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Nem mesmo a valorização de 2,7% do dólar frente o real em julho foi capaz de evitar mais uma queda nas exportações brasileiras de calçados. No mês passado foram embarcados 8,24 milhões de pares que proporcionaram receita de US$ 86,36 milhões, 6,3% menos do que em julho de 2013. No acumulado de janeiro a julho, se comparado a igual período do ano passado, a queda foi de 3,1%, sendo embarcados 71,9 milhões de pares por US$ 608,72 milhões.

Os Estados Unidos continuam como principal comprador e entre janeiro e julho somaram US$ 107,14 milhões em compras do Brasil, resultado 3,6% superior ao mesmo período de 2013. Já a Argentina, mesmo em queda brusca nos negócios, mantém-se como segundo mercado do sapato brasileiro. Nos sete meses do ano comprou US$ 44 milhões, 35% a menos do que igual período do ano passado.

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Heitor Klein, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), diz que a situação poderia ter sido ainda pior no que se refere ao mercado externo, mas isso não ocorreu graças aos norte-americanos, que no mês passado compraram 8,5% a mais que em julho de 2013.

Para ele, o Brasil está sem condições de competir no exterior. "Mesmo com a valorização gradual do dólar sobre o real não conseguimos melhorar os resultados", afirma. Klein diz que o setor ainda está abalado pela perda da Argentina, o seu segundo principal mercado. E não foram apenas os argentinos que passaram a negociar menos, pois a França - terceiro consumidor do calçado brasileiro, reduziu as compras em 11% de janeiro a julho deste ano.

Entre os Estados exportadores de calçados, o Rio Grande do Sul lidera tendo embarcado, entre janeiro e julho deste ano, 9,8 milhões de pares por US$ 222,93 milhões - queda de 2,7% ante o mesmo período de 2013. O segundo maior exportador é o Ceará, seguido por São Paulo, que viu suas receitas caírem 11% em julho.

Se as exportações caíram, com as importações não foi diferente, sendo registrada queda de 25% em julho. "O resultado reflete a queda no consumo, o endividamento cada vez maior dos brasileiros e uma inflação em alta", explica Klein.

Ele diz que não houve recuperação alguma depois da Copa do Mundo e a expectativa para o futuro não é boa. "A eleição é um fenômeno atípico que, da mesma forma, produzirá efeito negativo nas vendas do varejo. Infelizmente, a previsão é de que 2014 seja um ano complicado para a indústria calçadista do início ao fim".

A reabertura do mercado chinês para a carne bovina brasileira, anunciada nessa quinta-feira, 17, pelo Ministério da Agricultura, anima o setor em Minas Gerais. Apesar de nenhuma das primeiras nove unidades autorizadas estarem localizadas no Estado, Minas poderá entrar em futuras listas de estabelecimentos habilitados, informa o assessor Técnico de Pecuária, Bruno de Barros Ribeiro de Oliveira, da Secretaria estadual de Agricultura.

Ele observou que Minas tem um grande número de frigoríficos, entre os quais de grandes grupos do setor. "Temos 31 unidades com Serviço de Inspeção federal (SIF). Somente no Triângulo Mineiro, são nove e de grandes grupos, como JBS e Marfrig. Tenho certeza de que eles vão solicitar o quanto antes as autorizações para exportar ao país", afirmou Oliveira, em entrevista exclusiva ao Broadcast, seviço em tempo real da Agência Estado.

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Segundo Oliveira, Minas Gerais tem o segundo maior rebanho efetivo de bovino do Brasil, com 24 milhões de cabeças, o que corresponde a 11,5% do total nacional, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De janeiro a junho, o Estado exportou US$ 11,7 milhões em carne bovina, alta de 3,20%, e 4,2 mil toneladas em volume, acréscimo de 1% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Ainda conforme o especialista, o reflexo da abertura do mercado chinês, no âmbito nacional, melhorará não somente as exportações, mas o mercado interno, com melhores preços aos pecuaristas.

O ministro da Agricultura, Neri Geller, confirmou nesta quinta-feira (17) a reabertura do mercado chinês à carne bovina brasileira. Segundo ele, a negociação acertada hoje com o presidente da China, Xi Jiping, é um "recomeço". O ministro disse que a estimativa é de que o país asiático compre até US$ 1 bilhão do produto brasileiro em 2015. "Estamos com uma expectativa, com a barreira fitossanitária sendo quebrada (pela China), de exportamos de US$ 800 milhões a US$ 1 bilhão no próximo ano", disse.

O governo chinês concordou em habilitar nove plantas para exportação. O ministro estimou entre 30% e 35% o crescimento do consumo de carne bovina pela China em 2015. "Em 2009, quando abrimos o mercado (chinês), a China importava US$ 44 milhões em carne bovina do mundo e do Brasil foi US$ 2,5 milhões. Em 2012, quando perdemos o mercado, era US$ 255 milhões (importados) do mundo, o Brasil exportou naquele ano US$ 37,768 milhões", recordou. Agora, o ministro acredita que o País possa absorver a maior parte do mercado chinês, que no ano passado importou US$ 1,3 bilhão.

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Se para convencer os chineses a abrir, em 2009, seu mercado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou o presidente do país para um churrasco na Granja do Torto, em Brasília, com a presidente Dilma Rousseff o argumento foi menos pessoal. De acordo com Geller, o governo retoma as exportações com base em argumentos técnicos. "Tem dois pontos que foram favoráveis: primeiro a demanda chinesa muito forte e (segundo) a questão da defesa (fitossanitária) brasileira", avaliou. "O Brasil saiu fortalecido com o caso (atípico de vaca louca em maio) em Mato Grosso e o certificado da OIE que considerou o Brasil com o status de risco insignificante (da doença)", disse.

A China suspendeu a compra de carne bovina do Brasil em 2012 em função do caso atípico de 'vaca louca' registrado no Paraná. Desde então, o mercado chinês vinha sendo abastecido via Hong Kong, que tem sido um entreposto da carne brasileira na Ásia. Não à toa, Hong Kong foi responsável por parte desse crescimento, ao lado da Rússia. O ministro considerou que as exportações para a Hong Kong caiam, agora que o Brasil vai exportar diretamente para a China.

As exportações de carne bovina brasileira somaram 762 mil toneladas no primeiro semestre de 2014, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). A remessa do produto ao exterior cresceu 12,7% em relação às 675,7 mil toneladas do intervalo janeiro-junho de 2013. Em receita, o crescimento foi de 13,3%, atingindo US$ 3,404 bilhões, contra US$ 3,004 bilhões do ano passado.

Geller se disse confiante de que com a reabertura da China à proteína animal brasileira as exportações para o país asiático respondam por cerca de 20% do total exportado pelo Brasil.

A balança comercial brasileira está enfrentando uma combinação perversa: ao mesmo tempo em que os preços das commodities estão em queda, a indústria brasileira carrega os problemas de baixa competitividade e tem dificuldade para exportar seus produtos. A decepção com o comércio exterior fica evidente porque havia uma expectativa de que a balança comercial teria um resultado melhor este ano do que o de 2013, quando o superávit foi de US$ 2,5 bilhões, o mais baixo em 13 anos.

Entre os analistas, a previsão para o saldo comercial fica evidente no relatório Focus, do Banco Central. Na última pesquisa do ano passado, eles projetavam um superávit comercial de US$ 8 bilhões. Na pesquisa mais recente, a projeção caiu para um saldo positivo US$ 2 bilhões. Até maio, a balança comercial brasileira acumula um déficit de US$ 4,9 bilhões.

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Os dados da Fundação Centros de Estudo de Comércio Exterior (Funcex) mostram que a queda em valor dos produtos exportados pelo Brasil foi de 4,3% no acumulado em 12 meses encerrados em maio. Esse recuo tem sido aliviado, em parte, pelo aumento na quantidade. No período, aumentou 4,9%.

A queda de preço dos produtos básicos pode ser atribuída ao menor crescimento da China. A economia chinesa é uma grande importadora mundial de produtos básicos, sobretudo do Brasil. Logo, o crescimento mais lento leva a uma demanda menor por produtos básicos, reduzindo o preço das commodities no mercado internacional e, consequentemente, causando impacto na receita de exportação brasileira. "Os preços das commodities agrícolas e minério de ferro estão em queda", afirma Daiane Santos, economista da Funcex. A entidade projeta um déficit de US$ 3 bilhões para a balança em 2014.

Apesar do déficit acumulado neste ano, o resultado da balança comercial brasileira poderia ser pior. O Brasil tem antecipado a exportação de alguns produtos - como a soja - para não coincidir com o início do embarque da safra americana, prevista para agosto e setembro.

"Há uma expectativa de que este ano sejam embarcadas 43 milhões de toneladas. Até agora, foram embarcadas 66% dessa projeção", afirma José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

Neste ano, a expectativa é que o preço médio da tonelada de soja fique entre US$ 505 e US$ 507. Em 2013, o preço médio foi de US$ 533 por tonelada. Em dezembro, a AEB projetou um superávit de US$ 7,2 bilhões para a balança comercial este ano, mas esse número será rebaixado em julho. "Hoje diria que estamos num zero a zero", diz Castro, em relação ao saldo comercial esperado para 2014. Uma outra parte da queda dos preços dos produtos básicos está relacionada com a menor liquidez no mercado financeiro, o que afeta o preço das commodities. O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) está retirando os estímulos financeiros. Na semana passada, o Fed reduziu em mais US$ 10 bilhões, para US$ 35 bilhões, a compra de títulos mensais.

"À medida que os EUA reduzem a expansão monetária, mais o dólar tende a se valorizar. Como contrapartida, isso acaba reduzindo os preços das commodities", diz Fabio Silveira, diretor da GO Associados.

Manufaturados

A exportação de manufaturados também deve ser prejudicada este ano. Além da já conhecida baixa competitividade da indústria brasileira para competir internacionalmente, a crise argentina deve tornar ainda mais difícil a vida do setor industrial brasileiro. A Argentina, um dos principais mercados de exportações brasileiras de manufaturados, voltou ao centro da discussão financeira mundial depois que a Justiça americana determinou o pagamento de US$ 1,33 bilhão para credores que não aceitaram participar das renegociações de dívidas feitas pelo governo em 2005 e 2010.

O problema para o governo argentino é que a conta pode chegar a US$ 15 bilhões se todos os processos forem revistos. Se isso ocorrer, a Argentina fica próxima de um calote, já que as reservas são de US$ 28 bilhões. Com pouco dinheiro em caixa, é provável que os argentinos diminuam ainda mais a importação de produtos manufaturados brasileiros. "Neste ano, mesmo com o acordo automotivo, a Argentina está numa situação pior do que estava em 2013", afirma Lia Valls Pereira, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

O resultado da balança comercial neste ano também não deve ter a ajuda das plataformas de petróleo. Em 2013, a venda das plataformas somou US$ 7,7 bilhões. Neste ano, a expectativa é que esse valor fique em US$ 2,5 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pela primeira vez, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) organiza uma missão empresarial para ajudar empresas de pequeno e médio portes, com pouca ou nenhuma experiência em comércio exterior, a vender seus produtos lá fora. Entre os dias 19 e 23 deste mês, 37 companhias embarcam para Colômbia e Peru com expectativa de fechar negócios e ampliar o faturamento. Elas passaram pelo Projeto Extensão Industrial Exportadora (Peiex), um programa da Apex para capacitar empresas brasileiras iniciantes na atividade exportadora. A missão também será integrada por mais 23 empresas que já têm know how em exportação.

As companhias são principalmente dos setores de alimentos e bebidas, casa e construção, moda e confecções, máquinas e equipamentos, e cosméticos. O gerente de competitividade empresarial da Apex, Tiago Terra, disse ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que a Colômbia e o Peru foram escolhidos porque tiveram um crescimento forte do consumo nos últimos anos e apresentaram grande potencial de mercado para os produtos brasileiros. "A Colômbia tende a ser o nosso grande parceiro no futuro por causa do crescimento do seu mercado doméstico", explicou. Segundo ele, o país é mercado prioritário para 41 dos 74 projetos setoriais que a Agência desenvolve com as entidades empresariais.

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A Apex fez uma prospecção de mercado para identificar potenciais compradores dos produtos brasileiros e agendou rodadas de negócios para as empresas que integrarão a missão. "A empresa não vai se não tiver certeza que vai sentar à mesa com compradores", destacou Terra.

O diretor-geral da Plastifluor Indústria e Comércio de Vedações, Marcelo Santucci, disse que pretende conquistar mercado na América Latina para exportar fita veda rosca, produto de uso massivo na construção civil e que representa 80% do faturamento da empresa. Ele explicou que apenas Brasil e Argentina fabricam o produto na região, mas o principal fornecedor para os países da América Latina é a China. Santucci disse que a Plastifluor tem uma atividade muito tímida de exportação, mas quer atingir US$ 10 milhões em exportação nos próximos quatro anos.

Rodrigo Spilla, responsável pela área de comércio exterior da Play Park Brinquedos, fabricante de brinquedos infláveis, também pretende disputar mercado com os produtos chineses. Segundo ele, os brinquedos fabricados e exportados pela China são de baixa qualidade. Spilla afirmou que a sua maior expectativa é em relação à Colômbia porque o Peru não tem tradição no uso de brinquedos infláveis. Ele informou que tem 16 reuniões de negócios agendadas na Colômbia.

A supervisora de venda no segmento de exportação da Conimel, Flávia Neves, disse que a empresa exporta há três anos para a América do Sul e Central, mas tem pouca entrada na Colômbia e no Peru. Segundo ela, a empresa espera, ao participar da missão da Apex, encontrar distribuidores para aumentar as exportações de materiais elétricos para esses dois países. "Queremos definir um parceiro para uma venda mais constante", afirmou.

Antes das reuniões de negócios, os representantes das empresas terão que participar de seminários com autoridades da Colômbia e do Peru ligadas ao comércio exterior. Também visitarão a parte logística dos dois países, como portos. O objetivo é oferecer às empresas conhecimentos necessários para a realização de negócios, como regras para importação e exportação, controles fitossanitários e questões cambiais.

O governo articula a aprovação, no Congresso Nacional, de uma medida que visa estimular a exportação para pequenas e médias empresas. Por meio de uma emenda acolhida no relatório da Medida Provisória nº 634, que deve ser votada nas próximas semanas, propõe criar a figura de "exportação por conta e ordem de terceiros", que hoje existe apenas para importadoras.

Por esse mecanismo, o pequeno e médio empresário interessado em exportar poderá contratar uma prestadora de serviços que irá conduzir e operar todo o processo de venda para o exterior, como procedimentos alfandegários. Atualmente, os exportadores que não contam com estrutura de comércio exterior costumam contratar tradings para intermediar a venda para o exterior.

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Como nesses casos ocorre uma revenda - a trading compra o produto do fabricante, que passa a não ter mais nenhuma interferência na operação -, muitas vezes a margem de lucro sobre essa operação acaba encarecendo a mercadoria brasileira no exterior. Com a exportação por conta e ordem, a empresa produtora participa da venda externa e, com isso, há expectativa de barateamento do produto.

A figura da terceirizada, no caso dessas novas operações de exportação, não é a de um mero despachante, segundo o governo, já que a intermediária será responsável por todas as atribuições do processo, e não por um pedaço dele.

Burocracia - Segundo uma fonte do Ministério da Fazenda afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a expectativa é que, além de estimular a inclusão de novas empresas exportadoras no comércio exterior, a medida beneficie aqueles que já exportam, mas têm estrutura reduzida e, portanto, mais dificuldade para lidar com a burocracia do processo.

O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), relator da medida provisória na comissão especial do Congresso, argumenta que a emenda pretende "igualar" o tratamento dado aos importadores. "A importação tinha benefícios e a nossa exportação não tinha", argumenta.

Um primeiro projeto de lei criando a figura da exportação por conta e ordem foi apresentado pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) no início deste ano. O texto foi parcialmente acolhido por Eunício em seu relatório. Em reuniões com a Fazenda, o projeto ganhou sinal verde do governo.

Prazo - Pela redação dada no relatório do senador cearense, a exportação da mercadoria deverá ocorrer no prazo de 30 dias, a partir da contratação da companhia que vai intermediar a transação. Caso esse prazo não seja observado, tanto a empresa produtora quanto a terceirizada ficam sujeitas a penalidades e ao recolhimento de tributos que, pela legislação, não incidem ou são imunes a operações de exportação.

O relatório da MP 634 foi apresentado na quinta-feira à comissão especial. Nele, Eunício incluiu a correção de 4,5% da tabela de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), um dos benefícios anunciados pela presidente Dilma Rousseff em cadeia nacional de rádio e televisão na véspera do Dia do Trabalho.

A expectativa dos integrantes do colegiado é de que o texto seja votado na terça-feira. Para não perder a validade, essa proposta - que também prorroga o prazo de fundos regionais de investimentos - precisa ser analisada pelos plenários da Câmara e do Senado até o início do mês de junho.

As exportações brasileiras de minério de ferro diminuíram 18,6% no mês passado, para US$ 2,063 bilhões, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). No mesmo mês de 2013, a receita cambial com as vendas do produto somaram US$ 2,535 bilhões. Em volume, os embarques subiram 5,8%, passando de 23,347 milhões de toneladas para 24,702 milhões de toneladas. Os preços continuam caindo: em abril, a diminuição foi de 23,1%, para US$ 83,5 a tonelada.

Na análise dos números frente a março, as vendas externas de minério de ferro recuaram 13,7% em receita, mas subiram 0,9% em volume. Os preços diminuíram 14,5% na mesma base de comparação.

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As exportações de laminados planos chegaram a 78,7 mil toneladas em março, um recuo de 35% em relação ao registrado em igual mês do ano passado, segundo os dados divulgados nesta terça-feira (1°) pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Na comparação com fevereiro deste ano, o volume exportado também recuou: a queda foi de 23,3%.

A média de preço da commodity subiu 13,8% ante fevereiro de 2014. Em março deste ano, o preço praticado foi de US$ 910,6 por tonelada, ante os US$ 800 por tonelada registrados no mês passado. Em relação a março do ano passado, o preço subiu 14,03%.

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Em valores, as vendas externas de laminados planos em março geraram receita de US$ 71,6 milhões, montante 12,8% menor do que o visto no mês imediatamente anterior e 26% mais baixo do que o alcançado em março de 2013.

O ministro da Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, afirmou nesta segunda-feira (24) que o governo estuda a criação de um Simples Internacional para auxiliar empresas de pequeno porte a acessar o mercado internacional. "Hoje, infelizmente a globalização é coisa de grande empresa", disse, ao final de reunião com o Conselho Temático da Micro e Pequena Empresa (Compem) da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

"A burocracia aduaneira foi feita para a grande estrutura, que tem como arcar com as exigências e as barreiras. É preciso ter sistemas simplificados de aduanas que permitam inclusive ter operadores logísticos voltados para as micro e pequenas empresas", afirmou o ministro.

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A proposta, de acordo com Afif, é ajudar a indústria de pequeno porte a ter uma contrapartida em relação a estrangeiras que entram no Brasil. Segundo ele, um dos objetivos é reduzir o custo logístico facilitando a entrada de operadores logísticos dispostos a atender as empresas de micro e pequenas com serviços personalizados. "Uma empresa não consegue muitas vezes fechar um contêiner de encomenda, então tem de ter alguém que consiga organizar isso de tal forma que possa levar para outros países vários produtos e entregar ponto a ponto", sugeriu.

A criação do projeto do Simples Internacional depende ainda de mudanças em normas da Receita Federal. O ministro não deu um prazo para a finalização da proposta da nova legislação, o que ainda depende do aval da presidente Dilma Rousseff. "Se essas normas forem simplificadas e mudadas, acredito que teremos um grande estímulo para as micro e pequenas empresas buscarem o mercado internacional", disse.

As vendas domésticas de papéis produzidos pela indústria brasileira movimentaram 463 mil toneladas em janeiro, 0,2% acima do mesmo período de 2013, de acordo com dados preliminares divulgados nesta segunda-feira, 10, pela Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa). Acompanhando o aumento da demanda, a produção cresceu 0,1% em igual base comparativa, a 874 mil toneladas.

O mês de janeiro também marcou uma expansão de 0,6% das exportações de papéis, as quais movimentaram 167 mil toneladas. A receita da indústria brasileira com as vendas externas totalizou US$ 172 milhões, retração de 1,7% ante janeiro de 2013. A queda foi puxada principalmente pelas vendas à América Latina, principal mercado da indústria nacional, as quais encolheram 7,3%, para 89 mil toneladas.

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Na outra ponta da balança comercial, as importações encolheram 1,9%, para 104 mil toneladas em janeiro. Foram movimentados US$ 125 milhões com compras externas no primeiro mês do ano, montante 1,6% superior ao negociado em janeiro de 2013.

A menor importação contribuiu para uma queda de 0,2% no indicador de consumo aparente de papéis, indicador que melhor dimensiona a demanda doméstica. O consumo aparente totalizou 811 mil toneladas em janeiro.

Quatro nações da Europa Central estão apelando aos Estados Unidos para aumentar as suas exportações de gás natural, como uma proteção contra o risco de a Rússia cortar o fornecimento de gás à Ucrânia, mas a Casa Branca afirma que a elevação dos embarques demoraria mais de um ano para ser concretizada.

Embaixadores da Hungria, Polônia, Eslováquia e República Checa fizeram o apelo em carta enviada na sexta-feira ao presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, John Boehner. A expectativa é de que o presidente do Senado, Harry Reid, receba uma carta semelhante. O documento dos quatro países, conhecidos como o Grupo de Visegrad, pede que o Congresso apoie uma aprovação mais rápida de exportações de gás natural. O documento assinala que "a presença de gás natural dos EUA seria muito bem-vinda na Europa Central e no Leste Europeu".

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Os embaixadores assinalam que a instabilidade na Ucrânia reavivou lembranças da Guerra Fria e que o acesso a energia é uma preocupação constante para moradores da região. "Competição no setor de gás em nossa região é um aspecto vital da segurança nacional e um interesse fundamental dos EUA na região", ressaltaram os embaixadores.

Boehner e o Partido Republicano têm apelado à administração Obama para liberar mais exportações, aproveitando o aumento da produção de gás norte-americana. O Departamento de Energia dos EUA aprovou somente seis licenças de exportação, enquanto cerca de duas dúzias seguem pendentes. Em nota divulgada neste sábado, Boehner solicitou que Obama "atenda ao pedido de nossos aliados" e "faça todo o possível para usar energia norte-americana para reduzir a dependência da Rússia de nossos amigos na Europa e no restante do mundo".

O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, havia afirmado na sexta-feira que o suprimento de gás é suficiente na Europa por causa do inverno relativamente ameno na região. Ele disse que, mesmo que os EUA aprovassem mais licenças de exportação, demoraria até o fim de 2015 para o gás ser entregue. "Propostas para tentar responder à situação da Ucrânia que estejam relacionadas com a nossa política de exportação de gás natural não terão um efeito imediato." Fonte: Associated Press.

O Brasil tem potencial para exportar petróleo, mas grande parte das vendas externas poderá ficar com o petróleo a ser entregue ao governo, já que, teoricamente, a prioridade da Petrobras será abastecer seu parque de refino, afirmou nesta quarta-feira, 26, a presidente da estatal, Graça Foster.

"Com esses dados, o Brasil se posiciona como exportador importante. É um fato à luz dos números", disse a presidente Maria das Graças Foster, em entrevista coletiva, referindo-se ao Plano Estratégico 2030 apresentado na terça-feira, 25, pela companhia.

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Pelos números do planejamento, a produção total brasileira chegará a 5,2 milhões de barris por dia, mas a Petrobras ficaria com 3,7 milhões desse total. "A prioridade é atender o parque de refino com a produção da Petrobras. Então, o petróleo adicional a viajar mais não é o da Petrobras", completou Graça.

No entanto, a executiva destacou que o parque de refino poderá ter outros participantes. "Até então temos 100% do refino. Podemos continuar tendo ou não. Temos privilegiado parcerias em nossos projetos", disse Graça.

Ainda para Graça, "a área internacional é importantíssima dentro do segmento de exploração e produção. Complementa as nossas reservas e cumpre papel muito importante de buscar melhor qualidade no portfólio".

A presidente ressaltou que mais do que em produção, a empresa vai focar em exploração no exterior e citou atividades em locais como Estados Unidos, África e América Latina.

Capacidade de refino

A projeção de atingir capacidade de refino de 3,9 milhões de barris por dia, colocada no Planejamento Estratégico 2030 da Petrobras, leva em conta um aumento da eficiência no processamento, afirmou o diretor de Abastecimento da estatal, José Carlos Cosenza.

"Estamos estudando melhorias para dar mais capacidade na Rnest e no Comperj", afirmou. Segundo o executivo, não será necessário ampliar investimentos.

No caso da Rnest, localizada em Pernambuco, um aumento da capacidade leva em conta o fato de a origem do petróleo processado ter mudado: inicialmente a refinaria processaria petróleo vindo da Venezuela, numa sociedade com a PDVSA, que acabou não se concretizando.

Após cinco anos seguidos de queda, o Grupo Priority, fabricante de calçados das marcas West Coast e Cravo&Canela, conseguiu estabilizar as exportações em 2013. Para este ano, a empresa, que planeja fabricar 4 milhões de pares, quer ampliar a fatia das vendas externas na receita: de 10% em 2013 para 12%. Só em janeiro as exportações da companhia aumentaram 21% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Conquista de novos mercados, como Rússia, México e Peru, e estratégia focada na valorização da marca foram, segundo o diretor comercial do grupo, Eduardo Smaniotto, as chaves para estancar a queda nas exportações. Essa mudança de humor dos exportadores de manufaturados já foi captada pela sondagem industrial da Fundação Getulio Vargas. Em janeiro, o índice que indica como as indústrias avaliam a demanda externa por seus produtos cresceu 8,5% em relação a dezembro e 2,2% ante janeiro de 2013.

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O indicador, que considera o saldo entre o número de empresas que avalia as exportações como forte e fracas, atingiu no mês passado o maior nível em 12 meses e superou a média histórica de cinco anos. "Esse resultado reflete o nível mais favorável do câmbio para as exportações, já que não houve mudanças no cenário econômico internacional", afirma o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos e Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), Aloísio Campelo.

O economista observa que a China e a Argentina, dois importantes parceiros comerciais, estão com a economia em desaceleração. Por isso, ele atribui a reação ao câmbio que, em 12 meses, desvalorizou-se quase 17%.

A melhora no ânimo das indústrias exportadoras é nítida em sete de 14 segmentos pesquisados: alimentos, vestuário e calçados, têxtil, mobiliário, química, celulose, papel e papelão e material elétrico e de comunicações. As exportações da indústria elétrica e eletrônica deverão somar neste ano US$ 7,4 bilhões, praticamente a mesma cifra de 2013, segundo o presidente da Abinee, Humberto Barbato. Em 2013, as exportações tinham caído 5% na comparação com o ano anterior.

O que deve estancar a queda nas exportações, segundo Barbato, é o aumento das vendas externas de celulares, que voltaram a ser competitivas por causa do nível do câmbio. Segundo ele, os EUA estão comprando celulares do Brasil e isso já impulsionou as exportações no ano passado.

Celulose

No caso da celulose, o câmbio não foi o único fator favorável às exportações. No primeiro ano completo de operação, a Eldorado Brasil, por exemplo, exportou 1,1 milhão de toneladas de celulose, quase a totalidade da produção de 2013. Neste ano, a previsão é vender de 1,3 milhão a 1,4 milhão de toneladas no exterior, informa José Carlos Grubisich, presidente da empresa.

"Já contribuímos com cerca de US$ 800 milhões nas divisas para o Brasil no ano passado e este ano devemos chegar a US$ 1 bilhão", afirma o executivo. Do total exportado, 40% foram para a Ásia, 40% para a Europa e 20% para os EUA. Esses mercados vão ser mantidos este ano, e novos clientes da Europa do Norte, como a Finlândia, entrarão na lista de compradores.

Segundo ele, a valorização cambial ajudou. Além disso, houve recuperação de preços porque a demanda internacional estava boa, sobretudo da matéria-prima para papel higiênico e guardanapos.

Dados da Bracelpa, associação que reúne as indústrias do setor, mostram que, no ano passado, as exportações de papel e celulose somaram US$ 7,156 bilhões. O crescimento foi de 7,5% em relação a 2012, quando houve retração de 7,4% na comparação com o ano anterior. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O setor de calçados brasileiro chegou a um momento de saturação no mercado interno e seu crescimento apenas ocorrerá com o aumento das exportações. A avaliação foi feita nesta segunda-feira (13), por Francisco Santos, presidente e fundador da Couromoda durante a abertura da 41ª edição da Feira Internacional de Calçados, Artefatos de Couro e Acessórios de Moda, na capital paulista.

"Nossa indústria terá que enfrentar novos tempos de um Brasil que vai crescer mais lentamente. Manteremos o mercado interno como base de sustentação para o setor, mas o único caminho mais elástico para ampliarmos a produção é investir na exportação", afirmou.

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No ano passado, o mercado interno de calçados apresentou uma desaceleração no crescimento e fechou o ano com expansão de 2%, movimentando cerca de R$ 46 bilhões. "O mercado interno vinha crescendo a números chineses, dobrou de tamanho nos últimos dez anos, mas em 2013 a economia deu uma desacelerada e fechamos com um crescimento nominal de 7,8% no consumo interno, o que tirando a inflação dá 2%", explicou.

Santos afirma que 2014 será um ano difícil para o mercado interno. "Há algumas expectativas mais otimistas que falam em algo em torno de 4% de expansão neste ano. Queremos seguramente superar os 2% de 2013, mas ainda sou um pouco reticente em relação a 2014. Acho que vamos andar um pouco de lado, é um ano difícil, ano de eleição, quando as coisas todas são postergadas. Espero no mínimo repetir o numero de 2013", disse.

Já no caso das exportações, apesar de a associação do setor ainda não ter divulgado os números fechados do ano passado, a estimativa é de que o desempenho do setor em 2013 tenha repetido ou se aproximado do US$ 1,1 bilhão vendido em 2012. "Na medida em que o mercado interno parou de crescer, o mercado externo parou de cair. Em 2007, exportávamos quase US$ 2 bilhões", afirmou Santos.

Segundo o executivo, apesar de ainda estar longe da meta de repetir os números de 2007, o segmento está investindo em políticas para voltar a ganhar espaço nas exportações. "Hoje o setor tem uma capacidade instalada para produzir 1,1 bilhão de pares de calçados por ano e grande parte dessa produção tem que ser exportada."

O Brasil enfrenta atualmente concorrência asiática, já que países como China, Índia, Vietnã e Malásia se prepararam para ser máquinas das exportações, avaliou Santos. "O Brasil sofre com isso e perde mercado", disse o executivo, ressaltando que o País já não é mais dependente de apenas um grande cliente e exporta para mais de 150 países. "Mas está difícil recompor os preços. Somos competitivos da porta para dentro da fábrica e, por isso, precisamos de uma política de desonerações."

Santos disse que o grande perigo da falta de competitividade externa é estimular as importações. "Não se pode desindustrializar um setor tão gerador de mão de obra", afirmou, ressaltando, que essa indústria, do curtume até a loja, gera pouco mais de 1 milhão de empregos. "Só nas fábricas de sapatos são 350 mil emprego diretos e temos 500 mil no varejo."

Negócios

A 41ª da Couromoda deve receber mais de 85 mil visitas durante os quatro dias de realização. São cerca de 1.500 expositores em uma área de 85 mil metros quadrados no pavilhão do Anhembi. A feira apresenta mais de 2 mil coleções de calçados, bolsas e acessórios. A expectativa é de que durante os quatro dias de evento sejam gerados cerca de 35% dos negócios que devem abastecer o segmento ao longo de 2014. "Depois de um ano atípico em 2013, quando a economia andou a passos mais lentos, a feira logo no início do ano será um termômetro para a economia do País", disse Santos.

Clássicos, simples ou ousados; de couro exótico ou de plástico colorido, a indústria de sapatos brasileira - a terceira maior do mundo - busca seu caminho no mercado internacional, tentando desviar de alguns percalços em termos de competitividade e qualidade. Em um país com mais de 200 milhões de habitantes e uma dinâmica classe média com acesso a crédito, os sapatos têm um mercado interno vasto e seguro mas, agora, querem ir mais longe.

Moda e sapatos são parte de uma indústria que está em festa com a 36ª edição da Semana de Moda de São Paulo, a maior da América Latina. "O crescimento do mercado doméstico foi muito significativo desde 2008", disse à AFP, Heitor Klein, presidente da associação industrial Abicalçados.

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Em 2012, a produção foi de 864 milhões de pares, 5,5% a mais que no ano anterior. Pouco mais da metade destinada ao segmento feminino.

Contudo, as exportações (113 milhões de pares) caíram para 1,09 bilhão de dólares, 15,7% a menos em relação a 2011, o que demonstra que o país tem dificuldades para abrir caminho no mercado externo em um mundo atingido pela crise. "No Brasil a competitividade está desajustada. A questão tributária, a mão de obra e a falta de infraestrutura adequada para as exportações encarecem nossos produtos", comentou Klein.

"A indústria brasileira se volta muito para o mercado interno. Não é competitiva no exterior nem tem qualidade para disputar mercados de primeira", disse Lauri Müller, representante para o Brasil da feira Global Shoes da Alemanha, uma das maiores do mundo.

A conquista da China

O Brasil exporta seus sapatos para cerca de 150 países, com Estados Unidos, Argentina e França na liderança, focando principalmente um segmento de mercado intermediário quanto à qualidade e preço.

Trata-se, sobretudo, de sapatos vendidos a marcas estrangeiras que os comercializam com suas etiquetas, embora aos poucos venham aumentando as exportações de marcas próprias, entre as quais estão Capodarte, Azaleia, Via Uno e Arezzo, que já têm forte presença no mercado local.

O maior desafio é entrar no coração do maior produtor mundial, a China, que em 2011 produziu mais de 10 bilhões de pares de sapatos, segundo dados da Abicalçados.

Um programa dessa associação com a promotora de exportações Apex estimula o plano. "O processo começou há cerca de três anos com oito empresas e hoje já são 12 as interessadas", comentou Klein.

O Brasil já exporta sapatos para a China desde 2011, mas é um processo ainda muito incipiente. Plástico ou couro de serpente? Os dois. O Brasil tem dois exemplos de marcas consagradas dentro e fora do país: as famosas Havaianas e os sapatos Melissa.

Imitadas em todo o mundo, as Havaianas foram inspiradas nos chinelos usados pelos imigrantes japoneses. Os modelos mais simples podem ser comprados por cinco dólares, mas os preços aumentam à medida que as coleções são mais exclusivas.

Essas sandálias de plástico eram usadas pelas classes mais pobres do Brasil, mas 50 anos depois, são objeto de desejo de todos. Hoje, as Havaianas obtêm 24% de sua receita fora do país. Em 2012, foram produzidos 229 milhões de pares. "As Havaianas se transformaram em uma marca muito associada à alegria, à cor e ao verão", disse à AFP Carla Schmitzberger, diretora da unidade de negócios.

Criada em 1979, a Melissa já vende seus coloridos sapatos, também de plástico, em mais de cem países. Seus modelos muito elaborados - com colaboração do designer Karl Lagerfeld ou da arquiteta Zara Hadid - incluem saltos altíssimos e aplicações de corações ou bocas vermelhas.

A Melissa tem um local próprio em Nova York e para o primeiro semestre de 2014 pretende abrir um em Londres. Timidamente, o mercado dos sapatos de luxo também cresce, apesar de a moeda forte do país não colaborar para a produção local. A designer Paula Ferber produz sapatos caros em couros de crocodilo, de serpente ou de peixes amazônicos. Um par pode custar até 900 dólares.

Atualmente, comentou à AFP, negocia com um dos sócios do grupo francês L'Occitane para expandir as vendas, sobretudo para a Europa e o Oriente Médio. "Estamos tentando reduzir custos. Por enquanto, não fazemos mais que 1.500 pares por mês", comentou.

O Brasil produzirá pela primeira vez vacina exclusivamente para exportação. A previsão é de que o País exporte 30 milhões de doses da vacina dupla contra sarampo e rubéola, a partir de acordo firmado entre o laboratório Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, e a Fundação Bill & Melinda Gates. O anúncio da parceria será feito nesta segunda-feira, 28, no Rio, pelo ministro Alexandre Padilha.

O sarampo mata 158 mil pessoas por ano em todo o mundo e a rubéola provoca graves consequências para mulheres grávidas. Atualmente, somente um laboratório indiano produz a vacina dupla.

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Bio-Manguinhos já produz a tríplice viral MMR (caxumba, sarampo e rubéola), utilizada nas campanhas de vacinação brasileiras. A nova vacina, mais barata, será exportada para países em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina, onde a caxumba não tem impacto significativo.

A vacina dupla será produzida na nova fábrica de Bio-Manguinhos, em Santa Cruz. A Fundação Gates contribuirá com financiamento de 1,1 milhão de dólares para apoiar testes clínicos.

Após caírem 20,7% em 2012, as exportações do Brasil para a Argentina estão em alta este ano. No período de janeiro a setembro, as vendas externas chegaram a US$ 14,9 bilhões, 10,7% superiores aos US$ 13,4 bilhões computados em igual período do ano passado, segundo a base de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A elevação é puxada principalmente por alguns combustíveis e pelo grupo veículos automotores, reboques e carrocerias.

As vendas externas do coque (carvão de alto rendimento utilizado na siderurgia), biocombustíveis e derivados do petróleo registraram incremento de 117,1% entre 2012 e 2013, saltando de US$ 208,1 milhões para US$ 451,7 milhões. No caso dos veículos, o incremento foi 27%, saindo de US$ 5,7 bilhões para US$ 7,3 bilhões. Por outro lado, setores como vestuário, farmacêuticos e alimentos registraram queda nas vendas externas, respectivamente de 49,3%, 12,3% e 11,7%.

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Para o diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi, ainda são significativas as barreiras não tarifárias impostas pela Argentina aos produtos brasileiros. “O principal entrave são os instrumentos que [os argentinos] usam e que são subjetivos, quando a entrada do produto depende de uma aprovação qualquer. São barreiras não tarifárias”, diz.

Na avaliação dele, a pauta comercial entre os países é muito dependente do setor automotivo. “Tivemos crescimento na balança, mas está concentrado nesse setor. Ele representa quase 50% da balança comercial. O restante continua caindo”, ressalta. Para ele, a situação pode ser prejudicial ao Brasil. “Isso [a grande participação do setor automotivo] acontece porque o veículo brasileiro tem uma parte feita na Argentina e vice-versa. Se pararem, para também a nossa balança”, comenta.

De janeiro a setembro, os veículos foram destaque na balança comercial brasileira. O país registrou aumento de 46,2% na exportação de carros, ante o mesmo período do ano passado. O setor foi exceção ao desempenho fraco dos produtos industrializados. Os principais compradores foram Argentina, Chile e Peru. “O setor automotivo tem dependência de componentes importados, pois a produção cresceu muito no Brasil. Mas os carros estão mais inovadores e podem estar competitivos, principalmente na América Latina. Pode também ser reflexo do dólar”, opina Abijaodi.

A exportação de uma plataforma de petróleo na primeira semana de outubro produziu uma média diária de US$ 1,517 bilhão, o que significa um crescimento de 53,4% em relação ao valor de outubro de 2012 (US$ 989,2 milhões). De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações de manufaturados subiram 119,5%, em razão de plataforma para extração de petróleo e gás, motores e geradores, veículos de carga e automóveis de passageiros. Os embarques de produtos básicos aumentaram 24,2%, por conta, principalmente, de petróleo em bruto, soja em grão, minério de ferro, carne bovina e fumo em folhas.

Por outro lado, tiveram redução de 25% as vendas de semimanufaturados puxadas por ferro fundido, óleo de soja e açúcar em bruto e ouro em forma semimanufaturada. Nas importações, a média diária da primeira semana de outubro foi de US$ 1,054 bilhão, 15,3% acima da de outubro de 2012 (US$ 914,2 milhões). Aumentaram as compras no exterior, principalmente, de combustíveis e lubrificantes (+139,4%), aparelhos eletroeletrônicos (+22,6%), siderúrgicos (+14,7%), químicos orgânicos/inorgânicos (+9,8%) e borracha e obras (+7%).

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A Vale exportou US$ 16,453 bilhões (preço FOB) de janeiro a agosto deste ano, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A cifra se refere a preço FOB (sigla em inglês para Free on board, que significa que a responsabilidade do exportador acaba quando a mercadoria entra no navio). O resultado mantém a mineradora na liderança do ranking das maiores exportadoras do Brasil. A diferença acumulada das receitas de exportação da empresa em relação à segunda colocada, a Petrobras, se manteve nos níveis do mês anterior. As exportações da Vale superam as da estatal petrolífera em 111%.

O total exportado no acumulado dos oito primeiros meses do ano pela Vale é 0,96% menor do que o observado no mesmo período do ano anterior. No caso da Petrobras, houve um recuo de 50,16% ante as receitas obtidas em igual período do ano passado e a companhia encerrou o intervalo com total de US$ 7,767 bilhões em exportações. Considerando apenas agosto, as exportações da Vale somaram US$ 2,058 bilhões, recuo de 9,15% sobre o mesmo período de 2012. As exportações da Petrobras no mês passado chegaram a US$ 950,081 milhões, retração de 60,15%.

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Em agosto, a média do preço do minério de ferro nas exportações foi de US$ 84,7 a tonelada, queda de 15,5% ante igual intervalo do ano passado. Em relação a julho, o preço foi 5,7% inferior. Depois de Vale e Petrobras, que encabeçam a lista dos maiores exportadores do País, estão Bunge, Cargill, ADM do Brasil e BRF.

A Vale ampliou a distância na posição de maior exportadora brasileira em relação à segunda colocada, a Petrobras. No intervalo de janeiro a julho a mineradora registrou as exportações de US$ 14,395 bilhões, 111% a mais do que as receitas geradas pela petrolífera (US$ 6,817 bilhões). No primeiro semestre a diferença acumulada era de 106%, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

O total exportado no acumulado dos sete primeiros meses pela Vale é praticamente estável em relação ao observado no mesmo período do ano anterior (+0,33%). No caso da Petrobras houve um recuo de 48,35% ante as receitas obtidas em igual período do ano passado.

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Considerando apenas o mês de julho, as exportações da Vale somaram US$ 2,233 bilhões, recuo de 8,15% em relação ao registrado no mesmo mês de 2012. Já as exportações da Petrobras no mês passado chegaram a US$ 924,128 milhões, retração de 47,36%.

Em julho o preço médio do minério de ferro praticado ficou em US$ 89,8 a tonelada, recuo de 13,9% ante o mesmo intervalo do ano passado. Ante junho o preço médio ficou 9,5% menor.

Depois de Vale e Petrobras, que encabeçam a lista dos maiores exportadores do País, estão Bunge, Cargill e BRF.

Déficit - De janeiro a julho, com as exportações em queda, o déficit comercial da Petrobras subiu mais uma vez. As importações da petrolífera atingiram US$ 25,329 bilhões no período, resultando em um déficit de US$ 18,512 bilhões. A Petrobras é, de longe, a maior importadora do País, aponta o Mdic.

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