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Com a demanda em queda livre por conta da inflação, as redes de supermercados têm trabalhado com estoques menores e buscado equilibrar pedidos, ao encomendar apenas a previsão do que o consumidor vai de fato comprar. Com essa maior seletividade, porém, tem aumentado a queda de braço entre lojistas e indústria, que tem sido mais criteriosa nos descontos para grandes encomendas.

Os mercados têm acertado em suas previsões. O índice geral de rupturas (produtos que faltam nas prateleiras) calculado pela Neogrid, empresa especializada em cadeias de suprimentos, teve ligeira queda em junho e ficou em 11%, comparado aos 11,5% de maio. Esse não é um indicador de desabastecimento, mas, sim, de faltas pontuais, que ocorrem em razão de estoques menores e entregas postergadas.

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Segundo Robson Munhoz, diretor da Neogrid, o varejo alimentar vem trabalhando com o menor índice de estoques em dois anos. "As varejistas não estão mais comprando por oportunidade, mas sim por necessidade. Diversas indústrias têm limitado os volumes e, por isso, os descontos concedidos têm sido mais criteriosos", afirma.

Para ele, as varejistas estão aprendendo a calcular a demanda do ponto de vista do consumidor. "É um ensaio mais apurado sobre o que de fato vende", diz. "Estão aprendendo a entender a demanda principalmente pelo uso de tecnologia."

Mais negociações

O vice-presidente institucional da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Marcio Milan, afirmou na quinta-feira, 14, que a entidade tem estimulado os associados a negociar mais intensamente com a indústria. A lógica é entender os aumentos de preços e identificar determinadas altas injustificáveis. Ele diz que as negociações têm sido mais longas, exigido mais informações e que isso não tem causado desabastecimento nas lojas.

"Não identificamos falta de produtos em razão da maior negociação de supermercados com indústria", afirmou. Ainda assim, eventuais quebras no fornecimento podem acontecer de maneiras pontuais. "Ruptura é algo inerente à operação dos supermercados. Em momentos inflacionários, normalmente há uma tendência disso aumentar", diz.

Isso ocorre porque, na tentativa de melhorar o preço de compra da mercadoria, os estoques diminuem e faltam determinados itens nas gôndolas até que se chegue a um acordo com o fornecedor. Como a demanda está menos aquecida, porém, essas quebras estão menos frequentes. O consumo nos lares brasileiros subiu 0,39% em maio em relação ao mesmo mês de 2021. Na comparação com o mês imediatamente anterior, porém, houve queda de 3,47%, influenciada pela sazonalidade. Os dados são da pesquisa Consumo nos Lares Brasileiros da Abras.

Para Joelson Sampaio, professor de economia da FGV, o cenário de inflação eleva o desafio para indústria e varejo na mesa de negociações. "As varejistas têm de aumentar a pesquisa e comparação de preços e produtos para conseguir melhorar as negociações. O atual momento demanda mais estratégias para se obter um bom planejamento."

Mesmo com a perspectiva de melhora da crise do combustível, por conta da recente medida do governo envolvendo o ICMS, a continuidade da ruptura na cadeia produtiva deve seguir tendo impacto para o varejo e a indústria, afirma. "A falta de insumos e produtos na indústria acaba dificultando as negociações", diz.

O que falta

A indisponibilidade do leite longa vida nas gôndolas dos supermercados em junho atingiu o maior patamar em um ano, e o segundo maior desde janeiro de 2019. De acordo com dados da Neogrid, a falta do item nas prateleiras registrou índice de 19,4% em junho, ante 18,8% no mês anterior. Outro produto que também registrou alta de ruptura em junho, de 19,4% - a segunda maior no ano -, foram os ovos, que acabam substituindo a proteína animal em muitas mesas. Em maio, o índice foi de 17%.

No caso do leite, Munhoz afirma que a ruptura elevada deve se manter até o fim deste trimestre. Entre os motivos, estão estiagem, aumento no custo da ração do gado e do valor do leite no varejo. "Isso afeta também parte dos derivados, como leite condensado, iogurte, queijos, entre outros", afirma.

Já os ovos obedecem a outro fenômeno: "O dólar aumentando, a situação ainda de guerra na Ucrânia, a inflação elevada e o aumento nas tarifas de luz causam efeitos em toda a cadeia de abastecimento. A indústria não consegue sustentar aumentos e precisa repassar parte do custo - com supermercados registrando margens muito apertadas e também não conseguindo segurar o reajuste dos valores. Isso afeta o consumidor final - que passa a buscar mais ofertas, marcas mais baratas, troca proteínas pelas mais em conta", diz Munhoz.

Diferentemente do leite que, no mesmo período do ano passado estava em um patamar parecido de rupturas (em 19,2% frente os 19,4% de agora), os ovos estão 2,4 pontos porcentuais acima do registrado em junho de 2021.

A pandemia de Covid-19 levou grandes e médias indústrias a investirem em processos de inovação para aumentar a competitividade. É o que aponta pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada nesta terça-feira (19). De acordo com o estudo, realizado pelo Instituto FSB Pesquisa, oito em cada dez indústrias inovaram e viram crescer a produtividade e os resultados financeiros.

O levantamento teve por objetivo mapear a percepção de executivos de empresas no Brasil sobre o atual cenário de inovação dentro e fora das principais companhias em atividade no país. Foram entrevistados executivos de 500 indústrias durante o mês de setembro e a amostragem foi controlada por porte das empresas (médias e grandes) e setor de atividade.

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Do total de empresas industriais de médio e grande porte, 88% promoveram alguma inovação durante a pandemia de Covid-19, como forma de buscar soluções para a crise imposta pelo contexto sanitário.

“Dentre o total de empresas ouvidas, 80% registraram ganhos de produtividade, competitividade e lucratividade decorrentes de inovações. Outras 5% tiveram dois desses ganhos e 2%, um ganho. Apenas 1% das indústrias brasileiras inovou e não viu nenhum incremento em seus resultados. Os dados mostram que somente 13% dos executivos entrevistados disseram que suas empresas não inovaram durante a pandemia”, informou a CNI.

O levantamento indica, também, que 51% das indústrias não possuem setor específico voltado para a renovação. Os dados apontam, ainda, que 63% das empresas pesquisadas não têm orçamento reservado para inovação e 65% não dispõem de profissionais exclusivamente dedicados a mudanças.

Dificuldades

Os dados mostram, ainda, que a pandemia trouxe alterações na produção das empresas, com 67% dos entrevistados afirmando que a Covid-19 evidenciou alterações na relação com os trabalhadores; 60% disseram que tiveram alterações nas vendas; 59%, nas relações com clientes; 58%, na gestão; 53%, nas linhas de produção; 51%, na utilização de tecnologias digitais e 44%, na logística.

Segundo a CNI, entre os entrevistados, 79% responderam que foram prejudicadas com a pandemia, com destaque para a Região Nordeste, que concentrou 93% das respostas positivas. E 58% das indústrias disseram que a cadeia de fornecedores foi a mais prejudicada, seguida de vendas (40%) e linhas de produção (23%). 

Ao mesmo tempo, 20% dos executivos disseram que foram pouco ou nada prejudicados pela pandemia. No total, 55% das empresas afirmaram que tiveram aumento no faturamento bruto.

A pesquisa mostrou, ainda, que, para os próximos três anos, as empresas consideram como prioridades ampliar o volume de vendas (49%), produzir com menos custos (49%), produzir com mais eficiência (41%), ampliar a produção (34%) e fabricar novos produtos (27%). Para isso, entre os setores que as indústrias consideram mais importante inovar estão o de relação com o consumidor (36%), setor de processos (35%) e de produção (31%).

O Índice de Confiança da Indústria, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), cresceu 3,4 pontos na passagem de maio para junho deste ano. Com essa, que foi sua segunda alta consecutiva, o indicador atingiu 107,6 pontos, o maior patamar desde fevereiro deste ano (107,9 pontos).

O Índice de Expectativas, que mede a confiança do empresariado da indústria no futuro, subiu 5 pontos e atingiu 104 pontos. Já o Índice Situação Atual (ISA), que mede a percepção sobre as condições do presente, subiu menos: 1,8 ponto e chegou a 111,3 pontos.

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O Nível de Utilização da Capacidade Instalada subiu 1,6 ponto percentual, para 79,4%, maior valor desde janeiro (79,9%).

“A recuperação das economias externas e o avanço do processo de vacinação no país contribuem para o aumento do otimismo das empresas. Apesar disso, é preciso cautela considerando que o setor ainda enfrenta dificuldades ainda com a escassez de insumos, aumento dos custos que incluem a mudança de bandeira para a energia elétrica, podendo ser fatores limitadores para uma recuperação mais robusta no segundo semestre”, afirma a economista da FGV Claudia Perdigão.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senais), ambos em Pernambuco, lançam o Programa Minha Indústria Avançada (MInA), que planeja aproximar as empresas do Estado a tecnologias da Indústria 4.0. O evento oficial será gratuito e transmitido nesta quinta-feira (6), às 19h, pelo canal do Senai-PE no Youtube.

O programa busca aprimorar a produtividade das indústrias trazendo a inovação por meio de tecnologias. A proposta é alcançar todo o setor industrial do Estado em até três anos.

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O projeto prevê a implementação de detectores capazes de medir indicadores de produtividade como quantidade produzida e descartada, e tempo de parada de máquinas, nas linhas de produção. Esses indicadores servirão para avaliar a produtividade, além de outros pontos de gestão e eficiência da empresa.

O uso de tecnologias avançadas e a internet permitiram o desenvolvimento do software. Desenvolvido pelo Instituto Senai de Inovação para Tecnologias da Informação e Comunicação (ISI-TICs), em Pernambuco, o utilitário tecnológico servirá para que especialistas do Senai-PE possam analisar os dados das empresas, e assim garantir as melhorias na produção.

O sistema operacional foi desenvolvido com base em ferramentas do ‘lean manufacturing’, um método de produção em larga escala. As empresas farão investimento inicial de 30% do valor da instalação física e digital, enquanto que o Sebrae se encarregará dos 70% restantes.

Camila Barreto, diretora regional do Senai-PE, enxerga a oportunidade como uma forma de aumentar a visibilidade do setor industrial pernambucano. “O principal objetivo dessa parceria é garantir que o setor produtivo pernambucano esteja inserido nesse novo cenário tecnológico, o que resultará no aumento da produtividade e da competitividade das nossas indústrias, algo essencial nesse contexto que estamos vivenciando”, ela explica, conforme informações da assessoria.

O evento de lançamento terá a presença de Ricardo Essinger, presidente da Federação de Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) e do Conselho Regional do Senai-PE, e de Francisco Saboya, diretor Superintendente do Sebrae-PE. Haverá ainda a palestra de Luciano Coutinho, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com o tema “Inovação e Tecnologia na Indústria 4.0”.

O Porto Digital abre, nesta quarta-feira (24), uma chamada para apoiar a transformação digital de pequenas e médias indústrias das regiões Metropolitana do Recife, Agreste e Sertão do São Francisco. Ao todo, serão escolhidas 30 empresas para participar do processo de transformação digital do programa DigitalPE, iniciativa em conjunto com ABDI, AD Diper, FIEPE, Sebrae, SENAI-PE, Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, SoftexRecife e a Universidade Federal de Pernambuco. As inscrições podem ser feitas on-line pelo link https://oil.portodigital.org/digitalpe até 19 de maio, com participação gratuita no programa.

Ainda nesta quarta-feira, a iniciativa será apresentada em live no YouTube, às 18h, com participação de representantes das entidades envolvidas no DigitalPE. Durante a transmissão, os interessados poderão tirar dúvidas, acompanhar os detalhes do programa e interagir com os principais atores do processo. 

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A ideia do DigitalPE é resolver desafios enfrentados por essas indústrias por meio de soluções inovadoras digitais, com qualificação prática na jornada de transformação digital, suporte de especialistas e conexão direta com a rede de inovação de Pernambuco. Serão executados cinco ciclos, cada um com duração de seis semanas e foco em um tema relevante para a transformação digital das pequenas e médias indústrias de Pernambuco.

Como forma de sensibilização e qualificação inicial, a partir do dia 2 de março, nas terças e quintas-feiras às 18h, o programa vai oferecer palestras de especialistas falando sobre tendências de futuro e cases de sucesso nos temas dos ciclos - Marketing e Vendas; Supply Chain; Pessoas; Manufatura; Gestão Financeira; e Aquisição de Soluções Digitais. As palestras serão abertas às indústrias interessadas em participar, com acesso gratuito via inscrição pelo site do programa. 

O que é inovação aberta

Inovação aberta é um conceito de inovação que propõe a colaboração entre empresas, indivíduos e órgãos públicos na criação de novos produtos e serviços. Ao invés de depender de uma equipe interna de pesquisa e desenvolvimento, na inovação aberta, a proposição e a construção das soluções para os desafios que afligem a organização são feitas por empresas e pessoas especializadas externas - o que garante mais diversidade, reduz o tempo entre desenvolvimento e operação, diminui os custos e gera novos mercados. 

O DigitalPE é uma realização do Porto Digital com uma rede de parceiros composta por SoftexRecife, Sebrae Pernambuco, Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), FIEPE, SENAI-PE, Universidade Federal de Pernambuco e Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, com financiamento da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

*Da assessoria do Porto Digital

 

Administrar um negócio de sucesso exige que os proprietários se mantenham atualizados sobre os desenvolvimentos mais recentes do setor. Isso significa que um empresário precisa estar atento a todas as novidades do mercado. Isso vai fazer com que o sucesso do seu produto esteja garantido.

Em outras palavras, uma empresa de design gráfico, por exemplo, não pode apenas manter seus escritórios equipados com a mais recente tecnologia de design. Ela também ficará de olho nas tendências de design, de cores a espaçamentos e plataformas, ou novas máquinas para impressão 3D.

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Após um ano complicado em decorrência da pandemia do novo coronavírus, empreendedores do mundo todo apostam suas fichas em diversos segmentos. De novas máquinas aos já conhecidos app de apostas. Novidades vão dar a tônica de 2021.

Um exemplo disso são as apostas esportivas, que têm se expandido cada vez mais em diversos países. Nos Estados Unidos, por exemplo, uma revogação federal em 2018 fez com que muitos estados tenham criado legislações própria para permitir as apostas esportivas

Um caso famoso é o da empresa FOX Bet, que atualmente oferece  apostas esportivas no Colorado, Pensilvânia e Nova Jersey. Executivos da empresa já planejam expandir o negócio para outros estados do país.

Apesar de parecer apenas um hobby, as apostas esportivas têm um impacto importante na economia local, já que podem aumentar o consumo e a circulação de pessoas em bares e restaurantes.

Outra tendência que deve ganhar ainda mais força em 2021 são os aplicativos de entrega de alimentos. Esse setor cresceu muito neste ano, já que a pandemia impediu que as pessoas circulassem com maior facilidade.

De acordo com o portal Statista, famoso por reunir estatísticas do mundo empresarial, entre agosto de 2019 e junho de 2020, as empresas e aplicativos especializados na entrega de alimentos cresceram de US $ 1,2 bilhão para US $ 7,2 bilhões.

Com poucos sinais de desaceleração, o setor de entrega de alimentos oferece oportunidades para empreendedores que trabalham no desenvolvimento de aplicativos e design do usuário em sites, plataformas e aplicativos.

Ainda na área tecnológica, o mundo dos games também tende a ser algo importante. O setor eSports ganhou força nos últimos anos com o surgimento de jogos como Fortnite e Counter Strike.

Os jogos de eSports não apresentam queda, muito pelo contrário. A indústria está investindo cada vez mais em jogos e plataformas. Aqueles que trabalham no desenvolvimento de jogos, semelhantes às apostas esportivas, terão amplas oportunidades para crescer.

Aqueles que trabalham com direitos de mídia, organização de eventos, merchandising e publicidade terão um apogeu à medida que a indústria se expande em todo o mundo.

Por último, é importante falar também sobre como o mercado de impressão 3D tende a crescer em 2021. O setor tem buscado novas alternativas para que novas possibilidades com o aparelho possam ser introduzidas no mercado de trabalho, em áreas como design, arquitetura e engenharia.

Embora as impressoras 3D ofereçam soluções imediatas para pequenas empresas que fabricam com baixo volume, um estudo realizado pela empresa Sculpteo prevê que esforços de prova de conceito biomédicos guiarão o mercado de impressão 3D no futuro.

Paralisações temporárias em fábricas pelos Estados Unidos estão se tornando fechamentos permanentes, em um sinal do grande estrago provocado pela pandemia no setor industrial. Fabricantes de louça na Carolina do Norte, de espuma para móveis no Oregon e de tábuas de cortar no Michigan estão entre as empresas fechando fábricas nas últimas semanas. A Caterpillar informou que planeja fechar fábricas na Alemanha, enquanto a fabricante de barcos e motocicletas Polares deve encerrar uma fábrica em Syracuse, Indiana, e a fabricante de pneus Goodyear fechará outra em Gadsden, Alabama.

O setor industrial tem diminuído como parcela da economia dos EUA há décadas. A produção manufatureira superou no ano passado o pico anterior de 2007, mas o emprego nas fábricas nunca retornou aos níveis atingidos antes da crise financeira.

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Os fechamentos recentes sugerem que uma parcela crescente dos empregos perdidos nas últimas semanas não serão temporários, adverte Gabriel Ehrlich, que trabalha com previsões econômicas na Universidade de Michigan. Quanto mais cortes temporários se tornarem permanentes, diz ele, mais forte o impacto sobre o gasto do consumidor e sobre todas as empresas que dependem dele, incluindo as indústrias. "Quanto maior a proporção de demissões permanentes, piores as chances de uma recuperação forte começar a aparecer", disse Ehrlich.

As demissões já varreram quase uma década de ganhos no emprego nas fábricas dos EUA. As fábricas geraram 1,4 milhão de empregos de 2010 até o fim do ano passado, empregando em dezembro um total de 12,9 milhões de pessoas. Mas a força de trabalho no setor caiu a 11,5 milhões, segundo dados oficiais da sexta-feira, incluindo 1,3 milhão de cortes de vagas apenas em abril, incluídas as temporárias.

As indústrias nos últimos anos têm elevado a produção mais rápido que o ritmo das contratações, em parte ao investir em automação. Desde a pandemia de coronavírus, porém, o investimento de capital pelo setor manufatureiro registrou forte queda. Fonte: Dow Jones Newswires.

O número de empresas com contas em atraso continua crescendo no país. A quantidade de pessoas jurídicas negativadas aumentou 3,50% no mês de julho frente ao mesmo período do ano passado. Os dados são de um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

A região sudeste continua registrando o maior número de inadimplência entre as empresas com o avanço de 5,46%. Em seguida aparece a região sul com 3,91% de alta. Já a região nordeste apresenta o menor crescimento no número de pessoas jurídicas com restrições, com aumento de 0,37%.

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A pesquisa também aponta o número de dívidas em atraso. Cerca de 70% do total e pendencias é devida ao setor de serviços, como bancos e financeiras. O comércio representa 17% dos credores devedores, seguido da indústria com 12%.

 

O Estado de São Paulo, maior polo industrial do País, registrou o fechamento de 2.325 indústrias de transformação e extrativas nos primeiros cinco meses do ano. O número é o mais alto para o período na última década e 12% maior que o do ano passado, segundo a Junta Comercial.

O dado indica que a fraca recuperação da economia brasileira após a recessão de 2014 a 2016 continua levando ao encolhimento do setor produtivo, deixando um rastro de fábricas desativadas e desempregados.

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Entre 2014 e 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro acumulou queda de 4,2%, enquanto o da indústria de transformação em todo o País caiu 14,4%. "Significa que a produção caiu bastante e obviamente teve impacto nas empresas, com fechamento de fábricas e demissões", diz o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados.

Em paralelo, foram abertas de janeiro a maio 4.491 indústrias em São Paulo. Tradicionalmente há mais abertura do que baixa de fábricas, mas isso nem sempre é um indicador positivo. Para Mendonça de Barros, independentemente dos números de novas indústrias, a queda do PIB industrial mostra que houve encolhimento da produção e, provavelmente, foram fechadas empresas grandes e médias e abertas unidades de menor porte.

O presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Jaú, Caetano Bianco Neto, afirma que, nos últimos anos, várias empresas consideradas de grande porte para a atividade, com 300 a 400 funcionários, encerraram atividades. "Quando fecha uma grande, muitas vezes surgem outras três ou quatro micro e pequenas fabricantes, algumas inclusive abertas por ex-funcionários, mas com pouca mão de obra", diz Bianco Neto.

O polo calçadista de Jaú, referência nacional na produção de calçados femininos, já empregou 12 mil trabalhadores em meados dos anos 2000. Hoje tem 5 mil funcionários, diz Bianco Neto. Recentemente, ele e dirigentes da indústria de calçados das vizinhas Franca e Birigui entregaram ao governador João Doria (PSDB) um plano de recuperação do setor.

No grupo das que fecharam as portas, há indústrias nacionais e multinacionais. Algumas transferiram filiais para outras unidades da mesma companhia para cortar custos e outras acabaram com a produção, deixando um contingente de desempregados, parte deles sem receber salários e indenizações.

A indústria de autopeças Indebrás, na zona oeste de São Paulo, deixou de operar em abril e colocou na rua 150 funcionários. Com salários atrasados e sem verbas rescisórias, eles ficaram acampados em frente à fábrica por 48 dias. Após acordo na Justiça do Trabalho, a empresa propôs fazer o pagamento em 18 parcelas mensais.

"O receio é que a empresa pague as primeiras parcelas e depois suspenda o pagamento, como já ocorreu em acordos anteriores fechados por outras empresas", diz o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Érlon Souza.

Conjuntura difícil

A situação da indústria paulista se repete em todo o País. Além do encerramento das atividades de empresas de pequeno porte, grandes grupos fecharam unidades consideradas menos produtivas e concentraram a produção em outras mais modernas, quase sempre sem levar a mão de obra.

A fabricante de pneus Pirelli anunciou em maio o fechamento da unidade de Gravataí (RS) e a demissão dos 900 funcionários. A produção de pneus de motos será unificada à de pneus para carros em Campinas (SP) onde serão geradas 300 vagas ao longo de três anos. A empresa alega necessidade de reestruturação "tendo em vista o cenário conjuntural difícil do País".

Entre as empresas que fecharam fábricas este ano estão PepsiCo/Quaker (RS), PepsiCo/Mabel (MS), Kimberly-Clark (RS), Nestlé (RS), Malwee (SC), Britânia (BA) e Paquetá (BA). No ABC paulista, a autopeça Dura informou em janeiro que fecharia a fábrica em maio e demitiria 250 funcionários. Após greve e negociações envolvendo a prefeitura de Rio Grande da Serra e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a medida foi adiada.

Empregados 'abandonados'

José Marques da Silva, 22 anos de casa; Ademir Francisco Santos, 18 anos; Célio Florêncio Nogueira, 13 anos; Nelson Franco de Oliveira, 12 anos; e José Maria da Silva, 4,5 anos, chegaram ao trabalho no dia 28 de janeiro, ocuparam os postos e ligaram as máquinas, com outros 45 funcionários da Lustres Projeto, na zona sul de São Paulo. Após duas horas, descobriram que os donos tinham abandonado o negócio, deixando equipamentos e veículos no local.

Passados mais de cinco meses, suas carteiras de trabalho continuam assinadas, o que os impede de sacar o FGTS, de receber salário-desemprego e de conseguir outro emprego.

"Apareceu um serviço em uma metalúrgica no bairro da Lapa, mas, quando viram a carteira, não quiseram contratar porque não foi dada baixa", afirma Santos, de 59 anos. Ele era torneiro repuxador e levantava todos os dias às 3h40 para chegar ao trabalho às 6h30, pois mora em Francisco Morato. Hoje, sem salário, diz estar "com o nome sujo" por dívidas com o cartão de crédito.

Oliveira, de 55 anos, aguarda a liberação do FGTS para voltar com a família para o Piauí, de onde saiu em 1985 em busca de trabalho. "Minha intenção era ficar, mas agora São Paulo está tão ruim quanto o Piauí; a diferença é que lá o aluguel é mais barato", diz o ex-motorista. Casado e pai de duas meninas, de 4 e 11 anos, ele aproveitou o tempo parado para aprender um novo ofício que vai exercer no Piauí: afiação de alicates de unha.

É fazendo bicos, assim como a mulher, que presta serviços de manicure em casa, que tem conseguido pagar o aluguel, de R$ 800 mensais, e comprar alimentos. Ele vendeu o Corsa 1998, mas diz que a reserva financeira está no fim. "A gente está amarrado aqui há cinco meses; se demorar muito para liberar a carteira, só Deus sabe o que acontecerá."

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, a tradicional fábrica de lustres e luminárias, aberta há 40 anos, foi vendida em 2017 e, desde então, a situação só piorou. "Já não depositavam o FGTS havia dois anos e os novos donos continuaram a não depositar", relata Silva, de 44 anos, o mais antigo funcionário do grupo. Subencarregado de expedição, ele vive com dois filhos, de 5 e 11 anos, e a mulher, que trabalha como auxiliar administrativa e banca os gastos da família.

Um grupo de 27 trabalhadores entrou na Justiça por meio do sindicato para conseguir a baixa da carteira e pelo menos receber o FGTS e o salário-desemprego. "Já tivemos duas audiências e a terceira, marcada para 3 de julho, foi remarcada para 2 de setembro", diz Silva. "Fomos abandonados há cinco meses e ainda teremos de esperar mais dois, sem ter certeza de que os juízes vão nos atender."

O faxineiro José Maria, de 55 anos, mora sozinho na comunidade de Heliópolis e aceita bicos como pedreiro, encanador, eletricista "ou qualquer outra coisa", mas diz que está difícil conseguir serviço. Ele também veio do Piauí há 30 anos e sempre trabalhou na área de limpeza. "Essa é a situação mais difícil que já passei na vida." Ele ajuda nos estudos do filho, de 21 anos, que quer "ver formado".

"Tenho enviado currículos, mas sem carteira liberada ninguém aceita", diz Nogueira, soldador, de 57 anos. Renan de Aquino, empregado por 11 anos, conseguiu a baixa na carteira e recebe salário-desemprego. O dono da Projeto não foi localizado.

Usina fechada abala Sud Mennucci

Anunciado em maio, o encerramento das atividades da Usina Santa Adélia Pioneiros, instalada há mais de 40 anos em Sud Mennucci, interior de São Paulo, já tem impacto na economia local. Produtora de açúcar, etanol e bioenergia, é a única grande indústria e a maior empregadora privada da cidade de 7,7 mil habitantes. Com o fechamento previsto para o fim de 2020 serão extintos 140 empregos na planta industrial e parte dos 500 do canavial.

Segundo o prefeito Julio Cesar Gomes (MDB), apesar do cronograma prever a continuidade das operações em duas safras, a produção de açúcar já foi encerrada. "Eles continuam produzindo etanol e bioenergia, mas já houve redução de mão de obra." As operações serão transferidas para a usina de Pereira Barreto, a 50 km de distância. Empresas terceirizadas que atuavam no transporte de cana foram dispensadas.

Gomes prevê impacto "monstruoso" na economia local. "Vamos ter uma perda significativa nos repasses de ICMS pelo Estado, incidente sobre a produção direta da usina, e também no ISS que as terceirizadas e oficinas pagam ao município."

O comércio também será afetado. "Mesmo que parte dos funcionários seja reaproveitada em Pereira Barreto, muitos vão passar a consumir lá. Já perdemos a oficina que fazia a manutenção da frota", diz Gomes.

O prefeito e lideranças da Câmara tentaram reverter o fechamento, mas não conseguiram. "Eles apontam a crise que afeta a economia e o setor sucroalcooleiro, mas garantiram que vão transferir parte dos funcionários. Também prometeram manter trabalhadores rurais, pois o cultivo da cana será mantido. Tenho dúvida, pois aos menos três fazendas arrendadas para o plantio foram devolvidas."

Gomes busca um plano B para evitar o colapso da economia. "Conseguimos incluir Sud Mennucci na relação de Municípios de Interesse Turístico do Estado e apostamos no turismo, pois estamos na beira de um Rio Tietê totalmente limpo, com belas prainhas. Um frigorífico que estava parado havia 15 anos está reabrindo e deve absorver 50 empregados. Também há investimentos na citricultura, o que implicará mais empregos no meio rural."

A Santa Adélia também tem usina em Jaboticabal, onde fica sua sede. O grupo atua no setor desde 1937 e foi um dos primeiros a aderir ao Proálcool nos anos 70. Em nota, informa que unificará a produção do polo noroeste em Pereira Barreto, "focada na melhoria da produtividade e eficiência operacional". Segundo a empresa, o volume de moagem na região será mantido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As bolsas europeias fecharam em queda nesta segunda-feira, 17, influenciadas pelas visões mais cautelosas sobre a trajetória do crescimento econômico do mundo. Além disso, o petróleo operou em baixa, o que tende a pressionar empresas do setor. Nesse quadro, investidores acompanharam ainda o noticiário sobre o processo de saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit, e também a questão orçamentária da Itália.

O índice pan-europeu fechou em baixa de 1,14%, em 343,26 pontos.

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No domingo, o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), alertou que haverá mais momentos de volatilidade nos próximos meses, diante da expectativa de desaceleração global. A notícia se somou a outras revisões para baixo recentes nas projeções de crescimento do mundo, que têm provocado mais cautela nos mercados internacionais em várias das recentes sessões.

O analista Joshua Mahony, da corretora IG, advertiu que havia também eventos importantes para justificar a cautela no início desta semana, como a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), na quarta-feira. Outros bancos centrais se pronunciam na semana, entre eles o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), que anuncia decisão de política monetária na quinta-feira.

No Reino Unido, um alerta da Asos de que seus resultados devem ser piores do que o antes projetado pesou sobre o setor de varejo. Na frente política, a premiê Theresa May informou que pretende votar seu acordo com a UE no Brexit na terceira semana de janeiro, rechaçando a pressão oposicionista por um voto antes do Natal, para que haja mais tempo para se pensar em um "plano B", caso a alternativa até agora disponível seja rejeitada. A primeira-ministra insiste que esse é o único acordo disponível e alerta para os riscos econômicos de uma saída sem acordo.

Já na Itália, relatos de que pode haver um acordo orçamentário com a UE ajudaram os mercados locais, apoiando o preço do bônus da dívida italiana. Ainda assim, o mau humor geral nas praças europeias não poupou Milão.

Na agenda de indicadores, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro subiu 1,9% em novembro, na comparação anual, desacelerando da alta de 2,2% de outubro e na mínima desde maio. Analistas previam alta de 2,0%.

Na bolsa de Londres, o índice FTSE-100 fechou em queda de 1,05%, em 6.773,24 pontos. A varejista Asos recuou 37,55%. No setor de energia, a petroleira BP caiu 0,80%. Já entre as mineradoras, Antofagasta e Glencore subiram 2,31% e 1,14%, respectivamente. Barclays caiu 3,53%.

Em Frankfurt, o índice DAX recuou 0,86%, a 10.772,20 pontos. Entre os papéis mais negociados, Deutsche Bank caiu 2,40% e Aroundtown, 0,87%, mas Deutsche Telekom avançou 0,73%. No setor de energia, E.ON teve queda de 2,83%, e no bancário Commerzbank registrou recuo de 4,19%.

Na bolsa de Paris, o índice CAC-40 fechou em baixa de 1,11%, em 4.799,87 pontos. BNP Paribas caiu 2,44% e Société Générale, 2,76%, entre os bancos franceses. A petroleira Total recuou 0,99% e a montadora Peugeot, 0,74%.

O índice FTSE-MIB, da bolsa de Milão, registrou queda de 1,15%, a 18.693,45 pontos. Os bancos italianos se saíram mal, como Banca Carige (-6,25%), Intesa Sanpaolo (-2,04%) e BPM (-2,69%). A petroleira ENI caiu 1,33%, mas Mediaset, na contramão da maioria, subiu 2,05%.

Na bolsa de Madri, o índice IBEX-35 caiu 0,83%, a 8.812,50 pontos. Santander fechou em queda de 0,80% e Banco de Sabadell teve baixa de 1,38%, enquanto Iberdrola avançou 0,97%.

Em Lisboa, o índice PSI-20 recuou 1,52%, a 4.730,62 pontos. (Com informações da Dow Jones Newswires)

O setor de industrias é o que mais contrata jovens que estão iniciando a carreira profissional, em Guarulhos. O programa Jovem Aprendiz estabelece 46% das vagas direcionadas a essa categoria. Segundo a organização Ensino Social Profissionalizante (Espro), a cidade registrou a contratação de 50 jovens no primeiro quadrimestre deste ano.

“O programa tem sido uma grande ferramenta para os jovens conseguirem uma inserção no mundo do trabalho apesar da crise econômica que o Brasil vive, além do aumento da fiscalização por parte da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego para que a legislação seja cumprida na Grande São Paulo”, esclarece o superintendente da instituição, Paulo Vieira.

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Outras vagas de ocupação que contam com os 46% são destinadas à Jovens Aprendiz. Os cargos nas áreas de construção civil, logística e saúde são responsáveis por 19%. Já os bancos, comércio e serviços representam 35%.

Nos primeiros quatro meses deste ano, a contratação de jovens Aprendizes teve um aumento de 19% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com Vieira, o crescimento ocorre em função de um processo de conscientização das empresas que estão aumentando suas cotas destinadas ao programa. “Notamos, neste período, um crescimento da conscientização das empresas. Ao aderir à Aprendizagem, as empresas ganham sobretudo um retorno positivo em imagem, sustentabilidade e marketing, pois podem ser reconhecidas por promover uma transformação social para estes jovens, suas famílias e comunidades”, concluiu.

(Por Tiago Felippe)

A produção industrial brasileira acumula queda de 8,7% nos últimos 12 meses até janeiro. É o maior recuo desde novembro de 2009, de acordo com dados da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Brasil (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Embora em janeiro tenha ocorrido um leve crescimento de 0,4% em relação a dezembro de 2015 - interrompendo um ciclo de sete meses seguidos de quedas -, não há esperanças de uma recuperação consistente para o ano. Com isso, a expectativa de analistas é que prossigam o fechamento de empresas em diversos segmentos da economia e as demissões de trabalhadores.

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Na opinião de Pedro Wongtschowski, presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), entidade que reúne vários dos maiores industriais do País, "o cenário da indústria para os próximos dois anos depende muito do que vai ocorrer com a economia" ao longo do ano.

Estudo recente do Iedi constata que a indústria brasileira teve o pior desempenho entre as principais economias globais no quarto trimestre de 2015.

A produção nacional recuou 12,4% na comparação com igual período do ano anterior, desempenho muito inferior ao da produção mundial, que registrou crescimento de 1,9%.

A produção da Rússia, país que também passa por grave crise econômica, teve queda de 5,7% no quarto trimestre. No Chile, houve recuo de 1,5%, e na Argentina de 0,9%. O México apresentou crescimento de 2,2%. Na América Latina como um todo, a queda foi de 4%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após processo de recuperação judicial mal sucedido, a Mabe, fabricante de linha branca, pediu falência em fevereiro e fechou as fábricas de geladeiras Continental em Hortolândia e de fogões Dako em Campinas, ambas no interior de São Paulo. Os 2 mil funcionários estão com salários atrasados desde dezembro e também não receberam as rescisões. Há mais de um mês, um grupo deles ocupa as fábricas.

"Só vamos sair se a massa falida (a Capital Administradora) pagar todos os direitos ou retomar a produção com o efetivo completo", diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Sidalino Orsi Júnior. Só a dívida trabalhista soma R$ 19 milhões.

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A Capital pretende retomar a produção, mas só com 500 funcionários. A Justiça determinou a desocupação da fábrica de Hortolândia e a qualquer momento a Polícia pode entrar no local para retirar os trabalhadores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os 770 trabalhadores da Metalúrgica de Tubos de Precisão (MTP), fechada há pouco mais de um ano em Guarulhos (SP) ainda esperam pelo pagamento integral dos salários, diz o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Josinaldo José de Barros. "A empresa estava pagando em parcelas, mas parou."

A MTP fornecia peças para fabricantes de automóveis e de motocicletas, segmentos cujas vendas despencaram. Barros, contudo, também credita o fechamento "a problemas de gestão". A empresa está na cidade há pelo menos 50 anos e já passou por vários proprietários.

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A gigante no ramo de autopeças Delphi fechou duas fábricas no ano passado, em Mococa (SP) e Itabirito (MG), e este ano encerra a transferência da unidade de Cotia (SP) para Piracicaba (SP).

Ao todo, 1,7 mil trabalhadores perderam o emprego. O grupo ainda tem 11 unidades fabris no País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quando a Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial da Proema, fabricante de autopeças, a fábrica de Diadema e uma de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, já estavam fechadas. O grupo tinha entre os clientes a Fiat, GM, Honda e Mercedes-Benz.

Faturava R$ 500 milhões por ano, mas desde 2014 as encomendas caíram mais de 50%. Os 750 funcionários foram demitidos sem receber as rescisões. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, a dívida salarial soma R$ 35 milhões. O diretor da Proema não foi localizado.

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A Maxion, que produz rodas automotivas em Guarulhos (SP) há 57 anos, vai desativar a linha produtiva até o fim do ano. A fábrica já empregou 3 mil pessoas, informa o Sindicato dos Metalúrgicos, e hoje tem 500.

A entidade negocia um pacote salarial para as demissões. A empresa alega que vai transferir apenas algumas linhas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A crise que paralisa a economia brasileira deixa um rastro de empresas desativadas. Só no Estado de São Paulo, 4.451 indústrias de transformação fecharam as portas no ano passado, número 24% superior ao de 2014, quando 3.584 fabricantes deixaram de operar, segundo a Junta Comercial.

O quadro se estende por todo o País, formando um cemitério de fábricas de variados setores, muitas delas fechadas definitivamente, algumas em busca de alternativas para voltar a operar e outras à espera de compradores.

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Muitos trabalhadores demitidos não receberam salários e rescisões. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre novembro e janeiro, a indústria brasileira fechou 1,131 milhão de vagas, número recorde para um trimestre.

"As fábricas fechadas e os empregos perdidos viraram pó; não há como reverter esse quadro nos próximos anos", diz Fabio Silveira, diretor de pesquisas econômicas da consultoria GO Associados.

Algumas das fabricantes foram líderes em seus segmentos, mas não resistiram à queda da demanda e aos altos custos de impostos, energia, juros elevados e à falta de investimentos que secaram, em parte, em razão da queda da confiança no País, somado a erros administrativos e estratégicos.

A desativação de indústrias segue em níveis alarmantes neste ano. Um exemplo é o da cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo, onde, só na semana passada, ocorreram anúncios de encerramento de atividades produtivas das metalúrgicas Eaton, Maxion e Randon.

"O mercado de implementos rodoviários teve retração de 50% e não há perspectivas de mudança de cenário no curto prazo", informa Daniel Ely, diretor de Recursos Humanos da Randon, que atualmente emprega 130 pessoas, mas já teve mais de mil, segundo o sindicato local. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os setores da indústria brasileira que compram aço como matéria-prima para seus produtos foram surpreendidos pelo anúncio da intenção do governo de elevar a alíquota de importação do insumo, de uma faixa que vai de 8% a 14% para algo entre 15% a 20%. Diante disso, 12 entidades nacionais se reuniram na manhã desta quarta-feira, 25, para discutir a medida e planejar uma ação para impedi-la.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastorza, disse na sede da entidade, em São Paulo, que soube da intenção do governo pela imprensa e imediatamente ligou para o ministro do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior, Armando Monteiro, na quinta-feira passada. O ministro disse a ele que nada estava decidido, mas que tudo seria definido em oito dias, ou seja, até a próxima sexta-feira.

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Com pouco tempo hábil para pressionar o governo contra o aumento, Pastoriza mandou uma carta para a presidente Dilma Rousseff, na qual faz críticas à medida. Em seguida, enviou a carta a outros ministros da área econômica e para lideranças de outras entidades de indústrias que consomem aço. Pastoriza recomendou às entidades que façam suas próprias cartas e as divulguem.

O presidente da Abimaq afirmou também que, como o governo pretende resolver esta questão nesta semana, não terá tempo para marcar reuniões com os ministros, que precisam de mais antecedência para marcar encontros. A saída encontrada por ele e pelas demais entidades foi convocar uma coletiva de imprensa para manifestar a insatisfação com o aumento da alíquota. Eles criticam a medida porque teriam de pagar mais caro pelo aço que importam, justamente em um ano de crise econômica.

Do dia 7 de julho a dia 24 de novembro, a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) vai realizar o Programa de Desenvolvimento de Pessoas, com o objetivo de ajudar as organizações na retenção de talentos. Será oferecida uma capacitação para os participantes, que poderão ampliar a formação qualificada para atividades relacionadas à gestão humana, bem como será possível desenvolver estratégias competitivas, reconhecer a importância do planejamento e alinhar o processo de recrutamento e seleção às estratégias organizacionais.

A qualificação será ofertada em cinco módulos, baseados no conhecimento de técnicas e ferramentas focadas nas tendências do mercado. As instruções abordarão liderança, diretrizes e desafios nas organizações; gerenciamento de pessoas; mecanismo de retenção de talentos na empresa - engajamento; entrevista e seleção por competência e administração de pessoal. O público-alvo são gestores, empresários, empreendedores e consultores de negócios, responsáveis pelo desempenho de sua organização, unidade de negócio ou departamento.

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Os interessados podem se inscrever pela internet ou pelo telefone (81) 3412-8400. As aulas acontecem durante quatro dias de cada mês, na sede da Fiepe, na Casa da Indústria, no bairro de Santo Amaro, no Recife. Também será oferecida a capacitação na Unidade Regional Agreste, em Caruaru. 

Em reunião realizada na manhã desta sexta-feira (26), o Conselho Estadual de Políticas Industrial, Comercial e de Serviços (Condic) confirmou que Pernambuco receberá R$ 95,9 milhões em projetos destinados às indústrias. No total, 35 projetos foram aprovados, divididos em 22 indústrias, dez importadoras e três centrais de distribuição. Dos quase R$ 100 milhões injetados na indústria do Estado, mais de R$ 51 milhões serão destinados aos municípios do Interior e o restante (R$  44,2 milhões) para a Região Metropolitana do Recife.

O encontro do Conselho – que visa analisar projetos de concessão de incentivos fiscais de empreendedores interessados em instalar ou expandir atividades em Pernambuco – foi o segundo de 2015; outros dois serão realizados em setembro e dezembro. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, os investimentos gerarão 825 postos de trabalho. Quinze municípios serão contemplados com o dinheiro: Recife, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Igarassu, Vitória de Santo Antão, Timbaúba, Sirinhaém, Goiana, Caruaru, Pombos, Bezerros, Escada, Agrestina e Arcoverde. 

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Secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Thiago Norões disse que o mais relevante nos investimentos é a quantia destinada ao interior do Estado. “Na segunda reunião de anúncio de investimentos atraídos pelos incentivos fiscais no Prodepe (Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco) este ano, nós mantivemos os valores projetados na primeira reunião de 2015 e tivemos um acréscimo no número de projetos. Desta forma, conseguimos capitanear outros R$ 100 milhões em investimentos com expectativa de geração de mais 800 empregos. O mais importante disso é que, do total de investimentos, cerca de 55% seguirão para o interior enquanto 45% ficarão na RMR”.

Os três maiores empregadores no Estado foram a Bol Indústria de Alimentos (104 empregos), CP Indústria e Comércio de Móveis (102) e FML Tecnologia Eletrônica (72). Já os que mais investiram forma a SEB do Brasil (mais de R$ 23 milhões), Vidfarma Indústria de Medicamentos (R$ 15 mi) e Euroflex Indústria e Comércio de Colchões (quase R$ 14 mi). 

Empresas do segmento industrial interessadas em combater o desperdício de energia e reduzir o consumo têm até sexta-feira (19) para se inscrever no Programa de Eficiência Energética. A seleção será feita pelo Grupo Neoenergia, por meio da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), que disponibilizará R$ 1 milhão para os ganhadores.

As empresas devem apresentar projetos de eficiência energética da tipologia industrial no site www.celpe.com.br. Este instrumento facilita a escolha dos projetos contemplados pelo Programa, além de torná-lo mais transparente e democrático. 

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