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Começou há pouco o depoimento do senador Fernando Collor de Mello (PROS-AL) no Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar é réu desde 2017, quando a 2ª Turma da Corte aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal.

Collor responde por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e comando de organização criminosa na Operação Lava Jato. O relator do processo, ministro Edson Fachin, designou um dos juízes substitutos da Corte para tomar o depoimento de Collor. A audiência ocorre com portas fechadas no segundo andar do Anexo 2 do STF.

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Collor e a advogada criminalista Livia Novak chegaram ao Tribunal pouco antes das 9h e, demontrando tranquilidade, aguardaram em uma sala de apoio onde tomaram café e conversaram com assessores do Supremo.

Segundo delatores ouvidos pelo Ministerio Público, o senador recebeu mais de R$ 20 milhões em propina para facilitar contratos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Os supostos pagamentos reparados pelo doleiro Alberto Youssef, seu auxiliar, Rafael Ângulo e pelo dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, foram feitos entre 2010 e 2014.

Uma mudança no sistema político e na condução do país, a partir de uma revolução trabalhista. Estas são as principais bandeiras da pré-candidata à Presidência pelo PSTU, Vera Lúcia. Pernambucana radicada em Sergipe, a sindicalista é neófita na disputa presidencial, mas apresenta um discurso duro diante do atual cenário político-econômico brasileiro. 

Em entrevista ao LeiaJá, Vera ponderou a necessidade dos trabalhadores se organizem para “decidir sobre os destinos da economia e da política do país”, fazendo com que o Estado e a democracia sejam deles. Além disso, colocou-se como crítica ávida ao “capitalismo e o lucro dos empresários que não pensam na população”. 

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“A primeira tarefa para solucionarmos vários dos problemas que vivemos no Brasil, como a precariedade na saúde, no saneamento básico, no transporte público, seria o não pagamento da dívida pública que hoje leva quase 50% do orçamento da união”, pregou a sindicalista sapateira, de 50 anos.

Na linha de frente das propostas apresentadas pela presidenciável, também há a defesa para que a polícia seja desmilitarizada e a população autodefensora; as reformas feitas no país desde o governo de Fernando Collor revogadas; e a jornada de trabalho reduzida, como forma de ampliar as vagas de emprego no país.

“É importante também que a gente reestatize empresas para que elas sejam colocadas a disposição dos trabalhadores. Com isso garantirmos que todo mundo tivesse acesso ao trabalho, hoje temos mais de 20 milhões de desempregados no Brasil em uma sociedade onde tudo é comprado e tudo é vendido. Retira das pessoas a condição dela sobreviver. A redução da jornada de trabalho garante o pleno emprego. No sistema capitalista isso é impossível”, salientou a presidenciável, que disputará o pleito tendo como vice na chapa o militante do movimento negro, Hertz Dias.

Indagada se entre as suas propostas defenderia a revogação das reformas realizadas no governo do presidente Michel Temer (MDB), Vera disse que se assumisse o comando do país teria que “revogar imediatamente todas as reformas” porque, segundo ela, “todos os governos que passaram por este país fizeram reformas e todas elas foram no sentido de atacar os trabalhadores”. 

“A previdência que Temer queria jogar a pá de cal agora, em sendo reformada desde Itamar, passou pelo governo Lula e agora Temer tentou, ainda não fez, mas vai continuar tentando. A reforma trabalhista, não é apenas a de Temer, mas também a do governo Dilma que, por exemplo, dificultou o acesso dos trabalhadores ao PIS e ao seguro desemprego. No mesmo viés também vai a anulação das reformas do governo Temer e todas que retiraram o direito dos trabalhadores”, ponderou Vera. 

Segurança pública

Na pauta da chapa, a segurança pública também é uma das temáticas em alta. Vera ressalta que os mais atingidos como os índices crescentes de violência no país são negros e pobres. Para a pré-candidata, é necessário desmilitarizar a polícia e fazer com que a população se autodefenda. 

“Defendemos que pessoas se organizem em conselhos ou assembleias, para discutir a melhor forma de garantir a segurança dos locais onde moram e fariam isso com uma polícia unificada e que não fosse militarizada como é hoje, a polícia entra nas periferias e as pessoas tem medo. Em um bairro pobre, onde a maioria é negra, se tem medo da polícia, de sair na rua e encontrar com a polícia, o trabalhador tem que provar logo que não é bandido. Essa violência existe e é fato. Na classe trabalhadora mais empobrecida é uma realidade constante”, lamentou.  

De acordo com Vera, “a desmilitarização diminuiria a violência sim” porque o “monopólio dela é do Estado”. “A classe dominante é extremamente organizada. Ela cria as leis no Congresso de corruptos e sanciona por Executivos e governos corruptos, tem as leis sendo aplicadas por uma Justiça que não é nossa e tem um braço armado, que tem o monopólio de encarcerar e matar. Quem tem o monopólio das armas é o Estado. Do lado de cá as pessoas morrem, são assassinadas, violentadas, torturadas, encarceradas, apanham e morrem. Elas têm que ter o direito de se autodefender da polícia, dos ladrões e das próprias milícias”, disse.

Solução não está nas eleições

Na lista de fundadores do PSTU e apesar de candidata, Vera Lúcia acredita que a solução para o país não está nas eleições. “A democracia que vivemos é de rico, para pobre é ditadura. O PT, PCdoB e PSOL sabem disso e querem passar para sociedade que teremos os nossos problemas resolvidos com a eleição, mas isso não é verdade, porque se fosse não teríamos problema nenhum”, cravou. 

“Estamos chamando os trabalhadores a se rebelarem contra isso e se organizarem nos seus locais de trabalho, estudo e moradia, de forma que possam construir uma nova sociedade. Precisamos fazer uma revolução neste país e transformá-lo. Queremos construir um outro sistema e isso não se dá através das eleições, mas da luta”, completou a presidenciável. 

Caso fosse candidato à reeleição, o presidente Michel Temer (MDB) teria um desafio pela frente: reverter o quadro de rejeição. Segundo dados da pesquisa do Instituto Datafolha divulgados nesta quarta-feira (31), no primeiro turno 60% dos entrevistados não votariam nele "de jeito nenhum". Temer já afirmou diversas vezes que está fora do páreo pela Presidência. 

O candidato escolhido por ele também não estará em bons lençóis, de acordo com o levantamento. Ao aferir a força do presidente como cabo eleitoral, o Datafolha registrou que 87% dos eleitores questionados afirmam que não votariam no nome indicado pelo emedebista. 

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No quesito rejeição, segundo o Datafolha, o senador Fernando Collor (PTC-AL) é o pré-candidato com o maior índice de rejeição: 44%. Collor comandou o país entre 1990 e 1992, quando sofreu impeachment, por suspeita de corrupção. Ele é seguido pelo também ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), rejeitado por 40% dos entrevistados. O levantamento, inclusive, foi às ruas e ouviu 2.826 eleitores entre 29 e 30 de janeiro, depois de Lula ser condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Lava Jato.

Outros percentuais

O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) é rejeitado por 29% do ouvidos pelo Datafolha, seguido pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) 26%; o apresentador Luciano Huck (sem partido) 25%; a ex-senadora Marina Silva (Rede) 23%; Ciro Gomes (PDT) e Rodrigo Maia (DEM), cada um com 21%.

Ainda estão na lista dos que não seriam votados no primeiro turno “de jeito nenhum”: o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB) rejeitado por 19%; o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD) 19%; o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner (PT) 15%; o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro (PSC) 14%; o ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa (sem partido) 14%; o senador Alvaro Dias (Podemos), a deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) e o líder do MST, Guilherme Boulos (sem partido), cada um com 13%. 

A maioria da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira, 22, aceitar parcialmente a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador Fernando Collor (PTC-AL) pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito da Operação Lava Jato.

Os ministros decidiram rejeitar a denúncia contra o senador pelos crimes de peculato e obstrução de justiça.

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A denúncia da PGR também foi parcialmente aceita contra Pedro Paulo Bergamaschi, apontado como operador particular de Collor, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Rejeitou as acusações de peculato e fraude de licitação.

Em relação a Luis Eduardo Amorim, apontado pelo MPF como administrador de empresas de Collor, Fachin votou pelo recebimento da denúncia por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Com o recebimento parcial da denúncia, será aberta uma ação penal contra Collor, Pedro Paulo e Eduardo Amorim, que irão para o banco de réus da Lava Jato.

"Ao contrário do que sustentam os acusados, a denúncia, ao menos na parte que foi recebida, não está amparada tão somente em depoimentos prestados em colaboração premiada. Há inúmeros outros indícios, tais como dados bancários, depoimentos, informações policiais, o que basta neste momento, em que não se exige juízo algum de certeza acerca da culpa", disse o ministro Edson Fachin, relator do inquérito.

"Em suma, ao longo dessa longa narrativa, quer do meu voto quer da longa peça acusatória, entendo que há justa causa para a instauração da ação penal em relação aos imputados delitos", concluiu Fachin.

Até a publicação deste texto, já haviam votado acompanhando Fachin os ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. O ministro Celso de Mello não havia finalizado a leitura do voto.

Segundo as investigações, pelo menos entre os anos de 2010 e 2014, mais de R$ 29 milhões em propina foram pagos ao senador em razão de um contrato de troca de bandeira de postos de combustível celebrado entre a BR Distribuidora e a empresa Derivados do Brasil (DVBR), bem como em função de contratos de construção de bases de distribuição de combustíveis firmados entre a BR Distribuidora e a UTC Engenharia.

Outro lado

A defesa do senador Fernando Collor (PTC-AL) alegou na semana passada, quando foi iniciado o julgamento, que não "há prova efetiva" de que o parlamentar tenha recebido dinheiro desviado de um esquema de corrupção na BR Distribuidora.

"Não há uma prova efetiva de que o senador Collor de Mello tivesse recebido dinheiro dessas entidades às quais estaria vinculado, à BR Distribuidora e aos postos de gasolina ou às empresas privadas com as quais firmara contrato. Não há nenhuma prova de que os ingressos na conta do senador adviessem dessas empresas", disse o advogado Juarez Tavares, defensor de Fernando Collor.

De acordo com Tavares, o senador não exercia influência sobre diretores da BR Distribuidora. "Os diretores da BR Distribuidora não eram nomeados pelo senador, eram nomeados pelo presidente da República. Quem detinha o comando sobre esses diretores não era o senador", ressaltou o defensor de Collor.

O advogado Fábio Ferrario, defensor de Luis Pereira Duarte de Amorim, disse na semana passada que "em nenhum momento desses autos há uma única passagem que aponte, mesmo em linha de conjectura, que os investigados tinham ciência de qualquer ato ilícito oriundo desses valores".

Para o advogado Theodomiro Dias Neto, defensor de Pedro Paulo Bergamaschi, a acusação é desproporcional e decorre de reiteradas valorações dos mesmos fatos para fins de enquadramento legal.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), está votando neste momento a favor do recebimento parcial da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador Fernando Collor de Mello.

A Segunda Turma do STF retomou na tarde desta terça-feira, 22, o julgamento sobre a denúncia apresentada contra Collor e outras sete pessoas por supostos desvios na BR Distribuidora.

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O parlamentar é acusado de ter comandado organização criminosa que teria desviado recursos da BR Distribuidora no âmbito da Operação Lava Jato, em um inquérito de relatoria do ministro Edson Fachin.

Fachin votou por receber a denúncia contra Collor por três crimes: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O ministro, no entanto, rejeitou a denúncia contra o ex-presidente no que diz respeito aos crimes de peculato e obstrução de justiça.

Caso se forme maioria na Segunda Turma a favor do recebimento parcial da denúncia, Collor virará réu no âmbito da Lava Jato e será aberta uma ação penal.

Até a publicação deste texto, Fachin não havia finalizado a leitura do voto. Além de Fachin, integram a Segunda Turma do STF os ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello.

Voto

O ministro Edson Fachin também votou pelo recebimento da denúncia contra Pedro Paulo Bergamaschi, apontado como operador particular de Collor, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Rejeitou as acusações de peculato e fraude de licitação.

Em relação a Luis Eduardo Amorim, apontado pelo MPF como administrador de empresas de Collor, Fachin votou pelo recebimento da denúncia por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Fachin também votou pela rejeição da denúncia contra outras cinco pessoas, entre elas a mulher do senador, Caroline Medeiros Collor de Melo.

Outro lado

A defesa do senador do PTC de Alagoas alegou na semana passada que não "há prova efetiva" de que ele tenha recebido dinheiro desviado de um esquema de corrupção na BR Distribuidora. "Não há uma prova efetiva de que o senador Collor de Mello tivesse recebido dinheiro dessas entidades às quais estaria vinculado, à BR Distribuidora e aos postos de gasolina ou às empresas privadas com as quais firmara contrato. Não há nenhuma prova de que os ingressos na conta do senador adviessem dessas empresas", disse o advogado Juarez Tavares, defensor do senador.

De acordo com Tavares, Collor não exercia influência sobre diretores da BR Distribuidora. "Os diretores da BR Distribuidora não eram nomeados pelo senador, eram nomeados pelo presidente da República. Quem detinha o comando sobre esses diretores não era o senador", ressaltou.

O advogado Fábio Ferrario, defensor de Luis Pereira Duarte de Amorim, disse na semana passada que "em nenhum momento desses autos há uma única passagem que aponte, mesmo em linha de conjectura, que os investigados tinham ciência de qualquer ato ilícito oriundo desses valores".

Para o advogado Theodomiro Dias Neto, defensor de Pedro Paulo Bergamaschi, a acusação é desproporcional e decorre de reiteradas valorações dos mesmos fatos para fins de enquadramento legal.

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado se reuniu, na manhã desta terça-feira (14), para eleger o presidente e o vice-presidente do colegiado. A votação foi realizada mais de um mês após o início dos trabalhos legislativos na Casa.

Por aclamação, os membros da comissão elegeram o senador Fernando Collor (PTC-AL) para presidente. Já o senador Jorge Viana (PT-AC) foi eleito vice-presidente. Eles comandarão a CRE pelo biênio 2017-2018.

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Ficou acertado que as reuniões do colegiado serão realizadas nas quintas-feiras, às 9h, já a partir desta semana. O colegiado é formado por 19 senadores.

Como primeiro ato, o colegiado aprovou um voto de pesar pela morte do ex-deputado federal e ex-prefeito de Rio Branco, Wildy Viana, falecido nessa segunda (13). Ele era pai do senador Jorge Viana.

 

O ex-presidente Fernando Collor de Melo (PTB-AL) é acusado pela Procuradoria-Geral da República de ter recebido ao menos R$ 29 milhões em propinas entre 2010 e 2014 referentes a dois contratos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras que, segundo revelaram as investigações da Lava Jato, também teria sido palco de um esquema de corrupção e loteamento de cargos políticos de maneira similar ao que ocorreu na estatal petrolífera.

A acusação faz parte da denúncia contra o senador que foi oferecida ao Supremo em agosto de 2015, e aditada em março deste ano, e estava sob sigilo até agora.

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O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato na Corte, levantou o segredo dos autos.

Segundo a acusação, as propinas estariam relacionadas a um contrato da BR de troca de bandeira de postos de combustível com a empresa Derivados do Brasil (DVBR), e a um contrato de construção de bases de distribuição de combustíveis firmados entre a BR Distribuidora e a UTC Engenharia.

A denúncia, de 18 de agosto de 2015, subscrita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informa a existência de uma "organização criminosa relacionada à BR Distribuidora, voltada principalmente ao desvio de recursos públicos em proveito particular, à corrupção de agentes públicos e à lavagem de dinheiro".

Isso teria ocorrido devido a influência do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) sobre a empresa, diz a Procuradoria.

Também são denunciados: Caroline Serejo Medeiros Collor de Melo, mulher do senador; Luís Pereira Duarte de Amorim, apontado pelos investigadores como 'testa-de-ferro' do senador; o empresário Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, suposto 'operador particular' do senador; Luciana Guimarães de Leoni Ramos, mulher de Pedro Paulo; os assessores parlamentares Cleverton Melo da Costa (falecido), Fernando Antônio da Silva Tiago e William Dias Gomes; e Eduardo Bezerra Frazão, diretor financeiro da TV Gazeta de Alagoas. Os denunciados respondem pelo crime de organização criminosa.

O senador responde por corrupção passiva (30 vezes), lavagem de dinheiro (376 vezes) e peculato (48 vezes); Caroline Collor, por lavagem de dinheiro (74 vezes); Pedro Paulo, por peculato qualificado, corrupção passiva (30 vezes), fraude à licitação (quatro vezes), violação de sigilo funcional (quatro vezes) e lavagem de dinheiro (348 vezes); e Luciana, por lavagem de dinheiro (duas vezes). Quanto aos demais denunciados: Luís Pereira Duarte de Amorim responde por corrupção passiva (25 vezes) e lavagem de dinheiro (260 vezes); Cleverton Melo da Costa, por lavagem de dinheiro (13 vezes) e peculato (48 vezes); Fernando Antonio da Silva Tiago, por lavagem de dinheiro (quatro vezes), peculato (48 vezes). Quanto ao denunciado já falecido, o STF declarou a extinção de punibilidade.

Pedidos

Além da condenação criminal, o procurador-geral pede a decretação da perda da função pública para os detentores de cargo ou emprego público ou mandato eletivo, principalmente por terem agido com violação de seus deveres para com o Poder Público e a sociedade.

A Procuradoria pede ainda a reparação dos danos materiais e morais supostamente causados pelas condutas dos denunciados, no valor de R$ 154,75 milhões; e a decretação da perda, em favor da União, dos bens e valores objeto da lavagem de dinheiro, judicialmente apreendidos ou sequestrados, no valor de R$ 30,9 milhões.

Mais de duas décadas depois de passar pelo processo de impeachment, o senador Fernando Collor (PTC-AL) discursou no plenário do Senado Federal e declarou que é favorável ao afastamento permanente de Dilma Rousseff da Presidência da República.

O ex-presidente usou maior parte do seu discurso de quase 10 minutos para apresentar a sua defesa. O senador mencionou citações de Bernardo Pereira de Vasconcelos (Legislador do Código Criminal do Império de 1830), livros que tratam de seu afastamento, de discursos de parlamentares na ocasião de sei processo e matérias jornalísticas. O senador também leu notas assinadas por centrais sindicais e da Ordem dos Advogados do Brasil, datadas de 1992, que elencavam a falta de governabilidade dele e negando que se tratava de golpe. Ele disse que na data de hoje assinava em baixo as acusações que hoje são as mesmas acusações que pesam contra Dilma.  

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“Há exatos 190 anos, Bernardo Pereira Vasconcelos sentenciava que sem responsabilidade efetiva não há constituição, senão em papel. Com apenas dois anos de vigência da nossa primeira Carta Magna, de 1824, o parlamentar já trazia à tona a importância da responsabilização constitucional de autoridades públicas. Cerca de um século depois, o ex-presidente Epitácio Pessoa dava luz a novo conceito. Para ele, a chamada pena de destituição também não é rigorosamente uma pena, mas uma medida de governo e mais, a depender da condução das condições e conclusões de uma gestão a destituição do chefe do Executivo torna-se oportunamente medida de governo. Isso ocorre, lembre-se por iniciativa da cidadania e por decisão parlamentar. É o remédio constitucional de urgência do presidencialismo quando o governo além de cometer crime de responsabilidade, perde as rédeas do governo de modo político e da direção econômica do país. Mesmo sendo um conceito do parlamentarismo, a verdade é que a história brasileira passa a mostrar que a real política com suas forças embutidas e seus caminhos tortuosos levam inescapavelmente ao uso do impeachment como solução de crises, disso não haveremos de fugir”.

O parlamentar também citou o jurista Paulo Nogueira para complementar sua defesa. "Ele dizia que àquele era um processo judicial, dependente da engrenagem dos fatos e da entrosagem das provas, ou seja, uma demanda jurídica que efetiva ao talante do ambiente político e da comprovação de infrações. Os fatos que adornam a processo em andamento são provas dessa repetição, o que nos remete de volta ao fator da governabilidade. O parecer de 1992, no qual a ministra Cármen Lúcia já esclarecia: o impedimento da continuidade do exercício do cargo ou do acesso da pessoa responsabilizada a outro cargo público por determinado período não objetiva a condição política desse agente, mas a condição política intacta do governo e conclui ela: o objetivo do processo de impeachment é político, sua institucionalização é constitucional, seu processamento é jurídico, mas não penal. Em 1992 tentaram me imputar corresponsabilidade por suposta infração penal na seara no crime comum, cuja apuração e fundamento caberiam somente ao Supremo Tribunal Federal", se defendeu. 

No final do discurso ele atacou: "Ontem senhor presidente, eram inúmeras as simulações, hoje inúmeras são as dissimulações". 

A presidente afastada Dilma Rousseff recebeu ontem à tarde, por mais de duas horas, uma visita do senador e ex-presidente Fernando Collor (PTC-AL), no Palácio da Alvorada. A conversa foi reservada e, segundo pessoas próxima a Dilma, o senador que a solicitou. Apesar disso, a abertura de Dilma faz parte de uma estratégia na reta final do impeachment para tentar reverter votos a seu favor.

Collor, que sofreu um processo de impeachment, não anunciou claramente o seu voto durante a sessão que decidiu pelo prosseguimento do processo de afastamento de Dilma Rousseff. Por outro lado, o senador não poupou críticas ao governo petista. Na ocasião, Collor comparou o processo de Dilma com o seu, em 1992, e defendeu que a chefe do executivo é a responsável por improbidades administrativas e deve responder por crime de responsabilidade.

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A conversa com Collor, segundo um interlocutor de Dilma, aconteceu no mesmo momento em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desembarcou ontem em Brasília para também tentar conquistar votos contra o impeachment, estava com o senador Edison Lobão (PMDB-MA). Lobão foi ministro de Minas e Energia nos governos de Lula e Dilma. Ele já votou contra a presidente afastada, mas agora diz estar indeciso.

O PT tenta ainda tenta atrair os senadores João Alberto (PMDB-MA) - que havia se posicionado a favor de Dilma, mas na última sessão foi contra - e Roberto Rocha (PSB-MA). A ordem da cúpula petista é atender às reivindicações de todos nas disputas municipais, mesmo que para isso seja necessário mudar parceiros nas alianças.

O ex-presidente Fernando Collor (PTC-AL), que sofreu um processo de impeachment, não anunciou claramente o seu voto durante a sessão que decidirá o prosseguimento do processo de afastamento de Dilma Rousseff. Por outro lado, o senador não poupou críticas ao governo petista.

"O resultado do governo afastado foi um autêntico portfólio de desastres. O governo Dilma tornou-se apartado da população, descolado da sociedade", disse.

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O senador também comparou o processo de Dilma com o seu, em 1992. Ele defendeu que a chefe do executivo é a responsável por improbidades administrativas e deve responder por crime de responsabilidade.

"Se participação da chefe do executivo foi comissiva ou omissiva, haverá um juízo. Na omissão, permitiu-se de forma tácita a infração de lei federal", afirmou.

O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Marcello Lavenère afirmou, nesta terça-feira (3), que a presidente Dilma Rousseff (PT) não praticou crime de responsabilidade para justificar um impeachment. Para Lavenère o processo é "uma manobra urdida pelo inconformismo" com o resultado das eleições de 2014. Segundo ele, a vítima estava escolhida e só faltava um motivo para justificar o processo.

“No caso de Collor, tinha crime praticado pelo presidente, com suas próprias mãos e falta de ética. E agora não existe isso. Não havendo crime, quem por acaso aderir a essa posição faz o mesmo que um médico que prescreve uma quimioterapia pesada para quem se apresenta com um simples corte na mão. A quimioterapia tem efeitos colaterais terríveis, e nenhum médico a recomendaria se o paciente não padecesse de um grave mal”, argumentou o advogado que foi um dos autores do pedido de impeachment contra o então presidente e atual senador Fernando Collor (PTC-AL).

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Marcello Lavenère lembrou ainda que, na época, não apareceu nenhum jurista para defender Collor, diferentemente do que ocorre hoje com Dilma. Além disso, observou, nenhuma entidade, com exceção da OAB, tem mostrado apoio ao impedimento. “E tenho certeza de que logo logo a OAB vai perceber o erro e vai mudar”, afirmou.

Denúncia inepta

O professor de direito processual penal Geraldo Luiz Mascarenhas Prado, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), também está entre os juristas que defendem a presidente Dilma na comissão especial do Senado nesta terça. Prado classificou como "inepta" (em conflito com a lei) a denúncia por crime de responsabilidade contra a presidente. Segundo ele, uma das acusações, atraso nos pagamentos do Plano Safra, precisa ser rejeitada liminarmente com base no Código de Processo Penal (CPP).

O jurista disse que ações atribuídas a Dilma são anteriores a outubro de 2015, quando o Tribunal de Contas da União (TCU) teria estabelecido uma nova posição sobre os pagamentos do Plano Safra. Prado afirmou também que a punição da presidente se apoiaria "numa situação de retroatividade maléfica do entendimento criminal", vedada pelo CPP.

Comentando os decretos de suplementação orçamentária sem prévia autorização legislativa — outro ponto da denúncia —, o professor da UFRJ disse que, na eventualidade do acolhimento do pedido de afastamento da chefe do governo, a razão para isso seria o fato de ela ter aceito pedido da Justiça (militar, eleitoral e do Distrito Federal) com esse objetivo.

No entendimento de Prado, se for para seguir tudo o que está na denúncia, seria possível responsabilizar o ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski e a ministra do Superior Tribunal de Justiça Nancy Andrighi, que participaram da reunião do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Por que a presidente e não eles, já que — referindo-me a um aspecto da denúncia — qualquer tipo de ilação, qualquer tipo de especulação ligando uma pessoa a outra vale como vínculo de coautoria? Senhores, isso é um delírio!”, afirmou o professor, para quem Lewandowski, Andrighi e Dilma agiram corretamente.

O professor da UFRJ recomendou cautela com "a sedução da decisão que parece acalentar o espírito das pessoas" e citou uma frase do filósofo alemão Martin Heidegger, de 1932, de que ele tinha que acompanhar as maiorias — no caso, seguir o Partido Nacional Socialista (nazista).

“Acalentar esse tipo de solução, por mais sinceras que sejam as nossas intenções, e todos os senhores e senhoras aqui têm uma história de luta contra a ditadura, por mais que não queiramos que ela volte, não está no nosso controle impedir que ela retorne, se não tivermos lealdade à Constituição”, cravou. 

*Com informações da Agência Senado

O plenário do Senado Federal vai ser palco, pela segunda vez na história, de uma votação que pode afastar um presidente da República do cargo por um processo de impeachment. Dos atuais 81 senadores que participam da análise do processo de impeachment de Dilma Rousseff no Senado Federal, 14 vivenciam pela segunda vez em suas carreiras políticas essa experiência, já que também estavam presentes em alguma das fases do processo que declarou o impedimento do ex-presidente Fernando Collor, em 1992. O grupo representa pouco mais de 17% do total de parlamentares da Casa.

Isso sem falar no próprio ex-presidente condenado, Fernando Collor de Mello, que agora, como senador reeleito pelo estado de Alagoas em 2015, passa da posição de réu, para julgador.

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À época, apenas dois políticos desse grupo de parlamentares ocupavam a cadeira de senadores: Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) e Raimundo Lira (PMDB-PB), o último, inclusive, preside agora a comissão especial de impeachment, tendo sido eleito nesta terça-feira (26). Em 1992, ambos votaram contra Collor, ou seja, a favor do impeachment.

Os outros 12 senadores que repetem a participação em um processo de  impeachment eram deputados federais quando votaram no caso Collor. Dentre eles, apenas um apoiou o ex-presidente, o então deputado e hoje senador Ronaldo Caiado (DEM-GO). Na ocasião, o parlamentar goiano era deputado pelo hoje extinto PFL.

Caiado, à época, afirmou que “estavam impedindo o direito de defesa do Presidente da República e montando todo esse teatro, esse pano de fundo da moralidade para poder dividir o poder e ocupá-lo”. Os outros 11 então deputados, hoje senadores, votaram a favor do impeachment de Collor. Os discursos de 1992 estão registrados no Diário Oficial da época e também trazem palavras repetidas no debate de hoje, como "golpe", "democracia" e "corrupção".

Confira quem são os 14 senadores que votaram o impeachment em 1992 e o que alguns deles disseram ao defender suas posições relativas ao processo de Collor.

Eram senadores em 1992 e ocupam o mesmo cargo em 2016:

 

Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

Raimundo Lira (PFL-PB)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

Eram deputados em 1992 e ocupam o a cadeira de senador em 2016:

 

Aécio Neves (PSDB-MG)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

“Cada cidadão, por mais humilde que seja, aguarda que a Câmara dos Deputados seja hoje a caixa de ressonância do que sente o nosso povo. A população brasileira espera que esta Casa referende a decisão que já foi tomada nas ruas do Brasil inteiro: a destituição do Presidente da República”.

“Trago meu voto para que possamos, daqui para frente, viver num País onde haja respeito ao dinheiro público e, acima de tudo, vontade de trabalhar pelo povo e não por meia dúzia de homens”.

 

Eduardo Braga (PDC-AM)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

Fernando Bezerra Coelho (PMDB-PE)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

José Maranhão (PMDB-PB)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

José Serra (PSDB-SP)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

“Dizem: mas, se este não é o primeiro Governo desonesto da nossa história, por que deve ser punido? É verdade - infelizmente, não é o primeiro - mas deverá, sim, ser o primeiro a ser punido para que todos os outros o sejam no futuro. Ou nós aprendemos hoje novamente a ser uma nação digna, ou num dia próximo deixaremos de ser uma nação”.

 

Lúcia Vânia (PMDB- GO)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

Paulo Bauer (PSDB-SC)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

Paulo Paim (PT-RS)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

“Seria por demais lamentável para este País se votarem ao lado da corrupção, mostrando à nação que faltaram com a palavra já empenhada” (referindo-se à lista com deputados que já haviam declarado que votariam favoravelmente ao processo de impeachment de Collor).

 

Paulo Rocha (PT-PA)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

Ronaldo Caiado (PFL-GO)

Como votou: não ao processo de impeachment de Collor

 

“Cidadão simples lá do interior sabe muito bem que há uma montagem, uma farsa que não convence ninguém. Isso nada mais é do que um golpe pela tomada ao poder, que parte de quem não teve competência para ganhar na urna e não se curvou diante da decisão maior em 1989”.

 

Rose de Freitas (PSDB-ES)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

Wellington Fagundes (PL-MT)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

O senador Fernando Collor (AL) comunicou à direção nacional do PTB a decisão de deixar o partido. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 17, e com a decisão assumirá o diretório estadual de Alagoas o deputado Antônio Albuquerque. Segundo assessores, ele ainda não informou para qual legenda deverá migrar.

Collor ingressou no PTB em 2007. Antes do PTB, o senador fez parte do PRTB (1997-2007), PRN (1989-1993) partido pelo qual foi eleito presidente da República, ARENA (1979-1980), PDS (1980-1985) e PMDB (1985-1989).

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A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (16) manter a decisão do ministro Teori Zavascki, que devolveu ao senador Fernando Collor (PTB-AL) quatro carros de luxo apreendidos em julho do ano passado, durante a Operação Politeia, um dos desdobramentos da Operação Lava Jato.

Os veículos foram apreendidos na Casa da Dinda, residência particular do senador. No entanto, em outubro do ano passado, Zavascki atendeu a pedido da defesa de Collor e determinou que a Polícia Federal devolva uma Ferrari, uma Lamborghini, um Land Rover e um Bentley ao parlamentar, que deverá guardá-los sob a condição de fiel depositário. Os advogados alegaram que os carros de luxo precisam de cuidados especiais e não podem ficar no depósito da PF.

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A turma julgou um recurso no qual o Ministério Público Federal (MPF) pedia que os veículos fossem alienados e leiloados para ressarcir os cofres públicos. Por unanimidade, os ministros entenderam os bens devem continuar em poder de Collor para que os carros sejam preservados para futura venda, em caso de condenação do senador.

A apreensão dos carros foi requerida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O procurador acusa Collor de receber cerca de R$ 26 milhões de propina em contratos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Pelas acusações, o senador foi denunciado ao Supremo pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

O senador Fernando Collor (PTB-AL) negou "qualquer ingerência" na BR Distribuidora. O lobista Fernando Baiano, apontado pela Operação Lava Jato como operador de propinas do PMDB, afirmou que, em 2012, o então diretor financeiro da BR Distribuidora Nestor Cerveró (que havia sido diretor da área Internacional da Petrobras) comentou com ele sobre uma suposta pressão feita por Collor na subsidiária da estatal petrolífera.

De acordo com Fernando Baiano, Cerveró falou sobre "negociações envolvendo políticos, em que o tom, o contexto e as circunstâncias sugeriam tratar-se de negócios ilícitos".

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"Se recorda de Nestor Cerveró ter comentado sobre uma negociação em que o senador Fernando Collor estaria pressionando para a BR Distribuidora adquirir uma quantidade enorme de álcool de uma safra futura, perante usinas indicadas pelo parlamentar, o que pareceu estranho ao depoente e a Nestor Cerveró, até mesmo pelo valor, que girava em torno de R$ 1 bilhão", afirmou Baiano.

Na delação, o lobista não diz se a compra se concretizou. Por meio de nota, o senador negou "enfaticamente ter exercido qualquer ingerência - muito menos pressão - sobre a Petrobras ou sua subsidiária BR Distribuidora". "O senador não se dignará a responder a especulações infundadas de delator a partir do que supostamente ouviu dizer de terceira pessoa, e que não apontam concretamente qualquer fato específico, nem lhe atribuem prática de qualquer ilegalidade".

Collor já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção e lavagem de dinheiro. As investigações indicam que Collor recebeu R$ 26 milhões em propina entre 2010 e 2014 por um contrato de troca de bandeira de postos de combustível assinado pela BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, e por outros contratos da estatal com a UTC Engenharia, outro alvo da Lava Jato.

A denúncia contra Collor detalha o esquema de lavagem de dinheiro usado pelo senador, com a compra de carros de luxo, além de delações que apontam entrega de dinheiro em mãos ao político. Subordinado do doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato, Rafael Ângulo relatou ter dado pessoalmente R$ 60 mil a Collor em um apartamento do parlamentar. A Polícia Federal também obteve a confirmação de oito comprovantes de depósito em nome do senador, mencionados em delação por Youssef. O doleiro disse ter feito "vários depósitos" a Collor, no valor de R$ 50 mil.

O deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) afirmou, nesta quarta-feira (23), que a presidente Dilma Rousseff (PT) está partindo para a política do “toma lá, dá cá” ao oferecer ministérios ao PMDB em troca de apoio para aprovar projetos no Congresso Nacional. Sob a ótica do parlamentar, isso mostra o quanto a "presidente está desesperada" e em busca de saídas para o seu governo.

“Quem está desesperada feito ela comete desatinos. E um desses desatinos é oferecer esses espaços ao PMDB em troca de apoio”, criticou. Jarbas relembrou que Fernando Collor, na tentativa de evitar o seu processo de impeachment, também promoveu uma reforma ministerial as pressas dando mais espaço na época ao então PFL (hoje DEM), na tentativa de cooptar deputados e ganhar respaldo no Congresso. “E vale lembrar que a reprovação do governo de Dilma hoje é maior do que a de Collor quando ele fez esse mesmo movimento de cooptação de deputados”, pontuou.

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Defensor da saída da presidente, o pernambucano reconhece que com o PMDB fracionado as discussões e o andamento do processo de impeachment são impactados. “Defendo a saída dela pela renúncia porque entendo que o impeachment é um processo traumático. Mas, se esse processo acontecer, ele precisa ser conduzido com cautela,  cuidado e bem ordenado. Sem nenhum passo em falso. E o PMDB dividido de fato atrapalha o andamento do impeachment”, analisou. 

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu nesta terça-feira (1º) mais prazo para o senador Fernando Collor (PTB-AL) apresentar defesa ao tribunal. Com a decisão, os advogados terão 30 dias para rebater as acusações contra o parlamentar. Antes, o prazo era de 15 dias. Há duas semanas, Collor foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção em um dos inquéritos da Operação Lava Jato.

O Supremo concedeu mais prazo para a defesa após os advogados de Collor alegarem que não tiveram acesso aos documentos que embasaram a denúncia da procuradoria. O relator da investigação da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, manifestou-se contra a prorrogação do prazo, afirmando que os documentos estão disponíveis na secretaria do tribunal. Teori foi voto vencido. Os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Celso de Mello votaram a favor do pedido da defesa.

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As investigações indicam que o parlamentar recebeu cerca de R$ 26 milhões de propina em contratos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Collor também foi alvo da Operação Politeia, fase da Lava Jato que apreendeu três carros de luxo na Casa da Dinda, residência particular do ex-presidente da República. Na ocasião, a PF recolheu uma Lamborghini, uma Ferrari e um Porsche.

Na segunda-feira (31), a defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também pediu mais 15 dias para apresentar defesa ao Supremo. Cunha foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato.

Após o oferecimento da denúncia ao Supremo, o presidente da Câmara e o senador Fernando Collor refutaram as denúncias. Em nota, Cunha rebateu com “veemência” e chamou de “ilações” a denúncia apresentada por Janot. No texto, ele se diz inocente e aliviado “já que agora o assunto passa para o Poder Judiciário”.

Fernando Collor manifestou-se por meio das redes sociais, classificando a denúncia de “lances espetaculosos”. ”Como um teatro, o PGR [procurador-geral da República] encarregou-se de selecionar a ordem dos atos para a plateia, sem nenhuma vista pela principal vítima dessa trama, que também não teve direito a falar nos autos.”, disse.

Como já era esperado, o embate entre o senador Fernando Collor (PTB-AL) e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, levou tensão à sabatina que o Senado faz nesta quarta-feira (26) antes de votar pela recondução ou não ao cargo para mais dois anos de mandato. Alvo de denúncia da PGR na Operação Lava Jato, Collor questionou a atuação de Janot no meio jurídico e a postura dele na condução de investigações.

O parlamentar acusou Janot de vazar informações para a imprensa, classificando- o como "catedrático em vazar informações". "Quem está dizendo isso não sou eu. No Congresso todos sabem e o ministro do STF, Teori Zavascki, já afirmou que informações foram vazadas pela PGR”, lembrou. “É o mesmo método que seu antecessor usava e que o senhor vem utilizando", emendou.

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O procurador rebateu a acusação. "Não houve vazamento de informações. O que aconteceu foi uma especulação enorme da imprensa. Alguns veículos de comunicação deram o que chamaram de 'lista do Janot', que obviamente não era uma lista minha. Alguns acertaram uns nomes; outros erraram. O que houve na época foi especulação”, frisou. “Nego, portanto, que eu seja um vazador contumaz. Sou discreto e não tenho atuação midiática", disse ele, visivelmente irritado.

Collor também cobrou explicações sobre a atuação de Janot ter advogado contra a Orteng, empresa ligada à Petrobras, enquanto já ocupava um cargo público. O ministro da PGR explicou que a atividade profissional é permitida juridicamente e que a Orteng assumiu o sentença num procedimento de incorporação de empresas que se concretizou quando o processo já estava julgado. No momento em que dava a explicação, Collor chegou a interromper a resposta de Janot, o que causou desconforto. Foi necessária a intervenção do presidente do colegiado José Maranhão (PMDB-PB).

O parlamentar quis saber, ainda, o motivo pelo qual houve contratação de uma empresa de comunicação sem licitação pela Procuradoria-Geral da República e questionou o aluguel de uma mansão no Lago Sul, uma área nobre de Brasília, por R$ 67 mil. “Quanto aos contratatos da Oficina da Palavra, foram contratos regulares e o TCU se posicionou a favor”, disse ele, que já havia lido o parecer do tribunal em momento anterior. Sobre o imóvel, Janot disse que “a empresa que alugou o imóvel apresentou um alvará materialmente falso, com plantas arquitetônicas que não eram aquelas apresentadas na administração do Lago Sul. Logo se soube desses fatos, houve a imediata providência para recisão do contrato e a cobrança dos aluguéis pagos”.

O momento de maior tensão entre os dois foi quando Collor afirmou que o procurador tinha um parente "contraventor" procurado pela Interpol - ele estaria na lista vermelha, a quem ele deu guarida em uma casa no Rio de Janeiro. “Sobre essa questão levantada, lá dos idos de 1995, de uma pessoa que seria contraventor, essa pessoa era meu irmão. Enquanto membro do MPF tenho impedimento legal de atuar em casos de parentes até terceiro grau e não tive nenhuma atuação outra”.

“Não vou me referir a esse episódio porque eu tenho para mim que a gente só deve se referir a pessoas que podem apresentar defesa. E eu não vou me referir em respeito aos mortos, porque o meu irmão é falecido há cinco anos, e não participarei dessa exumação pública que se quer fazer de um homem que nem se quer pode se defender”, frisou.

Collor disse que tinha “muitos outros questionamentos a ser feitos” e chegou a pedir reinscrição na ordem de senadores a questionar. Após breve discussão entre os membros do colegiado, o presidente José Maranhão encerrou a questão ao explicar que o Regimento Interno impede a reinscrição durante as sabatinas.

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A dois dias da sabatina que pode levar o chefe do Ministério Público Federal (MPF) a um novo mandato de dois anos, o senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) chamou nesta segunda-feira, 24, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de "fascista da pior extração".

Collor destacou que não tem como questionar a denúncia de Janot contra ele por estar sob segredo de Justiça e que o único objetivo do chefe do MPF é "constranger" o Senado às vésperas da sabatina. "Trata-se de um fascista da pior extração, e cuja linhagem pode ser perfeitamente traduzida nas palavras de Plutarco: 'Nada revela mais o caráter de um homem do que seu modo de se comportar do que quando detém um poder e uma autoridade sobre os outros. Essas duas prerrogativas despertam toda a paixão e revelam todo o vício'", afirmou, em duro discurso da tribuna.

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O ex-presidente, que chamou Janot de "sujeitinho à toa" e "figura tosca" afirmou que ele não é dotado da "conduta moral" que se exige para o cargo. Ele criticou o fato de a Procuradoria-Geral da República (PGR) não tê-lo ouvido antes de acusá-lo criminalmente. Repetiu que iria depor na próxima sexta-feira, 28. "Essa prática dentro dos preceitos do Direito? Dos consagrados direitos da Justiça? Direitos individuais?", questionou.

Para o senador, há um conluio da PGR com a mídia ao mencionar que a imprensa noticiou a acusação contra ele, mas, até o momento, seus advogados não tiveram acesso à denúncia. Ele afirmou que vazamento de informações é crime e que "ninguém absolutamente ninguém" está livre de ser vítima de condutas do que chamou de "grupelho" de Janot.

Vídeo

Ao apresentar um vídeo durante seu discurso, o ex-presidente disse que um procurador da República não teria apresentado ao chefe da Polícia Legislativa do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, um mandado de busca e apreensão contra ele. Por causa desse ato de força amparado em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), há três semanas Collor chegou a xingar Janot de "f.d.p.".

"Até quando vamos permitir estado policialesco que a Procuradoria-Geral tenta implantar?", questionou ele, ao citar que, anteriormente, o próprio Janot já teve o entendimento, em parecer, de que a Polícia Legislativa pode, sim, acompanhar ações nas dependências da Casa, como seria o apartamento funcional do senador alvo da busca e apreensão.

"As imagens que aqui foram mostradas são a tradução fiel do que é hoje a política de conduta adotada pelo grupelho instalado pelo MP sob o comando de Rodrigo Janot. Que, como vimos, prevalece a arrogância, o despreparo, a prepotência, o abuso e a arbitrariedade. É assim que eles se sentem, detentores do poder absoluto, acima da lei e de qualquer instituição", criticou.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) incluiu o empresário e ex-ministro Pedro Paulo Leoni Ramos na denúncia contra o senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL), enviada nesta quinta-feira, 20, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Conhecido como "PP", Leoni é acusado de ser cúmplice do congressista na cobrança de suborno para viabilizar contratos com a BR Distribuidora. Ex-ministro de Assuntos Estratégicos do governo do petebista (1990-1992), ele teria sido um dos operadores de propina de R$ 3 milhões ao senador, supostamente paga por uma rede de postos de combustíveis, em negócio de R$ 300 milhões firmado com a subsidiária da Petrobras.

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Detalhes dessa transação foram dados pelo doleiro Alberto Youssef, um dos delatores da Operação Lava Jato. Ele disse aos investigadores que Leoni transportava dinheiro em espécie para o senador. Ambos foram alvos de buscas da Polícia Federal na Operação Politeia, braço da Lava Jato que apura o envolvimento de políticos em desvios na Petrobras.

Caso a denúncia seja aceita pelo Supremo, Collor e Leoni vão se tornar réus em ação penal sobre o esquema de corrupção na Petrobras. Os dois negam participação em ilícitos.

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