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Grupos e bailarinos de todo país podem se inscrever para participar do 23º Festival de Dança do Recife, promovido pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, entre os dias 13 e 21 de outubro. As inscrições são presenciais, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, no Pátio de São Pedro, Casa 10 – 1º Andar, Bairro de São José, e seguem até 24 de agosto.

Os candidatos devem fornecer, além da ficha de inscrição, um CD contendo release, sinopse, ficha técnica e histórico do espetáculo, além de clipagem e histórico de apresentações; outro CD com fotos do espetáculo (pelo menos cinco, em alta resolução), currículo do grupo, companhia ou artista e plano de luz e som; DVD com a apresentação integral do espetáculo atualizado e sem edição; Cartão do CNPJ para pessoa jurídica ou RG e CPF, NIT ou PIS/PASEP e comprovação de residência para pessoa física; além de certidões negativas federal, estadual e municipal, entre outros.

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Toda documentação deve ser entregue m envelope lacrado e pode ser enviada por SEDEX, desde que a data de postagem esteja dentro do prazo das inscrições. Não serão aceitas propostas enviadas por fax ou e-mail.

Para concorres a seletiva, os interessados não podem ter participado das duas últimas edições do evento. E os de outras cidades e demais estados do país devem ser inéditos na cidade. Entre os critérios, exigidos pela comissão julgadora, estão o histórico profissional do grupo/artista, qualidade artística, visibilidade e viabilidade do espetáculo. A relação dos habilitados sairá no Diário Oficial da Prefeitura do Recife, em 1 de setembro.

No ar, em caráter experimental, há três semanas, a Rádio Frei Caneca começa a se transformar numa realidade 56 anos após sua criação. Apesar do início dos testes, ainda não há uma grade de programação nem datas estimadas para o lançamento oficial da Frei Caneca. Por meio de nota da sua assessoria, a Secretaria de Imprensa da Prefeitura do Recife informou, na última quarta (30), que nas próximas semanas, continuará o fluxo de atividades para conclusão do processo de implementação, seguindo as propostas discutidas entre a Fundação de Cultura da Cidade do Recife e a sociedade civil.

Na nota, é informado que a antena, torre e transmissor da rádio estão instalados no Compaz do Alto Santa Terezinha, na Zona Norte da cidade, e que o estúdio da Frei Caneca funcionará no Paço do Frevo, na Praça do Arsenal, Bairro do Recife.

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A Prefeitura informou ainda que a sociedade ainda será convocada para validar e publicar o texto das 54 propostas debatidas em consultas públicas e que este documento norteará todas as ações e projetos da rádio. A partir deste direcionamento, serão definidos a grade de programação, além de parcerias com outras intituições públicas para a produção de conteúdos em diversas áreas.

Confira trecho da nota:

No decorrer das próximas semanas e meses, a Frei Caneca FM segue o fluxo de atividades para conclusão do processo de implementação. Mais uma vez a sociedade será convocada para validar e publicar o texto das 54 propostas debatidas na consulta pública. Este documento irá nortear todas as ações e projetos da rádio para qualquer grupo que assuma a sua gestão no futuro.

Sendo assim, seguindo alguns dos direcionamentos das Propostas da sociedade, a rádio irá  estruturar formas participativas de ocupação da grade de programação, além de parcerias com outras instituições públicas para produção de conteúdos nas áreas de Educação, Cultura, Cidadania e Direitos Humanos. Ações promocionais para ampliar o acesso à compreensão do que seja uma emissora pública de comunicação, voltadas para artistas, estudantes e profissionais de comunicação bem como para o público em geral, além da realização de cobertura e transmissão de eventos artísticos, também estão previstas. 

Sendo uma emissora da Fundação de Cultura Cidade do Recife, a Frei Caneca FM, ainda contribuirá diretamente com a cena cultural da cidade por meio de apoio para a divulgação de eventos de música, audiovisual, literatura, cultura popular, artes cênicas e artes visuais.Todas estas ações complementares do processo de implementação serão monitoradas por um grupo de trabalho permanente de acompanhamento, indicado pela gestão municipal e pelas entidades que participaram do processo de consultas públicas.

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Um grupo de artistas, produtores culturais e leitores está recolhendo assinaturas para demandar da Prefeitura do Recife a volta da impressão da Agenda Cultural do Recife, revista mensal com os eventos culturais da cidade que completa 22 anos de existência no próximo mês de agosto. Desde outubro de 2015, o conteúdo da Agenda só pode ser acessado pela internet. A publicação tem também um blog, no qual publica outros conteúdos.

A Agenda Cultural chegou a ter uma tiragem mensal de 30 mil exemplares, distribuídos gratuitamente. Desde 2014, vinha saindo com 10 mil exemplares mensais. Nos últimos oito meses, apenas a edição de Carnaval foi impressa. "Em 2 dias, as 10 mil voaram. A procura é muito grande, as pessoas já estão habituadas a buscar a Agenda", disse, ao Portal LeiaJá, o editor da revista, Manoel Constantino.

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O jornalista, que edita a Agenda Cultura desde a primeira edição, há mais de duas décadas, afirma que a prefeitura alega falta de recursos, e que a gestão teria prometido que a situação é temporária. Para ele, "O abaixo-assinado indica que as pessoas estão ligadas na Agenda". "Recebemos muitos telefonemas das pessoas perguntando se a agenda saiu", conta.

O jornalista, ator e pesquisador de teatro Leidson Ferraz se mostra indignado com a interrupção da impressão do periódico: "Eu não entendo como uma gestão consegue destruir o único veículo de fato que ela tem para se comunicar com o cidadão e o turista". O uso da Agenda pelas pessoas que visitam o Recife (cuja cultura é o principal atrativo turístico) é ressaltado por Leidson. "Quem vem de fora a usa para se programar culturalmente", resume.

O abaixo-assinado usa como principal argumento o cumprimento do Plano Municipal de Cultura, instituído pela Lei nº 17.576 de 2009, que determina a disponibilização do informativo tanto em versão digital quanto impressa. Confira o documento que está recolhendo assinaturas.

Dentre os que já assinaram o documento, alguns deixaram comentários e justificativas. "É de grande importância para a cultura do Recife o retorno imediato da Agenda Cultural do Recife impressa", escreveu Oséas Borba Neto, autor de teatro. A fotógrafa Gláucia Bruce afirma que a publicação dá "visibilidade a artistas locais de forma gratuita e democrática". "É de grande importância a Agenda Cultural para divulgação da programação cultural do Recife", resumiu a produtora Karina Hoover.

Procurados por meio da assessoria, os representantes da Fundação de Cultura Cidade do Recife, órgão responsável pela publicação da Agenda Cultural do Recife, não se posicionaram sobre a interrupção e uma possível volta da impressão da revista.

Na Rua Castro Alves, localizada no bairro da Encruzilhada, Zona Norte do Recife, fica a Escola de Frevo Maestro Fernando Borges, fundada em 1996 e mantida pela Fundação de Cultura Cidade do Recife. De acordo com a placa situada na entrada principal da escola, o espaço tem como objetivos "valorizar, fortalecer e divulgar a dança ícone do Recife". A realidade atual da única escola pública de frevo do mundo, no entanto, está longe destes dizeres: paredes com rachaduras, pisos quebrados, fiação exposta e falta de equipamento para as aulas.

Em fevereiro de 2014, a reportagem do Leiajá visitou o espaço e se deparou com uma infraestrutura bastante precária. Na época, a Prefeitura do Recife informou que a próxima reforma estaria prevista para o primeiro semestre de 2014, dependendo da abertura de uma licitação. Em setembro de 2014, o local continua na mesma situação. A Escola de Frevo conta com quatro instrutores e cerca de 600 alunos, distribuídos em 25 turmas.

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Aluno do espaço há mais de 2 anos, Hariston Maciel, de 20 anos, conta que o atual estado da Escola de Frevo desestimula muita gente. "Faz tempo que a escola está desse jeito, sem cuiadados, com ventiladores quebrados, pintura precária. É como se o Frevo não estivesse sendo respeitado. É o único local público em que a gente pode praticar e viver essa dança que é nossa, não é correto deixar que este espaço único se acabe por falta de investimento e de cuiadados básicos", relata.

A instituição foi assaltada três vezes em dois anos. O útimo roubo aconteceu no final de 2013, quando os assaltantes levaram ventiladores, computadores e o som utilizado nas aulas. No início de 2014, a prefeitura contratou segurança privada para o estabelecimento. De acordo com o guarda deplantão, que preferiu não se identificar, não houve mais assaltos no local, mas a licitação para o contrato da empresa vencerá em setembro e ainda não foi resolvido se será renovado para o semestre seguinte.

José Valdomiro, professor da instituição há mais de 15 anos, informa que o local encontra-se esquecido. "É difícil pra gente, que ama o frevo e que o vive, ter que manter uma tradição dando aulas nestas condições precárias. A dança requer que trabalhemos bastante com nossas articulações, e com esse piso quebrado dá medo de alguém se machucar. A estrutura é ruim e o espaço está se tornando pequeno pra a demanda que recebemos", diz. A Escola de Frevo Maestro Fernando Borges completa duas décadas em 2016 e, segundo Valdomiro, "resiste fortemente."

Recebendo uma atenção cada vez menor da prefeitura, a Escola de Frevo sofre também com a falta de equipamentos e material. O fardamento, por exemplo, já não é mais cedido aos alunos. O professor Valdomiro conta que certas vezes os próprios alunos têm que trazer o material porque a demora para a reposição é grande. "Uma vez eu tive que trazer um monitor", revela.

O Frevo por vários olhares

Em fevereiro de 2014, o Paço do Frevo foi inaugurado com o intuito de ser um centro de referência e difusão de umas das principais manifestações culturais do país. O imóvel onde foi estruturado o Paço fica localizado na Praça do Arsenal, no Recife Antigo, e foram investidos mais de R$ 14 milhões na reforma do local. Climatizado, o Paço do Frevo contém salas para aulas de dança e música, estúdio de gravação e centro de documentação com um acervo inicial de 500 títulos sobre o frevo e o Carnaval de Pernambuco. A coordenação do espaço é de incumbência da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife.  

A Escola de Frevo do Recife se propõe a preservar o frevo, declarado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2012, ensinando e perpetuando a cultura entre frequentadores de diversas classes sociais. "Achei que, com a inauguração do Paço, a nossa escola fosse possuir uma maior visibilidade, porque aqui é onde o frevo é vivido diariamente, não pelos turistas, mas sim pelo povo pernambucano. É como se fôssemos esquecidos, deixados de lado", se queixa Valdomiro.

A diretora da Instituição, Anna Miranda, conta que a reforma será feita, mas depende da licitação da Prefeitura. "A gente faz o que pode, sabemos que esse processo de aprovação é lento", explica.

Companhia de Dança 

O resultado do que se aprende deveria poder ser visto na prática, com apresentações de uma companhia de dança formada por proferssores e alunos da Escola de Frevo. Mas um professor afirma que ela está desativada. De acordo com a diretora Anna Miranda, a cia ainda existe, mas não recebe apoio público há cerca de 4 anos. "A Companhia de dança, embora não receba mais a bolsa do poder público, continua ativa", explicou Anna. O grupo não se apresentou, porém, na abertura do Carnaval do Recife 2014, festa mais identificada com o frevo.

Questionada, a Prefeitura do Recife afirma que está havendo uma reestruturação interna relacionada à manutenção de equipamentos culturais, com a criação da Gerência Geral de Arquitetura e Engenharia, que ficará responsável pela manutenção e preservação destes equipamentos. Em nota, a assessoria de comunicação da Secretaria de Cultura garante que a implantação da nova gerência se dará até o início de outubro deste ano. Sobre a estrutura precária da Escola de Frevo, realidade há anos, a nota afirma que "Inicialmente, serão realizados pequenos reparos e consertos, até que a nova gerência possa concluir a avaliação sobre a reforma geral do espaço."

Confira a nota da Prefeitura do Recife na íntegra:

"Uma das ações que estão sendo implementadas pela Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR) é a implantação da Gerência Geral de Arquitetura e Engenharia. Esta estrutura, que será vinculada à FCCR, terá por responsabilidade cuidar da manutenção e preservação dos equipamentos da Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura, agilizando reformas e reparos que forem necessários nos teatros e museus. Aprovada pelo prefeito Geraldo Julio através do monitoramento, esta Gerência será implantada até o início do mês de outubro. 

Inicialmente, serão realizados pequenos reparos e consertos, até que a nova gerência possa concluir a avaliação sobre a reforma geral do espaço. Essa é a principal prioridade da gestão nesse momento, por entender a importância desse e dos outros equipamentos culturais para a cidade, e para a qual, todos os esforços estão convergindo.

Com relação à Companhia de Dança da Escola de Frevo, a FCCR informa que tem todo o interesse em reativá-la e, mais, em fortalecê-la de modo que ela seja estruturada de forma permanente, não ficando a mercê das gestões para existir. Por isso, nesse momento, há estudos jurídicos em andamento para definir a melhor forma de alcançar esse objetivo."

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No próximo domingo (24) o Teatro do Parque, localizado na área central do Recife e um dos principais equipamentos culturais das artes cênicas de Pernambuco, completará 99 anos de história. Mas assim como nos últimos quatro anos, o teatro não vai assoprar as velinhas porque continua fechado por conta de problemas na estrutura física. Apesar de uma licitação bancada pela Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR) ter escolhido o projeto que reformará o espaço, já é certo que o Teatro do Parque também não estará funcionando durante o seu centenário, marcado para o ano que vem. 

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No último mês de abril, o LeiaJá visitou o equipamento inaugurado em 1915 para verificar as atuais condições do local. Na ocasião, Carmen Piquet, gestora de teatros e museus da Prefeitura do Recife (PCR), confirmou que no ano em que completa 100 anos, o teatro permanecerá fechado. "Não posso dizer uma data para a entrega, mas sabemos que uma obra deste porte demora pra ser realizada. Nenhuma empresa entregaria a tempo para comemorar o centenário do teatro", justificou na época.

Desde 2010 sem funcionar, o teatro vem sofrendo com a ação do tempo. Cadeiras mofadas, paredes infiltradas, cupins e até animais foram encontrados pelo LeiaJá no local. Um funcionário, que não quis se identificar, falou sobre a falta que faz o Teatro do Parque para o cenário cultural recifense. "Antigamente existiam espetáculos de terça à domingo. Em 2000 foi feita uma pequena reforma para a instalação de ar-condicionado, porém, o teatro continuou a se deteriorar. É uma pena ver essa situação", desabafou.  

Parabéns ao Teatro do Parque

O LeiaJá entrou em contato com algumas personalidades que atuam nas artes cênicas de Pernambuco para saber o que elas desejam ao equipamento cultural no dia do seu aniversário. Para Paulo de Castro, produtor de diversos festivais, a exemplo do Janeiro de Grandes Espetáculos, o Teatro do Parque não terá, pelo quarto ano, como comemorar mais um ano de vida. “Na realidade, ele é um aniversariante que há quatro anos está em coma, na UTI, e não vai poder assoprar as velinhas ou comer o bolo”, ironiza o produtor.

Espaços culturais da RMR sofrem com obras intermináveis

Já Paula de Renor, também produtora do Janeiro de Grandes Espetáculos, deseja vida longa ao Teatro do Parque. “Eu quero é que ele ressuscite. É isso que a gente deseja a um ente querido quando ele está quase morto”, disse aos risos. Em paralelo, o pesquisador das artes cênicas Leidson Ferraz, cobra das autoridades públicas uma resposta mais incisiva sobre o estado do equipamento. “Meu desejo é que o prefeito Geraldo Julio assuma a situação e deixe de colocar assessores e o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife para falar do caso. E que o teatro volte logo a funcionar”, declara ele. 

De acordo com Gigi Albuquerque, representante do Movimento Teatro do Parque (Re)Existe e participante de grupos como o Bacnaré (Balé de Cultura Negra do Recife) e o Híbridos, haverá em breve uma nova ação para cobrar da Prefeitura do Recife uma resposta sobre o espaço. “Inclusive nesta sexta (22) teremos uma reunião para definir quais serão as ações do próximo encontro. Ainda não há nada definido e provavelmente não vai ser neste domingo (24), e sim no início de setembro, quando tivermos algo mais concreto”, explica ela, que também deixou seu desejo de ‘parabéns’ ao Teatro do Parque. “Desejo que ele seja reativado com arte, sem que coloquem uma placa de ‘em obras’ sem que ele esteja de fato”, provocou. 

Reforma à vista

Há dois meses, no dia 28 de junho, foi publicado no Diário Oficial do Recife o aviso de licitação para execução das obras de serviço, restauro e ampliação do Teatro do Parque. O resultado saiu no último sábado (16), decretando a Concrepoxi Engenharia Ltda a vencedora da proposta, numa reforma que custará aos cofres públicos cerca de R$ 8,2 milhões, gastos com a realização de obras e a aquisição de novos equipamentos. 

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Cultura da PCR e FCCR, o projeto aguarda a liberação do contrato e da ordem de serviço para começar a ser executado. A previsão é de que a ordem de serviço da reforma seja assinada em novembro de 2014 e que a obra tenha duração de 24 meses. Entre os itens relacionados na licitação, estão a recuperação e restauro do edifício, a implantação de novo projeto paisagístico, a substituição de coberta e o redimensionamento e a substituição das calhas. 

A reforma do Teatro do Parque também prevê a restauração de adornos, bens móveis e pinturas decorativas, novo tratamento acústico, novo sistema de áudio e vídeo para o cinema, aquisição de vestimenta cênica e recuperação do sistema de climatização. A licitação inclui ainda instalação de rede de telefonia e internet, sistema de segurança e combate a incêndio e acessibilidade. Ainda de acordo com a assessoria, outros dois processos de contratação serão encaminhados ainda neste segundo semestre para complementar a recuperação do espaço. Um voltado para aquisição dos equipamentos de iluminação ambiente e cênica, e outro para a instalação de um circuito interno de TV, para reforçar a segurança do equipamento.

Foi publicado no Diário Oficial do Recife, no último sábado (28), o aviso de licitação para execução das obras de serviço, restauro e ampliação do Teatro do Parque, localizado no bairro da Boa Vista. De acordo com a informação, emitida pela Comissão Especial de Licitação da Prefeitura do Recife (PCR), o processo licitatório será aberto oficialmente no próximo dia 5 de agosto. Desde 2010, o Teatro do Parque encontra-se fechado ao público.

Ainda segundo a publicação no Diário Oficial do Recife, os interessados em obter o edital da licitação devem se encaminhar até o 9º andar do prédio da Prefeitura do Recife (PCR), no Bairro do Recife, das 8h às 12 dos dias úteis, e fazer a solicitação do documento. É necessário portar CD virgem para cópia dos arquivos. Apesar da notícia, informações sobre o fim do prazo da licitação e de quando as obras serão iniciadas não foram disponibilizadas.

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Teatro do Parque (Re)existe exige reabertura do espaço

Segundo dados divulgados em agosto do ano passado pela Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), o teatro seria entregue à população em 2015, quando completa 100 anos. No entanto, em visita realizada pelo LeiaJá ao equipamento cultural no último mês de abril, a gestora de teatros e museus da PCR, Carmen Piquet, comentou que a reforma não ficará pronta no tempo prometido pela FCCR.  "Não posso dizer uma data para a entrega, mas sabemos que uma obra deste porte demora pra ser realizada. Nenhuma empresa entregaria a tempo para comemorar o centenário do teatro", justificou a gestora na ocasião.

Ficou marcada para o dia 4 de junho, às 14h, na Câmara Municipal do Recife, a audiência pública que vai tratar das propostas definidas para a Rádio Frei Caneca. Segundo Patrick Torquato, gerente de Música da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR) e gestor da rádio, na ocasião serão apresentadas mais de cinquenta propostas para a emissora pública, todas elas construídas pelos grupos de trabalhos formados por mais de vinte entidades da sociedade civil. A entrada será aberta à população recifense.

A audiência pública, inicialmente agendada para a próxima quarta-feira (28), foi convocada pela vereadora Isabella de Roldão (PDT), que convidou participantes dos grupos de trabalho da Frei Caneca a apresentarem na Câmara Municipal as propostas desenvolvidas para a rádio pública do Recife. Entre os participantes estarão representantes do Conselho Municipal de Políticas Culturais do Recife (CMPC), Fórum Pernambucano de Comunicação (Fopecom), Fórum da Música de Pernambuco, Centro Acadêmico de Comunicação Social da UFPE, sindicatos dos Radialistas e Jornalistas, Secretaria de Cultura e FCCR, entre outros.

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Frei Caneca no primeiro semestre de 2014, garante Lessa

Implantação da rádio pública

A formulação destas propostas aconteceu entre 10 de março e 10 de abril deste ano, período o qual os participantes dos grupos de trabalho tiveram vários encontros com o objetivo final de apresentar à população do Recife um modelo de rádio para a Frei Caneca. As equipes foram divididas pelos temas Gestão, Financiamento e Programação. Além disso, desde o dia 1° de março, a rádio está no ar em caráter experimental e online. O site conta com informações sobre a emissora, cronograma de atividades para a implantação da Frei Caneca e detalhes dos grupos de trabalhos envolvidos no processo.

Lenda da Frei Caneca

O projeto da rádio foi aprovado em 1960 e foi uma iniciativa do ex-vereador Liberato Costa Jr. O local para instalação da antena transmissora será o prédio da Sudene e no dia 1º de março a Prefeitura do Recife lançou uma canal cujo streaming se limita a uma setlist contínua de músicas de artistas pernambucanos. Quando estiver em versão finalizada, a Rádio Frei Caneca ficará no dial 268, de maneira provisória, e depois passar para o dial 208 definitivamente.

O Diário Oficial do Recife publicou no último sábado (24) a relação com 282 artistas, de 123 produtoras, que estão com pagamentos atrasados relativos ao Carnaval por causa de problemas na documentação. A Prefeitura do Recife pede aos representantes desses artistas que compareçam à Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), no 15º andar do edifício sede da Prefeitura do Recife, até a próxima quarta-feira (28), com os documentes pendentes.

Além disso, na mesma página do Diário Oficial a qual encontra-se essa informação do Carnaval do Recife está a lista de artistas habilitados para o Ciclo Junino 2014. Entre as atrações, compõem a lista Nando Cordel, Bongar, Genival Lacerda, Almir Rouche e Alcymar Monteiro.

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Novidades para o São João

A Secretaria de Cultura e a FCCR estão implantando um sistema para avaliação e acompanhamento dos processos, que já começou a ser utilizado para registro das inscrições e avaliações do Ciclo Junino 2014. A ideia é dar transparência e otimizar os fluxos de informação dos trâmites internos de contratação, possibilitando maior rapidez na análise dos processos. Dúvidas sobre pagamentos podem ser esclarecidas no (81) 3355-8196.

Desde a última segunda-feira (19) que Roberto Lessa não é mais presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR). Quem preside agora o órgão público é o administrador de empresas Diego Rocha, que era vice-presidente da FCCR. A nomeação foi publicada no Diário Oficial do Recife no último sábado (17).

Segundo duas portarias divulgadas no Diário Oficial da cidade, o pedido de exoneração partiu do próprio Roberto Lessa, que assume agora o cargo de Secretário Executivo de Inovação Urbana, vinculado à Secretaria de Desenvolvimento e Planejamento Urbano do Recife. Lessa estava à frente da Fundação desde o início da gestão Geraldo Julio.

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Confira um balanço de 2013 que o LeiaJá fez com Roberto Lessa no final do ano passado

Novo presidente da FCCR

Formado também em Ciências da Computação, Diego é funcionário concursado do Governo do Estado, desde 2008, e é ligado à Agência de Tecnologia da Informação (ATI). Antes de integrar a gestão municipal, o dirigente atuou como secretário executivo da Secretaria de Administração do Estado, e como gerente Geral de Compras, Contratos e Licitações na mesma pasta. 

Na manhã do próximo dia 28 de maio a população recifense vai conhecer as propostas definidas para a lendária Rádio Frei Caneca, durante uma audiência pública marcada para ser realizada na Câmara dos Vereadores do Recife, no bairro da Boa Vista. Segundo Patrick Torquato, gerente de Música da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR) e gestor da rádio, na ocasião serão apresentadas mais de cinquenta formatos para a emissora, todas elas construídas pelos grupos de trabalhos que envolveram mais de vinte entidades da sociedade civil.

A formulação destas propostas aconteceu entre 10 de março e 10 de abril deste ano, período o qual os participantes dos grupos de trabalho tiveram vários encontros com o objetivo final de apresentar à população do Recife um modelo de rádio para a Frei Caneca. As equipes foram divididas pelos temas Gestão, Financiamento e Programação e são formadas por representantes do Fórum Pernambucano de Comunicação (Fopecom), do Fórum Pernambucano da Música, do Centro de Cultura Luiz Freire, da Central Única das Favelas (Cufa), do Auçuba – Comunicação e Educação do Recife, do Centro Acadêmico de Jornalismo da UFPE, do Sindicato de Jornalistas, da Empresa Pernambucana de Comunicação, do Quilombo Malunguinho, da Secretaria de Imprensa e da Mulher do Recife, entre outros.

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Implantação da Frei Caneca começa com Grupos de Trabalho

De acordo com Ivan Moraes Filho, um dos representantes do Fopecom, algumas pautas defendidas pelo fórum serão apresentadas no próximo dia 28 de maio. “As propostas estão neste momento passando por um processo de finalização, mas englobam assuntos como programação independente, diversidade nas atrações e uma gama extensa de financiamento para Rádio Frei Caneca”, revelou Ivan Moraes Filho.

Frei Caneca no primeiro semestre de 2014, garante Lessa

Outra história que envolve a rádio é a licitação dos equipamentos que compõem a emissora. Segundo entrevista de Patrick Torquato ao Portal LeiaJá em fevereiro deste ano, a chamada pública seria publicada no último mês de março, mas até então nada saiu do papel. “A gente está no último momento, apenas definindo alguns detalhes jurídicos. Todas as compras da Fundação de Cultura da Cidade do Recife são feitas pela mesma equipe, e com a correria do Carnaval, São João e Copa do Mundo eu acabei ficando na fila. Mas acredito que até o dia 28 teremos alguma definição deste processo”, promete o gestor da FCCR.

Lenda da Frei Caneca

O projeto da rádio foi aprovado em 1960 e foi uma iniciativa do ex-vereador Liberato Costa Jr. O local para instalação da antena transmissora será o prédio da Sudene e no dia 1º de março a Prefeitura do Recife lançou uma canal cujo streaming se limita a uma setlist contínua de músicas de artistas pernambucanos. Quando estiver em versão finalizada, a Rádio Frei Caneca ficará no dial 268, de maneira provisória, e depois passar para o dial 208 definitivamente.

A Rádio Frei Caneca finalmente entrou no ar no último sábado (1°), durante o Carnaval do Recife, mas ainda em caráter experimental e online. O site da rádio pública conta com informações sobre a emissora, cronograma de atividades para a implantação da Frei Caneca e detalhes dos grupos de trabalhos envolvidos no processo. A próxima etapa é a formulação de um modelo de rádio que será apresentado à população recifense via consulta pública. 

Neste sentido, na próxima segunda (10) a Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR) vai promover um seminário com experiências de emissoras públicas brasileiras e estrangeiras. Uma das participantes do seminário, por exemplo, será Ana Veloso, professora da Universidade Católica de Pernambuco e especialista em comunicação com experiência na implantação da TV Brasil. A ideia é fazer com que tais vivências possam oferecer embasamento aos grupos de trabalho que vão colocar a rádio no ar no canal 268/E, concedido pelo Ministério das Comunicações em 2011.

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Os envolvidos no processo da implantação da Frei Caneca estão divididos em três núcleos, Operacionalização, Programação e Financiamento. E de 10 de março a 10 de abril os participantes devem elaborar um modelo de rádio que será apresentado à população recifense. "Quando o documento estiver concluído ele será encaminhado à Câmara dos Vereadores para uma consulta pública. Para este momento convidaremos o prefeito Geraldo Julio, que já deixou claro que essa é uma das prioridades da gestão. E no encontro vamos apresentar os resultados e encaminhamentos propostos pelo grupo de trabalho”, explica Patrick Torquato, gerente de Música da FCCR e gestor da emissora. 

Frei Caneca no primeiro semestre de 2014, garante Lessa

O grupo de trabalho é formado por representantes do Fórum Pernambucano de Comunicação, do Fórum Pernambucano da Música, do Centro de Cultura Luiz Freire, da Central Única das Favelas (Cufa), do Auçuba – Comunicação e Educação do Recife, do Centro Acadêmico de Jornalismo da UFPE, do Sindicato de Jornalistas, da Empresa Pernambucana de Comunicação, do Quilombo Malunguinho, da Secretaria de Imprensa e da Mulher do Recife, entre outros.

Conforme prometido por Roberto Lessa, presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), a Rádio Frei Caneca FM deve ser implantada ainda no primeiro semestre de 2014. Já há um grupo de trabalho responsável pela elaboração de um documento de referência para implantar a emissora, formado por 40 representantes de 20 entidades governamentais e da sociedade civil. Os participantes estão com encontros marcados de 10 de março a 10 de abril, quando devem produzir o material e em seguida encaminhá-lo a uma audiência pública.

Segundo Patrick Torquato, gerente de Música da FCCR e gestor da rádio desde setembro de 2012, ele entrou em contato com duas instituições para constituir este grupo de trabalho: o Conselho Municipal de Políticas Culturais do Recife e o Fórum Pernambuco de Comunicação (Fopecom). “Propus ao Conselho convidar entidades ligadas ao assunto para participar do grupo de trabalho que vai implementar a Rádio Frei Caneca. Outros nomes surgiram após reuniões que tive com a Fopecom. Não foi uma decisão exclusivamente minha e por ser um assunto delicado busquei uma legitimação maior. Inclusive há participação da quase totalidade dos conselheiros que representam a sociedade civil”, comenta Patrick. 

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Implantação da Frei Caneca começa com Grupos de Trabalho

De setembro de 2012 pra cá, Patrick conta que recolheu diversas informações dos outros gestores que estiveram à frente da implantação da emissora pública. “Muitos deles fizeram conversas com a sociedade civil e nós precisávamos retomar esse diálogo que não acontecia desde 2010. Havia muita coisa defasada”, revela. Neste sentido, no último dia 11 de fevereiro ficou definido em reunião realizada pela FCCR, no auditório do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam) que o grupo de trabalho será dividido em três núcleos, Operacionalização, Programação e Financiamento. E durante o período de 10 de março a 10 de abril os participantes devem avançar nessas discussões para apresentar um modelo de rádio à população recifense.

Participam deste grupo de trabalho representantes do Fórum Pernambucano de Comunicação, do Fórum Pernambucano da Música, do Centro de Cultura Luiz Freire, da Central Única das Favelas (Cufa), do Auçuba – Comunicação e Educação do Recife, do Centro Acadêmico de Jornalismo da UFPE, do Sindicato de Jornalistas, da Empresa Pernambucana de Comunicação, do Quilombo Malunguinho, da Secretaria de Imprensa e da Mulher do Recife, entre outros.

No dia 10 de março será realizado um seminário com apresentações de experiências de emissoras públicas brasileiras e estrangeiras. A ideia é fazer com que essas experiências ofereçam embasamento na hora para o momento de redigir o documento. Uma das participantes do seminário, por exemplo, será Ana Veloso, professora da UNICAP e especialista em comunicação com experiência na implantação da TV Brasil. 

"Quando o documento estiver concluído ele será encaminhado à Câmara dos Vereadores para uma consulta pública. Para este momento convidaremos o prefeito Geraldo Julio, que já deixou claro que essa é uma das prioridades da gestão. E no encontro vamos apresentar os resultados e encaminhamentos propostos pelo grupo de trabalho”, explica Torquato. 

Ivan Moraes Filho, um dos representantes do Fopecom, contou ao LeiaJá como foi feito o convite para que a entidade participasse da formação do grupo de trabalho. “Este é um fórum que já existe há10 anos e que reúne pessoas e instituições da sociedade civil ligadas à temática da comunicação. Durante esta década nós sempre cobramos que se implementasse a Frei Caneca num formato de rádio pública, como parte de uma política pública. A gente espera conseguir pautar o grupo de trabalho e fazer com que o prefeito faça a rádio do jeito que a população quer”. A reportagem tentou conversar com alguém do Conselho Municipal de Políticas Culturais do Recife, mas a informação recebida é que eles estão sobrecarregados com o Carnaval.

Frei Caneca aproveita o Carnaval para se aproximar do cidadão

Para Patrick, há uma certa pressão política sobre o assunto, mas que não era imprevisível: “Por ser uma demanda que conta com recursos públicos, existir pressão política é algo normal. Já é minha terceira experiência como gestor do processo e já estou acostumado com isso. É algo que envolve interesses diversos e tem que ter muito cuidado para conduzir da melhor forma possível."

Questionado se já existe uma previsão de quando a rádio entrar no ar de fato, o gerente de Música da FCCR se mostra cauteloso. “Isso depende de um ciclo burocrático que está ligado à compra dos equipamentos. A previsão é que em março a licitação seja publicada, e a partir daí há uma série de passos que devem ser cumpridos. Mas nossa previsão é que antes do São João a rádio já esteja no ar”. 

Rádio Frei Caneca - O projeto da rádio foi aprovado em 1960 e foi uma iniciativa do ex-vereador Liberato Costa Jr. O local para instalação da antena transmissora será o prédio da Sudene e no dia 1º de março a Prefeitura do Recife colocará no ar um site para acompanhamento das propostas da Rádio Frei Caneca FM. O canal online vai disponibilizar documentos de referência para os debates, o cronograma das atividades, um espaço de participação para os interessados no tema e uma rádio experimental.

Produtores culturais cadastrados no Sistema de Incentivo à Cultura 2011 (SIC Recife) foram informados nesta última quinta (2) que o edital daquele ano foi anulado. A notícia chegou por e-mail com uma cópia da resolução administrativa publicada no Diário Oficial do Recife do dia 24 de dezembro do ano passado, data que foi divulgada a decisão assinada por Leda Alves, secretaria de Cultura, de anular o SIC 2011.

Segundo a resolução, o Conselho Municipal de Política Cultural decidiu pelo cancelamento do SIC 2011 durante Sessão Plenária realizada no dia 5 de setembro de 2013. O argumento para a anulação é que no edital não consta o valor da renuncia fiscal (mecenato).

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Em entrevista concedida ao Leia Já no final do ano passado, Roberto Lesa, presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR) chegou a anunciar mudanças no formato do SIC em 2014. “Não posso ainda adiantar se vai ser nesse mesmo formato que vem sendo discutido, (...) mas acredito que a gente tem sim novidade para o próximo ano”, comentou Lessa, sem mencionar diretamente a anulação do SIC 2011. 

Ainda de acordo com o documento oficial, o material inscrito ficará disponível para devolução pelo período de seis meses a partir da publicação da resolução.

 

O ano de 2013 foi o primeiro da nova gestão da Prefeitura do Recife, liderada pelo prefeito Geraldo Julio. Na área da política cultural, Leda Alves foi a convidada para gerir a Secretaria de Cultura (Secult), responsável pelo planejamento das ações voltadas para cultura da cidade. Já Roberto Lessa aceitou o chamado de presidir a Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), cuja principal função é a operação e execução das iniciativas elaboradas pela Secult. Em entrevista ao LeiaJá, o presidente da FCCR falou sobre a experiência de comandar uma instituição tão importante para o setor, além de revelar em primeira mão o posicionamento que a atual gestão pretende imprimir ao longo dos próximos anos. Na conversa, Lessa falou também dos principais desafios dos órgãos responsáveis pela cultura na gestão municipal e das novidades, a exemplo na reforma no Teatro do Parque e da inauguração da Rádio Frei Caneca. Assuntos como o orçamento de cultura do Recife, o novo formato de pagamento dos artistas, investimento em editais de contratação e a polêmica com Naná Vasconcelos em relação ao Carnaval 2014 também não ficaram de fora da entrevista. O encontro aconteceu no escritório da Fundação de Cultura Cidade do Recife, localizado na Rua Domingos José Martins, no Bairro do Recife.

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A nova marca da política cultural do Recife

As pessoas perguntam muito sobre a questão da multiculturalidade, se é uma marca da gestão anterior, e eu costumo responder o seguinte: multicultural é o povo recifense. É a cultura produzida no Recife. A gente tem isso como marca não de uma gestão, mas como marca de um povo. Então é impossível tirar essa história do 'multicultural' porque essa é uma característica da forma de pensar, fazer e consumir cultura. É uma marca importante. O que a gente está começando a pensar e fazer no nosso próprio estilo - e eu não sei como vamos chamar isso ainda - é algo que tivemos num primeiro momento durante esse Ciclo Natalino e que foi fantástico. 

É a questão de você fazer a cultura onde ela nasce, que é no meio das pessoas, dos bairros, das comunidades. A cultura do palco é importante, porque é um momento de prazer duplo no qual as pessoas absorvem cultura e lazer, mas elas precisam se sentir participantes deste processo também. Essa é uma marca que a gente vai procurar imprimir com muito mais força a partir de 2014. Na prática, no Ciclo Natalino de 2013, a decoração está aí na rua, quase pronta, com um tema diferente que é A natureza ilumina o Recife. A gente fez oficinas junto a essas comunidades, de desenho e pintura, que fazem parte da decoração da cidade. Foi um trabalho de colocar professores, monitores, levar equipamento, cadastrar pessoas que querem participar. Na base da nossa Árvore de Natal, no Bairro do Recife, estão desenhos feitos por crianças de comunidades como Santo Amaro, Chão de Estrelas e Ibura, entre outras. Eles se sentiram muito orgulhosos em estar lá. Outra coisa que fizemos foi uma parceria com a Companhia Editoria de Pernambuco (CEPE), que vai pegar esses desenho e transformar em cartões de natal, com a identificação de quem fez e o local. Isso deu um resultado tão bom que a gente está pensando em repetir, com oficinas durante o Carnaval ou São João. Não é só oficina, isso não resume o que é esse projeto. Na verdade é uma participação mesmo, seja no que for, porque se o poder público faz ele tem que dizer também pra onde é que vai depois. Se ele fomentou, ele também tem que absorver.

Carnaval 2013

O maior desafio foi propriamente fazer o Carnaval, porque desta vez a festa aconteceu num período muito próximo ao início do ano. A gente chegou com a missão de fazer em pouquíssimo tempo e pensar a política cultural pro Carnaval foi fundamental pra já dar essa marca da valorização da cultura popular, que está no programa de governo de Geraldo Julio. Mas, acima de tudo, a execução da festa foi um imenso desafio porque nós tivemos que fazer mais de 30 processos licitatórios neste período, ainda que a FCCR tenha suas próprias comissões de licitação. A Secult não tem e faz suas licitações na Secretaria de Finanças. Embora a gente tenha essa vantagem, não dá pra gerir um número de licitações como esse no tempo que a gente tinha. Então a gente recorreu também à estrutura da Secretaria de Finanças, que nos ajudou a tocar isso tudo sem diminuir em nada o Carnaval em relação ao ano anterior. Foi um desafio imenso. Houve inclusive acréscimos que foram feitos, experimentais, como o polo de Boa Viagem, que foi um polo descentralizado e em um formato diferente do que se tinha até então. Eu diria que executar o Carnaval, com tudo dando certo, foi o nosso maior desafio nesse primeiro momento da gestão.

Orçamentos dos Carnavais 2013 e 2014

O Carnaval 2013 custou em torno de R$ 30 milhões. Desse total, R$ 6,5 milhões foram de patrocínios captados pela Secretaria de Cultura. Mas esse valor foi líquido, porque não tivemos nenhuma empresa intermediando, aquela taxa de 20% que existia pra uma empresa fazer a captação não existiu mais. Todo o valor foi integralmente convertido em recursos para o Carnaval. Para o próximo ano o prefeito entendeu por bem colocar a captação de recursos na Secretaria de Turismo, e foi uma decisão muito acertada porque eu acho que o secretário Felipe Carreras a fez com uma competência muito grande. A gente conseguiu uma captação inédita, não só para esse ano, mas para os próximos três anos seguintes. A gente conseguiu com a Ambev, e aí não é só para o Carnaval, mas para os três ciclos, um valor de R$ 9,2 milhões ao ano. Claro que o Carnaval é o evento que tem mais alocação orçamentária de recursos, e possivelmente vai pegar o bolo maior, mas estamos ainda vendo isso. Só que a Secretaria de Turismo tem ainda a possibilidade de aumentar essa captação. Foi um passo acertado, porque ela também é liquida, sem intermediações. Vai começar agora no Ciclo Natalino, porque o processo ficou pronto antes do Natal. E isso com certeza nos deu uma tranquilidade maior para o planejamento dos eventos.

O Carnaval do próximo ano ainda está com processos licitatórios em andamento, como a questão dos palcos, banheiros químicos, extintores e tudo o mais que um evento desse porte demanda. A gente ainda está montando a grade da festa, negociando cachê, e fazendo toda a formatação, então realmente não dá pra dizer ainda quanto vai ser. Mas a ideia e a determinação do prefeito é de fazer mais com menos. Estamos planejando pra que o orçamento em 2014 fique no mesmo patamar, com a vantagem da gente ter o aporte maior do patrocínio privado nesse ano.

Polos comunitários dos ciclos festivos

Não houve nenhum decréscimo do número de polos nem no Carnaval nem no Ciclo Natalino, nem estamos pensando nisso para o próximo carnaval. É uma opinião muito pessoal, mas gente precisa aos poucos ir substituindo uma coisa por outra, não pra acabar, mas pra dizer que a cultura do receber é importante, porém menos importante do que a cultura do participar, do fazer junto. Primeiro porque é mais interessante nesse ponto de vista da pessoa se sentir partícipe, traz autoestima e saber pra ela, e por final é muito mais barato.

Uso da verba de patrocínio e da verba pública

Normalmente a gente faz o pagamento dos cachês com recursos do tesouro da Prefeitura do Recife. O que a gente coloca como pagamento de patrocínio são as contas que a gente tem uma flexibilidade maior de pagar, como pessoal, por exemplo, ou algumas coisas de infraestrutura. Em relação à contratação de artistas, já tem todo um processo definido pra isso, de mensuração de cachê, e o Tribunal de Contas já disciplina. A dificuldade que temos muitas vezes em fazer o pagamento tem duas vertentes: primeiro uma infraestrutura ainda deficiente pra fazer tantas ações que encontramos e que pouco a pouco temos corrigido. E segundo pela dificuldade por parte dos artistas, que por conta da informalidade, ainda não têm uma preocupação grande com a questão da documentação, e isso trava o pagamento independentemente da nossa vontade. 

Eu acho que a gente precisa descobrir outro formato para isso porque não dá pra ficar tratando este setor como uma indústria. E pra isso a gente fez junto à Secretaria de Cultura o Núcleo de Apoio Cidadão, no Pátio de São Pedro. Lá tem um espaço da FCCR e a gente colocou uma equipe com advogado, contador e computador para que os artistas possam ter mais flexibilidade, mais acesso, mais rapidez na questão de documentação. A ideia não é fazer por eles, isso não funciona, é fazer com que eles tenham uma orientação melhor. Enfim, há de se abrir uma discussão, fazer essa discussão com a Alepe, com o Tribunal de Contas, com a Procuradoria, buscar entendimento e dizer que a gente faz o Carnaval com a realidade daqui. A ideia é conciliar a realidade com as exigências formais.

Reforma do Teatro do Parque

A Secretaria de Projetos Especiais da Prefeitura do Recife vai lançar no começo do ano uma licitação com todos os elementos necessários para o restauro e conservação do Teatro do Parque, com previsão de inauguração no dia 24 de agosto de 2015. VEJA MAIS DETALHES VÍDEO: [@#video#@]

Melhorias no prazo de pagamento dos artistas

Nós conseguimos sim pagar em menos tempo (em 2013), mas isso não quer dizer que está suficiente, que está bom. Tanto pelo lado deles como do nosso tem que haver mais organização, mas nós vamos melhorar. Outra coisa que tem nos ajudado é a estruturação do Núcleo de Cultura Cidadã. Temos também uma conversa mais franca com os artistas. Então são duas frentes diferentes, a frente da estruturação da própria FCCR e a parceria de que as atrações também façam a parte deles.

Polêmica com Naná Vasconcelos em relação ao Carnaval 2014

Na verdade não é uma discussão de tirar a importância (da abertura do Carnaval com as nações de maracatu), isso nunca aconteceu. Houve somente uma mudança no formato. O respeito que a secretária tem por Naná Vasconcelos e por todas as nações que ele representa é grande, quem conhece Leda Alves tem certeza que a intenção não foi a de diminuir e a discussão era em torno de mudar o formato. Eles dialogaram e chegaram à conclusão de que o formato era adequado, até porque é, senão não tinha passado todos esses anos funcionando. Acho que foi uma boa decisão e todo mundo saiu ganhando na forma que ficou.

Festival do Frevo da Humanidade e o Festival de Música Carnavalesca

A Secretaria de Cultura já deu declarações sobre isso. Este ano é que se limitou somente ao frevo. Tivemos a opção de fazer no formato ideal e correr o risco de não realizar ou de fazer nesse momento como dava para marcar 2013 como o ano da volta dessas ações. Ter sido limitado ao frevo foi basicamente uma questão de tempo e infraestrutura. Para o ano volta tudo, o festival volta a ter a dimensão que sempre teve, incluindo também outros ritmos carnavalescos. Não existe a intenção de tirar nada disso.

A gente voltou em 2013 a ter coisas que estavam fora do cenário cultural. Eu vi algumas críticas muito localizadas em relação ao Spa das Artes, à divulgação dos festivais. Tudo bem, 'zero bronca', nós assumimos. A gente precisa melhorar isso, e o que tiver que corrigir nós vamos corrigir com muita tranquilidade.

Novo lugar para a Fundação e a Secretaria

Já no Carnaval nós ficamos em outro espaço, saímos da sede da prefeitura, porque muitas vezes faltava lá - e ainda falta - espaço físico pra juntar documentos, casar processos, despachar, é muito complicado. Neste momento estamos procurando um local pra migrar toda a Fundação de Cultura e depois juntar com a Secretaria de Cultura. Isso não é só uma questão de conforto, é questão de criar possibilidade e dar agilidade nos processos. Não é fácil, porque queremos ficar por aqui pelo Recife Antigo e um espaço desses às vezes não é muito fácil de achar, e quando acha ou é muito caro ou precisa de investimento e tempo demais. Mas já temos alguns bons contatos e acho que no início do próximo ano conseguimos resolver essa questão.

Investimento em editais de contratação

Como eu disse, a gente preferiu correr o risco de ter alguns processos que precisassem de correção do que não fazê-los. Nós nos propusemos a fazer tudo por edital, e isso foi uma marca registrada já dessa gestão na Secretaria de Cultura e na Fundação de Cultura. Esse ano acho que só o Carnaval que não foi assim, mas a partir do São João as ações foram com edital. Assim o poder público saiu daquela ação de ser o principal ator nesse processo, e passou a ser demandado. O edital faz isso. Ele propicia também que as pessoas nos procurem e se ofereçam a participar. E nos comprometemos que no mínimo 70% da composição que as curadorias escolheriam seriam de processos inscritos nos festivais, mas passamos disso fácil. Acho que foi em torno de 90%. O que compôs a grade de todos esses eventos foram os editais. Em alguns casos talvez não se tenha tido o tempo que seria melhor, mas todos eles aconteceram. Para o ano, com certeza a gente vai melhorar.

Formato dos festivais dos próximos anos

A gente precisa ampliar esse debate e saber qual vai ser a melhor formatação pra fazer os festivais. Precisamos trazer para os fóruns, o Conselho de Política Cultural. Nós fizemos isso esse ano, mas acho que a gente deve continuar numa medida muito maior. Temos que ouvir os especialistas. Precisamos saber onde é a intersecção entre o conjunto de pessoas que pensam essa discussão e o que a gente pode fazer pra que aconteça da melhor forma. Cabe a nós gestores compatibilizar o que o meio cultural acha em cada uma das linguagens.

Inauguração da Rádio Frei Caneca

A Rádio Frei Caneca vai começar a funcionar até o fim do primeiro semestre de 2014. VEJA MAIS DETALHES VÍDEO:

Orçamento da pasta da Cultura

Ao longo do ano são feitas várias modificações no orçamento, então o que conta mesmo é o que foi executado. E esse orçamento a gente tem feito acima da média nacional, que é 2%. A ideia é discutir esse orçamento não como um número vazio, mas dizer qual a nossa capacidade de executar a política cultural, algo tão importante a ser desenvolvido junto às comunidades. Então é qualificar o gasto também. Diminuição do orçamento não vai ter, pelo contrário, a gente vai trabalhar pra trazer recursos de fora e essa é a determinação do prefeito. E a captação privada não é a única. A gente tem que captar recursos também do Ministério da Cultura (MinC), junto ao Governo do Estado, junto às emendas parlamentares. Há várias formas de captar e a gente quer se estruturar pra fazer isso com competência. Esse ano o orçamento que a gente trabalhou foi algo em torno de R$ 70 milhões. Eu não tenho nenhuma dúvida de que, ao final do próximo ano, quando a gente tiver os remanejamentos orçamentários, a gente vai ter um número mais expressivo do que esse.

Reformulação do Sistema de Incentivo a Cultura (SIC) municipal

Eu acho que o SIC - e eu digo eu acho porque o SIC está muito mais vinculado à Secretaria de Cultura e quando se conversar com a secretária Leda Alves ela vai ter muito mais elementos pra falar sobre isso. Mas eu sou totalmente a favor desses editais e ai é uma opinião pessoal, porque o edital vai ao encontro de uma política cultural que a gente defende, que é democrática, inclusiva, isenta. Quando, por exemplo, fizemos um edital deixando esse formato mais participativo, quando a gente colocou o Núcleo de Cultura Cidadã pra dar mais facilidade para as pessoas, estamos no fundo discutindo o Sistema de Incentivo a Cultura, porque ele é um formato que precisa disso tudo. Eu tenho certeza que, para o ano, haverá uma definição em relação a isso. Não posso ainda adiantar se vai ser nesse mesmo formato que vem sendo discutido, mas com a ideia da isenção, da inclusão e da participação democrática que um projeto como o SIC envolve, portanto acredito que a gente tem sim novidade para o próximo ano em relação a isso.

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Lançado no dia 9 de agosto pelo Ministério da Cultura (MinC), o edital do Concurso Cultura 2014, que selecionará atividades artísticas para apresentações durante a Copa do Mundo da FIFA Brasil, com investimento de R$ 19 milhões, lista o Teatro do Parque, no Centro do Recife, como um equipamento cultural disponível para as intervenções. O teatro, no entanto, encontra-se fechado desde 2010, com previsão de reabertura apenas para 2015, um ano após a realização do evento esportivo.

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Segundo informações divulgadas em agosto deste ano pela Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), a entrega do teatro está prevista para o ano do centenário do equipamento (2015), mas as obras ainda não foram iniciadas. O LeiaJá esteve recentemente no Teatro do Parque e captou imagens exclusivas do estado de abandono em que se encontra o local.

Na lista de equipamentos culturais disponibilizada pelo MinC no edital, o Teatro do Parque figura no topo como um dos espaços que podem receber  projetos culturais. O link oferece inclusive e-mails e telefones para contato de uma representante provisória do espaço, identificada como Xislane Ramos.

No entanto, a responsável pelo Teatro do Parque - segundo a prefeitura - é Carmem Piquet, gestora da Unidade de Museus e Teatros da FCCR. Para a Prefeitura do Recife (PCR), houve falha na comunicação na hora de repassar para o MinC os equipamentos culturais disponíveis para o edital. Por outro lado, a PCR ressaltou que no edital do Concurso Cultural 2014 existe um item sobre os documentos necessários para aprovação do projeto, entre eles uma carta de anuência emitida pela prefeitura. Procurada pelo LeiaJá, Carmen Piquet informou que até o momento ninguém solicitou a carta de anuência que liberaria o Teatro do Parque para uso durante a Copa.

De fato, no item 15 do edital, que trata destes documentos, está especificado que o interessado deve solicitar uma “carta de anuência da prefeitura, ou do ente público responsável pelo espaço físico, no caso de realização de atividade em local público. Esse documento deverá atestar a aprovação e a disponibilidade do espaço físico no período de execução mencionado no projeto”. Ou seja, o proponente que incluir o Teatro do Parque em seu projeto terá o pedido negado e precisará procurar outro local para a sua intervenção artística.

O LeiaJá entrou também em contato com a Representação Regional Nordeste do Minc (RRNE/MinC) para saber porque o teatro está no edital. De acordo com Gilson Matias, chefe da Regional, “A Prefeitura do Recife foi quem repassou para o Ministério da Cultura as informações sobre os equipamentos culturais, através da Secretaria da Copa municipal”.

O Teatro do Parque

O prédio que abriga o Parque tem arquitetura em art nouveau e foi inaugurado em 24 de agosto de 1915, após ter sido construído pelo comerciante português Bento de Aguiar. A primeira reforma aconteceu em 1929, e a segunda em 1995. No dia 24 de agosto desse ano, data que marcou o 98º aniversário do Teatro do Parque, artistas se mobilizaram em protesto chamado de Ocuparque pedindo urgência na reforma.

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A rede de teatros municipais do Recife está banguela. Um dos seus maiores e mais antigos teatros não abriga um espetáculo há quase dois anos, e está fechado à espera de uma reforma que ainda não começou. O Teatro do Parque completou, na última sexta-feira (24), 97 anos de inauguração com os portões fechados para o público. Apenas atividades administrativas estão acontecendo nas suas dependências, na Rua do Hospício, Centro do Recife.

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O Teatro do Parque foi construído pelo comerciante português Bento Luís de Aguiar e inaugurado como um anexo do Hotel do Parque em 1915. Além de abrigar apresentações de teatro e ópera, desde cedo promoveu sessões de cinema, quando os filmes ainda eram mudos. Seu jardim convidou as pessoas a realizarem ali saraus e diferentes eventos, e o Parque ainda abrigou exposições de arte em suas décadas de existência, sem contar com os inúmeros shows de música.

Tal riqueza de acontecimentos culturais – e o tamanho do teatro, que comporta mais de 900 espectadores, além da sua localização central – faz do fechamento do Parque uma grande perda para a vida cultural do Recife. “É uma pena este espaço não existir mais para a cidade”, reflete o ator e jornalista Leidson Ferraz, autor da série de livros Memórias da Cena Pernambucana. “O teatro do Parque é o mais popular dos teatros do Recife”, completa.

O caráter popular do Parque tem sido reforçado nos últimos anos com as sessões de cinema a preços simbólicos, além da apresentação de espetáculos com roupagem mais popular, geralmente de comédia. Mas porque o Teatro é também um lugar de convivência. “Tivemos a notícia (o fechamento do teatro) enquanto estávamos em cartaz”, conta Ulisses Dornelas, criador do Palhaço Chocolate. Ele apresentou por muitos anos seus espetáculos infantis no teatro do Parque, sempre enchendo a casa aos fins de semana e precisou encontrar uma nova casa para seus espetáculos.

Ulisses encontrou o Teatro da Boa Vista, que hoje administra. Foi necessária uma grande reforma para fazer o teatro funcionar. Apesar de ter solucionado seu problema de local para seus espetáculos, sente pelo fechamento do Teatro do Parque: “Espero que abra o mais rápido possível, cada teatro que fecha é uma tristeza. Teatro é feito para funcionar”, afima Ulisses Dornelas.

Para Leidson Ferraz, a demora na realização da reforma “Mostra o descaso que essa gestão tem pelo teatro do Recife”. Ele opina que não é uma questão de falta de verba, mas de vontade política, e aponta problemas em outras casas de espetáculos, como o Centro Apolo-Hermilo, que recentemente fizeram com que artistas convocassem uma reunião com a Prefeitura do Recife para mostrar a situação e cobrar providências.

Inicialmente, a reforma do Parque estava prevista para custar cerca de R$ 1,5 milhão, e R$ 500 mil viriam de uma emenda parlamentar, mas em 2011 esta verba foi contingenciada pelo governo federal. Em 27 de julho deste ano, a prefeitura concedeu ao complexo arquitetônico do Teatro do Parque o título de Imóvel Especial de Preservação - IEP, o que inclui novos padrões para qualquer reforma ou restauração ao teatro.

É o que explica André Brasileiro, presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife: “Agora que o Teatro do Parque é um Imóvel Especial de Preservação não podemos fazer qualquer obra. Tivemos que fazer mais de dez projetos complementares e todos os projetos estão em fase de licitação”. Os projetos incluem aspectos como acessibilidade, instalações elétricas, de telefonia e internet, drenagem, a modernização da caixa cênica, iluminação, climatização, acústica, sonorização, detecção e combate a incêndio e a sinalização.

“Queremos comemorar os 100 anos do Teatro do Parque tendo feito uma reforma do nível da que foi feita no Teatro de Santa Isabel, que demorou, mas foi uma intervenção importante, em que foram feitas todas as adequações”, afirma André Brasileiro. O gestor chama atenção para a classificação do Parque como IEP, o que abre possibilidades de parcerias e financiamentos específicos para imóveis considerados patrimônio. A intenção é iniciar efetivamente as obras no início do próximo ano.

Enquanto as intervenções não acontecem, o Teatro do Parque sofre com o abandono pela falta de manutenção, segue de portões fechados há quase dois anos e com uma cratera na sua entrada, causada pela drenagem inadequada. E a cidade segue carente de um de seus mais importantes espaços culturais. Para Leidson Ferraz, além da inércia do poder público, o Parque tem mais um problema, a falta de interesse coletivo: “A própria população não cobra”, resume.

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