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Encerra na próxima segunda-feira (7) o prazo de inscrições para o concurso público realizado pela Prefeitura de Itaquitinga, munícipio do Estado de São Paulo. O valor da inscrição é de R$ 18,50.

As oportunidades são para professor de Educação Básica (cadastro de reserva -CR) e professor de Educação Básica II nas áreas de Artes (CR), Ciências (CR), Educação Especial (CR), Educação Física (CR), Geografia (CR), História (CR), Língua Portuguesa – Inglês (CR) e Matemática (CR).

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O processo seletivo será composto por provas escritas e objetivas com três horas de duração. O salário é baseado em hora/aula no valor de R$ 14. Os candidatos podem se inscrever em mais de uma vaga, desde que sejam respeitados os critérios estabelecidos no edital do certame. A jornada de trabalho varia entre 14 horas/aula até 26 horas/aula por semana, dependendo da disciplina lecionada.

As inscrições são realizadas através do site da consultoria organizadora do certame. Os resultados e convocações vão ser afixados em quadros específicos na sede da Prefeitura da cidade.

 

A formação de professores deverá ser mais voltada para a prática e orientada por competências, conforme propostas incluídas na Base Nacional Comum da Formação de Professores da Educação Básica, apresentada nesta terça-feira (13) pelo Ministério da Educação (MEC). A base deverá orientar a formação de professores em licenciaturas e cursos de pedagogia em todas as faculdades, universidades e instituições públicas e particulares de ensino do país.

O documento inclui ainda propostas para ingresso na carreira docente; o estágio probatório; a formação continuada e a progressão ao longo da carreira. De acordo com a base, desde o primeiro semestre, os futuros professores deverão ter atividades práticas em uma escola pelo menos uma vez por semana. Cada faculdade ou instituição de ensino deverá ser associada a uma ou mais escolas de educação básica.

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O modelo é inspirado na residência médica e na de outros profissionais da saúde. A residência pedagógica inclui supervisão por um professor do curso superior de formação e apoio permanente de profissionais experientes da escola ou do ambiente de aprendizagem no qual se realiza a residência.

Além de atividades práticas, os residentes terão que observar, analisar e propor intervenções na escola. A residência deverá ainda ser regulamentada por normas próprias.

Competências

A base sugere também que o aprendizado dos professores seja orientado por competências. Segundo o MEC, uma competência é um conjunto de domínios. “Não basta que o professor tenha o saber conceitual ou a capacidade transmissiva, ele precisa desenvolver o domínio relacional, a habilidade de conviver na diversidade das situações de sala de aula e estar comprometido com o seu fazer profissional”, diz o texto.

Os futuros professores deverão ser formados com base em 10 competências gerais, entre as quais, “compreender e utilizar conhecimento historicamente construídos para poder ensinar a realidade com engajamento na aprendizagem do aluno e na sua própria aprendizagem, colaborando para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva” e “pesquisar, investigar, refletir, realizar análise crítica, usar a criatividade e soluções tecnológicas para selecionar, organizar com clareza e planejar práticas pedagógicas desafiadoras, coerentes e significativas”.

Além das competências gerais, o documento menciona quatro competências específicas para serem desenvolvidas em cada uma das seguintes imensões: conhecimento profissional, prática profissional e engajamento profissional.

Estágio Probatório

Pela Base Nacional Comum da Formação de Professores da Educação Básica, depois de entrar nas escolas, os professores novatos deverão ser acompanhados pelos mais experientes, que terão papel de mentores, orientando e auxiliando os novatos.

Para sair do estágio probatório, o professor terá que demonstrar domínio de determinadas habilidades e de competências previstas na base. Ele deverá apresentar um portfólio e ser avaliado pelo mentor e pela equipe gestora da escola.

Outra proposta é que os professores continuem aprendendo mesmo após deixar a faculdade. Essa formação ocorrerá em três planos: nas redes escolares, onde os gestores deverão organizar cursos e planejar atividades de formação; no âmbito externo, com a participação em eventos educacionais, em cursos e em pós-graduações; e dentro das próprias escolas, que deverão organizar ações formativas com os professores.

Plano de carreira

A sugestão do MEC é que os professores progridam na carreira de acordo com o desenvolvimento de determinadas competências e habilidades. Haverá quatro níveis de proficiência: inicial, para o formado na graduação; probatório, para os novatos; altamente eficiente, para quem está em nível avançado na carreira e deverá demonstrar habilidades complexas; e o líder, que estará no nível mais alto e terá responsabilidades e compromissos mais amplos.

De acordo com o ministério, a proposta para plano de carreira e formação continuada deverá ser discutida com as entidades representativas dos estados e municípios. Em um país de dimensões continentais, “é estruturante ter uma coordenação nacional para estabelecer calibradores de qualidade e acompanhamento das ações nos diferentes níveis de governo”, acrescenta o MEC. A intenção é oferecer instrumento de gestão “que vai além de cargos e salários”.

Mudanças no Enade

A base traz sugestões de modificação do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) para que seja anual e sirva como habilitação à docência. O Enade avalia os estudantes de graduação ao final da formação. Atualmente o exame é aplicado para grupos diferentes de cursos a cada ano, e um mesmo curso é avaliado a cada três anos. A proposta é que todos aqueles que estejam concluindo licenciaturas façam obrigatoriamente o exame.

Segundo a base, os estudantes de licenciatura poderiam fazer o exame ainda durante a graduação ou depois dela e, caso aprovados, poderiam se habilitar para serem professores. Pela proposta do MEC, o exame poderia servir ainda como parte do ingresso em concursos públicos. A pasta pondera que a proposta ainda precisa de discussão e regulamentação.

O documento sugere ainda que seja criado um instituto nacional de acreditação e formação de profissionais da educação que concentre todas as ações, hoje em vários setores do MEC, como acreditação de cursos de formação inicial, formulação de políticas de formação, avaliação e monitoramento.

Próximos passos

A Base Nacional Comum da Formação de Professores da Educação Básica será encaminhada ao Conselho Nacional de Educação (CNE) e passará por discussão antes de ser aprovada. Depois, terá que ser homologada pelo MEC para que passe a ter vigência. A partir do documento, as instituições de ensino terão que elaborar os próprios currículos e formar os professores que serão responsáveis por formar os futuros docentes.

Histórico

A Base Nacional Comum da Formação de Professores da Educação Básica faz parte de uma série de mudanças que deverão ocorrer desde o ensino infantil até o ensino médio do Brasil. No fim do ano passado, o MEC homologou a Base Nacional Comum Curricular do ensino infantil e fundamental. O documento estabelece o mínimo que deve ser ensinado em todas as escolas do país, públicas e particulares.

No início deste mês, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou a Base Nacional Comum Curricular do ensino médio, que deve ser homologada nos próximos dias pelo MEC.

De acordo com o MEC, a base para a formação dos professores pretende adequar o que é ensinado nas universidades ao que os novos docentes deverão aplicar nas salas de aula. A nova base deverá conversar com resolução aprovada também pelo CNE e homologada pelo MEC em 2015. Entre outras coisas, a resolução estabelece que a formação dos professores será mais longa e mais voltada à prática em sala de aula.

 

Descobrir maneiras de incentivar as crianças nos estudos da matemática é um dos objetivos do Congresso Internacional de Matemáticos (ICM 2018, da sigla em inglês), que começou na última quarta-feira (1º) no RioCentro, na zona oeste do Rio de Janeiro. Só que seduzir as crianças para a ciência dos números não é fácil nem mesmo no Japão, conforme revelou o ganhador do Chern Medal Award, o professor emérito da Universidade de Kyoto, Masaki Kashiwara.

O Japão ficou em quinto lugar em matemática na mais recente edição do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), enquanto o Brasil está em 66 entre os 70 países avaliados. Kashiwara disse que, apesar de as crianças de seu país terem um bom conhecimento em matemática, é difícil fazer com que elas gostem da matéria, assim como ocorre no Brasil,

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“Isso é muito difícil no Japão também. Temos muitas crianças que não gostam. Eu penso que, o que acontece com as crianças no Japão é que temos milhares que sabem matemática porque a matemática é ensinada a várias crianças e elas não podem escapar. Nós ensinamos, mas não significa que elas gostem, infelizmente”, explicou. A Medalha Chern, vencida por Kashiwara, premia individualmente um matemático como reconhecimento pelas conquistas na área.

Já o italiano Alessio Figalli, ganhador da Medalha Fields, disse que é preciso mostrar para as crianças como “aprender pode ser um processo lindo e maravilhoso”, para conseguir a simpatia delas e motivá-las para seguir a área da pesquisa científica. Figalli ressaltou também que, assim como a sociedade muda, a matemática acompanha a evolução.

“A matemática envolve a sociedade, é uma disciplina que, quanto mais a sociedade muda, novos desafios aparecem. Matemática é uma disciplina muito dinâmica. Eu penso que há muitos objetivos a serem atingidos, temos a cada dia mais matemáticos no mundo. É uma área de ouro para continuar as pesquisas”.

Na coletiva de imprensa com os premiados do ICM 2018 que se realiza no Rio, os cientistas falaram também sobre seus trabalhos e sobre a influência da matemática no cotidiano, bem como a motivação para seguir carreira na área.

Tímido e pouco à vontade para dar entrevistas, o alemão Peter Sholze, o mais jovem a receber a Medalha Fields este ano, disse que a matemática é uma forma de descobrir o mundo. “Para mim, matemática é como descobrir algo no mundo, como ele é, completamente independente de nós, somente as estruturas internas que apenas seguem os números e têm suas propriedades, etc. Apenas explorar esse mundo é o que realmente me interessa”, afirmou.

O vencedor do prêmio Rolf Nevanlinna, o grego Constantinos Daskalaskis, falou da inspiração que a cultura de seu país tem em seus estudos. “A história grega tem grandes contribuições para a matemática, é uma grande inspiração para mim. Em certo sentido, minha pesquisa combina a matemática e a observação de pessoas, tentando entender os comportamentos racionais em situações de conflitos corporativos. Então, em certo sentido, minha pesquisa mistura matemática, computação e observação de pessoas e seu comportamento. Isso é inspirado na tradição grega de observar pessoas”.

Daskalaskis é professor no Massachusetts Institute of Technology (USA). O Prêmio Rolf Nevanlinna foi criado em 1981 e é concedido por contribuições de matemáticos no campo das ciências da informação.

Também foi revelado hoje o nome do vencedor do Prêmio Leelavati, que reconhece contribuições para aumentar a consciência pública da matemática como uma disciplina intelectual e o papel crucial que ela desempenha no desenvolvimento humano. O ganhador este ano foi o turco Ali Nesin, professor na Universidade de Bilgi.

O último prêmio anunciado hoje foi o Carl Friedrich Gauss, concedido para o estatístico norte-americano David Donoho, professor da Universidade de Stanford. A premiação homenageia cientistas cuja pesquisa matemática teve impacto fora da matemática, em áreas como a tecnologia, os negócios ou a vida cotidiana.

Artur Ávila

Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, o brasileiro Artur Ávila, ganhador da Medalha Fields em 2014, disse que a realização do ICM 2018 no Brasil é um reconhecimento internacional da ciência produzida no país.

“Tem uma importância simbólica muito grande, de mostrar que a matemática brasileira tem um reconhecimento internacional, que não é mais algo reduzido a algumas poucas pessoas fazendo um trabalho de qualidade”.

O matemático destaca que essa é uma oportunidade também de o Brasil olhar para a própria produção matemática “Da maneira como é apreciado e reconhecido lá fora, deveria ser reconhecido aqui dentro, porque há ainda uma falta de compreensão frequente interna do Brasil, das potencialidades científicas do Brasil”, afirmou.

Para o matemático, a comunidade científica brasileira trabalhou intensamente nos últimos anos para aproveitar o efeito positivo da premiação e do congresso no país, mas as condições econômicas e políticas foram desfavoráveis.

“A gente ficou lutando contra a crise que aconteceu. Muito do nosso trabalho, de toda a comunidade científica, nos últimos quatro anos, foi de não ir para trás, porque houve cortes, grandes dificuldades, havia um grande risco de fuga de cérebros, a nossa atratividade direta para pesquisadores estrangeiros diminuiu e foi um período muito difícil para a organização do congresso”.

Sobre a Medalha Fields, Ávila explica que o reconhecimento faz com que o premiado passe a ser um “embaixador” da matemática, para ajudar a divulgar a ciência para o público geral.

“Você ganha um prêmio que muitas pessoas que você respeita e ouvia falar há muito tempo ganharam, então você se sente em boa companhia. E te dá uma visibilidade maior, com relação ao grande público, como eu realizei um pouco aqui no Brasil. Na comunidade você é convidado um pouco mais, às vezes menos pelo seu trabalho e mais pelo que você representa, embora você continue trabalhando. É um papel adicional que você tem”.

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O Seminário Internacional sobre Computação na Educação Básica acontece, na sede do Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC),  nesta segunda (30) e terça-feira (31) em Brasília. O encontro propõe a discussão sobre a inclusão da computação na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da educação básica.

De acordo com o conselheiro do CNE Ivan Siqueira, o Seminário irá discutir as questões ligadas ao ensino, como quem vai ensinar, o que será aplicado em sala de aula e como será esse processo. Ainda segundo Ivan, de acordo com a resolução que estabeleceu a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da educação básica, o CNE ficou responsável pela elaboração das normas específicas de computação, já que a BNCC não estipulou uma matéria sobre esse assunto, que tem previsão de ser estudado em disciplinas como matemática, português e física.

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Segundo o MEC, após o evento será elaborado um documento com as propostas apresentadas no seminário Após a sua realização, haverá uma votação por comissão da BNCC. Caso aprovado, o documento será encaminhado para o MEC. Com a sua homologação, as propostas apresentadas passarão a fazer parte da BNCC.

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A Secretaria de Educação de Goiás (Seduce-GO) divulgou o edital de um concurso público com 900 vagas para professores da educação básica nas áreas de Matemática, Biologia Química e Física. Os salários são de até R$ 3.126 para uma jornada semanal de 40 horas por semana. 

Para concorrer, é necessário ter licenciatura plena ou graduação correspondente às áreas de ensino com vagas abertas. As inscrições devem ser feitas do dia 27 de abril até 6 de junho através da internet. A taxa de inscrição é de R$ 70. 

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Os candidatos serão selecionados através da realização de provas objetivas com realização prevista para o dia 24 de junho, além de prova de títulos. Para mais detalhes, acesse o edital do concurso.

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A Secretaria Estadual de Educação do Pará divulgou o edital de um concurso público com 2112 vagas para professores da educação básica da rede pública de ensino, no Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (21). Os salários são de até R$1927, além de gratificações por nível de escolaridade e auxílio-alimentação.

Há vagas para professores de artes, biologia, educação física, filosofia, física, geografia, história, inglês, português, matemática, química e sociologia. As inscrições serão abertas na próxima segunda-feira (26) e devem ser feitas até o dia 2 de maio, pelo site da banca organizadora, mediante pagamento de uma taxa, no valor de R$ 140. 

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Os inscritos serão selecionados através da realização de prova objetiva e avaliação de títulos, através do envio de documentos exigidos pelo edital. O resultado final do certame está previsto para 22 de agosto. 

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Foi divulgado um novo edital para seleção de dois professores para o cargo de Educação Básica, Técnica e Tecnológica da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A taxa de inscrição custa R$ 90. Confira o edital.

Para concorrer à vaga na área de Análises Clínicas, é exigido que o candidato tenha graduação em Biologia, Biomedicina, Farmácia ou Medicina Veterinária. Os interessados podem se inscrever entre os dias 7 de março e 5 de abril, na Secretaria Geral de Cursos da Escola Técnica de Saúde, no Campus I da UFPB, em João Pessoa. O horário de funcionamento é das 8h às 12h e das 14h às 17h.

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Já para a vaga na área de Informática com ênfase em Redes de Computadores, o candidato deve ter licenciatura em uma dessas áreas: Ciência da Computação, Computação, Informática, Bacharelado em Ciências da Computação, Sistemas de Informação, Engenharia da Computação ou em Engenharia de Software.

As inscrições podem ser realizadas entre 12 de março e 13 de abril, na Secretaria do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas, do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias, no Campus III da UFPB, em Bananeiras. O horário de atendimento é das 7h30 às 11h30.

A seleção será feita através de prova escrita objetiva e prova didática, ambos de caráter eliminatório; e por fim exame de títulos, de natureza apenas classificatória.

A Prefeitura do Recife abriu nesta segunda-feira (26) as inscrições para uma seleção simplificada com 624 vagas para professores da educação básica na rede municipal. O salário é de até R$ 4.139 para jornadas de 270 horas de aula diurnas. 

Para participar, os interessados devem ter nível superior com habilitação em licenciatura plena em pedagogia e em licenciatura em língua portuguesa, história, geografia, ciências, inglês, artes ou educação física. 

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As inscrições são gratuitas e devem ser feitas através do site da Secretaria de Educação do Recife, preenchendo um formulário de inscrição e anexando os documentos necessários. A seleção é válida por dois anos, sendo prorrogáveis por igual período. 

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Nas últimas décadas, o Brasil praticamente conseguiu superar o desafio de colocar todas as crianças e adolescentes na escola. Hoje, são mais de 48 milhões de meninos e meninas que frequentam os bancos escolares nos três níveis que compõem a educação básica, número maior do que a população de países como Espanha, Argentina, Canadá e Austrália. Desse total, quase 40 milhões frequentam a rede pública de ensino.

Já na educação superior, são pouco mais de oito milhões os que cursam graduação, sendo menos de dois milhões os universitários que frequentam as instituições públicas e gratuitas de ensino. Entretanto, embora o contingente de alunos entre os níveis de ensino mencionados seja praticamente seis vezes menor e haja inversão na quantidade de atendidos pelas redes pública e particular, há um dado que precisa ser levado em consideração: em 2017, o governo federal destinou cerca de 58% do orçamento do Ministério da Educação (MEC) para a educação superior e 42% para a educação básica.

Esses números jogam luz sobre um debate que há algum tempo vem ganhando fôlego no país: o pagamento de mensalidades em universidades públicas por alunos que podem pagar. A questão ficou ainda mais evidente com o lançamento do relatório “Um ajuste justo – propostas para aumentar a eficiência e equidade do gasto público no Brasil”, elaborado recentemente pelo Banco Mundial. De acordo com o documento, as despesas com a educação superior no país são ineficientes e regressivas.

No entanto, há que se refletir sobre qual despesa com a educação superior realmente impacta o orçamento público. No momento em que o governo federal apresenta o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) como um dos grandes vilões e retira o caráter social do programa, é preciso avaliar se esta é, realmente, a melhor saída para o tão alardeado ajuste fiscal.

Para se ter ideia, o custo médio anual para o governo de um estudante que cursa faculdade particular e é beneficiado com o Fies ou o ProUni é de R$ 14 mil. Já o aluno que frequenta uma instituição pública de ensino superior custa R$ 41 mil. Contudo, não é novidade que, enquanto a maior parte dos favorecidos pelas instituições públicas na educação básica são pessoas das classes C e D, no ensino superior quem mais usufrui da gratuidade são representantes das classes A e B.

Portanto, se é verdade o que o país precisa reduzir o investimento na educação superior para voltar a crescer economicamente, como preconiza o Banco Mundial, a cobrança de mensalidades nas instituições públicas para quem pode pagar e a ampliação do investimento em programas que garantem o acesso à graduação em instituições particulares de ensino consistem não só em medidas de ajuste fiscal, mas em questão de justiça social. O que não pode ocorrer, em hipótese alguma, é o estudo servir como justificativa para um corte drástico no orçamento público para a área de modo a continuar privilegiando a parcela da população que se beneficia do modelo vigente há décadas.

Além disso, não podemos esquecer que o país se comprometeu a elevar a taxa bruta de matrículas na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% das pessoas com idades entre 18 a 24 anos até 2024, condição fundamental para que possa se desenvolver enquanto nação e assegurar melhores condições de vida para sua população. E esses índices não serão atingidos sem os investimentos públicos necessários.

Não são decisões simples nem fáceis, mas existem, sim, soluções capazes de garantir a manutenção de um direito humano fundamental, a educação, e, ao mesmo tempo, contribuir para o acerto das contas públicas brasileiras. Basta direcionar a energia – e o orçamento – para onde ela é mais certeira e necessária.

A Secretaria de Estado da Educação de Alagoas (Seduc-AL) divulgou, nesta sexta-feira (29), o edital de um concurso público com 850 vagas para professores. Os aprovados atuarão em escolas da rede estadual com uma remuneração de R$ 2.195 por mês para uma jornada de 30h de trabalho semanais.

Para participar, os interessados devem ter diploma de graduação com título de licenciatura plena. Há vagas para professores com formação nas áreas de artes, biologia, ciências, física, química, matemática, educação física, filosofia, geografia, história, sociologia, inglês e português.

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Os candidatos serão selecionados através da realização de provas objetivas de conhecimentos básicos e específicos, além de avaliação de títulos. A data prevista para a aplicação das provas é 1º de abril de 2018.

As inscrições serão abertas a partir do dia 2 de janeiro e devem ser feitas através do site da banca organizadora até o dia 1º de fevereiro de 2018. É necessário pagar uma taxa no valor de R$ 95 para confirmar a inscrição no concurso. Confira mais detalhes no edital de abertura, divulgado no Diário Oficial do Estado, a partir da página 30.

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A Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais divulgou nesta quinta-feira (28) o edital de um concurso público com 16.700 vagas para os cargos de professor de educação básica e especialista em educação básica. Para ambos os cargos, o salário inicial é de R$ 2.135.

Para participar, os candidatos devem ter graduação no nível de licenciatura plena na área desejada. Há oportunidades para professores formados em artes, biologia ou ciências, educação física, filosofia, física, geografia, história, Inglês, língua portuguesa, matemática, química e sociologia.

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As inscrições custam R$ 70, terão início às 9h do dia 26 de fevereiro e devem ser feitas até as 23h59 do dia 8 de março, através do site da banca organizadora. Os candidatos serão selecionados através de provas objetivas e avaliação de títulos, com previsão de realização no dia 8 de abril.

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O número de alunos matriculados em escolas públicas no ensino fundamental e no ensino médio em 2017 caiu, mas houve aumento nas matrículas de creches e pré-escola, bem como na educação especial. Os dados são do Censo Escolar da Educação Básica 2017, divulgado nesta terça-feira (26) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Este ano, segundo o levantamento, o total de alunos matriculados no ensino fundamental em escolas públicas foi de 22,05 milhões, o que representa uma queda de 1,62% em relação a 2016. No ensino médio, foram 6,68 milhões em 2017, queda foi de 2,85% na comparação com o ano passado.

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O número de alunos matriculados em creches da rede pública subiu 6,8%, chegando a 2,2 milhões. Na pré-escola, também houve aumento no número de alunos matriculados, com um total de 3,87 milhões e crescimento de 2,64% em relação a 2016. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) registrou um aumento de 4,1%, com 2,92 milhões estudantes matriculados em 2017.

Em todas as etapas, o total de matrículas na rede pública este ano chegou a 37,75 milhões, leve redução de 0,5% na comparação com 2016. Na educação especial, voltada para o atendimento de alunos com necessidades especiais, foi registrado aumento no número de matriculas em todos os segmentos.

Censo

O levantamento do Inep detalha o número de matrículas iniciais na educação básica das redes públicas municipal e estadual de ensino, que abrangem a creche, pré-escola, os ensinos fundamental e médio, a EJA e a educação especial. Os dados incluem as áreas urbana e rural e a educação em tempo parcial e integral.

A segunda etapa do Censo Escolar 2017 terá início no próximo mês, quando serão coletados os dados sobre o rendimento e o movimento escolar dos alunos.

O Censo Escolar é feito anualmente, sob coordenação do Inep. Segundo o órgão, a ferramenta é indispensável para que os atores educacionais possam compreender a situação educacional do país, das unidades federativas, dos municípios e do Distrito Federal, bem como das escolas e, com isso, acompanhar a efetividade das políticas públicas.

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O Programa de inclusão educacional, Educa Mais Brasil, está oferecendo bolsas de estudos em escolas particulares. Só em Pernambuco, foram abertas 46,5 mil vagas para o ano letivo de 2018 com benefícios de até 50% de desconto.

As oportunidades atendem ao nível de educação básica, ou seja, berçario, educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. Entre as escolas parceiras do programa e que estão com as vagas disponíveis há os colégios Decisão, Contato, 2001 e Americano Batista.

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Segundo o Educa Mais Brasil, há também oportunidades para outras regiões do Brasil. Para participar, os pais ou responsáveis podem realizar a inscrição do candidato por meio do site do programa. Além disso, as vagas são para quem não possui condições de pagar o valor integral da mensalidade.

De acordo com a diretora de Expansão e Relacionamento, Andréia Torres, com esse benefício, o programa facilita o acesso à escola, aumentando as oportunidades para crianças e jovens. Em caso de dúvidas ou mais informações, os interessados podem entrar em contato através da central de atendimento, pelos telefones 4007-2020 para Capitais e Regiões Metropolitanas ou 0800 724 7202 nas demais localidades.

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A aplicação das provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) começa hoje (23) e vai até o dia 3 de novembro. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), esta será a maior edição do Saeb, com a participação de 6.569.728 alunos, de 73.684 escolas, localizadas em 5.570 municípios brasileiros.

Além das provas de língua portuguesa e matemática, o Saeb conta com questionários do aluno, do diretor, do professor e da escola. Com isso, segundo o Inep, é possível avaliar o desempenho dos estudantes e também das condições de trabalho dos professores e da estrutura da escola. A participação no Saeb é obrigatória para a rede pública e facultativa para a rede privada.

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Pela primeira vez, as provas e os questionários serão aplicados para todos os alunos do último ano do ensino médio das escolas públicas, e para aqueles de escolas privadas que aderiram à avaliação. Até o ano passado, a avaliação da etapa era feita por amostragem, ou seja, apenas alguns alunos faziam o exame.

A partir deste ano, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não será mais usado para a emissão do boletim por escola. Por isso, o Saeb servirá para que as escolas possam medir seu desempenho.

Serão avaliadas as escolas públicas com dez ou mais alunos matriculados em turmas regulares do 5º e 9º anos do ensino fundamental, e da 3ª ou 4ª série do ensino médio. Os instrumentos também serão aplicados para os alunos da 3ª ou 4ª série do ensino médio de escolas particulares que aderiram ao Saeb 2017. Será mantida a avaliação de uma amostra de escolas privadas com pelo menos dez alunos matriculados em turmas regulares do 5º e 9º anos do ensino fundamental e da 3ª ou 4ª série do ensino médio, mesmo que não tenham aderido à avaliação.

O ministro da Educação, Mendonça Filho, sugeriu na última sexta-feira (16) que os países do Mercosul se espelhem nos métodos brasileiros para unificar seus sistemas para avaliar a qualidade dos indicadores da educação básica. A proposta foi feita durante o encontro de ministros da educação do bloco, realizado em Buenos Aires.

Aos pares, Mendonça Filho defendeu os critérios de avaliação desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação (MEC). "O Inep tem grande expertise na avaliação da educação em termos de qualidade, com critérios que são cada vez mais consagrados internacionalmente e que, por certo, pode ser um espaço de intercâmbio de relacionamento na região", afirmou.

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Participaram da reunião os representantes de Bolívia, Paraguai, Uruguai, Colômbia, Equador e Argentina. Na sexta-feira (16), o Brasil assumiu a presidência pro tempore do Setor de Educação no Mercosul, posto rotativo e que será ocupado até o fim do ano.

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A Câmara de Vereadores de Camaragibe aprovou, na terça-feira (11), o Projeto de Lei nº11/2017 para aumento de 24 vagas no concurso público para professores da Educação Básica de 2012, que tem validade até o dia 21 de maio deste ano. O motivo seria a urgência de ampliação do quadro de professores, que estava menor que o necessário para atender à demanda escolar. 

Segundo o secretário de articulação política, Félix Santos, a escolha de aumentar o quantitativo de vagas em lugar de abrir um novo concurso foi tomada devido à demora e ao custo que a abertura de uma nova seleção iria acarretar. “Concurso público custa tempo e dinheiro. Para realizar uma nova seleção, tem que haver licitação, preparação de todo o projeto, realização das provas e, só após, o chamamento. Processo este que dura cerca de cinco ou seis meses. A grade curricular e o ano letivo dos alunos não podem ser mais prejudicados”, afirma o secretário. 

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A presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Magna Bias, esteve na sessão extraordinária onde o projeto foi aprovado e declarou que a necessidade de ampliação do número de professores no município já era uma demanda antiga e conhecida pelo Ministério Público. “É uma necessidade. Nós, inclusive, já tínhamos tratado da situação junto ao Ministério Público e em diversas negociações e hoje estamos vendo a criação desses cargos para a importância da educação do município de Camaragibe. Mais uma vez a educação da nossa cidade teve um resultado positivo”, falou Magna.

De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Camaragibe, o projeto já foi sancionado pelo prefeito Demostenes Meira (PTB) e o edital deve ser disponibilizado a partir desta quinta-feira (13) no site da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe).

O Ministério da Educação divulgou a terceira versão da Base Nacional Curricular Comum (BNCC) na manhã desta quinta-feira (6). A divulgação estava prevista, inicialmente, para o mês de junho de 2016, mas foi atrasada e dividida devido aos projetos de mudança na Lei de Diretrizes e Bases, no sentido de reformar o Ensino Médio, que fizeram com que a divulgação incluísse apenas a Educação Básica e o Ensino Fundamental. A expectativa do MEC é que a BNCC para o Ensino Médio seja divulgada no segundo semestre de 2017. 

Base Nacional Curricular Comum 

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A BNCC é o primeiro documento brasileiro que tem por objetivo ser uma base obrigatória no norteamento das escolas públicas e privadas de todo o país no momento de montar os seus currículos de ensino. No documento, há orientações sobre o que as crianças devem aprender até que idade cada conhecimento e competência deve estar consolidado, além de apontar os conteúdos a ensinar em cada uma das disciplinas que as crianças irão estudar.

O Ministério da Educação (MEC) distribui, a partir desta quarta-feira (29), R$ 918,97 milhões referentes à parcela de março da complementação ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). De acordo com a pasta, desse total, R$ 91,89 milhões serão usados para completar o piso dos professores.

Neste ano, o piso nacional foi reajustado em 7,64% em relação a 2016. Hoje o piso nacional do magistério é R$ 2.298,80, para os que cumprem carga horária mínima de 40 horas semanais e que tenham formação em nível médio (modalidade curso normal). Segundo o MEC, o dinheiro, repassado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), estará nas contas correntes dos estados e municípios beneficiários.

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Fundeb

O Fundeb é a principal fonte de financiamento da educação básica pública no país, formado por percentuais de diversos tributos e transferências constitucionais. São exemplos, os impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

Pela Lei 11.494/2007, que regulamenta o fundo, a União deve repassar a complementação aos entes federados que não alcançam com a própria arrecadação o valor mínimo nacional por aluno, estabelecido anualmente. Atualmente, ele é R$ 2.875,03. Entre os estados, são nove os atendidos: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco e Piauí.

Os estados e municípios brasileiros recebem hoje (22), em suas contas-correntes, a parcela do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) relativa a fevereiro. Do total de R$ 918,97 milhões repassados, R$ 91,89 milhões (10% do total) devem ser destinados à complementação do pagamento do piso do magistério.

Os estados que vão receber a complementação são Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco e Piauí. De acordo com a lei, a União repassa a complementação aos estados e municípios que não alcançam, com a própria arrecadação, o valor mínimo nacional por aluno estabelecido a cada ano. Em 2017, esse valor é de R$ 2.875,03.

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O Fundeb é formado, quase totalmente, por recursos provenientes de percentuais de tributos, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), e transferências vinculadas à educação. Além desses recursos locais, ainda compõe o Fundeb, a título de complementação, uma parcela de recursos federais.

Os recursos do fundo, repassados aos estados e municípios, devem ser aplicados na remuneração de profissionais do magistério em efetivo exercício, como professores, diretores e orientadores educacionais. A verba também pode ser aplicada em despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino, compreendendo, entre outras ações, a aquisição de equipamentos e a construção de escolas.

O piso salarial dos professores em 2017 terá um reajuste de 7,64%. Com isso, o menor salário a ser pago a professores da educação básica da rede pública deve passar dos atuais R$ 2.135,64 para R$ 2.298,80.

O anúncio feito pelo Ministério da Educação é válido em todo o país. O ajuste deste ano é menor que o do ano passado, que foi de 11,36%. O valor representa um aumento real, acima da inflação de 2016, que fechou em 6,29%. O novo valor começa a valer a partir deste mês.

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A expectativa é de que até 2020, sexto ano da vigência da lei do Plano Nacional de Educação (PNE), os salários dos professores da educação básica pública estejam equiparados aos salários de outros profissionais com escolaridade equivalente.

De acordo com dados do Anuário Brasileiro de Educação Básica de 2014, publicado pelo movimento Todos Pela Educação e pela Editora Moderna, um professor com graduação em nível superior no Brasil recebe, em média, 51,7% do salário de outro profissional com a mesma formação.

Mas como é calculado o valor do piso? O que fazer se municípios ou estados não pagarem o valor? Pensando nessas e em outras questões recorrentes sobre o tema, o Portal EBC preparou uma série de perguntas e respostas para ajudar você a entender o que é e como funciona o piso salarial nacional do magistério. Confira:

Piso: o que é?

O piso salarial profissional para os profissionais do magistério público da educação básica é o valor mínimo que os professores em início de carreira devem receber. A quantia é atualizada anualmente. A regra vale para todo o país. Esses profissionais devem ter formação em magistério em nível médio (ou antigo curso normal) e carga horária de trabalho de 40h semanais, e atuar em estabelecimentos públicos de ensino na educação infantil, no ensino fundamental e no ensino médio, em todo o país.

O piso salarial nacional do magistério foi instituído pela Lei n° 11.738, de 16 de julho de 2008, regulamentando uma disposição já prevista na Constituição Federal (alínea ‘e’ do inciso III do caput do artigo 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias) e na Lei de Diretrizes e Base da Educação – LDB (Lei nº 9.394/96). Esta lei também fixou limites para o trabalho de interação com os alunos na composição da jornada docente: professores devem passar no máximo dois terços (2/3) da carga horária em sala de aula, e no mínimo um terço (1/3) da jornada de trabalho deve ser destinado às chamadas atividades extraclasse, como planejamento de aulas, reuniões pedagógicas, correção de atividades etc.

Definição do valor

O valor do piso salarial nacional do magistério é calculado com base na comparação da previsão do valor aluno-ano do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb dos dois últimos exercícios. O valor aluno-ano é o valor mínimo estabelecido para repasse do Fundeb (que envolve recursos provenientes da arrecadação de estados e municípios e também da União, quando houver necessidade de complementação financeira) para cada matrícula de aluno na Educação Básica por ano.

Para calcular esse valor aluno-ano, cabe ao Ministério da Educação apurar o quantitativo de matrículas que será a base para a distribuição dos recursos (o que é feito pelo Censo Escolar da Educação Básica); e com o Tesouro Nacional fica a responsabilidade de estimar as receitas da União e dos Estados que compõem o fundo; além de definir o índice de reajuste. Assim, foi dividido o valor aluno vigente em 2015 (e relativo a 2014) de R$ 2.545,31, pelo valor que vigorou em 2014 (referente a 2013), de R$ 2.285,57, para se chegar à variação percentual de 11,36% que constitui o índice de atualização do piso salarial dos professores em 2015.

Piso, salário e remuneração são diferentes

O piso é a menor remuneração que uma categoria recebe pela sua jornada de trabalho. No caso do piso salarial nacional do magistério, esse valor é correspondente a uma jornada de 40 horas semanais.

O salário é a contraprestação que o funcionário recebe ao final do mês pelos serviços prestados ao empregador. Compreende o próprio salário-base, que pode ser o piso (vencimento inicial) da categoria, se estiver em início de carreira, ou salário maior conforme o tempo de serviço, nível de formação, entre outros fatores que podem influenciar positivamente no monante.

Já a remuneração corresponde à soma de tudo aquilo que o trabalhador recebe ao final do mês, isto é, é o salário acrescido dos demais ganhos do trabalhador, como horas extras, adicional noturno, adicional de periculosidade, insalubridade, 13º salário, férias remuneradas, abono e rendimentos do PIS/Pasep.

No caso específico do piso nacional do magistério, a Lei n° 11.738 fala que o vencimento inicial da categoria será atualizado todos os anos para, gradualmente, equiparar o salário dos professores das escolas públicas às demais categorias com nível de formação equivalente (veja na questão 2 sobre como é definido o valor do piso). Ou seja: o piso não deve ser confundido com remuneração e a conta do valor mínimo não pode incluir adicionais pagos ao docente como gratificações.

O reajuste salarial também ocorre anualmente, mas a partir da livre negociação da categoria ou de seus representantes, como sindicatos e federações, com os empregadores, a fim de recompor parte das perdas sofridas pela inflação e aumento do custo de vida, para preservar o poder aquisitivo do trabalhador na comparação de um ano para outro. Além do reajuste, as negociações salariais com o empregador podem envolver ainda um aumento real, que é um valor que, embora seja independente ao do reajuste, comumente é acrescido a ele nas negociações.

Outros profissionais da educação têm direito

A Lei n° 11.738 contempla com o piso os profissionais do magistério público da educação básica. A lei diz que essa categoria compreende, além daqueles que desempenham as atividades de docência, como os professores, também “os profissionais que atuam no suporte pedagógico à docência, exercendo atividades de direção, planejamento, inspeção, supervisão, orientação e coordenação educacionais, exercidas no âmbito das unidades escolares de educação básica, em suas diversas etapas e modalidades, com a formação mínima determinada pela legislação federal de diretrizes e bases da educação nacional”.

Assim, o piso salarial nacional deve ser o vencimento inicial para professores, diretores, coordenadores, inspetores, supervisores, orientadores e planejadores escolares em início de carreira, com formação em magistério ou normal e carga horária de 40 horas semanais.

Embora trabalhem na escola, o secretário ou auxiliar administrativo, a merendeira, entre outros profissionais, não têm careira no magistério pelas legislações vigentes.

Proporcionalidade

A lei que instituiu o piso salarial nacional do magistério prevê que haja proporcionalidade entre o valor do vencimento inicial destinado ao docente que trabalha mais ou menos que 40 horas semanais.

Cumprimento do piso

Menos da metade dos municípios e 17 estados, além do Distrito Federal, declararam conseguir pagar em 2016 ao menos o mínimo estabelecido em lei aos professores de escolas públicas da educação básica de suas respectivas redes de ensino, de acordo com o MEC. 

A Lei 11.738, que trata do piso salarial nacional do magistério, não prevê nenhuma punição expressa para o estado ou município que descumprir a norma. Com isso, vários estados e municípios, por dificuldades diversas, ainda não cumprem o pagamento do piso salarial nacional do magistério. Ou pagam o piso e não asseguram ao docente cumprir 1/3 de sua jornada com atividades extraclasse.

Compete ao Ministério Público, por iniciativa própria ou denúncia dos cidadãos, fiscalizar a aplicação da lei.

Os profissionais da educação que se sentirem lesados também podem recorrer à Justiça e entrar com uma ação contra o estado ou município que estiver infringindo a legislação.

Responsabilidade do governo federal

No artigo 4º da Lei 11.738 há a indicação para que a União complemente as verbas dos entes federativos que não tenham condições de arcar com os custos do pagamento do piso nacional do magistério, mediante a comprovação da insuficiência de recursos.

A lei também estipula que o governo federal será responsável por cooperar tecnicamente com os estados e municípios que não conseguirem assegurar o pagamento do piso, lhes assessorando no planejamento e aperfeiçoamento da aplicação de seus recursos.

Para discutir o alinhamento do investimento salarial para os professores com a receita dos entes federados, em novembro último, foi instalado o Fórum Permanente para o Acompanhamento da Atualização Progressiva do Valor do Piso Salarial Nacional para os Profissionais do Magistério Público da Educação Básica. O fórum acompanha uma das estratégias da meta 17 do Plano Nacional de Educação (PNE), que trata do piso.

O fórum tem a participação de representantes do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e do Ministério da Educação.

*Com informações de Fernanda Duarte do Portal EBC

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