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O coronavírus continua se espalhando por favelas do Rio de Janeiro. Depois do caso confirmado pela prefeitura na Cidade de Deus (zona oeste), no balanço atualizado pela administração municipal até as 18h de sexta-feira (27) foram anunciados dois casos em Manguinhos, um em Parada de Lucas (ambas comunidades da zona norte) e um no Vidigal (favela da zona sul).

Ao todo, existem 431 casos confirmados de covid-19 no município do Rio, a maioria deles na Barra da Tijuca (60), seguida por Leblon (42), Ipanema (33) e Copacabana (31), todos na zona sul. Ao todo, 63 bairros têm casos registrados de covid-19. De quinta para sexta-feira, foram confirmados 63 novos casos. A média de idade dos pacientes com a doença confirmada é de 47,9 anos. Estão internados em UTI da rede municipal 22 pacientes.

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Considerando que não estão sendo feitos testes em massa e muitas vítimas do coronavírus não apresentam sintomas graves e por isso não procuram a rede de saúde, a prefeitura estima que o número real de casos até o dia 24 seja de 4.471. O número de casos em favelas, nesse caso, também seria muito maior.

O crime organizado, que impõe ordens nas comunidades do Rio de Janeiro, estabeleceu toque de recolher e a suspensão de todos os bailes funks da Região Metropolitana do Estado. Desde à sexta-feira (20), as festas estão sendo canceladas para evitar aglomerações e garantir o cumprimento do isolamento domiciliar, recomendado pelo Ministério da Saúde para conter o surto do novo coronavírus no Brasil.

No Complexo do Chapadão, localizado na Zona Norte, os traficantes emitiram o aviso nas redes sociais. "A diretoria resolveu suspender a realização dos nossos bailes pelo motivo que todos já sabem, essa praga desse vírus vem se espalhando pela cidade e essa parada é muito séria. Enquanto não tivermos tranquilidade, o nosso baile estará suspenso", informa a publicação.

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Também há registro do cancelamento de eventos no Morro da Mineira, no Centro do Rio, na favela Furquim Mendes e na Vila do João, localizados na Zona Norte; no Jardim Catarina, em São Gonçalo, e no B13, em Caxias. De acordo com informações, os criminosos também estariam impondo o toque de recolher às 20h para moradores e comerciantes.

Na a Cidade de Deus, primeira comunidade carioca com caso confirmado, um alto-falante percorreu as ruas para fazer o alerta. "Venho aqui a pedido da diretoria das áreas 15, 13, AP e Karatê. Iremos fazer toque de recolher porque ninguém está levando a sério. Quem estiver na rua de sacanagem ou batendo perna vai receber um corretivo e vai ficar de exemplo. É melhor ficar em casa de molho. O recado já foi dado", dizia a gravação.

No anúncio de cancelamento do baile da Palmeirinha, em Duque de Caxias, as atrações aparecem com máscaras cirúrgicas. Em Acari, os criminosos também adotaram a prevenção. "Devido a atual situação dessa pandemia de coronavírus em toda a região, não terá evento neste sábado. Pedimos a colaboração de todos: evitar aglomerações, som altos e bares. Grato, a diretoria agradece", pontua o post.

Na Vila Aliança, na Zona Oeste, traficantes estariam ameaçando os comerciantes que tentaram lucrar com a pandemia. "Não aceitaremos preços abusivos em nossa comunidade. Vocês sempre dependeram dos nossos moradores. Hoje, eles dependem de vocês", afirma um aviso que circulou pelas redes sociais, assinado pela "gestão inteligente".

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O policial militar e youtuber Gabriel Monteiro, que também integra o MBL e é assessor do deputado estadual Filipe Poubel (PSL), agrediu um jovem durante o enterro da menina Agatha Félix, de oito anos. Ela foi morta na sexta-feira (20), em uma ação da PM no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Após derrubar o ativista da Marcha das Favelas com um soco, ele fugiu de carro.

“Não dá pro cara chegar numa manifestação onde você não tem a mínima noção do que é viver como favelado e ter saudades das pessoas próximas a você que falecem para botar os familiares em contradição, para botar as pessoas que estão em um momento de dor, num momento de sofrimento em contradição para encher sua página de seguidor”, declarou o rapaz agredido. A marcha pedia explicações ao governador Wilson Witzel (PSL) sobre a ação que vitimou Agatha. Gabriel foi até o ato gravar mais um vídeo e desafiava as pessoas a responder por que o motivo do assassinato era da Polícia Militar carioca.

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Monteiro quase foi expulso da corporação devido a sua atuação nas redes sociais. Em denúncia, foi concluído que ele não cumpria com as funções policiais devido sua atuação no MBL. “Desobediência hierárquica com palavras ofensivas contra a instituição em redes sociais, conduta irregular, ineficiência no cumprimento da função, inúmeras transgressões disciplinares como faltas ao serviço para envolvimento em manifestações políticas com o MBL, do qual faz parte”, diz parte da decisão publicada em 27 de agosto de 2019.

O secretário de Estado da Polícia Militar anulou a condenação da corregedoria. Tal interferência do General Rogério Figueiredo -indicado pelo governador- fez o corregedor Joseli Cândido da Silva se demitir, de acordo com o Extra.

Confira

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O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), usou o desfecho positivo do sequestro que aconteceu nesta terça-feira (20) na ponte Rio-Niterói para tentar minimizar as críticas que ele vem recebendo, nos últimos dias, sobre a segurança pública das comunidades cariocas. Witzel disse que a morte do sequestrador, com a identidade ainda não revelada, poupou a vida de outras pessoas e aproveitou para estender o argumento e comparar com a ação policial nas favelas do Rio. 

“Se não tivesse abatido esse criminoso muitas vidas não seriam poupadas. Isso está acontecendo nas comunidades. Se a polícia poder abater quem está de fuzil tantas outras vítimas serão poupadas”, declarou o governador. 

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Pouco depois, Witzel disse que “estamos vivendo momentos difíceis, o crime organizado mata pessoas inocentes e coloca a culpa na polícia” e salientou ainda que “muitas vezes a sociedade, partidos da oposição, estão mentirosamente dizendo que a polícia está matando favelados”. “Isso é mentira, a polícia mata bandidos”, disparou. 

Apesar das afirmativas do governador, na última semana, há registros de que pelo menos seis jovens entre 17 e 21 anos morreram baleados durante operações policiais em comunidades do Estado e as suspeitas apontam que os tiros que ocasionaram os óbitos saíram da própria polícia. 

Um dos casos mais comentados foi o de Dyogo Xavier Coutinho, de 16 anos, que seguia para o treino de futebol quando levou um tiro de fuzil nas costas. Disparo, segundo testemunhas, teria partido de policiais.

"Como pretende melhorar a segurança pública para evitar que a gente perca aula, já que toda hora tem operação policial?", pergunta Ellen, uma adolescente da Maré, aos candidatos ao governo do Rio de Janeiro.

Ela tem 14 anos, a mesma idade que Marcos Vinicius, morto durante uma operação da polícia quando voltava da escola em junho na mesma comunidade.

É neste complexo de favelas com aproximadamente 140.000 habitantes - incluindo mais de 100.000 com idade para votar - que ONGs organizaram um debate com os candidatos ao cargo de governador do estado.

O centro cultural lotou: por volta de 300 pessoas, em sua maioria jovens, negros e quase todos moradores da Maré. Todas as cadeiras de plástico foram ocupadas, bem como os paletes de madeira transformados em grades, e muitos espectadores ficaram de pé.

Apesar disso, apenas três dos 12 candidatos compareceram. Dayse Oliveira (PSTU), Marcia Tiburi (PT) e Luiz Eugênio (PCO). Tarcísio Motta (Psol) foi representado pela vice, Ivanete Silva. Todos da esquerda e creditados com 1% das intenções de voto.

- Segurança -

"Cadê os candidatos, não conheço ninguém aqui. Nenhum deles vai para o segundo turno, mal passam de 1%", lamentou Daniel Silva, de 21 anos, que esperava ver os favoritos, o ex-jogador de futebol Romário e o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes.

"Estou um pouco decepcionada, mas isso só mostra o perfil desses candidatos. É importante o candidato ir para a favela e ter contato com a gente, para ter uma noção diferente do que a mídia passa", considerou Karla Rodrigues, de 35 anos.

Todos os dias, tragédias causadas por tiroteios nas favelas do Rio ocupam as páginas dos jornais.

O debate eleitoral na Maré não foi poupado. Por alguns segundos, o discurso de um candidato foi abafado pelo som de duas rajadas de tiros.

Arthur Viana de Andrade, de 21 anos, vai votar pela primeira vez. Ele ainda não escolheu seu candidato para governados nem para presidente, mas sabe em quem não irá votar.

"Quando um candidato foca muito nessa questão de 'bandido bom, bandido morto', vejo que não é o caminho a ser seguido, porque como homem negro favelado, você entende que é um alvo", afirma, em referência ao discurso do candidato de extrema direita Jair Bolsonaro, que lidera as intenções de voto para o primeiro turno da presidencial.

- "Nenhum pudor" -

Os organizadores escolheram a segurança como tema do debate. Mas quando perguntado sobre suas prioridades, os moradores citam primeiro a saúde e a educação.

"Eles têm que fazer um hospital grandão lá atrás. Esse negócio de segurança pública dentro de favela não existe. Hospital pode realmente ajudar. A saúde é o mais importante", afirma Lucia Gomes, de 49 anos, que vende bolos na entrada do centro cultural.

"As pessoas aqui estão bem descrentes da política, e generalizam muito, falam que todo político é corrupto, todo político é ladrão. Mas eu quero ouvir as propostas, porque deixar de votar não é a solução", declara por sua vez Sheyla Amaral, de 42 anos.

Para Eliana Sousa Silva, diretora da Redes da Maré, ONG que organizou o debate, o posicionamento político dos candidatos e suas propostas não são, necessariamente, levados em conta nas favelas.

"É difícil ter uma penetração inteligente e interessante da política porque as pessoas acabam votando de forma muito instrumentalizada. Alguns políticos veem as favelas como um curral eleitoral no qual estabelecem relações assistencialistas e clientelistas", explica.

E em certos casos, os candidatos devem obter autorização dos traficantes para fazer campanha, às vezes pagando pedágios.

"Já vi candidato oferecendo corte de cabelo, distribuindo peixe podre. Parece que é mentira, mas eles não têm o menor pudor", conclui Shyrlei Rosendo, membro da ONG.

As forças segurança fazem nesta quinta-feira (21) uma operação nas comunidades da Babilônia e Chapéu Mangueira, no Leme, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, como parte das ações da intervenção federal na segurança pública do estado. Facções criminosas que dominam as duas favelas estão há vários dias disputando o controle pelos pontos de venda de drogas nesses locais. 

A operação envolve o cerco das comunidades, patrulhamentos, revistas em veículos, verificação de antecedentes criminais e remoção de barricadas. Algumas ruas e acessos na região poderão ser interditados e setores do espaço aéreo controlados com restrições para aeronaves civis.

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Participam da ação, 1.800 militares das Forças Armadas e 50 policiais militares, além de duas equipes do Corpo de Bombeiros com cães farejadores. A Marinha faz patrulhas nas áreas marítimas vizinhas e a Aeronáutica atua com helicópteros sobre a região.

Ação na Maré

Nessa quarta-feira (20), uma ação conjunta da Polícia Civil e do Exército ontem no Complexo da Maré resultou na morte de sete pessoas, entre elas um adolescente de 14 anos, que foi baleado próximo da escola onde estudava. Marcos Vinicius da Silva chegou a ser levado para o Hospital Getúlio Vargas e passou por cirurgia, mas não resistiu ao ferimento.

Logo depois da morte, no fim da noite, moradores fizeram protestos em que fecharam a Avenida Brasil e a Linha Vermelha. Manifestantes chegaram a atear fogo em um ônibus.

Segundo a Polícia Civil, o objetivo da operação era cumprir 23 mandados de prisão e prender os suspeitos de terem participado da morte do chefe de operações da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), que morreu com um tiro na cabeça na semana passada, durante operação policial, na favela de Acari. Algumas comunidades da Maré são dominadas pela mesma facção que controla a venda de drogas de Acari.

De acordo com o Comando Militar do Leste, o Exército apenas apoiou a operação da Polícia Civil “logisticamente com dois veículos blindados, realizando o transporte em segurança dos agentes até os pontos assinalados por eles, como parte da operação”.

Onze favelas de bairros vizinhos das zonas norte e oeste do Rio de Janeiro foram alvo, nesta terça-feira, 1º, de uma operação promovida pelas Forças Armadas em conjunto com outras forças de segurança federais e as polícias Civil e Militar do Estado do Rio. O objetivo era remover barricadas para permitir o patrulhamento ostensivo das Forças Armadas. A ação começou pela manhã e até as 18h não tinha sido divulgado um balanço do resultado. Não houve registro de tiroteios nem de feridos.

A ação ocorreu nas favelas Curral das Éguas, Fumacê, Muquiço, Palmeirinha, Batan, Minha Deusa, Parque das Nogueiras, Vila Vintém, Promorar I, Promorar II e Triângulo, situadas nos bairros de Bangu, Deodoro, Honório Gurgel, Magalhães Bastos, Padre Miguel, Realengo, Sulacap, Valqueire (zona oeste), Campinho e Ricardo de Albuquerque (zona norte).

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Segundo nota emitida pelo Comando Conjunto da intervenção, foram usados veículos blindados, helicópteros e equipamentos de engenharia. Não houve interferência nas operações dos aeroportos. "Algumas ruas e acessos na região poderão ser interditados e setores do espaço aéreo poderão ser controlados, oportunamente, com restrições dinâmicas para aeronaves civis", informou o Comando. "As ações têm por objetivo principal melhorar as condições de acessibilidade para que o patrulhamento ostensivo das Forças Armadas - que já vem sendo realizado em apoio à Polícia Militar - possa ser expandido àquela região da cidade", diz a nota. "Em algumas das comunidades abrangidas as ações podem envolver cerco, estabilização dinâmica e remoção de barricadas, bem como revistas de veículos e de pessoas. A Polícia Militar realiza bloqueios em determinadas vias de acesso da região. A Polícia Civil apoia por meio da checagem de registros criminais e poderá, eventualmente, cumprir mandados de prisão ou de busca e apreensão em endereços específicos", continua.

Policiais civis cumprem nesta sexta-feira (6) 50 mandados de prisão de suspeitos de envolvimento com a venda de drogas e roubos nas favelas do Fallet, Fogueteiro e Prazeres, na zona norte  do Rio de Janeiro. Os mandados têm como base um inquérito da Delegacia de Santa Teresa (7ª DP), responsável pela região.

Segundo a Polícia Civil, dois grupos da mesma facção controlam as favelas da região. Um deles é responsável pela venda de drogas no Fallet e no Fogueteiro, enquanto o outro controla o comércio de drogas ilícitas no Morro dos Prazeres.

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A investigação contou com vídeos gravados em bocas de fumo e fotos publicadas em redes sociais, em que os suspeitos ostentam armas. Entre os alvos estão Paulo Cesar Baptista de Castro, conhecido por Paulinhozinho, apontado como chefe da quadrilha que comanda o Fallet e o Fogueteiro, e Cláudio Augusto dos Santos, o Jiló, suspeito de chefiar a venda de drogas no Prazeres.

Segundo o titular da 7ª DP, delegado Robinson Gomes, além de coibir o tráfico de drogas nas comunidades, a operação tem o objetivo de prender autores de roubo de cargas, de residências, de veículos e de estabelecimentos comerciais.

A operação, chamada de Colina, conta com 300 agentes da Polícia Civil e tem o apoio do Batalhão de Ações com Cães (BAC), da Polícia Militar.

Um projeto piloto fruto de uma parceria entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) promete oferecer microcrédito a negócios instalados em favelas brasileiras. De início, as comunidades de Heliópolis e Paraisópolis, na cidade de São Paulo, contarão com o benefício previsto para fevereiro.

A proposta da parceria é ampliar e desburocratizar o acesso a crédito por parte dos microempreendedores individuais “O entendimento do BNDES em relação aos pequenos negócios era outro, agora estamos falando a mesma língua. Os recursos estavam concentrados e o Sebrae e o Banco estão aqui para enfrentar os desafios. Com este Acordo, o Sebrae volta às suas origens”, comenta o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, conforme informações da Agência Sebrae de Notícias.

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A previsão é que 280 mil pequenos negócios situados em favelas de todo o Brasil sejam beneficiados pelo acordo, durante o período dos próximos dois anos. Atrelada à liberação do crédito, cujo valor pode variar a depender da atividade do empreendimento, serão realizados cursos de capacitação em empreendedorismo, oficinas e orientação para micro e pequenas empresas. A estimativa do Sebrae é que sejam liberados R$ 6 milhões nos próximos dois anos.

Desde junho do ano passado, quando foi lançado o Canal do Desenvolvedor MPME, foram registradas 25 mil solicitações de financiamento; 95% dos empresários são de micro e pequenas empresas, sendo a maioria dos segmentos de serviços e comércio. Segundo o Sebrae, foram realizadas 250 operações por meio do Canal, representando R$ 100 milhões em novos negócios. No que diz respeito às novas favelas que contarão com o serviço de crédito, o Sebrae deve divulgar em breve um cronograma e como o pedido será feito.

As Forças Armadas participam nesta quinta-feira (18) de uma operação conjunta com a Polícia Federal e as polícias estaduais na comunidade do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro. As ações também estão sendo feitas nas favelas de Manguinhos, Mandela e Arará, vizinhas ao Jacarezinho.

Os militares estão baseados em pontos estratégicos fazendo um cerco à região, enquanto os políciais civis, militares e federais fazem as buscas e cumprem os mandados de prisão no interior das comunidades.

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Um dos objetivos da ação é prender Wendel Luís Silvestre, principal suspeito de ter matado o delegado da Polícia Civil Fábio Monteiro na semana passada. Também estão sendo procurados outros criminosos com mandados de prisão em aberto.

O delegado passava de carro pelas proximidades do Jacarezinho quando foi abordado e morto por criminosos na última sexta-feira (12). Seu corpo foi encontrado no porta-malas de um carro perto da comunidade.

O primeiro dia do ano no Rio de Janeiro começou com mais um tiroteio na Rocinha, na zona sul da cidade, e um ataque à Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Jacarezinho, zona norte, onde um policial foi baleado. Segundo o comando da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Jacarezinho, policiais foram atacados a tiros por criminosos ao assumirem o serviço na Rua Esperança, por volta das 6h desta segunda-feira. Um policial foi baleado e socorrido para o Hospital Salgado Filho, no Méier, onde encontra-se internado, com estado de saúde estável.

Também desde cedo, de acordo com a Polícia Militar, policiais militares da UPP e do Batalhão de Polícia de Choque faziam patrulhamento na comunidade da Rocinha, quando avistaram criminosos armados na localidade do Lajão.

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Houve confronto e, segundo a PM, a ocorrência ainda está em andamento. Pelas redes sociais, moradores da Rocinha alertavam que o clima no primeiro dia de 2018 era tenso nas ruas da favela, e pediam para que os moradores não deixassem crianças saírem às ruas, por causa de tiroteios. A PM está em ação continuada na Rocinha desde 18 de setembro, por conta da briga entre quadrilhas de traficantes.

A Polícia Militar informou também que policiais militares do 2º Batalhão, em Botafogo, zona sul da cidade, foram acionados nesta manhã pela UPA-Botafogo (Unidade de Pronto Atendimento), onde deu entrada um homem baleado. "Após consulta foi constatado que o ferido tem contra ele dois mandados de prisão por ter participado da invasão na Rocinha, além de anotações criminais por tráfico de drogas na mesma comunidade", informou a PM.

A Agência Pública, organização que produz matérias jornalísticas e se auto intitula independente, divulgou um levantamento que revela que a maioria dos incêndios em comunidades carentes acontece em áreas nobres da região metropolitana de São Paulo. Uma matéria publicada pelo jornal britânico The Guardian, aponta que 80 favelas atingidas por incêndios em 2012 estavam em áreas que têm valor imobiliário 76% mais alto que a média das áreas ocupadas por esse tipo de habitação.

De acordo com a Agência, o governo atribui os incêndios às más condições de infraestrutura, como as instalações elétricas precárias conhecidas como “gatos”, e à quantidade de material inflamável aglomerado. Uma CPI instaurada em 2012 na câmara de vereadores de São Paulo para apurar o assunto foi encerrada com o parecer de que “não foi possível estabelecer uma conexão entre os incidentes e a especulação imobiliária”. Porém, a publicação aponta que meses após uma favela ser devastada por um incêndio e removida no bairro da Água Branca a região ficou valorizada.

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O The Guardian ouviu também moradores que perderam suas casas em incêndios e receberam da prefeitura de São Paulo a notícia de que o auxílio para reaverem seus bens eram condicionados a saída dos locais em que moravam.

De acordo com a prefeitura de Guarulhos, o número de favelas na cidade cresceu 23% nos últimos dez anos. Em 2007, a prefeitura registrou 300 locais nestas características. Neste ano (2017), este número é de 370.

Segundo Roberto Moreno, professor de arquitetura da Universidade Guarulhos (UNG), esta situação teve início no município na década de 1970, na região central, especificamente no Jardim Flor da Montanha. “As favelas surgiram com a ocupação das áreas públicas, que poderiam virar praças ou equipamentos para a educação e saúde. Porém, como naquela época não existiam projetos habitacionais, pessoas sem potencial econômico que chegavam do nordeste e de outras cidades do interior começaram a ocupar estas áreas”, disse o professor.

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Em 2011, o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que aproximadamente 450 mil cidadãos estavam em situação de pobreza.

Um serviço de cartão pré-pago direcionado a moradores de comunidades pobres foi lançado hoje (11) pela Central Única de Favelas (CUFA), que tem a meta de chegar a um milhão de clientes em seis meses. A dispensa de comprovações de renda e residência é uma das estratégias para atrair esse público, que muitas vezes não consegue ter conta bancária.

A partir de amanhã (12), a oferta do chamado Cufa Card começará a ser feita de porta em porta em 60 favelas da região metropolitana do Rio de Janeiro, mas a adesão ao cartão pode ser feita por pessoas de todo o país. Apesar de o público-alvo serem os moradores das favelas, qualquer pessoa com Cadastro de Pessoa Física (CPF) pode aderir.

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Fundador da Cufa, Celso Athayde diz que o objetivo é levar inserção econômica às comunidades e fazer com que o dinheiro circule entre pequenos empreendedores e pessoas atualmente desbancarizadas.

“A gente customizou um produto para esse território, para essas pessoas, e a ideia é fazer desse cartão uma moeda comunitária nos próximos seis meses”, explica. “Um grande número dessas pessoas não trabalha formalmente, tem dificuldade de comprovar renda, e outros estão negativados e também não podem.”

Para aderir ao Cufa Card também não há consulta ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) ou Serasa. O cliente paga uma taxa de R$ 8, que é revertida em R$ 10 de crédito para chips de qualquer operadora de celular. A partir disso, é possível depositar dinheiro na conta associada ao cartão, que não tem anuidade, e gastar o saldo de forma pré-paga em qualquer estabelecimento que aceite a bandeira MasterCard.

O depósito de crédito no cartão pode ser feito presencialmente, em postos de atendimento em favelas da região metropolitana do Rio, por meio de boleto ou pelo aplicativo do Cufa Card para celulares. O saldo pode ser transferido para outros usuários do cartão, sem a cobrança de taxas, e até mesmo sacado, em caixas eletrônicos Banco 24 horas, nos quais é cobrada a taxa padrão da operação. As compras só podem ser feitas à vista, sem a possibilidade de parcelamento.

A universitária Ingrid Souza, de 29 anos, planeja usar o cartão para comprar livros em lojas online. Moradora de Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro, ela não tem conta bancária e acredita que poderá organizar melhor sua vida financeira. “Agora, só vou gastar o que eu posso, porque com dinheiro na mão, você gasta. Se eu troco R$ 50, acabaram os R$ 50.”

Empreendedores

O Cufa Card também pretende atingir empreendedores de favelas que enfrentam dificuldades de obter máquinas de cartão e contas bancárias. Com o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), eles conseguem a máquina do Cufa Card, que também aceita cartões da bandeira MasterCard.

A vantagem oferecida para os comerciantes e prestadores de serviços é a ausência de taxas para compras nessa máquina com o cartão Cufa Card, e também o custo zero de adesão.

Dono de uma academia na Vila Kennedy, na zona oeste da capital fluminense, Mário Sérgio de Souza, de 38 anos, acredita que o número de alunos vai aumentar com o cartão. Além de prever até 8% crescimento, ele afirma que terá mais segurança em seu estabelecimento.

“A gente vai trabalhar menos com dinheiro vivo na bancada da academia. Quando as pessoas não têm mecanismos de pagamento, elas vem com dinheiro vivo, e a gente acaba tendo riscos de segurança.”

Mãe e filha mortas por balas perdidas na Mangueira, um homem atingido fatalmente por estilhaços de uma granada em confronto no Pavão-Pavãozinho, um bebê baleado na barriga da mãe na comunidade do Lixão, na Baixada Fluminense. Após uma semana sangrenta, moradores de favelas de várias áreas do Rio se reuniram na manhã deste domingo na praia de Copacabana para pedir paz.

O evento batizado de I Encontro de Favelas pela Paz no Rio foi o pontapé inicial para a criação de um Fórum Permanente de Segurança Pública de Favelas e Desenvolvimento Social, onde haverá discussão da violência nas comunidades. O Ministério Público e Defensoria Pública foram convocados para acompanhar o movimento, organizado por presidentes de associação de moradores de 680 favelas.

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Apesar da chuva, ônibus trazendo moradores de favelas de várias áreas não paravam de chegar na orla, na frente do Copacabana Palace, hotel que é um ícone do glamour da zona sul, bem distante da realidade dos moradores dos morros. Os manifestantes vestiam camisas amarelas, estampadas com uma pomba (símbolo da paz) e com os dizeres "As favelas pedem paz" e erguendo faixas com pedidos de socorro.

A presidente da Federação Municipal das Associações de Favelas do Rio de Janeiro, Deusimar da Costa, disse que o objetivo é combater o descaso público e a violência que atinge o cotidianos dos moradores, em especial a violência policial. "É dever da polícia combater o tráfico, mas também proteger o cidadão. E o cidadão de favela não está sendo protegido", afirmou. "Se o Estado não consegue fazer seu papel sem sacrificar a população, tem que buscar alternativa. O ato não é contra a polícia, mas pela paz. O que acontece na favela é um genocídio maquiado de segurança pública", alertou.

Para os líderes das favelas e os moradores ouvidos pela reportagem, a política das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) não surtiu efeito e a presença constante dos policiais até aumentou a violência nos morros. Os moradores se queixam também da ausência do Estado na prestação de serviços, como saneamento básico. A associação de vítimas da violência, muitas vezes inocentes, com o tráfico, também revolta.

Maria Quitéria Conceição Santos, 45 anos, diz que foi o que aconteceu com seu filho, Wesley Daniel Santos Oliveira, morto em dezembro de 2015 com três tiros na comunidade do Jacarezinho. Ele tinha 17 anos, era evangélico, trabalhava e voltava da igreja quando foi atingido. "Não existe bala perdida. A polícia diz que confundiu meu filho com bandido porque ele estava no meio do fogo cruzado", conta emocionada. Moradora do Jacarezinho há 19 anos, Maria Quitéria diz que gostaria de sair do morro, mas não tem condições. Seu maior medo é que algo parecido aconteça com seus dois outros filhos, Camila, 22, e Gabriel, de apenas 4 anos. "Vim aqui por ele (Wesley) e para pedir paz na comunidade, que está muito violenta", diz. (Mariana Durão)

As favelas de Paraisópolis e Heliópolis serão os pontos de lançamento, hoje, de um programa batizado de Favela Mais, que trará para a formalidade às micro e pequenas empresas que funcionam nos aglomerados. Estima-se que elas movimentem R$ 80 bilhões ao ano. Hoje, porém, isso ocorre à margem dos sistemas governamentais.

"Toda atividade dentro da comunidade é informal", disse ao Estado o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Guilherme Afif Domingos. "É segregação de cidadãos que são produtivos, que poderiam estar legalizados, podiam ter CNPJ para expandir seus negócios, mas que são tratados marginalmente."

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Até há pouco tempo, formalizar negócios em operação em favelas era praticamente impossível, segundo Afif. Isso porque eles funcionam em terrenos que não têm escritura, o que comprometia todo o processo de formalização. Com a atualização da lei das micro e pequenas empresas, ocorrida no final de 2016, a legalidade da empresa deixou de depender da situação do imóvel.

O coordenador de Empreendedorismo da Central Única das Favelas (Cufa), Celso Athayde, disse que considera a possibilidade de formalização um benefício. "É uma oportunidade para as pessoas melhorarem seus negócios", avaliou. "Não tem por que não profissionalizar a estrutura, os funcionários, uma vez que os negócios têm dado muito certo." A entidade é parceira do Sebrae no Favela Mais.

Para Athayde, alguns empreendedores podem não ver vantagem na formalização. "Há 14 milhões de pessoas vivendo em favelas, portanto elas são praticamente um país onde há todo tipo de opinião." Na informalidade, comentou, eles não pagam impostos. Por outro lado, "não têm direito a nada". Para ele, é importante o poder público oferecer às favelas as mesmas oportunidades "do asfalto".

Dono da Malokero, uma loja que vende bermudas, camisetas e bonés há três anos na entrada de Paraisópolis, o empreendedor Rogério Pereira, de 30 anos, acha importante a formalização, independentemente do local do estabelecimento. "A loja é informal e isso atrapalha muita coisa", disse. "A gente procura recursos e não tem, não consegue descontos com fornecedores, tem de pagar tudo à vista."

O lançamento do Favela Mais será uma oportunidade também para tirar dúvidas sobre outros programas do governo. O grafiteiro Diego Soares Cabrera, que assina seus trabalhos como Daub, tem dificuldades com o Portal do Empreendedor, onde são feitas as inscrições para Micro Empreendedor Individual (MEI). "Tenho um débito, mas não consigo nem saber de quanto é", contou. Com isso, não consegue emitir notas fiscais.

Numa parceria com o governo paulista, o Favela Mais oferecerá empréstimos de até R$ 20 mil para investimentos, com 36 meses para pagar e seis de carência. O custo do financiamento é a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), hoje em 7% ao ano. Se o pagamento for feito em dia, o juro é zero. Essa linha de crédito já está em operação. O valor médio dos empréstimos concedidos é de R$ 5 mil. Com o acesso aos empréstimos, os microempresários terão treinamento em gestão, o que Athayde considerou "inovador" e necessário.

O Favela Mais tem parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social, para identificar beneficiários do programa Bolsa Família que possam receber treinamento profissionalizante. "São cursos de formação que permitem a eles se tornar profissionais: encanador, eletricista, chaveiro", explicou Afif. "Falta mão de obra de profissionais de manutenção." Esse programa, chamado Super MEI, é oferecido pelo Sebrae em parceria com Senai e Senac.

Tiroteios entre traficantes acontecem em três morros próximos a Santa Tereza e no Catumbi, na região central da capital fluminense, desde a noite desta sexta-feira, 30, até o início da tarde deste sábado, dia 1º. Segundo o comando da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) das favelas da Coroa, Fallet e Fogueteiro, criminosos estão em confronto em diversos pontos das comunidades. Eles disputam o controle do tráfico de drogas na região.

O policiamento foi reforçado pelo Comando de Operações Especiais (COE), com a participação de outras UPPs e batalhões da Polícia Militar, que começaram a agir no interior das comunidades e nos seus acessos.

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Moradores da região registraram, em vídeos, os disparos. Algumas imagens mostram motoristas voltando na contramão pelo Viaduto Paulo de Frontin, que dá acesso ao Túnel Rebouças, ligação entre as zonas norte e sul. O Centro de Operações do Rio anunciou a interdição da Rua Itapiru, no Catumbi por causa da operação policial e orientou aos motoristas não passarem pela região.

Segundo a polícia, pela manhã, a UPP local prendeu três homens e apreendeu dois fuzis no Morro da Coroa. A ocorrência foi registrada pela 5ª Delegacia de Polícia (Centro). Durante a madrugada, o Batalhão de Polícia de Choque prendeu um homem e apreendeu 2.011 trouxinhas e dois tabletes de maconha prensada, no Fogueteiro. Ele foi levado para a Cidade da Polícia, no Jacaré, zona oeste. Até o momento, não há informações sobre feridos.

O Comitê Olímpico da Austrália (AOC, na sigla em inglês) vai oferecer aos seus atletas uma cartilha na qual veta a ida deles a favelas durante a presença da delegação no Rio para os Jogos Olímpicos. A decisão, revelada no domingo pelo jornal australiano Herald Sun, gerou críticas do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB).

"Existe muita ignorância sobre o Rio e o Brasil, além de um certo de drama de como as coisas são. Cá entre nós, o comitê australiano tem sido fonte de agressões contra o Brasil. E a gente ama Sydney", comentou o prefeito, na terça-feira.

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Paes se referia ao fato de John Coates, presidente do AOC e membro da comissão do Comitê Olímpico Internacional (COI) que cuida dos Jogos do Rio, ter tido em abril de 2014 que a preparação da Cidade Maravilhosa era a pior que ele tinha visto. Bastante criticado, ele logo voltou atrás e disse que confiava que o trabalho seria bem feito.

Agora, entretanto, a Austrália demonstra preocupação com a segurança da cidade. "Nossos atletas certamente vão interagir com os cariocas e vão aproveitar a praia de Copacabana. Mas as favelas são áreas que não podemos controlar e a segurança pessoal de nossos atletas vem antes", explicou à agência de notícias The Associated Press o porta-voz do AOC, Mike Tancred.

De acordo com ele, a Austrália não pode permitir que os atletas subam as favelas porque o comitê não consegue controlar um grande número de atletas indo a lugares diferentes ao mesmo tempo.

Tancred, porém, não deixou de tentar demonstrar simpatia com o País: "Nós amamos o Brasil e estamos ansiosos para compartilhar a emoção. O Rio teve um tremendo progresso na preparação para os Jogos e não temos dúvidas de que o Rio vai entregar (o esperado)"

Os moradores das favelas brasileiras movimentam R$ 68,6 bilhões por ano, segundo uma pesquisa feita pelo instituto Data Favela, com apoio do Data Popular e da Central Única das Favelas (Cufa). O levantamento, realizado em fevereiro, considera que há 12,3 milhões de pessoas vivendo nessas comunidades em todo o País.

Na pesquisa anterior, conduzida em outubro de 2013, os moradores de favelas movimentavam R$ 63,17 bilhões por ano. Houve evolução na aquisição de bens de consumo, a reboque do aumento real do salário mínimo e do emprego formal, diz o instituto.

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Um dos reflexos do aumento no poder aquisitivo é a posse de bens duráveis. Nove em cada dez moradores de favelas possuem telefone celular, sendo que metade deles têm smartphones. Sete em cada dez casas ostenta uma televisão de alta tecnologia. Metade dos lares possui computador.

"Você tem um processo de formalização grande do trabalho, 53% dos trabalhadores das favelas possuem carteira assinada. Por mais que o Brasil esteja em um período de crise, o emprego formal garante acesso ao décimo terceiro salário, fundo de garantia. A crise não está subindo o morro ainda", afirmou Renato Meirelles, presidente do Data Popular.

Como esses trabalhadores costumam receber salários mais baixos, a política de valorização do salário mínimo também tem resultado em ganho real expressivo da renda, a despeito da pressão da inflação sobre o orçamento dessas famílias.

"Um terço da mão de obra feminina da favela é empregada doméstica, categoria que teve ganho de renda 40% maior do que a média nos últimos dez anos. Na construção, setor que mais emprega dentro da favela, o aumento salarial foi 36% a mais do que a média", lembrou Meirelles.

Atualmente, 67% dos lares já são equipados com televisões de plasma, LED ou LCD. Menos de um ano e meio atrás, 46% dos domicílios das comunidades tinham esses aparelhos. A pesquisa também mostra elevação na aquisição de máquinas de lavar roupa, carros e motocicletas. Hoje, 75% das casas têm máquina de lavar roupa, contra 69% em 2013.

Além disso, 24% dos domicílios possuem carro, ante uma fatia de 20% na pesquisa anterior. No caso das motocicletas, a evolução foi menor: 14% dos habitantes em 2015, contra 13% em 2013.

"São dois públicos responsáveis pelo aumento do poder aquisitivo na favela: os jovens de 14 a 29 anos, porque 73% deles estudaram mais que os pais; e também as mulheres, que já chefiam 46% dos lares na favela, contra um total de 38% no total do Brasil", apontou Meirelles.

No entanto, a pesquisa aponta que os moradores nas favelas estão mais endividados atualmente do que há dois anos: 35% das pessoas atualmente têm dívidas, contra uma parcela de 27% de endividados em 2013. Por outro lado, a fatia de inadimplentes permaneceu estável em relação ao levantamento anterior: 22% mantêm alguma conta atrasada há mais de 30 dias.

"O crescimento do emprego formal aumentou o acesso ao crediário, por isso que a favela está mais endividada. Mas é um endividamento saudável, tanto que não teve aumento na inadimplência", disse o presidente do Data Popular.

O levantamento ouviu dois mil moradores em 63 favelas de dez regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Curitiba, Porto Alegre e Brasília.

Os moradores das favelas brasileiras movimentam R$ 68,6 bilhões por ano, segundo uma pesquisa feita pelo instituto Data Favela, com apoio do Data Popular e da Central Única das Favelas (Cufa). O levantamento, realizado em fevereiro, considera que há 12,3 milhões de pessoas vivendo nessas comunidades em todo o País.

Houve evolução na aquisição de bens de consumo, a reboque do aumento real do salário mínimo e do emprego formal, diz o instituto. Atualmente, 67% dos lares já são equipados com televisões de plasma, LED ou LCD. Na pesquisa anterior, realizada em 2013, 46% dos domicílios das comunidades tinham esses aparelhos.

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A pesquisa também mostra elevação na aquisição de máquina de lavar roupas, carros e motocicletas. Hoje, 75% das casas têm máquina de lavar roupas, contra 69% em 2013. Além disso, 24% dos moradores possuem carro, ante uma fatia de 20% em 2013. No caso das motocicletas, a evolução foi menor: 14% dos habitantes em 2015, contra 13% em 2013.

Endividamento

No entanto, a pesquisa aponta que os moradores nas favelas estão mais endividados atualmente do que há dois anos: 35% das pessoas possuem dívidas atualmente, contra uma parcela de 27% de endividados em 2013. Já a fatia de inadimplentes permaneceu estável em relação ao levantamento anterior: 22% mantêm alguma conta atrasada há mais de 30 dias.

O levantamento conduzido pelo Data Favela ouviu dois mil moradores em 63 favelas de dez regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Curitiba, Porto Alegre e Brasília.

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