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Por quatro votos a três, o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que partidos coligados para concorrer aos governos dos estados não podem fazer outra aliança para o cargo de senador. Os ministros mantiveram a jurisprudência da Corte no sentido de vedar a possibilidade de que as siglas que se uniram para disputar a vaga de governador formem coligações distintas para concorrer ao Senado.

Na sessão dessa terça-feira (21), nos casos em que a coligação não abranja as duas vagas, de governador e senador, o TSE autorizou os partidos a lançarem candidaturas próprias - fora da aliança - para o cargo remanescente. Assim, também foi confirmada a possibilidade de uma agremiação, sem integrar qualquer coligação, lançar candidata ou candidato ao cargo de senador individualmente.

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Motivação

A decisão foi motivada por uma consulta feita pelo deputado federal Waldir Soares de Oliveira (União Brasil – GO). Ele pediu esclarecimentos sobre as possibilidades de lançamento de candidaturas de senadores quando já houver aliança definida em torno da candidatura ao governo do estado. Entre elas, se partidos coligados ao cargo de governador podem lançar individualmente candidatos para senador.

Ele também cobrou posição se um partido sem coligação pode lançar candidato ao Senado e se é obrigatório que as coligações firmadas na disputa ao governo do Estado sejam seguidas em relação ao Senado.

Foram favoráveis à medida os ministros Mauro Campbell, Benedito Gonçalves, Carlos Horbach e Alexandre de Moraes.  Os votos contrários foram dados pelos ministros Ricardo Lewandowski, Sergio Banhos e pelo presidente do TSE, Edson Fachin.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou nesta quarta-feira, 22, o retorno das coligações para eleições para o Legislativo. A volta dessas alianças era parte de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 28/2021, com mudanças em regras eleitorais, aprovada na semana passada na Câmara, por iniciativa do presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas-AL). A PEC, que também trata de outros pontos da legislação das eleições, irá a plenário ainda hoje.

O retorno das coligações é uma reivindicação de partidos pequenos. Para eleger mais parlamentares, essas legendas dependem das alianças. Suas chapas ao Legislativo têm poucos votos, embora alguns candidatos sejam bem votados. Em defesa do fim das coligações proporcionais, argumenta-se que estimulam a proliferação de legendas de aluguel e bancadas pulverizadas. Em consequência, ocorreriam com problemas de governabilidade.

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A proibição de coligações proporcionais vigorou pela primeira vez em 2020. Em consequência, houve proliferação de candidaturas ao Executivo. O objetivo era "puxar" votos para o Legislativo. Alguns partidos se queixaram de dificuldade para financiar suas campanhas. Legendas consideradas ideológicas, como Rede, PC do B e Cidadania, estão entre as ameaçadas de ter menos parlamentares eleitos e, mais adiante, de extinção.

Mudança que beneficia negros e mulheres deve ser mantida

Sem as coligações, os senadores devem aprovar outros itens do pacote eleitoral da Câmara. Entre as mudanças, estão o aumento dos recursos públicos a partidos que tenham mais candidatos negros e mulheres até 2030 e a mudança na data de posse do presidente da República para 5 de janeiro a partir da eleição de 2026. Mas ainda não há acordo para votar a PEC no plenário. Alguns partidos não querem dar aval a mudanças que vigorem já em 2022.

Qualquer alteração precisa ser aprovada e sancionada até início de outubro para entrar em vigor no pleito de 2022. Como é uma PEC, a proposta não passa pelo presidente Jair Bolsonaro. Mas precisa ser aprovada por 49 senadores, Só assim será promulgada. Até o meio da tarde desta quarta, 22, as legendas fecharam um acordo para aprovar a mudança na distribuição de sobras eleitorais. Esse ponto deve entrar pauta do Senado hoje.

Para evitar que a PEC volte à Câmara, os senadores devem adotar a estratégia de aprovar apenas aquilo que for consensual. O resto - caso da volta das coligações - será eliminado do texto.

O presidente Jair Bolsonaro vetou o projeto de lei que permite aos partidos políticos se unirem em uma federação a fim de atuarem como uma só legenda nas eleições e na legislatura. O veto integral foi publicado na edição desta quarta-feira (8) do Diário Oficial da União.

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O texto vetado aplicava à federação de partidos todas as normas previstas para os partidos políticos nas eleições, como escolha de candidatos, propaganda eleitoral e arrecadação de recursos para campanhas, além da fidelidade partidária durante o mandato.

O projeto foi aprovado com o objetivo de ajudar os partidos menores a alcançarem a cláusula de barreira, regra legal que limita a atuação de legendas que não obtém determinada porcentagem de votos para o Congresso. Pelo texto vetado, a cláusula seria calculada para a federação como um todo e não para cada partido individualmente.

O projeto (PL 2522/15) foi aprovado na Câmara dos Deputados no mês passado. A proposta é oriunda do Senado, onde foi aprovada em 2015.

Na mensagem de veto publicada, Bolsonaro afirmou que as novas regras inaugurariam um formato com características análogas à das coligações partidárias, que estão proibidas pela Emenda Constitucional 97, de 2017.

Segundo Bolsonaro, a emenda constitucional visou reduzir a fragmentação partidária, aprimorando o sistema representativo. “Assim, a possibilidade da federação partidária iria na contramão deste processo, o que contraria interesse público”, completou.

O veto presidencial será analisado agora pelo Congresso Nacional, em sessão a ser marcada. Os deputados e senadores podem manter o veto ou derrubá-lo, restaurando o projeto, que assim se torna lei.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

Os ex-ministros Ciro Gomes (PDT) e Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) condenaram a retomada das coligações proporcionais aprovada em primeira votação na Câmara. Para eles, a proibição das coligações é uma forma de aprimorar o sistema político brasileiro e reduzir o número de partidos no Congresso Nacional.

Mandetta, Ciro e Leite participaram, anteontem, do segundo debate da série Primárias, realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com o Estadão.

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Ciro foi o mais enfático. Para o pedetista, a aprovação da volta das coligações proporcionais para a próxima eleição é um "brutal" retrocesso. Para Leite, o veto às coligações deveria ser mantido, assim como o voto distrital misto discutido e aprovado.

O governador, no entanto, evitou tecer críticas à postura adotada pelos parlamentares tucanos na votação. "Só vi o resultado por Estado", disse. Quatro anos depois de ser o principal partido a articular o fim das coligações, na reforma eleitoral aprovada em 2017, o PSDB votou agora em peso pela volta das alianças. Dos 32 nomes da bancada tucana, 21 votaram pela volta das coligações e 11 foram contra. O texto ainda precisa ser votado em segundo turno e analisado pelo Senado.

"O distritão, ficou parecendo, entrou como bode na sala para aprovar a volta das coligações", afirmou Mandetta.

O Senado ensaia um movimento para enterrar a volta das coligações partidárias nas eleições, proposta que foi aprovada pela Câmara. O assunto foi discutido em reunião de líderes na manhã desta sexta-feira, 13, e há forte resistência à medida chancelada pelos deputados.

Recentemente, o Senado aprovou um pacote de projetos da reforma eleitoral que vai na contramão do conteúdo votado pelos deputados. Uma das propostas acaba com a possibilidade de partidos pequenos ficarem com a "sobra" da distribuição de vagas nos Legislativos, o que, na prática, diminui o número de legendas.

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O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), já manifestou posição contrária à volta das coligações, justamente para dar suporte à reforma apresentada pelos senadores. Uma das resistências à proposta da Câmara vem do PSD, partido com o qual Pacheco negocia filiação para uma candidatura presidencial em 2022 e que assumiu a tutela da reforma eleitoral no Senado.

"A volta das coligações tem muita dificuldade no Senado", disse o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), um dos relatores da reforma eleitoral na Casa. "Existe uma reação já visível contrária às coligações. Se o projeto for para as comissões, tem que ter agilidade, porque o prazo é outubro. Senão, morre tudo", afirmou o líder do Podemos, Alvaro Dias (PR).

A reforma aprovada pela Câmara atende aos interesses dos pequenos partidos para frear a queda na fragmentação do sistema político ao permitir que o País continue tendo um grande número de siglas com representação no Congresso.

Nos bastidores do Senado, o movimento do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em dar aval para as coligações, foi atribuído a uma fatura do deputado após ser eleito no comando da Casa já precificando uma derrota no Senado.

Nessa quinta-feira (12), a Câmara dos Deputados acatou, em 1º turno, o retorno das coligações para as eleições de 2022. O sistema extinto em 2017 ressuscita a união de partidos, mas é considerado um retrocesso democrático e pode fazer com que o eleitor ajude a eleger um candidato que não queira.

Em entrevista ao LeiaJá, o cientista político Caio Sousa explicou que a reunião de siglas por coligação representa uma espécie de 'partido único' para que as siglas alcancem o coeficiente eleitoral nos pleitos proporcionais.

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"É uma solução para a conquista de votos, principalmente para aqueles que já têm muitos votos e que precisam só de uma base maior", descreveu.

Enfraquecimento da renovação polícia

Sem considerar a identidade do partido, candidatos com poucos votos se alinham a representantes de peso de outras siglas para consolidar a base. Os candidatos de maior prestígio geralmente são os próprios donos das legendas ou políticos famosos.

Desse modo, a verba de campanha fica restrita ao controle dos ‘cabeças de chapa’, o que estimula a política de troca de favores.

"Quem se beneficia com isso são os políticos mais antigos, aquelas pessoas de partidos que já tem seus 'caciques' estabelecidos há muito tempo, que já estão no poder", explica Sousa. Logo, o sistema viabiliza a reeleição de quem já integra a máquina pública.

LeiaJá também: Distritão: especialistas divergem sobre reflexos da PEC

Desconfiança do eleitor

Para os eleitores, a volta das coligações pode reavivar o sentimento de desengano e a falta de confiança no sistema eleitoral. Após a primeira experiência sem o sistema nas eleições municipais de 2020, a relevância partidária pode voltar a ser minimizada com a aprovação.

“Esses partidos acabam perdendo sua identidade só para conquistar votos e os eleitores acabam um pouco ludibriados. Afinal, você vota em uma pessoa achando que ela é contra aquela linha de pensamento, mas na verdade, na coligação ela está unida, e por vezes, você até vota em um candidato ajudando outro que você não gosta a se eleger", acrescentou Sousa.

Mais organização e opções de escolha

Na visão do analista, o fim das coligações fez com que os partidos fossem obrigados a se organizar com maior comprometimento e incentivou a aparição de novos personagens políticos.

"Sem coligação, os políticos são obrigados a fazer com que os partidos sejam partidos. Os partidos não são mais só partidos, eles acabam sendo acomodação de interesses”, criticou.

Trâmite no Congresso

Após ser aprovada em 1º turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 125/11 volta ao plenário da Câmara na próxima terça (17). Caso passe na segunda votação, a medida será enviada ao Senado, onde passa por mais dois turnos e debate antes de ser promulgada.

Para que as coligações possam vigorar já em 2022, os congressistas precisam correr contra o tempo e confirmar a mudança até o mês de outubro. O mês corresponde ao período limite para que a alteração seja praticada na eleição seguinte.

Pouco tempo depois de ser o principal partido a articular o fim das coligações nas eleições proporcionais - para deputados e vereadores -, dois terços dos deputados do PSDB na Câmara entregaram na noite desta quarta-feira, 11, votos favoráveis para que a regra volte a entrar em vigor. Dos 32 nomes da bancada tucana, 21 votaram pela volta das coligações e 11 foram contra, no primeiro turno. O texto ainda precisa ser votado em segundo turno - o que pode ocorrer nesta quinta-feira, 12, - e analisado pelo Senado, que apresenta resistência.

A emenda à Constituição que estabeleceu o fim das coligações foi promulgada em outubro de 2017 e é de autoria dos ex-senadores tucanos Ricardo Ferraço (ES), Aécio Neves (MG) e Aloysio Nunes (SP). Hoje deputado, Aécio foi um dos 11 votos contrários ao texto analisado em primeiro turno pela Câmara.

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Em 2017, a aprovação do fim das coligações nas eleições para deputados e vereadores foi justificada como uma forma de frear a proliferação da criação de partidos sem representação ideológica. Até hoje o único pleito realizado sem coligação foi o de 2020 e será a única vez se o novo texto for promulgado pelo Congresso até outubro. A proposta aprovada ontem em primeiro turno determina que a regra já vale para a eleição do ano que vem.

Aloysio Nunes reclamou da decisão da maioria da Câmara e de seu partido. "A coligação nas eleições proporcionais distorce a expressão da vontade do eleitor que vota no candidato de um partido e acaba contribuindo para a eleição de um representante de outro", disse ao Estadão.

O ex-ministro das Relações Exteriores lamentou a decisão da maioria da bancada tucana e declarou que a coligação "consagra o toma lá, dá cá".

"Tais coligações dissolvem as fronteiras partidárias e estimulam a fragmentação na representação popular que consagra o toma lá, dá cá na relação dos parlamentos com os executivos. É uma pena que a maioria de nossa bancada sinta-se confortável nesse ambiente", afirmou Nunes.

O deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) também foi um dos tucanos contrários e externou nas redes sociais a insatisfação com o resultado da votação. "Tentaram o voto impresso, votei contra, aí eles foram para o "distritão", votei contra, aí veio a coligação, votei contra. Hoje vão tentar o quê? Vamos aguardar", declarou, em mensagem publicada no Twitter.

PT, Centrão e bolsonaristas também sacramentam volta das coligações

Outros partidos também votaram em peso pela volta da possibilidade de aliança nas eleições proporcionais. O PT, maior partido da Câmara junto com o PSL, com 53 deputados, entregou 48 votos a favor. Progressistas, Republicanos e PL, partidos do Centrão e que estão representados na Esplanada dos Ministérios de Jair Bolsonaro, que somados têm 114 deputados, deram 100 votos favoráveis.

Bia Kicis (PSL-DF) e Carlos Jordy (PSL-RJ), aliados do presidente Bolsonaro, também estiveram entre os favoráveis à volta da regra que facilita o aumento no número de partidos. O filho '03' do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) não participou. Apesar disso, a bancada do PSL ficou rachada na votação, 27 foram contra as coligações e 23 a favor.

Partidos menores, com até 15 deputados, entregaram quase 100% dos votos favoráveis pela volta da regra que os beneficia. Dos 14 parlamentares do Solidariedade, 13 votaram a favor e um não participou da análise. No PTB, nove dos 10 votaram a favor e um se ausentou. No PSC, 10 votaram favoráveis e um não esteve presente. No caso do PCdoB, os oito deputados da legenda, que está ameaçada de extinção com as regras atuais, votaram a favor.

No Twitter, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) comemorou: "VITÓRIA DA DEMOCRACIA! Reforma Eleitoral aprovada derrota Distritão, volta coligações, amplia participação de mulheres e negros. Não é o relatório dos sonhos, longe disso, mas salvamos o sistema proporcional e construímos saídas políticas para manter a representação de minorias", afirmou.

No modelo de coligação, a quantidade de votos de cada um dos candidatos de uma mesma aliança entre partidos é somada e dividida pelo quociente eleitoral. Trata-se da relação entre o número de votos válidos e o de vagas. O resultado é o total de vagas daquela coligação e os mais votados dentro do grupo são eleitos. Essa união não precisa ser replicada em âmbito federal, estadual ou municipal.

O fim das coligações prejudica os partidos pequenos, uma vez que as legendas muitas vezes não conseguem indicar, sozinhas, o número máximo de candidatos para os cargos proporcionais num determinado Estado. Neste caso, com menos gente fazendo campanha, o "bolo" de votos tende a ser menor, resultando em menos vagas para esses partidos.

A saída do presidente Jair Bolsonaro do PSL interferiu diretamente no planejamento do partido para as eleições municipais deste ano. Ao que tudo indica, a sigla terá menos nomes do que o previsto anteriormente para as prefeituras. Contudo, o PSL tem um grande potencial. Tendo uma verba no fundo eleitoral que pode chegar aos R$ 202,2 milhões e dono do segundo maior tempo de propaganda de rádio e televisão, o partido busca formar alianças com candidatos de outros partidos no Brasil. 

Em Salvador (BA), por exemplo, o PSL foi um dos partidos apoiadores da candidatura do democrata Bruno Reis, cotado como sucessor do prefeito ACM Neto (DEM). A aliança pode render ao PSL 57 segundos diários de tempo na TV.

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Depois de ajudar o DEM, o PSL pretende receber o apoio da silgla, a fim lançar a candidatura da professora Dayane Pimentel (PSL), na prefeitura de Feira de Santana, também do estado da Bahia. 

Além da Bahia, é esperado que o PSL consiga alianças para  prefeitura do Rio de Janeiro. O PSL já declarou, desde o ano passado, que vai lançar o atual deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL) no pleito eleitoral deste ano. Inclusive, o próprio senador Flávio Bolsonaro, que assim como o pai foi filiado ao PSL, já havia reforçado o apoio a Rodrigo na época. 

No entanto, segundo a reportagem do jornal O Globo, há um impasse nos bastidores sobre a decisão. De acordo com o periódico, tanto o DEM quanto o PSL, estudam fazer uma coligação que favoreça Eduardo Paes (DEM) na disputa pela prefeitura do Rio.

Já em São Paulo, o PSL e o DEM devem ajudar Bruno Covas (PSDB) na reeleição na prefeitura da cidade, colocando a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) como vice.

A meta do PSL, presidido pelo deputado federal Luciano Bivar (PSL), antes da saída de Bolsonaro, era de lançar cerca de 300 candidaturas próprias em 300 cidades que possuem mais de 100 mil habitantes. Essa estratégia visava oferecer a Bolsonaro uma retaguarda para as eleições de 2022, mas sem o chefe de Estado e aliados, a quantidade de candidatos às eleições municipais será reduzida.

A formação das coligações na disputa pelo Governo de Pernambuco foi questionada durante o debate entre os candidatos, nesta terça-feira (18). Com um palanque composto por Pros, Avante e PDT, o postulante Maurício Rands (Pros) indagou Armando Monteiro (PTB) sobre o fato de poucos saberem que o PSL, partido do presidenciável Jair Bolsonaro, integra a base dos 13 partidos que endossam a candidatura dele. 

“A repetição dessas práticas convencionais aumenta a descrença na política. Sua coligação vai desde o partido de Bolsonaro, o PSL, que vem sendo mantido escondido, até a sua estrela, que você colocou no começo da campanha para tentar surfar na popularidade de Lula… Você está escondendo Bolsonaro?”, questionou Maurício Rands, no debate promovido pela Rádio Liberdade, em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. 

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Por sua vez, Armando negou estar escondendo Bolsonaro da sua base. “Não estou escondendo ninguém, fui convocado por um conjunto de forças porque temos um compromisso de construir uma grande frente para oferecer a Pernambuco um novo caminho… Eu não assumo Bolsonaro, mas recebi sim o apoio dele. O presidente do partido dele é Luciano Bivar, um empresário, uma figura respeitável”, disse o petebista.

“Temos um eixo fundamental [na coligação] que tem compromisso com a mudança de Pernambuco. Pernambuco precisa mudar, é um Estado que andou para trás, perdeu a liderança. Temos que deixar as idiossincrasias e preconceitos de lado e temos que construir o interesse de Pernambuco”, completou, rebatendo Rands. 

Para o candidato do Pros, Armando não é coerente na coligação dos partidos e no discurso. “Não se trata de preconceitos, mas de clareza política. É preciso ser muito mais claro para a sociedade. Primeiro você passou a ideia de que Lula era o presidente e agora você diz que está focado em fazer uma ampla aliança. Mistura o uso da estrelinha do PT com uma candidatura de Bolsonaro soa estranho para a sociedade”, alfinetou Maurício Rands.

Em réplica, Armando acusou o conjunto político de Rands de ter duas posturas em relação às eleições. “A estrela não é do PT, é da bandeira brasileira. Essa questão de coerência tem gente dizendo o seguinte: Maurício está na coligação com o PDT que é linha auxiliar do Governo do Estado. Tem gente, nesse seu conjunto, que não tem o mesmo compromisso com você. Está se apresentando de uma forma para fazer um faz de conta”, rebateu. 

Uma briga que aconteceu na semana passada entre dois grupos de militantes dos candidatos a governador de Pernambuco Paulo Câmara (PSB) e Armando Monteiro (PTB) também deve ter motivado o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) a promover uma reunião, nesta terça (28), com representantes de partidos e coligações. O objetivo foi promover um “acordo de cavalheiros” para evitar conflitos de ruas durante a campanha, que apenas está iniciando. 

No pacto estabelecido no encontro, as coligações se comprometeram a orientar os seus militantes de modo que respeitem uma distância de 200 metros do comitê central dos adversários. Os partidos também deverão avisar à Polícia Militar, com uma antecedência de 24 horas, os eventos e caminhadas que serão realizados. 

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Para a utilização de grandes vias como a Avenida Agamenon Magalhães também será necessário um acordo para que a divulgação de campanhas não choquem com o grupo de opositores de outra sigla. O coordenador da Central de Denúncias (CD), Stênio Neiva, ressaltou a importância do respeito. “Queremos preservar a lisura da campanha eleitoral, queremos que os candidatos e os partidos exponham seus programas, suas ideias. E queremos também que um respeite o outro. Nosso propósito é garantir que as eleições transcorram com tranquilidade e paz", falou na ocasião. 

A campanha eleitoral começou no último dia 16 e vai até 6 de outubro, véspera do primeiro turno. Na reunião ainda foi avisado que a Justiça Eleitoral tem, legalmente, a prerrogativa de reprimir eventuais excessos cometidos durante a propaganda eleitoral.

    

 

    

O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) convocou candidatos, representantes jurídicos de coligações e coordenadores de campanhas para uma reunião nesta terça-feira (28), às 9h. O encontro, segundo o TRE, vai acontecer para solicitar que a corrida eleitoral seja tranquila e segura nas ruas do Estado, de maneira a evitar conflitos entre militantes e partidários.

A reunião será conduzida pelo desembargador Stênio Neiva, coordenador da Comissão de Desembargadores Auxiliares (CDAUX), e pelo procurador regional eleitoral, Francisco Machado Teixeira.  A CDAUX é responsável por analisar e julgar questões relacionadas à propaganda eleitoral em todo o Estado.

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Os juízes da Comissão de Propaganda do Recife, designados para exercer o poder de polícia sobre a propaganda eleitoral na capital pernambucana, também devem estar presentes.

De acordo com o Artigo 331 do Código Eleitoral (Lei 4737/65),  constitui crime "inutilizar, alterar ou perturbar meio de propaganda devidamente empregado" por outro candidato. A pena vai de detenção por até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa. Já de acordo com Artigo 332 da mesma lei, também é crime impedir o exercício de propaganda dos candidatos. Neste último caso, a pena é de detenção por até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa. O TRE pretende reforçar as previsões na legislação durante o encontro. 

Briga entre militantes

A reunião no TRE vai acontecer dias depois de militantes do governador e candidato à reeleição Paulo Câmara (PSB) e do senador Armando Monteiro (PTB) brigarem entre si, enquanto faziam panfletagem na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. O caso está sendo investigado pela polícia. Tanto Armando quando Paulo repudiaram a violência. 

A cláusula de desempenho dos candidatos, estabelecida pela lei 13.165/15, prevê um número mínimo de votos para um deputado federal, estadual ou distrital se eleger. A intenção é inibir os casos em que um candidato com poucos votos seja eleito com a ajuda dos chamados "puxadores de votos" do partido ou da coligação.

Pela nova regra, um candidato precisa ter um número de votos igual ou maior que 10% do quociente eleitoral (que é a quantidade de votos válidos dividida pelo número de vagas em cada estado) para ser considerado eleito ao Parlamento.

Exigências para os partidos
Outra mudança veio da Emenda Constitucional 97/17, que criou exigências para que os partidos políticos tenham acesso aos recursos do fundo partidário e ao tempo gratuito para propaganda no rádio e na TV. O vice-líder do PT, deputado Valmir Prascidelli (SP), disse que a cláusula de desempenho – também conhecida como "cláusula de barreira" – fortalece a atuação dos partidos políticos.

"Sem dúvida nenhuma, é uma novidade importante para esta eleição, porque queremos partidos fortes que representem um posicionamento ideológico: partidos que tenham representação aqui na Câmara, mas que tenham atuação nacional e expressem as opiniões buscando a construção de forma programática. Não podemos mais aceitar aqueles partidos de aluguel, partidos da negociata".

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Aumento progressivo das exigências
A cláusula de desempenho será progressiva. Para o pleito de 2018, a legislação exige que os partidos tenham obtido, na Câmara dos Deputados, um mínimo de 3% dos votos válidos distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação, com um mínimo de 2% dos votos válidos em cada uma delas, ou então que tenham eleito pelo menos 15 deputados federais distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação. Partidos que não obedecem a uma dessas duas condições não terão acesso ao fundo partidário nem à propaganda gratuita de rádio e TV.

A partir de 2019, só terão acesso a esses benefícios os partidos que conseguirem, nas eleições deste ano, pelo menos 1,5% dos votos para a Câmara, distribuídos em 9 estados e com mínimo de 1% dos votos em cada um deles. Esses percentuais sobem gradativamente até 2031, quando serão exigidos 3% dos votos válidos para a Câmara, distribuídos em 9 estados e com 2% dos votos válidos em cada um deles, na eleição de 2030. Mesmo que não atinjam esses índices, os partidos poderão se beneficiar se elegerem, por exemplo, 9 deputados em 9 estados, na eleição deste ano, ou 15 deputados em 9 estados, na eleição de 2030.

O vice-líder do PSB, deputado Aliel Machado (PR), acredita que essas cláusulas inibem o fisiologismo na política.

"Nós acreditamos em um projeto político de verdade. Tentamos destoar daquilo que está posto. Tanto é que o partido teve vários deputados que deixaram a sigla porque não concordavam com o que o partido defende. Nós entendemos que a cláusula de desempenho - porque ela não é uma cláusula de barreira - não extingue outros partidos. Ela apenas diz que, para ter acesso ao fundo partidário e ao tempo de TV, deve-se ter um desempenho mínimo. E eu acho isso justo."

Coligações
As coligações partidárias, que também afetam as chances de uma legenda eleger deputados, ainda vão valer nas eleições deste ano. Porém, essas coligações serão proibidas a partir das eleições de vereadores, em 2020.

O pré-candidato do PSC ao Palácio do Planalto, Paulo Rabello de Castro, afirmou neste sábado, 7, que o Centrão - bloco de partidos liderado pelo DEM e composto por PP, PRB e Solidariedade - "é o blocão do medo". O grupo de partidos é cortejado pelos presidenciáveis Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB).

"Eu não consigo entender para onde vai esse blocão. O blocão é o blocão do medo. As pessoas se reúnem para trocar medo. Medo do Bolsonaro ganhar a eleição, medo do Lula voltar e ganhar, medo do eleitor indeciso não ir votar nas eleições. É a reunião das bananeiras que já deram cacho", afirmou o presidenciável ao Estado, durante o encontro estadual do PSC da Bahia, em um hotel de Salvador.

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Questionado sobre a presença do deputado federal André Moura (PSC-SE) em reuniões do Centrão, Rabello de Castro disse que isso não representa a direção da legenda, mas sim o governo federal, já que o parlamentar ocupa o posto de líder do governo na Câmara.

A declaração do pré-candidato foi chancelada pelo presidente nacional da legenda, Pastor Everaldo Dias, que garantiu a manutenção da candidatura do ex-presidente do BNDES até as eleições de outubro. A postulação, disse o dirigente da sigla, será oficializada em convenção marcada para o dia 20 de julho.

Metas - Rabello de Castro aproveitou o encontro do partido na Bahia para apresentar um plano de 20 metas para um possível mandato de presidente da República. Inspirado no plano de metas de Juscelino Kubitschek, o documento promete, sem detalhar como será executado, recuperar 10 milhões de empregos, revisar a Constituição Federal de 1988, unificar impostos federais em torno do ICMS Nacional Compartilhado, reformar a previdência e o sistema político, entre outros pontos.

"Eles discutem em cima de tempo de TV e de ocupação de cargos. Quero ver conversar em cima de ideias. As minhas já estão prontas", afirmou Rabello de Castro, novamente atacando o conjunto de partidos que forma o Centrão.

O presidenciável ainda insinuou que o pré-candidato do PSL Jair Bolsonaro copia seu plano econômico. Disse que assessores do deputado federal e militar da reserva costumam ir a eventos onde palestra para ouvir suas propostas. "É bom que eles copiem mesmo. Quem sabe assim ele (Bolsonaro) se educa", atacou.

A Câmara concluiu nesta quarta-feira, 27, a votação da proposta que acaba com as coligações em eleições proporcionais a partir de 2020 e estabelece uma cláusula de desempenho para que os partidos tenham acesso ao Fundo Partidário e ao tempo para propaganda em rádio e TV.

No último momento, os deputados aprovaram um destaque e retiraram do texto a possibilidade de os partidos formarem federações. Na prática, isso acaba com a permissão para qualquer tipo de união entre diferentes siglas para disputar as eleições de deputados e vereadores.

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O texto seguirá para o Senado, onde tem de ser analisado na próxima semana para que possa valer para 2018. Antes disso, a Câmara ainda terá que alterar o texto com as novas modificações, o que deve acontecer nesta quinta-feira, 28. Pelo texto aprovado na Câmara, a única medida que terá impacto nas eleições do ano que vem será a cláusula de desempenho (também chamada de cláusula de barreira), já que o fim das coligações valerá somente a partir de 2020.

O patamar da cláusula vai aumentar progressivamente até atingir 3% em 2030. Em 2018, será de 1,5% dos votos válidos a deputado federal, distribuídos em pelo menos um terço dos Estados. A Proposta de Emenda à Constituição, que teve origem no Senado, é de autoria dos senadores Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e Aécio Neves (PSDB-MG), afastado das funções parlamentares esta semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Na Câmara, a PEC foi relatada pela deputada Shéridan (PSDB-RR). Ao final da votação, ela comemorou o resultado. "Disse no início que essa talvez não fosse a reforma dos sonhos, mas vai ser uma mudança de grande magnitude, que começará a sanear disfunções do nosso sistema", afirmou.

No Senado, os parlamentares ainda poderão fazer mudanças ao texto. Não está descartada, por exemplo, que a Casa aprove o fim das coligações já para 2018, como previa a proposta inicial da Câmara, e endureça as regras da cláusula de barreira.

O plenário da Câmara retomou nesta quarta-feira, 27, a votação, em segundo turno, da proposta que acaba com as coligações em eleições proporcionais a partir de 2020 e estabelece uma cláusula de desempenho para que os partidos tenham acesso ao Fundo Partidário e ao tempo para propaganda em rádio e TV.

Os deputados precisam analisar três destaques ao texto. Um deles, proposto pelo DEM, PP e PT, tem como objetivo manter as regras atuais para a "janela" de mudança partidária, que permite os parlamentares trocarem de partido seis meses antes da eleição, sem perder o mandato.

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Já o PP apresentou destaque para retirar do texto a possibilidade das coligações serem substituídas por federações partidárias a partir de 2020. A diferença é que os partidos que se unirem em federações devem atuar juntos durante toda a legislatura.

Após a Câmara concluir a votação da proposta, o texto será enviado ao Senado. Para valer nas eleições de 2018, a PEC precisa estar em vigor até 7 de outubro.

Além dessa PEC, os deputados também devem discutir nesta quarta-feira, 27, o projeto aprovado pelo Senado que cria um fundo público para financiamento de campanha e um outro projeto, de autoria do deputado Vicente Cândido (PT-SP), que traz uma série de mudanças das regras do sistema político-eleitoral.

A Comissão Especial da PEC 282/2016, que propõe o fim das coligações partidárias e estabelece cláusula de barreira, teve que suspender o processo de votação da matéria devido ao início da ordem do dia no plenário da Câmara. No momento do encerramento da sessão, os membros do colegiado analisavam um destaque ao parecer da deputada Shéridan (PSDB-RR). A presidente da comissão, deputada Renata Abreu (Pode-SP), convocou uma nova reunião para amanhã, às 11 horas.

Ao ler o seu substitutivo, no início da sessão, nesta terça-feira, Shéridan anunciou que fez modificações no texto para atender alguns pedidos dos partidos menores e garantir a aprovação do texto. Entre as alterações, está a flexibilização para federações dentro dos Estados e Distrito Federal. Pelo novo texto, fica estabelecido que "no âmbito dos Estados e Distrito Federal, dois ou mais partidos integrantes de uma federação poderão, para fins exclusivamente eleitorais, organizar-se em subfederações".

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Com a mudança, os partidos podem fazer subfederações durante o período eleitoral de acordo com a conjuntura política de Estados e no Distrito Federal, mas após a eleição as legendas precisam restabelecer a formação constituída pela direção nacional da legenda. Ou seja, se nacionalmente a federação for composta pelos partidos A, B, C e D, nos Estados, para as eleições, a subfederação pode ser formada apenas por A e C. No entanto, não pode ter no grupo estadual o partido E, que não faz parte da federação nacional.

Segundo Shéridan, as federações buscam facilitar o acesso de partidos menores que não conseguirem atingir a cláusula de desempenho ao fundo partidário e tempo de rádio e televisão, que seriam divididos proporcionalmente de acordo com o tamanho das legendas que compõem o bloco. "Essa mudança foi construída para que partidos que não consigam alcançar o quociente eleitoral tenham a possibilidade de se federarem para que, unindo os quocientes eleitorais dos partidos, possam trabalhar nesse modelo de federação", defendeu.

Questionada se a flexibilização vai manter a grande quantidade de partidos, a parlamentar negou. "A federação dificulta e estabelece condições para o acesso aos recursos eleitorais. Agora tem que ter condições, tem que ter voto, por que você vai querer se unir com alguém que não tem voto? Se (o partido) for peso morto, quem vai querer se juntar (a ele)?", questionou.

Além dessas mudanças, a relatora também reduziu em seu dispositivo o número mínimo de parlamentares eleitos para que as legendas tenham acesso ao fundo partidário e ao tempo de rádio e televisão.

De acordo com novo o substitutivo elaborado pela deputada, a partir de 2030, somente os partidos que obtiverem no mínimo 3% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço dos Estados, terão direito aos recursos do Fundo Partidário. Para terem acesso ao benefício, os partidos deverão ter pelo menos 15 deputados eleitos distribuídos em pelo menos um terço dos Estados, e não 18 deputados como constava inicialmente.

Na legislatura formada a partir da eleição de 2022, o número mínimo para os partidos terem acesso aos recursos passou de 12 para 11 deputados eleitos. Já após o pleito de 2026, o número mudou de pelo menos 15 deputados eleitos para 13 parlamentares.

Votação

Shéridan defende que, se não houver um entendimento no colegiado nos próximos dias, o texto pode ser encaminhado diretamente para o plenário, como também já sinalizou o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O prazo mínimo exigido para que isso aconteça será completado na próxima quinta-feira, 24, quando será contabilizada a 40ª sessão de discussão sobre a proposta.

"O relatório está pronto há três semanas, então, se não avançarmos aqui, acho uma ideia inteligente e razoável levar diretamente para plenário", declarou Shéridan. A parlamentar afirmou ainda que não vê a ideia como "um problema, e sim como uma solução". "Entendo que há um entendimento muito grande no restante dessa Casa para validarmos essa matéria no plenário."

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, defendeu em palestra na capital paulista o fim das coligações e a cláusula de barreira, que pode diminuir o número de partidos representados no Congresso. Ele disse que o Congresso precisa definir as mudanças até setembro ou outubro deste ano para que eventuais novas regras passem a valer nas próximas eleições presidenciais, em outubro de 2018. O ministro deu uma palestra nesta segunda-feira (6) sobre reforma eleitoral no auditório do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis (Sescon) de São Paulo.

"Andaríamos bem se avançássemos com a questão da coligações e a cláusula de barreira. Também seria grande ganho desconstitucionalizar a questão do sistema eleitoral, para deixar que o próprio jogo político partidário e a formação da maioria permitam fazer experimentos institucionais", disse o ministro.

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Atualmente, a legislação define as eleições de parlamentares como proporcionais. Pela ideia de Mendes, esta questão deveria ficar em aberto na Constituição e seria definida por legislação complementar.

Crítico do fim do financiamento privado nas eleições sem uma reforma mais ampla no sistema eleitoral, Gilmar Mendes afirmou que o País está atualmente "em um mato sem cachorro" e em um "limbo", pois proibiu as doações corporativas em um ambiente em que as doações particulares não se materializam. "Estamos em um mato sem cachorro, não temos financiamento coletivo e estamos com sistema de lista aberta."

Para ele, se não for discutida outra forma de financiamento eleitoral, as eleições presidenciais de 2018 poderão acontecer em um quadro de "anomia" e de "falta de controle". Mendes diz que é preciso pensar em uma "grande engenharia institucional que permita que os itens sejam minimamente regulados" para o financiamento e que as eleições não resultem em um quadro de abuso de poder econômico, como revelado pelas investigações recentes. O ministro destacou que é preciso definir também um teto para as doações, sejam de empresas ou de pessoas físicas.

Caixa 2

O ministro disse que as investigações recentes, inclusive a que julga o processo Dilma-Temer no TSE, mostraram que a forma de financiamento via caixa dois foi generalizada em todas as eleições.

Ele destacou, na palestra, o depoimento do empreiteiro Marcelo Odebrecht ao TSE na semana passada. "Os senhores viram as declarações de Marcelo Odebrecht dizendo que doou para a campanha de Dilma Rousseff R$ 150 milhões, dos quais 80% pelo caixa dois. Num sistema de franquia, de abertura, ocorreu isso. E isso é pouco que se sabe desse contexto todo", afirmou.

O ministro afirmou que o julgamento da chapa Dilma-Temer vai servir para contar a história das campanhas presidenciais. "Espero que não se repita em 2018", disse referindo-se ao que está sendo descoberto. Perguntado sobre como recebeu as declarações dos empreiteiros que estão depondo ao TSE, Mendes disse que todo o Tribunal ficou surpreso com o volume de doações via caixa 2 que se tornou público até agora.

Em sessão realizada nesta terça-feira (13) integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovaram a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece cláusula de desempenho nas próximas eleições de 2018 e o fim das coligações a partir de 2020. O projeto, de autoria do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), segue para discussão do plenário do Senado.

De acordo com o texto, a legenda só poderá receber recursos do Fundo Partidário, ter acesso gratuito à rádio e TV e o funcionamento parlamentar no Congresso se conseguirem, na disputa para a Câmara dos Deputados, no mínimo 3% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos 14 unidades da Federação. A PEC também estabelece que os parlamentares, bem como seus respectivos suplentes, que deixarem o partido perderão o mandato, salvo em caso de grave discriminação política.

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"A PEC é praticamente uma reforma política porque ela tem a virtude de inibir o número de partidos acabando com as legendas de aluguel, aquelas que existem único e exclusivamente para se apropriar do fundo partidário e negociar o tempo de televisão", afirmou Aécio após a aprovação do projeto.

"A proposta visa moralizar e dar racionalidade ao sistema político que hoje está na UTI. O modelo atual fez da criação de partidos um negócio lucrativo", considerou Ricardo Ferraço.

Na discussão da PEC também ficou que a partir de 2020 fica proibia a realização de coligações partidárias, que consiste na união de dois ou mais partidos que apresentam conjuntamente seus candidatos para uma determinada eleição.

O projeto também prevê que os partidos com afinidade ideológica e programática poderão se unir em federações, tendo, contudo, que atuar conjuntamente no Congresso durante o período para o qual os parlamentares foram eleitos.

A Câmara dos Deputados rejeitou nesta quinta-feira, 28, uma emenda que queria acabar com as coligações em eleições proporcionais. Eram necessários ao menos 308 votos para aprovar esse dispositivo, mas houve apenas 206 votos a favor. Se manifestaram contra 236 parlamentares e houve cinco abstenções.

Com a decisão, ficam mantidas as regras atuais, pelas quais os partidos políticos podem se coligar nos pleitos para vereador, deputado estadual e federal. O PSDB foi o partido que em Plenário mais defendeu a aprovação da emenda, mas acabou derrotado. O argumento é que as coligações são formadas sem identidade ideológica entre as legendas e de olho apenas na partilha do tempo de televisão.

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"Era a alternativa que nos restava para salvar algo substancial na reforma política", avaliou o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG). "Não conseguimos avançar no fundo partidário e vamos continuar com eleições em que o eleitor vota em alguém e elege uma pessoa de outro partido e de outra ideologia. Isso é enganar o eleitor", disse.

O confuso quadro das coligações, envolvendo em alguns casos partidos rivais, como PT e PSDB, tem deixado em parafuso o eleitor mais distante do processo político. Ontem, ao entrar num elevador e ser reconhecido por um leitor deste blog, ele sapecou sem meias palavras: “Seu Magno, o senhor que entende muito de política poderia me explicar por que o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira, carne e unha com o PSB e com o prefeito Geraldo Júlio, não apoia Eduardo para presidente?”

Fiquei sem reação. Como explicar? Teoricamente, o partido de Luciano, o PCdoB, está na aliança de Dilma e, fiel à legenda, o vice-prefeito seria obrigado a pedir votos para a presidente no Estado. Mas o PCdoB, no plano estadual, não está com Armando Monteiro, o candidato de Dilma e de Lula, mas com Paulo Câmara, do PSB e apadrinhado pelo ex-governador Eduardo Campos, que, no entender de Luciano, não serve para governar o País.

Núcleo mais consistente da legenda comunista no Estado, o município de Olinda também está com Geraldo e, o que é mais interessante, com Eduardo para presidente, conforme têm apregoado o prefeito Renildo Calheiros e a deputada federal Luciana Santos, principais exponentes do partido comunista na Marim dos Caetés.

Sendo assim, o que se pode concluir é que o vice-prefeito do Recife acha que o País está uma maravilha e por isso mesmo precisa de mais quatro anos com Dilma, mesmo no seu Estado ele confiando o seu voto num adversário da presidente, porque aqui o PT não presta, só presta para governar o País. Vá entender um angu deste!

A CADELA– Prima de Eduardo, a vereadora Marília Arraes, da bancada socialista na Câmara do Recife, teve o seu nome utilizado em uma brincadeira de mau gosto protagonizada dentro do comitê central de campanha da legenda no Recife. Marília foi o nome pelo qual os funcionários batizaram uma cadela encontrada na rua por militantes do partido e que está abrigada no local. A vereadora diz que vai se vingar dando seus votos para Armando.

Eduardo na lanterninha– O site Monitor Eleitoral mediu a presença dos candidatos nas redes sociais de 25 a 31 de julho. O candidato mais falado, para o bem e para o mal, é a presidente Dilma (49,5%). Depois vem Aécio Neves (32,6%) e Eduardo Campos (17,8%).

Greve em Suape– Mais de 30 mil trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima e da Petroquímica Suape, localizadas no Complexo Industrial e Portuário de Suape, entraram em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada ontem em assembleia. A categoria reivindica reajuste salarial de 13%, aumento no valor da cesta básica, passando dos atuais R$ 310 para R$ 408,00.

Eleitora tucana– Sinara Policarpo, a servidora do Santander que agourou a economia numa possível reeleição de Dilma, é eleitora de Aécio Neves. Em 7 de abril do ano passado, ela compartilhou no Facebook reportagem da mesma Folha de São Paulo que afirmava que a presidente Dilma seria "leniente com a inflação". Nesse compartilhamento, a ex-funcionária do Santander pôs um comentário: "Aécio para presidente".

CPI em Santa Cruz– O prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, Edson Vieira (PSDB), conseguiu abortar uma CPI para apurar denúncias envolvendo despesas pagas com dinheiro público para uma festa da primeira-dama. O vereador tucano Vanio Vieira, da sua base, deixou vazar uma gravação, entretanto, mostrando que a operação de barramento da CPI não tem nada de republicano.

CURTAS

ESTREIA– Ao subir, ontem, pela primeira vez na tribuna do Senado e fazer seu pronunciamento de estreia, o senador Douglas Cintra (PT) foi fiel às suas origens e pregou, como bom caruaruense, a promoção da interiorização do desenvolvimento. “Temos que ampliar a oferta de emprego no Interior”, destacou.

PROTESTO– O presidente da OAB, Pedro Henrique, que estava ontem em Brasília, já cumpre agenda hoje em Salgueiro e na próxima semana em Serra Talhada. Na agenda, atos em favor do andamento mais rápidos nos processos que tramitam nos fóruns municipais.

Perguntar não ofende: Vai dar em pizza o trabalho da comissão especial que Renan criou no Senado para apurar a denúncia da revista Veja?

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