Tópicos | eleições 2020

O presidente Jair Bolsonaro lidera pesquisa espontânea de intenções de voto para as eleições de 2020, mostra levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT) com o Instituto MDA divulgado nesta quarta-feira (22).

Faltando mais de dois anos para a disputa, Jair Bolsonaro (sem partido) aparece com 29,1% das intenções de voto. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 17%. O ex-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT), por sua vez, registrou 3,5%. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, apareceu com 2,4% das intenções para 2022. Fernando Haddad (PT) teve 2,3%.

##RECOMENDA##

O instituto perguntou em quem as pessoas votariam se as eleições para presidente da República fossem hoje. Não foram apresentados nomes específicos de candidatos, ou seja, os entrevistados apontaram os prediletos espontaneamente.

A pesquisa foi realizada dos dias 15 a 18 de janeiro deste ano. De acordo com o instituto, foram realizadas 2.002 entrevistas em 137 municípios de 25 unidades da Federação. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais.

Jall de Oliveira, conhecido popularmente como o “Homem-Aranha” do Carnaval de Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), por conta de sua típica fantasia para brincar os dias de momo, se filiou ao Partido Progressista para se candidatar a vereador de Olinda. 

Segundo o PP, o “Homem-Aranha de Olinda tem por trás de toda aquela fantasia um trabalho reconhecido de ajuda ao próximo realizando trabalhos beneficentes nas comunidades carentes, como distribuição de brinquedos, roupas, alimentos, organizando as festas das crianças e de natal”. 

##RECOMENDA##

"A escolha do Progressistas partiu de um convite da minha amiga e delegada Vilaneida Aguiar, que é pré-candidata a vereadora na cidade do Recife pelo PP”, afirma Jall.

O partido tem angariado algumas figuras conhecidas no Estado para concorrer nas cidades da Região Metropolitana. No último dia 13 de janeiro, o ex-jogador Carlinhos Bala se filiou ao PP e confirmou que irá disputar a corrida eleitoral para se tornar vereador do Recife.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, negou, na noite dessa segunda-feira (20), uma eventual candidatura à Presidência da República, durante o programa Roda Viva, da TV Cultura.

"Não tenho esse tipo de ambição. Temos de ter bastante pé no chão, existe o famoso ditado antigo que diz sic transit gloria mundi (toda glória do mundo é transitória, em latim). Então, essas questões de popularidade, elas vem, vão, passam, e o importante para mim é fazer meu trabalho como ministro da Justiça, e foi o que eu me propus com o presidente, acho que estamos num caminho certo", afirmou.

##RECOMENDA##

Questionado se assinaria um documento em que se comprometeria a não concorrer, o ex-juiz da Lava Jato afirmou: "não faz sentido assinar um documento desse, porque muitas pessoas assinaram e depois rasgaram. Eu não tenho esse tipo de pretensão".

O presidente Jair Bolsonaro chegou a cogitar o nome do ex-ministro para seu vice nas próximas eleições. Pesquisa Datafolha divulgada em janeiro indica que o ministro da Justiça é conhecido por 93% dos brasileiros e aprovado por 53%. Antes, o mesmo instituto divulgou pesquisa de avaliação do presidente da República, Jair Bolsonaro, indicando que a aprovação dele é mais modesta, de 30%.

Moro, no entanto, afirma que o "candidato do presidente Jair Bolsonaro deve ser ele mesmo". "Ele já manifestou o desejo de ser reeleito", disse.

"Se um ministro do presidente Jair Bolsonaro, evidentemente, os ministros vão apoiar o presidente. É um caminho natural. Eu não tenho esse tipo de ambição. Eu posso dizer: minha vida é suficientemente complicada Eu estou pensando no presente momento. Não posso pensar no que vou fazer daqui a dez anos", afirmou o ministro, que ainda especulou sobre a possibilidade de tirar "um ano sabático" ou de migrar para a iniciativa privada.

O interesse crescente pelos grupos e movimentos de renovação e formação política no País vai se refletir nas eleições municipais deste ano.

Em 2019, com a persistente crise de representatividade dos partidos tradicionais, o número de alunos e apoiadores destes grupos se multiplicou. O fenômeno deverá resultar em um boom de candidaturas majoritárias associadas a organizações suprapartidárias que formam lideranças ou que buscam renovar a prática política, segundo levantamento do Estado.

##RECOMENDA##

Faltando nove meses para as eleições municipais, ao menos 71 egressos desses movimentos civis já manifestaram interesse em concorrer em capitais de ao menos 21 Estados. A participação em grupos de formação política se tornou uma credencial para candidaturas, o que leva partidos a disputarem os novatos oferecendo estrutura material e suporte.

Em um dos poucos movimentos que já existia em 2016, a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps), o número de interessados em disputar as prefeituras das capitais até agora já é maior do que o total de candidatos ligados ao grupo que disputaram a eleição de 2016, incluindo na conta as cidades menores. Segundo o grupo, 49 dos inscritos querem estar nas urnas em outubro. Em 2016, saíram da Raps 22 candidatos a prefeito, oito deles em capitais.

Para alguns pré-candidatos, os grupos civis são uma forma de driblar a falta de contatos nos partidos políticos para se apresentar ou de recursos financeiros para tocar uma campanha. "As pessoas têm medo de ir para a política", afirmou ao Estado Charbel Elias Maroun, pré-candidato do Novo à prefeitura do Recife. "Primeiro, porque acham que é caro e que tem que gastar muito dinheiro - e eu não as culpo porque é isso o que a gente tem visto. Segundo, porque elas acham que não têm o apoio de ninguém."

Maroun estreou nas urnas em 2018, após integrar a primeira turma do RenovaBR, apoiado pelo apresentador de TV Luciano Huck - cotado como possível candidato à Presidência em 2022. Ele gastou R$ 70 mil na campanha, conquistou 22 mil votos, mas não garantiu a vaga de deputado federal. A candidatura de Maroun é quase certa, já que o Novo fez um processo seletivo para definir seus nomes e ele é o único aprovado para disputar a prefeitura do Recife. Falta apenas a confirmação da convenção municipal. "Fui submetido a provas, a testes, a headhunters e tudo mais", destacou.

Embate

O desconforto com antigas práticas partidárias é outro fator que empurra jovens políticos ou aspirantes a políticos para os grupos de renovação. O médico João Guilherme de Moraes diz ter se frustrado em sua primeira tentativa de entrar no Executivo municipal, em 2016. Vice na chapa que foi ao segundo turno na disputa pela prefeitura de Curitiba, ele se queixa de coligações que unem siglas sem afinidade programática em busca de tempo de TV. "Atrapalha a estrutura partidária e essa questão de as agremiações no Brasil terem dono", afirmou.

Moraes, então no PSC, concorreu com Ney Leprevost (PSD) e foi derrotado. "Eu voltei às atividades do consultório, mas com desejo de retornar (à política)", disse. Após passar pela última turma do RenovaBR, ele também se filiou ao Novo. Além de Maroun e Moraes, o grupo contabiliza outros 12 pré-candidatos a capitais que fizeram em 2019 o curso de qualificação para atuar na esfera municipal. Ao todo, 1.170 pessoas de 410 cidades se formaram na última turma do RenovaBR, divididas em 30 dos 33 partidos que existem hoje no Brasil.

O movimento, alegando alta procura, decidiu abrir novo processo seletivo no início deste ano para atender interessados em se candidatar a prefeito ou vereador nas disputas municipais. Numa peça publicitária em que anuncia os novos cursos, o RenovaBR conclama: "Seja a pessoa que você quer eleger".

O Livres, um movimento de viés liberal, já tem seis associados pleiteando apoio às suas pré-candidaturas a prefeito de capitais. Um dos concorrentes é o deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ), que deve se lançar no Rio. Após ganhar fama em 2016, quando denunciou a pressão de Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Secretaria de Governo da Presidência, para liberar uma obra em Salvador, ele se ligou a vários grupos de renovação.

Depois de ganhar notabilidade nas mobilizações de rua pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o Movimento Brasil Livre (MBL) também já tem apresentado nomes para as eleições municipais deste ano.

O Estado procurou nos últimos dias outros grupos, como Acredito, Agora!, Vote Nelas e Ocupa Política, que informaram não ter ainda uma lista prévia de possíveis candidatos a cargos majoritários no País.

Nome da 'velha guarda'

Um dos integrantes do Livres com intenção de se lançar em 2020 tem perfil que destoa dos novos nomes que pretendem disputar as eleições neste ano. Trata-se de Andrea Matarazzo (PSD), 63 anos, que acumula passagens por mais de dez cargos nos três níveis de governo - federal, estadual e municipal - em mais de 20 anos de vida pública.

"É uma via de duas mãos", disse Matarazzo, que é sobrinho-neto do conde Francesco Matarazzo, sobre sua presença ao lado de novatos que querem ingressar na política. "Posso transmitir conceitos de liberdade econômica, transmitir a minha experiência trabalhando no governo a essa juventude", afirmou ao Estado. Em contrapartida, disse, ele ganha ao se aproximar dessa turma "competente" da renovação.

O político da velha guarda vê nas cabeças arejadas do Livres um diferencial. "Eles não são dogmáticos. Entendem que a formulação da política pública pode ser feita pelo Estado e que a execução, pelo privado. Mas sabem que o Estado vai estar presente em função da altíssima desigualdade, que não será a economia de mercado que vai resolver."

Durante a entrevista, feita por telefone, a ligação caiu duas vezes. Matarazzo aproveitou, então, para pregar o receituário liberal: "É um caso típico de falta de concorrência, né? As teles são grandes demais e de uma ineficiência comovente: custo alemão com qualidade cubana", disse ao atender de novo a ligação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou nesta sexta-feira, 17, diante do novo diretório nacional do PT, a orientação de que o partido deve ter candidatos próprios no maior número possível de cidades importantes nas eleições municipais deste ano. No entanto, em conversas reservadas com dirigentes do partido, Lula tem dito que se dá por satisfeito se o PT encabeçar as chapas em dez capitais.

Rio de Janeiro, onde o partido negocia com o PSOL de Marcelo Freixo, e Porto Alegre, que tem Manuela d'Ávila (PCdoB) como principal nome da esquerda, não estão na lista do ex-presidente. Segundo dirigentes petistas, Lula quer que o PT tenha candidatos próprios em São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador, Manaus, Teresina, Aracaju, Natal e Cuiabá.

##RECOMENDA##

De acordo com lideranças petistas, o discurso de Lula sobre o maior número possível de candidaturas tem como alvo a base petista e caráter estratégico. O ex-presidente não quer que o partido entregue "barato" o apoio a aliados em cidades tão importantes quanto Rio e Porto Alegre. Segundo um dirigente, Lula tem dito que "aliança não é rendição". Portanto, o PT deve apresentar candidatos para depois, se for o caso, negociar a retirada para composição de alianças.

O ex-presidente reiterou a orientação durante reunião do diretório nacional do PT que escolheu a nova comissão executiva do partido, em São Paulo. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, disse que a expectativa é que este ano o PT eleja mais prefeitos do que em 2016, quando o partido sofreu uma das piores derrotas eleitorais de sua história.

"Estamos em um processo de renovação de quadros. Por isso em muitas cidades teremos candidatos novos que podem se eleger ou se fortalecer para as próximas eleições. A gente espera que nesta eleição o PT eleja mais prefeitos do que elegeu em 2016. O quadro é diferente, o partido recuperou muito a relação com a sociedade", disse ela.

De acordo com ela, a orientação de Lula não significa que o partido abriu mão de alianças. Gleisi anunciou que o festival que vai marcar os 40 anos do PT, dia 7 de fevereiro, no Rio, vai ter uma mesa sobre perspectivas da esquerda com os cinco principais partidos de oposição (PT, PSB, PDT, PSOL e PCdoB). Os presidentes do PDT, Carlos Lupi, e PSB, Carlos Siqueira, confirmaram presença.

Segundo ela, a "linha de corte" para escolha dos aliados será o fato de fazer oposição ao governo Jair Bolsonaro. O PT adiou para o dia 7 de fevereiro a discussão sobre as eleições municipais e política de alianças. Gleisi admitiu que o processo de escolha da nova direção - que teve eleições diretas municipais e congressos estaduais e nacional - atrasou a formulação de um calendário eleitoral para o partido, um dos principais pontos de crítica de seus adversários internos.

Sobre a eleição de São Paulo, dois dias depois de Lula ter dito que pode surgir uma "novidade", Gleisi afirmou que o mais provável é que o PT escolha um nome entre os oito pré-candidatos já colocados.

"Nosso esforço é para demover o diretório municipal e os pré-candidatos para não ter prévia e chegar em um nível de entendimento. Pode que ser que surjam outro nomes. Podemos conversar, mas temos nomes colocados e provavelmente será em cima desse nomes que vamos tentar uma concertação", disse ela.

A presidente do PT aproveitou para rebater o texto no qual o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) faz duras críticas a Lula que, em uma entrevista, disse que dificilmente um candidato "comunista" tem chance de se eleger presidente.

"Lamento que o Orlando tenha feito o texto até porque foi em cima de pedaços pinçados da entrevista, fora do contexto. Lula estava fazendo uma avaliação. É engraçado que todo mundo fala do PT, todo mundo critica o PT, inclusive nossos aliados. Dizem que o PT quer ser hegemonista, quer mudar, não sei o que. Nós não podemos fazer crítica nenhuma?", questionou Gleisi.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer evitar a realização de prévias para a escolha do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo. Seis nomes se colocam como pré-candidatos, mas nenhum deles com chances reais de vitória. Fernando Haddad, o preferido do PT, foi descartado pelo próprio Lula. Haddad se recusa a encarar uma nova candidatura municipal. Diante do impasse, o ex-presidente tem falado na possibilidade de uma "novidade".

Lula tratou da necessidade de evitar prévias na maior cidade do País em reunião com dirigentes e pré-candidatos realizada no dia 6, no Instituto Lula. A escolha do candidato está marcada para o dia 15 de março. O ex-presidente quer uma definição antes desse prazo.

##RECOMENDA##

"Estamos fazendo um esforço para evitar as prévias, mas o calendário (de debates entre os pré-candidatos) será mantido, a não ser que se construa um nome de consenso", disse o presidente municipal do PT de São Paulo, Laércio Ribeiro.

O "nome de consenso", hoje, é o de Haddad. Mas o ex-prefeito já disse reiteradas vezes que não quer se candidatar, e Lula tem endossado a vontade de Haddad dizendo que, depois de receber 47 milhões de votos na eleição presidencial de 2018, o ex-prefeito deve ser preservado como uma alternativa de projeto nacional.

Na quarta-feira (15) em entrevista concedida à TVT, emissora ligada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o ex-presidente deixou claro que o partido terá de buscar uma opção ao ex-prefeito. "É sabido que o companheiro Haddad não quer ser candidato. E, quando a pessoa não quer ser candidata, é bom você não forçar. O PT vai ter que escolher outro companheiro."

Os deputados federais Alexandre Padilha, Carlos Zarattini e Paulo Teixeira, o vereador Eduardo Suplicy, o ex-deputados Jilmar Tatto e o ex-vereador Nabil Bonduki são os nomes colocados até agora.

Na entrevista à TVT, Lula disse que todos eles têm currículo para pleitear a indicação, mas precisam transformar isso em "apoio popular", ou seja, votos. Setores importantes do PT ainda mantêm a esperança de que Haddad seja convencido a mudar de ideia. Lula tem falado na possibilidade de surgir uma "novidade" na disputa. Seria um nome vindo da sociedade civil.

Além de trabalhar pela construção de um nome de consenso em São Paulo, o PT tem buscado se aproximar da ex-prefeita Marta Suplicy (sem partido). Tatto e Haddad se reuniram recentemente com ela no escritório político do marido de Mata, Márcio Toledo. Na reunião ela reiterou que está disposta a colaborar, mesmo que seja sem integrar a chapa. Marta está em busca de partido. Os mais prováveis são PDT ou Solidariedade.

O Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT se reúne nesta sexta-feira (17) em São Paulo para discutir o quadro eleitoral em todo o País. Na reunião também será empossado o novo diretório nacional, escolhido em novembro, e haverá eleição da nova executiva do partido. Até quinta-feira (16), a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), a maior do partido, não havia chegado a acordo sobre a escolha do próximo tesoureiro.

Márcio Macedo, um dos vice-presidentes, e Wagner Freitas, ex-presidente da CUT, disputam o cargo com apoio do PT do Nordeste e de São Paulo, respectivamente. Uma saída pode ser a indicação da atual secretária de Organização, Gleide Andrade, que é de Minas Gerais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pré-candidato à Prefeitura do Recife pelo Cidadania, o deputado federal Daniel Coelho deu largada, nesta quinta-feira (16) às atividades de pré-campanha visando o pleito municipal de outubro. Com a chapa de vereadores construída ao longo de 2019 quase fechada, o parlamentar iniciou uma série de agendas que pretende realizar pelo Recife ao longo dos próximos meses.

O primeiro compromisso foi com Thyago Amorim, 34 anos, síndico do condomínio João Paulo II, no bairro Porto da Madeira, Zona Norte do Recife. “Viemos ouvir as demandas dos moradores do condomínio, que possui 672 apartamentos, e enfrentam diariamente as dificuldades de uma das regiões mais abandonadas pela prefeitura”, disse Daniel. “Thyago retrata bem o perfil da chapa que o Cidadania está montando, com jovens lideranças participando do processo de renovação política”, complementou.

##RECOMENDA##

Na leitura de Daniel, o Cidadania tem condições de eleger entre 4 a 5 vereadores no próximo pleito. Para isso, o trabalho precisa começar desde já. “Vamos percorrer toda a cidade de forma intensa, ouvindo as pessoas e conhecendo de perto os problemas de cada comunidade. Essa escuta será fundamental para a construção das propostas que pretendemos apresentar à cidade durante o período eleitoral”, destacou o parlamentar.

Na visão de Daniel Coelho, que também é presidente estadual do Cidadania, os números são animadores. “Temos acompanhado as pesquisas e tanto a nossas internas, como as que são divulgadas publicamente por institutos como o Paraná mostram que estamos bem posicionados e que a oposição tem muitas chances de vitória nas eleições deste ano”, concluiu.

*Da assessoria 

O Diretório Municipal do PT no Recife divulgou, nessa quarta-feira (15), uma resolução aprovada na reunião executiva do partido no dia 8 de janeiro, na qual trata de um balanço dos governos Lula e Dilma e faz uma avaliação das eleições de 2018, quando o PT decidiu apoiar, em Pernambuco, o governador reeleito Paulo Câmara (PSB).

Ao considerar positiva a união com o PSB, a sigla deixou a entender que deve continuar com a estratégia e declarar apoio à eventual candidatura do deputado federal João Campos (PSB), descartando o lançamento da deputada federal Marília Arraes  (PT) para a disputa pela prefeitura do Recife. Conforme diz a resolução, a aliança feita na última eleição gerou bons resultados, possibilitando a construção de alianças futuras a fim de unir forças contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

##RECOMENDA##

"Consideramos positiva a política de aliança com os partidos de esquerda e progressistas, que implicaram, sem dúvida, nos resultados eleitorais que derrotaram Bolsonaro regionalmente nas eleições de 2018, que se expressou nas chapas Haddad presidente, na reeleição de Paulo governador, Humberto Costa senador e que devolveu nossas representações na Câmara Federal, além de ampliar nossa bancada na Alep, passando pelo diálogo com o Governo Municipal de Geraldo Julio, promovendo uma articulação inovadora e estratégica para o Nordeste", diz um trecho do quinto ponto apresentado no documento. 

Ao LeiaJá, o presidente municipal do PT, Cirilo Mota, reafirmou o quadro de 2018 e disse que o resultado deverá implicar no pleito deste ano. Indagado se o PT poderá se alinhar ao PSB de novo, Cirilo Mota respondeu que o partido ainda não definiu uma candidatura isolada, contudo, ressaltou que a sigla defende uma união entre a esquerda e centro-esquerda. 

"A tática inicia com o debate dessa ampla aliança feita em 2018 e que ela é o cenário atual. A gente hoje faz parte do Governo do Estado e fazemos parte do governo municipal de Geraldo Julio. A resolução demarca essa avaliação, mas a gente ainda tem um calendário eleitoral a cumprir e etapas a serem cumpridas. Vamos abrir os dois debates: se vai ser aliança ou se vai ser uma candidatura própria. Hoje a gente defende que a gente não tem uma candidatura isolada, pois o nosso centro também é combater o governo de direita de Bolsonaro. Então, para derrotar Bolsonaro, nós precisamos de uma unidade política no campo de esquerda e centro-esquerda”, ponderou. 

Cirilo ainda ressaltou que o objetivo do PT é aumentar a bancada de vereadores e traçar uma chapa competitiva a fim de ampliar a participação do partido.

O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) afirmou que Pernambuco tem a chance de iniciar um novo ciclo político a partir das eleições municipais deste ano. Segundo ele, o Estado, que liderava os investimentos públicos na região Nordeste, desacelerou nos últimos cinco anos. “Pernambuco e Recife estão isolados. Pernambuco parou”, disse FBC em entrevista à rádio Custódia FM, durante visita à cidade nessa quarta-feira (15). 

Bezerra lembrou que, hoje, Pernambuco ocupa o terceiro lugar nos investimentos públicos entre os estados da região Nordeste. “Mas é um terceiro longe. E a gente vai sentir essa diferença, porque significa estradas, escolas e hospitais a menos. A gente vai sentir que o Estado vai perdendo o dinamismo que tinha.” 

##RECOMENDA##

Na avaliação do senador, a retomada do crescimento econômico deve diminuir o peso das questões nacionais nas eleições municipais. “O ano terminou melhor. O pessoal falava que o presidente Bolsonaro não ia pagar o 13º do Bolsa Família e pagou. O governador falou que ia pagar e não pagou ainda. O Brasil voltou a crescer. A perspectiva é que, em outubro, o Brasil esteja crescendo a 2,5%, 3%. Ou seja, a questão nacional vai ter um peso cada vez menor na disputa local. O que vai prevalecer é a questão local”, disse.

FBC acrescentou que o MDB está trabalhando para ter 100 candidatos a prefeito nas eleições municipais deste ano em Pernambuco. Se o partido sair fortalecido, poderá apresentar candidatura majoritária em 2022. “O MDB está cuidando da sua base municipal, a mais importante, mais próxima da população. Temos a ambição de poder apresentar 100 candidatos a prefeito. E se formos vitoriosos nesse projeto da eleição municipal do MDB, é evidente que o MDB estará bem posicionado para apresentar uma candidatura majoritária em 2022”, ressaltou.

De acordo com o senador, o partido mantém uma postura de unidade em torno da possibilidade de lançar o nome do presidente do MDB-PE, deputado federal Raul Henry, à Prefeitura de Recife. 

“Acho que, nesses últimos dias, essa possibilidade vem crescendo. A manifestação de Jarbas [Vasconcelos] foi muito positiva no sentido de dizer que Raul está liberado para poder construir a sua candidatura, caso ele entenda como sendo importante para o projeto partidário. Estive com Raul na segunda-feira, uma conversa por telefone, senti ele mais disposto, mais animado. Disse que eu poderia continuar as minhas conversas de bastidores com outras forças políticas do estado para tentar reunir o apoio que possa dar a Raul as condições para uma disputa das eleições do Recife”, detalhou.

Em Custódia, FBC participou do ato de filiação do vereador Gilberto de Melchior ao MDB. “Saio daqui animado com o fortalecimento do MDB, e tenho certeza que faremos uma grande eleição municipal neste ano.”

RAMAL DO AGRESTE – Antes da passagem por Custódia, Fernando Bezerra, que é líder do governo no Senado, visitou as obras do Ramal do Agreste, que vai levar a água captada da barragem de Barro Branco para o reservatório Ipojuca e a Adutora do Agreste. Maior obra de infraestrutura hídrica do governo federal na região Nordeste, o Ramal do Agreste recebeu R$ 530 milhões de investimentos em 2019. 

Segundo o senador, a obra deve estar concluída em fevereiro de 2021, quando levará a água do Eixo Leste do Projeto de Integração do Rio São Francisco para 70 cidades de Pernambuco, beneficiando 2,2 milhões de pessoas. “Essa obra é que vai resolver o problema de água de 70 municípios do agreste. Estou muito feliz que tenha sido acelerada e priorizada pelo presidente. Isso é água, é desenvolvimento, é perspectiva de futuro que estamos construindo.”

*Da assessoria de imprensa

O ex-jogador Carlinhos Bala se filiou ao Partido Progressistas (PP), na noite dessa segunda-feira (13), e confirmou que pretende disputar a corrida eleitoral para ocupar uma das cadeiras da Câmara dos Vereadores do Recife nas eleições deste ano. 

“Quero proporcionar mais oportunidades para os jovens, combater o desemprego e ampliar meu projeto social na comunidade de San Martin, para que ele possa crescer e atender a todo Recife, levando o esporte como um importante aliado na saúde, educação, ocupando os jovens e trabalhando a questão social e psicológica dessas crianças e adolescentes”, declarou o pré-candidato. 

##RECOMENDA##

Carlinhos Bala jogou nos três maiores clubes de Pernambuco: Sport, Santa Cruz e Náutico, tornando-se ídolo de diversos torcedores e artilheiro nas equipes. Foi campeão da Copa do Brasil em 2008, cinco vezes Campeão Pernambucano, jogou a Copa Libertadores da América em 2009 e se autointitula “Rei de Pernambuco” quando se trata de futebol.

A saída do presidente Jair Bolsonaro do PSL interferiu diretamente no planejamento do partido para as eleições municipais deste ano. Ao que tudo indica, a sigla terá menos nomes do que o previsto anteriormente para as prefeituras. Contudo, o PSL tem um grande potencial. Tendo uma verba no fundo eleitoral que pode chegar aos R$ 202,2 milhões e dono do segundo maior tempo de propaganda de rádio e televisão, o partido busca formar alianças com candidatos de outros partidos no Brasil. 

Em Salvador (BA), por exemplo, o PSL foi um dos partidos apoiadores da candidatura do democrata Bruno Reis, cotado como sucessor do prefeito ACM Neto (DEM). A aliança pode render ao PSL 57 segundos diários de tempo na TV.

##RECOMENDA##

Depois de ajudar o DEM, o PSL pretende receber o apoio da silgla, a fim lançar a candidatura da professora Dayane Pimentel (PSL), na prefeitura de Feira de Santana, também do estado da Bahia. 

Além da Bahia, é esperado que o PSL consiga alianças para  prefeitura do Rio de Janeiro. O PSL já declarou, desde o ano passado, que vai lançar o atual deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL) no pleito eleitoral deste ano. Inclusive, o próprio senador Flávio Bolsonaro, que assim como o pai foi filiado ao PSL, já havia reforçado o apoio a Rodrigo na época. 

No entanto, segundo a reportagem do jornal O Globo, há um impasse nos bastidores sobre a decisão. De acordo com o periódico, tanto o DEM quanto o PSL, estudam fazer uma coligação que favoreça Eduardo Paes (DEM) na disputa pela prefeitura do Rio.

Já em São Paulo, o PSL e o DEM devem ajudar Bruno Covas (PSDB) na reeleição na prefeitura da cidade, colocando a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) como vice.

A meta do PSL, presidido pelo deputado federal Luciano Bivar (PSL), antes da saída de Bolsonaro, era de lançar cerca de 300 candidaturas próprias em 300 cidades que possuem mais de 100 mil habitantes. Essa estratégia visava oferecer a Bolsonaro uma retaguarda para as eleições de 2022, mas sem o chefe de Estado e aliados, a quantidade de candidatos às eleições municipais será reduzida.

Um dos grupos que lideraram o movimento pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, o Movimento Brasil Livre (MBL) está negociando com três legendas para lançar o deputado estadual Arthur do Val, o Mamãe Falei, a prefeito e ainda abrigar seus principais líderes em São Paulo, berço da organização.

Quando decidiu entrar na política, o movimento filiou seus quadros no DEM, partido pelo qual se elegeram Kim Kataguiri deputado federal, Fernando Holiday vereador e Arthur do Val deputado estadual. Em novembro, porém, Arthur do Val foi expulso do DEM após se colocar contra o alinhamento do partido com o prefeito Bruno Covas e o governador João Doria, ambos do PSDB.

##RECOMENDA##

Com a decisão, Holiday e outros dirigentes do MBL também decidiram deixar o DEM. O movimento, porém, não contou com a adesão de Kataguiri, que é aliado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e vice-líder do partido na Câmara.

Três são as siglas que abriram as portas para a candidatura de Arthur Do Val: Patriotas, Avante e Pros. Por um desses partidos o MBL vai lançar também dois candidatos a vereador: Holiday, que vai disputar a reeleição, e Rubens Nunes, que é advogado do grupo.

O coordenador nacional do MBL, Renato Battista, tentará uma vaga na Câmara Municipal, mas pelo Novo. "Há um distanciamento ideológico do MBL com o DEM, que em São Paulo é um partido governista", disse Rubens Nunes.

Depois de convocar e liderar as manifestações de massa pelo impeachment de Dilma Rousseff em 2015, o MBL se afastou das ruas e se tornou uma corrente política com ambições de se tornar um partido político. O grupo não esteve entre os organizadores das últimas manifestações do ano passado em defesa da prisão após a segunda instância.

Após apoiar a candidatura de Jair Bolsonaro em 2018, o MBL rompeu com o presidente, amenizou o discurso e tenta se apresentar como uma versão moderada da direita. "O MBL amadureceu e hoje está buscando qualificar o debate e tirar a histeria das eleições de 2018", disse Renato Battista, coordenador do grupo.

O grupo entrou em rota de colisão com o Nas Ruas, outra organização que esteve à frente dos movimentos contra Dilma e hoje é alinhada ao bolsonarismo e ao Aliança pelo Brasil, partido que o presidente tenta criar. "O Nas Ruas é adesista e puxa-saco do governo", disse Battista.

Procurado, o Nas Ruas confirmou que tem apoiado as medidas do governo até agora, citou avanços em vários indicadores econômicos e informou que passará a fazer críticas caso avalie necessário. "Nós do Nas Ruas não estamos preocupados com o andar da carruagem dos outros movimentos. A nossa preocupação desde 2011 é combater a corrupção", diz o grupo.

O MBL segue, porém, próximo ao Vem Pra Rua, mas também mantém divergências com o grupo, que é "lavajatista". "Nós defendemos a operação, mas basta apenas o combate à corrupção."

Para o cientista político Cláudio Couto, professor do Departamento de Gestão Pública da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP), o MBL está passando por um processo comum no meio político. "Esse processo de ficar menos focado em manifestações e tornar-se uma organização eleitoral é uma tendência clássica de formação de partidos", disse.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), reafirmou, nesta quinta-feira (2), que é candidato à reeleição. Ele disse que espera formar uma aliança com a maior quantidade de partidos possível, incluindo legendas de esquerda e de direita. "Falei que ia discutir isso em 2020 e já é 2020", brincou o tucano em entrevista à rádio CBN.

Havia dúvidas se Covas disputaria a reeleição em função de ele estar em tratamento contra um câncer que atinge seu sistema digestivo. O câncer foi descoberto no fim de outubro do ano passado e desde então o prefeito se submete a tratamento com quimioterapia. O tucano afirmou que não se licenciará da Prefeitura para disputar as eleições: "Não vou me licenciar porque não tenho vice".

##RECOMENDA##

Covas admitiu até formar alianças com o ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB). "Se ele não for candidato, por que não procurar ele?", disse. O tucano também afirmou considerar parcerias com partidos que ele considera estarem à esquerda, como Cidadania, Rede e PSB.

O prefeito comentou ainda a possibilidade de chamar a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) para integrar sua chapa como vice. "Ainda não está em discussão. A primeira etapa é formar um arco de aliança. A segunda etapa é colocar um nome para vice", disse. "Não há imposição do (João) Doria (governador de São Paulo) pois ainda não é o momento para discutir isso".

Durante a entrevista, Covas criticou o presidente Jair Bolsonaro. Ele lamentou que a reforma da Previdência não tenha sido usada para atrair mais investimentos estrangeiros. Para o prefeito de São Paulo, a crise econômica influenciou no aumento de moradores de rua na cidade. Segundo ele, houve alta de até 60% no número de pessoas em situação de rua desde 2016.

Para não expor a família, Thiago Trindade Lula da Silva, neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não vai mais participar das eleições municipais deste ano. A decisão se deu por causa dos familiares investigados por corrupção. As informações são da Revista Época.

 Além do avô, o tio de Thiago, Fábio Luiz, o Lulinha, também está sendo investigado pela Polícia Federal por supostamente estar envolvido em esquema de corrupção e lavagem de dinheiro.  

##RECOMENDA##

O pai de Thiago também é político. Já foi vereador por São Bernardo do Campo no ano 2012, porém não conseguiu ser reeleito. 

O jovem de 23 anos foi apresentado por Lula durante discurso do ex-presidente no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, logo após de ter sido liberto após 580 dias de prisão. Atualmente, Thiago é secretário parlamentar do deputado federal Vicentinho (PT-TO).

O apresentador José Luiz Datena está estudando se vai ou não disputar o pleito eleitoral pela prefeitura de São Paulo. Segundo informações da Folha de São Paulo, o anúncio da decisão deve ser feito ainda este mês. 

Datena, que atualmente é filiado ao DEM, quase saiu como candidato a senador nas eleições de 2018.

##RECOMENDA##

O comunicador chegou a liderar as intenções de voto para o Senado com 33%, superando os então candidatos Eduardo e Marta Suplicy e o Pastor Marco Feliciano. 

 

O ano de 2020 promete ser movimentado para a política visto que os cidadãos vão às urnas para escolherem os seus representantes municipais - prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Paralelo a isso, está a polarização política cada vez mais acirrada após a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o início do processo de criação do Aliança pelo Brasil, futuro partido do presidente Jair Bolsonaro. 

Na disputa eleitoral marcada para 4 de outubro de 2020 (primeiro turno), o pleito já passa a vigorar com algumas regras novas. A principal delas é o fim das coligações para cargos os proporcionais. Além disso, pela primeira vez as eleições municipais terão um fundo de financiamento público, que já foi utilizado no pleito de 2018.

##RECOMENDA##

Algumas das novas regras estão em vigor desde a última eleição, outras foram sancionadas por Jair Bolsonaro, pouco antes dele deixar o PSL em novembro e posteriormente anunciar a fundação de uma nova sigla, o que certamente deverá influenciar nas eleições. O Aliança pelo Brasil, no entanto, para se tornar um partido apto para a disputa, terá que arrecadar 500 mil assinaturas até março do ano que vem. Por enquanto, Bolsonaro vem articulando, manifestando apoio a alguns poucos candidatos com interesses ideológicos em comum.

Para a cientista política Priscila Lapa, a agenda das eleições de 2020 poderá revelar uma cobrança maior do que já foi em anos anteriores, tendo em vista o desemprego e outras variáveis estruturais. Segundo ela, não se sabe até que ponto isso pode refletir no discurso nacional.

“A grande agenda de 2020 é a solução para os problemas que já se avolumam há muito tempo. O que não significa que não haverá uma polarização, a mesma das eleições de 2018. Até porque, interessa tanto a Bolsonaro quanto a Lula que haja uma radicalização para atrair os eleitores”, ponderou a especialista.

 Outra grande liderança que deve interferir nas eleições do próximo ano é Lula, que ao ser solto após 580 dias de prisão, reforçou a pauta de oposição ao governo de Jair Bolsonaro e a busca por candidatos para formar alianças com o objetivo de derrotar a direita a partir das eleições de 2020.

No Recife, por exemplo, uma ala do PT visa permanecer com a aliança ao PSB, já outra, que tem até agora o aval de Lula, busca a deputada federal Marília Arraes (PT) como prefeita do Recife. Além de Marília, os outros possíveis candidatos são: João Campos (PSB), Túlio Gadelha (PDT), Mendonça Filho (DEM), Marco Aurélio (PRTB), Daniel Coelho (Cidadania), Raul Henry (MDB) e Charbel Maroun (NOVO).

Qual será o comportamento do governo nas eleições?

O modo como Jair Bolsonaro poderá interferir nas eleições do próximo ano ainda representa uma incógnita, uma vez que tudo irá depender do lançamento do novo partido. A ideia inicial, segundo a declaração dada pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos no mês passado, era de que mesmo se o Aliança pelo Brasil não conseguisse ser formado até março do ano que vem, o presidente iria mostrar apoio aos candidatos para que depois eles migrassem ao novo partido. Contudo, o chefe do Estado não sustenta mais essa possibilidade. 

 Por enquanto, Bolsonaro diz que tem interesse nas eleições de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife. No caso da capital fluminense, existe uma grande possibilidade dele apoiar o atual prefeito Marcelo Crivella (PRB), que irá disputar reeleição. Todos esses apoios podem ocorrer independente da criação do Aliança pelo Brasil. 

Além do eleitoral, no Congresso Nacional, o presidente terá a chance de reforçar a conexão com os deputados, já que este ano houve dificuldades em razão da pouca articulação política. A prova disso foram alguns projetos de lei que não vingaram em 2019, seja por ter sido derrubado ou não votado na Câmara. "Talvez pela empolgação da conquista, ele teve dificuldades de enxergar que outros atores também são importantes no cenário político, subestimando o papel do Congresso", observou.

Para 2020, espera-se que sejam retomadas as discussões sobre a flexibilização das regras do porte de armas, o aumento da validade da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e a privatização da Eletrobrás.

Desde a criação, em outubro de 2017, o RenovaBR se tornou uma referência para partidos que procuram novos quadros e também para pessoas da sociedade civil que pensam em entrar para a política. De quatro mil inscritos para o processo de seleção de primeira turma, o número subiu para 31 mil neste ano.

"A gente está muito satisfeito com o resultado eleitoral dos alunos que a gente formou. Como eles alcançaram seus objetivos, isso acaba incentivando outros a buscar o Renova", disse o diretor de seleção do RenovaBR, Rodrigo Cobra.

##RECOMENDA##

'Partido'

Depois do incidente envolvendo a deputada Tabata Amaral (PDT-SP), que votou a favor da reforma da Previdência contrariando a orientação partidária, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) chegou a dizer que o RenovaBR é um "partido clandestino".

Cobra, no entanto, garante que "não é nem pretende ser um partido" e não tem posição formal sobre a independência dos parlamentares em relação às legendas. Segundo ele, porém, a questão das candidaturas avulsas "é um tema que o Brasil vai ter que discutir".

O desempenho eleitoral dos candidatos egressos dos movimentos de renovação política tem gerado discussão até em partidos com estrutura mais fechada. Em dezembro de 2018, a Juventude do PT se debruçou sobre o tema e chegou à conclusão de que a legenda não atendeu à demanda por renovação política expressada, entre outras evidências, pela renovação de 40% do Congresso Nacional nas eleições daquele ano.

"A eleição de 2018 mostrou que existe uma demanda por renovação. Isso se materializou na Câmara, mas não se materializou no PT", disse o secretário nacional de Juventude do partido, Ronald Luiz dos Santos.

Para reverter a situação, o PT vai iniciar neste ano um projeto de renovação batizado de 'Movimento Representa'. A ideia é buscar quadros que tenham afinidade ideológica em grupos de atividades nas periferias e também nos setores tradicionais, como o movimento estudantil, sindicalismo e campo.

A ideia é já em 2020 ter pelo menos um terço dos candidatos com menos de 35 anos, mas o resultado concreto, no entanto, só deve vir nas eleições de 2026. Segundo dirigentes do PT, o envelhecimento da bancada é fruto da decisão política de concentrar esforços e recursos nos quadros mais experientes em 2018 para enfrentar "a onda antipetista'.

O PSOL, pioneiro em aceitar candidaturas independentes de grupos como a Bancada Ativista e o Juntos, também vai debater o assunto. "Já tivemos candidatos eleitos que vieram destes movimentos, mas isso é diferente das candidaturas independentes que partem de arranjos já consolidados na sociedade", disse Juliano Medeiros, presidente do partido.

Outros partidos, como o PSD, fomentaram espaços de participação para possíveis novos filiados. Em um destes eventos, a advogada Renata Cezar foi recepcionada pela ex-vice-prefeita de São Paulo, Alda Marco Antonio, e convidada a se filiar.

De acordo com assessoria do PSD, no entanto, o partido não faz uma busca ativa por alunos de movimentos de renovação e o interesse por Renata é mais pelo perfil acima da média da advogada do que pelo fato de ela ter saído do Renova BR. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Desde que se formou na turma de 2019 do RenovaBR, no dia 14 deste mês, a advogada Renata Cezar, de 30 anos, já conversou com oito partidos interessados em tê-la como candidata nas eleições municipais do ano que vem. O espectro ideológico vai desde o PSOL até o PSD. Ainda surpresa com o assédio, ela já agendou reuniões com outras duas legendas em janeiro do próximo ano.

Colegas de turma da advogada contabilizaram ao menos 10 siglas no lobby de um hotel em São Paulo onde se hospedaram os formandos do RenovaBR. Ali os alunos eram abordados por dirigentes ou representantes partidários que os convidavam a conhecer as propostas de cada legenda e, quem sabe, se filiar. "No dia da formatura tinha uma feira de recrutamento no hotel", disse o também advogado Saul de Carvalho Isaias, de 26 anos.

##RECOMENDA##

O interesse dos partidos por quadros formados em movimentos civis como o RenovaBR vem da constatação das direções partidárias de que existe uma forte demanda do eleitorado por nomes de fora da política tradicional, evidenciada nas eleições do ano passado.

O sucesso eleitoral dos candidatos egressos dos movimentos de renovação política tem levado até partidos com estrutura mais fechada a discutirem o assunto, como o PT, o PSOL e o PSD.

Na disputa pelos jovens quadros, os partidos oferecem legenda e garantias de apoio material e político para as eleições do ano que vem. Algumas siglas que não tinham setores específicos para mulheres, LGBT, juventude e negros criaram comissões para melhorar o diálogo com as agendas dos alunos de grupos de renovação.

Partidos como Rede e Cidadania chegam a prometer liberdade total de atuação, mesmo que isso possa contrariar orientações partidárias, sem risco de punições ou retaliações. "Essa é uma ação que está no DNA da Rede. Consideramos que a política e as eleições abram espaço não só para os partidos políticos convencionais mas também para candidaturas independentes e cidadãs. Essa já é uma prática em vários outros países onde a democracia é mais avançada", afirmou o porta-voz da Rede, Pedro Ivo.

"São movimentos espontâneos formados por jovens. Como no Brasil há determinação legal de que só se pode participar do processo político através de partidos, nós passamos a dialogar para integrá-los. Existe hoje uma nova formação política que não vem dos partidos tradicionais. Quem quiser continuar existindo tem que se adaptar", disse Roberto Freire, presidente do Cidadania.

A legenda, que negocia a filiação de Luciano Huck (fundador e um dos apoiadores do RenovaBR), alterou seu estatuto para eliminar a possibilidade de suas bancadas "fecharem questão" em qualquer tema. A alteração foi determinada em diálogo com movimentos de renovação.

Em 2018, o Renova BR "elegeu" dez deputados federais, um senador e seis deputados estaduais por sete partidos diferentes em um arco que vai do PSB e PDT até o Novo e o DEM. Se fosse uma legenda, o movimento teria uma bancada maior do que a de oito partidos, entre eles o próprio Cidadania, PSC, PCdoB, Novo e Rede. Este ano a autodenominada "escola de democracia" formou 1.170 alunos, muitos deles prontos para disputar as eleições de 2020.

Ao oferecer aos novos quadros liberdade para votar contra as orientações partidárias, as legendas tentam evitar que se repita o que aconteceu com o PDT e o PSB, que puniram sete parlamentares eleitos no ano passado por votarem a favor da reforma da Previdência - contrariando as orientações partidárias. Entre eles, dois ex-alunos do RenovaBR, Tábata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES).

Prioridades

A liberdade para votar conforme suas convicções e de seu eleitorado, mesmo que isso contrarie a orientação partidária, é uma precondição imposta por boa parte dos jovens egressos dos novos movimentos. "Isso está entre minhas grandes prioridades para escolher um partido, sim", disse Renata Cezar.

Mulher, negra, jovem, vinda da periferia, com boa formação acadêmica e histórico de trabalhos sociais na área da saúde, Renata tem perfil que cai como uma luva para partidos que buscam se adequar à "nova política". Além disso, ela ajuda a cumprir a cota de 30% de candidaturas femininas prevista na legislação eleitoral.

A advogada atua há anos com o tema do direito à saúde, tem trabalho premiado na Itália sobre o assunto e quer ser vereadora por São Paulo em 2020. "Procuro um partido em que as pautas conversem com as minhas. Não pretendo fazer só um mandato."

O assédio é grande até sobre os alunos que não pretendem se candidatar e ingressaram no RenovaBR por outros motivos. É o caso de Saul Isaias. Ele militou no movimento estudantil e depois de formado decidiu que iria trabalhar na área do direito público. Para fazer a migração, contou com o Vetor Brasil, uma organização voltada para a melhora do setor público, onde descobriu o grupo de renovação.

Embora diga que não está interessado em se candidatar no ano que vem, Isaias avalia que movimentos deste tipo ajudam a quebrar as barreiras que dificultam a entrada de jovens nos partidos políticos. "Partido tem muito de apadrinhamento, não tem proximidade com a população", disse ele, que constatou "uma visibilidade muito grande" do grupo de renovação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A partir de 1º de janeiro de 2020, eleitores, partidos e candidatos devem estar atentos ao calendário definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para eleições municipais do ano que vem, quando serão escolhidos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.

Pelo calendário eleitoral aprovado pela Corte, todas as pessoas envolvidas no pleito devem respeitar regras e prazos para garantir a realização da votação. O primeiro turno será realizado em 4 de outubro e o segundo turno no dia 25 do mesmo mês.

##RECOMENDA##

No primeiro dia de janeiro, empresas responsáveis por pesquisas de opinião estão obrigadas a registrá-las no TSE. Na mesma data, qualquer órgão da administração pública fica proibido de distribuir benefícios, bens ou valores, exceto no caso de calamidade pública. Os órgãos também não podem aumentar gastos com publicidade acima da média dos últimos três anos.

Em abril, o TSE vai lançar uma campanha nas emissoras de rádio e televisão para incentivar a participação das mulheres nas eleições e esclarecer o eleitor sobre o funcionamento do sistema eleitoral.

No dia 16 de junho, a Corte deve divulgar o valor corrigido do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), criado pelo Congresso. Conforme o orçamento da União para o ano que vem, R$ 2 bilhões estão previstos para o fundo.

Em julho, os partidos estão autorizados a promover as convenções internas para escolha de seus candidatos, que deverão ter os registros das candidaturas apresentados à Justiça Eleitoral até 15 de agosto.

No dia seguinte, a propaganda eleitoral está autorizada nas ruas e na internet até 3 de outubro, dia anterior ao primeiro turno.

Em setembro, a partir do dia 19, nenhum candidato poderá ser preso, salvo em flagrante. No caso dos eleitores, a legislação eleitoral também proíbe a prisão nos dias próximos ao pleito. No dia 29, eleitores só podem ser presos em flagrante.

A diplomação dos prefeitos e vices, além dos vereadores eleitos, deve ocorrer até 19 de dezembro de 2020.

Nas eleições municipais de 2016, 144 milhões de eleitores estavam aptos a votar. No pleito, foram registradas 496 mil candidaturas para os cargos disputados.

A disputa pela prefeitura do Recife no ano que vem deve colocar em lados opostos os dois principiais herdeiros políticos do ex-governador Miguel Arraes, que morreu em 2005. Filho do ex-governador Eduardo Campos e bisneto de Arraes, o deputado federal João Campos (PSB), de 26 anos, foi escolhido pelo partido disputar a capital pernambucana. Sua principal adversária no campo da esquerda é a vereadora Marília Arraes, 35 anos, que é neta de Arraes e prima de segundo grau de João.

Depois da morte do pai em um acidente de avião na campanha presidencial de 2014, o deputado pessebista passou a ser visto como o herdeiro político do pai. Já Marília traçou outro caminho. O racha familiar aconteceu naquela disputa eleitoral, quando o PSB escolheu João Campos, então com 18 anos, para comandar a Secretaria Nacional de Juventude da sigla. Na ocasião, Marilia era do mesmo partido do primo e seu grupo também reivindicava o cargo.

##RECOMENDA##

Além da disputa interna, Marília discordou do que classificou de "guinada à direita" do PSB por ter apoiado o tucano Aécio Neves no segundo turno da eleição presidencial. "Eles queriam tirar o socialismo do partido. Então rompi e fiquei com Dilma", disse a vereadora, que então se filiou ao PT.

Tanto João Campos como Marília evitam tratar a disputa como um racha familiar. "Política é uma coisa, família é outra", disse o jovem deputado. Em 2018, João Campos recebeu 460.387 votos e foi o deputado federal mais bem votado da história de Pernambuco. Marília Arraes, eleita pelo PT, ficou em segundo lugar, com 193.108 votos.

Para "nacionalizar" o nome de João Campos, o PSB articulou com outros partidos de oposição e do Centrão a inclusão dele na CPI do Óleo. A pauta ambiental, aliás, foi a porta de entrada do filho de Eduardo Campos na política. Ele é uma das maiores apostas do RAPS (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade), grupo suprapartidário criado pelo empresário Guilherme Leal, que foi candidato a vice de Marina Silva em 2010.

"João trouxe outros membros do PSB é uma importante fonte de inspiração para outros jovens. Ele desponta como uma importante liderança jovem", disse Monica Sodré, coordenadora da RAPS.

Já Marília começou a carreira política no movimento estudantil da Universidade Federal de Pernambuco. Em 2008, ela tinha 24 anos quando se elegeu pelo PSB vereadora do Recife com 9.533 votos, sendo a parlamentar mais nova na 15ª legislatura. "Não havia essa conduta monarquista. Haviam divergências entre os grupos de Eduardo Campos, que teve uma trajetória própria, e Arraes", disse. Quando governador, Miguel Arraes, de fato, nunca estimulou seus familiares a entrar na política. Pelo contrário.

Leilão

Em 2018, Marília era apontada como candidata natural do PSB ao governo de Pernambuco, mas perdeu graças a um acordo nacional do partido com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - o petista, que estava preso em Curitiba e tinha visto sua candidatura à Presidência ser barrada pela Justiça, optou por apoiar o pessebista Paulo Câmara, que foi eleito e chamou o PT para seu governo.

Atualmente, a ala majoritária do PT pernambucano, comandada pelo senador Humberto Costa, defende a manutenção da aliança com o PSB, que tem cargos na administração estadual. Essa tese não agrada a Lula - o ex-presidente quer que o PT lance candidatos em todas as capitais.

Questionado sobre a chance de uma aliança do campo da esquerda em Pernambuco, João Campos lembra da proximidade do PSB com o PT local. "As esquerdas devem fazer uma discussão nacional pensando em 2022", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando