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Durante a 2ª fase da Operação Mar Aberto, que investiga o envolvimento da Família Pinteiro com lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, a Polícia Civil apreendeu helicópteros, um iate e carros de luxo, nessa quinta-feira (29). O esquema criminoso, que segundo a PC era comandado por José Pinteiro da Costa Neto, envolvia oito familiares, dentre eles a esposa e o filho, José Pinteiro Jr., conhecido como DJ Jopin.

Nesta fase, 13 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Recife, São Paulo e Paraíba. Nos locais de busca foram encontrados dois helicópteros, seis carros de luxo, uma Ferrari - que estava sendo desmontada no momento da autuação-, além do maior iate do Nordeste - avaliado em cerca de R$ 15 milhões. Também foi realizada uma busca nas celas dos presos, onde foram apreendidos celulares e 'quantia considerável em dinheiro', de acordo com delegado Jean Rockfeller.

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As investigações iniciaram em dezembro de 2017, após uma movimentação suspeita de dinheiro envolvendo 11 empresas relacionadas à família. Além de uma alta quantia em dinheiro, 29 veículos (um desmontado), seis embarcações, 15 imóveis e joias já foram recuperados. A PC prossegue com as investigações.

A Família Pinteiro protagonizou as apreensões da Operação Mar Aberto, deflagrada nessa quinta-feira (9), na Região Metropolitana do Recife, São Paulo e Paraíba. A ação da Polícia Civil (PC), em parceria com a Secretaria da Fazenda de Pernambuco (Sefaz) e Procuradoria Geral do Estado (PGE) revelou o esquema criminoso que sonegou cerca de R$ 65 milhões através de 11 empresas do setor náutico e de eventos, relacionadas à seis integrantes da família. Após esta fase, a Sefaz pretende devolver a quantia sonegada aos cobres públicos do Estado e da União, enquanto a PC dá seguimento as investigações.

Junto com oito suspeitos, o líder da organização José Pinteiro da Costa Neto - que possui 77 execuções fiscais - é acusado de sonegação de imposto, crime organizado, lavagem de dinheiro e está preso preventivamente. Até o momento, 22 veículos - de um total de 34 -, 4 embarcações, 15 imóveis e joias foram confiscados. Um helicóptero sem registro de plano de voo está sendo procurado.

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Embora a fatura do cartão de crédito do empresário fosse de aproximadamente R$ 8 mil, ele não possui conta bancária e utilizava os familiares e sócios para realizar depósitos entre as contas das empresas, o que representa o distanciamento e a ocultação tributária característica da lavagem de dinheiro. "Essa operação de ontem tem um simbolismo importante, por que a quantidade de bens confiscados vai garantir retorno aos cofres públicos e ao povo pernambucano", declarou a titular da Delegacia de Crimes contra a Ordem Tributária Priscila Von Sohsten.

As 11 empresas investigadas estavam alocadas no mesmo endereço e tinham 33 funcionários registrados, em apenas três delas. Embora não figurasse como proprietário de todas, o suspeito mantinha relação próxima ou de sociedade com os empreendimentos para burlar a fiscalização. Outro envolvido é Rômulo Tavares Ramos, que atuava como operador financeiro da organização e chegou a falsificar a assinatura da procuração de Júlio Machado, um dos sócios de José Pinteiro, morto desde 2009.

Com autos de infração desde 2012 por dívidas tributárias das empresas de fachada, as investigações iniciaram em 2016 com a movimentação suspeita de R$ 358 milhões e a percepção da evolução patrimonial incompatível com o rendimento da família, pelo Sefaz. Além do patriarca José Pinteiro da Costa Neto, cinco parentes estão envolvidos, são eles: a esposa Andrea Bandeira de Melo Pinteiro; o filho José Pinteiro da Costa Junior, conhecido como DJ Jopin; a filha Victoria Bandeira de Melo Pinteiro; o sobrinho Aníbal Teixeira de Vasconcelos Pinteiro; a cunhada Adriana Vieira Bandeira de Melo. Fora do ciclo familiar, integravam o esquema: Romulo Robérico Tavares Ramos e os laranjas Patrícia de Lima Oliveira -esposa de Rômulo- e Matheus Felipe Fonseca do Nascimento.

Com informação da assessoria

O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima afirma que o julgamento, desta quarta-feira (13), do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre envio dos processos de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro atrelado a casos de caixa 2 para a Justiça Eleitoral, por competência absoluta, pode representar a destruição de todo trabalho da Operação Lava Jato - que completa 5 anos no domingo.

"Corremos o risco não só para o futuro das investigações da Lava Jato, mas para tudo o que ela vez até hoje. É delicado. É quase inacreditável que haja uma intenção real de se tomar essa decisão. Porque podem jogar cinco anos no lixo, por uma questão técnica sem relevância."

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Em entrevista ao Estadão, Carlos Lima disse que se o STF decidir pela competência exclusiva da Justiça Eleitoral para julgar casos em que crimes comuns estiverem atrelados a crimes eleitorais, todos os condenados até aqui na Lava Jato - foram 159 - podem ter seus processos anulados, inclusive o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A Lava Jato está em um momento crítico com essa votação no STF da competência da Justiça Eleitoral para julgar os casos de crimes comuns atrelados a caixa 2?

SANTOS LIMA - É um momento delicado, porque depois de quatro anos uma questão que deveria ter sido colocada lá no começo e que tem uma consequência que não estão falando. Não estamos tratando se vai ser distribuído os depoimentos da Odebrecht para a Justiça Eleitoral ou as novas investigações. Tecnicamente, o que estão dizendo, se reconhecerem (a competência exclusiva da área eleitoral), os advogados podem anular, porque seria de competência absoluta. Conexão é a conveniência de se investigar e de se julgar junto. Mas nunca foi uma necessidade. Se o STF mandar tudo ser enviado para a Justiça Eleitoral, por que não vão anular a condenação do Lula? Do Eduardo Cunha? A condenação do caso triplex não é só pelo triplex, é um dinheiro de corrupção encaminhado também para o Partido dos Trabalhadores. Então, também tem uma questão eleitoral.

Corremos o risco não só para o futuro das investigações da Lava Jato, mas para tudo o que ela vez até hoje. É delicado. É quase inacreditável que haja uma intenção real de se tomar essa decisão. Porque podem jogar cinco anos no lixo, por uma questão técnica sem relevância.

O segundo problema é que a Justiça Eleitoral não funciona. É uma justiça emprestada, porque ela é federal, mas usa as estruturas da Justiça Estadual. O caso da Dilma/Temer foi paradigmático: não importa as provas. Ali foi um caso de absolvição por excesso de provas. Havia provas suficientes, o ministro Herman Benjamin foi muito feliz na exposição dele. Aí vem o Gilmar (Mendes, ministro do STF) e faz o que sempre faz: 'façam o que eu quero'. Como é um tribunal misto, com gente vindo da advocacia, com muita força política nessas nomeações, as coisas não funcionam.

Às vezes eu me espanto que alguns... você pode viver no mundo etéreo das normas, mas se você pensar nas consequências e na realidade da Justiça Eleitoral, eu não consigo imaginar que eles (STF) tomem essa decisão. Eu entendo o ministro Marco Aurélio Mello, o Dias Toffoli, o Gilmar Mendes, o Ricardo Lewandowski. Mas o restante (dos ministros), eu não consigo compreender.

Por que agora esse debate sobre envio dos processos à Justiça Eleitoral, se desde 2015 se tem provas de conexão dos crimes de corrupção e lavagem com caixa 2 eleitoral?

É que alguns julgadores da Segunda Turma do Supremo descobriram isso nesse momento de dividir os processos. Ao invés de voltar para quem fez o acordo, começaram a levantar a questão de que tem suspeita eleitoral e mandar para a Justiça Eleitoral. Fez-se a luz lá em alguma mente lá como uma saída para essa questão. Não tem sentido. Estamos subordinando combate à corrupção, lavagem de dinheiro a um crime menor, que é o crime de falsidade ideológica em prestação de contas.

O certo é a posição da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e já havia jurisprudência, de dividir o que é da Justiça Eleitoral e mandar para ela e o resto corre na Justiça comum. A justiça comum é o poder judicial propriamente dito. Essa é a estrutura do Poder Judiciário, composto por pessoas dedicadas somente àquilo: os procuradores criminais são procuradores naquele investigação, não são emprestados.

As consequências serão incontroláveis.

Não fica ofensivo para os desembargadores dos TREs, tanto federal como estadual, essa suspeita de que eles não darão conta?

Não tenho que ficar agradando ninguém. Há tempos que tenho falado que a questão é mais profunda que mudar as leis penais e processuais. Precisamos mudar a forma pelo qual temos um sistema eleitoral criminógeno. Por que ele precisa de tanto dinheiro? E falava também que precisávamos implementar uma Justiça Eleitoral que funcionasse. Para mim, então, a crítica à Justiça Eleitoral não surge agora, nesse episódio. Não estou falando mal de ninguém especificamente. Ela é uma justiça feita pelos políticos, para julgar políticos, segundo critérios políticos. Quero uma justiça que seja composta por juízes e procuradores para julgar as eleições.

A Raquel Dodge defende a competência 'bipartida'?

Eu também defendo isso. Que fique com a Justiça Eleitoral o crime menor de caixa 2 eleitoral, que nunca dá nada e prescreve.

Nesses cinco anos de Lava Jato várias foram as investidas para se esvaziar as investigações. Dessa vez, há algo mais preocupante?

Eu brinco com o Deltan (Dallagnol, coordenador da força-tarefa) sempre a respeito disso, que ele vai ser aquele pastor que grita 'é o lobo, é o lobo!' Todas as vezes era o lobo. No julgamento da execução da pena em segundo grau (no STF, em 2016 e 2017) teríamos um prejuízo grande, porque não poderíamos executar a pena, o sistema ficaria mais ineficiente. Mas continuaria a ter as pessoas condenadas, os julgamentos e os recursos encaminhados. Poderia levar anos, mas haveria julgamento.

Agora não, corremos o risco de tudo o que foi feito na Lava Jato ser destruído. Boa parte dos crimes, se for eleitoral, estaria prescrito. Estamos tendo conexão com fatos prescritos, fatos antigos. Se não estão prescritos em abstrato, como dizemos, estão prescritos em concreto, com as penas que venham a ser dadas.

Isso só existe porque é o interesse. Não é uma questão meramente jurídica, constitucional. Existe um grande interesse. E talvez seja uma das últimas grande tentativas que eles vão ter. Essa e o julgamento da execução da pena em segunda instância que volta em abril.

Minha esperança é que ainda seja 7 votos a 4. Os quatro que têm um visão contra a Lava Jato historicamente (Gilmar, Lewandowski, Toffoli e Marco Aurélio). Mas não vejo que o STF possa assumir o preço. Qualquer julgamento tem que ter um pé na realidade. O preço desse julgamento desta quarta-feira, 13, é a destruição de tudo que foi feito. Se eles disserem que a competência é absoluta e é da Justiça Eleitoral, eles anulam todos os feitos. Anula tudo. Pode ser que não anule amanhã, mas depois da decisão vários pedidos serão feitos, habeas corpus.

Se era para decidir isso, era para decidir lá no começo da Lava Jato.

Já havia sido provocado?

A alegação de que é dinheiro de campanha é uma das mais antigas técnicas de defesa que eu conheço. Tivemos mais de 200 habeas corpus. Já vi casos que alegavam isso e mostravam que cindia. A interpretação era que haveria a cisão. O problema do STF e da Justiça brasileira é que permitem essa reabertura, da reabertura, da reabertura (dos casos). Decidem quatro vezes e ninguém está contente, veja o caso da execução da pena em segunda instância.

A Suprema Corte pode até reclamar que nós podemos ser um pouco agressivos. Mas é o Supremo que está se colocando nessa posição. Eles que estão renovando e renovando... É uma crítica que faço desde antes da Lava Jato.

O Poder Judiciário está chegando em um momento em que está em uma crise de finalidade. Ele precisa resolver problemas, precisa entregar a solução. Ele não consegue mais na área cível e na área criminal resolver o problema e entregar. A maioria das pessoas não espera mais uma decisão justa, espera uma decisão. Para que eu possa recorrer. Mas se passa dez, vinte anos sem decisão. Não tem justiça que funcione assim. Mesmo que você ganhe, no final das contas você já perdeu, porque se passaram muitos anos.

Muitos acham que o MPF está extrapolando suas funções ao cobrar atenção à votação no STF...

Não vejo nenhuma ilegitimidade de qualquer cidadão de fazer uma crítica do serviço público. Eles (Judiciário) são serviço público, os ministros do Supremo são servidores, que têm uma série de restrições: têm quer dar decisões motivadas e tal. E se o serviço não funciona, temos o direito de criticar. Nem institucionalmente, os advogados vão lá se manifestar.

Cada vez mais nos aproximamos de um modelo de escritório de advocacia. Se temos um ponto de vista temos que defende-lo. Porque senão o outro lado vai colocar seu ponto de vista e vai fazer ele prevalecer. A imprensa é um canal onde se estabelece esse contraditório de opiniões. Sempre brinco que todo mundo vai sempre dizer que a denúncia do ex-presidente Fernando Collor pelo ex-procurador-geral Aristides Junqueira era inepta. É o hábito de não ler, não saber, ouvir falar e repetir. Porque foi a versão da época, ninguém aparecer para se defender. Pode não ser a melhor denúncia do mundo, mas não era inepta.

Nos Estados Unidos, cada decisão que o Supremo toma é esmiuçada, ela é criticada. Não é uma questão pessoal. Aqui não, vale porque é um ministro do Supremo.

O Supremo Tribunal Federal (STF) julga, nesta quarta-feira (13), ação que pode ter impacto direto em nomes fortes da política nacional que são alvo de investigação da Operação Lava Jato. Entre os 21 agentes políticos, os ex-presidentes Michel Temer e Dilma Rousseff (PT), os ex-ministros Eliseu Padilha (MDB), Moreira Franco (MDB) e Guido Mantega (PT), além de parlamentares de legislaturas passadas e da atual, como Aécio Neves (PSDB-MG), José Serra (PSDB-SP) e Marcos Pereira (PRB-SP).

O julgamento define se crimes como caixa dois eleitoral e corrupção devem ser julgados pela Justiça Eleitoral ou pela Federal. Em geral, punições para crimes eleitorais são mais leves do que as de crimes comuns. Por isso, a eventual mudança é vista como crucial para o futuro da Lava Jato, que já condenou 159 réus em cinco anos.

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Integrantes da operação afirmam que essa mudança poderia reduzir o alcance da Lava Jato e prejudicar as investigações. Para eles, a Justiça Eleitoral não tem a mesma capacidade de investigar que a Justiça Federal.

Na Segunda Turma do STF, composta por Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux Marco Aurélio Mello e Rosa Weber, tem prevalecido o entendimento de que os casos devem ser julgados pela Justiça Eleitoral, para onde foram encaminhados processos de pelo menos 21 políticos. Com a votação desta quarta, o objetivo é uniformizar os julgamentos.

Na Primeira Turma, formada por Cármen Lúcia, Celso de Mello, Edson Fachin, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, os ministros entendem que esse tipo de caso deve ser avaliado pela Justiça Federal.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) defende que a investigação pode ser dividida: crimes comuns ficam na Justiça Federal e caixa dois, na Eleitoral. O Ministério Público argumenta que os crimes fiquem na Justiça Federal.

Em um julgamento considerado pelo Ministério Público como vital à Lava Jato, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta quarta-feira, 13, se mantém o entendimento que baseou o envio de diversos casos de corrupção e lavagem de dinheiro para a Justiça Eleitoral. Entre eles, investigações que envolvem os ex-presidentes Michel Temer e Dilma Rousseff.

A tese que vigorou até agora foi firmada pela Segunda Turma da Corte. Considera que quando houver suspeita de caixa 2, mesmo se houver indícios de outros crimes - como corrupção e lavagem -, é a Justiça Eleitoral, e não a Justiça comum, a instância responsável por julgar as ações.

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Com base nesse entendimento, ao menos 21 agentes políticos já tiveram inquéritos ou citações em delações envolvendo corrupção remetidos para a Justiça Eleitoral. Além de Dilma e Temer, casos envolvendo os senadores José Serra (PSDB-SP) e Antonio Anastasia (PSDB-MG), os deputados federais Aécio Neves (PSDB-MG) e Marcos Pereira (PRB-SP) e ex-ministros como Eliseu Padilha (MDB), Antonio Palocci e Guido Mantega (PT) tiveram o mesmo destino.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) e procuradores da Lava Jato defendem a divisão da investigação - que a Justiça Federal julgue os crimes comuns, como corrupção e lavagem, e a Eleitoral julgue os delitos relacionados ao caixa 2.

O principal argumento é o de que a Justiça Eleitoral não tem a estrutura adequada para processar crimes complexos como corrupção e lavagem.

O mesmo entendimento é defendido pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, responsável por julgar os casos da Lava Jato na primeira instância até o ano passado. "A Justiça Eleitoral, apesar de seus méritos, não está estruturada adequadamente, com magistrados temporários, para processar e julgar crimes complexos de corrupção e lavagem de dinheiro", afirmou Moro à reportagem. Ele propõe, em seu pacote anticorrupção enviado no mês passado ao Congresso, limitar a competência da Justiça Eleitoral para crimes eleitorais. Na prática, se aprovado, o projeto faria que os casos fossem julgados separadamente.

Eduardo Paes

O julgamento desta quarta, que consolidará o entendimento do STF, diz respeito a um inquérito envolvendo o ex-prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (DEM) e o deputado federal Pedro Paulo (MDB). Os ministros deverão decidir o destino do caso, que apura caixa 2, lavagem de dinheiro e recebimento de propina da Odebrecht.

Dos 11 ministros do Supremo, cinco já votaram em ocasiões anteriores a favor de que crimes conexos aos eleitorais devem ser julgados na Justiça Eleitoral - Gilmar Mendes, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Marco Aurélio Mello. Outros dois já se manifestaram no sentido contrário - Edson Fachin e Luís Roberto Barroso.

"Caso o STF entenda que o julgamento de crimes complexos como corrupção e lavagem de dinheiro devem ir para a Justiça Eleitoral, estará nas mãos dos criminosos a possibilidade de apagar o que a Lava Jato fez perante a Justiça Federal e o que poderia ainda fazer", disse o procurador da República Júlio Noronha, integrante da força-tarefa da Lava Jato no Paraná.

Nesta terça-feira, 12, Marco Aurélio chamou de "extremada" a leitura de que está em jogo o esvaziamento da Lava Jato. "Não podemos subestimar a atuação da Justiça eleitoral como também uma Justiça criminal, ela é eleitoral, portanto, administrativa, civil, e é criminal", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A situação parece não estar nada fácil para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após ter sido condenado a cumprir pena de 12 anos e um mês de cadeia no processo referente ao tríplex de Guarujá, nesta quarta-feira (6), foi proferida uma nova sentença contra o petista. Desta vez no processo no qual a Lava Jato apura se ele recebeu propina por meio da reforma de um sítio em Atibaia, em São Paulo. 

Na sentença da juíza substituta Gabriela Hardt, o ex-presidente foi condenado a 12 anos e 11 meses por corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Lula recebeu propina do Grupo Schain, de José Carlos Bumlai, da OAS a da Odebrecht por meio da reforma e decoração no sítio Santa Bárbara, em Atibaia. 

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 A magistrada Hardt afirmou que a família do petista ‘usufruiu do imóvel como se dona fosse’. “Inclusive, em 2014, Fernando Bittar alegou que sua família já não o frequentava com assiduidade, sendo este usado mais pela família de Lula”, anotou a juíza.

Ainda segundo a denúncia, as melhorias na propriedade totalizaram R$ 1,02 milhão. Outras doze pessoas foram denunciadas no processo. O petista está preso em Curitiba, desde abril de 2018, cumprindo a pena de sua primeira condenação. O petista nega ter recebido propinas e afirma ser vítima de perseguição política.

Em meio ao debate sobre o projeto Escola sem Partido, o senador e ex-ministro da Educação no governo Lula, Cristovam Buarque (PPS), protagonizou nesta semana mais uma polêmica ao afirmar que grande parte dos universitários “sofrem lavagem cerebral”. A declaração aconteceu por meio de artigo escrito ao Correio Braziliense. 

“De fato, grande parte de nossos alunos universitários sofrem lavagem cerebral, acreditam em fantasmas históricos que seus partidos lhes ensinam, são intolerantes com ideias diferentes das que receberam como doutrina”, opinou. 

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Apesar da polêmica afirmação, o pernambucano disse que o caminho não é proibir o debate e tampouco denunciar o professor que manifesta uma opinião. Ele avalia que uma escola sem partido levará alunos e professores a um “campeonato de denúncia contra ideias dentro da sala de aula. “Onde será implantado o terror: a ‘sem partido’ será escola aterrorizada”, alertou Buarque. 

Cristovam não parou por aí. “A solução não virá mais para os atuais universitários, já são geração perdida. A saída é investir na educação de base, com total liberdade para o debate de todas as ideias, todos os partidos — uma “escola sem censura” que defenda a necessidade de professores bem remunerados, bem preparados e bem dedicados", complementou o ex-aliado de Lula. 

O senador que buscou ser reeleito na disputal eleitoral deste ano, mas que foi derrotado, foi além ao afirmar que, no Brasil, houve a escola sem partido durante a ditadura.

“Muito mais do que escola sem partidos, o Brasil precisa de partidos e políticos que tenham passado pela escola, que conheçam história e saibam que houve tempo de 'escola sem partido' na Rússia Soviética, na Alemanha nazista, no Portugal salazarista, na Itália fascista, na Espanha franquista e no Brasil da ditadura. Não sabem e não percebem os danos decorridos na formação da juventude durante aqueles períodos; ou sabem e desejam aqueles tempos de volta”, ressaltou.

O ex-prefeito Fernando Haddad, provável candidato a presidente da República pelo PT, foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e quadrilha. A acusação da Promotoria é um novo desdobramento da investigação envolvendo a UTC Engenharia, de Ricardo Pessoa.

A defesa de Haddad ainda não se manifestou.

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A Polícia Federal abriu nesta quinta-feira (2) a Operação Prelúdio contra lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas. Em nota, a PF informou que 30 policiais federais cumprem, nas cidades de São Paulo, Salvador e Valença (BA), seis mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva, além de bloqueio de valores em contas bancárias e sequestro de imóveis adquiridos com recursos do tráfico de drogas.

A operação é desdobramento de uma apreensão de 810 kg de cocaína no ano de 2016, na cidade de Camaçari (BA). A droga seria enviada para a Bélgica, escondida numa carga de polpa de frutas, em um contêiner. A investigação apontou também que os investigados já tinham sido presos no ano de 1993 pela mesma prática, quando tentavam enviar cocaína para os Estados Unidos através do Porto de Fortaleza.

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Em nota, a PF informou que "foi possível identificar que o chefe da organização criminosa utilizava empresas de fachada, sediadas na cidade de Valença/BA, para realizar exportações de cargas lícitas, onde eram ocultadas as drogas transportadas para a Europa".

Também foi comprovado que ele "construiu um patrimônio superior a 30 milhões de reais nos últimos anos, mesmo sem possuir uma atividade lícita para a obtenção desse montante, e que, entre 2010 e 2017, movimentou mais de R$ 54 milhões de reais em contas bancárias dele e da sua esposa".

Os alvos dos mandados de prisão são do Estado de São Paulo, mas moram em Salvador, onde o chefe da organização criminosa cumpre prisão domiciliar por ter sido preso em outubro de 2016, em poder dos 810 kg de cocaína, e em agosto de 2017, quando descumpriu a determinação judicial de prisão domiciliar ao tentar embarcar para São Paulo com uso de documento falso.

Os investigados irão responder pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Logo após fazer um longo desabafo no qual afirmou não ter nada a esconder em referência a suspeitas de lavagem de dinheiro, o senador Romário Faria (Podemos) tocou em um assunto que tem afinidade: futebol. Romário, que é pré-candidato a governador do Rio de Janeiro, se mostrou confiante com a convocação do técnico da seleção brasileira. “A convocação foi boa. Tite convocou um time que pode trazer o hexa”, afirmou. 

Romário falou que só faria um “reparo” e lembrou da expectativa que teve no passado. “Eu acrescentaria o Luan, do Grêmio. Imagino a frustração dele. Em 2002, senti na pele essa expectativa para ser convocado e não ser. Nem é bom lembrar, mas, agora é com esse time que vamos juntos na torcida pelo hexa”. 

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Tite anunciou na tarde dessa segunda-feira (14), na sede da CBF, no Rio de Janeiro, a lista de 23 convocados da seleção brasileira para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Antes do embarque para a Rússia, a seleção fará dois amistosos — em 3 de junho, contra a Croácia, em Liverpool; e dia 10, contra a Áustria, em Viena. Depois, o time viaja para Sochi, sua base no mundial. A estreia na Copa acontece dia 17, em Rostov-on-Don, contra a Suíça.

 

 

 

 

 

 

A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira, 15, oito investigados durante a deflagração da Operação Efeito Dominó contra lavagem de dinheiro de tráfico internacional de drogas. Em nota, a PF informou que identificou "uma complexa e organizada estrutura destinada à lavagem".

A PF identificou a "atuação concreta e direta" de dois operadores financeiros (doleiros) já conhecidos de operações anteriores da Polícia Federal - Operação Farol da Colina (Caso Banestado) e Operação Lava Jato. Ambos foram alvos de tais investigações pelas práticas dos mesmos crimes investigados.

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Um dos alvos é o doleiro Carlos Alexandre, o Ceará, delator da Lava Jato. "Quanto ao operador financeiro ("doleiro") já investigado da Operação Lava Jato, chama atenção o fato de ter retornando às suas atividades ilegais mesmo tendo firmado acordo de colaboração premiada com a Procuradoria Geral da República e posteriormente homologado pelo Supremo Tribunal Federal. A Procuradoria Geral da República e Supremo Tribunal Federal serão comunicados sobre a prisão do réu colaborador para avaliação quanto a 'quebra' do acordo firmado", afirma a PF.

Cerca de 90 policiais federais estão cumprindo 26 ordens judiciais, sendo 18 mandados de busca e apreensão, cinco mandados de prisão preventiva e três mandados de prisão temporária nos Estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e São Paulo.

A ação é um desdobramento de investigações iniciadas em 2017 e que resultaram na Operação Spectrum. No ano passado, a Polícia Federal desarticulou uma enorme estrutura estabelecida para o tráfico internacional de drogas e comandada por Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, um dos maiores traficantes de drogas da América do Sul com conexões em dezenas de países.

"As investigações demonstram robustos indícios acerca do modus operandi da organização criminosa, consistente na convergência de interesses das atividades ilícitas dos 'clientes dos doleiros' investigados, pois de um lado havia a necessidade de disponibilidade de grande volume de reais em espécie para o pagamento de propinas e de outro, traficantes internacionais como Luiz Carlos da Rocha possuíam disponibilidade de recursos em moeda nacional e necessitavam de dólares para efetuar as transações internacionais com fornecedores de cocaína", informou a PF.

A ação desta fase tem, dentre outros, o objetivo de reunir informações complementares da prática dos crimes de lavagem de dinheiro, contra o Sistema Financeiro Nacional, organização criminosa e associação para o tráfico internacional de entorpecentes.

A denominação Efeito Dominó é uma alusão ao fato de existir um efeito em cascata no tráfico internacional de entorpecentes pois, por se tratar de crime que visa lucro, os recursos ilícitos amealhado, especialmente no vultoso volume identificado nesta operação, necessitam de forte estrutura de lavagem de dinheiro, consistentes na movimentação de recursos em espécie no país com a intervenção de operadores financeiros ("doleiros").

A referência também se baseia na identificação dos procedimentos sobrepostos de lavagem de dinheiro identificados, sempre com o objetivo de ocultar a origem e o real beneficiário dos recursos provenientes do tráfico internacional de drogas.

Os presos serão conduzidos à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba onde permanecerão à disposição da Justiça Federal.

O senador Romário Farias (Podemos) se pronunciou sobre as “movimentações financeiras suspeitas” e a manutenção do próprio patrimônio em nome de familiares. De acordo com o jornal O Globo, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) vai rastrear o destino de milhões de reais que teriam passado pela conta da irmã do senador e por uma empresa na qual os seus pais seriam sócios. 

Romário, que é pré-candidato a governador do Rio de Janeiro, disse que bastou sair uma pesquisa onde ele lideraria a intenção de votos dos cariocas para que um veículo de comunicação apresentasse declarações sem qualquer prova ou fonte a respeito de membros de sua família. “O fato de eu ser pré-candidato ao Governo do Rio de Janeiro não dá o direito de violarem a vida dos meus familiares sem que tenham qualquer prova. Não tenho nada a esconder. Até o momento não identifiquei nem pedido de investigação, nem o juiz que teria feito o pedido”, escreveu em seu facebook.

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O senador também disse que está “completamente tranquilo”. “Sou o primeiro interessado em investigações que só provarão, mais uma vez, que minha vida financeira está dentro da lei”, afirmou.

“Aproveito para pedir que façam uma cobertura dos pré-candidatos ao governo de forma limpa e sem plantar mentiras para influenciar a população. Deixemos que o povo vote sem manipulação de imprensa", complementou. O ex-jogador ainda falou que, quando chegar a hora, será confirmado o seu nome para disputar o Governo do Rio.

Confiante na possibilidade de sair vitorioso, Romário Faria foi convicto no mês passado ao ressaltar que iria tirar “o Rio da m...”. Existe uma onda aí de que vou desistir. Serei candidato contra tudo e todos. Vou tirar Rio da merda”, declarou afirmando também que, no dia 1º de janeiro de 2019, data da posse dos candidatos vitorios no pleito, estará “preparado”. 

 

Nesta terça-feira (20), o pastor Silas Malafaia publicou mais um vídeo para se defender sobre seu possível envolvimento na Operação Timóteo, que apura suposto esquema de corrupção nas cobranças de royalties da exploração mineral. De acordo com a Polícia Federal, Malafaia recebeu um cheque de R$ 100 mil de um dos escritórios investigados e depositou em uma conta pessoal. “Eu tenho um Deus, meu amigo, o nome do meu deus é Jeová Tsidkenu, Deus é a minha justiça, vamos ver o final. Eu chamo Deus para esse caso, eu tenho a consciência limpa”, garantiu o fundador da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. 

No vídeo, com um tom bastante elevado, ele contou que “um jornalista esquerdopata” teria “requentado” a notícia para tentar denegri-lo, após saber sobre o seu possível apoio ao pré-candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) na eleição deste ano, tamanha seria a influência do pastor. 

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Silas Malafaia se defendeu veemente sobre o valor de R$ 100 mil recebidos. “Depositei na minha conta. Qualquer oferta que eu receba de qualquer pessoa eu deposito na minha conta e faço isso há anos. Declaro imposto de renda e pago imposto, declarei R$ 82 mil em meu imposto e R$ 18 mil no da minha esposa porque temos conta conjunta. A oferta foi dada a mim, pessoal”, argumentou.

O religioso ainda falou que desafia qualquer pessoa a provar que está envolvido com “bandido” da referida operação. “Isso é uma afronta. O jornalista esquerdopata, após a notícia comigo e Bolsonaro, que foi boa, tenta me denegrir. Olha gente, estão com medo da influência de um pastor nesta eleição? Covardes, é por isso que a imprensa vem perdendo crédito”, continuou a desabafar. 

“Eu não posso ficar a mercê de uma safadeza dessa. Eu tenho uma vida limpa e estou denegrido por uma coisa que eu não tenho nada a ver com isso (...) não estou envolvido com bandido não tem nada com a minha vida não tem roubo de nada, não tem dinheiro de igreja que eu roube, eu desafio quem quiser. Sou um cara limpo e não vou ficar calado”, ressaltou. 

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A lavagem e desinfecção do Reservatório Fortaleza – 01, em Guarulhos, irá interromper o abastecimento do bairro na próxima segunda-feira (12), das 9h às 15h. O procedimento é anual e obrigatório e será realizado pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae).

O órgão estima que aproximadamente 17 mil pessoas serão afetada pela interrupção. A normalização do abastecimento deverá começar às 15h do mesmo dia e durar cinco horas.

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O Saae informa que situações emergenciais em que seja necessário algum tipo de atendimento especial devem ser comunicadas pelo telefone 0800-101042 ou pelo WhatsApp (11) 99983-4217.

Foi deflagrada na manhã da sexta-feira (21) a operação Comunheiro II pela Polícia Civil. O objetivo é prender suspeitos de envolvimento em crimes licitatórios e de lavagem de dinheiro em Pernambuco, nos municípios de Recife, Carpina, Olinda, São Lourenço da Mata, Paudalho, Buenos Aires e Ilha de Itamaracá. A organização chegou a desviar mais de R$ 40 milhões do dinheiro público. 

De acordo com o chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle, os envolvidos se apropriaram de verba que deveria ser destinada a escolas e hospitais públicos. "Nove empresas se reuniram num conglomerado com o objetivo de cometer crimes como associação criminosa, fraude em licitações e lavagem de dinheiro (...) A gente acredita que o valor seja muito superior a R$ 40 milhões, que foi o que a gente conseguiu chegar, porque só uma das empresas faturou R$ 38 milhões em desvios", diz Kehrle. O lucro da organização era sobre o fornecimento de carnes vencidas oferecidas às crianças nas escolas. O capital era dividido em torno de 15% para cada uma das empresas. 

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O chefe de polícia afirma que, até o momento, sabe-se do envolvimento da Câmara dos Vereadores de Carpina e da prefeitura de Buenos Aires, mas a organização atuou do litoral ao sertão de Pernambuco. 

Devem ser cumpridos oito mandados de prisão, 26 de busca e apreensão e 12 conduções coercitivas. Também deve ocorrer o bloqueio de contas bancárias e as empresas estarão proibidas de fechar contratos com o poder público. 

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Doze cartórios extrajudiciais de São Paulo, Maranhão, Rio, Minas, Paraná, Tocantins, Bahia e Pará estão sob investigação por supostamente integrarem esquemas de falsificação de documentos para a entrada de estrangeiros no Brasil. Eles alvo da Operação Perfídia, da Polícia Federal, que entrou na 2ª fase nesta quarta-feira, 27. As autoridades destacam cinco núcleos da organização criminosa, entre eles, o de agentes públicos, todos funcionários de cartórios.

A Perfídia descobriu a movimentação de cifras bilionárias por um grupo investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e falsificação de documentos. A organização atuava em prol de interesses de estrangeiros que queriam se estabelecer e fazer investimentos imobiliários no Brasil.

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De acordo com o relatório da Polícia Federal, o "núcleo duro" da organização é liderado por Cláudia Chater e familiares. O doleiro Carlos Chater, primo de Cláudia e dono do Posto da Torre, conhecido como um dos primeiros alvos da Lava Jato é um dos alvos.

Petição da PF detalha a atuação de um grupo de pessoas que fornecem para Cláudia Chater "documentos necessários para emissão de passaporte brasileiro e/ou para outras finalidades ainda não bem delimitadas". O "núcleo de agentes públicos" é integrado por funcionários de cartórios, responsáveis pela emissão de registros civis, certidões de nascimento, e títulos de eleitor.

Entre os estrangeiros que Cláudia Chater teria ajudado a entrar no país com documentos falsos, está Ismail Suleiman, que foi preso em 2016, no Aeroporto Internacional de Brasília. As investigações que culminaram com a deflagração da primeira fase da Perfídia, em dezembro do ano passado, se iniciaram a partir da identificação da advogada como fornecedora de documentos falsos ao jordaniano. Ele também é apontado como intermediador de relações comerciais e emissão de passaportes falsos entre Cláudia e a família do iraniano Raad Merzah.

Segundo a Procuradoria da República do Distrito Federal, documentos em papel timbrado do escritório Chater Advocacia & Consultoria com data posterior à prisão do jordaniano que provocou as investigações pediam a desistência de "ação que poderia conceder nacionalidade brasileira aos autores".

Um dos auxiliados pela suposta organização criminosa, segundo as investigações, é Muhamad Daaboul, cuja certidão de nascimento foi expedida pelo 1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Naturais (Cartório Marcelo Ribas) de Brasília. O documento não tem assinatura e carimbo oficial do registrador ou escrevente autorizado, nem "aposição de selo de segurança, indício de preparo inidôneo do documento ora apresentado".

A Perfídia ainda apreendeu nove cópias de "faturas fiscais de consumo de água e esgotos, todas expedidas pela Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão - (CAEMA), numa mesma data", referentes ao mesmo mês. Todas elas têm o mesmo código de barras, mas possuem valores diferentes e se referem a imóveis distintos, o que, segundo a Polícia Federal, se trata de "claro indício de falsificação de documento, aparentemente, dedicado à comprovação de residência em território brasileiro para inidônea instrução de processos de opção de nacionalidade ou aquisição de passaporte brasileiro".

Outro grupo de cópias de certidões de nascimento chamou a atenção da Polícia Federal. Foram expedidos na forma de traslados registrados no Cartório Marcelo Ribas, se refere a oito pessoas da família de um dos estrangeiros beneficiários da organização.

"Consta no local de observação da certidão, advertência que a certidão foi transcrita de acordo com o art. 32 da lei 6015/73, ocorre que sem um processo judicial esse documento não poderá ser considerado certidão de nascimento, logo tal documento pode levar órgãos públicos ou terceiros ao engano, uma vez que o layout do documento é idêntico a uma certidão de nascimento original. Informo que existem outros documentos identificados no transcorrer da análise de material que identificam diversos outros estrangeiros com suspeita de aquisição de documento falso por intermédio de Cláudia Chater", afirma a Polícia Federal.

O relatório da PF aponta como investigados pela emissão de documentos falsos quatro agentes públicos.

Defesas

A reportagem entrou em contato com o cartório Marcelo Ribas, mas não obteve retorno. O espaço está aberto para manifestação.

O advogado Grimoaldo Roberto de Resende, que defende Cláudia Chatter, se manifestou. "São aberrações, ilações totalmente desagregadas de tudo o que for razoável. Por exemplo, Ismail (Suleiman) veio com eles, são na verdade dois iraquianos. Eles foram deportados e, segundo consta, eles não podem mais botar os pés no País. Desde então não teriam voltado. Não tem nenhuma ligação com Cláudia Chatter, que tem descendência libanesa. São incorreções", disse.

Investigadores da Lava Jato tentam identificar quem é o desembargador supostamente envolvido em uma operação de lavagem de dinheiro em Santa Catarina, denunciada no curso da apuração sobre o esquema de corrupção na Petrobras. O pedido de investigação a respeito de um "magistrado não identificado" está no Superior Tribunal de Justiça (STJ) desde o ano passado, mas o desencontro de indícios sobre o nome sob suspeita atrasa o andamento da apuração.

A investigação sobre o desembargador é mantida em segredo de justiça no STJ desde maio do ano passado. Documento encaminhado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao tribunal em 3 de fevereiro, ao qual o Estado teve acesso, aponta que as diligências feitas pela Polícia Federal até agora para identificar o magistrado "não foram conclusivas". Com base em novo levantamento de possível nome, feito pela PGR, o ministro Luís Felipe Salomão, relator da Lava Jato no STJ, encaminhou o caso novamente à PF local.

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O caso foi descoberto quando, em depoimento, uma testemunha da Lava Jato narrou que um desembargador catarinense tinha relação com empresa de armazenagem de documentos que fez operações de lavagem de dinheiro para a Arxo Industrial do Brasil.

A Arxo também é de Santa Catarina e foi investigada na nona fase da Operação Lava Jato, intitulada "My Way", ocasião em que teve dois dirigentes presos por determinação do juiz Sérgio Moro. No depoimento, a testemunha da Lava Jato fez menção, ainda, a uma relação do desembargador citado com "tatuagem corporal".

Segundo fontes com acesso à investigação, a menção ao desembargador foi feita pela contadora Meire Pozza, que trabalhou para o doleiro Alberto Youssef, peça central na Lava Jato.

Possibilidades

O primeiro nome considerado pelos investigadores foi o do desembargador Luiz César Medeiros. A suspeita foi levantada porque o filho do juiz é sócio de uma empresa prestadora de serviços de armazenagem de documentos.

A testemunha não reconheceu em foto o rosto de Medeiros, mas indicou a imagem de outro magistrado: Joel Dias Figueira Júnior. Como a polícia não encontrou nenhum registro de vínculo entre Figueira Júnior e qualquer empresa de armazenagem de documentos, e considerando que o reconhecimento foi feito com "certo grau de dúvida, sem convicção", as buscas pelo nome investigado continuaram.

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina tem em seu quadro 62 desembargadores, além dos juízes convocados para atuar eventualmente no órgão.

O Ministério Público chegou, então, a um terceiro suspeito, desta vez o juiz convocado para atuar no TJ-SC Rodolfo Cezar Ribeiro da Silva Tridapalli. Há uma decisão do juiz sobre a possibilidade de candidatos aos quadros da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros possuírem tatuagem no corpo.

A partir daí, a PGR apurou que Tridapalli é sócio da empresa RD Office Center, que realiza serviço de armazenagem de documentos. Ele também foi sócio da empresa Tridial - Serviços de Digitações, Arquivamento e Apoio Administrativo Ltda.

Com base nisso, a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, pediu a remessa do caso de volta à Polícia Federal de Santa Catarina, para que investigadores confrontem a testemunha com a foto de Rodolfo Tripadalli.

Os desembargadores e o juiz não foram localizados pela reportagem nos telefones do tribunal, em razão do feriado da Páscoa.

A nona fase da Lava Jato, na qual os dirigentes da Arxo foram presos, teve como alvo 26 empresas que atuariam como fachadas em contratos da Petrobras com fornecedores.

Na sede da Arxo, em Piçarras (SC), foram apreendidos 518 relógios de luxo e o equivalente a R$ 3,2 milhões, em notas de real, euro e dólar. A empresa constrói tanques de combustíveis e tinha vínculos comerciais com a BR Distribuidora.

Quatro investigações

O STJ reúne até agora quatro investigações da Operação Lava Jato. Além da apuração a respeito do desembargador catarinense, o ministro Luís Felipe Salomão é responsável pelos inquéritos envolvendo o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e seu antecessor, Sérgio Cabral; o governador do Acre, Tião Viana (PT), e o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, atual conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia.

A investigação mais avançada é a que corre sobre Negromonte, que foi deputado pelo PP, na qual é esperada uma futura denúncia pela Procuradoria-Geral da República. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Procuradoria da República afirmou em relatório ao juiz federal Sérgio Moro que o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, "viabilizou, entre janeiro de 2011 e janeiro de 2016, a lavagem de R$ 1.292.210,40 do dinheiro da OAS em favor de Lula".

O valor é referente ao pagamento, durante cinco anos, do aluguel de dez guarda-móveis usados para armazenar parte da mudança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando ele deixou o Palácio do Planalto ao fim do segundo mandato.

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"Não pairam dúvidas sobre a atuação ilícita de Paulo Tarciso Okamotto na viabilização do custeio pela OAS do armazenamento de bens pessoais de Lula junto à Granero Transportes", sustenta o documento de 89 páginas, subscrito por 11 procuradores da força-tarefa da Lava Jato. O contrato com a OAS foi um dos motivos que levaram a Justiça a autorizar a condução coercitiva de Lula durante a Operação Aletheia.

O relatório aponta ainda a "adoção de medidas de ocultação de origem e propriedade dos bens para fins de conferir aparência lícita ao repasse de valores provenientes de infrações penais praticadas no âmbito da Petrobras".

Procurado neste domingo, dia 6, Okamotto não foi localizado. Após ser ouvido pela PF, ele afirmou ter explicado que a finalidade do Instituto Lula é "guardar os objetos do Lula, cuidar do legado dele, discutir políticas públicas, continuar falando do Brasil, defendendo o Brasil na América Latina, mostrar o que são os países africanos para os brasileiros, o que é nossa política de combate à fome na África e, a partir dessa proposta, as empresas apoiavam ou não".

Okamotto afirmou que uma parte da mudança de Lula foi para o apartamento em São Bernardo do Campo, outra parte foi para o sítio em Atibaia e a terceira parte ficou armazenada com a Granero Transportes.

Nota do Instituto Lula divulgada na sexta-feira classificou de "absolutamente falsa" a informação de que a mudança do ex-presidente teria sido paga por uma empresa. "A mudança, como ocorre com todos os ex-presidentes, foi providenciada pela Presidência da República", afirmou a nota.

Rescisão

Após a rescisão do contrato de armazenagem, entre 18 e 19 de janeiro de 2016, dizem os procuradores, a "Granero fez a entrega dos bens para as pessoas indicadas por Paulo Tarcisio Okamotto, notadamente Alexandre Antonio da Silva, Luiz Antonio Pazine e Paulo Marcelino Mello Coelho". A força-tarefa afirma que Alexandre Antônio da Silva, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, foi autorizado por Okamotto para "representá-lo em relação ao contrato de armazenagem" firmado com a Granero.

A OAS não se pronunciou. A Granero disse ter vencido concorrência pública para transportar parte da mudança de Lula. A empresa informou que armazenou o acervo museológico do ex-presidente mediante "contrato com a OAS, no valor de R$ 21.536,84 mensais, que perdurou por cinco anos" e que "nos dias 18 e 19 de janeiro, o acervo museológico do ex-presidente foi retirado do armazém da Granero por transportadora contratada pelo sr. Paulo Okamotto". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Doleiros como Alberto Youssef e Nelma Kodama, protagonistas da Operação Lava Jato, se beneficiaram de uma medida provisória convertida pelo Congresso na Lei n.º 11.371, de 2006, para enviar milhões de dólares ao exterior por meio de importações fraudulentas, sem controle dos órgãos públicos.

A norma foi aprovada para desburocratizar a política cambial e facilitar as operações de comércio exterior, mas, como efeito colateral, abriu uma janela de oportunidade para esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro.

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Pela regra anterior, ao fazer uma importação o empresário encomendava o produto e apresentava documentação detalhada à Receita Federal para recolher os impostos devidos. Para pagar a encomenda ao fornecedor estrangeiro, era necessário um contrato de câmbio, cujas informações eram, por lei, informadas ao Banco Central.

Um link entre os sistemas dos dois órgãos permitia checar se o pagamento correspondia à entrada de mercadoria no País e se a quantidade de produtos batia com o valor da operação. Ao simplificar o processo, não há mais a troca de informações que permite a conferência dos dados.

Na visão de investigadores, isso favoreceu a lavagem de dinheiro por meio da simulação de importações e exportações. "Isso permitiu que eles (doleiros) fizessem importações a rodo: milhões e milhões, sem jamais entrar mercadoria e sair o dinheiro", constata o procurador da Lava Jato Deltan Martinazzo Dallagnol, citando as operações de Youssef. "Hoje é muito mais fácil simular contratos de compra e venda para o exterior, porque não há mais a checagem", critica o delegado da PF Luís Flávio Zampronha, especializado na investigação de crimes financeiros que atuou no inquérito do mensalão.

O Banco Central argumenta que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), criado em 1998, faz o controle das operações de forma mais efetiva. Cabe ao órgão informar operações suspeitas de comércio exterior aos órgãos de investigação. Relatórios de inteligência financeira são produzidos com base em alertas de movimentações atípicas recebidos de corretoras e bancos.

Graças à brecha no sistema, segundo investigadores, Youssef e um de seus parceiros, Leonardo Meirelles, usaram as empresas Labogen Química e Indústria de Medicamentos Labogen para fazer 1.900 importações fictícias. Com isso, remeteram US$ 113 milhões para contas em Hong Kong.

Propinas

Deltan explica que o esquema da Labogen envolvia sofisticado cruzamento, que consistia em embaralhar recursos de fornecedoras da Petrobras com os de comerciantes da Rua 25 de Março, em São Paulo. Meirelles recebia dinheiro em espécie dos lojistas e repassava a Youssef, que usava o montante para o pagamento de propinas e outras negociatas do esquema da estatal.

Já os repasses de empreiteiras para empresas de Youssef eram enviados por via bancária ao exterior e bancavam as importações da 25 de Março, que eram subfaturadas para não recolher impostos. "Essa é a mágica da Lava Jato. Você tem duas coisas simultâneas acontecendo. Por isso que o follow the money (siga o dinheiro) não funciona (na investigação), porque o dinheiro não tem nome", diz o procurador.

Em depoimento à CPI da Petrobras, a doleira Nelma Kodama, condenada e presa por operar no mercado clandestino de câmbio e fazer importações fraudulentas, afirmou ter se beneficiado da falta de controle das instituições do mercado financeiro. "Toda essa corrupção, tudo isso que está acontecendo das empreiteiras, da Petrobras, tudo isso tem a participação do Banco Central, das instituições financeiras", acusou.

Em nota, o Banco Central informou que a lei deixou mais eficiente as operações de comércio exterior e que a legislação brasileira "atende a todas as recomendações internacionais" a respeito de lavagem de dinheiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cerca de R$ 10 milhões devem ser sequestrados, nesta quinta-feira (18), entre bens móveis e imóveis, segundo determina a Justiça Federal da Paraíba. O ato faz parte de uma ação da Polícia Federal (PF) para desarticular um esquema internacional de lavagem de dinheiro.

Os mandados de busca e apreensão e sequestro de bens são cumpridos, além da Paraíba, nos estados do Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Rio de Janeiro. De acordo com informações da PF, o esquema seria capitaneado por um cidadão italiano, que tem residência na Paraíba, onde constituiu empresa de fachada no ramo de mineração para simular a venda de minérios para o exterior.

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Com contratos de câmbio ideologicamente falsos, o dinheiro teria sido internacionalizado, principalmente, através de negócios com uma empresa da Suíça, de propriedade de italianos.

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