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Quem nunca ouviu a máxima “religião e política não se misturam”? Ou, “o Estado é laico”? E até mesmo, “não discuto nem religião nem política”? Esses argumentos são repetidos constantemente por eleitores no Brasil, contudo a realidade de parcela dos quadros políticos nacionais expressa outra coisa: princípios religiosos e anseios políticos vem andando lado a lado nos últimos anos. 

Um retrato claro disso é a forma como o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se propõe a nortear seus discursos e basear suas escolhas diante da condução do país. O seu slogan de campanha já dizia “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” e, constantemente, suas falas fazem citações a passagens bíblicas e princípios religiosos. 

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Principal meio de comunicação de Bolsonaro com a massa, nas redes sociais, por exemplo, ele já criou a chamada “série João 8:32” - fazendo menção a um versículo do evangelho de São João que diz: “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” - para rebater críticas da oposição, divulgar dados do governo e respaldar seus discursos. 

Recentemente, ele se utilizou do texto religioso para reforçar seu argumento de que “passar fome no Brasil é uma grande mentira”. E na última segunda-feira (26), ao anunciar que se reuniria com os governadores da região amazônica para tratar das queimadas e do desmatamento, o presidente convidou os internautas a acompanharem o encontro a partir de uma transmissão ao vivo no Facebook e disse “será um João 8:32 imperdível”. 

O recorte é mínimo diante de tantas outras posturas. Jair Bolsonaro já consagrou o Brasil a Nossa Senhora, foi o primeiro presidente a participar da Marcha para Jesus, recebeu orações em cultos e prometeu que na oportunidade que tiver pretende nomear para o Supremo Tribunal Federal (STF) um ministro terrivelmente evangélico. 

O alinhamento aos valores cristãos “deve ser uma das marcas que Jair Bolsonaro deixará expressa” como do seu governo, segundo o professor do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), Eurico Antônio Gonzalez Cursino dos Santos. Mas, ressalta o estudioso, há inconsistências do presidente. “Ao mesmo tempo que ele se diz católico, essa prática de referência bíblica e as referências que ele faz direto estão sempre direcionadas ao meio evangélico”, observou. 

Ao avaliar os discursos do chefe do Executivo nacional, Santos ponderou que antes das eleições e no período eleitoral as falas de Bolsonaro com cunho religioso eram mais frequentes, porém quando assumiu o governo ele diminuiu o ritmo.

“A comunicação do presidente Bolsonaro com a população, inclusive durante o período eleitoral, foi marcada por essa referência a valores religiosos, principalmente cristãos. Acredito que isso, em si, está dentro da Constituição. A democracia tem que tomar decisões, que são referidas a valores. Não vejo como uma substituição da política pela religião, nem o tom da campanha, nem o tipo de comunicação que ele faz com a população, ele está se referindo a valores que são da população”, salientou. 

 

Base evangélica no Congresso Nacional

Se o presidente tem alinhamento religioso, no Congresso Nacional isso é ainda mais claro. Inclusive, de acordo com um levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), em 2018 foram eleitos 91 deputados e senadores que se declararam, se declaram evangélicos ou se alinham ao grupo na votação de temas ligados à religião e aos costumes, além dos que ocupam cargos nas estruturas das instituições religiosas, como bispos, pastores, missionários e sacerdotes.

Fora os 91, outros mais conservadores se alinham aos pensamentos e valores cristãos para basear suas posturas. A polêmica mais recente, baseada em princípios religiosos, foi com relação ao projeto de lei de autoria do deputado Orlando Silva (PCdoB) que instituía o Estatuto da Família do século XXI. Deputados alegaram que o projeto legalizava o incesto e iniciaram uma campanha nas redes sociais contra o autor da matéria e o relator Túlio Gadêlha (PDT), que deu parecer favorável ao texto.

O debate fez com que o projeto fosse retirado da pauta da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara para que o parecer fosse reorganizado, sem deixar brechas para essa interpretação. O projeto, na realidade, considerava como família todos os tipos de formação que ultrapassassem a tradicional pai, mãe e filhos.

Questionado se era saudável a mistura de princípios religiosos com direitos constitucionais e a criação das leis que regem um país, o professor Eurico Antônio Gonzalez Cursino dos Santos disse que “é natural, em uma democracia de massas, que esse tipo de coisas aconteçam”. 

“Democracia integra as pessoas à tarefas complexas de governar, e aí um valor religioso, de uma ideologia bem fundada, acaba tendo funcionamento. A Constituição, no modo como ela organiza a política, faz com que neste momento não estejamos ameaçados quanto à uma espécie de teocracia. Acredito que é impossível de acontecer”, argumentou.

“O que acontece é que estamos apenas começando a lidar com argumentos religiosos e a expressão da religião na política, isso não vai parar não, vai vir mais. Porém, a própria política se encarrega de reconduzir argumentos religiosos apenas como argumento de valor e não de regra geral”, emendou. 

Apesar de não ver riscos para uma teocracia, o estudioso ponderou que fez uma recente pesquisa sobre leis com cunho religioso e encontrou cerca de 400. Um sinal de que não há laicidade no Estado.

“O nosso Estado nunca foi laico, desde a República, ele se mantém próximo as religiões, especialmente às cristã; primeiro ao catolicismo, depois as evangélicas e a partir de 1990 às majoritárias. Mas ele nunca deixou de expedir leis que de alguma forma representasse vantagem para as religiões no campo da educação, da assistência social, da saúde. Ou seja, nós nunca fomos completamente laicos”, disse Santos. 

 

A igreja evangélica está fincando raízes na política?

Em 2008, o bispo Edir Macedo lançou um livro em que dizia: "tudo é uma questão de engajamento, consenso e mobilização dos evangélicos. Nunca, em nenhum tempo da história do evangelho no Brasil, foi tão oportuno como agora chamá-los de forma incisiva a participar da política nacional". 

No “Plano de Poder”, em que traça projeções para diversas áreas, inclusive a política, o líder religioso já deixava clara "a potencialidade numérica dos evangélicos como eleitores” e hoje, mais de uma década depois, isso tem se justificado. 

Indagado sobre o fato do número de políticos evangélicos ter crescido, o professor do departamento de Sociologia da UnB, Eurico Antônio Gonzalez Cursino dos Santos, disse que há mercado para tal, mas é limitado. 

“Manifestamentes são as igrejas evangélicas que têm eleito seus próprios ministros, mas eu não acredito que isso possa ir muito além do que já foi, pela presença deles, a distribuição demográfica, pela importância do catolicismo que oferece uma espécie de limite para essa ascendência e pelas próprias relações internas que nem todos são favoráveis a esse convívio próximo com a política. É uma mercadoria que tem mercado, mas é limitado”, conjecturou.

Ainda na ótica do especialista, “normalmente quem tinha acesso ao poder era a religião católica, então diria que os evangélicos estão chegando à política por outra via, que não é a da formação política católica, eles estão chegando lá pelo voto”.

Desde a vitoriosa campanha eleitoral do ano passado, a bandeira de Israel se tornou peça constante nos eventos com o presidente Jair Bolsonaro. Depois da posse, o país do Oriente Médio ganhou status inédito de aliado prioritário do Brasil e a transferência da embaixada brasileira de Tel-Aviv para Jerusalém entrou no centro do debate político. Setores representativos da comunidade judaica, no entanto, têm manifestado desconforto com uma crescente associação entre os símbolos do judaísmo e as alas mais conservadoras dos evangélicos.

Entre os dias 13 e 15 de janeiro do ano que vem a Universidade de Haifa, em Israel, vai receber a conferência "Política e religião no Brasil e nas Américas: igrejas evangélicas e suas relações com o judaísmo, sionismo, Israel e as comunidades judaicas". Um dos objetivos é discutir os motivos e efeitos da associação entre símbolos judaicos e "grupos conservadores".

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"Hoje a gente vê na política brasileira símbolos judaicos sendo usados por grupos conservadores. É algo que já vinha ocorrendo desde os protestos pelo impeachment da Dilma (Rousseff). Até por conta disso, começam a aparecer alguns comentários antissemitas", disse o sociólogo Rafael Kruchin, coordenador executivo do Instituto Brasil Israel, um dos organizadores da conferência.

Outra preocupação é explicar que o uso dos símbolos judaicos, a aproximação cada vez maior com Israel e demandas como a transferência da embaixada para Jerusalém são pautas dos evangélicos e não da comunidade judaica - ainda que parte dela apoie a mudança.

"É um reducionismo identificar o Estado de Israel com bandeiras da extrema-direita. O presidente tem uma admiração sincera pelo que Israel fez nessas décadas. Ele faz isso constantemente, mas não há necessariamente uma identidade entre a comunidade e o governo", afirma o advogado Fernando Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib).

O uso de símbolos judaicos pelos evangélicos tem raízes profundas na doutrina cristã, mas ganhou ênfase nas igrejas neopentecostais do Brasil nos últimos anos, mais visivelmente a partir da inauguração do Templo de Salomão pela Igreja Universal do Reino de Deus, em 2014, quando o bispo Edir Macedo surgiu usando quipá (chapéu), talit (xale) e uma longa barba.

A associação vem de um conceito teológico conhecido como dispensacionalismo que, em resumo, significa a crença de que Jesus Cristo vai voltar à Terra e, para isso, depende de pré-condições como a retomada de Israel pelo "povo escolhido", os judeus (o que aconteceu em 1948); e a expulsão dos "gentios" de Jerusalém (conquistada por Israel em 1967).

Essa crença levou ao surgimento do sionismo cristão, no qual evangélicos assimilam hábitos e símbolos judaicos movidos pela crença de que aqueles que amam Israel receberão em troca a prosperidade. "Sempre pregamos isso. A volta de Jesus é o maior evento da vida de um cristão, pois significa sua redenção. Contudo, os evangélicos eram até pouco tempo atrás segregados da sociedade. Nosso pensamento não era divulgado para fora das nossas fronteiras sociais", disse o deputado Marco Feliciano (PSC-SP).

Trump

Para alguns teólogos e analistas políticos, tanto o sionismo cristão quanto sua associação com a política foram importados dos EUA. Lá eleitores pentecostais dos Estados do meio-oeste praticamente garantiram a eleição de Donald Trump. Após a eleição, o sionismo cristão passou a dar suporte para o apoio dos EUA à ocupação de terras na Cisjordânia, que é condenada pela ONU. O Brasil deve ir a reboque. "Isso vai impactar diretamente na nossa maneira de lidar com essas questões", disse o cientista político Guilherme Casarões, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Uma visão distorcida de Israel é outro motivo de incômodo para a comunidade judaica brasileira. "Uma leitura superficial do uso da bandeira de Israel pode levar a crer que existe uma identificação total entre a agenda evangélica e a de Israel. Na agenda de costumes, Israel é um país bastante progressista. Tem uma política de respeito à comunidade LGBT, um ministro assumidamente homossexual e liberdade ampla de escolha sobre aborto. Não é a mesma agenda", disse Michel Schlesinger, rabino da Congregação Israelita Paulista (CIP).

Outro motivo de desconforto para parcela dos judeus é a impressão de que Bolsonaro recebeu apoio unânime da comunidade, reforçada pela ida de Fabio Wajngarten para a Secretaria de Comunicação do governo e a proximidade do presidente com empresários como Meyer Nigri, dono da Tecnisa.

"Entidades (judaicas) que se colocam a favor do Bolsonaro têm uma visibilidade excessiva. São mais enxergadas. Há um processo de construção do imaginário de que não se pode ser judeu e de esquerda", disse Michel Gherman, historiador e coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos da UFRJ, que em 2017 organizou uma manifestação contra a presença de Bolsonaro no clube Hebraica do Rio.

O Estado procurou Wajngarten, que preferiu não se manifestar. O Palácio do Planalto também não se pronunciou sobre o assunto. A Igreja Universal não respondeu às perguntas enviadas. Procurada, a Embaixada de Israel também não se pronunciou.

Evangélicos

Após pressão de setores do governo que temiam repercussões negativas no comércio com os países árabes, o presidente Jair Bolsonaro recuou em uma de suas principais bandeiras defendidas na campanha de 2018: a transferência da embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém. A bancada evangélica, no entanto, vai cobrar a promessa.

"Esse é o nosso ponto de honra. Como todas as pesquisas de opinião às vésperas do segundo turno mostraram, os evangélicos deram mais de 10 milhões de votos de diferença ao presidente em relação ao seu adversário. E o principal motivo é porque Bolsonaro era o único candidato que de maneira taxativa declarava que transferiria a embaixada. Tenho convicção que o presidente não irá cometer estelionato eleitoral com um terço da população brasileira", disse Feliciano.

Os únicos países que transferiram suas embaixadas para Jerusalém até agora são os EUA e a Guatemala, onde 40% do eleitorado é evangélico.

Para Guilherme Casarões, da FGV, Bolsonaro percebeu que poderia ter ganhos eleitorais em uma aproximação com Israel ainda na pré-campanha e não apenas por causa do dispensacionalismo.

De acordo com o cientista político, a associação com o país do Oriente Médio agradou os seguidores do escritor Olavo de Carvalho, armamentistas, eleitores do Nordeste interessados nas tecnologias israelenses para enfrentamento das secas, antipetistas que ligam o partido de Lula à causa palestina, anti-globalistas etc. "O tema de Israel sempre foi potencialmente politizável", disse Casarões.

Amazônia

Um exemplo do impacto político exercido pelo sionismo cristão no Brasil pôde ser visto na sexta-feira (23) quando Bolsonaro recorreu aos EUA e Israel para enfrentar os ataques da França, Alemanha e outros países ao seu governo por causa dos incêndios na Amazônia.

No ano passado, ainda no governo Michel Temer, o então chanceler Aloysio Nunes visitou Israel e anunciou que a partir de então o Brasil deixaria de votar automaticamente a favor da Palestina na ONU. A bancada evangélica na Câmara foi fundamental para evitar que Temer fosse afastado do cargo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os registros de intolerância religiosa são comuns Brasil afora, mas no Rio têm uma característica particular: passaram a envolver traficantes e evangélicos. Após ataques a terreiros de umbanda e candomblé na Baixada Fluminense, a polícia identificou o mandante e, na semana passada, prendeu oito traficantes acusados de integrar seu grupo, o chamado Bonde de Jesus.

Segundo a polícia, o mandante é Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, do Terceiro Comando Puro (TCP), um dos criadores do Bonde de Jesus, vertente inédita da intolerância religiosa no Estado. Estima-se que existam hoje 200 terreiros sob ameaça. Os casos são investigados pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), criada em 2018.

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Investigações apontam que a peculiar relação entre religiosos e criminosos aconteceu depois que a cúpula do TCP foi convertida por uma igreja neopentecostal. Há informações, ainda não confirmadas, de que Peixão teria sido ordenado pastor. Trata-se de uma característica específica dessa facção, não sendo reproduzida nem pelos demais grupos de traficantes nem por milicianos.

"A situação de intolerância sempre existiu, mas tivemos uma piora quando indivíduos ligados à cúpula de uma facção resolveram se converter", afirma o delegado da Decradi, Gilbert Stivanello. "Eles distorcem a doutrina religiosa e agridem outras religiões, sobretudo as de matriz africana." As principais lideranças evangélicas do Rio condenam os ataques.

Conversão. Um dos primeiros a se converter foi Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho Guarabu, há cerca de quatro anos. Ele era o chefe do tráfico no Morro do Dendê, Ilha do Governador, até ser morto pela polícia em junho. Outros, como Peixão, se converteram depois.

"Alguns deles se converteram dentro do presídio", diz Stivanello. "Eles viveram uma experiência distorcida da conversão, se tornando ‘bandido de Jesus’, como se isso fosse um ato de fé. Se pararmos para pensar, não é muito diferente do terrorismo islâmico. É difícil mesmo entender a lógica", afirma.

Coordenadora do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro Brasileira, Célia Gonçalves Souza diz que o problema da intolerância é nacional, mas que, de fato, vem ganhando contornos específicos no Rio, sobretudo pela penetração de evangélicos no sistema carcerário. "No Rio, esse problema é muito escancarado e o narcopentecostalismo só tende a crescer. E passa pela questão das penitenciárias, onde há uma entrada muito grande dos neopentecostais."

Na Baixada Fluminense, traficantes passaram a ditar regras dos terreiros, como horários das cerimônias e uso de fogos de artifício e fogueiras. Eles também proíbem as pessoas de andarem com roupas brancas ou de santo nas ruas. As invasões a terreiros são cada vez mais frequentes, com destruição de oferendas e imagens sagradas.

Há uma semana, o terreiro Ilê Axé de Bate Folha, em Duque de Caxias, foi invadido por traficantes - no 10.º caso da região. Eles quebraram todas as imagens e oferendas e ameaçaram de morte a mãe de santo, que está fora do Estado, na casa de parentes.

"O ataque aconteceu num sábado de casa cheia. Eles entraram com violência, mandando todo mundo sair e quebrando tudo", contou uma testemunha. "O terreiro está fechado. Tiramos tudo de lá e não aconselhamos ninguém a voltar." Segundo a mesma testemunha, outros religiosos fecharam os terreiros e se mudaram.

"Qualquer ataque com contornos de destruição do sagrado tem caráter de racismo religioso", diz a defensora Livia Cásseres, do núcleo contra a desigualdade racial da Defensoria Pública. "À violência que já existe contra essas religiões - que têm uma série de direitos negados -, se soma agora a do varejo de drogas. Mas a violência contra elas é permanente desde a época colonial." Por isso, para Livia, a solução passa por diferentes esferas.

Alerta. A gravidade da situação fez com que, em julho, fosse realizada uma reunião com membros da umbanda e do candomblé, lideranças evangélicas, e representantes da Polícia Civil, do Ministério Público e da Defensoria Pública.

O pastor Marcos Amaral, da Comissão Contra a Intolerância Religiosa, destaca que a denominação "evangélicos" abrange um segmento grande de religiosos, com posicionamentos diferenciados. Já o pastor Neil Barreto, da Igreja Batista Betânia, afirma que "a intolerância é o ápice da ignorância". "E a única solução para a ignorância que produz intolerância é a educação. Precisamos de uma campanha de educação e conscientização em todas as comunidades de fé."

Três perguntas para Ivanir dos Santos, Babalaô

O babalaô Ivanir dos Santos recebeu no mês passado, em Washington, o Prêmio Internacional de Liberdade Religiosa entregue pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. Santos é coordenador da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa e organizador da Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, que é realizada há 12 anos, em Copacabana, no Rio.

1. Como foi receber esse prêmio internacional em um momento em que aumentam os ataques a terreiros, em especial no Rio?

Esse prêmio, na verdade, vem reconhecer e legitimar a luta pela causa da liberdade religiosa, contra o racismo, de respeito aos direitos humanos. Estamos passando por um momento muito difícil. E não tem como pensar em intolerância sem pensar em racismo e preconceito contra grupos minoritários.

2. As religiões de matriz africana sempre foram alvo de preconceito. O que mudou agora?

Sim, secularmente, elas sempre foram perseguidas: na Colônia e no Império, pela Igreja Católica; na República, pelo Estado; e nos últimos 30 anos, por grupos neopentecostais e, mais recentemente, por traficantes evangelizados. São traficantes que se dizem evangélicos.

3. Existe uma vertente racista nesse preconceito?

Sim. No Brasil temos um preconceito disseminado na sociedade, virou um comportamento social baseado, fundamentalmente, no racismo. As tradições de origem africana sofrem preconceito. O mesmo pensamento se reflete também no samba, na capoeira, na congada. Manifestações culturais de identidade africana são frequentemente relacionadas ao demônio.

Escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para ser vice-líder do governo no Congresso, o deputado Pastor Marco Feliciano (Podemos-SP) se tornou um dos mais próximos interlocutores do Planalto. O parlamentar viaja com Bolsonaro em agendas oficiais e participa de "lives" com o presidente, de quem tem sido uma espécie de "porta-voz informal".

Depois que Bolsonaro admitiu disputar a reeleição, durante ato evangélico, Feliciano se apresentou como candidato a vice para o que chamou de "chapa dos sonhos". Ao Estado, o deputado disse que não é cedo para falar de 2022 e que é "legítimo" o presidente já "marcar território".

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O sr. espera compor uma chapa presidencial em 2022 se Jair Bolsonaro disputar a reeleição?

Seria interessante ele (Bolsonaro) ter um vice com entrada em um núcleo da sociedade que é extremamente fiel e leal. Não sei se o nome seria o meu. Se ele tem essa proximidade com um grupo que representa 60 milhões de fiéis, que é a comunidade evangélica, é claro que dá um salto muito grande. Essa é uma base social de sustentação muito grande do presidente.

Há uma aproximação de Bolsonaro com os evangélicos?

Eu assumi a vice-liderança do governo no Congresso com a missão de aproximar o presidente de um grupo que é a Frente Evangélica, que representa 1/5 do Parlamento. Percebi que o presidente, embora tivesse apoio dos evangélicos, conhecia muito pouco das grandes lideranças nacionais. Entre o fim de abril até agora consegui abrir a porta para o presidente em cinco grandes eventos, nos quais ele falou para 4 milhões de pessoas. Em Goiânia, foi lá que ele passou a possibilidade de o Brasil ter um ministro do Supremo Tribunal Federal evangélico. (Em São Paulo) Foi a primeira vez que o presidente vai em uma Marcha para Jesus. Tenho feito a ponte do presidente com os evangélicos.

O senhor pediu o impeachment do vice- Hamilton Mourão. Como Bolsonaro recebeu o episódio?

Foi uma questão muito particular minha. Ele é muito ético e jamais falaria de uma pessoa como o Mourão, que é vice dele. Como vice-líder do governo, não pude ficar calado vendo o que estava acontecendo. Um vice-presidente desde o primeiro momento indo para a imprensa e desdizendo tudo o que o presidente dizia. Minando a autoridade presidencial. O pedido de impeachment tinha 13 páginas. Não é um tiro para matar, mas um tiro para o ar, de aviso, para ele saber que tem alguém olhando. Mandei recados pesados para que ele entendesse que a Casa Civil não é a caserna. Porque na caserna manda a hierarquia militar, mas, em uma democracia, manda o presidente.

O que Bolsonaro achou disso?

O presidente nunca se meteu nessa história. Mas só pelo fato de ele não me repreender publicamente sendo eu vice-líder do governo, já é o tal silêncio ensurdecedor. É a maneira dele de falar que não é contra o que estou fazendo. Mourão estava colocando as asinhas de fora. Vice só serve na ausência do presidente. Ponto final. Não pode atrapalhar.

Como está hoje a relação do senhor com Mourão?

Eu nunca conversei com o Mourão. Fiquei muito feliz pelo silêncio dele. Ele entendeu o recado. Quando falei do ministro Santos Cruz, as pessoas acharam que eu estava de birra com a ala militar. De repente, ele cai. Não sou contra militar, mas contra aquele que mina a autoridade do meu presidente.

Como é a sua relação pessoal com Bolsonaro?

Nos tornamos amigos em 2013, quando assumi a Comissão de Direitos Humanos. Na comissão passei por aquele perrengue todo. Sofri demais no momento que nem toda a bancada evangélica deu apoio. O Bolsonaro esteve comigo desde o primeiro momento. Nasceu ali nossa amizade. Tínhamos algo em comum: ambos eram perseguidos pela esquerda. Fizemos uma dobradinha legal. Temos uma afinidade ideológica.

Bolsonaro pode se converter e virar evangélico?

Ele já é casado com uma evangélica. É católico praticante, cristão fervoroso.

Como é a relação do senhor com o núcleo ideológico do governo, de Olavo de Carvalho?

Sou um admirador do Olavo. Estudo com ele faz três anos. Conheci muito da política de esquerda com o Olavo. Fiz curso de filosofia com ele, comprei livros. Aprendi as questões de Lenin, de como a esquerda trabalha, o comunismo na Europa. Olavo expandiu minha mente política, que era tacanha e pequena. Minha relação com a ala que gosta do Olavo é muito boa.

Bolsonaro admitiu que pode disputar a reeleição. Com a popularidade em queda e a economia em crise, é um bom momento para se falar sobre isso?

Não tem um lugar em que o Bolsonaro tenha sido vaiado. O povo foi para a rua em defesa dele. Tanto que o povo está defendendo algo que vai tirar direitos. A reforma (da Previdência) vai tirar direitos e o povo quer que vote. Não é cedo para falar em reeleição agora. Outros pré-candidatos já estão em campanha. Ou você tem dúvida de que o (João) Doria é candidato? Que o (Wilson) Witzel é candidato? O Ciro Gomes? Bolsonaro está marcando território. Está dizendo: "Olha, eu vou arrumar a casa. E não vou deixar na mão de um qualquer". É legítimo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Durante evento em um templo da Assembleia de Deus em Goiânia (GO), o presidente Jair Bolsonaro questionou na manhã desta sexta-feira, 31, ao público presente, se não está na hora de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter um ministro assumidamente evangélico. O presidente disse ainda que a Corte legisla quando discute a possibilidade de equiparar homofobia ao crime de racismo.

"Então, com todo respeito ao Supremo Tribunal Federal, uma pergunta: existe algum, entre os 11 ministros do Supremo, evangélico, cristão assumido?", indagou. O presidente também fez críticas à imprensa. "Não me venha a imprensa dizer que eu quero misturar a Justiça com a religião. Todos nós temos uma religião ou não temos. E respeitamos e tem que respeitar. Será que não está na hora de termos um ministro do Supremo Tribunal Federal evangélico?", disse. O presidente foi aplaudido em pé por cerca de 40 segundos.

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"O Supremo Tribunal Federal agora está discutindo se homofobia pode ser tipificado como racismo. Desculpe aqui o Supremo Tribunal Federal, que eu respeito e jamais atacaria outro Poder, mas, pelo que me parece, estão legislando. E eu pergunto aos senhores: o Estado é laico, mas eu sou cristão", afirmou.

O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, anunciou que o julgamento sobre a criminalização da homofobia, marcado para o dia 5 de junho, deverá ser retomado no dia 13 de junho. Seis ministros já votaram para que a discriminação contra homossexuais, bissexuais e transexuais seja enquadrada como crime de racismo até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema.

As discussões sobre homofobia e descriminalização da maconha sofrem resistência de setores do Congresso, entre eles a bancada evangélica e o PSL, partido do presidente. O adiamento do julgamento ocorre em um momento em que o Supremo é acusado de atropelar o Congresso e legislar sobre temas controversos.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, no Rio de Janeiro, que a população está indo às ruas neste domingo (26) para defender o futuro do país. “Hoje, por coincidência, é um dia em que o povo está indo às ruas não para defender o presidente, um político ou quem quer que seja. Ele está indo para defender o futuro desta nação, uma manifestação espontânea com uma pauta definida, com respeito às leis e às instituições, mas com firme propósito de dar um recado àqueles que teimam, por velhas práticas, não deixar que esse povo se liberte”, afirmou, durante culto na Igreja Batista Atitude, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

Dirigindo-se aos cerca de 4 mil fiéis que lotam a Igreja, Bolsonaro disse que, pela primeira vez na história do Brasil, há um presidente eleito que está cumprindo o que prometeu durante a campanha. “As palavras na política nem sempre representam a prática. Nós estamos casando a palavra com a prática, [e] os problemas se avolumam. Se fosse só eu a sofrer, eu até diria que vale a pena, mas quem está ao meu lado, parente ou não, também sofre. Nós estamos mudando o paradigma, mudando a forma de se apresentar junto a vocês, 208 milhões de pessoas às quais eu devo [ser] obediente, devo lealdade, devo o norte que tem que ser dado para o futuro do nosso Brasil.”

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Bolsonaro lembrou-se do momento em que levou uma facada no abdômen durante a campanha presidencial e, dirigindo-se ao pastor Josué Valandro Júnior, líder da Igreja, afirmou que não há um dia em que não agradece a Deus por ter sobrevivido. “Se os senhores estão aqui é porque acreditam em Deus. Juntos e somente com a força de vocês nós poderemos governar.”

Como fez em novembro, quando ainda presidente eleito e participou de um culto na igreja, Bolsonaro destacou a superação do povo de Israel das diante das dificuldades daquele país. Contou que já visitou Israel duas vezes, sendo a última como chefe de Estado. “Temos como exemplo aquela nação cujo povo sofreu muito mais do que nós. O que nos diferencia deles, ou o que nos une, é a fé. Nós temos como transformar o Brasil em uma grande nação. Peço-lhes oração para mim. Orações para o Brasil. Orações para as autoridades para que nós consigamos, de verdade, vencer esses obstáculos. Se lá, quase do outro lado do mundo, eles venceram, com a mesma fé seremos vitoriosos aqui no Brasil”, acrescentou.

O presidente agradeceu a confiança e a consideração que muitos tiveram por ele, afirmando ainda que a responsabilidade de conduzir o país é muito grande. “Essa missão Deus me deu e juntamente com vocês, no espírito fraterno, nós chegaremos a um porto seguro. Meus irmãos da Igreja Atitude, brasileiros de todos os rincões dessa nação maravilhosa, vamos juntos, tendo Deus no coração, colocar o Brasil no local de destaque que ele merece. Meu muito obrigado a todos”, concluiu.

Antes de passar a palavra a Bolsonaro, o pastor Valandro Júnior agradeceu a presença do presidente. “Quando alguém é eleito presidente da República, ele não é presidente apenas de quem votou nele. Ele passa a ser presidente de toda uma nação. É presidente dos que votaram e daqueles que nem sabem que houve eleição, porque vivem em um cantão do Brasil aonde a informação nem chegou”, disse.

Valandro Junior chamou o presidente e a primeira-dama ao palco para fazer a oração e os dois, de joelhos, ouviram o pastor. “Uma oração pela sua vida, pelos seus ministros por aqueles que estão em Brasília no Congresso Nacional e tenham uma proteção para esta nação para que seja uma nação melhor onde não haja divisão por raça, por sexo, por ideias”, destacou Valandro Junior.

Integrantes da bancada evangélica vão se reunir com o presidente Jair Bolsonaro na tarde desta terça-feira, 14, para tratar da tributação das igrejas. A informação foi confirmada pelo deputado Marco Feliciano (Pode-SP), que participará do encontro com o também deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ).

No fim do mês passado, Feliciano gravou um vídeo com Bolsonaro para desmentir a declaração do secretário especial da Receita, Marcos Cintra, de que um novo tributo federal seria cobrado de igrejas evangélicas. A informação provocou indignação na bancada, considerada importante para garantir apoio à reforma da Previdência no Congresso.

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Após a polêmica, a frente religiosa também passou a cobrar mudanças no prazo para declaração de receitas e despesas de igrejas à Receita Federal, que ocorre atualmente a cada três meses. Isentas de todos os tributos pela Constituição, as igrejas tentam agora ampliar o prazo para prestar esclarecimentos ao Fisco.

Em uma rápida transmissão ao vivo pelo Facebook, o presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar nesta quinta-feira, 2, que não irá criar um novo imposto para as igrejas, principalmente as evangélicas. "Não existe por parte do governo federal nenhuma hipótese de novo imposto para igrejas", disse.

O presidente fez o pronunciamento hoje direto de Santa Catarina, onde participa de um encontro de evangélicos. O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, participou do vídeo e também o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno.

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Na transmissão que durou menos de 15 minutos, Bolsonaro contou aos internautas que gravou hoje com o apresentador do SBT Silvio Santos e que o programa deve ir ao ar no próximo domingo.

Ele aproveitou a presença de Hang para falar sobre a medida provisória da liberdade econômica que foi editada pelo Executivo nesta semana. "O Luciano vinha trabalhando favoravelmente para que editássemos MP sobre medida provisória da liberdade econômica", disse sobre o empresário. Hang agradeceu ao presidente e disse que o País só irá crescer através do liberalismo econômico. "Vamos fazer o Brasil uma das maiores nações do mundo", disse.

Bolsonaro falou ainda sobre a criação de um colégio militar em São Paulo e se mostrou disposto a levar a iniciativa para Santa Catarina. "Só educação tira Brasil do buraco em que se encontra", disse ele. Nesta semana, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou um corte de 30% no orçamento das universidades públicas do País.

O presidente aproveitou ainda a presença de general Heleno para comentar sobre a situação da Venezuela. "Ainda consideramos a situação da Venezuela indefinida" disse Heleno. O ministro-chefe do GSI disse ainda que o governo não considera o que ocorreu no país vizinho uma derrota para ao presidente autodeclarado Juan Guaidó.

Heleno e Bolsonaro afirmaram que as pressões internacionais podem ajudar a tirar o Nicolás Maduro do poder. "As pressões internacionais podem mostrar aos civis que ainda não entenderam a gravidade do problema", disse. Bolsonaro afirmou que há internamente uma fissura entre os militares da Venezuela e a tendência é que isso suba e chegue a alta patente.

Ele afirmou ainda que o que acontece na Venezuela influencia a economia no Brasil devido ao preço do petróleo. O presidente comentou brevemente sobre a situação da Argentina e demonstrou preocupação com uma possível volta de Cristina Kirchner.

O presidente citou ainda brevemente a situação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e disse que, por ele, o órgão ficaria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Em tempos em que é preciso, cada vez mais, exercitar o amor ao próximo, voluntários religiosos vêm tentando salvar vidas em Natal, Rio Grande do Norte. Membros da igreja evangélica Assembleia de Deus Milagres montaram um grupo para impedir que pessoas cometam suicídio na Ponte Newton Navarro.

Depois da notícia que um rapaz teria sido salvo por PMs, após uma tentativa de suicídio, os evangélicos decidiram montar um acampamento no local. Homens e mulheres se organizaram em turnos, com rádio comunicadores, para conversar e tentar reverter a ideia de quem vai até a ponte com intenção de pular.

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Chamado de ‘Sentinelas de Cristo Guardiões da Ponte’, o grupo pretende ficar no local durante 30 dias, sete dias por semana, por 24h.  Por ser um trabalho voluntário, os religiosos dependem de doações de água, comida pronta e colchonetes para continuar mantendo o acampamento, que não conta com banheiro químico.

Eles possuem uma tenda para refeições e barracas de repouso e ficam atentos a qualquer movimentação suspeita na ponte. Ao todo, os voluntários conseguiram impedir cerca de 16 suicídios.

O deputado João Paulo (PCdoB) fez um apelo, nesta terça-feira (23), aos parlamentares evangélicos para que influenciem as bancadas do Congresso Nacional no sentido de votarem contra a Reforma da Previdência. Segundo o parlamentar, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que grande parte da população evangélica no Brasil se encontra na base da pirâmide social, que, para ele, será o segmento mais prejudicado com a medida.

“Cerca de 43% dessa parcela não têm Ensino Fundamental e muitos não tiveram educação formal, por isso, atuam na informalidade no mercado de trabalho”, pontuou. Para o deputado, os evangélicos teriam força para influenciar nessa questão.

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João Paulo lembrou que as bancadas na Câmara Federal e no Senado vêm crescendo a cada eleição e, além disso, ocupam espaço de destaque nos ministérios. “Para mim, está claro que a proposta de Reforma da Previdência não quer promover justiça social, mas tem uma visão monetarista, a partir do regime de capitalização. Por trás dessa iniciativa, existem muitos interesses e nenhum benefício para os mais necessitados”, ressaltou.

João Paulo lembrou que as bancadas na Câmara Federal e no Senado vêm crescendo a cada eleição e, além disso, ocupam espaço de destaque nos ministérios. “Para mim, está claro que a proposta de Reforma da Previdência não quer promover justiça social, mas tem uma visão monetarista, a partir do regime de capitalização. Por trás dessa iniciativa, existem muitos interesses e nenhum benefício para os mais necessitados”, ressaltou.

Em encontro com pastores de diversas denominações, no Rio de Janeiro, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, disse hoje (11) que o trabalho que os evangélicos têm feito no país merece ser reconhecido. Segundo ele, os líderes religiosos chegam onde o Estado não está.

"Após momentos tão difíceis nos últimos quatro, cinco anos, com crise econômica agudíssima, com decréscimo do PIB, afetando principalmente as periferias, lá onde até o Estado não está muitas vezes, está uma igreja evangélica", disse.

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Toffoli acrescentou que diante de "uma usina de solução de conflitos na base" surge a atuação da Igreja. "As senhoras e senhores atuam naqueles lugares que seguram muitas vezes a possibilidade do desespero humano chegar a sua última consequência." 

Solidariedade

O ministro do STF manifestou solidariedade à população do Rio de Janeiro pelas mortes e danos causados pelos temporais desta semana. "Manifesto meu sentimento às famílias das vítimas e a toda a população carioca".

Toffoli fez discurso durante almoço com líderes evangélicos, no qual estavam o presidente Jair Bolsonaro, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. O evento foi organizado em hotel da zona oeste do Rio pelo Conselho Interdenominacional de Ministros Evagélicos do Brasil (Cimeb). 

Apoio

O pastor Silas Malafaia, ligado à Assembleia de Deus, justificou o voto dos evangélicos em Bolsonaro. Segundo ele, o voto não foi "exclusivamente por causa da agenda moral". "Votamos em Bolsonaro porque ele tem vida limpa, pela questão da segurança, da corrupção, pela questão de um novo país, pela questão do desemprego", enumerou o pastor, que afirmou que há uma visão de que os evangélicos são alienados.

"Estamos inseridos no contexto das necessidades e desejos desse país grande." Malafaia elogiou o presidente do STF e também o presidente do Senado e analisou os primeiros cem dias do presidente Jair Bolsonaro: "Um pepino de 14 anos é em 100 dias que vai resolver? Vamos ter paciência".

O pastor norte-americano John Hagee, fundador de uma organização Cristãos Unidos por Israel, afirmou que os cristãos têm uma dívida com os judeus e afirmou que "Deus tem abençoado Trump" por ter reconhecido Jerusalém como capital de Israel. O pastor pediu que os evangélicos brasileiros também se organizem a favor da causa.

Deputados da bancada evangélica ameaçam boicotar convite do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, para reunião nesta quarta-feira, 19, em Brasília. A ausência foi tratada em conversas no grupo de WhatsApp da Frente Parlamentar Evangélica as quais o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso. A preocupação é de que a presença dos deputados seja interpretada como apoio à permanência de Vélez no cargo e a bancada não quer referendar um nome que não indicou.

O Estado apurou que, em parceria com a bancada católica, os evangélicos vão promover um encontro para organizar apoio ao senador Izalci Lucas (PSDB-DF), cotado para substituir Vélez.

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Presidente interino da frente, o deputado Lincoln Portela (PR-MG) disse que recebeu dos assessores legislativos da pasta Orley Silva e Paulo Roberto Galindo o convite para a reunião. O objetivo, segundo ele, seria abrir diálogo com o ministro.

Nesta terça-feira, 18, assessores de Vélez ligavam para os deputados para confirmar o encontro, enquanto o vice-líder do governo no Congresso, Marco Feliciano (Podemos-SP), se dedicava a convencer os colegas a recusar o convite. "O MEC está abandonado e o ministro não vai usar bancada para escudo", disse.

Na semana passada, Vélez esteve no Planalto quatro vezes, o que gerou especulações de que seria substituído. Anteontem, o ministro voltou ao palácio para reunião na Casa Civil, para tratar do nome do secretário executivo da pasta. Ele tentou emplacar a educadora Iolene Lima na vaga, que foi vetada pelo governo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Descontente com a falta de interlocução com o Palácio do Planalto e sem espaço na Esplanada, a bancada evangélica afinou o discurso e decidiu votar fechada com o governo apenas nas pautas relativas a temas de costumes. Deputados eleitos com apoio das igrejas evangélicas já não poupam, inclusive, o presidente Jair Bolsonaro, que ajudaram a eleger, de críticas públicas nas redes sociais.

O deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP) usou o Twitter para mandar um recado. "Vocês não pediram minha opinião, mas deixo aqui humildemente a mesma. A comunicação está péssima", escreveu. Emendando um apelo: "Quando o governo resolve governar sozinho, se torna um gigante com pés de barros. O que adianta ter a estrutura que tem se o alicerce é frágil? O presidente tem que cimentar os pés. E isso se faz chamando as bancadas para conversar".

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O deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) disse que, "ideologicamente, jamais" a bancada irá "sabotar o governo", mas alertou que "política se faz com diálogo ou cada um vai cuidar do seu mandato". "A bancada nunca teve espaço, mas agora está pior. Ele (o presidente) só dialoga com os militares e com os filhos." Sóstenes diz que a falta de interlocução terá reflexo nas votações. "Matérias como a da Previdência, sem diálogo, ninguém coloca o dedo", avisou.

A mais recente baixa dentro do governo foi a exoneração de Pablo Tatim, ex-subchefe de Ações Governamentais, cuja indicação foi referendada pela frente evangélica. A exoneração saiu nesta sexta-feira, 8, no Diário Oficial da União. Ele foi coordenador jurídico do gabinete de transição de Bolsonaro e, no governo, trabalhava com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Para agradar evangélicos, Bolsonaro usa discurso moral

Sem conseguir saciar o apetite da bancada evangélica com cargos, Bolsonaro lança mão de outra estratégia para tentar agradar ao grupo de parlamentares: o discurso moral. Em 67 dias, foram inúmeras as demonstrações do governo de que o tom conservador nos costumes terá prioridade.

A prova mais recente deste comportamento está nas declarações do presidente de quinta-feira, quando criticou o teor da Caderneta de Saúde do Adolescente. Lançada em 2008, ela traz informações sobre métodos de prevenção da gravidez e doenças sexualmente transmissíveis, além de abordar a transformação do corpo e de alertar para a necessidade da vacinação. O presidente deixou claro que irá determinar a mudança no conteúdo, para que ilustrações e trechos sobre prevenção da gravidez , considerado por ele inapropriado para determinadas faixas etárias, sejam suprimidos.

Ainda na primeira semana de governo, uma cartilha dirigida a homens trans foi retirada de circulação. O material voltou poucos dias depois, mas sem ilustrações consideradas polêmicas por grupos conservadores. Também para evitar desagradar a "famílias", o Ministério da Saúde adotou um tom "genérico" na campanha de carnaval.

No Ministério da Educação, o tom se repete. O ministro Ricardo Velez já disse que o programa de Saúde nas Escolas, que trata também de educação sexual, deverá ser "atualizado" para se adequar aos padrões das "famílias". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Que o carnaval é uma festa profana, todos sabem. Mas, mesmo assim, não é raro encontrar protestantes no meio da folia, sobretudo no Galo da Madrugada, realizado neste sábado (2). No meio da festa de momo, os evangélicos aproveitam a oportunidade para orar, pregar e, segundo eles, cultivar o amor e a palavra de Jesus.O administrador Gleison Ramos, organizador do evento Água Viva, realizado pela Igreja Apostólica Batista Viva, localizada no bairro do Ipsep, Zona Sul do Recife, revelou que o evento tem o objetivo de celebrar Jesus Cristo mesmo no carnaval. “Jesus estava entre todos os tipos de pessoas, por que não podemos estar também?”, indagou Ramos.No culto, cerca de 30 pessoas cantavam, dançavam e oravam, em frente ao Galo Gigante, na ponte Duarte Coelho, no bairro de Santo Antônio, área central da cidade.Disputando espaço com a Água Viva, os Leões de Pernambuco, pertencentes à igreja Obreiros de Cristo da Imbiribeira, também  aproveitaram o carnaval para, segundo eles, pregar a palavra de Deus. A organizadora do evento, Fernanda Lima, explicou que a ação tem o objetivo de trazer a história de Jesus Cristo para próximo das pessoas. Confira o vídeo abaixo.O grupo aproveitou a ocasião para dançar maracatu em frente ao Galo Gigante. “A Bíblia diz que todos os ritmos devem louvar ao Senhor, então por que não usar o maracatu também, que é cultural?”, explicou Fernanda, ao ser indagada sobre a escolha do ritmo para a dança. 

O discurso independente e a desenvoltura do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) desgastaram a relação do Palácio do Planalto com o setor evangélico, considerado fundamental na eleição do presidente Jair Bolsonaro. Nos últimos dias, líderes de igrejas que durante a campanha apoiaram explicitamente o candidato do PSL e representantes do segmento no Congresso expuseram a insatisfação com o vice, principalmente após ele se manifestar contra a transferência da embaixada brasileira em Israel para Jerusalém.

As lideranças religiosas e parlamentares da bancada evangélica pretendem pressionar o presidente para que ele desautorize publicamente o vice - Bolsonaro permanece internado em São Paulo se recuperando da cirurgia para a reconstrução do trânsito intestinal.

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Na condição de presidente em exercício, Mourão recebeu no último dia 28 o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, e defendeu a posição que contraria manifestações anteriores do próprio Bolsonaro.

Com 108 deputados e 10 senadores na atual Legislatura, a Frente Parlamentar Evangélica, que tem uma atuação historicamente coesa em defesa de suas bandeiras, terá um peso decisivo para a agenda do governo no Congresso Nacional.

"Vamos cobrar (do Bolsonaro) o cumprimento daquilo que foi tratado. Se o Mourão está a serviço de algum grupo de interesse contrário a que isso aconteça, tenho convicção que ele perdeu essa queda de braço. Mourão é um poeta calado. Sempre que abre a boca cria um problema para o governo", disse ao Estado o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), principal porta-voz da Frente.

O deputado deve assumir a presidência do grupo nos próximos dias. O atual presidente, deputado Hidekazu Takayama (PSC-PR), não se reelegeu.

Os evangélicos ficaram também incomodados com o vice por causa de uma entrevista na qual ele defendeu que o aborto é uma escolha da mulher. O ponto central das queixas, contudo, é a questão da mudança da embaixada brasileira de Tel-Aviv para Jerusalém. "Esse foi um compromisso de campanha do presidente da República com nosso seguimento. Nós não pedimos muitas coisas a ele, mas essa foi uma delas", disse Sóstenes.

"Por que o Mourão, sabendo das bandeiras do Bolsonaro, não se manifestou antes da eleição? É uma coisa feia esconder suas convicções. Faltou protocolo e ética no exercício da função dele. Mourão está fazendo campanha para 2022, mas a ala conservadora não vota nele nunca", disse ao Estado o pastor Silas Malafaia, líder da igreja evangélica Vitória em Cristo e presidente do Conselho dos Pastores do Brasil.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu Jerusalém capital de Israel em dezembro de 2017. Cinco meses depois, a embaixada norte-americana foi transferida para lá.

Para o bispo e presidente do Ministério Sara Nossa Terra, Robson Rodovalho, a mudança da embaixada "facilitaria muito" a viagem de brasileiros a Israel e estimularia a ampliação da oferta de voos.

Os contrários à mudança alertam para os potenciais prejuízos para as exportações brasileiras para países árabes, que estão entre os principais importadores de carne bovina e de frango do País. O Brasil pode também receber pressão da comunidade internacional. Para a ONU, o status de Jerusalém deve ser decidido em negociações de paz.

"Quando o Bolsonaro se recuperar, nós vamos marcar uma audiência com ele. A ideia é levar uma carta deixando claro nossa insatisfação. Hoje, o Mourão é uma instituição e deveria guardar as opiniões para ela", disse o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR). Na semana passada, outros parlamentares usaram a tribuna da Casa para criticar publicamente o vice.

Segundo fontes do primeiro escalão das Forças Armadas ouvidas pelo Estado, Mourão age de forma "coerente" com o pensamento dos militares, especialmente quando faz críticas à política externa e sinaliza que a prioridade do governo deve ser a agenda econômica, e não a de costumes.

Ao desautorizar o chanceler Ernesto Araújo sobre a oferta de uma base no Brasil para os EUA, Mourão reproduziu a linha de pensamento dominante nas Forças Armadas, que contam com sete quadros no primeiro escalão e representam um dos pilares da administração. Procurada, a assessoria do vice disse que ele não iria se manifestar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Protagonistas de diversas polêmicas, a família Collins tem muito o que comemorar no Estado: a vereadora do Recife, Michele Collins (PP), em 2016, foi a mais votada para uma vaga na Câmara Municipal do Recife conquistando mais de 15 mil votos. Na eleição de 2018, o seu esposo Cleiton Collins (PP) não ficou por baixo: foi o segundo mais votado na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) com mais de 100 mil votos, ficando atrás apenas para a nova deputada eleita Gleide Ângelo (PSB).

Em entrevista concedida ao LeiaJá, Michele Collins, bastante entusiasmada, disse que os pernambucanos podem esperar “muito trabalho” dos dois. “Pode esperar muito trabalho, continuar aí defendendo os interesses do povo pernambucano, defendendo a família e defendendo a vida”.

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A vereadora ressaltou que o sentimento é de muita felicidade pelo pastor ter sido reeleito. “A gente está muito feliz por mais essa oportunidade que nos foi concedida pelo povo. O pastor Cleiton Collins, com certeza, vai honrar cada voto com muito trabalho e com muita ação e Deus na frente”, salientou.

Entre as polêmicas mais marcantes está quando a vereadora falou, no dia 4 de fevereiro de 2018, que estava participando de um evento evangélico para “quebrar a maldição de Iemanjá" contra o mundo. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ajuizou ação civil pública contra a vereadora do Recife, Michelle Collins (PP).

A parlamentar é acusada de discriminar religiões de matrizes africanas em publicação. Na ação, o MPPE pediu que a Justiça condene a vereadora a pagar R$ 100 mil de indenização por danos morais coletivos e a reparar a violação à liberdade religiosa.

Se o clã dos Ferreira em Pernambuco conseguiu crescer ainda mais na eleição deste ano com o retorno de Manoel Ferreira (PSC) à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e a garantia de espaço na Câmara Federal com André Ferreira (PSC), a família que tem forte atuação no segmento evangélico parece querer somar mais força: o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira, é o novo presidente do Partido Republicano (PR) no Estado.

Em entrevista concedida ao LeiaJá, o prefeito falou que a pretensão é “impulsionar a legenda” e aproveitou para alfinetar o governo Paulo Câmara (PSB). “O governo está um pouco perdido”, disse.

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Segundo Anderson, foi necessário uma “oxigenação” na sigla diante do novo momento político que vive o Brasil. “É uma nova etapa que o partido está vivendo. Eu já fui presidente do partido e a gente assumiu uma nova missão que foi aqui em Jaboatão. O partido com dois anos da nossa gestão teve uma visibilidade não só no estado, mas também fora com um projeto inovador. Então, foi uma reunião que houve da Executiva Nacional e eu assumi a presidência para impulsionar o partido, montar e atrair lideranças políticos que contenham essa visão. Fico lisonjeado com esse reconhecimento da Executiva nacional”, detalhou.   

Questionado sobre se a legenda continua na base do governador Paulo Câmara ou novos rumos virão, o republicano disse que todos conhecem sua posição em relação ao governo do pessebista. “Vocês já sabem e já acompanharam na eleição. Agora essa pergunta não pode ser feita a mim, tem que ser feita aos dois deputados que estão na Assembleia Legislativa que é o Rogério Leão e Henrique Queiroz Filho, mas a orientação do partido lógico é manter o mesmo posicionamento de oposição”.

O prefeito, em meados de junho passado, apoiou uma nota na qual detonava Paulo Câmara, na época pré-candidato à reeleição. O documento foi feito para anunciar a saída do PSC da base do governo para se juntar à oposição no movimento denominado "Pernambuco vai Mudar".  Assinada pelo presidente regional do PSC, André Ferreira, o grupo Ferreira detonou o pessebista afirmando que nele faltava “diálogo, capacidade administrativa e, principalmente, liderança”.

No entanto, passada a eleição, Anderson Ferreira afirma que a oposição continuará sendo consciente e apontando os erros no segundo mandato de Câmara com o objetivo de construir soluções para o governo. “Nós não fazemos oposição por fazer oposição. Vamos fazer uma oposição para ajudar aí o governo achar o caminho porque o governo está um pouco perdido nessa construção e a oposição vai ter esse papel importante de apontar os erros para que possa ser revisto e para que a população possa ganhar com isso. É uma oposição consciente, nós acreditamos que Pernambuco tem potencial para vencer esse momento de crise. O PR vai estar vigilante, vai estar se posicionando, fazendo essa oposição. Agora, cabe aos parlamentares que assumiram agora seguir essa orientação, esse caminho”, alfinetou.

Anderson revelou que não chegou a conversar com o deputado federal Sebastião Oliveira, que presidia o partido em Pernambuco, sobre a mudança. “Ainda não, mas com certeza vamos marcar esse encontro”. No entanto, ele antecipou que o deputado continuará na direção da sigla. “Ele é deputado federal e eu achei mais do que justo deixá-lo como membro”.

Além de Anderson, André e Manoel Ferreira, o vereador do Recife, Fred Ferreira (PSC), que disputou a vaga de vice-governador de Pernambuco na chapa liderada pelo senador Armando Monteiro (PTB), também integra o clã.

Em Jaboatão, na eleição de 2016, Anderson conseguiu derrotar até mesmo o candidato do então prefeito Elias Gomes (PSDB) e outros nomes conhecidos.  Assim que assumiu o mandato, em entrevista ao LeiaJá, ele afirmou que seu governo seria voltado para o social olhando para os que mais precisam. Na época, ele também chegou a dizer que os jaboatonenses tinham “despertado” e pedido por uma faxina ética.

Milhares de católicos reservam o dia 8 de dezembro para professar a fé e prestar homenagens à Nossa Senhora da Conceição. Mas, apesar de ser um dos símbolos da religião católica, pessoas de outras crenças, como a Umbanda e, até mesmo, da religião evangélica, também participam da festa seja lhe prestando homenagem ou trabalhando durante os dias destinados a ela no morro, na Zona Norte do Recife, que recebe seu nome.

Na subida principal do Morro da Conceição, o vendedor Sérgio Pereira comercializa quadros com imagens religiosas há 25 anos. Evangélico, ele não se incomoda em vender imagens de santos católicos; entidades da Umbanda, como Preto Velho; e orixás, como Iemanjá.

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“Os outros crêem em imagens, tudo bem. Cada qual com sua religião”, diz. Ele também revela que os quadros de Preto Velho são os mais procurados pelo público que sobe o morro, seguidos pelos de Iemanjá. “Dezembro é o mês dela, né?”, explica. Ele garante nunca ter sofrido qualquer tipo de preconceito dentro da festa católica por vender seus produtos.

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Interessado em um destes quadros de Preto Velho, o auxiliar de serviços gerais Luciano Araújo, acompanhado pela esposa, Liliane Maria, negociava com o vendedor. O casal é umbandista e Luciano disse gostar muito desta entidade. Mas, apesar de serem da Umbanda, os dois estavam subindo o morro para homenagear a santa católica. Luciano explicou os motivos: “Ela já me fez uma surpresa. Pedi por um emprego, eu confiei nela e ela me deu. Eu gosto de um ‘xangôzinho’, mas essa santa é muito boa”, disse sorridente.

A Igreja Assembleia de Deus de Casa Amarela, na Zona Oeste do Recife, foi invadida e furtada na madrugada desta quarta-feira (31). Foram levados equipamentos e cerca de R$ 8 mil em espécie.

A invasão foi descoberta quando o porteiro chegou ao local e encontrou o portão de acesso arrombado. Os relatos apontam que os invasores desligaram o alarme da Escola Assembleia de Deus, que funciona no local, e praticaram o furto.

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O equipamento de som do coral foi furtado. Houve dano material no portão de acesso e na cabine de som. O dinheiro levado pertencia à escola. Segundo a Polícia Civil, a delegacia de Casa Amarela já está investigando o caso.

 Durante reunião plenária na Câmara Municipal do Recife, a vereadora Aimée Carvalho (PSB) utilizou a tribuna para lamentar a depreciação em um templo da Assembleia de Deus, no município de Bonança, após a vitória do então candidato Jair Bolsonaro (PSL). A assembleia foi pichada com as frases “Bolzonaro viado”, “LGBT porra” e “Lula”.   

A parlamentar, que faz parte da assembleia, disse que estão vilipendiando a fé e se mostrou indignada. “A democracia não existe somente quando o seu lado ganha. Há que se respeitar o resultado das urnas e perder faz parte do processo democrático. Eu tenho certeza de que o nosso novo presidente fará um governo justo, um governo de muito respeito e que vai recuperar os valores defendidos pela família tradicional”, salientou.   

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A irmã Aimée voltou a dizer que é conservadora e não retrógrada. “Não é retrógrado ser conservador. Retrógrado é não reconhecer que a vontade do povo merece respeito e o povo escolheu que basta de desrespeito aos valores que cultivamos ao longo da nossa história”, disse. 

No seu pronunciamento, a vereadora ainda falou que existe uma “disseminação do ódio político”. “Nosso povo tem compromisso com a defesa da família, com a defesa da vida, com uma educação sem ideologias e eu me orgulho em defender cada uma dessas bandeiras”.

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