Tópicos | gabinete do ódio

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) publicou neste domingo, 4, no seu canal do Telegram uma foto da ferida provocada pela erisipela na perna do pai, o presidente Jair Bolsonaro.

Segundo Carlos, Bolsonaro já está em processo de recuperação e "tudo corre muito bem".

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"A erisipela desenvolvida na perna do meu pai. Foto tirada de poucos dias atrás. Fui informado que nesta fase já estava em processo de recuperação e tudo corre muito bem!", diz o texto que acompanha a imagem da ferida.

Desde a derrota nas urnas para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro tem saído pouco do Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência. Recentemente, o vice-presidente Hamilton Mourão atribuiu o sumiço ao quadro da erisipela.

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O serviço Tira-Dúvidas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no whatsapp traz uma novidade que vai ajudar quem quer conferir informações sobre as Eleições 2022 antes de passar adiante fake news (notícias falsas). A partir de agora, os conteúdos que ainda não estiverem verificados por organizações de checagem parceiras do TSE serão encaminhados para o grupo de checadores e, tão logo a checagem esteja disponível, os usuários serão notificados diretamente pelo chatbot, no celular. Tudo bem rápido e simples, assegura a assessoria de imprensa do TSE.

A ferramenta de consulta de informações está no topo do menu das opções do assistente virtual do tribunal, visando garantir que os eleitores possam verificar de forma rápida e prática uma informação.

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Funcionamento

Para consultar se uma mensagem recebida é fato ou boato via chatbot, a pessoa interessada deve acessar o menu “Consulta de Informações” e enviar o assunto (texto, imagem, áudio, vídeo ou ‘link’) para receber imediatamente conteúdos verificados.

Do celular, para conversar com o assistente virtual, a pessoa deve adicionar o telefone +55 61 9637-1078 à sua lista de contatos do ‘WhatsApp’ ou clicar no link. Em seguida, é só mandar uma mensagem para o Tira-Dúvidas e iniciar a conversa.

Denúncias

Se o eleitor receber alguma notícia falsa, ele pode denunciar pelo Sistema de Alerta de Desinformação, criado pelo TSE e em funcionamento desde junho de 2022. Essa ferramenta permite que os cidadãos comuniquem à Justiça Eleitoral o recebimento de notícias falsas, descontextualizadas ou manipuladas sobre o processo eleitoral brasileiro. É possível também denunciar números de telefone suspeito de disparo de mensagens em massa.

As denúncias são repassadas às plataformas digitais parceiras do TSE no Programa de Enfrentamento à Desinformação, para avaliação se elas representam violações a seus termos de serviço. O objetivo é garantir a rápida contenção do impacto provocado pela disseminação desses conteúdos falsos na internet. Os relatos recebidos poderão ser encaminhados ainda ao Ministério Público Eleitoral e demais autoridades, que adotarão medidas legais cabíveis.

Um fenômeno chamou atenção no Twitter, entre a segunda (25) e a terça-feira (26), com o aumento exponencial de seguidores em perfis de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), inclusive na conta do próprio presidente. A plataforma norte-americana Bot Sentinel monitorou parte dos supostos usuários e identificou que, pelo menos, 38 mil perfis-robôs foram criados nos últimos dois dias.

Nesse intervalo, Bolsonaro ganhou mais 61.299 seguidores. Desses, 37.922 eram falsos, equivalente a 62% dos novos seguidores nos dois dias, constatou a análise. 

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Ao todo, 65 mil contas foram verificadas e 58% eram falsas. Confira a lista de perfis-identificados como robôs pelo Bot Sentinel. 

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A disparada de adeptos digitais também ocorreu em outras pessoas ligadas a Bolsonaro, como nos perfis da ex-ministra Damares Alves e do empresário Luciano Hang, que comemoraram a crescente.

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O fenômeno volta a levantar a suspeita sobre a atuação do 'Gabinete do Ódio', grupo investigado por produzir e difundir conteúdos nas redes sociais com informações falsas e atacar adversários políticos e ministros do STF, por exemplo, para manipular o eleitor na escolha do voto e em questões sociais.

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) ironizou o interesse de Luciano Huck em votar no ex-presidente Lula (PT) em um eventual segundo turno. O filho de Jair Bolsonaro (PL) é o coordenador da campanha de reeleição do presidente.

Nesta segunda-feira (28), Carlos publicou uma matéria sobre um encontro do apresentador com Geraldo Alckmin, apontado como um dos possíveis candidatos a compor a chapa do petista.

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O ex-governador de São Paulo não teria pedido votos, mas conforme a publicação ouviu de Huck que preferia votar em Lula ao invés de apoiar Bolsonaro no segundo turno.

O filho do presidente, suspeito de mentorar as atividades do Gabinete do Ódio, ressaltou que Huck é um dos líderes da Terceira Via e tentou relacionar seu grupo político à oposição do PT.

"Um dos líderes da tal 'terceira via' alegando que pode votar no ex-presidiário? Não me diga!? Quase me assustei", publicou.

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A bancada do PSOL na Câmara enviou ao Ministério Público Federal (MPF) um requerimento solicitando investigações sobre o suposto interesse do "gabinete do ódio", grupo que atua no Palácio do Planalto, por uma ferramenta de espionagem chamada DarkMatter, que poderia ser usada contra jornalistas e opositores do governo nas eleições deste ano.

O grupo de parlamentares considera a tentativa de adquirir o dispositivo como um risco à democracia no Brasil. No pedido enviado ao MPF, o PSOL afirma que o governo federal tem viés autoritário e um "histórico de perseguições" a inimigos internos. Com base nesses argumentos, pedem que as "instituições atuem para frear o viés antidemocrático do governo Bolsonaro".

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O grupo pede que a investigação foque atenções no vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Segundo reportagem do UOL, um integrante do "gabinete do ódio" teria manifestado interesse por um programa chamado DarkMatter em uma feira de tecnologia em Dubai em novembro do ano passado. Essa pessoa, cujo nome não foi revelado, representaria extraoficialmente o vereador.

A ferramenta, criada por uma empresa dos Emirados Árabes Unidos, oferece aos governos um serviço privado de espionagem. O software permite não apenas espionar elementos criminosos, como grupos terroristas e cartéis de traficantes, como também ativistas e jornalistas.

Os parlamentares querem ter acesso às agendas de cada um dos integrantes da delegação brasileira que estiveram em Dubai naquela ocasião, além de detalhes sobre como foi organizado o encontro entre o representante brasileiro e a DarkMatter.

O uso de spywares - softwares de espionagem - é cada vez mais difundido entre governos mundo afora. No ano passado, informações obtidas pela Anistia Internacional apontaram que mais de 50 mil pessoas já foram alvos de espionagem por clientes da empresa israelense Pegasus, que oferece serviço semelhante ao DarkMatter.

Pessoas ligadas ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) negociaram programas de espionagem com Israel na feira aeroespacial Dubai AirShow, em novembro do ano passado. As informações foram publicadas pelo Uol.

O stand da empresa DarkMatter foi procurado por uma pessoa ligada ao filho do presidente, apontado como um dos líderes da milícia digital conhecida como Gabinete do ódio.

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Composta por hackers vinculados ao Exército de Israel, a companhia tem sede em Abu Dhabi e desenvolve programas para invadir computadores e celulares, até mesmo desligados.

Outra ferramenta espiã foi negociada com a Polus Tech. Sediada na Suíça, a empresa tem como CEO o israelense Niv Karmi, um dos idealizadores da NSO Group, criadora do programa Pegasus. A empresa faz parte da lista proibida dos Estados Unidos.

Em maio do ano passado, Carlos se envolveu em uma licitação do Ministério da Justiça para tentar adquirir o programa de espionagem. No entanto, o Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu a contratação.

A vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, que está no exercício da Presidência, indeferiu liminar no Mandado de Segurança (MS) 38039, por meio do qual o servidor público Carlos Eduardo Guimarães buscava impedir a quebra de seus sigilos telefônico e telemático pela CPI da Pandemia. O requerimento foi aprovado pela CPI em razão de indícios de que Guimarães teria atuado na disseminação de notícias falsas.

Segundo informações prestadas ao STF pela CPI, os senadores chegaram a Carlos Eduardo Guimarães por meio das redes sociais, pinçando mensagens de cunho ofensivo, difamatório, injurioso e calunioso, de autoria atribuída publicamente a ele. Ainda de acordo com tais informações, o servidor seria “conhecido pela imprensa e pelo público em geral da internet como atuante na fabricação e divulgação de conteúdo falso”.

“Gabinete do ódio”

Em sua decisão, a ministra Rosa Weber afirma que o requerimento que fundamentou o pedido de quebra de sigilo faz menção a indícios que, devidamente lidos no contexto mais amplo da presente investigação parlamentar, estão perfeitamente adequados ao objetivo de buscar a elucidação das “ações e omissões do Governo Federal no enfrentamento da Pandemia da Covid-19 no Brasil”. Segundo ela, os motivos que levaram ao pedido, ao contrário do que alega o impetrante, indicam envolvimento no chamado “‘gabinete do ódio’, que defendia a utilização de medicação sem eficácia comprovada e apoiava teorias como a da imunidade de rebanho”.

De acordo com a CPI, o servidor teria papel de destaque na criação e/ou divulgação de conteúdos falsos na internet, com “intensa atuação na escalada da radicalização das redes sociais por meio de fake news”, por meio da disseminação de tratamento precoce contra a Covid-19, desestímulo à compra da vacinas e a medida de proteção sanitária, como o isolamento social.

Ainda de acordo com a CPI, as informações dão conta de que Guimarães estaria instalado próximo ao presidente da República, “em sintonia com seus assessores diretos, com objetivo de executar estratégias de confronto ideológico e de radicalização dos ataques nas redes sociais contra adversários”.

“Parece inquestionável, desse modo, que os indícios apontados contra o impetrante – supostamente responsável por disseminar notícias falsas contra a aquisição de imunizantes e em detrimento da adoção de protocolos sanitários de contenção do vírus SARS-CoV-2 – sugerem a presença de causa provável, o que legitima a flexibilização do direito à intimidade do suspeito, com a execução das medidas invasivas ora contestadas”, disse Rosa Weber.

A ministra ressaltou, porém, que os documentos somente poderão ser acessados, em sessão secreta, unicamente pelos senadores que integram a Comissão de Inquérito.

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*Do site do STF

A investigação da Polícia Federal, que faz parte do inquérito aberto para desvendar atos antidemocráticos, como os que pediram a volta do AI-5 em abril do ano passado, vinculou o nome de Michelle Bolsonaro, primeira-dama, e de um assessor do Palácio do Planalto, pertencente ao suposto “gabinete do ódio” a contas falsas usadas para disseminar mensagens nas redes sociais. As informações são do UOL.

A “hipótese criminal” escrita pelos policiais sugere que para “obter vantagens político-partidárias”, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus três filhos parlamentares - Eduardo Bolsonaro (sem partido), Carlos Bolsonaro (Republicanos) e Flávio Bolsonaro (Patriota) - articularam redes sociais para “incitar parcela da população à subversão da ordem política” de meados de 2018 até 2020.

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Para comprovar os fatos, a investigação listou uma série de perfis inautênticos (falsos) detectados por uma auditoria no Facebook —e que foi confirmada por quebras de sigilos realizadas pelos agentes. No popular “grupo Brasília”, a PF localizou 31 pessoas vinculadas a contas usadas para “operações executadas por um governo para atingir seus próprios cidadãos”, conforme informou a rede social.

Entre os nomes apresentados na relação da Polícia, Michelle Bolsonaro aparece como “esposa de Jair Messias Bolsonaro”, o “proprietário” das contas Bolsonaronews, no Instagram. Também no inquérito, Tércio Arnaud Tomaz, que desempenha a função de assessor da Presidência da República no chamado “gabinete do ódio”, é apontado pela PF como proprietário das contas Bolsonaronews no Facebook e Tercio Arnaud Tomaz.

Segundo o UOL, é possível identificar rastros do vínculo da primeira-dama com as contas falsas em um relatório policial que indica a quebra de sigilos de endereços de internet. Nos dias 5 e 6 de novembro de 2018, de acordo com o documento, Arnald usou a rede de Michelle Bolsonaro, instalada na casa do presidente da República na Barra da Tijuca, localizada no Rio de Janeiro. De lá, fez login nas contas Bolsonaronews e Tercio Arnaud Tomaz.

Acessos falsos e desdobramentos da investigação

Dados revelados pelo Facebook sugerem que 1045 acessos a contas inautênticas foram feitos a partir de órgãos públicos. Foram 408 acessos de dentro da Presidência da República e outros 15 do Comando da 1a Brigada da Artilharia Antiaérea, ambos para movimentar as contas Bolsonaronews e Tercio Arnaud Tomaz.

A rede social também assegura que ambas as contas também eram acessadas de dentro da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, sem identificar de qual gabinete partiria. Já na Câmara dos Deputados, foram identificados acessos feitos pelo deputado Eduardo Bolsonaro (sem partido), e de um assessor dele.

Embora a PF tenha tentado obter o conteúdo das mensagens das contas falsas através da quebra de sigilo, parte do conteúdo não foi identificado ou indicava ter sido apagado. Na parte onde ainda foi possível realizar a leitura, contudo, há críticas ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso Nacional, além de material de propaganda para o presidente da República.

Ao final do relatório, a Polícia concluiu que é preciso aprofundar as investigações relacionadas ao uso de mídias sociais para mobilizar atos antidemocráticos nas ruas. Apesar disso, a Procuradoria-Geral da República defendeu o arquivamento das apurações relacionadas a políticos bolsonaristas.

No entanto, a decisão cabe ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, que, de acordo com o UOL, deve manter o inquérito em andamento.

O youtuber Felipe Neto fez uma postagem em uma rede social neste sábado (6), acusando o "gabinete do ódio" de criar perfis em sites pornôs com o seu nome para acusá-lo de pedofolia e, posteriormente, apagar as páginas. Ele ameaçou ir ao Ministério Público e garante que está 'mapeando' os envolvidos. 

“Criam perfis em redes de relacionamento e sites pornô usando meu nome e email, consomem conteúdo que possa remeter a pedofilia e escatologia. Aí eles fazem o 'exposed', em seguida apagam os perfis e dizem que eu mesmo apaguei”, disse Felipe, em postagem feita no Twitter. Segundo ele, a ação é orquestrada por várias pessoas, mas sua equipe jurídica já foi acionada.

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"Minha equipe jurídica já está mapeando todas as contas que arquitetam esses ataques, tentando me associar com pedofilia, redes de relacionamento e sites pornô", afirmou.

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O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) chamou de ‘tentativa boçal’ o depoimento à PF do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, que revelou que ministro palacianos reconhecem a ligação do filho ’03’ do presidente Jair Bolsonaro. O ex-juiz da Lava Jato disse ainda que após deixar o governo acusando o presidente de suposta tentativa de interferência na Polícia Federal passou a ser alvo de ataques nas redes sociais que teriam partido do grupo composto por assessores do Palácio do Planalto, ligados a ala ideológica do governo.

"Saudades de viver em um mundo onde homens eram homens!, escreveu o vereador em seu perfil no Twitter na sexta, 27.

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As informações às quais Carlos reagiu foram prestadas por Moro à PF no curso da investigação sobre atos antidemocráticos praticados entre março e junho deste ano. O inquérito foi aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República e tramita no Supremo Tribunal Federal.

"Indagado se tem conhecimento do envolvimento de Eduardo Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, Tercio Arnaud, José Matheus, Mateus Matos em quaisquer dos fatos ora mencionados (manifestações antidemocráticas), respondeu QUE os nomes de Carlos Bolsonaro e Tercio Arnaud eram normalmente relacionadas ao denominado ‘Gabinete do Ódio’; indagado sobre como tomou conhecimento da relação de tais pessoas com o denominado ‘Gabinete do Ódio’, respondeu QUE tomou conhecimento por comentários entre ministros do governo; indagado sobre quais ministros citavam a participação de Carlos Bolsonaro e Tercio Arnaud no ‘Gabinete do Ódio’ respondeu QUE eram ministros palacianos (que trabalham no Palácio do Planalto), disse Sérgio Moro, segundo termo de depoimento registrado pela Polícia Federal.

O ex-titular da pasta da Justiça, no entanto, não quis revelar os nomes. Os ministros que trabalham no Palácio do Planalto atualmente são Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Walter Braga Netto (Casa Civil), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).

Moro chegou a dizer à PF que, para mais detalhes, seria importante ouvir os ministros do Palácio do Planalto, mas sem dizer quais.

"Indagado se o depoente poderia nominar tais ministros, respondeu QUE reforça que era um comentário corrente entre os ministros que atuavam dentro do Palácio do Planalto, registrou a PF.

Em outro momento do depoimento, porém, o ex-ministro listou como "palacianos" Heleno, Ramos e também o secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten.

Em nota para comentar a ação do Facebook, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) afirmou que "julgamentos que não permitem o contraditório e a ampla defesa não condizem com a nossa democracia, são armas que podem destruir reputações e vidas".

"Pelo relatório do Facebook, é impossível avaliar que tipo de perfil foi banido e se a plataforma ultrapassou ou não os limites da censura", disse o senador na nota. Flávio afirmou ainda que o governo Bolsonaro foi eleito com forte apoio popular nas ruas e nas redes sociais. "Por isso, é possível encontrar milhares de perfis de apoio. Até onde se sabe, todos eles são livres e independentes."

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A reportagem ligou e enviou mensagens para o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), mas ele não respondeu até a conclusão desta edição. Paulo Eduardo Lopes e Eduardo Guimarães também não responderam.

Procurado, Tercio Arnaud Tomaz, assessor especial da Presidência, não quis comentar o conteúdo do relatório. O Palácio do Planalto também não se manifestou.

O deputado estadual de São Paulo Coronel Nishikawa (PSL) afirmou, por meio de nota, que foi tomado de surpresa pela notícia que citava o servidor lotado em seu gabinete na Alesp, Jonathan Willian Benetti. Ele disse que, ao questionar funcionário, ouviu que ele não tinha conhecimento de nenhuma conta sua suspeita. O deputado disse ainda que não compactua com disseminação de fake news. O advogado do deputado afirmou ao Estadão que, apesar de ele ter se eleito com bandeira bolsonarista em 2018, não é próximo da família do presidente.

O Estadão entrou em contato com Jonathan, mas não obteve resposta.

O deputado estadual fluminense Anderson Moraes (PSL) classificou como "absurda e arbitrária" a ação do Facebook. "O governo Bolsonaro foi eleito com forte apoio nas redes sociais, perfis livres. Querem tolher a principal ferramenta da direita de fazer política", disse.

Outra bolsonarista da Assembleia Legislativa do Rio, Alana Passos (PSL) afirmou que ela e seus funcionários não tiveram nenhum tipo de bloqueio. A deputada fez questão, contudo, de dizer que não pode responder por eventuais conteúdos publicados por seus assessores, e está à disposição para prestar qualquer esclarecimento. "Nunca orientei sobre criação de perfil falso e nunca incentivei a disseminação de discursos de ódio", disse a parlamentar.

Partido

A direção nacional do PSL divulgou nota negando envolvimento do partido na rede de perfis falsos e de divulgação de fake news pelo Facebook e o Instagram.

"Não é verdadeira a informação de que sejam contas relacionadas a assessores do PSL, e sim de assessores parlamentares dos respectivos gabinetes, sob responsabilidade direta de cada parlamentar, não havendo qualquer relação com o partido", diz o partido.

Alvo de ataques nas redes sociais por ter se tornado opositor do presidente Jair Bolsonaro e por ter defendido medidas de isolamento social no início da pandemia do novo coronavírus, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), montou uma força-tarefa para dar resposta às ofensas. Uma agência de comunicação analisa, por meio de um software, tudo o que foi falado sobre ele. Quando é possível identificar de onde partiu o ataque, cabe ao advogado Fernando José da Costa preparar ações pedindo reparação judicial.

Costa foi contratado por Doria para levar à Justiça os autores de ofensas mas graves, ameaças e fake news. Ele já apresentou cinco notícias-crime solicitando a instauração de inquérito policial. Entre elas está a ação contra a militante bolsonarista Sara Winter, que foi acusada por 31 crimes de difamação e 1 crime de ameaça na semana passada. Segundo auxiliares do governador, o movimento "Fora Doria", que pede o impeachment do governador, está sendo inflado por robôs.

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O movimento é apoiado por seguidores de Bolsonaro. Nos protestos deste domingo, o pequeno grupo de apoiadores do presidente que ocupou a esquina da Avenida Paulista com a Rua Pamplona, na região central, levou faixas contra o governador. Três pedidos de impeachment de Doria já foram arquivados na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Um dos casos mais graves já levantados pela equipe de Doria foi uma ameaça de morte e de invasão da sua casa ocorrida em março, um dia após reunião de governadores em que o tucano repudiou o pronunciamento de Bolsonaro, feito em rede nacional, sobre as medidas adotadas pelos governadores para combater o coronavírus. O governador registrou um boletim de ocorrência e a Polícia Civil está investigando as ameaças. A casa foi cercada e protegida pela Polícia Militar.

Entre as denúncias de fake news apresentadas, a primeira é contra uma mulher que propagou em grupos de WhatsApp notícias inverídicas sobre a quantidade de casos confirmados de covid-19 e dizendo que o governador iria decretar "toque de recolher", o que em nenhum momento prosperou.

Outra medida judicial faz referência à divulgação da postagem feita no Instagram por uma usuária identificada como Rosalina, em que ela escreveu um número de CPF que seria do governador e pedia para seus seguidores comprarem chips telefônico em nome dele. O advogado também ingressou com notícia crime contra Antonio Carlos Bronzeri pela incitação ao crime de resistência, por sua particpação em um ato em que incitava o descumprimento das medidas de isolamento. Bronzeri não foi localizado para comentar o assunto.

Costa também entrou com notícia-crime referente aos Tweets do perfil Let's Dex, por difamações e sobre a veiculação de um vídeo no Youtube, no canal "Marco Angeli", onde teriam sido praticados crimes contra a honra do governador, além da contravenção penal de produzir pânico ou tumulto. Os perfis não responderam.

Ativista

Um dos alvos de Doria, a ativista de direita Sara Fernanda Giromini, a Sara Winter, em postagem no Facebook xinga o governador de "oportunista", "sádico", "covarde" e "botox ambulante". Sara é um dos 29 alvos da operação da Polícia Federal realizada dia 27 e determinada pelo Supremo Tribunal federal no inquérito das fake news. Após a ação da PF, Sara gravou um vídeo no qual disse que vai "infernizar" a vida do ministro do STF. Sara não foi localizada. No último dia 1º, ela ironizou o pedido de Doria. O inquérito do STF também mirou uma espécie de filial do "gabinete do ódio", estrutura da Presidência usada para difamar adversários, que atua na Alesp.

Para o advogado Renato Opice Blum, especialista em direito digital que atua em alguns casos de Doria, a legislação é incompleta sobre fake news. "Não tem a abrangência que deveria ter porque é uma lei antiga, salvo na questão eleitoral, que mudou", disse. Ainda segundo Blum, na parte eleitoral a punição para grupos de pessoas que se reúnem para divulgar notícias falsas tem pena de 2 a 8 anos de prisão. "É um crime de menor potencial ofensivo. Se o sujeito for réu primário vai pagar uma cesta básica ou prestar algum serviço para a comunidade no máximo"

A advogado detalhou as formas de se criar ondas artificiais nas redes sociais. A primeira é a indexação das plataformas, como o Google. Nesse caso um dos principais critérios de alavancagem é a identificação de blogs e sites que estão discutindo determinada questão e referenciando um assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro negou nesta quinta-feira, 4, a existência do chamado "gabinete do ódio", supostamente formado por assessores da Presidência da República que trabalham no Palácio do Planalto sob a coordenação do vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos).

"Pra que eu quero gabinete do ódio? Muitos idiotas acreditaram na existência de um gabinete do ódio", ironizou Bolsonaro, ao afirmar que a mobilização virtual feita pelos apoiadores é genuína e gratuita desde a campanha presidencial de 2018.

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"Foram milhões de pessoas que me ajudaram porque eu era diferente dos outros, e sou diferente mesmo."

O controverso inquérito que apura ameaças, ofensas e fake news contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) pode pavimentar o caminho da cassação do presidente Jair Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A avaliação entre ministros do tribunal é a de que, caso seja autorizado, um compartilhamento das provas do STF com a Justiça Eleitoral deve dar um novo fôlego às investigações sobre disparo de mensagens em massa na campanha presidencial de Bolsonaro em 2018. A possibilidade de essas ações serem "turbinadas" com o inquérito das fake news do Supremo já acendeu o sinal de alerta do Palácio do Planalto.

O ministro Alexandre de Moraes é um personagem-chave nos dois tribunais. Relator do inquérito das fake news, ele determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal de empresários bolsonaristas entre julho de 2018 e abril de 2020, abrangendo, portanto, o período das últimas eleições presidenciais.

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Na próxima terça-feira, Moraes vai assumir uma cadeira de ministro titular do TSE, o que vai lhe garantir a participação no julgamento das ações que investigam a campanha de Bolsonaro e do seu vice, general Hamilton Mourão.

Se a chapa for cassada ainda neste ano pelo TSE, novas eleições deverão ser convocadas para definir o novo ocupante do Palácio do Planalto. Caso o presidente e o vice sejam cassados pelo tribunal em 2021 ou 2022, caberá ao Congresso a escolha. Até hoje, o TSE jamais cassou um presidente da República. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, o cenário atual no tribunal é favorável à manutenção do mandato de Bolsonaro.

Compartilhamento

 

Ainda tramitam no TSE oito ações que investigam a campanha de Bolsonaro e Mourão. As mais delicadas são as que tratam do disparo de mensagens em massa pelo WhatsApp. O PT já pediu ao relator dos processos, ministro Og Fernandes, o compartilhamento das provas do Supremo com o TSE. Og vai ouvir Bolsonaro e o Ministério Público Eleitoral antes de decidir.

O compartilhamento de provas do Supremo com o TSE já aconteceu nas ações que investigavam a chapa presidencial de Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014, mas a maioria dos ministros desconsiderou na etapa final do julgamento provas as colhidas por concluir que elas eram "alheias" ao objeto inicial da investigação.

Ex-ministros do TSE e advogados eleitorais ouvidos reservadamente pela reportagem apontam que, desta vez, as provas colhidas no inquérito das fake news têm relação com as investigações em curso na Justiça Eleitoral.

Uma fonte da cúpula da Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que, até agora, as acusações de disparo de mensagens em massa não estão comprovadas. Já dois ex-ministros do TSE observam que não basta identificar a irregularidade, mas considerar se a dimensão da irregularidade foi suficiente para se constatar a quebra legitimidade do pleito, justificando, dessa forma, a cassação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O avanço da investigação sigilosa do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre ameaças, ofensas e fake news disparadas contra integrantes da Corte e seus familiares deve chegar ao núcleo próximo do presidente Jair Bolsonaro, segundo o Estadão apurou. Com previsão de ser concluído em 15 de julho, mas a possibilidade concreta de ser novamente prorrogado, o inquérito já fechou o cerco sobre o "gabinete do ódio", grupo de assessores do Palácio do Planalto comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do chefe do Executivo. A existência desse núcleo foi revelada em reportagem do Estadão de setembro do ano passado.

Comandante do "gabinete do ódio", Carlos não foi alvo da operação da Polícia Federal ocorrida na quarta-feira por determinação do relator do inquérito das fake news, ministro Alexandre de Moraes. A ofensiva, considerada "abusiva" pelo Palácio do Planalto, resultou na apreensão de documentos, computadores e celulares em endereços de 17 pessoas suspeitas de integrar uma rede de ataques a ministros do STF e na convocação de depoimento de oito deputados bolsonaristas.

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A expectativa de integrantes do STF é a de que, se em um primeiro momento Moraes optou por focar nos tentáculos operacionais do "gabinete do ódio", o filho do presidente da República deve ser atingido já na etapa final do inquérito, com o aprofundamento das investigações. O cálculo político que estaria sendo feito é o de que o envolvimento de nomes mais graúdos nessa etapa poderia comprometer os trabalhos.

A investigação é conduzida no Supremo pelo delegado federal Igor Romário de Paula, que integrou a Lava Jato em Curitiba, e é tido como um aliado do ex-ministro Sérgio Moro, e também por Denisse Dias Rosas Ribeiro, Fábio Alceu Mertens e Daniel Daher. Em meio às acusações de Moro de que Bolsonaro tentou interferir politicamente na PF, Moraes decidiu blindar o grupo e determinou que o inquérito deveria continuar nas mãos desses delegados, independentemente das trocas no comando da corporação.

Ao determinar a operação de busca e apreensão, que mirou empresários e blogueiros bolsonaristas, o ministro definiu o "gabinete do ódio" como uma "associação criminosa". "As provas colhidas e os laudos periciais apresentados nestes autos apontam para a real possibilidade de existência de uma associação criminosa, denominada nos depoimentos dos parlamentares como ‘Gabinete do Ódio’, dedicada a disseminação de notícias falsas, ataques ofensivos a diversas pessoas, às autoridades e às Instituições, dentre elas o Supremo Tribunal Federal, com flagrante conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática", escreveu Moraes.

A operação contra aliados bolsonaristas foi criticada ontem por Carlos no Twitter. "Nunca tiveram provas, apenas narrativas. Revelações literalmente inventadas por 2 parlamentares e agora apoiadas por biografados. Forçam busca e apreensão ilegais para criarem os fatos e ganharem fôlego", escreveu. "Eu não sei o que estão fazendo. Não chego perto do meu pai há um bom tempo. Apenas exibi minha liberdade de falar enquanto posso!", emendou.

O filho do presidente ainda postou uma declaração antiga de Moraes em julgamento do STF, quando o ministro falou "que quem não quer ser criticado, ser satirizado, fique em casa, não se ofereçam ao público". "Querer evitar isso por uma ilegítima intervenção estatal na liberdade de expressão é absolutamente inconstitucional", disse Moraes na ocasião.

Inquérito

 

O inquérito das fake news foi aberto por determinação do presidente do STF, ministro Dias Toffoli, à revelia do Ministério Público, o que provocou críticas da Procuradoria-Geral da República (PGR), da Ordem dos Advogados do Brasil e, na época, de colegas da Corte.

Na ocasião, o ministro Marco Aurélio Mello chegou a chamar o inquérito de "natimorto". De lá pra cá, no entanto, diminuiu a resistência interna da Corte às investigações, que encontraram na rede ameaças de incendiar o Supremo e matar ministros com tiros à queima-roupa. Interlocutores de Moraes avaliam que, hoje, a maioria da Corte apoia o inquérito como uma "defesa institucional do STF" contra ataques.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu nesta semana a suspensão do inquérito. A decisão será do plenário do Supremo. A Associação Nacional dos Procuradores da República também contesta a investigação em outra ação.

Em outra frente, um ano e dois meses depois de ingressar no Supremo para também contestar o inquérito das fake news, a Rede mudou de posição e pediu ontem a Fachin o arquivamento da ação. A lei sobre ações de controle de constitucionalidade, porém, prevê que, se a ação for proposta, não se admitirá depois desistência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) negou que tenha cometido alguma ilegalidade no áudio gravado por ela em que aparece dizendo que poderia pedir para um grupo ingressar nas redes sociais para defendê-la de ataques. A gravação foi divulgada nesta terça-feira (28) pela TV Record. Com o áudio, Joice vem sendo acusada de estimular a criação de perfis falsos. 

“Não há absolutamente nada de ilegal e imoral nesse áudio. Em nenhum momento falo em criação de perfis falsos. Quem faz essa sujeira é essa gente que está lotada em gabinetes dos Bolsonaristas e no Palácio”, afirma a parlamentar em vídeo divulgado no Twitter.

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Joice também diz que vai pedir uma investigação para apurar se seu celular foi hackeado e acusa o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que na segunda-feira citou o áudio, de ser o “capitão do gabinete do ódio”.

  “Quem está por trás disso no momento em que o presidente da República vem a público com informações falsas? O presidente assina o atestado de culpa de que é o capitão do gabinete do ódio. Jair Messias Bolsonaro é o capitão do gabinete do ódio”, acusa a deputada.

Ela ainda emenda que podem tentar, mas “não há nada que interfira na minha moralidade e integralidade”. “Eles estão desesperados porque a investigação bate a porta dessa gente”, alfineta Joice.

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O presidente Jair Bolsonaro se isolou ainda mais na crise do coronavírus. Desde que a calamidade pública começou a assombrar o dia a dia da população, Bolsonaro deu mais poder ao "gabinete do ódio", núcleo ideológico que o incentiva a adotar um estilo mais beligerante, atacou governadores e a imprensa e desautorizou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Diante da pandemia, o presidente nem cogitou a possibilidade de convocar o Conselho da República. Em conversas reservadas, ele chegou a dizer que não vai ficar "refém" de conselhos existentes no governo.

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Uma foto que circula nas redes sociais sob o título "Modelo de Comunicação Institucional" mostra Bolsonaro de bermuda nos jardins do Palácio da Alvorada, em posição de "pronunciamento", na frente dos três filhos parlamentares.

Sem camisa, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC), uma espécie de gerente do "gabinete do ódio", e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), também de bermuda, gravam o pai pelo celular. Com as mãos no bolso, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), filho "zero um", acompanha a cena, mas não participa da filmagem.

Bunker

Na prática, o núcleo que ficou conhecido como "gabinete do ódio" virou o Conselho da República de Bolsonaro. O bunker ideológico, que já deixou digitais na queda de popularidade do presidente, é composto por seguidores do escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo, e vive em confronto com generais do governo.

Defensores da pauta de costumes e de uma estratégia de guerra, integrantes desse grupo trabalham no terceiro andar do Planalto, a poucos metros de Bolsonaro. Produzem "artilharia pesada" para mídias digitais, além de conteúdos para pronunciamentos do presidente, como o da noite de anteontem, quando ele criticou o fechamento de escolas para combater a pandemia e o confinamento em massa. Seus alvos preferenciais são o Congresso, o Supremo Tribunal Federal (STF), governadores e a imprensa.

Enquanto isso, o Conselho da República, previsto na Constituição, continua esquecido. O colegiado de consulta do presidente já foi acionado por outros chefes do Executivo em situações de crise. O então presidente Michel Temer convocou o Conselho da República, em 2018, para discutir a intervenção federal na segurança pública do Rio.

As atribuições desse núcleo de assessoramento do chefe do Executivo incluem manifestações sobre casos de intervenção federal, estado de defesa e de sítio e temas considerados relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. Compõem o colegiado o vice-presidente da República, os presidentes da Câmara e do Senado, os líderes da Maioria e da Minoria das duas Casas e o ministro da Justiça. Além disso, pela lei, seis brasileiros natos, com mais de 35 anos, devem fazer parte do Conselho da República.

Bolsonaro, no entanto, nunca gostou desses grupos de aconselhamento do governo. "Como regra, a gente não pode ter conselho que não decide nada. Dada a quantidade de pessoas envolvidas, a decisão é quase impossível de ser tomada", disse ele, em julho do ano passado, ao anunciar que pretendia enxugar vários conselhos de políticas públicas, como o de combate a drogas.

Ex-presidentes

Em um passado não muito distante, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, então presidentes, recebiam no Alvorada ministros do Supremo para trocar ideias, quando enfrentavam turbulências e crises agudas. Fernando Henrique gostava de tomar diariamente a temperatura política em reuniões com o comando do Congresso.

Na noite de anteontem, em mensagem no Twitter, FHC afirmou que Bolsonaro passou dos limites ao fazer um pronunciamento na contramão das recomendações de infectologistas e até do ministro da Saúde. "O momento é grave, não cabe politizar (...). Se não calar estará preparando o fim. E é melhor o dele que de todo o povo. Melhor é que se emende e cale", escreveu o ex-presidente. Foi uma referência indireta à pergunta "Por que não te calas?", feita em 2007 pelo rei Juan Carlos, da Espanha, ao então presidente da Venezuela, Hugo Chávez, morto seis anos depois.

Até aliados de primeira hora do Planalto, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do DEM, mesmo partido do ministro Mandetta, avaliam agora que Bolsonaro está perdido. Depois do pronunciamento e de suas últimas declarações, sugerindo que apenas idosos fiquem fora do convívio social porque, se o desemprego se agravar, o País pode "sair da normalidade democrática", as cúpulas do Congresso e do Poder Judiciário não esconderam a perplexidade.

Há, nos bastidores, muitas conversas entre os Poderes, na tentativa de encontrar soluções. "As agruras da crise, por mais árduas que sejam, não sustentam o luxo da insensatez", afirmou no Twitter o ministro do Supremo Gilmar Mendes. 

O terceiro andar do Palácio do Planalto entrou na mira das investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News. Nas próximas semanas, a comissão deve solicitar acesso aos IPs (uma espécie de identidade do aparelho) e dados dos computadores usados por servidores que integram o chamado "gabinete do ódio", que atuam no mesmo andar no qual o presidente da República, Jair Bolsonaro, despacha diariamente.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo em setembro, "gabinete do ódio" é como internamente integrantes do governo passaram a se referir ao grupo formado por três servidores ligados ao vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), filho "02" do presidente. Os assessores Tércio Arnaud Tomaz, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz produzem relatórios diários, com suas interpretações, sobre fatos do Brasil e do mundo e são responsáveis pelas redes sociais da Presidência da República.

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A decisão de pedir acesso aos IPs e dados dos computadores desses servidores foi tomada depois que a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-líder do governo no Congresso, prestou depoimento na CPI, na Quarta-feira passada, dia 4, acusando os assessores do presidente de disseminar notícias falsas durante o horário de serviço.

"Vamos pedir a quebra dos IPs para localizar as máquinas. Se por um acaso tiver requerimento, e tiver provas concretas que existe computador dentro do Palácio do Planalto que faz a divulgação, claro que pode ser quebrado. Não podemos quebrar se não tiver prova. Tendo provas, nós vamos correr atrás", afirmou, ao Estado, o presidente da CPI, senador Angelo Coronel (PSD-BA).

Ainda segundo Coronel, a CPI vai apurar se há dinheiro público bancando a disseminação de notícias falsas a partir do Palácio do Planalto. "Obviamente, nós vamos correr atrás para ver se é dinheiro público que está sendo investido nessa prática. Se for, nós vamos indiciar os culpados e encaminhar para o Ministério Público Federal. E que aí se puna os verdadeiros culpados", disse.

Segundo Joice Hasselmann, o chamado "gabinete do ódio" é integrado ainda pelo assessor especial da Presidência da República Filipe Martins, que é próximo ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho "03" do presidente. O grupo, na versão da ex-aliada do Planalto, é um dos mais ativos propagadores de notícias falsas e difamações. "Estou mostrando o modus operandi, estou mostrando pessoas ganhando dinheiro público para atacar pessoas", disse a parlamentar durante o depoimento, na quarta.

A partir do depoimento da ex-líder do governo, técnicos do Ministério Público Federal (MPF), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do próprio Congresso, que atuam em conjunto com a CPI, iniciarão uma fase de aprofundamento de coleta de provas e de investigação dos fatos relatados pela deputada. "A partir daí, que se substancie a relatora. Vamos tentar fazer de tudo para fazer o banimento no País das fake news e dos perfis falsos. Não podemos mais permitir que as pessoas criem um perfil falso para atacar seus alvos. Temos é que fortalecer a democracia", afirmou Coronel.

A sessão que ouviu a deputada Joice Hasselmann durou mais de dez horas e foi marcada por muito bate-boca e troca de acusações entre as alas em disputa no PSL, os "bivaristas", ligados ao presidente da legenda, Luciano Bivar (PE), e os "bolsonaristas", próximos ao presidente. Todos os funcionários do "gabinete do ódio" foram convocados para prestar depoimento na CPI, mas ainda não há uma data para isso acontecer.

'Disparo custa 20 mil'

Um único disparo de mensagens por robôs custa, em média, conforme a parlamentar, R$ 20 mil. "De maneira, digamos, legal, comprovável imediatamente, (são destinados) praticamente R$ 500 mil, de dinheiro público, para perseguir desafetos. Essa é a função do 'gabinete do ódio'. Nós estamos falando de crime. Caluniar, difamar e injuriar são crimes previstos no Código Penal", disse a deputada, que também foi alvo de ataques de bolsonaristas.

Joice afirmou não saber quem financia tal cadeia de difamação, mas sugeriu à comissão que "siga o rastro do dinheiro porque estamos falando de milhões". Apesar de não apontar eventuais financiadores do esquema, a deputada declarou que boa parte das notícias falsas e campanhas difamatórias tem origem em gabinetes de políticos aliados do governo.

A ex-líder ainda acusou Eduardo e Carlos, filhos do presidente Bolsonaro, de pautarem a ação do "gabinete do ódio". Outro influenciador ligado ao grupo seria "o guru" Olavo de Carvalho. "Eu quero crer que o presidente não sabe disso", disse.

Ela afirmou que o próprio presidente tem publicações impulsionadas por robôs. "São quase 2 milhões de robôs seguindo dois perfis, sendo 1,4 milhão no perfil de Jair Bolsonaro e 468 mil no perfil de Eduardo Bolsonaro." O número tem por base um aplicativo que analisa se um perfil no Twitter é ou não falso.

Questionado sobre os trabalho da CPI na quarta-feira, enquanto visitava uma feira popular em Brasília, Bolsonaro afirmou não temer o resultado da comissão que investiga fake news. "Inventaram o 'gabinete do ódio' e alguns idiotas acreditaram. Outros idiotas vão até prestar depoimento", disse, em referência a Joice Hasselmann.

Procurado, o Palácio do Planalto não comentou a intenção de integrantes da CPI de pedir acesso a informações dos computadores de funcionários da Presidência da República.

O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT-PE) protocolou, nessa quarta-feira (4), um requerimento visando a obter, junto ao Poder Judiciário, a quebra de sigilo de comunicação telegráfica e telefônica da empresa mantenedora do Instagram e acesso às trocas de mensagens do grupo intitulado “Gabinete do Ódio”, utilizado por influenciadores digitais que supostamente se organizam para atacar reputações pelo aplicativo. O requerimento será apreciado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News.

Além das mensagens, também são requisitados nomes verdadeiros, endereços de e-mails e telefones dos integrantes e outros dados utilizados para o cadastro dos perfis dos administradores no Instagram. O objetivo é que estas informações, que são elementos materiais, sirvam para embasar o relatório final da CPMI.

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Segundo Gadêlha, a deputada do PSL, Joice Hasselmann, fez algumas revelações importantes – e graves - sobre as milícias virtuais ligadas ao governo Bolsonaro. “Precisamos combater o sistema descobrindo a fonte, mas também os canais de disseminação. Aliás, a prática de difamação e de calúnia se tornou regra no ambiente digital”, critica.

Durante a oitiva à CPMI das Fake News, Joice afirmou que o grupo “Gabinete do Ódio”, baseado no Palácio do Planalto, recebe dinheiro público para perseguir desafetos bolsonaristas com o objetivo de destruir reputações desde a campanha eleitoral de 2018 até a atualidade. Ainda segundo Joice, há 1,87 milhão de robôs na rede bolsonarista, sendo 1,4 milhões na rede do presidente Jair Bolsonaro e outros 468 mil na do seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

*Da assessoria de imprensa

O Palácio do Planalto abriga um núcleo de assessores que tem forte influência sobre o presidente Jair Bolsonaro e é conhecido como "gabinete do ódio". Defensores da pauta de costumes, eles produzem relatórios diários, com suas interpretações, sobre fatos do Brasil e do mundo e são responsáveis pelas redes sociais da Presidência da República. Essa ala ideológica faz a cabeça de Bolsonaro e o incentiva a adotar um estilo beligerante no governo.

Com a senha das redes do pai, o vereador licenciado Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), o "02" do presidente, dá ordens para os assessores Tércio Arnaud Tomaz, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz. Os três são da confiança do vereador e do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) - o filho "03", que Bolsonaro quer emplacar na embaixada dos Estados Unidos. O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), primogênito, tem horror ao trio.

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Filipe Martins, o assessor para Assuntos Internacionais de Bolsonaro, também faz parte desse grupo. Tércio, José Matheus, Diniz e Filipe despacham no terceiro andar do Planalto, ao lado do presidente. Outro integrante do núcleo é Célio Faria Júnior, que Bolsonaro trouxe da Marinha e hoje é chefe da Assessoria Especial da Presidência.

Com carta branca para entrar no Planalto, o assessor parlamentar Leonardo Rodrigues de Jesus, o Leo Índio, primo dos filhos de Bolsonaro, virou uma espécie de "espião voluntário" do governo. Léo Índio já produziu dossiês informais de "infiltrados e comunistas" nas estruturas federais, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo. O então ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, comprou briga com Carlos e com ele. Foi demitido.

Quando Flávio saiu de férias e viajou para a Bahia, em meados de julho, auxiliares de Bolsonaro no Planalto ficaram preocupados. A portas fechadas, no segundo andar daquele prédio erguido com colunas "leves como penas pousando no chão", como gostava de comparar o arquiteto Oscar Niemeyer, um assessor chegou a dizer que, sem Flávio em Brasília, o "gabinete do ódio" ficaria incontrolável.

O comentário reflete a tensão que tomou conta do Planalto. Nos bastidores, essa "repartição" é vista como responsável pelo afastamento cada vez maior entre Flávio e Carlos, apelidado de "Carluxo". Considerado o "pit bull" da família, Carlos cria estratégias para as mídias digitais do pai e sempre defendeu a tática do confronto para administrar, em oposição a Flávio, dono de estilo conciliador.

Na prática, mesmo quando não está em Brasília, o vereador comanda o núcleo ideológico, emite opiniões polêmicas, chama a imprensa de "lixo" e lança provocações contra aliados do pai, como o vice-presidente Hamilton Mourão, tido por essa ala como "traidor".

Secom

A equipe do "gabinete do ódio" não aceita interferências dos profissionais da Secretaria de Comunicação. Segue ordens de Carlos, que atua sob a inspiração do escritor Olavo de Carvalho, e várias vezes já convenceu Bolsonaro a adotar posição mais dura, como no fim de julho, quando ele desistiu de receber o chanceler da França, Jean-Yves Le Drian, e depois apareceu em uma "live" cortando o cabelo, em um estilo "gente como a gente".

Flávio, vira e mexe, pede para o pai baixar o tom. Às vezes é ouvido, fato que provoca a ira do "02". Mesmo investigado no caso de Fabrício Queiroz - o ex-assessor suspeito de comandar um esquema de "rachadinha" na Assembleia do Rio -, o senador tem atuado como articulador político do Planalto, ao lado do general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo.

Em jantares com senadores, Flávio leva o irmão Eduardo a tiracolo, diz que o conhecimento do caçula sobre os EUA vai muito além do hambúrguer e tenta apaziguar atritos provocados por Carlos nas redes sociais.

"Esse núcleo ideológico atrapalha muito nossa vida aqui no Congresso", disse o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP). "Desse jeito, o PSL vai acabar sofrendo uma derrota atrás da outra."

Nos últimos dias, um tuíte de Carlos azedou o clima na Câmara, no Senado e no Supremo Tribunal Federal. O vereador escreveu que "por vias democráticas, a transformação que o Brasil quer não acontecerá no ritmo que almejamos". Bolsonaro apoiou o filho. Flávio ficou em silêncio. O primogênito disse a um amigo que, se fizesse algum comentário, exporia uma crise.

Além do senador, a primeira-dama Michelle também consegue fazer o marido amenizar os tuítes, de vez em quando. Foi ela, por exemplo, quem pediu para o presidente apagar comentário feito por ele em um post de internauta dizendo que a mulher do presidente da França, Emmanuel Macron, era feia. Michelle considerou a mensagem machista e deselegante. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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