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No próximo sábado, 1º de setembro, duas vocalistas transexuais vão entoar músicas a favor das mulheres. A cantoras fazem parte do grupo As Bahias e a Cozinha Mineira que se apresenta festa Odara Ôdesce, no Catamarã. O agito tem início às 17h e promete muito música brasileira até a madrugada do domingo.

A banda ganhou destaque após o lançamento de um álbum em sintonia com as discussões feministas que dominaram o país com as hashtags #meuprimeiroassédio e #meuamigosecreto. O ritmo é dançante e traz a performance de Raquel Virgínia e Assucena Assucena acompanhadas da Cozinha Mineira que elas montaram, não seria diferente.

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O projeto nasceu em 2014 e tem como proposta levantar discussões feministas. Com fortes influências de Gal Costa e Clube da Esquina, o grupo já tem um disco lançado, "Mulher". Durante a festa também se apresentam o cover de Vaca Profana, um clássico da festa, e as DJs Allana Marques e Lala K. Os ingressos custam R$ 45 e podem ser adquiridos no site Eventick.

Serviço

Sábado (1º de outubro) | 17h

As Bahias e a Cozinha Mineira e DJs Allana Marques e Lala K

Catamarã (Cais das 5 Pontas, s/n - Bairro de São José)

Na tarde desta segunda-feira (19), mulheres se reuniram no monumento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora (centro do Recife), a fim de manifestar repúdio ao depoimento do governador Paulo Câmara quanto à segurança das mulheres e o qual comportamento deveriam tomar para evitar novos casos de estupro.

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"Nós acordamos um dia e vimos a declaração do governador, então um grupo de amigas resolveu criar um evento no Facebook a fim de convocar mulheres para um ato. A partir daí recebemos apoio de outros movimentos sociais, inclusive no Rio de Janeiro e São Paulo, além de pernambucanas que vivem nesses estados", explicou a socióloga Acayne Nascimento, uma das organizadoras da mobilização.

Apesar da expectativa da presença de 1.400 para o protesto, se fez presente apenas 50 pessoas, mas que seguirão para o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo para a entrega de uma carta em repúdio às palavras de Câmara.

"O que me mobilizou até aqui foi o 'soco' que eu levei ao saber desse pronunciamento do governador. Sou do Rio de Janeiro e vim aqui para prestigiar as mulheres mais corajosas do estado, para fortalecer essa rede que nós estamos formando aqui e mostrar nossa força. Ele nos colocou como causadoras dessa violência que sofremos", detalhou a cantora Doralyce.

"Acho que esse é um momento de resistência contra esse sistema opressor que tenta culpar a mulher pela violência contra a mulher. Estamos à beira do feminicídio e é desolador ouvir esse posicionamento do governador. Nós precisamos de segurança, de mais movimentos sociais e saber dessas palavras nos entristece", conta Lindacy Assis, do Fórum de Mulheres Negras de Pernambuco.

No início da noite, homens e mulheres caminharão em direção à sede do governo do estado a fim de entregar o documento.

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Um dado alarmante: 67,36% dos relatos de violência contra a mulher, registrados pela Central de Atendimento, nos primeiros dez meses de 2015, afirmam que a brutalidade foi cometida por homens com quem as vítimas têm ou tiveram algum vínculo afetivo. Um desses casos ocorreu com a ex-modelo e atriz Luíza Brunet, que foi agredida pelo empresário Lirio Parisotto, depois de quase cinco anos de relacionamento que tiveram.

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Outro caso, registrado na Bahia, foi o da professora Sandra Denise Costa Alfonso, morta a tiros pelo marido, um major do Corpo de Bombeiros Militares da Bahia. A prima da vítima, Poliana Suene, estudante de Jornalismo da Universidade da Amazônia (Unama), em Belém, afirma que o machismo ainda é um comportamento aceitável na sociedade e que em alguns países é regra para definir o que é certo ou errado. Esse quadro, afirma, precisa ser alterado. “Precisamos investir na educação primária, com disciplinas de ética e controle emocional”, diz.

“As mulheres estão morrendo pelas mãos dos homens todos os dias, em todas as partes do País. São aproximadamente 15 mulheres mortas por companheiros e ex-companheiros cotidianamente no Brasil. É urgente que as mulheres se ergam em combate contra a violência patriarcal”, afirma a jornalista Byanka Arruda, que atua como ativista feminista, em Belém e nas redes sociais, pela Coletiva Feminista Radical Matinta. 

Grupos de feministas e mulheres ativistas que combatem a violência doméstica crescem cada vez mais na capital paraense, sobretudo entre as jovens. Byanka fala sobre a importância do ativismo virtual. “O barulho que nós fazemos é grande e é preciso que os agentes da violência, os homens, saibam que as mulheres não estão sozinhas. O barulho que nós fazemos é grande e é preciso que os agentes da violência, os homens, saibam que as mulheres não estão sozinhas”, diz.

O Pará é o 10° Estado do Brasil no ranking em casos de violência contra a mulher. Em uma década, as ocorrências aumentaram em 100%, de acordo com o Mapa da Violência 2015, divulgado em Brasília.

Neste sábado (11), começaram as atividades da I Etapa da Escola de Formação Feminista Popular Soledad Barrett, no Recife. O projeto terá duração de seis meses e pretende potencializar a militância feminina em prol do emponderamento das mulheres. Os encontros serão realizados em um sábado por mês, das 9h às 17h, no Sindicato dos Bancários, localizado no bairro da Boa Vista, área central da cidade.

“A necessidade de implantação da Escola nasceu de formar mulheres para que elas ganhem autonomia na militância feminista”, explicou uma das organizadoras da escola, Bruna Leite. Segundo Bruna, o projeto também visa, além de explicar a teoria do movimento, a necessidade de ativar a militância de rua. “Por isso é importante que as mulheres ocupem o espaço público”, disse. Após as aulas, todas as participantes irão realizar uma caminhada pelo bairro da Boa Vista.

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Uma das inscritas para participar das aulas de formação feminista foi a estudante Natália Lopes, de 26 anos. A jovem explicou que se descobriu feminista pelas redes sociais, mas que algo precisava complementar suas leituras virtuais. “O que eu encontrava na internet já não estava me satisfazendo mais”, disse. Graduada em engenharia, Natália contou, também, que sua área é muito machista e que pretende lutar contra isso. “Saber que você está fazendo alguma coisa, principalmente dentro do cenário político atual, é muito importante. Por isso que quero, além de aprender com a teoria, trocar experiências com as meninas”, espera.

A bióloga Juliana Sierpe Moreira, de 32 anos, foi convidada a participar das aulas dadas pela escola. “Sempre fui a favor desses ideais e estou aqui porque as mulheres precisam saber sobre seus direitos, devem ir atrás e deles e, principalmente, terem voz”, afirmou. Até o término do curso, Juliana ressaltou que pretende “atuar mais na militância feminista”.

O sistema de aulas é baseado na pedagogia de Paulo Freire, sustentando a ideia de que o espaço de rua também é local de aprendizado. Segundo a organização, não são permitidos homens participando das aulas. “Os homens já têm acesso privilegiado às informações, então precisamos acolher essas mulheres que são vulneráveis”, explicou Bruna. 

Para participar, a coordenação da Escola de Formação Feminista Popular Soledad Barrett pede a contribuição de R$ 5, porém quem não puder doar o valor também pode participar o curso. O valor é empregado nas refeições compostas por café da manhã e almoço. 

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O Recife vai ganhar, no próximo sábado (11), a I Etapa da Escola de Formação Feminista Popular Soledad Barrett. A qualificação busca debater a história de luta das mulheres e construir uma discussão acerca do projeto feminista.

A Escola também pretende combater as opressões de gênero, de raça e de classe. Além disso, haverá um espaço destinado às crianças, possibilitando a participação das mulheres que poderão deixar os pequenos em atividades educativas.

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De acordo com Clarissa Nunes, uma das responsáveis pela política pedagógica da formação, o caráter prático é um dos objetivos da Escola, uma vez que após cada etapa da qualificação, será realizado um ato. Segundo Clarissa, a ação procura conscientizar as participantes que é importante lutar em prol dos direitos adquiridos pelas mulheres.

Organizada pelo movimento feminista Marcha Mundial das Mulheres, a formação será realizada no Sindicato dos Bancários, localizado na Rua Manoel Borba, 564, bairro da Boa Vista, área central do Recife. O início das atividades está previsto para as 8h. A previsão é que ocorram encontros até 10 de dezembro, sempre aos sábados.

Cerca de 300 mulheres já se inscreveram para participar da formação, porém, quem ainda não se inscreveu deve realizar o procedimento pelo e-mail mmmnucleosoledadbarrett@gmail.com. É solicitada uma contribuição no valor de R$ 5 para cada integrante da ação. 

De acordo com a Escola, homens não poderão participar dos encontros. Outras informações sobre a formação podem ser obtidas pelo telefone (81) 9-9968-0967.

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“É um bando de sapatão”, disse o senhor, alterado, na parada de ônibus. “O senhor está errado”, rebateu, também na parada, o vendedor de pipocas e águas. O diálogo, que traz opiniões distintas, bem como mostra a permanência de ideias de senso comum, foi realizado durante a passagem da Marcha das Vadias pela Avenida Conde da Boa Vista, na tarde deste sábado (28).

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Uma multidão de mulheres e homens caminhou da Praça do Derby até a Praça da Independência, localizada no bairro de Santo Antônio, área central do Recife. A sexta edição do ato teve o principal mote a luta pela não culpabilização de vítimas de estupro

Durante a caminhada pela avenida de grande movimentação, naquele momento tomada pelas “vadias”, sem a possibilidade do tráfego comum de veículos, os populares se dividiram sobre a importância do movimento. “Eu acho que está muito certo esse tipo de ato porque luta para que as mulheres consigam o respeito que merecem”, disse o especialista na área de segurança digital, Leonardo Dias, de 32 anos.

Apesar da opinião favorável, o homem comentou que não crê que existam muitos casos de machismo, principalmente no trabalho. “Pelo menos na minha área, que é a de tecnologia, as mulheres sempre estiveram presentes”, justificou. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada em 2015, das 580 mil pessoas que trabalham na área de Tecnologia da Informação (TI), no Brasil, 20% são mulheres.

O ambulante Marcos Antônio Ferreira disse aprovar a Marcha, porém “as mulheres usam de meios errados para protestar”. “Porque não vejo necessidade quando elas tiram a roupa, acho que não é a forma certa de combater”, disse. Quando explicado por uma manifestante que as mulheres protestam com os seios de fora, por exemplo, para lutar contra a visão vulgar e erótica que se tem dessa parte feminina, Marcos retrucou. “Porque, então, não ir de militar? Valeria muito mais a pena, alfinetaria mais”, disse.

A dona de casa Maria da Conceição Silva, 53, olhava atentamente a passagem da manifestação. O cartaz que trazia a frase “a buceta é minha” causou espanto na mulher. “Nossa, olha o que está escrito ali”, comentou com o marido, na frente do prédio onde moram. Apesar de seu certo desconforto com a frase, Maria da Conceição disse achar o feminismo importante. “Aquele caso da menina que foi estuprada por 33 homens. Meu Deus do céu, o que foi aquilo? Esse ato pode, sim, ser uma forma de alertar outras mulheres e protegê-las”, opinou.

A passagem das “vadias” pela Avenida causou muitos espantos, como também muitas aprovações. Frases como “Meu Deus do Céu”, “Não têm o que fazer”, “Apoiado” e “Isso mesmo” foram ditas pelos transeuntes que espectaram o ato. Houve, também, quem levou em tom de brincadeira. “Vamos mostrar os peitinhos. Todo mundo agora”, disseram cinco mulheres que estavam juntas na parada de ônibus localizada em frente ao Shopping Boa Vista.  

Toda a caminhada da Marcha das Vadias foi realizada de forma tranquila. Vez por outra, alguns momentos de tensão eram registrados, todos causados por homens que não aceitavam a forma da manifestação e exteriorizavam, de forma agressiva, suas opiniões. Em resposta, durante grande parte da caminhada, as manifestantes cantavam “Não te devo nada, não mereço ser estuprada”.

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Confira também a cobertura em vídeo realizada pela TV LeiaJá:

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O futebol tem sim espaço para discussões sociais. Não é só o que acontece dentro do gramado que vira pauta de debate entre clubes e torcedores. O Sport, através das redes sociais, demonstrou que uma agremiação esportiva pode contribuir com ideais e compartilhar opiniões entre seus seguidores. Através do Facebook, o Leão lançou uma campanha de combate à violência contra a mulher, diante do monstruoso caso da jovem estuprada por cerca de 30 criminosos. Mas entre centenas de elogios à publicação, alguns internautas criticaram a ação do Rubro-Negro na web.

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Com a mensagem “Sport é para todos – O corpo da mulher não”, a postagem arrancou elogios do público. “Parabéns pela campanha. Orgulho do meu time quando estrapola o futebol e trabalha por um mundo melhor”, escreveu um torcedor. Outro usuário acredita que a atitude do Sport deve ser seguida por outros clubes. “Por uma cultura de futebol menos machista! Por uma cultura de futebol sem cultura de estupro! Por um mundo mais igualitário entre e para homens e mulheres!”, opinou. Mas entre os comentários, algumas interpretações não aprovaram a postagem. ”Esse símbolo é do movimento abortista... Façam uma postagem em defesa das mulheres, mas sem usá-lo, por favor”, escreveu um usuário do Facebook. “Feminismo no Sport não”, postou outro torcedor. Algumas postagens ainda fizeram menção à palavra estupro:

 

Imagem postada

De acordo com a diretoria de comunicação do Sport, a postagem reflete a posição social do clube em defesa dos direitos das mulheres e contra qualquer tipo de violência. Segundo o clube, a imagem divulgada não tem nenhuma relação com movimentos e sim é uma forma de simbolizar o respeito às mulheres. 

Uma das organizadoras do Grêmio Anárquico Feminazi Essa Fada, Geisa Agrício, acredita que todas as empresas ou clubes devem segui o exemplo do Sport. Ele também esclareceu que a imagem não representa a legalização do aborto, e sim defende a equidade de gêneros e o respeito aos direitos das mulheres.

“Direitos humanos é uma coisa que todo mundo precisa fazer. Eu não preciso ser gay para defender o direito LGBT. Também não preciso ser pró-aborto para combater a cultura da violência contra mulher, contra a cultura do estupro. Claro que existem camadas de discussão no feminismo em que queremos sim a legalização do aborto, porque é a mulher que decide pelo seu corpo. Defender direito não quer dizer abraçar todas as ideias daquele movimento. A gente tem que fazer um processo de reflexão que vai muito além de tudo. Apoiar a violência contra mulher é básico, todas as empresas deveriam fazer. O Sport se posicionar a favor da mulher não quer dizer que o clube é a favor do aborto”, explicou Geisa.

Ainda de acordo com a feminista, os comentários contra o feminismo merecem repúdio. “Acho que são comentários ignorantes, como se o feminismo fosse uma bandeira que causa mal a alguém. É uma pauta que não tem lado contra. O lado contra é até feio. O que precisa ser desmistificado é o termo que coloca o feminismo contra os homens. Não conheço nenhuma vítima do feminismo”, opinou.

Além do Sport, outros clubes do futebol brasileiro reforçaram a campanha contra violência. Internacional, Grêmio e Palmeiras foram alguns desses times.

Com vulnerabilidade fundiária, sejam elas do campo ou da cidade, mulheres pernambucanas têm travado uma luta constante pelo direito a terra. No estado, entretanto, elas esbarram com a escassez de políticas públicas para a classe e a morosidade nos trâmites para a regularização da terra. Para tentar acelerar as articulações entre a população feminina e as instituições estaduais e municipais, nesta segunda-feira (7), inicia uma série de encontros organizados, entre outras instituições, pelo Espaço Feminista, o Instituto de Terras e Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe) e a Rural DevelopmentInstitutede Seatlle (Landesa). 

O evento - que acontece durante todo o dia no auditório da Universidade de Pernambuco (UPE), em Nazaré da Mata - está discutindo os “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) na luta das mulheres pelo direito a terra” e a pretensão é de levar uma nova agenda sustentabilista a partir de uma perspectiva de gênero para o território. 

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“O mais interessante é que mulheres aprovem estes objetivos de desenvolvimento sustentáveis como algo que faça parte da vida delas. Que elas façam suas histórias a partir dos pontos abordados para o benefício delas, como o direito a terra”, observou a representante da instituição norteamericana Landesa, Janina Mera, em conversa com o LeiaJá. “Quando as mulheres têm direito a terra muitas coisas secundárias acontecem”, acrescentou citando a prosperidade das famílias, a educação e a redução dos índices de violência doméstica.

“Precisamos entender que uma vez que a mulher tem direito seguro a terra a vida dela se transforma, mas não só a dela, como a de toda a sua família. Não estamos apresentando isso como utopia, mas um grupo de mulheres que vivenciaram a luta pela terra por nove anos e estão dando testemunho disso”, exemplificou uma das pesquisadoras do Espaço Feminista, Patrícia Chaves. 

Segundo elas, recentemente um estudo apontou que o acesso da mulher a terra aumenta o Produto Interno Bruto (PIB) de um país. Diante disso, o Espaço Feminista e a Landesa estão se preparando para iniciar uma série de pesquisas para revelar os índices das famílias geridas por mulheres que já receberam os títulos de posse a terra e as consequências disso, além do quantitativo de políticas públicas direcionadas ao gênero. 

“Vamos fazer todo um levantamento sobre as políticas públicas que deveriam estar sendo levadas para elas e qual a situação de cada uma delas no território. Queremos a partir de tudo isso medir a progressão das políticas públicas para as mulheres nos próximos anos”, explicou Chaves, dizendo que estavam fazendo parcerias com o IBGE e a Fundaj para a confecção do levantamento. 

Indagadas se as políticas públicas para as mulheres são suficientes, observaram que não. “É fácil dizer que falta muita coisa. O foco internacional e em muitos países já tem virado as pautas feministas, mas ainda falta muita coisa para ser feito. Falta bastante, mas de pouco em pouco a gente chega lá e os indicadores são exatamente para ver o quanto falta”, disse Janina Mera. 

“Falta o que a gente está tentando fazer, o processo de empoderamento, que tem que começar por dentro. É algo interno. De acordar. Eu agora tenho consciência da desigualdade que eu vivo e agora quero alcançar, quero mudar. Uma nova forma de você se colocar na sociedade”, acrescentou Patrícia. 

Os objetivos fechados em um acordo do Brasil com a Organização das Nações Unidas, no ano passado, com 17 itens que vale até 2030. “Estamos focando quatro desses objetivos: a redução da pobreza, da fome, da desigualdade entre homens e mulheres e como tornar os assentamentos humanos [favelas, comunidades urbanas e rurais] em espaços mais saudáveis, inclusivos e resilientes”, explicou Patrícia Chaves. 

De acordo com Patrícia, para que o país consiga realmente implementar políticas públicas em torno desses itens acordados com a ONU “é preciso que a discussão seja levada para os territórios” e, por isso, as instituições estão realizando esta série de encontros, principalmente focados nas pautas feministas. Além da Zona da Mata, nesta segunda, outros três encontros estão sendo organizados para acontecer no Sertão, no Agreste e na Região Metropolitana do Recife. 

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Transexual. Ativista. Negra. Mulher. Robeyoncé, no auge dos seus 27 anos, afirma que sua maior luta é em prol da causa LGBT. Com sua aprovação inédita no 18º Exame de Ordem Unificado da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a jovem dedicou sua aprovação. “Não é uma vitória somente minha, mas de todas as trans e de toda a comunidade LGBT”, disse.

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Ela também afirmou que sentiu sua privacidade invadida. “Mas, se eu tiver que escolher entre ter a minha privacidade e lutar pelos direitos LBGT, eu prefiro lutar pelos direitos LGBT”, afirmou.

Nesta semana, Pernambuco soube da primeira aprovação na história no Exame da OAB. Robeyoncé Lima está no seleto grupo das pessoas que obtêm êxito na prova. A média é de que 17,5% dos candidatos que prestam o Exame são aprovados.

Para sua aprovação, Robeyoncé disse que se dedicou intensamente durante apenas 15 dias, mas que seu gosto pelos estudos vem desde quando era pequena, em decorrência do isolamento que sofreu. “As crianças não queriam brincar comigo, nunca tinha lugar para mim nas brincadeiras. Então, eu me sentia à vontade com os livros, eu ficava entretida, os gibis eram meus amigos”, conta.

Robeyoncé, que sempre frequenta livrarias e os famosos sebos (locais onde se vendem livros usados ou novos a preço mais baixo que os do mercado convencional) contou que compra sempre títulos no local e que também consome obras específicas da área de direito oriundos de lá. “Eu venho aqui, compro livros de idiomas, compro Vade Mecum, compro livros de passatempo”, explica.

Além de estudante de direito, Robeyoncé já é formada em geografia, também pela UFPE. “Eu percebi que o ambiente de sala de aula não era para mim, eu tinha que impor respeito, mas eu gosto de conquistar o respeito”, afirma. Sua mudança para o outro curso veio pensada de forma prática, já que, em sua opinião, a área jurídica é a que tem mais retorno no mercado de trabalho.

Atualmente, Robeyoncé é estagiária da 11ª Vara do Tribunal de Justiça Federal de Pernambuco e está no último ano do curso. “Quando eu pegar a carteira da OAB, meu objetivo é advogar ajudando minhas amigas com seus nomes sociais e em prol da causa LGBT. Além disso, eu também tenho afinidade pela área de Direito Internacional, por isso faço curso de inglês e compro livros de idiomas”, afirma.

O que você acha do nome social?

Robeyoncé – É uma coisa revolucionária porque é o direito de ser chamada pelo meu nome social na chamada, nos documentos da universidade, poder ir ao banheiro feminino. Antes, eu ia no masculino, mas não me sentia à vontade e percebia que os rapazes também não gostavam da minha presença. Eu procurava ir ao banheiro quando não tivesse quase ninguém ou em um bem escondido. Agora, no feminino, sou bem melhor recebida.

Mas o nome social é suficiente?

R – O nome social coloca a visibilidade trans em pauta, facilita algo fundamental, mas é um degrau para o nome civil, na minha opinião. Eu sou Robeyoncé apenas nas grades da universidade. Fora delas, Robeyoncé nem existe. Quando eu me olho no espelho, eu não vejo um menino, eu vejo uma mulher. Mas, para mudar precisam de vários laudos, porque de acordo com a CID, eu sou doente, e existem várias fases antes da alteração.

De onde vem Robeyoncé?

R - Foi uma forma de homenageá-la (a cantora Beyoncé), trazê-la para junto de mim, para que ela sempre estivesse ao meu lado. Isso foi decorrente de uma apresentação na 1ª Semana LGBT da UFPE, em que eu dancei uma música dela. Então, todo mundo que me chama de Rob, meu apelido, adicionou o “Beyoncé” e ficou Robeyoncé.

Porque você diz que é doente?

R - Porque segundo a CID (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde), a transexualidade é uma patologia. Homossexualidade também era, mas tiraram da lista. Eu faço acompanhamento no Hospital das Clínicas, faço tratamento psicológico, hormonal, tudo.

Você pensa em fazer a mudança de sexo?

R - Para a sociedade, você só é mulher se tiver peito, bunda e vagina. Sem vagina, não é mulher. Eu não tenho essa urgência, eu não me incomodo com minhas genitálias. E, também, a operação é o último estágio. Se você se operar não tem mais como voltar, então os médicos fazem muitos laudos, passam você por muitos exames e tratamentos para saber se é isso mesmo que você quer. Eu tenho amigas no grupo (do HC) que dizem que sentem nojo da própria genitália. Você percebe que o caso delas é realmente urgente, mais do que o meu. Mas silicone eu queria colocar. Um peito me emponderaria. Mesmo eu andando com roupas femininas, de sapatilha, de brincos, as pessoas ainda me tratam no gênero masculino. Se eu tivesse peito, as pessoas iriam logo se impactar e me tratar pelo feminino, porque eu estaria ali com um peito na cara delas.

Sobre o nome social, como você foi recebida com a mudança?

R - Para minha família, o nome é sagrado. Então, eu mudei meu primeiro nome, deixando o ‘Ro’, que remete ao meu nome civil, e acrescentei o ‘Beyoncé’. O ‘Lima’, eu deixei justamente por essa questão da minha família. Minha mãe, às vezes, me chama pelo meu nome masculino, e eu fico sempre consertando. De vez em quando, dá vontade de fingir que não estão falando comigo, mas eu não vou virar a cara para minha mãe, né? Por isso eu preciso de um peito!

O que você acha do preconceito sobre a transexualidade?

R - Eu não tenho como pedir para uma pessoa preconceituosa involuntária, que foi criada em uma sociedade assim, acabar de uma vez com seu preconceito. Há necessidade de um debate. Todos nós temos preconceito, me diga uma pessoa que não tem.

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As fotógrafas Jocelyne Rodríguez Droguett, Macarena Peñaloza Villarroel, Marcela Bruna Castro e Pilar Diaz, do coletivo chileno las Niñas, trazem ao Recife a exposição Cromossoma X, com abertura neste sábado (20). A mostra dialoga com pautas feministas e foi escolhida através de uma convocatória reaizada em 2015 no Mesa7, do coletivo recifense 7Fotografia. O evento contará também com intervenções artísticas, apresentações musicais e leitura de poesias. 

Cromossoma X traz ensaios fotográficos que abordam questões como identidade, estereótipos, autonomia e sexualidade gerando uma discussão acerca da opressão cotidiana ao qual a mulher é inserida. O coletivo Las Niñas foi criado em 2012 abrindo um espaço de reflexão sobre a posição histórica e atual que as mulheres ocupam na fotografia chilena. 

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No evento, além da abertura da exposição, também haverá intervenção da artista visual Nathália Queiroz; poesia interpretada pela poeta mineira Mariana de Matos; apresentação musical com a percussionista olindense Aishá Lourenço, além da presença-performance do grupo Vaca Profana.

Serviço

Abertura da exposição Cromossoma X

Sábado (20) | 22h

Casa da Rua (Rua Dona Ada Vieira, 112 - Casa Forte)

Gratuito

Quando se fala em Dança do Ventre, é comum pensar que este é um tipo de dança sensual, praticado apenas por mulheres que desejam “agradar” ou “seduzir” os homens. Porém, esta é uma ideia ultrapassada, visto que ela traz, na verdade, uma filosofia de empoderamento feminino. 

Afim de desmistificar e esclarecer este e outros mitos, o programa Na Social desta semana está inteiramente dedicado à força e a feminilidade da Dança do Ventre. 

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Confira todos os detalhes no vídeo abaixo. O Na Social é publicado semanalmente no Portal LeiaJá.

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Mais da metade da população (50,1%) brasileira está conectada à rede mundial de computadores, segundo pesquisa de 2014 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar dos avanços, os desafios ainda são muitos e escapam à mera inclusão digital.

Um desses desafios é a falta de representatividade do gênero na área. As mulheres são minoria na indústria de tecnologia, mas seu trabalho colaborou para que tivéssemos computadores como conhecemos hoje. Alguns exemplos são Ada Lovelace e Grace Hopper, que foram fundamentais para o avanço dos softwares.

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Para mudar a realidade e a hegemonia masculina no mundo da ciência e tecnologia, vários projetos veem já na inclusão digital um importante mecanismo para apresentar, engajar e aumentar o envolvimento das mulheres com a tecnologia.

Mas como uma mulher que se interesse pelo assunto pode começar? O principal ponto é mostrar que não é preciso ser técnico de computação ou entender muito de tecnologia. É o que pensa Jean Lucas, um dos criadores da Academia Lovelace, um projeto que tem como objetivo não apenas ensinar programação para mulheres, mas também outras habilidades técnicas requeridas pelo mercado de trabalho.

As meninas podem até aprender no seu tempo livre. “Um exemplo disso é que muitos programadores destaques no mercado de trabalho nem são originalmente formados na área. Outro importante incentivo é começar a aprender programação desde cedo, como nas escolas de ensino médio e fundamental. Há grupos, inclusive um deles foi campeão do Mulheres Tech Sampa, que focam nisso”, explica o idealizador.

A internet é uma dessas ferramentas para quem quer começar no mundo da programação. “Você pode frequentar hackerspaces e makerspaces, pode se informar na internet”, diz Ana Paula Lima de outro projeto, o MariaLab Hackerspace, que realiza oficinas e eventos relacionados à tecnologia na cidade de São Paulo.

Para Ana Paula, as mulheres interagem com a tecnologia sem se darem conta do interesse pelo tema. Elas ainda são uma parcela na produção. Para a ativista, é comum vermos a associação de novas tecnologias à resolução de problemas.

“Se grande parte das pessoas que criam e desenvolvem tecnologia são homens, é natural que parte da inovação surja para melhorar problemas que eles tenham ou que tenham sido concebidos com visão masculina”, explica.

A programadora compara conhecidos aplicativos. “Vamos pegar dois exemplos conhecidos. O aplicativo "Vamos Juntas?", concebido por uma mulher, e o "Tinder", criado por um homem. Cada um vai ter uma opinião sobre essas ferramentas, mas a gente precisa questionar o que de fato elas buscam resolver e se, ao melhorar a vida de um grupo, ela dificulta a de outro”, exemplifica Ana Paula.

Um dos entraves para que as mulheres se interessem pela programação é o preconceito e o condicionamento cultural. Segundo Iana Chan, a fundadora do PrograMaria, o projeto surgiu da observação de que havia poucas mulheres nos cursos e nas carreiras de programação.

"Existe um problema de representatividade. Muita gente fala que as mulheres não se interessam ou não têm habilidade, mas acreditamos que isso se deve a essa narrativa cultural que de que mulher e tecnologia não combinam", comenta.

Dezenas de educadoras sexuais e defensoras do aborto na América Latina são vítimas de ameaças de morte, perseguições e ataques por parte de cidadãos, inclusive sob o aval de alguns governos, fazendo com que muitas abandonem por medo seu trabalho, denunciou nesta quarta-feira a Anistia Internacional (AI).

"Atrever-se a falar do aborto e da educação sexual na América Latina parece ser razão suficiente para que te chamem de 'delinquente', 'assassina' e inclusive 'terrorista'", lamentou a diretora para as Américas da AI, Erika Guevara, ao apresentar um relatório sobre esta problemática.

A ONG cita como exemplo um caso midiático registrado recentemente no Paraguai, onde ativistas da ONG CLADEM apoiavam o pedido de aborto de uma menina de 10 anos que foi estuprada por seu padrasto.

A menina acabou tendo em agosto uma filha, depois que as autoridades negaram a ela o aborto, e os ativistas denunciaram ter recebido telefonemas ameaçadores por telefone.

Também relembra um caso em Yucatán, no leste do México, onde há "uma brutal campanha" contra integrantes da única organização que pratica o aborto legal, que "obrigou a grande maioria dos funcionários a renunciar a seu trabalho" por medo de que "acontecesse algo se soubessem que trabalhavam na clínica".

A Anistia também lembra outro caso ocorrido em El Salvador, onde uma organização é alvo de uma "cruel campanha de perseguições" por apoiar 17 mulheres condenadas à prisão acusadas de ter matado seus fetos, embora elas tenham alegado ter tido abortos espontâneos.

"Pessoas do governo e de grupos fundamentalistas nos atacaram e estigmatizaram com mentiras horríveis nos meios de comunicação e nas redes sociais", denunciou Sara García, da Agrupação Cidadã pela Descriminalização do Aborto em El Salvador.

Para a diretora para as Américas da AI, "as campanhas de difamação são uma tática bem conhecida das autoridades para tentar impedir que se fale de assuntos que são incômodos" e "costumam ser também um primeiro passo para levar os que o fazem aos tribunais".

"Se os governos não assumirem sua responsabilidade de defender estas valentes defensoras dos direitos humanos e respeitar seu trabalho, tal situação seguirá piorando perigosamente no futuro imediato", advertiu.

O papa Francisco se juntou ao coro do movimento feminista nesta quarta-feira ao pedir salários iguais para pessoas que exercem a mesma função, dizendo ser "puro escândalo" que mulheres ganhem menos que homens quando fazem o mesmo trabalho.

O pontífice também criticou aqueles que creditam a crise nas famílias às mulheres que deixam de cuidar do lar 100% do tempo para procurar um trabalho remunerado. Para Francisco, isso é uma atitude "machista" e mostra como os homens "querem dominar mulheres".

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Os comentários foram feitos durante a audiência geral de quarta-feira, que o papa tem devotado a comentar diferentes aspectos da vida familiar.

Para o papa, a "igualdade radical" que o cristianismo propõe entre marido e mulher deve render novos frutos.

"Devemos apoiar com empenho o direito à igualdade de salários para funções idênticas", disse. "Por que mulheres devem ganhar menos que homens? Não! Eles têm os mesmos direitos. Essa disparidade é escândalo puro."

Francisco tem falado frequentemente sobre como a igreja católica em geral deve dar mais valor ao "gênio feminino". Ele também tem pedido que as mulheres assumam cargos mais altos na igreja, embora tenha descartado a ordenação ou a chefia de congregações por mulheres.

No Vaticano, apenas 18% dos empregados são mulheres, de 17% quatro anos atrás. Atualmente, apenas duas mulheres têm cargo de subsecretária em um dos departamentos da administração local.

Embora venha clamando por um maior papel das mulheres na igreja, o pontífice argentino de 78 anos também tem sido questionado pelo conteúdo de algumas declarações que deu, como a de que a Europa muitas vezes parece uma avó infértil. Ou então quando ele deu boas vindas às novas integrantes de uma das comissões teológicas mais importantes da igreja dizendo que elas eram "a cereja do bolo".

Nesta quarta-feira, ele veio novamente em defesa das mulheres. Citando o Adão bíblico, que culpou Eva por ter lhe oferecido a maçã proibida, ele disse, sarcasticamente: "É sempre culpa das mulheres! Pobres mulheres, precisamos defendê-las!" Fonte: Associated Press.

Em algum momento da sua vida você define o tipo de coisa que gosta e segue procurando e filtrando programações afins. Pensemos em termos de cinema: Seja uma pessoa dizendo que só assiste filmes com finais felizes, seja se recusando a ver filmes com algum romance, seja uma preferência por filmes-cabeça ou por aqueles que não te façam nem pensar. Existem milhares de razões pra isso. Pode ser o gosto, podem ser traumas da vida, ou apenas uma necessidade primordial de desopilar e de se desligar da realidade.

A escritora Rose Marie Muraro, uma das principais representantes do movimento feminista no Brasil, morreu na manhã deste sábado, aos 83 anos, no Hospital São Lucas, em Copacabana (zona sul do Rio). Ela estava internada no CTI da unidade de saúde desde o dia 12.

Rose tinha câncer na medula óssea havia mais de dez anos e, no dia 15, entrou em coma e desenvolveu uma infecção respiratória. Rose tinha 5 filhos e 12 netos.

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A intelectual nasceu praticamente cega, mas conseguiu estudar - cursou Física - e escreveu 44 livros. Nas décadas de 1970 e 1980, foi pioneira ao liderar o movimento feminista no País.

Rose também atuou como editora, tendo publicado mais de 1.600 livros nas editoras Vozes e Rosa dos Tempos. Trabalhou com Leonardo Boff durante 17 anos.

Em texto divulgado pelo Twitter, a presidente Dilma Rousseff lamentou a morte de Rose: "Foi com tristeza que soube da morte de Rose Marie Muraro, ícone da luta pelos direitos das mulheres."

Com performances artísticas, faixas e corpos pintados, a Marcha das Vadias realiza sua 4° edição neste sábado (31). Os manifestantes seguem pelo bairro da Boa Vista com destino à Praça da Independência, no Centro do Recife. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 300 pessoas participam do evento. O grupo saiu da Praça do Derby por volta das 16h.

Esse ano, mais um ponto da cidade foi incluído no roteiro dos militantes. A proposta é que, depois de chegarem a Praça da Independência, os participantes sigam para o Cais José Estelita, onde eles devem se juntar ao grupo #OcupeEstelita. “Nós lutamos pela autonomia sobre o nosso corpo, pela legalização do aborto, entre outras pautas feministas, porém esse ano, iremos gritar também pelo direito ao espaço público, que também é de nosso interesse”, explicou uma da organizadores, as psicóloga, Wedja Martins.

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A estudante Eduarda Miranda, de 21 anos, fazia parte da frente feminista da Universidade Federal da Paraíba, mas esse ano se mudou para o Recife e defendeu a marcha. "Tem gente que encara o movimento como se fosse engraçado, mas é um movimento sério. Não adianta dizer que o machismo não existe, nós sofremos com ele todo dia. Por isso eu apoio o movimento, que por sinal, levanta muitas bandeiras, não só feministas como contra o racismo e a homofobia", falou.

Em homenagem a um grupo de mulheres indianas, denominado Gulab Gang, um grupo de sete mulheres saiu com roupa indiana e pedaços de madeira nas maões. " Estamos representando um grupo de mulheres que cansou de sofrer violência, de ser espancada, humilhada, e agora saem pelas ruas para fazer justiça com as próprias mãos. Elas também realizam ações no País em defesa das vítimas desse machismo", ressaltou uma das participantes, a funcionária Pública Patrícia Brandão. 

Sobre o trânsito: Os militantes estão agora na Rua do Hospício com destino a Praça da Independência. A Polícia Militar, que acompanha os manifestantes, informou que eles estão ocupando apenas uma faixa durante todo o percurso. 

Mais informações em instantes

A cantora Lily Allen causou polêmica nas redes sociais após escrever um artigo para a última edição da revista masculina Short List. Com a temática “Como ser um homem”, o texto faz uma série de críticas ao feminismo. “Feminismo. Eu odeio essa palavra porque ela nem deveria ser um tema mais. Nós somos todos iguais, todo mundo é igual”, critica Lily que continua: “Por que até existe uma conversa sobre o feminismo? Qual a versão masculina do feminismo? Não há nem uma palavra para isso”.

Antes do artigo, Lily Allen havia criticado o sexismo do mundo pop na música Hard Out Here. Ela ainda disse quem é o maior inimigo da mulher. “Mas eu não acho que os homens sejam o inimigo. Eu acho que as mulheres são os inimigos. Eu sei que quando estou sentada em um restaurante e uma bela mulher entra, uma magra, eu instintivamente penso ‘Oh, ela é realmente magra e bonita, e eu sou realmente gorda e feia’. É uma coisa mais competitiva. É bizarro. Não é saudável e nós somos as nossas maiores inimigas”, escreveu  Lily.

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A Marcha Mundial das Mulheres (MMM), movimento feminista que existe desde o ano 2000, enviou ao LeiaJá uma nota de repúdio ao secretário de Patrimônio e Cultura de Olinda, Lucilo Varejão, por conta de declarações feitas por ele em entrevista ao portal publicada na sexta-feira (7) passada

“A MMM vem expressar seu mais profundo repúdio ao secretário do Patrimônio e Cultura de Olinda, Lucilo Varejão, que deu a seguinte declaração ao Portal LeiaJá: “folião veio e provavelmente virá novamente em 2014 com o espírito liberado para se divertir e aproveitar as cores, a música e, no nosso caso, as mulheres bonitas. Isso é o que interessa”, diz a nota.

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Segundo Gabriela Belufe, integrante do movimento em Pernambuco que se organiza em sindicatos, praças e universidades, a nota foi produzida seguindo os princípios da entidade. “Nós mulheres não somos mercadoria. Também não queremos ser oferecidas como atrativo turismo por sermos bonitas, como disse Varejão. O que queremos, no mínimo, é o cargo dele. Uma pessoa que está na Secretaria de Cultura não pode ter esse tipo de tratamento. Ele deveria era zelar pelos direitos de todas as mulheres, homens e sociedade em geral”, argumenta Gabriela.

Além disso, segundo o documento, o movimento feminista reivindica ao prefeito Renildo Calheiros “uma Política de Igualdade de Gênero e Proteção aos Direitos das Mulheres, com garantia de implantação da Secretaria da Mulher com autonomia e orçamento próprio, modelo já implantado em outras cidades da Região Metropolitana do Recife”.

“Não existe uma hierarquia no movimento. Somos formados por várias outras instituições e nos reunimos em sindicatos, praças e universidades, além do meio rural”, declara Josilene Carvalho, que também faz parte da MMM.

Confira a nota na íntegra:

"Nota de Repúdio da Marcha Mundial das Mulheres Pernambuco à declaração machista do Sr. Secretario do Patrimônio e Cultura de Olinda, veiculada no Portal LeiaJá no dia 07/02/2014.

A Marcha Mundial das Mulheres vem expressar seu mais profundo repúdio ao secretário do Patrimônio e Cultura de Olinda, Lucilo Varejão, que deu a seguinte declaração ao Portal LeiaJá: 'folião veio e provavelmente virá novamente em 2014 com o espírito liberado para se divertir e aproveitar as cores, a música e, no nosso caso, as mulheres bonitas. Isso é o que interessa.'

O 7° anuário revelou que, no Brasil, o crime de estupro é mais elevado do que o crime de homicídios, subindo 18,17% em 2012 e pesquisas como a do IPEA em 2013, mostraram o aumento da violência contra a mulher.

A prostituição no Brasil não é opção das mulheres, mas parte de um perverso e cruel sistema de exploração do corpo e da vida, onde as principais vítimas são as meninas pobres e negras, atentando que no contexto atual, da realização do carnaval, copa do mundo, obras e megaeventos, o corpo das mulheres e meninas tem sido mais um produto a ser vendido.

A mercantilização da vida e do corpo das mulheres é imposta pela mídia de consumo um padrão de beleza as mulhere, reafirmando o modelo machista e patriarcal, colocando a mulher numa condição de objeto sexual, facilitando no carnaval e nos mega eventos a exploração sexual de mulheres e meninas, tráfico de pessoas além dos inúmeros registros e casos de estupros que ocorre nesses eventos e fora deles, colocando nós mulheres como culpadas e nunca como vitimas.  

Neste sentido compreendemos que a fala expressa e formal de quem representa o Estado vêm nessa lógica oferecendo aos foliões nós, mulheres. Não seria papel do Estado, ter política afirmativa de igualdade de gênero? Não seria também papel do Estado ter uma política de segurança nos mega eventos para as mulheres? Olinda deita em berço esplêndido na ausência de políticas públicas e afirmativas de igualdade de gênero, por isso repudiamos a fala do então secretario e ao Estado que ele representa, por que somos mulheres e não mercadorias para sermos colocadas como atrativo sexual para turistas, por que somos uma diversidade de mulheres, que não temos o padrão de beleza imposta por uma mídia machista e patriarcal desse sistema capitalista.

Nós mulheres, exigimos providências do então senhor prefeito Renildo Calheiros, sobre a declaração machista do seu secretario Lúcilo Varejão, que viola os Direitos Humanos das mulheres, como também reivindicamos uma Política de Igualdade de Gênero e Proteção aos Direitos das Mulheres, com garantia de implantação da Secretária da Mulher com autonomia e orçamento próprio, modelo já implantado em outras cidades da Região Metropolitana do Recife.

Seguiremos em Marcha ate que todas sejamos livres!

Marcha Mundial das Mulheres Pernambuco

Fevereiro 2014"

Movimento mundial, os 16 dias de ativismo internacional pelo fim da violência contra a mulher acontece em mais de 150 países do mundo. No Brasil, a campanha tem início nesta quarta-feira (20), data de outra importante luta, o Dia Nacional da Consciência Negra. Recife realiza, através da Secretaria da Mulher, uma série de atividades voltadas à prevenção, discussão e ao combate à desigualdade de gênero e violação do direito feminino. 

A primeira ação acontece durante a Feira de Direitos Humanos, nesta quarta (20), com panfletagem e preenchimento de questionários com intuito de elaborar um perfil das mulheres de cada Região Político-Administrativa (RPAs). A mobilização acontece na Academia da Cidade de Santo Amaro, a partir das 8h. No dia 21, o programa Cidade Segura para as Mulheres, integrante do Pacto pela Vida, é discutido no Circuito de Diálogos; o primeiro acontece na Associação Mães, Pais e Adolescentes do Coque, às 19h, no bairro de Joana Bezerra. O Circuito segue até 4 de dezembro.

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Na data oficial do combate à violência contra a mulher, 25 de novembro, uma audiência pública acontece às  10h, no Plenarinho da Câmara dos Vereadores e, no dia 26, a programação continua no 10° Fórum de Gestoras Municipais, sediado no Museu de Arte da Cidade do Recife, a partir das 9h. Na ocasião, haverá o lançamento da campanha “Maria da Penha Vai à Escola”, projeto nas escolas municipais de incentivo à igualdade de gênero e reprovação à violência doméstica contra a mulher. 

Centro Municipal - No final do mês, a Prefeitura inaugura o primeiro Centro Municipal da Mulher. Primeiro de seis Centros que estão previstos para entrega até o final da gestão, o espaço tem o objetivo de ser uma referência de serviço destinado às mulheres, através da realização de cursos profissionalizantes e orientação no caso de discriminação e violência. O novo espaço é localizado em Brasília Teimosa.

A programação dos dias de ativismo internacional se encerra, no Recife, com um cine-debate no auditório do Centro de Artesanato de Pernambuco, no Marco Zero, a partir das 16h. O filme exibido será “Preciosa – Uma História de Esperança”, obra sobre uma jovem mãe negra e as dificuldades enfrentadas em seu cotidiano, no subúrbio de Nova York. Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público.  

Com informações da assessoria

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