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As mulheres da Flórida, no sudeste dos Estados Unidos, não poderão abortar a partir de 15 semanas de gravidez, depois que o governador do estado, Ron DeSantis, sancionou uma lei sobre o tema nesta quinta-feira (14).

O texto, aprovado pela assembleia de maioria republicana, entrará em vigor em 1º de julho e reduz o prazo para a interrupção voluntária da gestação de 24 para 15 semanas.

As únicas exceções contempladas para realizar o procedimento depois desse prazo são em caso de necessidade para salvar a vida da mãe ou se o feto tiver uma anomalia mortal.

"Hoje, estamos aqui para defender aqueles que não podem se defender sozinhos", disse DeSantis, antes de sancionar a lei, durante um ato com pessoas contrárias ao aborto. "Isto representará a maior proteção para a vida promulgada neste estado em uma geração", acrescentou.

Durante o debate parlamentar, a oposição democrata tentou, sem sucesso, incluir exceções em caso de estupro, incesto e tráfico humano.

"Esta proibição do aborto é um ataque às nossas liberdades mais fundamentais: o direito de controlar nossos próprios corpos, nosso próprio futuro", declarou, em comunicado, Stephanie Fraim, presidente da organização de saúde reprodutiva Planned Parenthood no sudoeste e no centro da Flórida.

A nova lei da Flórida imita um texto similar aprovado no Mississipi, que a Suprema Corte dos Estados Unidos, de maioria conservadora, está analisando, após sugerir em dezembro que o ratificaria.

Muitos estados governados por republicanos querem aproveitar o novo equilíbrio de forças do Supremo - com seis juízes conservadores contra três progressistas - para restringir ou reverter a sentença do caso Roe versus Wade, que, em 1973, estabeleceu o aborto como um direito constitucional até entre 22 e 24 semanas de gestação.

O caso mais polêmico foi o do Texas, onde, em setembro, a assembleia estadual votou a favor de proibir o aborto uma vez que forem detectados os batimentos cardíacos do feto, ou seja, após seis semanas de gestação. Nesse período, a maioria das mulheres não sabe que está grávida.

Na Flórida, e em estados como Arizona e Virgínia Ocidental, os republicanos optaram por seguir a lei aprovada no Mississipi como uma alternativa menos extrema que a do Texas. Seus legisladores esperam que esses textos continuem em vigor, se a Suprema Corte se limitar a restringir o prazo legal do aborto.

A Disney prometeu, em nota, lutar pela revogação da lei anti-LGBTQIA+, “Don’t Say Gay”, aprovada por políticos da Flórida, nos Estados Unidos. A campanha de boicote contra a marca surgiu após a Disney realizar doações no valor de R$25 milhões para a campanha de políticos que defendem a nova legislação.

“Nós temos o objetivo, como empresa, que essa lei seja anulada ou derrubada nos tribunais e, por este motivo, seguimos empenhados em apoiar instituições nacionais e estaduais que trabalham com este mesmo propósito”, afirmou a empresa em nota.

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Em outra data, o CEO da Disney, Bob Chapeak, disse que, apesar de doações milionárias para as campanhas, a empresa estava “trabalhando nos bastidores” para convencer os senadores da Flórida a vetarem a lei, mas não obtiveram sucesso.

O projeto de lei “Don’t Say Gay” proíbe ativamente a discussão sobre a comunidade LGBTQIA+, identidade de gênero e sexualidade nas escolas da Flórida, além de impor que professores que, porventura, descubram a sexualidade de seus alunos reportem aos pais ou responsáveis. Tal medida força com que estudantes se assumam perante seus familiares, ainda que não estejam prontos para isso.

Por Matheus de Maio

Funcionários da Disney nos Estados Unidos decidiram deixar seus locais de trabalho esta semana como protesto durante o intervalo diário. O motivo do descontentamento? A reação da empresa a uma lei que proíbe o ensino de questões de orientação sexual nas escolas da Flórida.

A lei virou uma dor de cabeça para a Disney antes mesmo da aprovação na semana passada no Parlamento do estado, onde a gigante do entretenimento emprega mais de 75.000 pessoas em seu parque temático de Orlando.

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Os problemas começaram com um memorando interno enviado pelo CEO da empresa, Bob Chapek, em 7 de março, após uma reunião com integrantes da comunidade LGBTI da empresa.

No documento, citado por vários meios de comunicação locais, o executivo relutou em determinar que Disney manifestasse oposição à lei da Flórida. Chapek argumentou que as comunicações corporativas "fazem muito pouco para mudar as coisas ou as mentes" e, em vez disso, "são frequentemente usadas como armas por um lado ou outro para dividir".

A publicação das declarações desencadeou uma enxurrada de críticas, pois muitos as consideraram uma falta de apoio à comunidade LGBTI. Uma campanha para boicotar a empresa começou a circular nas redes sociais.

Entre as críticas mais severas está Abigail Disney, neta de Roy O. Disney, cofundador da empresa com seu irmão, Walt.

"Muitas pessoas LGBTI e seus aliados trabalham para a Disney ou buscam seu apoio", escreveu a ativista e documentarista no Twitter. "Mas Chapek está mais preocupado com a reação da direita do que seus leais apoiadores e funcionários".

A lei da Flórida, apelidada de "Não Diga Gay" pelos opositores, proíbe os professores de discutir questões de identidade de gênero e orientação sexual com seus alunos da pré-escola até a terceira série, quando eles têm oito ou nove anos.

- Novos contratempos -

A polêmica aumentou quando meios de comunicação revelaram que, entre os políticos que receberam doações da Disney na Flórida, havia vários senadores republicanos a favor da polêmica lei educacional.

Na última sexta-feira, Chapek anunciou, em um comunicado, a suspensão de todas as doações políticas na Flórida até novo aviso.

Mas a decisão não convenceu o grupo de funcionários LGBTI da Disney e os protestos foram convocados.

Em um texto publicado na internet, o coletivo exigiu o fim dos pagamentos a políticos envolvidos com a lei e criticou a direção da empresa por sua "apatia".

"As declarações recentes e falta de ação dos diretores" da Disney em relação à lei da Flórida "não corresponderam à magnitude da ameaça à segurança da comunidade LGBTI que essa legislação representa", disse o comunicado.

"A Disney deve reafirmar o compromisso da empresa de proteger e defender sua equipe LGBTI, mesmo diante de risco político", acrescenta.

A semana de manifestações terminará na próxima terça-feira com uma greve geral convocada em todo o país.

As autoridades dos Estados Unidos estão à procura de 39 pessoas que desapareceram depois que o barco em que navegavam virou, supostamente no sábado, em frente ao litoral da Flórida, no sudeste do país, informou nesta terça-feira (25) a Guarda Costeira em nota.

Segundo o documento, uma pessoa resgatou um homem que estava agarrado a uma embarcação virada no oceano, cerca de 72 km a leste de Fort Pierce Inlet, no Atlântico.

O indivíduo contou que o barco saiu de Bimini, nas Bahamas, na noite de sábado, com outras 39 pessoas a bordo e que um temporal causou o naufrágio. As autoridades suspeitam que se trata de um caso de tráfico humano.

De acordo com o único sobrevivente conhecido até agora, nenhum dos náufragos usava colete salva-vidas.

Vários barcos de patrulha e aeronaves estão rastreando uma área das Ilhas Bimini, a leste de Miami, até Fort Pierce Inlet, mais ao norte, informou a Guarda Costeira pelo Twitter.

As Bahamas, um arquipélago de 700 ilhotas (39 delas habitadas) estão localizadas 80 km a sudeste da costa da Flórida, perto da Jamaica, Cuba e Haiti. O país costuma ser um ponto de trânsito para migrantes que querem chegar aos Estados Unidos, arriscando suas vidas em uma perigosa viagem marítima.

Mc Mirella causou alvoroço em boate no Estados Unidos, na Flórida, durante a madrugada desta sexta-feira (7). Em vídeos compartilhados em suas redes sociais, ela dança na pista e um homem faz uma “chuva de dinheiro”, jogando várias cédulas de dólares por cima de seu corpo.

Em vídeo, mostrando a calcinha cheia de notas de dinheiro, Mirella descreveu a situação e disse que o homem cismou com ela enquanto dançava e ficou jogando dinheiro, do nada. "Gente, teve chuva de dinheiro. O bofe jogou em mim. Eles estão mandando eu dançar para jogarem mais dólar. O bofe cismou comigo. Estou preocupada, ele não para de me dar dinheiro. Do nada”, explicou.

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Mirella fugiu do desconhecido, subindo ao andar superior do clube, mas o rapaz a perseguiu e continuou jogando dinheiro em cima dela.

Confira vídeo do momento:

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Um homem, identificado como Adam Jenne, 38 anos, foi expulso pela companhia aérea United Airlines de um avião por estar usando uma calcinha no rosto ao invés da máscara de proteção contra a Covid-19. O fato aconteceu antes da decolagem em Lauderdale, na Flórida, Estados Unidos.

Segundo o NB2 News, o americano usava a peça íntima no rosto como forma de protesto contra a lei federal que obriga os passageiros de aviões a usarem máscaras de proteção contra a Covid-19.

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Para Adam, não faz sentido pedir que os passageiros usem máscara até que o avião alcance a altitude de cruzeiro, se em seguida podem tirar para comer ou beber. 

Confira o exato momento da expulsão do passageiro

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O ex-aluno acusado de ser o autor da tragédia na escola de ensino médio Parkland, na Flórida, em 14 de fevereiro de 2018, declarou-se culpado no tribunal, nesta quarta-feira (20), pelo assassinato de 17 pessoas nesta data.

Hoje, no tribunal do condado de Broward, Nikolas Cruz, de 23 anos, assumiu sua culpa por 17 acusações de homicídio e 17 de tentativa de homicídio, pelas pessoas que feriu durante o ataque.

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Agora, Cruz terá de comparecer perante um júri para a etapa de determinação da sentença. Ele enfrenta a pena mínima de prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional. A acusação diz que vai buscar a pena de morte para o réu.

Depois de se declarar culpado, ele pediu desculpas aos familiares das vítimas.

"Sinto muito pelo que fiz e tenho que conviver com isso todos os dias", afirmou o jovem.

"Me dá pesadelos", completou.

"Se eu pudesse ter uma segunda chance, faria tudo ao meu alcance para ajudar outras pessoas", declarou.

"Acredito que é uma decisão de vocês para onde eu vou, se vou viver, ou morrer, e não do júri", completou, dirigindo-se aos familiares.

Parentes de algumas das vítimas assistiram à audiência e se emocionaram quando o promotor reconstituiu a cena do crime em detalhes.

Em 14 de fevereiro de 2018, Cruz matou 17 pessoas e feriu outras 17 com um fuzil semiautomático AR-15 na escola de ensino médio Marjory Stoneman Douglas, em Parkland. Um ano antes, ele havia sido expulso da instituição por "razões disciplinares".

Ele tinha 19 anos quando executou o ataque, um dos piores em um estabelecimento de ensino nos Estados Unidos desde o de 2012, na escola de ensino fundamental Sandy Hook, em Newtown, no estado de Connecticut. Neste episódio, morreram 26 pessoas, incluindo 20 crianças pequenas.

Depois de ouvir cada uma das acusações, Nikolas Cruz respondeu: "Culpado".

- Tragédia anunciada

A tragédia de Parkland gerou uma mobilização sem precedentes para se limitar as vendas de armas nos Estados Unidos. Mais de três anos e meio depois, o polarizado Congresso americano ainda não votou qualquer reforma significativa sobre a posse de armas.

Em março de 2018, um grande passeata, intitulada "Marcha por nossas vidas" (no original, "March for Our Lives"), levou milhares de estudantes às ruas da capital, Washington, D.C.

Apesar de ter um histórico de problemas de saúde mental, Cruz conseguiu comprar um fuzil semiautomático, sem dificuldade. O jovem era conhecido por sua obsessão por armas e chegou a ser apontado como uma possível ameaça para seus colegas de classe.

A Polícia Federal americana (FBI, na sigla em inglês) confirmou ter sido alertada, muitos meses antes do ataque, por uma mensagem publicada no YouTube. Nela, um usuário chamado Nikolas Cruz prometeu: "Vou ser um atirador profissional de escolas".

Uma gravação recuperada de seu celular mostrou que ele filmou seus planos para atacar sua ex-escola, com o objetivo de matar "pelo menos 20 pessoas".

Após ser preso, Cruz contou a um detetive que ouviu vozes, ordenando-lhe: "compre armas, mate animais e destrua tudo".

Cerca de 4.600 estudos científicos foram "arruinados" por conta de um vídeo, de 56 segundos, publicado no Tik Tok pela jovem Sarah Frank, de 18 anos, moradora da Flórida, nos Estados Unidos. 

“Bem-vindos ao 'side hustles' [corres para ganhar dinheiro, em português livre] que eu recomendo tentar - parte um”, diz ela no vídeo, sugerindo para os usuários o site Prolific.com. Ela explica que o site é "basicamente, um monte de pesquisas para diferentes quantias de dinheiro e diferentes períodos de tempo". 

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Esse vídeo, publicado em junho deste ano, já tem mais de 4,2 milhões de visualizações no Tik Tok, sendo responsável por fazer com que dezenas de milhares de novos usuários se inscrevessem na plataforma Prolific, que é uma ferramenta para cientistas conduzirem pesquisas comportamentais. 

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O site The Verge aponta que, de repente, por conta do vídeo da norte-americana, os cientistas, que estavam acostumados a obter uma ampla mistura de assuntos em seus estudos, viram suas pesquisas inundadas com respostas de mulheres jovens em torno da idade de Frank.

Isso foi considerado um grande problema sem causa óbvia e sem uma maneira imediatamente clara para consertar, já que a Prolific não contava com uma ferramenta de triagem para garantir entregas restritas a amostras populacionais representativas para cada investigação. Sendo assim, a plataforma foi inundada de respostas de jovens, que acabaram alterando o rumo dos resultados. 

Antes de existir plataformas como a Prolific, todas as pesquisas em ciências sociais aconteciam em laboratório. "Você precisaria trazer alunos do segundo ano da faculdade e submetê-los a questionários, pesquisas e outros enfeites ”, disse Nicholas Hall, diretor do Laboratório Comportamental da Stanford School of Business, ao The Verge.

Ele complementa que isso “é um esforço enorme que exige muito tempo e mão de obra. A pesquisa online torna tudo muito mais fácil. Você programa uma pesquisa, coloca online e, em um dia, tem 1.000 respostas", disse.

Desconfiança

Pesquisadores começaram a desconfiar das características dos entrevistados semanas após o vídeo do TikTok viralizar. Sebastian Deri publicou em seu twitter que estavam surgindo títulos e descrições muito genéricas e que 91% dos entrevistados seriam mulheres, enquanto 7% são homens. "Como isso acontece?", indagou.

O cofundador da Prolific Phelim Bradley disse ao The Verge que muitos dos novos usuários parecem estar diminuindo atualmente. “Antes do TikTok, cerca de 50% das respostas em nossa plataforma vinham de mulheres”, revela.

“O aumento atingiu 75% por alguns dias, mas desde então, esse número está diminuindo, e atualmente estamos de volta a 60% das respostas vindas de mulheres”, complementa Bradley.

A Prolific reembolsou pesquisadores que tiveram os estudos afetados pelo aumento de mulheres que fizeram as pesquisas e introduziu um novo conjunto de ferramentas de triagem demográfica. Além disso, a empresa colocou uma equipe responsável pelo balanço demográfico para reconhecer e responder mais rapidamente a este tipo de problema no futuro.

Ron DeSantis não gosta de falar sobre o coronavírus. O governador da Flórida recentemente entrou em confronto com a imprensa e a oposição, que o questionavam sobre o recrudescimento da pandemia no estado, que pode ameaçar uma eventual disputa pela Casa Branca.

Desde o início, o republicano recusou-se a impor o uso de máscaras e promoveu uma rápida reabertura da economia, eliminando quase por completo as restrições desde setembro de 2020.

A estratégia de se apresentar como defensor da liberdade individual, diante das restrições promovidas pelas autoridades sanitárias dos Estados Unidos, deu certo.

Apesar do alto número de infecções por covid-19, a taxa de mortalidade na Flórida não foi pior do que a média do país, a economia disparou e o governador se tornou a nova estrela em ascensão de seu partido.

De acordo com uma pesquisa recente do republicano Tony Fabrizio, DeSantis é o segundo político com mais apoio para liderar o partido nas eleições presidenciais de 2024, atrás apenas do ex-presidente Donald Trump.

E embora negue pensar na presidência, a imprensa, analistas e vários adversários políticos não duvidam que ele buscará a indicação republicana em três anos. No entanto, a pandemia pode ofuscar o brilho do governador.

A Flórida é o segundo estado do país com o maior número de infecções por 100.000 habitantes, atrás da Louisiana, e desde o início de agosto bate recordes de hospitalizações diárias por covid-19.

"Sem dúvida, a atual onda de covid-19 pode prejudicar seu futuro político. DeSantis perdeu a vantagem que tinha há alguns meses, e isso se deve em grande parte à sua posição controversa sobre o coronavírus", disse J. Edwin Benton, professor de Ciência Política na University of South Florida.

Uma pesquisa da St Pete Polls classificou o republicano em segundo lugar na disputa para governador de 2022, com 43,8% dos votos, atrás do democrata Charlie Crist.

A pesquisa anterior da mesma empresa, em março, deu à DeSantis a vitória com 45,2%.

- Trump 2.0 -

Pressionado por críticas, o governador redobrou sua aposta. Em poucos dias, ameaçou retirar fundos a distritos escolares que exigem o uso de máscaras. Tentou, em vão, impedir que os navios de cruzeiro exigissem um certificado de vacinação de seus passageiros, acusou a imprensa de "gerar histeria" e tentou culpar o presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden.

O homem descrito pelo analista político Larry Sabato como "mais inteligente do que Trump e um pouco mais cuidadoso e calculista" não parece disposto a mudar de opinião. A forte semelhança entre seus comentários rudes e a mensagem de Trump não é acidental.

Nascido na Flórida, em uma família de classe trabalhadora, formado com honras em Yale e Harvard, ele conhece melhor do que ninguém a influência do ex-presidente entre os eleitores republicanos.

Em 2018, quando era um quase desconhecido deputado e poucos apostavam nele, conseguiu que o então presidente o apoiasse como candidato republicano a governador.

"DeSantis parece um Trump 2.0 porque está onde está onde está o Partido Republicano e quer ser o candidato do partido à presidência", explica Sabato.

"Mas ele não é um orador tão bom e não tem a mesma presença" do ex-presidente, acrescenta.

A Flórida se tornou, nas últimas semanas, um dos focos da pandemia de Covid-19 nos Estados Unidos, com um forte aumento de infecções, inclusive entre crianças e adolescentes, motivo de preocupação alguns dias antes do início do ano letivo.

O estado do sudeste do país registrou na sexta-feira (6) seu recorde diário de casos desde o início da pandemia em março de 2020 (22.783), segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

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Como em outros estados do sul, como a Louisiana, a variante Delta - mais contagiosa - se espalhou rapidamente na Flórida entre a população não vacinada, que inclui muitos menores de idade.

A situação provocou a retomada do debate sobre a necessidade de proteger crianças e adolescentes antes da volta às aulas e gerou uma disputa política entre governadores republicanos e o presidente, o democrata Joe Biden.

Sara Medina está ciente do debate. Na quinta-feira, ela foi com seu filho de 12 anos, Jayden Noel, à FTX Arena em Miami, arenada do time local da NBA, para que ele fosse vacinado.

"Eu queria que meu filho fosse vacinado porque espero que ele volte para a escola em breve, e só quero ter certeza de que ficará bem", contou a mãe de 33 anos.

- Risco real –

Até recentemente, o impacto da covid-19 em menores de 18 anos, a população menos exposta às formas graves da doença, era pouco discutido. Mas isso está mudando.

Cerca de 72 mil crianças e adolescentes contraíram a doença nos Estados Unidos entre 22 e 29 de julho, um número cinco vezes maior do que no final de junho, informou a Academia Americana de Pediatria na terça-feira.

Quase 20 mil desses casos ocorreram na Flórida, de acordo com dados estaduais.

Apenas 1% dos menores infectados precisa de internação, diz Marcos Mestre, diretor do Hospital Infantil Nicklaus de Miami. Mas o contágio pode causar complicações para crianças e adolescentes com problemas de saúde, como diabetes ou excesso de peso, explica.

Essas complicações levaram a Flórida a liderar o número de hospitalizações pediátricas por covid-19 nos Estados Unidos, atualmente 143, à frente do Texas.

"É verdade que as crianças não adoecem como os adultos", lembra Mobeen H. Rathore, diretor do Departamento de Doenças Infecciosas e Imunologia Pediátrica da Universidade da Flórida. "Mas também adoecem, também são hospitalizadas, também entram na UTI e morrem de covid".

O especialista recomenda imunizar todas as crianças com mais de 12 anos de idade, enquanto os Estados Unidos não autorizam vacinas contra a covid-19 para menores dessa idade.

- Disputa pelas máscaras -

Diante da repercussão da pandemia, os CDC agora recomendam que alunos, professores e outros funcionários nas escolas usem máscaras, estejam ou não vacinados, para impedir a propagação.

Essa mensagem contrasta com a do governador da Flórida, Ron DeSantis, que assinou uma ordem executiva na semana passada para impedir que as escolas obrigassem seus alunos a usar máscaras.

O político republicano ameaçou retirar os fundos estaduais aos distritos escolares que não cumprirem sua ordem, provocando resistência de várias escolas.

Após dias de incerteza, o Departamento de Saúde da Flórida autorizou na sexta-feira as escolas a exigir o uso de máscaras em suas instalações.

Mas, na tentativa de agradar a todos, também deu permissão aos alunos para ignorarem a obrigação caso os seus pais assim desejem.

O debate transcendeu os limites da Flórida e chegou até a Casa Branca. Na terça-feira, Biden criticou DeSantis e outros governadores republicanos que se opõem às máscaras nas escolas.

"Se não vão ajudar, saiam do caminho", disse ele durante uma entrevista coletiva.

"Se mexer com os direitos na Flórida, vou ficar no caminho", respondeu DeSantis ao presidente na quarta-feira.

Alheia à disputa política, Sara Medina está contente, acima de tudo, que seu filho possa finalmente retornar a uma educação presencial após um ano "louco".

Jayden Noel concorda com sua mãe. "No ano passado, tivemos que ficar em casa o tempo todo e começava a ficar chato".

Em relação às máscaras, ele acredita que "é importante" usá-las, "para que todos fiquem seguros".

Um contrato de R$ 40 milhões, firmado sem licitação entre o Gabinete de Intervenção Federal do Rio de Janeiro e a empresa CTU Security, está sendo investigado em processo administrativo pelo Governo Federal. Segundo reportagem do 'Brasil de Fato', o general Braga Netto foi quem assinou o acordo em 2018, quando era interventor do Rio.

O contrato entre o governo brasileiro e a empresa estadunidense previa a entrega de 9.360 coletes à prova de bala para a Polícia Civil do Rio de Janeiro, cada um ao custo médio de R$ 4,3 mil. O governo Bolsonaro chegou a pagar R$ 35.944.456,10 à CTU Security, mas três meses depois, o pagamento foi cancelado e o contrato suspenso. O prazo da investigação do acordo é a primeira semana de agosto deste ano.

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Segundo o site, Antônio Emmanuel Intriago Valera, também conhecido como Tony Intriago, presidente da CTU Security, está sendo investigado pela Justiça da Flórida, nos Estados Unidos - onde a empresa é sediada -, por estar ligado ao assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moïse, no dia 7 de julho deste ano.

Segundo investigações, Intriago teria contratado mais de 20 ex-soldados da Colômbia, que foram mortos ou detidos pelas autoridades haitianas após o assassinato de Moïse. O presidente da CTU também é acusado pela polícia do Haiti de ter visitado várias vezes o país para participar de uma conspiração para matar o presidente haitiano. Intriago é considerado desaparecido. 

O número de mortos no desabamento de um prédio em Surfside, no Estado americano da Flórida, aumentou para 94 na segunda-feira (12). Dos corpos encontrados, 83 foram identificados e 22 pessoas ainda estão desaparecidas, anunciou a prefeita do Condado de Miami-Dade, Daniella Levine Cava, após o 19º dia de busca e resgate.

A polícia e os cientistas forenses do condado estão conduzindo operações de identificação no local, comparando o DNA dos restos humanos com o das famílias dos desaparecidos. (Com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O número de mortos no desabamento de um prédio em 24 de junho em Surfside, Flórida, subiu para 90 neste domingo (11), informaram as autoridades locais, depois de encontrar mais quatro corpos.

Dos corpos encontrados, 71 foram identificados e 31 pessoas que poderiam estar no prédio quando ele desabou ainda estão desaparecidas, anunciou a prefeita do condado de Miami-Dade, Daniella Levine Cava, em coletiva de imprensa no 18º dia de buscas.

Mais de 6 mil toneladas de concreto e outros entulhos foram removidos do local, segundo ela.

As operações de busca continuam 24 horas por dia e "estamos prestes a acessar os carros da garagem" subterrânea, disse Alan Cominsky, chefe dos bombeiros de Miami-Dade.

Cominsky evitou fixar um prazo para a conclusão da operação. “É difícil dar uma data, mas acreditamos que conseguiremos retirar todo o entulho”, afirmou. “É um trabalho metódico para as equipes que fazem a busca manual. É um processo lento."

A equipe de resgate do exército israelense, que participou da busca a pedido da grande comunidade judaica de Surfside, tinha previsão de deixar o local neste domingo, disse Levine Cava.

O Champlain Towers South, um edifício de 12 andares construído à beira-mar em Surfside, desabou parcialmente na madrugada de 24 de junho.

O restante do prédio foi demolido devido aos riscos à sua estabilidade na noite do domingo passado, permitindo que as equipes avançassem na escavação de áreas antes inacessíveis.

O edifício Champlain Towers North, construído nas proximidades pelo mesmo empreiteiro, na mesma época e com os mesmos materiais, passou também a ser alvo de preocupações.

Porém, o prefeito de Surfside, Charles Burkett, disse neste domingo que as primeiras verificações sobre a confiabilidade dessa propriedade foram positivas.

“Os resultados iniciais mostram que a resistência do concreto é muito boa, no mesmo nível ou acima do que deveria”, explicou.

Ele acrescentou que mais verificações ainda precisam ser feitas. Após o desastre, o prédio não foi evacuado, mas os moradores que desejaram foram realocados pelas autoridades municipais enquanto são feitas as inspeções.

As equipes de resgate encerraram as buscas por sobreviventes entre os escombros do prédio que desabou no último dia 24 na Flórida, anunciou nesta quarta-feira a prefeita do condado de Miami-Dade, onde ocorreu a tragédia, que deixou 54 mortos.

"Tomamos a decisão extremamente difícil de passar de uma operação de busca e resgate para a recuperação de corpos", informou Daniella Levine Cava, assinalando que 86 pessoas estão desaparecidas.

As buscas, realizadas nas últimas duas semanas, permitiram encontrar apenas um sobrevivente, adolescente, no mesmo dia do desabamento de parte do prédio de 12 andares, que ocorreu de forma inexplicada, mesmo sua estrutura aparentando ter partes deterioradas.

O que restou do edifício, cuja estabilidade estava em risco, foi demolido no último domingo, com uma explosão controlada.

O número de mortos pelo desabamento parcial de um prédio no final de junho em Surfside, uma pequena cidade ao norte de Miami, aumentou para 46, com 94 pessoas ainda desaparecidas, informaram as autoridades nesta quarta-feira (7).

As equipes de resgate "encontraram outras dez vítimas, aumentando o número de mortos para 46, das quais 32 foram identificadas", disse Daniella Levine Cava, prefeita do condado de Miami-Dade, ao qual Surfside pertence, em coletiva de imprensa.

Ainda há 94 pessoas desaparecidas, acrescentou.

"As equipes de busca e resgate continuam suas operações e temos sorte que o tempo melhorou esta manhã", acrescentou.

O local foi atingido na terça-feira por ventos e chuva da tempestade tropical Elsa, que atingiu a costa oeste da Flórida nesta quarta-feira.

As equipes tinham entrado em áreas inacessíveis antes que no domingo à noite a demolição controlada do restante do prédio ocorresse, cuja instabilidade ameaçava o trabalho das equipes de resgate.

Grande parte do edifício Champlain Towers South desabou nas primeiras horas da manhã de 24 de junho em Surfside, causando um dos mais sérios desastres urbanos da história dos Estados Unidos.

O evento permanece praticamente inexplicado, embora se suspeite que a manutenção e a estrutura do edifício, os locais de construção próximos e o aumento do nível da água possam ter influenciado.

Um relatório de 2018 apontou "danos estruturais significativos", assim como "rachaduras" no sótão do prédio, de acordo com documentos divulgados pelo prefeito de Surfside, cujos 6.000 moradores estão chocados com o que aconteceu.

"A magnitude deste desastre continua a crescer dia a dia desde o colapso. Nossa comunidade e o mundo estão de luto e acompanhando todas as famílias que estão passando por esta tragédia inimaginável", informou Levine Cava com a voz embargada de emoção.

O prefeito de Surfside, Charles Burkett, disse que estudos ainda estão em andamento para verificar a estrutura de um prédio semelhante, Champlain Towers North, que poderia explicar o colapso.

Este edifício está sendo monitorizado porque foi construído na mesma época, com os mesmos materiais e pelos mesmos arquitetos.

“Esta informação terá de ser analisada e demorará várias semanas e depois teremos uma ideia melhor das anomalias que podem existir”, disse.

O número de mortes no desabamento parcial de um prédio em Surfside, na Flórida, subiu para 24 neste sábado (3), após a descoberta de dois novos corpos nos escombros. Espera-se que a demolição do restante da estrutura ainda de pé seja adiantada, de olho na chegada da tempestade Elsa nos próximos dias, informaram autoridades locais.

"Nossas equipes encontraram duas novas vítimas, agora há um total de 24 mortos e 124 desaparecidos", disse a repórteres a prefeita do condado de Miami-Dade, Daniella Levine Cava.

A maior parte do edifício de 12 andares do complexo "Champlain Towers South", localizado na pequena cidade de Surfside, desabou parcialmente na madrugada de 24 de junho.

A parte do prédio que ainda está de pé será demolida antes do previsto, pois as autoridades temem que caia com a chegada da tempestade Elsa, atualmente no Caribe como um furacão de categoria 1, que ameaça a segurança das equipes de resgate.

Sem comunicar uma data específica, o governador da Flórida, Ron DeSantis, havia dito anteriormente que o prédio deveria ser demolido antes da chegada de Elsa, que deve atingir a Flórida na noite de segunda para terça-feira.

Até então, as autoridades alertavam que a demolição programada poderia levar semanas. "Destruir este prédio é seguro, já que uma tempestade está chegando e teríamos que fazer isso de qualquer maneira", garantiu DeSantis.

A demolição "só levará a uma interrupção mínima" da busca por sobreviventes, disse o governador republicano. Isso pode ser feito "em 36 horas", e as buscas devem parar "um pouco mais cedo" e retomar "um pouco mais tarde".

Por outro lado, outra preocupação é a detecção de muitos casos de covid-19 entre uma das equipes de resgate, anunciou na sexta-feira Alan Cominsky, chefe dos bombeiros de Miami.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visita nesta quinta-feira (1°) a Flórida para se encontrar com as famílias devastadas pelo desabamento de um prédio de frente para o mar há uma semana, que deixou pelo menos 18 mortos e 140 desaparecidos.

Biden e sua esposa, Jill Biden, deram as mãos ao deixarem a Casa Branca para pegar o voo para Miami, de onde vão para Surfside, a cidade ao norte de Miami Beach onde, na madrugada de 24 de junho, um bloco de 12 andares desabou no complexo Champlain Towers South.

"O presidente e a primeira-dama agradecerão aos heroicos socorristas, equipes de busca e resgate e outros que trabalham incansavelmente 24 horas por dia por seus esforços em Surfside", anunciou a Casa Branca em um comunicado.

"À tarde, eles se encontrarão com as famílias que se viram obrigadas a suportar esta terrível tragédia, para lhes oferecer conforto", acrescentou.

Entre os mortos estão duas crianças, de quatro e dez anos, disse a prefeita do condado de Miami-Dade, Daniella Levine Cava, na noite de quarta-feira.

Qualquer vida perdida "é uma tragédia", disse, "mas a perda de nossos filhos é grande demais para suportar".

Pelo menos 29 latino-americanos, da Argentina, Colômbia, Paraguai, Venezuela, Uruguai e Chile, estão entre os desaparecidos. Na lista de falecidos figuram um venezuelano e uma uruguaia-venezuelana. Eles são León Oliwkowicz, de 79 anos, e sua esposa, Cristina, 74.

- Tempestade tropical em formação -

Biden, que na última sexta-feira declarou estado de emergência para liberar ajuda federal para as operações de resgate e realocação dos sobreviventes, será recebido por Levine Cava, pelo governador da Flórida Ron DeSantis e outras autoridades estaduais e locais.

As autoridades disseram que planos de contingência estão sendo colocados em prática no caso de uma tempestade tropical em formação no Atlântico se fortalecer e atingir a costa sul da Flórida na próxima semana, embora o Centro Nacional de Furacões tenha dito que é "muito cedo" para determinar que impacto terá.

Apesar da baixa probabilidade de encontrar pessoas vivas, os socorristas continuam a remover desesperadamente a montanha de escombros em busca de um milagre. Mais de 1.400 toneladas de concreto já foram removidas.

Elad Edri, subcomandante de uma equipe israelense de busca e resgate que vem colaborando com as forças americanas desde domingo, disse que foi concluído um mapa delineando os apartamentos e outros espaços no prédio onde os residentes podem ter ficado presos.

As equipes chegaram a um estacionamento subterrâneo onde acreditavam que poderiam encontrar pessoas presas em carros, mas não encontraram ninguém, disse Edri.

- "Danos estruturais" -

É improvável que as mudanças climáticas expliquem o colapso de 55 apartamentos, de acordo com Stephen Leatherman, um especialista entrevistado pela AFP.

"A maior preocupação aqui são os furacões, a erosão das praias, as inundações, todos esses problemas. Mas o desabamento de um prédio é algo novo. Nunca vimos isso antes, especialmente em um prédio alto", comentou.

O complexo Champlain Towers South, construído há 40 anos, continha 136 apartamentos, ocupados por proprietários ou inquilinos. Foram as unidades com vista para o mar que desabaram por motivos que ainda estão sob investigação.

Leatherman questionou a qualidade da areia usada para a construção e se a estrutura do prédio estava suficientemente reforçada.

Uma lei aprovada em 1982 obriga os construtores a escavar e construir alicerces sob os pilares do edifício, mas o bloco da torre que desabou foi concluído em 1981, por isso não possui este sistema de fundação.

Um relatório sobre o estado do edifício indicava já em 2018 "danos estruturais significativos", bem como "fissuras" no estacionamento do edifício, segundo documentos divulgados pelas autoridades de Surfside.

A publicação na terça-feira de uma carta da presidente da associação de coproprietários, datada de abril, alimentou o debate sobre se o desastre poderia ter sido evitado.

O engenheiro Allyn Kilsheimer, enviado pela cidade de Surfside para investigar a causa do colapso, disse à CBS na quarta-feira que não havia detectado nada que sugerisse um colapso iminente. Provavelmente "uma combinação de fatores" causou a queda, disse ele.

Equipes de resgate que trabalham nos escombros do edifício que desabou na Flórida encontraram mais corpos na madrugada de quarta-feira (30), afirmou o comandante da unidade de socorristas israelenses que ajuda as autoridades americanas.

"Nas últimas 12 horas encontramos mais pessoas. Lamentavelmente, não estão vivas", declarou ao canal CNN o coronel Golan Vach, comandante da unidade do exército israelense especializada em operações de busca e resgate.

"Não posso revelar o número preciso porque as famílias ainda não foram notificadas", completou.

Ao menos 12 pessoas morreram no desabamento parcial do complexo Champlain Towers South, em Surfside, ao norte de Miami Beach, na madrugada da quinta-feira da semana passada, mas o número de vítimas fatais deve aumentar, enquanto diminuem as esperanças de encontrar com vida as 149 pessoas desaparecidas.

O balanço oficial de mortes não inclui os últimos corpos encontrados.

Vach disse que ele e outros integrantes da equipe encontraram o que chamou de túneis entre os escombros. Um dos casos era o espaço entre as varandas de apartamentos que desabaram.

"Entre eles havia um grande espaço de ar", disse. "Nos arrastamos pelos túneis. Chamamos as pessoas e infelizmente não encontramos nada".

Quase uma semana depois da tragédia, Vach afirma que a esperança de encontrar sobreviventes é "muito, muito pequena".

Uma grande parte do edifício de 12 andares desabou na quinta-feira passada, em uma das maiores catástrofes urbanas na história dos Estados Unidos.

A equipe de 15 israelenses chegou ao local da tragédia no domingo.

Os trabalhadores de resgate que cavaram febrilmente há cinco dias completos nesta segunda-feira (28), acreditam na possibilidade de encontrar sobreviventes nos escombros do edifício de 12 andares em Surfside, na região de Miami, na Flórida (EUA), que desmoronou parcialmente na última semana. Essa é a esperança a que os membros da família de desaparecidos se agarraram, mesmo que ninguém tenha sido retirado vivo dos escombros desde as primeiras horas de buscas após a queda da estrutura.

No domingo (27), o número de mortes confirmadas aumentou de quatro para um total de nove. Mas mais de 150 pessoas ainda estão desaparecidas em Surfside, inclusive uma criança brasileira. Familiares dos desaparecidos viajaram até o local para acompanhar o intenso esforço de resgate, que inclui bombeiros, cães farejadores e especialistas em busca, que utilizam radares e sonares na localização.

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No início desta segunda-feira, um guindaste ergueu uma grande laje de concreto da pilha de entulho, permitindo que cerca de 30 salvadores se deslocassem e transportassem pedaços menores de destroços para baldes vermelhos, que são esvaziados numa caixa maior para ser removida pelo guindaste.

As buscas têm sido complicadas por pancadas de chuva intermitentes que atingem a área, mas pelo menos os incêndios que atrapalharam a busca inicial foram extintos. Andy Alvarez, um comandante adjunto do Corpo de Bombeiros de Miami-Dade, disse ao "Good Morning America" do canal ABC que os socorristas conseguiram encontrar alguns bolsões de ar dentro dos destroços, principalmente no subsolo e nas áreas de estacionamento.

"Temos mais de 80 equipes de resgate no momento que estão rompendo as paredes que desabaram, num esforço frenético para tentar resgatar aqueles que ainda são viáveis e para chegar aos vazios que normalmente sabemos que existem nesses edifícios", disse Alvarez.

"Conseguimos fazer um túnel através dos escombros do edifício", acrescentou Alvarez. "Esta é uma busca frenética por esperança, por milagre, para ver quem podemos trazer vivo para fora deste edifício". Ele disse que os socorristas, tal como as famílias, continuam à espera de boas notícias. "É preciso ter esperança e é preciso ter fé", disse ele.

Outros que viram os destroços de perto ficaram assustados com a tarefa que se avizinhava. Alfredo Lopez, que vivia com a mulher num apartamento no 6º andar do prédio, num canto do edifício que escapou por pouco do desastre, disse que acha difícil acreditar que alguém esteja vivo nos escombros.

O ministro israelita para Assuntos da Diáspora, Nachman Shai, chefe de uma delegação humanitária de Israel que inclui vários peritos em busca e salvamento, disse que os profissionais já trabalharam em casos em que foram encontrados sobreviventes após 100 horas ou mais. "Portanto, não percam a esperança, é isso que eu diria", disse ele.

Entre as ferramentas de salvamento utilizadas está um dispositivo de radar de microondas desenvolvido pelo Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa e pelo Departamento de Segurança Interna. O equipamento "vê" até 8 polegadas (20 centímetros) de concreto sólido, segundo Adrian Garulay, CEO do Spec Ops Group. O dispositivo é capaz de detectar a respiração humana e os batimentos cardíacos e passou a ser usado no domingo por uma equipa de busca e salvamento de sete membros da comunidade judaica do México.

A prefeita do condado de Miami-Dade, Daniella Levine Cava, disse que seis a oito equipas estão a procurar ativamente a pilha em qualquer momento, com centenas de membros da equipe em espera prontos para entrar em ação. Ela disse que as equipas têm trabalhado 24 horas por dia desde quinta-feira, e que não houve falta de pessoal.

Algumas famílias esperavam que a sua visita ao local das buscas lhes permitisse gritar mensagens aos entes queridos possivelmente enterrados nas profundezas da pilha de concreto. Ao regressarem a um hotel próximo, várias fizeram uma pausa para trocar abraços ao descerem do ônibus. Outros caminharam lentamente com os braços entrelaçados uns nos outros.

"Estamos apenas à espera de respostas. É isso que queremos", disse Dianne Ohayon, cujos pais, Myriam e Arnie Notkin, estavam no edifício. "É difícil passar por estes longos dias e ainda não ter qualquer resposta".

O edifício ruiu poucos dias antes de um prazo para os proprietários dos apartamentos começarem a fazer pagamentos elevados, com valor total superior a US$ 9 milhões em reparações que tinham sido recomendadas quase três anos antes, num relatório que alertava para "grandes danos estruturais".

Earl Tilton, que dirige uma empresa de consultoria de busca e salvamento na Carolina do Norte, disse que qualquer tipo de precipitação nas ações nos escombros pode ferir ou matar os salvadores e as pessoas que estão ainda podem estar com vida. "Mover errado um pedaço de destroço pode causar quedas" sobre os trabalhadores e esmagá-los, disse ele.

Mas Tilton concordou que as famílias não estavam erradas em continuar a ter esperança. Durante os resgates urbanos passados, disse ele, os socorristas encontraram sobreviventes desde uma semana após a catástrofe inicial.

O condomínio Champlain Towers fica na Collins Avenue, no canto sudeste de Surfside. A edificação foi construída em 1981 e tinha 12 andares e 136 apartamentos - estima-se que 55 deles desmoronaram. Algumas unidades de dois quartos são negociadas atualmente no mercado com preços entre US$ 600 mil e US$ 700 mil, segundo a polícia local (entre R$ 3 milhões e R$ 3,5 milhões na cotação atual).

O número de mortos no desabamento parcial de um edifício em Surfside, Flórida, subiu para nove neste domingo, enquanto equipes de emergência de Israel e do México trabalham ao lado de colegas americanos para tentar encontrar sobreviventes da catástrofe, que deixou pelo menos 150 desaparecidos.

"Encontramos outros quatro corpos nos escombros, além de restos humanos", disse a prefeita do condado de Miami-Dade, Daniella Levine Cava, em uma entrevista coletiva.

A busca não para e as equipes utilizam duas gruas para retirar cuidadosamente os escombros, enquanto os socorristas trabalham com cães farejadores nos escombros do edifício que desabou em Surfside, perto de Miami Beach.

"Estamos fazendo progressos. Temos várias equipes de resgate no local", afirmou neste domingo o prefeito de Surfside, Charles Burkett, antes de informar que especialistas do México já trabalham na área da tragédia.

Entre os desaparecidos há pelo menos 18 cidadãos latino-americanos, incluindo uruguaios, argentinos e paraguaios. O Canadá também informou que pelo menos quatro cidadãos podem ter sido "afetados

"Não falta recursos, falta sorte. Precisamos de mais sorte", disse Burkett.

Uma equipe de 10 especialistas israelenses chegou neste domingo para ajudar os colegas americanos.

"Esta é uma das melhores, senão a melhor, e uma das mais experientes equipes de resgate", afirmou Nachman Shai, ministro israelense para questões da diáspora, ao chegar ao local.

Muitos membros da comunidade judaica de Surfside, perto de Miami Beach, estão entre os afetados pela tragédia e Israel se comprometeu a ajudar.

Em Surfside há 2.500 judeus - quase metade da população da cidade - e muitos deles integram o movimento hassídico Chabad-Lubavitch, de acordo com a imprensa israelense, mas os moradores locais afirmam que o número aumentou durante a pandemia de coronavírus

A operação de resgate é lenta e minuciosa. O temor de que o número de mortos seja muito maior é cada vez maior, mas as equipes de emergência repetem que ainda é possível encontrar sobreviventes presos entre os escombros.

- Incêndio controlado -

A busca foi complicada por um incêndio que impediu o acesso a algumas áreas.

"A boa notícia é que conseguimos controlar o fogo e a fumaça no sábado", declarou neste domingo a prefeita Levine Cava, que citou uma "visibilidade boa".

Quatro vítimas foram identificadas, informou a polícia, que divulgou seus nomes e números de apartamento.

Gladys e Antonio Lozano, de 79 e 83 anos respectivamente, moravam no mesmo apartamento. As outras duas pessoas tinham 54 anos, uma delas, Stacie Fang, era a mãe de um jovem de 15 anos resgatado dos escombros na quinta-feira, segundo o jornal Miami Herald.

Um monumento foi improvisado na cerca do acampamento base do resgate. As pessoas colocaram fotos dos desaparecidos, além de flores e velas no chão.

"Meu coração está com as pessoas de Surfside", tuitou no sábado o presidente Joe Biden, que prometeu toda ajuda federal necessária.

- Meses de investigação -

O prédio de 12 andares, chamado Champlain Towers e com vista para o mar, desabou parcialmente na madrugada de quinta-feira. A tragédia afetou 55 apartamentos.

As autoridades não determinaram o motivo do desabamento e a investigação pode demorar meses.

Mas as perguntas sobre a origem da tragédia são cada vez mais numerosas. Um morador do edifício iniciou uma ação coletiva, segundo o canal NBC, para obter uma indenização para as vítimas.

Um relatório de 2018 sobre o estado do edifício mencionou "danos estruturais importantes" e "rachaduras" na garagem, de acordo com documentos divulgados na noite de sexta-feira pela administração da cidade de Surfside.

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