onde estão reunidos animais de diversos atingidos. Sua filha, Sônia dos Santos, afirma que as vacas emagreceram.

"Meu pai vivia do leite e agora só conta com o auxílio emergencial mensal que é uma mixaria. Além disso, ele também plantava de tudo. Não faltava nada pra gente. Arroz, feijão, mandioca. Agora ele não mexe com mais nada", lamenta. O auxílio mensal emergencial garantido pela Fundação Renova correspondente a um salário mínimo, acrescido de 20% para cada dependente, além do valor de uma cesta básica. Ele é pago aos atingidos que perderam sua renda profissional, mas não se confunde com a indenização que envolve uma outra negociação.

Aos 32 anos, Sônia já vivia no centro de Mariana quando ocorreu a tragédia. No entanto, ela entende que deveria ter sido reconhecida pela Fundação Renova como atingida. "Eu não tive direito a receber nenhum auxílio. E lá também era minha casa, onde eu cresci. Todo fim de semana estava lá. E tudo que meu pai plantava ele dava pros filhos. Era tudo do bom e do melhor e eu levava o que eu precisava. Não comparava quase alimento nenhum em mercado. Agora preciso tirar do bolso".

O terreno de Wilson, segundo sua filha, não é passível de recuperação e ele foi incluído no programa de reassentamento familiar, que pressupõe a aquisição de outra propriedade. "Nós já achamos um terreno compatível com o que tínhamos. Lá cabe as criações do meu pai, dá para ter a horta que ele tinha. Mas o processo não avança", lamenta Sônia. Ela afirma que a Fundação Renova quer comprar uma propriedade com 50% do tamanho original, já metade do terreno pertenceria a uma tia, que também requereu indenização. "Mas quem produzia na terra era meu pai e ele não vai conseguir retomar a produção em metade da área que possuía", pondera.

Reparação

O processo de reparação das propriedades rurais conduzido pela Fundação Renova envolve, inicialmente, a elaboração um Plano de Adequação Socioeconômica e Ambiental das Propriedades Rurais (Pasea) para cada terreno. Ele elenca medidas a serem adotadas na propriedade. Marino, no entanto, afirma que não aderiu ao Pasea porque não concordou com condições que foram exigidas. "A primeira coisa que tem que prevalecer é a confiança. Essa relação não foi construída. A impressão é de que estamos sempre sendo enrolados", avalia Marino.

De acordo com Gabriel Kruschewsky, engenheiro florestal da Fundação Renova, 168 das 235 propriedades que a entidade mapeou como atingidas já aderiram ao Pasea na íntegra. Ações já estariam em curso desde 2017, com previsão para serem concluídas em 2021. Também é garantida assistência técnica até 2023. Entretanto, segundo Kruschewsky, há produtores que exploravam área de proteção ambiental contra o programa.

"A adesão é voluntária. E para receber o Pasea como um todo, os produtores precisam aceitar a adequação ambiental. Cerca de 40 produtores não aceitam as ações de adequação ambiental e, assim, deixam de receber uma série de medidas propostas no Pasea. Nessas propriedades, serão feitas apenas ações reparatórias. Ou seja, recuperação da área que foi atingida pela lama e reconstrução de estruturas atingidas. Isso será feito. É nossa obrigação. Mas as melhorias que poderiam ter a partir do Pasea, deixam de receber", disse o engenheiro florestal.

Kruschewsky conta que o trabalho com os produtores de leite se dá em três eixos. O primeiro é a recuperação das pastagens, que inclui as áreas atingidas pela lama e também outras que já estavam degradadas em decorrência de um manejo inadequado no processo de produção. "Outro eixo é a infraestrutura, melhorando currais, fornecendo tanque de leite. Um produtor que fazia a ordenha na mão pode passar a fazer a ordenha mecânica. São melhorias que podem ocorrer se o Pasea indicar que elas são importantes para a retomada da produção. E o terceiro eixo é o melhoramento genético do rebanho, a partir de técnicas de inseminação artificial. Então a expectativa é de que não apenas recupere, mas aumente a produção leiteira na bacia", acrescenta Kruschewsky.

Unidades demonstrativas

Nesse processo de reparação, estão sendo criadas unidades demonstrativas em algumas propriedades. Elas funcionarão como modelo de reparação, a serem apresentados a outros atingidos. Para Marino, o que está sendo feito nestas propriedades é uma exceção. "Às vezes, parece que são espaços preparados pela Fundação Renova para propaganda. Divulgam um trabalho que não existe na maior parte das propriedades".

Mesmo quem aderiu aos programas da Fundação Renova tem ciência de que há resistências de outros produtores. "Muitas pessoas plantam próximo às nascentes e às margens do rio porque são áreas mais férteis. O plano da Fundação Renova prevê a preservação e recomposição florestal dessas áreas. Aqui fizeram cercamento das nascentes. No meu caso, já era algo nos meus planos, então houve um encontro de ideias. Mas ficou condicionado a um trabalho para melhorar a fertilidade de outras áreas", disse José Maurício Pereira da Silva, dono de uma fazenda de 126 hectares no município de Rio Doce.

Atingidos que precisaram deixar suas casas, como Marino e Wilson, foram realocados em imóveis alugados pela Fundação Renova e não sabem dizer até quando viverão nessa situação. De acordo com Marino, a destruição da propriedade é apenas um dos problemas causados pela lama. "Ela leva também a simplicidade do povo. As pessoas começam a julgar umas às outras. Aqui a gente tirava leite de manhã e de tarde ia fazer outras coisas. Agora tem um monte problemas para resolver e reuniões que não terminam. Até hoje não recebi uma proposta de indenização. Meu modo de vida foi destruído. Precisei arrendar terras para continuar trabalhando e só depois de um ano consegui ser reembolsado".

O produtor conta que depois da tragédia passou a tomar antidepressivos e remédio para controle de pressão.

"A Fundação Renova diz que o rejeito não é tóxico. Mas a gente fica inseguro porque tem estudos independentes que dizem que tem contaminação por metais. A pesca e consumo do peixe estão proibidos. Será que é confiável produzir alimento nessa terra, será que a vaca pode comer capim dessa terra, beber água do rio? Então é uma incerteza muito grande. Você respira e não sabe se o oxigênio te faz bem ou mal, porque está misturado com a poeira da lama que secou".

*Léo Rodrigues e Tania Rego viajaram a convite da Fundação Renova

A justiça de Brasília, Distrito Federal, condenou a Central Nacional Unimed e a Unimed Vale de Aço Cooperativa de Trabalho Médico a custearem uma cirurgia reparadora de uma paciente que foi submetida a uma gastroplastia, também chamada de cirurgia bariátrica. Além disso, os planos de saúde terão que indenizar a mulher por danos morais.

A paciente narra que, por conta da cirurgia, perdeu grande quantidade de peso. O emagrecimento, segundo ela, resultou em excesso de pele nas mamas, braços, coxas e abdômen, o que ocasionou dobras responsáveis pelo aparecimento de dermatites de contato. Em razão disso, obteve indicação médica para a realização de cirurgia reparadora. Os planos de saúde, no entanto, não autorizaram a realização do procedimento cirúrgico.

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A Central Unimed pediu pela improcedência dos pedidos formulados pela mulher. A Unimed Vale de Aço aponta que a cirurgia de reparação tem caráter estético e por isso não possui cobertura. No entanto, com base no relatório médico e nos exames clínicos juntados aos autos, o juiz da 17ª Vara Cível de Brasília destaca que o procedimento cirúrgico "não possui caráter estético, uma vez que a reparação dos efeitos decorrentes do emagrecimento da autora é no combate a obesidade mórbida".

O magistrado acentua que as cirurgias plásticas para a retirada do excesso de pele e para a reconstrução da mama com prótese são necessárias para a continuidade do tratamento e possuem finalidade reparadora. Sendo assim, o juiz determinou que os planos de saúde custeiem os procedimentos. Além disso, eles também foram condenados a restituírem à paciente o valor de R$ 5.900 "referente ao dispêndio necessário à efetivação da tutela de urgência concedida", tendo que pagar também R$ 5 mil por danos morais. Sentença cabe recurso.

A Operação Lava Jato cobra R$ 90,1 milhões do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula). O montante é parte da pena imposta ao petista por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa no esquema instalado na Petrobras.

Em abril, o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), o Tribunal da Lava Jato, condenou Dirceu a 30 anos, 9 meses e 10 dias de prisão. O ex-ministro foi preso em maio para cumprir pena e solto no mês seguinte por decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

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A decisão da Corte máxima do País suspendeu a execução provisória da pena de Dirceu. A cobrança dos R$ 90 milhões está congelada.

Na denúncia, o Ministério Público Federal acusou José Dirceu de receber propinas da empreiteira Engevix à Diretoria de Serviços da Petrobras entre 2005 e 2014. O ex-ministro teria levado R$ 10,2 milhões por meio de contratos firmados entre a empreiteira e empresa Jamp Engenheiros Associados, do operador Milton Pascowitch - um dos delatores da Lava Jato.

Os R$ 90.118.367,17 cobrados do petista são a soma de R$ 1.564.685,30, de multa e honorários, com R$ 88.553.708,96 por reparação do dano. Este ressarcimento está ligado a 12 contratos firmados entre abril de 2007 e março de 2012.

Em sentença em 17 de maio de 2016, o juiz federal Sérgio Moro fixou "em R$ 46.412.340,00 o valor mínimo necessário para indenização dos danos decorrentes dos crimes, a serem pagos à Petrobras". O montante, segundo o magistrado, corresponderia ao que foi "pago em propina à Diretoria de Serviços e Engenharia e que, incluído como custo das obras no contrato, foi suportado" pela estatal.

"O valor deverá ser corrigido monetariamente até o pagamento. Os condenados respondem na medida de sua participação nos delitos, segundo detalhes constantes na fundamentação e dispositivo", observou Moro, na ocasião.

Outro lado

O criminalista Roberto Podval, que defende José Dirceu, divulgou o seguinte posicionamento: "Esses valores fogem completamente da realidade de José Dirceu, não vejo muito sentido nesses números, o efeito acaba sendo a absoluta impossibilidade de pagamento."

No último dia do prazo, a mineradora Samarco e as autoridades conseguiram firmar um novo acordo para reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). O acidente, a maior tragédia ambiental do Brasil, deixou 19 mortos, centenas de desabrigados e poluiu o Rio Doce. O novo pacto extingue uma ação civil pública de R$ 20 bilhões e suspende a tramitação de outra de R$ 155 bilhões movida contra a empresa e as controladoras, as gigantes Vale e anglo-australiana BHP Billiton. O acerto é válido até o cumprimento de todas as medidas exigidas ou repactuação do programas.

Para chegarem a um acordo, o juiz da 12.ª Vara da Justiça Federal de Belo Horizonte precisou prorrogar o prazo cinco vezes. Na nova versão, Samarco, Vale e BHP não se comprometem a colocar mais recursos, mas abrem espaço para que os atingidos e o próprio poder público participem da definição das medidas a serem adotadas. O acerto é, na verdade, uma repactuação do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado cerca de quatro meses após o acidente, em março de 2016.

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"O acordo é importante pois demonstra convergência de interesses entre as partes, Vale, BHP Brasil, Samarco, Ministério Público, Advocacias Públicas e Defensorias Públicas, representando um avanço adicional para os atingidos, pois consolida e amplia o alcance das ações que já vinham sendo implementadas pela Fundação Renova", comentou Fabio Schvartsman, presidente da Vale.

"Há uma grande parte da ação civil pública, diria quase a totalidade, que terá o seu curso. Que poderá até, se a gente chegar a uma repactuação, ser extinta em quase a sua totalidade. Porque tem coisas na ação civil pública que não são objeto de transação, de acordo", disse o procurador do Ministério Público Federal (MPF) de Minas, José Adércio Leite Sampaio. De acordo com ele, a análise sobre a repactuação deverá ocorrer dentro de dois anos.

Atingidos

O advogado-geral do Estado, Onofre Alves Batista Júnior, afirma que o acordo "foi melhorado em muito", Sobretudo sob o ponto de vista técnico. "Ele contempla aspectos que no primeiro Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) se teve dificuldade de contemplar", disse." Grande parte da crítica era a ausência de participação da população atingida", afirma a promotora Andressa Lanchotti, do Ministério Público de Minas Gerais.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que a expectativa das três companhias é destravar a execução dos 42 programas acordados inicialmente, que vêm enfrentando diversas restrições. A Fundação Renova, criada para gerenciar as ações de reparação, continua à frente das ações, mas terá uma nova governança, com nove membros em seu conselho curador: dois representantes dos atingidos e um do poder público, além dos seis das empresas. Além disso, são criadas duas novas instâncias de discussão - um Conselho Inter-Federativo e 39 Comissões Regionais - para dar voz às vítimas do acidente e ampliar os mecanismos de controle.

Com isso, os pedidos dos atingidos terão de ser formulados, alinhados e arbitrados nas várias instâncias e ainda passarão pelo crivo de três consultorias. Lactec e Ramboll, que já haviam sido contratadas por exigência do Ministério Público, continuarão avaliando impactos e a execução dos programas, respectivamente. A Fundação Getulio Vargas (FGV) foi incorporada por indicação das empresas para monitorar a gestão da governança. "A expectativa é que, com o apoio das consultorias, as decisões sejam tomadas por critérios mais técnicos do que políticos", disse uma fonte que acompanhou a negociação.

Mas o novo acordo já é alvo de críticas por parte das famílias. O coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Joceli Andrioli, disse que as perícias técnicas já feitas para avaliação dos danos estão "comprometidas" por influência das empresas. "A participação é um direito, e não concessão. Nesse momento o que estamos vendo são os atingidos com participação minoritária, ou seja, provavelmente serão usados para legitimação de um processo. É um crime que continuará impune."

Criminal

O MPF ainda entrou em 2016 com ação contra 22 pessoas, entre elas, funcionários da Vale, Samarco e BHP Billiton, acusados de homicídio. O acordo desta segunda-feira, 25, em nada afeta a situação. Os envolvidos negam crimes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A denúncia do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF) contra o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, nesta quarta-feira, pediu a reparação por danos morais no valor de R$ 1 bilhão e materiais no valor de R$ 6,34 milhões. O MPF denunciou Nuzman pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O seu braço direito e diretor de marketing do COB, Leonardo Gryner, foi denunciado por corrupção passiva e organização criminosa.

Já o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), foi denunciado por corrupção passiva e o empresário Arthur Soares, conhecido como "Rei Arthur", por corrupção ativa. Papa Massata Diack e Lamine Diack, membros do COI (Comitê Olímpico Internacional), foram denunciados por corrupção passiva.

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De acordo com a denúncia, Cabral, Nuzman e Leonardo Gryner solicitaram diretamente a Arthur Soares e aceitaram promessa de vantagem indevida aos senegaleses Papa Diack e Lamine Diack, no valor de US$ 2 milhões (cerca de R$ 6,3 milhões) para garantir votos para o Rio de Janeiro na eleição da cidade-sede para os Jogos Olímpicos de 2016, o que, segundo o MPF, configura corrupção passiva.

A denúncia equipara Nuzman e Gryner a funcionários públicos, uma vez que tanto o COB quanto o Comitê Organizador dos Jogos receberam e eram gestores de verbas públicas e exerciam, por delegação, uma atividade típica de Estado: o desporto. O MPF também citou a Lei Pelé (Lei nº 9.615/98), que determina que compete ao COB representar o país em eventos olímpicos, pan-americanos e outros de igual natureza.

"A despeito de tratar-se de uma 'pessoa jurídica de direito privado', o Comitê Olímpico do Brasil, por meio de seus dirigentes, representa a República Federativa do Brasil em eventos esportivos internacionais, recebe verba pública (que representa a maior parte de seu orçamento) e, ainda, exerce uma atividade típica da Administração Pública Federal ao fomentar e organizar as atividades desportivas olímpicas no Brasil", explicam na denúncia os procuradores da República integrantes da Força Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro. "Onde existe verba pública, existe dever de probidade e existe a responsabilidade daqueles que a gerem, podendo, portanto, ser responsabilizados quando atuarem em contrariedade ao que determina a lei", completam.

Segundo os procuradores, Nuzman e Gryner também teriam infringido dever funcional ao conceder desconto, mesmo diante de descumprimento de contrato, do hotel LSH Barra Empreendimentos Imobiliários SA (LSH Barra Hotel). O ex-presidente do COB ainda é acusado de dissimular a propriedade e a origem de 16 quilos de ouro, no valor de R$ 1.495.437,63, mantidos em cofre na Suíça.

O MPF revelou que, em agosto de 2009, pouco mais de um ano após o Comitê Olímpico Internacional anunciar as quatro cidades que concorreriam para sediar os jogos de 2016 e há cerca de dois meses para o anúncio final, Nuzman, Gryner e Cabral se encontraram com Lamine Diack durante o Mundial de Atletismo de Berlim, oportunidade em que o senegalês indicou seu filho para tratar de pagamentos por "patrocinadores".

"No final de agosto, Gryner foi apresentado por Cabral a Arthur Soares, aproximando-os para acertar o pagamento aos Diack. Em setembro de 2009, aconteceu em Paris o episódio que ficou conhecido como "Farra dos Guardanapos", que contou com a participação de vários integrantes da organização criminosa chefiada por Cabral, inclusive Nuzman", explicou o MPF.

Dez dias depois, teria sido feita a primeira tentativa de depósito dos valores acordados entre Cabral, Soares, Nuzman, Gryner e Diack, por meio de transferência bancária feita a partir da conta Matlock, de Arthur Soares. A transferência foi rejeitada pelo banco por não haver razão econômica para o pagamento. No final de setembro, foi feita nova tentativa de transferência do pagamento a partir da conta Matlock, desta vez bem sucedida.

Em 2 de outubro, o Rio foi anunciado como cidade-sede da Olimpíada de 2016 e, em dezembro de 2009, e fevereiro de 2010, Para Diack encaminhou uma série de mensagens para Nuzman e Gryner cobrando o restante dos pagamentos devidos aos seus amigos, o que indica que houve distribuição de vantagens indevidas a outros africanos.

Foram registradas transferências bancárias de outros patrocinadores para Pamodzi Consulting no fim de 2009 e início de 2010. Já em dezembro de 2016, Nuzman e Gryner concedem ao LSH Barra Hotel, da qual Arthur Soares é sócio, o perdão da multa contratual e desconto de 30% sobre o valor que o hotel deveria devolver por ter descumprido acordo firmado como o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de 2016.

Uma lei que visa a indenização de cerca de 50 mil homens condenados, durante a II Guerra Mundial, por serem homossexuais foi autorizada pelo Governo alemão. Segundo o ministro de Justiça do país, a medida de indenizar essas pessoas deveria ter sido colocada em prática há muito tempo. 

Segundo o Diário de Notícias, em Portugal, o ministro Heiko Maas, conta que esses homens foram perseguidos, punidos e insultados pelo Governo alemão em razão do seu amor por outros homens, disse o ministro social democrata. Ainda segundo informações, ele precisou insistir muito até que esta medida fosse aprovada pelo Governo e coligação.

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Embora tenha sido aprovado por esse lado das autoridade, o projeto de lei ainda precisa ser aprovado pelo Parlamento alemão para que entre em vigor.

A medida visa indenizar com o valor de 3.000 euros de compensação pela condenação e 1.500 euros por cada ano de detenção. Como trabalho para essas pessoas, estigmadas com esse rótulo e traumas da época vivida, o Governo pretende financiar, em até 500.000 euros por ano, uma fundação especializada a fim de realizar auxílio psicológico.

Código Penal da Alemanha

Entre os anos de 1872 até a sua renovação em 1994, “os atos sexuais contra a natureza (...), entre pessoas do sexo masculino ou entre homens e animais”, como consta no artigo 175 do Código Penal alemão, eram punidos com detenção. 

Em 1935, uma emenda do Governo nazi, previa até 10 anos de trabalhos forçados a essas pessoas. Por conta dessa lei rigorosa, mais de 42 mil homens foram enviados para a prisão ou para alguns campos de concentração.

Mesmo após o fim da guerra, o mesmo artigo foi mantido, fazendo mais 50 mil prisões na Alemanha Ocidental. Esta foi a manutenção de preceitos nazistas naquele país. 

A Sony se pronunciou nesta sexta-feira (21) sobre a falha na atualização 4.45 para Playstation 3 que acabou causando o travamento do sistema de vários usuários. Segundo a empresa publicou em seu perfil no Twitter, um novo update reparador será liberado no dia 27 de junho. "Obrigada mais uma vez pela paciência e compreensão. Nos desculpamos por qualquer incoveniente”, publicou a empresa no Twitter. 

O problema foi percebido no dia 19 de junho e afetou boa parte dos jogadores que realizaram a atualização recomendada pela companhia nos seus consoles. O update foi logo retirado do ar e, desde então, os afetados aguardam a solução para voltar a utilizar os seus aparelhos.

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