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Com a ex-ministra Marina Silva (PSB) fora do segundo turno, a presidente Dilma Rousseff prepara uma ofensiva para tentar conquistar votos entre os evangélicos, que representam cerca de 20% do eleitorado. Segundo uma fonte relatou ao Broadcast Político, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência e coordenador da campanha de Dilma, Gilberto Carvalho, defendeu em uma reunião da executiva do PT, que acontece nesta quarta-feira em Brasília, que o partido reforce a interlocução com o segmento. Devota da Assembleia de Deus, Marina conseguiu no primeiro turno atrair apoio entre os evangélicos.

Carvalho disse, segundo a fonte que participou do encontro, que Dilma não deve se prender apenas ao diálogo com os maiores caciques religiosos. Para ele, a campanha deve abrir canais de diálogo com as médias lideranças evangélicas, que têm contato mais direto com os fiéis.

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Na etapa final da eleição, a presidente deve promover um novo ato político voltado para os evangélicos. No primeiro turno, ela já compareceu a um culto na Assembleia de Deus do Brás, em São Paulo, e à inauguração do Templo de Salomão.

Mirando esse eleitorado, o comitê de Dilma também mandou imprimir dois milhões de panfletos intitulados "Evangélicos com Dilma - Por que votamos em Dilma!". O material traz uma foto da presidente na Assembleia de Deus do Brás, com destaque para uma frase dita pela petista na ocasião: "O Estado brasileiro é um Estado laico, mas o Brasil é uma nação que tem Deus como Senhor. Acredito naqueles que creem. Acredito no poder da oração. Não se esqueçam de orar por mim. Todos os dirigentes deste País dependem do voto do povo e da graça de Deus. Eu também".

A mesa diretora da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) deve ter, nas próximas semanas, uma reunião para definir se vai apoiar algum candidato nas eleições para Presidência da República. "Estamos numa reta de chegada. Provavelmente até a semana de início da campanha de TV deveremos ter uma posição", disse ao Broadcast Político, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real, o pastor Lelis Washington Marinhos, presidente da comissão política da CGADB. O programa eleitoral gratuito começará no dia 19 de agosto.

Lelis, que preside a comissão política composta por outros quatro pastores, preferiu não dizer qual a sua inclinação política pessoal. Ele disse apenas defender as posições da Assembleia. Segundo Lelis, a comissão vai elaborar um parecer, a partir dos encontros realizados com candidatos presidenciais. Esse parecer será então levado à mesa diretora da congregação, composta por 13 membros. A decisão final caberá a essa mesa diretora. Apesar da expectativa de que essa reunião aconteça nas próximas semanas, não há um prazo formal, explicou Lelis.

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A congregação pode escolher apoiar abertamente algum candidato ou pode se manter neutra. Em 2010, a CGADB apoiou o candidato do PSDB, José Serra. Neste ano, há um candidato evangélico, Pastor Everaldo, e uma vice de chapa, Marina Silva, do presidenciável Eduardo Campos, que é também integrante da Assembleia de Deus. Mas, segundo o pastor, a comissão política ouve a todas as propostas indiferentemente.

Até o momento, a CGADB foi procurada e realizou eventos, para mais de dois mil pastores, com Aécio Neves (PSDB), no dia 7 de julho, e ontem com o Pastor Everaldo (PSC), Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva. Ontem, a congregação recebeu Everaldo por volta das 9h30 e Campos e Marina por volta das 11h, relatou o pastor Lelis.

Segundo o pastor, essa reunião acontece toda primeira segunda-feira do mês e pode receber os candidatos quando estes procuram a CGADB. Lelis contou que Marina leu um versículo da Bíblia, em referência à importância da palavra. "Ela falou da importância da palavra dita." Campos falou por cerca de 15 minutos, destacando mensagens de renovação na política e a proposta do ensino integral, além da promessa de destinar mais recursos para a saúde pública, relatou Lelis.

"Politicamente, acho que ele abordou assuntos genéricos, nenhum assunto específico de interesse da igreja", disse o pastor. Segundo ele, o único candidato a defender bandeiras caras à Igreja, como não descriminalizar o aborto e não aprovar o casamento gay, foi o pastor Everaldo. "Ele disse ter compromisso com a família, especificou muito bem isso e que defende todas as nossas teses com relação aos princípios éticos e morais. Sem dúvida nenhuma, isso agrada ao público evangélico", afirmou Lelis. Everaldo foi também o único a colocar em sua agenda pública de candidato o encontro com a CGADB. Aécio e Campos omitiram o compromisso nas agendas.

Segundo Lelis, nem outros candidatos ou a presidente Dilma Rousseff (PT) procuraram a entidade até esse momento para apresentar propostas. "Acho que, em 2010, também não fomos procurados por ela (Dilma), não. Ela não esteve aqui", disse Lelis, ao lembrar ainda que, em 2006, o então candidato à reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, havia feito uma reunião com os pastores para apresentar seus projetos.

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A participação dos evangélicos nos pleitos eleitorais tem crescido nos últimos anos. Em comparação a 2010, por exemplo, as candidaturas de pessoas que integram o segmento religioso cresceram 40%, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Só de pastores o órgão registrou 270 registros, em 2010 foram 193. 

Representando quase 42,3 milhões de brasileiros, de acordo com dados do IBGE 2010, o voto evangélico é cortejado tanto por candidatos do segmento quanto por outros. Este aspecto dificulta ainda mais a unidade do eleitorado religioso, já que ao contrário do dízimo (valor pago mensalmente nas igrejas) eles não são obrigados a votar em um único candidato. 

PT e PSB já admitiram que vão atuar visando o setor, para garantir a parcela de religiosos que votarão neles. O PSDB, abrangendo todos os segmentos religiosos, chegou a afirmar que não nutre preconceitos e vai investir maciçamente para atrair o público evangélico. 

Vistos como polêmicos por serem contra temas como a legalização do aborto, a união homoafetiva e a eutanásia, os candidatos evangélicos apresentam como principal bandeira a defesa da família, seguindo, de acordo com eles, os prefeitos de bíblia sagrada. 

Representatividade no Congresso Nacional

Os religiosos que compõem as bancadas do Senado e da Câmara Federal criaram a Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional. Atualmente eles configuram 73 parlamentares, sendo 70 deputados e três senadores. Entre eles estão os deputados Pastor Marcos Feliciano (PSC-SP), João Campos (PSDB-GO) e o pernambucano Anderson Ferreira (PR), além do senador Magno Malta (PR-ES). 

Em 2010 a bancada evangélica voltou a ganhar força no Congresso, em 2006 eles representavam apenas dos 36 deputados.

Em artigo reproduzido nesta terça-feira, 29, no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o arcebispo de Juiz de Fora, dom Gil Antonio Moreira, pede providências das autoridades para que garantam o direito dos católicos de praticar sua fé. Ele se refere a "atitudes agressivas contra a Igreja Católica" que estão se repetindo pelo País. Trata particularmente de ataques contra imagens em templos.

Segundo o arcebispo, as ações visam restringir o direito dos católicos de "praticar sua fé, que inclui a veneração (não adoração) de imagens". Na avaliação dele "trata-se de um problema sério que fere a legislação a respeito da liberdade religiosa".

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Se não houver providências, afirma dom Gil, o problema tende a se agravar: "Não há dúvida que nossos governantes devem estar atentos para que não se desenvolva um clima de odium religionis e isto venha a terminar numa verdadeira guerra entre adeptos de crenças diferentes, o que não interessaria a ninguém."

Dom Gil menciona três atos de vandalismo que teriam ocorrido "em poucas semanas". O último deles foi registrado no dia 16, durante uma festa em homenagem a Nossa Senhora do Carmo, na cidade mineira de Sacramento, que faz parte da Arquidiocese de Juiz de Fora.

Diz o texto: "Um rapaz de 20 anos que se apresentou como evangélico quebrou as imagens de uma igreja, destruindo inclusive peças de grande valor artístico tombadas por órgãos governamentais de proteção ao patrimônio histórico. Aprisionado, o tal rapaz se disse doente mental, tendo sido até mesmo internado em clínica para tratamento desta natureza. Geralmente, quando acontecem estes desrespeitosos atos de violência e fanatismo, aparece um advogado para defender o réu com tal argumentação e tudo fica por isso mesmo."

Os casos de vandalismo, segundo o arcebispo, "têm sido praticados por pessoas que se dizem evangélicas".

Ao final do artigo, além de dizer que perdoa os agressores e pedir a colaboração de líderes de todas as denominações religiosas para que os ataques sejam eliminados, ele volta a se referir à necessidade de interferência das autoridades. Insiste para que "tomem atitudes que defendam o direitos dos brasileiros de praticarem livre e pacificamente a sua fé".

Não é a primeira vez que representantes do clero católico mostram preocupação com o crescimento da hostilidade entre religiões. Um dos episódios mais significativos e polêmicos desse debate, conhecido como "chute na santa", ocorreu em 1995. Durante um dos programas de evangelização da Igreja Universal do Reino de Deus na TV, um de seus pastores chutou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida.

O episódio foi lembrado pelo sociólogo José de Souza Martins, em artigo publicado no caderno Aliás do Estadão, no domingo, sob o título Bê-á-Bíblia. Ao comentar a aprovação de um projeto de lei apresentado por um vereador evangélico da Câmara Municipal de Nova Odessa, no interior de São Paulo, que pode obrigar todos os alunos da rede municipal de ensino a ler pelo menos um versículo do Bíblia no início da aula, todos os dias, o sociólogo observa: "A proposta abusiva expressa a crescente intolerância religiosa no País e as armadilhas usadas para fazer as instituições públicas e do Estado cúmplices do proselitismo religioso."

A íntegra do artigo do arcebispo de Juiz de Fora pode ser lido no site da CNBB. A análise de Martins, que é professor emérito da Universidade de São Paulo (USP), encontra-se à disposição no Portal Estadão.

A campanha da presidente Dilma Rousseff deverá ter uma coordenação específica para os evangélicos. Em reunião realizada na terça-feira, 22, no Palácio do Alvorada com os comandantes dos partidos que formam a coligação pela reeleição de Dilma, ficou acertado que os presidentes do PSD, Gilberto Kassab, do PROS, Eurípides Júnior, e do PRB, Marcos Pereira, ajudarão a montar uma agenda de encontros da presidente com lideranças evangélicas do País.

No encontro de terça-feira, 22, que teve também a participação do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), e dos ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, presidentes das siglas aliadas expuseram a Dilma a necessidade de se montar desde o início uma estrutura voltada para esse público, que soma mais de 40 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Justificaram ainda que esse eleitorado tem se identificado mais com o candidato Pastor Everaldo (PSC), da Assembleia de Deus, e demonstra resistência ao Partido dos Trabalhadores. "O eleitorado evangélico reclama muito de uma parte do PT favorável ao casamento de homossexuais e (à descriminalização do) aborto", afirmou Marcos Pereira.

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Com isso, o núcleo da campanha petista pretende argumentar que o governo Dilma cumpriu a promessa assumida com lideranças evangélicas em 2010, de não propor alterações na legislação do aborto. "Ela (Dilma) deixou claro (ontem) que não vai apoiar o que não tiver consenso entre os partidos", disse Pereira. O aborto foi um dos principais temas abordados no segundo turno da disputa presidencial de 2010, quando a presidente conquistou seu primeiro mandato.

A reunião de ontem serviu para transmitir a mensagem de que os aliados terão voz nos rumos da campanha. Marcaram presença o presidente do PT, Rui Falcão; do PDT, Carlos Lupi; do PCdoB, Renato Rabelo; do PP, Ciro Nogueira; do PROS, Eurípedes Júnior; do PRB, Marcos Pereira; e do PSD, Gilberto Kassab. O presidente do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), não compareceu, mas o partido enviou como representante o deputado Luciano Castro (RR), vice-líder do governo na Câmara.

O senador e pré-candidato ao Governo do Estado, Armando Monteiro (PTB), terá o apoio no pleito de lideranças religiosas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e ao Partido Republicano Brasileiro (PRB). A união foi ratificada durante um almoço, nesta quinta-feira (19). O evento também marcou a adesão da comunidade evangélica à postulação do deputado federal João Paulo (PT) ao Senado.

De acordo com Armando Monteiro, a boa política guarda semelhanças com o trabalho social desenvolvido pelos evangélicos. "A atitude política é uma atitude missionária. Só faz sentido fazer a política com P maiúsculo se houver engajamento com as causas coletivas", explicou o petebista. 

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Quem também destacou as similaridades entre a militância política e o trabalho missionário foi o deputado João Paulo. "Tenho a mesma origem de vocês, que é a militância cristã. Além disso, recebi o apoio da Universal e uma das primeiras coisas que fiz quando assumi a Prefeitura do Recife em 2001 foi buscar o diálogo com os pastores. Sabemos que um governo pode ter uma identificação com o Evangelho. Um governo tem que cuidar das pessoas", afirmou.

Se o período carnavalesco é sinônimo de agitação e festejo para muitas pessoas, outras aproveitam o feriado para se desligarem do corre-corre do cotidiano e relaxar. Inúmeras entidades religiosas organizam retiros de Carnaval e os fiéis se resguardam em oração e meditação. Os blocos e fantasias são trocados pela reflexão espiritual, em ambientes de intenso contato com a natureza. 

Em Pernambuco, as opções são as mais variadas, bem como os investimentos. Em Timbaúba, o Centro de Estudos Budistas Bodisatva (CEBB Darmata) promove um retiro com o viés “Meditação e Remoção de Obstáculos”. Da sexta-feira (28) a terça de Carnaval (4), o diretor espiritual Lama Samten guia as atividades de orações, práticas meditativas, com o intuito de prover a tranquilidade para os participantes. 

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“São garantidos os alojamentos e as refeições para os participantes. Sugerimos uma contribuição de R$ 450 reais, mas negociamos valores para aqueles com dificuldades financeiras”, informou Márcia Baja, integrante da equipe de coordenação do CEEB. O retiro acontece na Fazenda Nossa Senhora, em Timbaúba, e as inscrições podem ser feitas diretamente pelo site da entidade. De acordo com Márcia, pessoas de qualquer crença religiosa são bem-vindas. 

No Recife, a Igreja Adventista de Boa Viagem oferta, desde outubro de 2013, ingressos para o retiro de Carnaval 2014. “Um evangelista de fora do Estado vem fazer palestras e tratar dos assuntos da bíblia, do cristianismo. A ideia é sair desse período de agitação para se aproximar e voltar-se às coisas de Deus”, esclareceu o diretor de comunicação da igreja protestante, Guilherme Cunha. As atividades acontecem em hotel-fazenda no Cabo de Santo Agostinho, da sexta a Quarta-Feira de Cinzas, e o investimento é de R$ 470. 

Para quem não quer pernoitar, mas deseja se manter conectado às atividades religiosas, a Comunidade Católica Shalom promove ações diárias, do domingo a terça-feira de Carnaval, no Colégio Vera Cruz, bairro das Graças. Sem taxas de participação, a organização apenas pede a doação de um quilo de alimento não-perecível para projetos sociais da instituição de ensino. 

De acordo com Marcos José, responsável pelo evento, são realizados cursos, palestras específicas destinadas a jovens, casais, momentos para confissões e, toda noite, acontecerá a celebração eucarística. Denominado “Reviver”, o encontro também reserva um espaço às crianças, com brinquedos e atividades para os pequenos.

A força dos políticos evangélicos, que se apoiam em cadeias de rádio e TV mantidas por denominações religiosas ligadas a eles, está provocando o esfriamento das relações entre o PT e os movimentos de defesa dos direitos da minoria gay.

Na avaliação de representantes dos movimentos de combate à homofobia, o novo cenário teria como causa o projeto político do PT, de continuidade no poder. Para manter sua base de apoio e garantir a reeleição, o governo da presidente Dilma Rousseff e os parlamentares petistas estariam fazendo cada vez mais concessões a setores ultraconservadores, representados prioritariamente no parlamento brasileiro pela bancada evangélica.

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A situação atual contradiz a história do partido de Dilma, que, desde seu surgimento, na década de 1980, foi simpático às causas do movimento gay.

Do total de 97 proposições que tramitam no Congresso envolvendo de maneira direta ou indireta assuntos relacionados a essa minoria, 38 são de autoria de petistas, segundo pesquisa concluída dias atrás, com patrocínio do Ministério da Justiça. Intitulada Estudo Sobre Direitos Sexuais, essa pesquisa também mostra que, em segundo e em terceiro lugares, aparecem, bem atrás, o PMDB, com 10 proposições e o PV, com 9. O PSDB está em sexto lugar nessa lista.

Ao chegar à Presidência da República, em 2003, o PT sinalizou que manteria a proximidade com o movimento gay. Foi no governo de Luiz Inácio Lula da Silva que surgiu o programa Brasil Sem Homofobia. Também foi organizada a 1ª Conferência Nacional LGBT, em 2008, da qual saíram o 1.º Plano Nacional LGBT, contra a discriminação, e um programa de enfrentamento da epidemia de Aids voltado para gays e travestis.

Apesar das boas intenções, a maior parte dessas propostas não saiu do papel, na avaliação de Oswaldo Braga, coordenador de projetos do Movimento Gay de Minas. "No caso do Brasil Sem Homofobia, surgiram grupos de trabalho e muitos documentos, mas poucas ações concretas", afirma Braga.

O coordenador lembra que em 2011 a presidente Dilma Rousseff vetou a distribuição de material educativo sobre diversidade sexual em escolas; e, em fevereiro do ano passado, mandou retirar do ar o vídeo que estimulava o uso de preservativo entre jovens homossexuais. "Os evangélicos pressionaram e a propaganda, focada no segmento mais vulnerável à Aids, não foi veiculada", diz.

Para Luiz Henrique Coletto, vice-presidente da Liga Humanista Secular, "há um apagão deste governo em relação à população LGBT". Ele assinala que parte da bancada petista e setores do Executivo, como a Secretaria de Direitos Humanos, mantêm a tradição de defesa dos gays. Essa não seria, no entanto, a direção do núcleo político do Planalto.

A prova mais recente da guinada petista, segundo Coletto, ocorreu na semana passada, no Senado. Ao votarem o destino do Projeto de Lei 122 de 2006, que criminaliza a homofobia, assim como racismo e o antissemitismo, os senadores decidiram apensá-lo ao debate do projeto do novo Código Penal. Essa era a solução que menos interessava aos gays, porque vai arrastar o debate por vários anos. "Mas era a solução que interessava ao Planalto, que não queria votar a matéria antes das eleições", diz Coletto.

Na votação, os senadores do PMDB e outros partidos da base de apoio do governo apoiaram o apensamento, assim como os do PSDB. Quanto aos petistas, não votaram de forma homogênea. Dos doze senadores que compõem a bancada do partido de Dilma, apenas seis estavam presentes na hora da votação. Desses, quatro votaram contra o apensamento, como desejavam os gays e de acordo com a orientação da liderança partidária. Mas um se absteve e outro votou pelo apensamento, ao lado dos evangélicos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Frente Parlamentar Evangélica da Câmara dos Deputados projeta um crescimento de 30% nas eleições do ano que vem. Espera passar dos atuais 73 parlamentares para até 95 - ocupando algo em torno de 18% das cadeiras disponíveis. Especialistas não acham difícil que isso ocorra, pois o grupo nunca teve tanta força. E, em ano de sucessão presidencial, o poder de fogo desse setor da sociedade deve ficar ainda maior. Nas eleições de 2010, por exemplo, temas caros aos evangélicos, como o aborto, pautaram a disputa direta entre Dilma Rousseff e Jose Serra (PSDB).

"A presença dos evangélicos nunca foi tão grande. O debate (pautado pelo grupo) cresceu em eleições e no Legislativo", afirma a cientista política e professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Maria do Socorro Sousa Braga.

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Para o único parlamentar assumidamente homossexual do Brasil, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), os partidos ligados aos religiosos já estão se esforçando para pautar as eleições com a temática contra o casamento gay, o aborto e a criminalização das drogas. "Querem, de maneira geral, rebaixar o debate para questões morais e comportamentais", afirma.

Os evangélicos representam atualmente 22% de toda a população brasileira, segundo o IBGE. Seu voto é marcado pela fidelidade aos seus líderes religiosos. "Há um confronto (dos evangélicos) em relação às questões morais e novos posicionamentos (de grupos LGBT). Nesse debate os evangélicos são reforçados por integrantes de outras religiões também, vários representantes católicos passam a apoiar as teses desses parlamentares", diz Maria do Socorro.

A professora da UFSCar lembra que, no caso dos candidatos à Presidência, sempre há uma tentativa de aproximação estratégica com os grupos religiosos. Ela diz que tal aproximação, porém, tem de ser feita de forma moderada a fim de não causar rejeição de outros eleitores.

Além de questões como o aborto e o casamento gay, os representantes dos evangélicos no Congresso tem outras áreas de interesse, como a de concessões de rádio e TV - por causa de programas e canais, comerciais e comunitários, ligados a igrejas. Há ainda projetos específicos caros ao setor. Um deles é o que dá poder às igrejas para contestar leis junto ao Supremo Tribunal Federal. O texto já passou pela Comissão de Constituição e Justiça e aguarda agora o crivo de mais uma comissão antes de ir a plenário. A aprovação desse projeto será uma das prioridades dos evangélicos em 2014.

O presidente da Frente Parlamentar Evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO), afirma que a atuação cada vez maior dos evangélicos no campo da política vai ajudar a impulsionar a expansão da bancada.

Mesmo evitando falar em um candidato à Presidência com apoio da frente evangélica, Campos afirma que o grupo não deve abrir mão de seus posicionamentos. "Sou do PSDB e meu candidato é o Aécio, mas não vou proteger ele, todos os temas relacionados com a defesa da vida, da família natural, à liberdade religiosa, que são valores da sociedade, os candidatos terão que se posicionar", diz.

O pastor Marcos Feliciano (PSC-SP), que ficou conhecido após comandar durante este ano a Comissão de Direitos Humanos na Câmara, se coloca como um dos responsáveis pelo eventual crescimento do número de deputados ligados a religiões no ano que vem. "A minha participação na Comissão despertou católicos, evangélicos e espíritas", afirma Feliciano, segundo quem já há uma forte procura de outros políticos para que ele apareça em parcerias em santinhos no ano que vem.

Feliciano protagonizou, na presidência da Comissão de Direitos Humanos, uma série de polêmicas - foi alvo de protestos constantes - e conseguiu aprovar no colegiado até projetos tidos como homofóbicos.

O cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco, Gustavo da Costa Santos, lembra que, apesar da alta exposição de Feliciano, sua atuação na Comissão de Direitos Humanos também gerou uma repercussão negativa em parte do eleitorado. "Toda sua exposição explicitou o quão caricato são essas figuras, como ele que assumiu a comissão para promover a pauta da sua visão de mundo da religião e não dos direitos humanos", afirma.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A aprovação da presidente Dilma Rousseff (PT) ao projeto de lei que determina o atendimento obrigatório e imediato no Sistema Único de Saúde (SUS) a vítimas de violência sexual foi bastante criticada pelo deputado estadual Adalto Santos (PSB). Durante sessão da Assembleia Legislativa do Estado (Alepe) o parlamentar convocou a bancada evangélica da Casa a lutar contra a matéria. 

“Essa lei é uma porta para a legalização do aborto. (...) A legislação brasileira já protegia as mulheres vítimas de estupro. Essa lei autoriza a morte de crianças”, disparou o socialista.

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A chamada “profilaxia da gravidez” na qual todos os hospitais da rede pública serão obrigados a oferecer, de forma imediata o serviço, foi o trecho que recebeu mais críticas do parlamentar. 

“Claro que sou a favor do aborto em qualquer circunstância. O que não sou a favor é a questão da pílula do dia seguinte”, comentou. 

Duas semanas e meia após ser criticada pelo deputado Marcos Feliciano (PSC-SP) e pelo pastor Silas Malafaia por receber representantes do movimento LGBT no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff recebeu nesta segunda-feira 18 lideranças evangélicas. E, junto com eles, orou pelo País.

Entre os evangélicos presentes estava a Bispa Sonia, que em 2008 foi condenada a cinco meses de prisão fechada e cinco em regime domiciliar, nos Estados Unidos, juntamente com o marido, o também bispo Estevam Ernandes. Eles foram acusados de tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos com dólares não declarados.

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"A gente orou por ela. É um momento de muita pressão que o Brasil está vivendo, de tantas manifestações, e a gente sabe que é uma carga muito pesada que ela está levando, é um ser humano como qualquer outro, a gente veio estender o ombro pra que ela se sinta mais amparada, refugiada", disse a cantora gospel Damares Alves de Oliveira, que participou da audiência com Dilma e o ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella.

"Temos de orar pelas autoridades, temos feito campanha, orando para que haja mudança, haja um novo tempo, que aquilo que está errado venha a ser consertado, que não existam mensalões, roubalheiras, que isso venha a ser consertado", afirmou Damares. A cantora Mara Maravilha, que apresentou programas na década de 1980, também esteve presente.

Segundo Crivella, não foi apresentada à presidente Dilma nenhuma pauta de reivindicações. "É dever da presidente governar para todos. Mas a questão da agenda, todos hão de convir, que é complicada, é difícil atender a todos e estabelecer prioridades para todos", afirmou o ministro, ao ser questionado se a audiência com os evangélicos era uma resposta às críticas de Feliciano e Malafaia.

Durante a audiência, Dilma orou com os presentes e ouviu a cantora Damares cantar um de seus hits, "Sabor de mel". "Deus vai te levantar das cinzas e do pó", diz a letra.

Uma articulação da bancada evangélica na Câmara dos Deputados derrubou a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) impedindo a aprovação da redação final do projeto da chamada Lei da Palmada, que altera o Estatuto da Criança e Adolescente proibindo os pais de aplicarem castigos físicos a crianças e adolescentes. Com isso, a proposta que acaba com o fim do foro privilegiado para deputados e senadores também não foi apreciada.

A estratégia foi fazer uma obstrução sistemática. Deputados da bancada conseguiram derrubar a sessão já na votação da ata da reunião anterior, uma vez que não foi alcançado quórum para continuar os trabalhos. O presidente da CCJ, Décio Lima (PT-SC), convocou nova reunião para esta quarta-feira, 10, para tentar votar os temas constantes na pauta.

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O deputado Marcos Rogério (PDT-RO) esteve a frente da ação para derrubar a sessão. Ele deseja que o projeto da Lei da Palmada seja levado para debate no plenário. Recursos que requeriam essa apreciação perderam a eficácia pela retirada de assinaturas, mas o deputado do PDT fez uma reclamação pedindo que a Mesa da Câmara leve, de ofício, o tema a plenário. A proposta foi aprovada em caráter terminativo nas comissões e precisa ter apenas sua redação final aprovada pela CCJ para seguir a plenário.

Na visão do deputado do PDT, o projeto não é claro e servirá como uma interferência do Estado dentro da educação dada pelas famílias. "O texto é uma carta aberta, se fala em castigo físico e tratamento cruel, mas não há gradação do que é ou não possível fazer na educação dos filhos", argumenta Marcos Rogério.

Pessoa do bem

Ele afirma que não aplica métodos agressivos na educação de seu filho, mas diz que é preciso respeitar as culturas das famílias. "Eu fui corrigido, tomei palmada, varada, mas virei uma pessoa do bem. Existe pai que educa sem utilizar de castigos físicos, mas não podemos criar uma forma única. O que é preciso punir são excessos e abusos", conclui.

Após assumir publicamente um relacionamento com a jornalista Malu Verçosa, a cantora Daniela Mercury levantou uma bandeira contra o preconceito. Nesta quinta (13) ela usou sua conta no Twitter para protestar contra a intolerância religiosa.

Daniela desabafou: "Quem precisa de pastores são ovelhas. Mais professores e educação para o convívio em sociedade. Por que os seres humanos inventam tantas separações para seres iguais? Por que buscam maneiras de se valorizar mais que os outros?  Todo mundo tem o direito a ter sua religião. Deus é amor e Jesus nunca se achou melhor que ninguém. Gente, falo de qualquer diferença ,não estou reclamando de nada."

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A cantora continuou o protesto com outras postagens: "Apenas falo de questões que me inquietam. Difícil não é acreditar em Deus, é acreditar nos homens. O céu e o inferno são aqui mesmo. Não adianta rezar pra Deus e maltratar pessoas. É preciso ter senso critico e exercer o livre arbítrio, o livre pensar. O conhecimento é a única coisa que liberta", declarou Daniela.

 

Deputados da bancada evangélica usaram a comissão de Direitos Humanos, presidida pelo pastor Marco Feliciano (PSC-SP), para fazer críticas à campanha do Ministério do Saúde de prevenção à Aids e redução do preconceito, que tem uma peça com a frase "Eu sou feliz sendo prostituta". Os deputados decidiram pedir informações ao ministério sobre o tema. A peça, veiculada na internet, foi retirada do ar por ordem do ministro da Pasta, Alexandre Padilha, após a divulgação do tema.

O assunto entrou em debate com uma manifestação do deputado João Campos (PSDB-GO). "Esse governo tem uma capacidade de buscar uns temas que me assusta. Eu sou feliz sendo prostituta, diz campanha do Ministério da Saúde do governo Dilma Rousseff. Não tem outra política pública decente para fazer?", questionou. "Já vejo os títulos das próximas campanhas. Sou adúltero, sou feliz. Sou incestuoso, siga-me. Sou pedófilo, sou feliz, sou realizado".

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Outros parlamentares fizeram manifestações na mesma linha. "Estamos combatendo a prostituição infantil e vem uma campanha incentivando. Você está combatendo, tirando das ruas, aí vem a campanha dizendo que é feliz, ninguém é feliz", disse a deputada Liliam Sá (PSD-RJ). "A mulher não nasceu para ser prostituta, nasceu para ser mãe de família", afirmou Costa Ferreira (PSC-MA).

Houve ataques ao governo e a parlamentares que defendem a legalização da profissão de prostituta. "Infelizmente a prática da prostituição não é crime. Agora, quando se trata de Estado brasileiro patrocinando é crime, é apologia à prostituição, é um crime praticado pelo Estado, pelo governo", disse Marcos Rogério (PDT-RO). "Tudo tem a ver com o mercado da prostituição, essa indústria que está de olho na Copa e Olimpíada", afirmou Pastor Eurico (PSB-PE).

Feliciano não fez uma manifestação sobre o tema, mas apoiou a iniciativa do deputado Roberto Lucena (PV-SP) de pedir informações ao Ministério da Saúde. "Vamos fazer esse requerimento de informação ao Ministério da Saúde sobre essa famigerada campanha", disse o presidente da comissão de Direitos Humanos.

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A comercialização de produtos eróticos não é mais novidade e sim é um segmento concretizado e que cada vez mais ganha espaço no cenário brasileiro. O público consumidor é diverso, formado por heterossexuais, gays e bissexuais. Além desses, para quebrar uma imagem antiga e preconceituosa, os evangélicos também passaram a consumir bastante os produtos oriundos dos sexshops.

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“Tenho 49 anos, sou casada. Há 29 anos, sou evangélica e nunca tinha parado para pensar em produtos eróticos. Mais ou menos três anos atrás, após uma amiga oferecer os produtos no trabalho, comecei a usar objetos eróticos. Acho que é uma necessidade para melhorar a relação entre eu e meu marido”, conta Betânia Alves Pessoa. Ela é uma das consumidoras evangélicas que não considera “pecado” usar o erotismo para “apimentar” a relação e, atualmente, é compradora assídua desses produtos. “Eu observo que esses brinquedos não são pecaminosos. Eles nos ajudam a manter o casamento com alegria. Por isso, recomendo aos evangélicos que querem usar, mas, têm vergonha”, finaliza Betânia.

Porém, não são todos os evangélicos que se sentem a vontade para comprar esses produtos. Algumas congregações são bem exigentes e condenam alguns atos ligados ao sexo, fato que inibe quem é da igreja e já pensou em usar os brinquedos. Para mudar essa situação, o papel do vendedor é muito importante para deixar o cliente tranquilo e esclarecer que ele pode consumir o produto como qualquer outra pessoa.

Silvia Silva de Jesus, 39, é professora de educação física, mas, nas horas vagas, vende produtos de sexshop de porta em porta. Dos cerca de 30 clientes, cinco são evangélicos e consumidores contínuos dos "brinquedos". “O evangélico também gosta de sentir prazer. Não há uma diferenciação entre eles e as outras pessoas. O problema está na mente fechada de alguns, que, por vergonha, não compram e, às vezes, criticam”, comenta a comerciante.

De acordo com a vendedora, no momento da escolha dos brinquedos, geralmente, os evangélicos solicitam privacidade. Em alguns, marido e mulher compram juntos. “Tenho uma malinha cheia de produtos. Alguns clientes nem pedem para eu mostrar os brinquedos, porque eles já sabem o que querem e pedem logo”, explica.

Ainda segundo Silvia, os produtos mais consumidos pelos “crentes” são canetas que escrevem na pele, um líquido chamado gota do prazer, géis, e até mesmo fantasias. Os preços variam de R$ 5 a R$ 150.

Manual Gospel para sexshops

Recentemente, a Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico Sensual (ABEME) deu início a um estudo com os distribuidores e vendedores de produtos para evangélicos. A ideia é seja criado um manual de orientação para o comércio de brinquedos eróticos levando em consideração os conceitos bíblicos.

A presidente da ABEME, Paula Aguiar, destaca que o público evangélico vem consumindo bastante os produtos e, por isso, é necessário um atendimento específico. “É preciso haver uma capacitação apropriada dos profissionais do setor para atender este público. São necessários conhecimentos sobre sexualidade humana, um estudo profundo sobre produtos íntimos, sensuais e eróticos, e, principalmente, sobre a Bíblia”, frisa Paula, conforme informações da assessoria de comunicação da Associação.

De acordo com dados da ABEME, no Brasil, os maiores consumidores de produtos sensuais são as mulheres. Na maioria das vezes, elas compram produtos que necessitam ser usados a dois e que, em 90% dos caos, não possuem teor pornográfico.

Interessados em ter outras informações sobre o Manual Gospel podem entrar em contato com o e-mail atendimento@abeme.com.br.

O coordenador da frente parlamentar evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO), classificou como "absurda" a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de obrigar cartórios a celebrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Campos pretende reunir a bancada ainda nesta semana para discutir as medidas que serão adotadas para tentar reverter a decisão. Entre as possibilidades está um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) ou um projeto de decreto legislativo para se tentar suspender a decisão via Congresso.

"A decisão do CNJ é um total absurdo. Não bastasse o Supremo ter se habituado em legislar, agora temos o CNJ. O Supremo legislou dentro de um ativismo que causa insegurança jurídica ao reconhecer a união civil (entre homossexuais) e agora o CNJ está claramente exorbitando seu papel", disse o coordenador da bancada evangélica.

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Campos pretende discutir com a bancada as medidas a serem tomadas. "Sabe-se que cabe recurso ao Supremo por meio de mandado de segurança, mas queremos analisar a medida para ver se podemos sustar, em tese, por decreto legislativo", disse o deputado. O decreto mencionado precisaria ser aprovado na Câmara e no Senado.

O coordenador da bancada afirma que decisões como essa do CNJ reforçam na Câmara o desejo de apreciar duas propostas de emendas à Carta Magna, já aprovadas pela comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que permitem ao Congresso rever decisões do Judiciário. Campos concorda que submeter as decisões ao Legislativo é "polêmico" e afirma que no debate pode se evoluir para uma proposta que regule mais as decisões dos tribunais evitando atuações consideradas como "legislativas".

O pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) novamente preside uma sessão da comissão de Direitos Humanos com portas fechadas. Desta vez foi permitida a entrada apenas de apoiadores do deputado, a maioria de grupos evangélicos, que o aplaudiram quando entrou na sala. Um manifestante que conseguiu se infiltrar no plenário foi expulso ao afirmar que só deixaram entrar a "patota".

A sessão conta apenas com a presença de deputados apoiadores de Feliciano. Ele recebeu diversos elogios dos colegas e afirmou que só entrarão na comissão "pessoas de bem". "Pedi para a Polícia Legislativa observar o perfil porque pelo perfil é possível saber quem é ordeiro", disse. "A ordem dada é para que entrem pessoas de bem e que saibam se manifestar de maneira silenciosa", reiterou.

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Feliciano comentou ainda a decisão de parlamentares adversários de deixar a comissão. Ele ressaltou não ter recebido comunicado formal sobre o tema, mas lamentou. "É lamentável. Eu procurei, sentei com cada um e não há acordo, eles dizem que são extremos", afirmou. "Sinto que querem desestabilizar a nossa comissão", complementou.

A comissão faz uma audiência pública sobre saúde indígena. Os apoiadores de Feliciano o aplaudiram em alguns momentos, sem que a segurança tomasse qualquer medida. Quando um manifestante contrário, porém, questionou a composição do plenário foi retirado de imediato. "Botaram uma patota para aplaudir e deixaram o povo do lado de fora", gritou o manifestante, que se identificou como Antonio José de Souza, assessor de uma federação de trabalhadores rurais do Ceará.

O deputado Simplício Araújo (PPS-MA) protestou contra a atuação da Polícia Legislativa e deixou o plenário da comissão. "A forma como colocaram a pessoa para fora está errado. Existem pessoas com camisa apoiando o presidente e não foi feito nada", disse Simplício. Ele afirmou que vai questionar a atitude da segurança para a presidência da Casa, mas disse que pretende continuar na comissão.

Beijaço gay

Do lado de fora, alguns manifestantes aproveitaram os momentos em que as portas eram abertas para fazer gritos contra Feliciano. Mais cedo, manifestantes fizeram um "beijaço gay" em frente ao Congresso para protestar contra o deputado. Quatro ativistas foram detidos pela Polícia Legislativa quando tentaram colocar uma bandeira do arco-íris, símbolo do movimento LGBT, em um dos prédios da Casa.

 

No dia 1º de Maio, evangélicos da cidade do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR), participam da 15° Marcha Resgate. A Concentração vai ser na avenida Presidente Getúlio Vargas e os cristãos vão seguir pela  BR-101 Sul até à Praça Nove de Julho.

Este ano, a Corrida da Tocha, que vai percorrer os bairros e avenidas da cidade e tem como tema “Yave Shamá” (que significa: O Senhor está aqui) promete ser um diferencial na programação.

 

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Com informações da assessoria

Em quase todas as Assembleias Legislativas do Brasil, o número de deputados evangélicos cuja atuação política é marcada por sua religião é bem maior que o de católicos, revela levantamento inédito do Estado. Em todos os Estados, aqueles que se declaram católicos ainda são maioria da população.

Assim como no Congresso, que tem uma frente evangélica oficial, nas Assembleias também são os pentecostais que trazem suas convicções religiosas e morais para o topo de sua agenda. É um fenômeno relativamente novo no Brasil, que resulta de uma mobilização de diversas igrejas pentecostais - principalmente a Assembleia de Deus, a Igreja Universal do Reino de Deus e a do Evangelho Quadrangular - para ocupar espaço no Legislativo, na mídia e na paisagem das cidades, com seus templos espalhados pelo Brasil (e por muitos países do mundo).

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Dos Estados mais ricos e populosos, o Rio de Janeiro é o que tem a maior fatia de evangélicos militantes em sua Assembleia Legislativa: 21%, próximos dos 29% de evangélicos na população. A de São Paulo também é expressiva: 11% de deputados evangélicos militantes para 24% de pessoas que se declararam evangélicas no Censo de 2010.

A região Norte é a que tem as maiores porcentagens. A Assembleia Legislativa do Acre apresenta a maior proporção de evangélicos militantes do País: 33% - exatamente a fatia de evangélicos na população. A do Amapá vem em segundo lugar: 25% dos deputados buscam o voto dos evangélicos, que são 28% da população. Rondônia, com 17% de deputados evangélicos militantes, e Pará, com 12%, vêm atrás. Mato Grosso do Sul, Paraná, Distrito Federal, Goiás e Espírito Santo também se destacam.

Todos os Estados têm evangélicos militantes em suas Assembleias. Em contraste, em 13 parlamentos estaduais a reportagem não detectou nenhum deputado cuja fé católica seja relevante na sua atuação política. Apenas no Rio Grande do Norte e na Paraíba há a mesma proporção de evangélicos e católicos militantes: 4% e 1%, respectivamente. Mesmo nesses casos, a desproporção é muito grande quando se compara com o contingente de fiéis nas respectivas populações: dentre os potiguares, 76% se declaram católicos e 15%, evangélicos; dos paraibanos, 77% são católicos e 15%, evangélicos. No Estado mais católico do Brasil, o Piauí, não foi identificado nenhum militante dessa fé na Assembleia, que tem 6% de evangélicos engajados politicamente - para 10% de evangélicos na população.

Desse levantamento foram excluídos os deputados protestantes e católicos cuja religião é conhecida, mas não fica explicitada na sua busca por votos nem na sua atuação parlamentar. Esses números, obtidos por meio de entrevistas com jornalistas que acompanham de perto o dia a dia das Assembleias, pesquisas nos currículos e no noticiário, não obedecem a critérios científicos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um grupo de evangélicos faz na manhã desta quarta-feira um protesto contra a presença dos deputados José Genoino (PT-SP) e João Paulo Cunha (PT-SP), condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O ataque aos condenados já foi usado pelo pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para continuar à frente da Comissão de Direitos Humanos.

O protesto foi silencioso. Cerca de 20 manifestantes seguravam cartazes com as frases "Fora dep. Genuíno (sic)" e "Fora dep. João Paulo Cunha". O grupo era formado por pastores e fiéis da igreja Assembleia de Deus do Gama, cidade satélite de Brasília, e tem frequentado as reuniões da Comissão de Direitos Humanos para dar apoio a Feliciano. João Paulo Cunha ainda não compareceu à comissão, enquanto Genoino tenta ignorar a manifestação. "Não respondo a provocação", disse ele.

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