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Ao discursar para chefes de Estado e de governo na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (1º) que o mundo pode estar diante do maior desafio já enfrentado pela humanidade e criticou conflitos como os registrados no Oriente Médio. “Em vez de unir forças, o mundo trava guerras, alimenta divisões e aprofunda a pobreza e as desigualdades”.

Lula lembrou que o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) é categórico sobre o perigo do aumento na temperatura global superar 1,5 grau Celsius (°C) e destacou que a meta fixada pelo Acordo de Paris é manter esse aumento entre 1,5°C e 2 °C. “Já é insuficiente para conter o aquecimento global em nível seguro.” 

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“Temos um problema coletivo de inação e outro de falta de ambição. As NDCs [Contribuições Nacionalmente Determinadas, metas anunciadas por cada país para redução dos efeitos das mudanças climáticas] atuais não estão sendo implementadas no ritmo esperado. E mesmo que estivessem, não conseguiriam manter a temperatura abaixo do limite de 1,5°C. O Brasil ajustou sua NDC e se comprometeu a reduzir 48% das emissões até 2025.”

Segundo Lula, a NDC brasileira é mais ambiciosa que a de vários países “que poluem a atmosfera desde a Revolução Industrial”, no século 19. “Mantemos o firme compromisso de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030. Já conseguimos reduzi-lo em quase 50% nos dez primeiros meses deste ano, o que evitou a emissão de 250 milhões de toneladas de carbono na atmosfera”.  

“Mas muitos países do sul global não terão condições de implementar suas NDCs nem de assumir metas mais ambiciosas. Os mais vulneráveis não podem ter que escolher entre combater as mudanças do clima e combater a pobreza. Terão que fazer ambos. O princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, é inegociável. Ameaçado, vai na contramão de qualquer noção básica de justiça climática.”

O presidente classificou como inaceitável que a promessa de US$ 100 bilhões ao ano para conter os efeitos das mudanças climáticas, assumida por países desenvolvidos, não tenha saído do papel, enquanto, apenas em 2021, os gastos militares chegaram a US$ 2,2 trilhões. Lula destacou ainda que, no Brasil, a emergência climática já é uma realidade, citando a seca inédita registrada na Amazônia.  

“O nível dos rios é o mais baixo em mais de 120 anos. Nunca imaginei que veria isso no lugar onde estão os maiores reservatórios de água do mundo. O futuro da Amazônia não depende só dos amazônidas. O desmatamento em todo o mundo só responde por 10% das emissões globais. Mesmo que não derrubemos mais nenhuma árvore, a Amazônia poderá atingir seu ponto de não retorno se outros países não fizerem sua parte. Um aumento da temperatura global poderá desencadear um processo irreversível de savanização da Amazônia”.

“Os setores de energia indústria e transporte emitem muito gás de efeito estufa. Temos que lidar com todas essas fontes. É por isso que o Brasil está propondo a missão 1.5. Uma missão coletiva, que vai nos manter na trilha de 1,5°C. Nos dois anos até a COP30, será necessário redobrar os esforços para implementar as NDCs que assumimos. E, em Belém, precisamos anunciar NDCs mais ousadas e garantir os meios de implementação necessários para concretizá-las”, disse. “Se não deixarmos nossas diferenças de lado, em nome de um bem maior, a vida no planeta estará em perigo e será tarde demais para chorar,” explicou.

A dor crônica na perna direita foi um tormento na vida da pintora Frida Kahlo, um dos maiores nomes das artes plásticas da América Latina. Infectada pelo poliovírus aos 6 anos, a mexicana teve que conviver toda a vida com as sequelas da poliomielite, que deixaram a perna atrofiada, mais fina e curta que a outra.

Acometido pelo mesmo vírus, o jornalista Boris Casoy só começou a andar aos 9 anos de idade, depois de uma cirurgia feita nos Estados Unidos para tratar sequelas causadas pela poliomielite. O compositor canadense Neil Young também precisou reaprender a andar após se recuperar de um quadro da doença, que quase o levou à morte.

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Histórias como essas só se tornaram raras devido à vacinação contra a poliomielite. A imunização avançou com mais força na segunda metade do século 20. Antes que isso acontecesse, a doença paralisava mil crianças por dia no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde – por isso passou a ser temida e mais conhecida com o nome de paralisia infantil.

Especialista em vacinas e integrante da Comissão Permanente de Assessoramento em Imunizações do Estado de São Paulo, o médico Guido Levi explica que há um consenso internacional de que as vacinas foram o fator de maior impacto na saúde humana nos últimos anos, sendo tão importantes quanto o acesso ao saneamento básico e à água potável.

"Calcula-se que, no mundo todo, nos últimos 200 anos, a vacinas seriam responsáveis por um aumento médio de 30 anos no tempo de vida das pessoas. No Brasil, isso ocorreu em um período muito mais curto e mais recente. No início da década de 1970, o tempo de vida médio da nossa população era de 45 anos. Hoje, é mais de 75 anos. O principal fator para isso foi a criação do Programa Nacional de Imunizações [PNI], em 1973", afirma.

"Todos que temos mais idade ou estudamos esse período vimos crianças com muletas, pernas mecânicas ou coisas piores. Quando a doença acometia os nervos que controlavam a respiração, a criança ia para um pulmão de aço, uma máquina que fazia sua respiração artificialmente. E, lá, elas entravam para ficar o resto da vida. Visitei uma enfermaria de pulmão de aço e foi uma das coisas mais chocantes que aconteceram na minha carreira profissional."

Varíola erradicada

A poliomielite é um dos casos mais emblemáticos dessa transformação, mas não foi o primeiro. Em 1980, as vacinas levaram a humanidade a erradicar a varíola, enfermidade responsável por milhões de mortes e associada a crises sanitárias ao longo da história, como a epidemia que culminou na Revolta da Vacina, no Brasil. Para se ter uma ideia da gravidade da varíola, é preciso destacar que a doença fez 300 milhões de vítimas apenas no século 20. A dimensão desse número supera as mortes causadas pelas duas guerras mundiais e o Holocausto nazista, além de diferentes estimativas de vítimas da colonização europeia na América.

A coordenadora da Assessoria Clínica do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz), Lurdinha Maia, destaca que erradicar uma doença como essa é a maior prova dos benefícios da vacinação. "A importância da vacinação na idade certa e no tempo adequado tem como maior exemplo não termos mais a varíola no mundo inteiro. Essa é uma doença terrível, que dizimou a população mundial. Quando a gente fala de pólio, o último caso no Brasil foi em 1989, em Souza, na Bahia. E o último caso nas Américas foi em 1994. Infelizmente tivemos agora um caso no Peru. Isso deixa em alerta todos os países vizinhos."

A história das vacinas e a história da varíola se misturam, uma vez que o primeiro imunizante do mundo foi desenvolvido para prevenir contra essa doença. O inglês Edward Jenner, no século 18, inventou a primeira vacina na tentativa de conter a varíola, e conseguiu amenizar os casos graves em pacientes vacinados. As primeiras epidemias de varíola foram oficialmente registradas na Europa durante a Idade Média, no século 10. Cientistas investigam, porém, vestígios muito anteriores que indicam possibilidades de casos no Antigo Egito, nas Cruzadas e navegações vikings.

No Brasil, a história da doença está relacionada à colonização, e o primeiro surto registrado de varíola ocorreu em meados de 1555, quando a enfermidade foi introduzida no Maranhão por colonos franceses. O tráfico de africanos escravizados e a imigração portuguesa também causaram surtos no país, do litoral para o interior. A eliminação da doença no Brasil é anterior à criação do PNI, e se deu em 1971, seis anos antes do último surto no mundo, registrado em 1977, na Somália. Em 2023, o programa completa 50 anos.

Vitória contra a pólio

No Brasil, as campanhas contra a doença ganharam força na década de 1980, e o último caso registrado foi em 1989. Pesquisador de Bio-Manguinhos/Fiocruz desde a década de 1960, Akira Homma participou do trabalho de estruturar a produção das vacinas contra a poliomielite no Brasil, decisivo para que a doença fosse erradicada.

Homma integrou, como técnico, os primeiros testes da vacina oral contra a poliomielite no país, na década de 1960, no Instituto Adolfo Lutz, e ajudou a organizar o laboratório de virologia quando entrou na Fiocruz, em 1968, participando do isolamento e caracterização do vírus da pólio. Após experiências no exterior, Homma chegou à direção de Bio-Manguinhos nas décadas de 1970 e 1980, quando a produção da vacina oral no Brasil foi de fato estruturada.

Ele destaca que fabricar a vacina no país foi de extrema importância, mas a mobilização social para que as vacinas chegassem às crianças na época, por meio dos dias nacionais de Vacinação, também teve um papel central.

"O governo federal possibilitou a adesão de todos os ministérios à campanha, e também toda a sociedade brasileira foi envolvida nesse processo. Houve uma motivação muito grande da sociedade e até da iniciativa privada. Houve a participação de milhares de voluntários, e também a mídia explicando o papel da vacinação. Em 1980, tínhamos 1.290 casos de poliomielite. Em 1981, caiu para 122. Em 1982, para 42 casos. E, em 1989, acontece o último caso. Esse é o impacto de altas coberturas vacinais. Em um dia se conseguia vacinar 18 milhões de crianças."

Apesar da vitória nacional contra a doença no passado, a poliomielite ainda existe de forma endêmica no Afeganistão e no Paquistão, e teve casos pontuais registrados recentemente no continente africano, nos Estados Unidos, em Israel e no Peru.

Tétano materno e neonatal

Ameaça grave à saúde dos recém-nascidos, o tétano materno e neonatal era conhecido como o "mal dos sete dias", porque surgia a partir de uma semana após o parto e tinha uma evolução aguda e letal, causando contraturas musculares generalizadas que poderiam se agravar até impedir a respiração. A doença foi considerada eliminada de todo o continente americano em 2017, mas chegou a ser responsável por mais de 10 mil mortes de recém-nascidos ao ano na região. No Brasil, foi eliminada em 2012.

Os bebês são contaminados pela bactéria causadora do tétano durante o parto, por motivos como falta de condições e instrumentos esterilizados, mas a vacinação das gestantes e mulheres em idade fértil com a vacina contra tétano, difteria e coqueluche acelular (dTpa) foi um motivo decisivo para essa doença ter praticamente desaparecido, porque os anticorpos são transmitidos pela mãe aos filhos.

"Hoje, a maior parte das enfermarias de tétano que existiam está fechada, principalmente pelo uso bastante extenso da vacinação antitetânica", conta Guido Levi. "As crianças morriam rapidamente, em poucos dias. No máximo, em uma semana ou duas. Também não havia tratamento adequado."

Rubéola congênita

A eliminação da síndrome da rubéola congênita é outro motivo para comemorar o sucesso da vacinação. Transmitida pela placenta ao feto, a infecção da mãe pelo vírus da rubéola pode resultar em aborto, morte fetal ou anomalias congênitas como diabetes, catarata, glaucoma e surdez, sendo este último o sintoma que aparece primeiro. Dependendo da fase da gestação em que ocorrer a infecção, a chance de a doença atingir o feto chega a 80%.

Os últimos casos da doença foram registrados no Brasil em 2010, e a síndrome foi declarada eliminada do continente americano em 2015. A consultora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) Carla Domingues ressalta que as sequelas causadas pela síndrome da rubéola congênita são irreversíveis, e, assim como em outras infecções, os problemas podem afetar diversas áreas da vida.

"São doenças que podem trazer problemas neurológicos seriíssimos que vão comprometer o lado cognitivo das crianças e o aprendizado", alerta.

O democrata Joe Biden, presidente eleito dos Estados Unidos, afirmou nesta quarta-feira, 9, que buscará "acabar com as guerras eternas" do país e fazer com que o uso da força sempre seja "a última ferramenta", ao opinar que o Pentágono deve se concentrar mais nos "objetivos do futuro"

Biden se pronunciou ao apresentar formalmente o nome que escolheu para chefiar o Pentágono, o general reformado Lloyd Austin, que, se confirmado pelo Senado, se tornará o primeiro secretário de Defesa negro da história do país.

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"Temos de acabar com as guerras eternas e garantir que o uso da força seja a última ferramenta à qual podemos recorrer", disse Biden durante ato na cidade de Wilmington, no Estado do Delaware.

O democrata não se referiu explicitamente à Guerra no Afeganistão, a mais longa da história dos Estados Unidos, nem às outras missões dos EUA em países como Somália, Síria e Iraque.

O atual presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a retirada das tropas americanas de todos esses países, com a intenção de deixar apenas 2,5 mil soldados no Afeganistão ao deixar o poder em janeiro, o mesmo número de soldados que permanecerão no Iraque.

Durante o evento, tanto Biden como Austin citaram a "reconstrução" das alianças tradicionais dos EUA como prioridade e mencionaram Europa, Ásia e Pacífico.

"Acho que os Estados Unidos são mais fortes quando trabalham com seus aliados. Se eu for confirmado (pelo Senado), assumirei esse importante trabalho", prometeu Austin.

Entre 2013 e 2016, o general de quatro estrelas foi chefe do Comando Central, encarregado das operações em Iraque, Afeganistão, Iêmen e Síria, na maioria dos países onde os EUA estão ou estiveram em guerra.

Entretanto, Austin enfrenta um obstáculo para entrar no gabinete de Biden: ele só está fora das Forças Armadas há quatro anos, e a lei dos EUA exige que pelo menos sete anos tenham se passado antes que o militar aposentado possa assumir posições no governo.

Biden pediu que o Congresso conceda uma exceção a Austin, que terá de ser votada na Câmara dos Deputados e no Senado e foi concedida pela última vez ao primeiro secretário de Defesa de Trump em 2017, James Mattis. "Eu não pediria esta exceção se não achasse que este momento da história a exigisse", disse Biden.

Gabinete de 'primeiros'

O democrata prometeu nomear um Gabinete que reflita a diversidade da América e seus indicados até agora incluíram vários "primeiros", incluindo Janet Yellen, que seria a primeira secretária do Tesouro do país, e Alejandro Mayorkas, que seria o primeiro imigrante a dirigir o Departamento de Segurança Interna.

"Eu chego a este novo papel como líder civil - com experiência militar, com certeza - mas também com um profundo apreço e reverência pela sabedoria prevalecente do controle civil de nossos militares", disse Austin, nesta quarta-feira.

Um homem intensamente reservado, Austin evitou os holofotes durante uma distinta carreira de quatro décadas em uniforme. Sua nomeação ocorre após um ano de avaliação nos EUA sobre o racismo sistêmico e a injustiça após uma série de assassinatos de negros americanos pela polícia, e muitos clamam por uma maior diversidade na liderança das Forças Armadas, cujo primeiro escalão tem sido predominantemente branco. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Os danos infligidos pelos rebeldes huthis iemenitas no último sábado à infraestrutura de petróleo saudita ilustram a quase impossibilidade de um país, por mais meios que tenha à sua disposição, de proteger instalações vitais de uma ameaça como a representada pelos drones.

Os graves prejuízos sofridos pela fábrica de Abqaiq e a jazida de Khurais, no leste da Arábia Saudita, foram resultado de um ataque cometido com dez drones, informou o americano Soufan Center, nesta segunda-feira (16).

É possível que também sejam usados mísseis de tipo cruzeiro, acrescentou a instituição, que cita autoridades do governo americano.

São armas à disposição dos huthis xiitas, que contam com o apoio do Irã desde que estes começaram a enfrentar, no Iêmen, as forças de uma coalizão liderada por Riad, há cinco anos. Em diferentes ocasiões, em especial desde a primavera (boreal) de 2019, que essas armas são capazes de burlar os sistemas de defesa sauditas.

Frente a uma ameaça dessa natureza, "é necessário um sistema de defesa superaperfeiçoado, como tem, eu acho, apenas um grupo aeronaval americano (organizado em torno de um dos porta-aviões da Marinha dos EUA)", comentou o ex-chefe de um serviço de Inteligência francês, que pediu para não ser identificado.

"Um ataque coordenado, como o que aconteceu no sábado, não está ao alcance de qualquer um, como tampouco está ao alcance de todo mundo poder se defender de um ataque assim", acrescentou.

No início de julho, os huthis apresentaram, durante uma cerimônia realizada em um lugar secreto, um drone-bombardeiro chamado "Sammad 3", além do míssil de cruzeiro "Al Qods". Contam ainda com o drone armado de explosivos "Qasef 2".

"É o poder nivelador da tecnologia, que permite aos mendigos poderem ameaçar grandes potências", declarou recentemente, indignado, um funcionário de alta patente do Exército francês, que também pediu para não ser identificado.

"Nos vemos derrotados por artefatos de 250 quilos, como nos vimos derrotados por minas em Mali", afirmou.

Rifles antidrones e drones programáveis

A Arábia Saudita gastou uma fortuna para se dotar de sistemas de defesa terra-ar, como as baterias antimísseis americanas Patriot, radares e uma força aérea ultramoderna.

Em 2018, dedicou mais de 65 bilhões de dólares para armamentos, segundo o Instituto de Pesquisa pela Paz de Estocolmo.

Becca Wasser, analista da Rand Corporation, disse à AFP que, "para o mais essencial, a Arábia Saudita conta com seus sistemas Patriot para interceptar os projéteis huthis, mas os resultados são moderados, posto que este sistema está projetado para destruir mísseis, mais do que drones".

"O emprego de drones indica que os huthis deram com a falha de seus sistemas de defesa", considerou.

As dimensões das instalações petroleiras sauditas, que, em alguns casos, são tão grandes quanto cidades, e sua dispersão por todo reino dificultam uma proteção permanente frente a uma ameaça em constante mudança.

Fabricados com peças de origem iraniana, segundo um informe da ONU publicado em 2018, os drones dos huthis são de dimensões variáveis e podem se deslocar a várias velocidades e altitudes, motivo pelo qual são difíceis de interceptar.

"O problema é que não existe nenhum sistema único para tratar todos os casos, e a ameaça do drone evolui sem cessar", comentou um engenheiro militar francês.

"Hoje em dia, os lugares sensíveis estão protegidos com radares e rifles antidrones, mas, agora, existem drones autônomos, programáveis" e insensíveis às interferências GPS, acrescentou.

"Sua velocidade também aumentará: é preciso detectá-los mais rapidamente e de mais longe".

Em 19 de agosto, a Força Aérea saudita publicou imagens de um de seus caça-bombardeiros F-15 destruindo, em pleno voo, um drone Qasef-2 no Iêmen, e garantiu ter neutralizado cerca de 20 aparelhos no ano anterior.

Segundo vídeos publicados on-line pelos huthis, seu drone de ataque "Sammad 3" tem um raio de ação de 1.500 quilômetros. Isso significa que quase todo território da Arábia Saudita estaria a seu alcance, assim como várias regiões dos Emirados Árabes Unidos, aliado de Riad na guerra no Iêmen.

Na preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), as guerras estão entre os temas cobrados no processo seletivo. Abordados, principalmente, na disciplina de história, os conflitos também podem ser explanados em geografia, atualidades e geopolítica.

Para ajudar os feras a organizarem o calendário de estudos de forma mais eficiente, o LeiaJá convidou o professor Pedro Botelho para discutir o assunto. O educador selecionou as guerras mais cobradas nas últimas provas do Enem:

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Primeira e Segunda Guerras Mundiais

De acordo com Botelho, estudar as duas grandes guerras mundiais é fundamental. Ambos conflitos trouxeram mudanças extremas e moldaram, de certa forma, a sociedade que vivemos hoje. Mesmo acontecendo em uma curta janela de tempo, é importante estudar as causas dos dois momentos da primeira metade do século passado.

Guerra Fria

O professor também indica que os feras se aprofundem na Guerra Fria que, mesmo não sendo uma guerra armada, movimentou o mundo inteiro, sobretudo na corrida espacial. A corrida bélica entre as duas potências da época, Estados Unidos e União Soviética, não deve ser deixada de fora, sobretudo, pela escalada das armas e ameaça nuclear que o planeta testemunhou.

Guerra do Vietnã 

Na década de 50, o Vietnã estava dividido em dois territórios, sul e norte. Ao norte, os revoltos tinham o apoio da China, Coreia do Norte e União Soviética, enquanto que ao sul, os Estados Unidos lutavam junto com a parte sul para evitar que o país fosse transformado em mais uma nação comunista. A guerra ceifou inúmeros soldados de diversos países e milhões de civis. 

Guerra do Paraguai

A Guerra do Paraguai é considerada o maior conflito armado internacional que aconteceu na América do Sul. Envolveu Brasil, Argentina e Uruguai, que lutaram contra as forças paraguaias. O conflito deixou centenas de milhares de mortes e muita destruição, sobretudo no Paraguai, que pagou ao Brasil indenização de guerra por quase um século.  

Guerras de Independência da América-Espanhola 

Uma série de conflitos e revoltas contra a soberania da Espanha sob as colônias americanas durante todo século 18. Inspirada em ideias iluministas, a elite letrada da américa-espanhola passou a questionar a falta de liberdade das colônias. Outros fatores, como a invasão de Napoleão à Espanha, também tiveram influência nesse processo. 

De acordo com o professor Pedro Botelho, é importante, também, estudar o contexto em que essas guerras aconteceram para que o assunto seja melhor compreendido. Se você está se preparando para o Enem 2019, confira dicas de conteúdo no Vai Cair No Enem.

Mais de 100.000 bebês morrem por ano devido a conflitos armados, informa a ONG Save the Children em um informe publicado nesta sexta-feira na Alemanha.

Segundo a organização, ao menos 550 mil bebês morreram entre 2013 e 2017 nos 10 países mais afetados por guerras, devido à fome, falta de higiene ou de acesso a cuidados médicos, ou por rejeição de ajuda.

O número de mortos chega a 870.000 se forem incluídas todas as crianças com menos de cinco anos, considera a ONG, que precisa que a tragédia talvez esteja subestimada.

Em comparação, cerca de 175.000 combatentes teriam falecido no mesmo período nos países estudados: Afeganistão, Iêmen, Sudão do Sul, República Centro-Africana, República Democrática do Congo (RDC), Síria, Iraque, Mali, Nigéria e Somália.

"Todos os dias há crianças atacadas porque grupos armados ou forças militares não respeitam as leis dos tratados internacionais. Desde a utilização de armas químicas até o estupro como arma de guerra, os crimes de guerra são cometidos com total impunidade", advertiu Helle Thorning-Schmidt, representante da Save the Children.

Entre as recomendações dirigidas aos governos e grupos armados, a ONG insta os beligerantes a se comprometerem a não recrutar combatentes menores de 18 anos e a evitar o uso de armas explosivas em zonas habitadas.

Cercados na cidade de Raqqa, norte da Síria, os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) obrigam os civis a segui-los para servirem de escudo humano.

Famílias inteiras se encontram apinhadas nos apartamentos onde os membros do EI se entrincheiraram. E, quando os combatentes saem para pegar água, os civis devem acompanhá-los para protegê-los.

Diante da ofensiva da aliança curdo-árabe das Forças Democráticas Sírias (FDS), os "jihadistas" estão encurralados em seus últimos redutos em Raqqa, visados diariamente pelos ataques aéreos da coalizão internacional liderada por Washington.

Em duas ocasiões, Oum Alaa e sua família foram forçados a acompanhar os extremistas, conta esta mãe enlutada, algumas horas após fugir a pé de Raqqa.

"Várias semanas atrás, um combatente iraquiano (do EI) entrou em nossa casa e nos disse que estávamos em uma zona militar", lembra, sentada em frente a uma mesquita de Hawi al-Hawa, na periferia ocidental de Raqqa. Com seu marido, filho e neto de dois anos, Oum Alaa foi deslocada para um prédio vizinho. A família foi impedida de deixar o local, apesar das súplicas.

Três dias depois, todos foram levados para um prédio no distrito devastado de Al-Badou, onde há outras famílias. "Fomos usados como escudo humano. Nos prenderam para se protegerem", relata seu marido, Abu Alaa.

Como todos os civis entrevistados pela AFP, ele não quis dar seu sobrenome, temendo represálias contra parentes ainda presos pelos extremistas.

'Nunca mais voltou'

Enquanto as FDS recuperavam gradualmente 90% de Raqqa, graças aos bombardeios da coalizão, dezenas de milhares de civis conseguiram fugir dos combates. Em seus últimos esconderijos, os extremistas se mantêm entrincheirados em prédios residenciais onde ainda há civis, afirma Mohannad.

"Eles tentaram se instalar no porão, ou no primeiro andar, dos nossos edifícios para se protegerem dos ataques aéreos", conta esta mãe, que conseguiu fugir de Al-Badu com seus quatro filhos.

À medida que os combatentes do EI se mudavam para casas abandonadas, Mohannad estendia roupas na varanda dos apartamentos vazios em seu prédio para que os "jihadistas" acreditassem que ainda havia pessoas. Mas ela e seus filhos foram forçados pelos extremistas a se mudarem quatro vezes. E quando chegaram no bairro de Al-Badu não havia nada para comer.

Quando os civis são autorizados a buscar água, são mantidos por longas horas no poço, lembra Oum Mohammad. "Os combatentes pegam água primeiro, e os civis precisam esperar sua vez por horas para protegê-los contra ataques aéreos", diz ela. Seu filho mais velho, Mohammed, de 19 anos, deixou a casa ao amanhecer e por vezes de ausentava por seis horas para obter água.

"Poucos dias atrás, ele saiu e nunca mais voltou. Soubemos que houve um ataque aéreo, e eu não encontrei nem mesmo suas sandálias", lamenta Oum Mohammad.

'Atrasar as operações'

Na terça-feira passada (3), um ataque da coalizão matou 18 civis que estavam recolhendo água em Raqqa, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

No final de setembro, a coalizão internacional antiextremista reconheceu a morte de 735 civis em suas incursões na Síria e no Iraque desde 2014. Mas, de acordo com o OSDH, centenas de pessoas foram mortas apenas em Raqqa desde junho.

Oum Alaa perdeu seu filho em um ataque aéreo. O farmacêutico morreu enquanto ajudava civis feridos. "Para matar um único combatentes do EI, dez civis são mortos", lamenta, com a voz trêmula. Muitos civis podem estar sendo mantidos como reféns do EI, principalmente em um hospital do centro de Raqqa, de acordo com o porta-voz da coalizão, o coronel americano Ryan Dillon.

"A coalizão é extremamente cuidadosa em seus preparativos e em suas operações para garantir que nenhum dano seja infligido a civis inocentes", disse ele à AFP.

Mas essas precauções "não são suficientes", lamenta a diretora do programa da Human Rights Watch sobre Terrorismo e Contraterrorismo, Nadim Houry.

"Os civis poderiam ser salvos. Isso poderia significar atrasar as operações, avançar mais devagar, tomar mais precauções, talvez não usar uma bomba maciça contra um atirador", ressalta.

Nesta semana, o programa Globalizando fala sobre as guerras na história. E tem como convidado o professor Jeffrey Rebelo, graduado em História pela Universidade Gederal do Pará (UFPA), em Filosofia pela mesma universidade e especialista em pesquisa pela Faculdade Ideal.

Acompanhe esse e outros temas no programa Globalizando, na Rádio Unama FM 105.5, produzido pelos alunos do curso de Relações Internacionais da Universidade da Amazônia (Unama). Clique no ícone abaixo para ouvir o Globalizando.

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A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que 1.792 pessoas foram mortas no Iraque durante o mês de outubro, 789 a mais que no mês anterior.

De acordo com a Missão de Assistência das Nações Unidas no Iraque (Unami, na sigla em inglês), 1.120 vítimas eram civis, enquanto as 672 outras vítimas eram membros das forças de segurança do Iraque, que englobam os curdos peshmerga, o Ministério do Interior, as forças da SWAT e milícias aliadas ao exército iraquiano.

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A Unami também divulgou que outras 1.358 pessoas foram feridas. A cidade mais atingida foi Bagdá, onde 268 civis foram mortos e 807 ficaram feridos. A província de Nineveh foi a segunda mais violenta, com 566 mortos e 59 feridos. Grande parte da província, incluindo a capital, Mossul, é controlada pelo grupo terrorista Estado Islâmico.

O enviado da ONU ao Iraque, Jan Kubis, afirmou que os civis em Mossul "estão, mais uma vez, em perigo", devido às operações militares que estão sendo realizadas na área e à tática do Estado Islâmico de utilizar essas pessoas como escudos humanos. Fonte: Associated Press.

As partes em guerra no Iêmen entraram em um acordo para um cessar-fogo de 72 horas que entrará em vigor a partir da meia-noite de quarta-feira, de acordo com um enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o país, Ismail Ould Cheikh Ahmed.

Ahmed disse que espera que a trégua temporária leve a um "permanente e duradouro fim do conflito". Em um comunicado emitido na noite de ontem, o enviado afirmou que recebeu garantias de todas as partes de que as hostilidade cessarão às 23h59 de quarta-feira (horário local). A trégua está sujeita a renovação.

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Ele afirmou também que as facções concordaram em seguir as condições de um acordo temporário de cessar-fogo realizado em abril. O acordo exige que as partes "permitam acesso livre de ajuda humanitária e pessoal" para todas as partes do Iêmen.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, pediu para que as partes envolvidas na guerra tomem as medidas necessárias para implementar o cessar-fogo, "sustentá-lo, e encorajar firmemente sua renovação incondicional". Fonte: Associated Press.

O ator George Clooney lançou uma iniciativa nesta segunda-feira para deter a guerra no Sudão do Sul e em outros países africanos rastreando o dinheiro que financia os combatentes.

"The Sentry", fundado por Clooney e John Prendergast, do grupo Enough Project, investigará o financiamento dos conflitos do Sudão do Sul, Sudão, República Centro-africana e República Democrática do Congo.

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"A paz e os direitos humanos ganharão quando as pessoas que se beneficiam da guerra pagarem um preço pelos danos causados", afirmou, em um comunicado, o respeitado ator, muito envolvido na defesa da paz no Sudão e Sudão do Sul.

Prendergast, antigo diretor do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, transformado em ativista de direitos humanos, afirmou que "as ferramentas habituais da diplomacia até agora falharam e que os novos esforços devem se concentrar em como fazer a guerra mais cara do que fazer a paz".

"O objetivo do 'The Sentry' é seguir o dinheiro e negar a quem se beneficia da guerra os lucros por seus crimes", acrescentou Prendergast.

A iniciativa anterior da dupla, o "Satellite Sentinel Project", lançado em 2010, utiliza satélites para mostrar as evidências de abuso dos direitos humanos no terreno, imagens de cidades devastadas e de movimentos de tropas.

Com o novo projeto, seus promotores pretendem "desmantelar as redes de responsáveis, organizações e patrocinadores que financiam e se aproveitam dos conflitos mais mortíferos na África".

O ano de 2014 foi "devastador" para as 15 milhões de crianças atingidas por conflitos na República Centro-africana, Iraque, Sudão do Sul, os territórios palestinos, Síria e Ucrânia - informou nesta segunda-feira o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

"Crianças foram assassinadas enquanto estudavam em suas salas de aula ou dormiam em suas camas. Ficaram órfãs, foram sequestradas, torturadas, recrutadas como soldados, violentadas e até vendidas como escravos", disse o diretor da Unicef, Anthony Lake.

"Nunca, na história recente, tantas crianças foram submetidas a tal brutalidade indescritível", expressou o delegado, acrescentando que "este foi um ano devastador para milhões de crianças".

Globalmente, cerca de 230 milhões de crianças vivem em países e áreas com conflitos violentos, enquanto 15 milhões foram vítimas diretas dos combates.

Mais de 7,3 milhões de crianças foram afetadas pelos conflitos armados na Síria, dos quais 1,7 milhões são refugiados em países vizinhos, 2,7 milhões no Iraque e 2,3 milhões na República Centro-africana (RCA).

No Sudão do Sul, 600 menores foram assassinados e mais de 200 mutilados na guerra civil que assola o país há um ano, e que também já causou o deslocamento de outros 750.000 pequenos.

A Unicef estima em mais de 10.000 o número de crianças-soldados recrutadas por grupos armados da RCA em 2014 e destaca que os centros escolares e de saúde são alvos cada vez mais recorrentes, como na Síria.

Durante os dois meses de conflito na Faixa de Gaza, outras 538 crianças morreram e outras 54.000 seguem desabrigadas. A Unicef também lembra os efeitos devastadores de guerras esquecidas que continuam no Afeganistão, no leste da República Democrática do Congo, Somália, norte da Nigéria ou Iêmen.

O organismo também destacou as "novas ameaças" que surgiram nos últimos meses, como a epidemia de Ebola, que deixou milhares de órfãos e impede que outros 5 milhões de menores e adolescentes continuem seus estudos na Guiné, Libéria e Serra Leoa, os países mais afetados pela doença.

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