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Os alvos da operação Leviatã, deflagrada na manhã desta quinta-feira, 16, pela Polícia Federal, são ligados aos senadores do PMDB Edison Lobão (MA) e Jader Barbalho (PA). O primeiro alvo é Márcio Lobão, filho do senador, que já foi citado na delação do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. O outro alvo da operação de hoje é o ex-senador Luiz Otávio Campos, considerado por investigadores um apadrinhado político de Barbalho.

Os nomes de Márcio Lobão e de Luiz Otávio Campos foram indicados na delação do executivo da Andrade Gutierrez Flávio Barra, que relatou pagamentos realizados pela empreiteira pelas obras da usina hidrelétrica de Belo Monte e também pela usina de Angra 3.

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Segundo o ex-diretor da Andrade Gutierrez, integrante do consórcio construtor de Belo Monte, entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões foram repassados ao senador Edison Lobão (PMDB) pelas obras de Angra 3 e R$ 600 mil de Belo Monte. De acordo com o delator, o valor relacionado a Belo Monte foi entregue em espécie na casa de Márcio Lobão, filho do senador. Ainda em sua delação, o executivo disse que a propina em Belo Monte era de 0,5% para o PT e 0,5% para o PMDB - porcentual sobre o valor do contrato.

As buscas desta quinta são feitas nas residências e escritórios de trabalho dos alvos, suspeitos de fazerem o repasse de valores aos políticos que estão na mira do inquérito. Os investigados podem responder por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A operação foi autorizada pelo ministro Luiz Edson Fachin. Apesar de ser o novo relator da Lava Jato no STF desde a morte de Teori Zavascki, Fachin já era o relator das investigações sobre Belo Monte - que ficaram desmembradas no STF das apurações que envolviam a Petrobras.

No inquérito, são investigados, além de Lobão e Barbalho, os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO). Procuradoria-Geral da República e Polícia Federal investigam, neste inquérito, se foi feito pagamento de propina de 1% sobre o valor dos contratos assinados pelas obras de Belo Monte a partidos políticos envolvidos na liberação do projeto da hidrelétrica no Pará.

A suspeita é de que as empresas que integram o consórcio responsável pela obra fizeram o pagamento. Lobão é hoje o atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado, responsável por sabatinar o novo ministro do STF e também o futuro procurador-geral da República.

Investigado na Operação Lava Jato, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Edison Lobão (PMDB-MA), disse em entrevista ao Estado que a Casa vai analisar uma eventual proposta de anistia ao caixa 2 após possível tramitação na Câmara dos Deputados.

Para o senador, não há inconstitucionalidade na medida. "Eu quero dizer que é constitucional a figura da anistia, qualquer que ela seja", afirmou. Lobão também defendeu mudanças na legislação que trata das colaborações premiadas. "Delação só deve ser admitida com o delator solto".

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Sobre a Lava Jato, Lobão é crítico e avaliou que a operação "virou um inquérito universal". "Em que isso vai resultar? Não sei. Não acho que tem que ser extinta, mas conduzir ao ponto que estamos chegando, da criminalização da vida pública, é o que nos envia para a tirania", afirmou.

A tese central da Lava Jato é a de que dinheiro de corrupção abasteceu as campanhas. O sr. concorda?

Existe a prestação de contas após a eleição, que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) examina e decide se está conforme a lei. O que não está previsto como possibilidade de financiamento de campanha, isso é que é crime.

Então o que for registrado como doação nas prestações de conta não deve ser interpretado como dinheiro de corrupção? Essa leitura da Lava Jato de que pode haver corrupção mesmo nas doações aprovadas pelo TSE é equivocada?

Tenho impressão de que é um excesso. Se há uma lei, o TSE aceitou a prestação de contas, você considera isso ilegal depois? Eu não entendo.

Acha que o Congresso precisa deixar isso claro na legislação?

Se há alguma dúvida, compete ao Congresso aclarar. Então, precisa ter um projeto que deixe mais claro o que pode ou o que não pode.

Então, o que está registrado é legal?

É legal.

Deve haver uma legislação que deixe claro isso inclusive nas doações já ocorridas, que são alvo da Lava Jato?

Bom, já que uma instância na Justiça não está aceitando decisão do TSE...

Discutiu-se muito na Câmara dos Deputados no ano passado a chamada anistia ao caixa 2. A Câmara está voltando a articular isso. O sr. apoia?

A figura da anistia existe. Todo ano, o presidente anistia alguns presos por conta disso ou daquilo. Houve a lei da anistia durante o regime militar. Resta saber se anistia tal ou qual é conveniente. Vou aguardar que a Câmara decida lá, quando vier para cá nós avaliaremos. O que eu quero dizer é que é constitucional a figura da anistia, qualquer que ela seja. Anistia não se faz somente para isso, outros crimes podem ser anistiados.

A Lava Jato também utiliza muito o instituto da delação premiada. O sr. acha que a lei da delação precisa mudar?

Tem que alterar. Delação só deve ser admitida com o delator solto. Deve ser espontâneo. O sujeito querer fazer a delação. E na Lava Jato é isso. Está preso lá o delator, que acaba delatando.

Existe um incômodo com os delatores?

O que há é que nós, que somos investigados e delatados, vivemos esse estado de constrangimento. E os delatores, aqueles que foram gravemente acusados e presos até (não passam por isso). Teve um delator que chegou na Petrobrás e disse que meteu a mão em US$ 100 milhões (uma referência a Pedro Barusco).

E onde ele está?

Livre por aí. Ou seja, mudou-se a imagem. O delator passa a ser uma figura importante e livre. (Joaquim) Silvério dos Reis, que é o rei dos delatores, o precursor dos delatores, se fosse atual, estaria passeando a sua importância pelas praças.

E como ele acabou?

Na desgraça e fuzilado.

Em relação ao projeto de abuso de autoridade, o senhor pensa em dar celeridade?

Esse projeto já estava no plenário com regime de urgência e com um relator nomeado, que é o Roberto Requião (PMDB-PR). O relator é aquele que diz ao presidente que está com o seu parecer pronto ou não e pede pauta. Então, nessa decisão aí, valerá muito mais a posição do relator do que a minha. A relatoria diz que está em condições de votar e pede para que seja incluída na pauta.

Se ele confirmar que está em condições o sr. põe para votar?

Sim, a presidência sempre atende aos relatores.

O sr. vai presidir um colegiado com dez investigados na Lava Jato. Não há conflito de interesses, uma vez que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) vai tratar de assuntos e que podem afetar a investigação?

Isso não tem nenhuma importância. Não tem nenhum condenado lá. Investigado não quer dizer, absolutamente, condenado. É uma fase de esclarecimento que muitas vezes conduz à inocência, como já aconteceu comigo.

O sr. é investigado na Lava Jato.

Sou inocente e estou à disposição para esclarecimentos.

Há uma tentativa de criminalização em curso?

Isso é evidente. Todo dia aparecem denúncias contra pessoas e os meios de comunicação batem impiedosamente em todos os políticos, tendo sido objeto de denúncias ou não. Daqui a pouco os políticos não suportam mais. Se alguém acha que a atividade política está tão ruim assim, ingresse na vida pública para tentar melhorá-la. Agora, destruí-la é que conduz à tirania. Se estigmatizarmos a atividade política e, no passo seguinte, criminalizarmos, estamos debilitando a vida pública. Ao fazê-lo, vamos acabar com o que resta de conceito da política, sem a qual não há democracia. Não havendo democracia, a alternativa é a tirania, que suprime todas as liberdades. Não creio que seja isso o que a sociedade deseja.

A leitura que o senhor tem da Lava Jato é essa?

Não diria isso da Lava Jato. A operação começou cuidando de determinadas denúncias que se ligavam à Petrobrás. Hoje é outra coisa. É uma inquirição global. Já está a Suíça com interesse no assunto, os Estados Unidos, a Europa... enfim, não se sabe mais para onde vai. Virou um inquérito universal. Em que isso vai resultar? Não sei. Não acho que tem que ser extinta, mas conduzir ao ponto que estamos chegando, da criminalização da vida pública, é o que nos envia para a tirania.

E como reagir a isso?

Temos tido aqui tentativas de corrigir essas distorções e não se consegue. Porque a imprensa não aceita, nem a opinião pública. Ou seja, estamos destinados ao calvário, à destruição. Quando digo nós, quero dizer a vida pública.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) foi instalada nesta quinta-feira (9) com a confirmação do senador Edison Lobão (PMDB-MA) para a presidência do colegiado. Antonio Anastasia (PSDB-MG) será o vice-presidente. Como não havia outra chapa na disputa, a eleição ocorreu por aclamação, com registro de voto contrário do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

A sessão de instalação da CCJ foi rápida e durou menos de 15 minutos. Em seu primeiro discurso como presidente, Lobão afirmou que volta à comissão, da qual já foi membro, em um momento de "turbulência política", mas acompanhado de Anastasia, que afirmou ser um dos senadores de "melhor valor" da Casa.

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"Haveremos de ter uma gestão democratizada, ou seja, não teremos preferências especiais por nenhum senador para as relatorias importantes que por aqui passarem", declarou Lobão, lembrando a relevância da comissão.

Além de ser responsável pela sabatina do indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a CCJ tem como pauta questões sobre foro privilegiado e abuso de autoridades.

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta sexta-feira, 25, arquivar um inquérito contra a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney e o senador Edison Lobão (PMDB-MA). O inquérito havia sido aberto com base em delação premiada do ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, no âmbito da Operação Lava Jato.

Em sua delação, Paulo Roberto Costa contou que Roseana recebeu R$ 2 milhões para a sua campanha ao governo do Maranhão em 2010, após uma solicitação de Lobão (na época, ministro de Minas e Energia) ao ex-diretor de abastecimento da Petrobras.

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Teori acolheu a manifestação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que havia pedido o arquivamento da investigação. Segundo Janot, não foram colhidos "elementos probatórios ao longo da instrução procedimental aptos a corroborar as declarações do colaborador Paulo Roberto Costa". "Certo é que não há nos autos notícia de elementos de prova que corroboraram essas hipóteses factuais, tampouco se vislumbram, no presente momento, caminhos apuratórios passíveis de obtê-los", ressaltou.

"Portanto, considerando o amplo espectro de diligências já realizadas, a partir das informações existentes a respeito dos fatos aqui versados, não se vislumbra outras medidas que pudessem ser adotadas, neste momento, para coleta de elementos probatórios visando ao esclarecimento das hipóteses levantadas", concluiu o procurador-geral da República.

Repercussão

Para o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, defensor de Roseana, nada foi provado porque se tratava de uma "mentira deslavada" de Paulo Roberto Costa.

"Foi um período de dois anos de investigações e com várias diligências expondo Roseana a um constrangimento desnecessário. Nada foi provado porque era uma mentira deslavada do delator (Paulo Roberto Costa). Esse arquivamento, embora tardio, resgata, nesse ponto de vista, a verdade. Para Roseana que ficou sendo investigada desnecessariamente, é uma vitória. Este era o único inquérito em que Roseana era investigada. Embora a demora nas investigações tenha causado um enorme prejuízo pessoal e político, para Roseana a Lava Jato é uma página do passado", disse o advogado, em nota.

A habilidade de Anivaldo Luiz da Silva era comerciar filmes nas ruas de Maceió. Ele próprio produzia as obras e ainda arrumava tempo para se lançar como cantor em uma banda da região. Lobão, como Anivaldo é conhecido, apostava em histórias pornôs e, por causa das inusitadas produções, chegou até à televisão, onde foi entrevistado por Danilo Danilo Gentili no programa Agora é Tarde. Passada a fama, o rapaz deverá ser ainda mais habilidoso para criar leis municipais e garantir serviços públicos em prol da população maceioense.

Neste domingo (2), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou que Lobão também faz sucesso nas urnas. Candidato pelo Partido da República (PR), o produtor de filme pornô foi eleito vereador de Maceió. Para ser justo, Lobão se tornou o candidato mais bem votado, com 24.969 votos.

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Em sua página oficial no Facebook, Lobão mostrou durante toda a campanha eleitoral que seu foco será a periferia. “Sou músico, tenho uma banda de rock, mas principalmente sou representante comunitário. Quero servir à população, sendo útil, porque gosto de servir”, disse em um dos vídeos publicitários. 

Na entrevista dada ao apresentador Danilo Danilo Gentili, Lobão comentou seu trabalho nas produções dos filmes. “Atuo nos filmes, mas não sexualmente. Tem filme que porto a câmera e em outros há cinegrafista contratado”, contou. 

O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o seu próprio sigilo telefônico seja quebrado. Em defesa prévia apresentada à Corte, o parlamentar também solicitou a quebra de sigilo telefônico do senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA).

Segundo Cunha, a peça protocolada na sexta-feira, 24, serve para "fazer contraprova da defesa às acusações". De acordo com os advogados do peemedebista, a denúncia afirma que Julio Camargo solicitou a Fernando Soares - o Fernando Baiano - uma reunião com Cunha, o que não seria verdade. "Esse fato é obviamente falso e sua falsidade pode ser comprovada por meio da quebra de sigilo de dados telefônicos do requerido", disse. Em 2015, Julio Camargo denunciou Eduardo Cunha por exigir propina de US$ 5 milhões.

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No caso de Lobão, a defesa de Cunha sustenta que a quebra de sigilo seria necessária para provar que é falsa a afirmação de que Lobão teria ligado para Cunha com o objetivo de proteger Camargo, com quem estaria reunido na base aérea do aeroporto Santos Dumont.

"Esse fato é falso. Justamente por isso o Ministério Público Federal não produziu nenhuma prova de que tal ligação tenha ocorrido, tendo se limitado a pedir a relação de placas que entraram na Base Aérea. Por óbvio, que a suposta entrada de pessoas em um local não faz prova do que as pessoas fizeram nesse local", argumenta a defesa.

No documento, os advogados de Cunha ainda fazem pedidos técnicos como a transcrição de trechos de delação, o acesso a provas e a tradução de depoimentos em outras línguas.

O deputado afastado pede que sejam arrolados como testemunhas os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Marcelo Aro (PHS-MG), Alberto Filho (PMDB-MA), Hugo Motta (PMDB-PB), Washington Reis (PMDB-RJ), Mauro Lopes (PMDB-MG), Manoel Junior (PMDB-PB), Saraiva Felipe (PMDB-MG), Pedro Chaves (PMDB-GO), Felipe Bornier (Pros-RJ), Fernando Jordão(PMDB-RJ), Flaviano Melo (PMDB-AC) e o senador Edison Lobão.

Além disso, ele elenca como testemunhas o presidente da Assembleia de Deus Ministério Madureira, pastor Samuel Cássio Ferreira, funcionários da Câmara, e o pré-candidato a vice na Prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita, totalizando 28 nomes.

A defesa do ex-presidente José Sarney e dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Edison Lobão (PMDB-MA) rebateu a delação do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que se tornou pública nessa quarta-feira, 15. O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, questiona as circunstâncias da delação.

"Os senadores Romero Jucá e Edison Lobão e o ex-presidente José Sarney negam peremptoriamente terem recebido qualquer montante, a qualquer título, do delator Sérgio Machado", escreveu Kakay para a reportagem.

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De acordo com o advogado, a delação tem que ser vista com muita ressalva, "dada às circunstâncias em que foi feita, para impedir a prisão dos filhos do delator", argumenta. A defesa alega ainda que o delator não apresenta nenhuma prova do que disse.

A delação de Machado foi liberada pelo Supremo Tribunal Federal nessa tarde. Na colaboração, Machado afirma que repassou propina para mais de 20 políticos, entre eles, o presidente em exercício Michel Temer. De acordo com o delator, a cúpula do PMDB, os senadores Jucá, Lobão, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-presidente José Sarney teriam indicado Machado para a presidência da Transpetro.

Ao menos dois executivos da Andrade Gutierrez, delatores da Operação Lava Jato, apontaram propina aos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Edison Lobão (PMDB-MA). O ex-diretor da empreiteira Clóvis Primo declarou que "com relação aos pagamentos de propinas ajustados com o PMDB", foram feitos repasses correspondentes a 0,5% dos valores das obras da Usina de Angra 3 a Romero Jucá e 0,5% a Lobão.

O senador por Roraima foi ministro do Planejamento, no governo do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) por 12 dias. A divulgação de suas conversas com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado levou à queda de Jucá. No diálogo, o senador peemedebista propõe um "pacto" para acabar com a Lava Jato.

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Um dos anexos da delação de Clóvis Primo traz um capítulo intitulado "pagamento de propinas". Anexo é termo preliminar aos depoimentos frente o Ministério Público Federal.

"Com relação aos pagamentos de propinas ajustados com o PMDB, o colaborador esclarecerá que não foram diretamente ajustados ou realizados por ele, mas mediante pagamentos a intermediários indicados pelo então Ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, realizados em espécie, correspondentes a 0,5% dos valores das obras; e mediante contratos com empresas indicadas pelo senador Romero Jucá que realizavam os repasses a este, também correspondentes a 0,5% dos valores das obras", aponta o anexo.

Clóvis Primo relatou sobre "pagamentos de propinas ajustados com o PT" que não foram diretamente negociados ou realizados por ele, mas sim feitos por meio de "doações ao diretório nacional do partido, tendo sido a interlocução feita por outros executivos da AG".

A Andrade Gutierrez tem 11 executivos como delatores na Lava Jato. O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou no início de abril, 34 termos de colaboração. A empreiteira, que também fechou acordo de leniência, vai pagar multa de R$ 1 bilhão.

O ex-diretor do grupo Flávio Gomes Machado Filho declarou que a partir do momento em que o contrato de Angra 3 entrou em execução, "o assunto passou a ser tratado pela diretoria responsável pelo tema na AG, e a partir daí houve demandas do PMDB e do PT para pagamento de percentuais vinculados ao valor da obra".

"O colaborador relatará que chegou a fazer um pagamento dirigido a Edison Lobão, entregue a um intermediário por ele indicado, em data e local que detalhará posteriormente. E também que foram efetuados pagamentos dirigidos a Romero Jucá, através de canais por este indicados, que serão detalhados e comprovados posteriormente", informa o anexo.

Um terceiro dirigente ligado à empreiteira, o ex-presidente da Andrade Gutierrez Energia Flávio David Barra, relatou que entrou no projeto um pouco antes da licitação da parte de montagem da obra de Angra 3.

"O colaborador também confirmará a existência de doações de campanha vinculadas a percentuais de obra para o PT (representado por João Vaccari, então tesoureiro do partido) e pagamentos para o PMDB, na pessoa de Edison Lobão", afirma o documento.

Defesa

Por meio de nota, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, que defende Romero Jucá e Edison Lobão, afirmou que "todas estas delações não apresentam nenhum rastro de qualquer prova. São acusações desprovidas de qualquer valor".

Uma postagem do cantor Lobão causou revolta na internet. Por meio da sua conta no Twitter, o artista soltou um texto polêmico e que logo remeteu ao monstruoso caso da jovem 16 anos que foi covardemente estuprada por cerca de 33 homens. Segundo Lobão, “Num país que se fabrica mini-putas, com uma farta erotização precoce e com severa infantilização da população reduzindo as responsabilidades, não é de surpreender esses lamentáveis casos de estupro”.

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Mesmo sendo de 20 horas atrás, a postagem continua gerando indignação dos usuários do Twitter. São centenas de marcações na conta do cantor e textos que repudiam e condenam a opinião de Lobão. “Quando chegamos a pensar que o Lobão se achando intelectual não é um tão grande imbecil, ele vem e nos surpreende com tamanha imbecilidade!”, escreveu um usuário da rede social.

Outra internauta, aumentando o número de críticas contra o polêmico cantor, indagou: “O lobão falando que o país produz miniputas. Sinceramente, esse homem não cansa de bostejar”?.Um internauta também criticou a postagem do artista e mencionou um suposto objetivo político. “Um crime bárbaro e tem gente que ainda aproveita pra fazer politica barata. E o pior,mulheres aplaudindo a comparação”, postou.

Lobão ainda tentou explicar o fato e atribuiu a repercussão negativa da postagem à má interpretação de texto dos internautas. “Essa precariedade de interpretação de texto também faz parte desse processo de infantilização que atua em todos os campos da sociedade”, argumentou. “Absurdo! Qualquer estupro é inqualificável. Jamais passaria pela minha cabeça escrever algo nessa direção. Basta ler direito”, completou o cantor.

Mas no outro lado da polêmica também tem quem defenda Lobão. Um usuário do Twitter, além apoiar a postagem do artista, mandou os críticos estudarem. “Quantas famílias perdem suas filhas para o tráfico nas favelas? E os nervosinhos criticando o Lobão? Vão estudar”, escreveu. De acordo com outro defensor da postagem, “Lobão é o que resta de lucidez diante desta turma de ignorantes políticos do meio artístico”.

O estupro coletivo que chocou o Brasil e resultou em um movimento de intenso apoio à vítima e de repúdio aos criminosos, aconteceu no último sábado (21), na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Às autoridades, a menina de 16 anos afirmou que foi impiedosamente atacada por cerca de 30 homens, mas a Polícia Civil do Rio ainda não confirmou a quantidade correta dos agressores.

 

Depois de dez anos estudando e se dedicando à produção do livro e o seu novo trabalho musical 'Em Busca do Rigor e da Misericórdia', Lobão finaliza e divulga a produção. A obra relata a dinâmica realizada pelo artista durante esse período de trabalho. Já o seu novo disco traz 14 músicas. Para poder produzir, o artista contou com a participação do público que pôde contribuir monetariamente, através da plataforma 'crowdfunding'. Com a ajuda, os colaboradores também ganharam benefícios. A meta era de R$ 90 mil e ele alcançou R$ 122 mil.

Segundo Lobão, em entrevista concedida ao Grupo Editorial Record e postada em sua página oficial do Facebook, o livro traz a viagem interior dele e, além disso, ajudou em sua sanidade mental."Foi uma medida que eu estava tentando alcançar em relação à minha sanidade mental e em detrimento à toda pressão que eu estava sofrendo mediante aos fatores externos, em relação à questão política, da patrulha pesada e da ameaça de morte", lembra.

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De acordo com o músico, a conclusão dos trabalhos é uma realização de vida. "Eu precisei tocar todos os instrumentos para poder gravar, mexer nos equipamentos de edição e melhorar a maneira de escrever e tudo mais", explica. A obra, que contextualiza a produção e a elaboração das 14 músicas do seu novo disco, apresenta os aspectos musicais, da letra, da gravação da área externa.

Polêmica da saída do Brasil - O artista, em 2014, relatou na internet que caso a petista fosse reeleita para o Governo do Brasil, ele sairia do País. Com a declaração, os internautas não economizaram críticas e brincadeiras nas principais redes sociais. Na época, foi criado, inclusive, um ‘evento’ no Facebook para a despedida do cantor e compositor. Com a repercussão, ele voltou atrás e revelou que havia sido mal interpretado.  

 

 

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Conhecido por suas declarações polêmicas, sobretudo em assuntos relacionados à política, o músico Lobão surpreendeu ao publicar, em seu Facebook, nesta domingo, 27, uma carta aberta endereçada a Caetano, Gil e Chico Buarque, alvo de suas críticas durante anos, pedindo desculpa ao trio e os chamando para uma conversa, "como pessoas crescidas que estão nessa luta por um Brasil mais justo".

Segundo Lobão, ele diz que assistiu ao programa 'Altas Horas', de Serginho Groisman, exibido no sábado, 26, com as participações de Gil e Caetano, com o objetivo de "verificar as declarações do Caetano que vazaram na imprensa sobre as passeatas, a situação política etc e tal, imaginando colher não somente o que foi dito, mas como foi dito, gesticulado e contextualizado". Mas, ainda segundo ele, "uma força estranha" ativou sua memória afetiva e, de repente, estava olhando para a TV "inundado de carinho e amor" pelos dois músicos. O mesmo acabou se estendendo para Chico.

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Com o arrefecer dos ânimos na política nacional, a população tem usado as redes sociais para refletir o cenário e defender seus ideais, mesmo que muitas vezes isto aconteça hostilizando os políticos supostamente envolvidos em corrupção. No Twitter, por exemplo, um perfil que recebe o nome de “Lulla Lombriga” tece inúmeros comentários contrários ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Nas publicações, o dono da conta, identificado apenas como @sap500, diz que o “PT é um câncer”, que Dilma “entrará para história do país” como Getúlio Vargas, fazendo menção a frase da carta escrita pelo presidente antes de suicidar-se: “saio da vida para entrar na história”. 

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O perfil ainda faz ligação com outros, principalmente os que fazem alusão contra a corrupção e estão interligados ao cantor Lobão. 

Um deles, inclusive, o “Condução Coercitiva” mostra ativistas contra o governo pedindo “Fora Dilma” durante o jogo entre Brasil e Uruguai, que aconteceu nessa sexta-feira (25), na Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata.

O ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou que "entre 2009/2010" houve uma ordem do então ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA) para atender o Banco BVA na participação da Petros, fundos de pensão da Petrobras. Segundo Cerveró, o dono do banco, José Augusto Ferreira dos Santos, é amigo de Lobão. O delator relatou que o negócio foi feito e, alguns anos depois, o banco faliu e a Petros perdeu o dinheiro investido. As declarações estão em um resumo entregue por Cerveró à Procuradoria, antes de o ex-diretor fechar acordo de delação premiada. Cerveró foi diretor da área Internacional da Petrobras entre 2003 e 2008. Após ser exonerado do cargo, o executivo assumiu a diretoria financeira da BR Distribuidora.

"Nestor Cerveró, enquanto diretor financeiro da BR Distribuidora, tinha um assento no comitê de investimento, sendo que o restante era composto por um representante de cada empresa do Grupo de Petrobras. Diante disso, Nestor Cerveró indicava para participar dessas reuniões seu gerente financeiro, especialista em investimentos, Fernando Mattos", afirmou o ex-diretor no documento. Fundada pela estatal em julho de 1970, a Petros é o segundo maior fundo de pensão do País. Em 2015, o número de participantes do plano chegou a 158 mil.

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Cerveró afirmou que naquele ano o banco BVA fez uma proposta a Petros para que a empresa fizesse um negócio "de grande monta" em um fundo de investimento do banco, "cujo valor não se recorda, mas certamente Fernando Mattos lembra".

"Entre 2009/2010, Nestor Cerveró recebeu um telefonema do ministro Lobão, questionando quem era Fernando que trabalhava com ele, pois estava 'atrapalhando' a aprovação do investimento da Petros naquele banco. Diante disso, Nestor explicou que era um funcionário especialista em investimentos, sendo respondido que deveria tirar o Fernando, caso não fosse aprovado o referido investimento. Assim, o investimento foi feito, sendo que passados alguns anos o banco faliu e a Petros perdeu o dinheiro investido", relatou o delator.

Segundo Cerveró, o comitê de investimento da Petros se reúne mensalmente para discutir estratégias, "sendo que por lei é determinado que os planos de previdência invistam em rendimentos que sejam superiores à inflação (em 2010 era de 6%)". O delator afirmou que, na arrecadação da Petros, o funcionário paga um valor conforme o seu salário e a Petrobras paga a mesma quantia mensalmente.

O fundador do BVA, José Augusto Ferreira dos Santos, foi sócio de uma das empresas envolvidas na chamada "máfia do lixo" instalada na prefeitura petista de Santo André, esquema que veio à tona com o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel, em janeiro de 2002. Santos também teria se envolvido em escândalo relacionado a compensações fraudulentas de dívidas com a Receita Federal e teve operações recusadas pelo Fisco quando tentava quitar impostos com créditos podres. Em 2010, uma advogada de Santos informou ao Estado que o banqueiro foi vítima no caso do escândalo tributário e que teria acertado tudo com a Receita.

Em setembro de 2014, a Justiça aceitou o pedido de falência do Banco BVA.

A reportagem não conseguiu localizar José Augusto Ferreira dos Santos.

Defesa

O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende o senador Edison Lobão, afirmou que o parlamentar não se lembra de conhecer José Augusto Ferreira dos Santos, não tem relação comercial com ele ou com o Banco BVA. Segundo o criminalista, Lobão não sabia que Nestor Cerveró tinha um assento no Comitê de Investimento. Kakay disse ainda que nunca tratou desse assunto com Cerveró.

A Petros esclareceu que nunca investiu diretamente no BVA, mas sim em fundos que eram geridos pelo banco e que, após a sua liquidação, foram transferidos para outros gestores. A fundação já recebeu mais de 90% do total investido em títulos privados estruturados pelo BVA e está na Justiça buscando o restante. A Petros informa, ainda, que suas decisões de investimento são tomadas com base em avaliações técnicas e, seguindo as boas práticas de governança, sempre de forma colegiada, por comitês técnicos, e nunca por uma única pessoa.

O senador Edison Lobão (PMDB-MA) teve os sigilos fiscal e bancário quebrados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a assessoria de imprensa da Corte, o ministro Teori Zavascki autorizou a quebra em um período que vai de 2011 a 2015. Além dele, o suposto operador do parlamentar, André Serwy, e empresas ligadas ao senador também tiveram os sigilos quebrados. Essa autorização havia sido solicitada pela Polícia Federal em dezembro.

O parlamentar é investigado na Operação Lava Jato. Ele foi sócio do pai do suposto operador de propina citado pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa. Em depoimento sob acordo de delação premiada, o empreiteiro afirmou que o peemedebista orientou que ele pagasse R$ 1 milhão desviado das obras de Angra 3 ao empresário André Serwy, filho de Aloysio Serwy, ex-sócio de Lobão na Arco S/A.

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O cantor Lobão apresenta, nesta quarta (22), o show da turnê Sem Filtro que comemora os seus 40 anos de carreira no Teatro RioMar. Numa performance intimista, apenas voz e violão, o músico percorre seus grandes sucessos e ainda bate um papo com a plateia contando algumas histórias. 

Lobão entra para a turma do 'crowdfunding'

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Recife é a primeira capital do Nordeste a receber a nova turnê de Lobão. No repertório, ele mescla antigos sucessos com composições mais recentes abrindo espaço, entre uma canção e outra, para contar sobre seu processo criativo e fatos curiosos ocorridos em sua carreira. Depois da capital pernambucana, o show segue para Fortaleza, Novo Hamburgo e Porto Alegre. 


 

Serviço

Lobão - Turnê Sem Filtro

Quarta (22) | 21h

Teatro RioMar (Av. República do Líbano, 251 - Pina)

R$ 50 e 25 (balcão nobre), R$ 100 e R$ 50 (plateia alta) e R$ 150 e R$ 75 (plateia baixa) 

 

Cada vez mais artistas têm recorrido à plataformas de financiamento coletivo para viabilizar seus trabalhos. O cantor Lobão resolveu engrossar esta lista e vai lançar o disco O rigor e a misericórdia pelo site Kickante numa campanha que oferece aos fãs pacotes que vão de R$ 20 a R$ 20 mil. O valor necessário para lançamento do álbum é de R$ 80 mil. Interessados terão até o dia 25 de julho para participar.

O rigor e a misericórdia é um projeto totalmente independente. Lobão compôs e produziu todas as músicas além de tocar cada instrumento em todas. As canções falam sobre o momento político atual que o país atravessa mas também sobre temas mais subjetivos e introspectivos como o amor, a perda e a solidão.  

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Para Lobão, o crowdfunding é um meio de entrar em contato com aqueles que realmente se interessam pelo seu trabalho. São 13 "pacotes" que variam de R$20 a R$ 20 mil, e que oferecem do simples download das 10 faixas do álbum a encontros com o cantor, discos autografados, ingressos para shows, passaporte para um Facebook exclusivo e secreto até a divulgação de marcas, para os casos dos pacotes de maiores valores.  


O senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA) é suspeito de ser sócio oculto de um grupo de empresas sediado nas Ilhas Cayman, conhecido paraíso fiscal caribenho. Um inquérito aberto na Justiça Federal em São Paulo foi encaminhado em fevereiro deste ano ao Supremo Tribunal Federal para apurar a eventual participação do senador na holding Diamond Mountain (em português, Montanha de Diamante), voltada, no Brasil, para a captação de recursos de fundos de pensão de estatais, fornecedores da Petrobrás e empresas privadas que recebem recursos de bancos públicos, como o BNDES, áreas de influência do PMDB.

Lobão, que comandou a pasta de Minas e Energia nos governos Lula (2008 a 2010) e Dilma (2011 a 2014), é investigado sob suspeita de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, conforme consta no inquérito encaminhado ao ministro Luís Roberto Barroso. O ex-ministro também é alvo da Operação Lava Jato, sob suspeita de ter recebido propina do esquema de corrupção na Petrobrás, empresa vinculada à pasta de Minas e Energia.

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O inquérito Diamond Mountain foi aberto a partir de declarações de um ex-sócio que se diz lesado por outros dirigentes do grupo. Aos investigadores ele contou que Lobão se associou à holding de forma oculta entre 2011 e 2012. O ex-ministro seria representado nas empresas pelo advogado maranhense Marcio Coutinho, que foi secretário de articulação política da campanha derrotada de Lobão Filho (PMDB) ao governo do Maranhão em 2014 e advoga para ele no Supremo.

Em um dos depoimentos, o ex-dirigente da Diamond Mountain diz que Coutinho e seu colega de escritório, Vinícius Peixoto Gonçalves, tinham reuniões semanais com sócios do grupo em São Paulo para "acompanhar o negócio em nome do ministro Lobão". A banca de Coutinho chegou a ter uma sala no mesmo prédio da Diamond.

A holding está registrada em Cayman e no Brasil em nome do advogado Marcos Costa e do empresário Luiz Alberto Meiches. Os dois são alvos de inquérito aberto em São Paulo que trata do mesmo assunto. No caso de Lobão, a investigação foi remetida ao Supremo porque, como senador, ele tem prerrogativa de foro.

Mensagens. No inquérito constam e-mails nos quais os dois citam reuniões com o então ministro em Brasília, em 2011, para tratar de negócios das empresas. "Recebi uma ligação do ministro Lobão me pedindo para que eu me reúna com ele amanhã no ministério. (ele pediu para que eu fosse sozinho)", disse Costa em mensagem a funcionários da Diamond em 1º de junho de 2011.

Lobão nega participar da sociedade e diz desconhecer a investigação no STF. Ele confirmou ter recebido Costa e Coutinho uma única vez no ministério para tratar de "assuntos relacionados ao setor energético". A audiência, contudo, não constou da agenda oficial.

Ex-funcionários da holding no Brasil disseram ao Estado, sob a condição de anonimato, que eram frequentes as conversas dos sócios com Lobão, quando ele ainda chefiava a área de energia do governo federal. No dia a dia do grupo, o então ministro era tratado por "Big Wolf" e "Tio". O grupo Diamond também atua na compra e venda de empresas, operações de seguros e no mercado imobiliário.

A Diamond Mountain Cayman Holding tem cinco subsidiárias no Brasil, entre elas a Diamond Mountain Investimentos e Gestão de Recursos.

A empresa é gestora de fundos de investimento e prospecta recursos de fornecedores da Petrobrás e entidades de previdência como Petros (Petrobrás), Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa) e Núcleos (Eletronuclear).

O Postalis, de funcionários dos Correios, tem R$ 67,5 milhões no Fundo de Investimento em Participações Mezanino Diamond Mountain Marine Infraestrutura, gerido pela Diamond desde 2014. Lobão tem indicados em duas diretorias da entidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As contradições dos principais delatores da Operação Lava Jato vão enfraquecer as acusações contra parte dos políticos sob investigação. Esta é a avaliação de advogados e criminalistas que têm analisado minuciosamente o teor dos depoimentos dos colaboradores - em troca de benefícios como redução de pena ou até do perdão judicial eles assinaram pacto de delação premiada.

Os advogados apontam que uma dessas contradições ocorreu no capítulo relativo ao ex-ministro petista Antônio Palocci (Casa Civil do governo Lula e Fazenda do governo Dilma Rousseff). Outra controvérsia gira em torno dos relatos acerca do ex-ministro Edson Lobão (Minas e Energia) e da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB/MA).

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Na última sexta feira, 6, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou investigar Palocci, atendendo requerimento do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O chefe do Ministério Público Federal também pediu investigação sobre Lobão e Roseana. Alberto Youssef, doleiro, e Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras - personagens centrais da investigação sobre o esquema de propinas na estatal petrolífera - citaram Palocci em suas delações premiadas.

Os delatores, no entanto, se contradizem, sustentam os defensores. Na avaliação do criminalista José Roberto Batochio, constituído por Palocci, os depoimentos conflitantes "comprovam a inocência" do ex-ministro. "Como vai ficar essa delação de Paulo Roberto Costa? Se ele mentiu, perderá os benefícios da colaboração."

Paulo Roberto Costa disse que conheceu Palocci em 2004. Na ocasião, Palocci era membro do Conselho de Administração da Petrobras. Dilma Rousseff presidia o Conselho de Administração da estatal e ocupava o cargo de ministra das Minas e Energia. O ex-diretor da Petrobras, indicado para o cargo em 2004 pelo PP, afirmou que esteve em "várias reuniões" com Palocci, então ministro da Fazenda. Costa afirma que, em 2010, recebeu uma solicitação, por meio de Alberto Youssef, para que fossem liberados R$ 2 milhões do caixa do PP, para a campanha presidencial de Dilma.

Questionado sobre essas declarações do ex-diretor, que lhe atribuiu participação no caso, o doleiro Youssef foi taxativo. "Esta afirmação não é verdadeira."

Para Batochio, a contradição põe abaixo a suspeita levantada contra o ex-ministro. "Palocci não conhece, nunca viu, nunca soube da existência de Alberto Youssef. Para ele a existência (do doleiro) era desconhecida." Segundo o criminalista, Palocci "nunca conversou" com Paulo Roberto Costa.

Batochio destaca que Palocci, em 2004, como ministro da Fazenda, pertenceu ao Conselho de Administração da Petrobras "seguindo a tradição de que todo ministro da Fazenda é membro do colegiado".

"(Palocci) pode ter visto Paulo Roberto Costa lá (no Conselho), mas nunca tratou com ele assunto sobre campanha eleitoral, jamais, em tempo algum."

O criminalista assinala que o próprio procurador-geral da República "já realçou e fez questão de transcrever que a referência feita pelo sr. Paulo Roberto Costa foi cabalmente desmentida pelo sr. Alberto Youssef".

"Consta que na campanha de 2010 Alberto Youssef teria pedido aquela quantia (R$ 2 milhões) em nome de Palocci para a campanha presidencial. Quando, como, onde, ninguém sabe. Ora, Alberto Youssef já negou categoricamente a operação. Então, fica uma coisa aérea, muito vaga, absolutamente vaga, flutuando nas nuvens. Mais do que isso, a afirmação do sr. Paulo Roberto foi categoricamente desmentida por Youssef e pelo advogado dele."

Para Batochio, a conclusão é uma só. "Com duas afirmações contrárias, uma é falsa. Palocci pediu através de Youssef. Youssef vem e diz que isso nunca existiu, que é uma mentira. Como vai ficar essa delação premiada de Paulo Roberto Costa? Uma das cláusulas da colaboração impõe que se o delator mentir perderá os benefícios da delação. Eis aí o impasse."

Batochio lembra que o ex-ministro, na campanha de 2010, não era o encarregado da arrecadação. "Palocci era coordenador das articulações políticas, o homem que escrevia os programas de campanha. Suas atribuições eram apenas essas aí."

Lobão

Em outro trecho de sua extensa delação, Paulo Roberto Costa afirma que o senador Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, solicitou R$ 2 milhões para a campanha de Roseana ao governo do Maranhão, em 2010. O valor, afirmou Costa, foi pago em espécie via Youssef.

O criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende a ex-governadora e o ex-ministro, concentra sua tese nas controvérsias dos delatores. "O depoimento é contraditório. Uma hora diz que o Lobão pediu, outra falou com a Roseana, diz que é num lugar, depois no outro. Diz que o Youssef pagou. O Youssef nega."

Para Kakay, "essa delação (de Costa) terá de ser revogada". "Eles ouvem novamente o Youssef e o Costa, em fevereiro, para tentar se adaptar mais. Os depoimentos estão sendo adaptados na pressão do Ministério Público para chegar a algum tipo de imputação. Tenho maior apreço pelo Janot (procurador-geral), mas na época do Claudio Fonteles (procurador-geral no primeiro governo Lula) se ouvia as pessoas antes. Respeito Janot imensamente, mas ele foi imprudente. Essa abertura desse inquérito ofende o status de dignidade da Roseana e do Lobão."

O criminalista é taxativo. "Não há elementos para abrir esse inquérito. No máximo pedir uma explicação. O que tem do Paulo Roberto Costa é de pouquíssima dignidade. A delação dele vai ser cassada."

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, confirmou nesta terça-feira (23) em café com jornalistas, que deixará o cargo e voltará ao Senado a partir do dia 1º de janeiro. Segundo ele, o seu sucessor deve ser anunciado ainda hoje.

"Acho que a presidenta Dilma Rousseff anuncia não só o novo ministro de Minas e Energia, como todos os outros ministérios, ainda hoje, e já não é sem tempo. O Planalto está fazendo as últimas costuras", completou.

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De acordo com Lobão, nos próximos dias o novo ministro deve receber as informações e dados necessários para um breve período de transição.

Sobre sua volta ao Parlamento, destacou que seu partido, o PMDB, detém a maior bancada no Senado e tem sido solidário ao governo. "O PMDB acabou de presidir a sessão que votou uma lei importante para o governo. O partido tem sido solidário mas eventuais divergências também são normais", acrescentou.

Apesar de insistentemente perguntado, o ministro não deu dicas sobre seu sucessor na pasta. "Pode ser de todos os partidos", brincou. O Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, apurou que Eduardo Braga, do PMDB do Amazonas, deve substituí-lo.

Presente na manifestação contra o governo Dilma Rousseff na capital paulista nesta tarde, o cantor e compositor Lobão disse que vai a Brasília na próxima semana para tentar postergar a conclusão da votação do Projeto de Lei nº 36, que flexibiliza a meta fiscal. "Vou vestir terno", ironizou. Segundo ele, o governo Dilma precisou flexibilizar a meta de superávit para não sofrer um impeachment. "Foi por muito pouco", disse. Lobão destacou que é o único artista de expressão nacional a defender abertamente a oposição ao governo Dilma e posicionamentos de direita e descartou a possibilidade de ter sua imagem associada à defesa da intervenção militar. "Sou insimonalizável", disse Lobão, em referência ao cantor Wilson Simonal, acusado de ter apoiado a ditadura.

Convocada pela internet por grupos como "Movimento Brasil Livre", "Vem Pra Rua" e "Movimento Brasileiro de Resistência", o ato reuniu cerca de 5 mil pessoas na capital paulista nesta tarde, segundo a Polícia Militar. Divididos em três grupos distintos, cada um com seu carro de som, os manifestantes pediam, entre outras reivindicações, a derrubada do PL 36, o impeachment da presidente Dilma Rousseff e até intervenção militar. Lobão fez questão de se diferenciar do grupo que defendia a intervenção militar. "Temos objetivos comuns, como tirar o PT do poder, mas defendo os meios democráticos", esclareceu.

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