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A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) disparou, nesta sexta-feira (19), contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e argumentou que virar as costas para o problema da fome no Brasil não fará com que ele deixe de existir. A ponderação da petista surgiu depois que Bolsonaro disse, durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, que “passar fome no Brasil é uma grande mentira”

“Ao invés de propor ações para acabar com a fome, Bolsonaro diz ‘falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira’. A declaração é de uma estupidez tremenda, de quem não conhece o próprio país. Jair Bolsonaro, virar as costas pra fome não vai fazer ela deixar de existir”, alfinetou a deputada. 

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Bolsonaro tratou do assunto após ser perguntado sobre os planos da gestão dele para dar suporte ao aumento da pobreza e da fome no país. 

“Passa-se mal, não come bem, aí eu concordo. Agora, passar fome, não. Você não vê gente, mesmo pobre, pelas ruas, com físico esquelético, como a gente vê em alguns outros países pelo mundo”, chegou a afirmar o presidente na ocasião.

Erika Kokay, contudo, não foi a única a reagir negativamente diante da fala. A deputada estadual do Rio Grande do Sul, Luciana Genro (PSOL), disse que ao declarar isso “Bolsonaro ignora que 5 milhões de brasileiros sofrem de desnutrição e vivem, sim, com fome e na pobreza, à mercê de gente como ele, de discurso raso, que ignora a realidade do país que governa e não está interessado em diminuir as desigualdades sociais”.

O deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB-PE) também criticou o presidente. “Bolsonaro diz que passar fome no Brasil é uma grande mentira. Em um país com cerca de 55 milhões de pobres e mais de 15 milhões vivendo abaixo da linha da extrema pobreza. Me pergunto até que ponto é falta de informação ou crueldade fazer afirmações como essas”, disse o comunista.

A ex-deputada Luciana Genro (PSOL), candidata derrotada à prefeitura de Porto Alegre, disse neste sábado (21), pouco depois de participar do velório do ministro Teori Zavascki, que o acidente que vitimou o magistrado pode colocar em risco a Operação lava Jato.

"Vim representar o PSOL e dizer que é uma perda muito grande nesta luta contra a corrupção. Temo que a Lava Jato esteja em risco, que a delação da Odebrecht não seja homologada, que forças tentem barrar", disse ela.

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Após causar polêmica nas redes sociais na quarta-feira, 10, ao defender a convocação de eleições gerais em 2016, Luciana Genro se diz preocupada com os "desdobramentos do impeachment na Câmara" e com o vice-presidente, Michel Temer, "ensaiando passos para uma ruptura" com o governo.

À reportagem, a presidente do PSOL afirmou que seu posicionamento - que dominou os assuntos mais comentados do Twitter no dia seguinte - conseguiu pautar um debate importante no Brasil: "Teve a repercussão que teve porque há um forte sentimento de estelionato eleitoral". Para ela, nem Temer e nem o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, têm legitimidade para conduzir o País: "O Temer tem menos popularidade que eu. Ele tem 2% de votos, enquanto eu teria 4%", disse.

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A posição da líder psolista gerou críticas até dentro do próprio partido, que se posicionou contra o impeachment, "sem contudo defender o governo", conforme nota publicada na quinta-feira. Luciana diz que seu posicionamento "vai além do que o partido está dizendo" e "pode vir a ser a proposta em outro momento".

Para evitar que Temer ou Cunha assumam o comando do País com o impeachment de Dilma, a única saída possível para Luciana seria a renúncia da presidente e a convocação de eleições gerais no ano que vem: "Quem conduz esse processo está fazendo isso de forma manobreira", afirmou. Segundo ela, o governo perdeu a credibilidade: "As pessoas estão se sentindo traídas. Eu não me sinto confortável em ir a uma mobilização para dizer simplesmente 'fica Dilma'. A gente precisa dar uma resposta para esse sentimento de traição", explicou.

No entanto, a presidente do PSOL, que concorreu às eleições presidenciais em 2014, diz que não entraria em uma nova disputa. A ex-deputada já confirmou candidatura à prefeitura de Porto Alegre em 2016 e afirma que seu foco, por enquanto, está na capital gaúcha.

Em resposta a uma interpelação da Câmara dos Deputados, a ex-deputada e ex-candidata à Presidência pelo PSOL Luciana Genro afirmou que o senador Zezé Perrella (PDT-MG) e seu filho, o ex-deputado estadual Gustavo Perrella (SD-MG), não foram presos na operação da Polícia Federal que apreendeu um helicóptero da empresa da família Perrella com 445 quilos de cocaína por serem "blindados pelas suas relações com o poder".

"É notório que tal fato (apreensão do helicóptero com cocaína pela PF) não ensejou a prisão do senador, nem de seu filho, proprietário da empresa e deputado estadual (na época da operação, em 2013). Estes ficaram fora do alcance punitivo da guerra às drogas, blindados pelas suas relações com o poder", afirma a ex-deputada no documento de sete páginas encaminhado nesta terça-feira, 8, à Câmara dos Deputados.

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Na resposta, Luciana Genro ainda discorre sobre as consequências da guerra às drogas em todo mundo e cita um estudo da London School of Economics com critica à política de combate ao consumo de drogas. Ao final, ela anexa uma reportagem sobre a apreensão do helicóptero dos Perrella em 2013. "O fato de um helicóptero da família do senador ser apreendido com 450 kg de cocaína é uma evidência que sustenta de forma concreta a suspeita de que os grandes traficantes não estão nas favelas e sim, inclusive, no Congresso Nacional", conclui Luciana Genro.

Twitter

A polêmica com a ex-parlamentar do PSOL começou no dia 19 de agosto, quando Luciana Genro questionou a política de combate às drogas no Brasil e afirmou em seu Twitter oficial que "a guerra às drogas atinge os pequenos traficantes. Os grandes não estão nas favelas, mas estão, inclusive, no Congresso". Na ocasião, o Supremo estava julgando a descriminalização do porte de drogas para consumo próprio e a deputada foi logo respondida por Marco Feliciano na rede social:

"@lucianagenro Esta acusação é gravíssima. Pode citar os nomes? Com provas irrefutáveis?", questionou o deputado que foi logo respondido na rede social. "Acho que o @MarcoFeliciano esqueceu que um helicóptero da família do senador Zezé Perrela foi apreendido em 2013 com 450 kg de cocaína!"

A partir de então, Marcos Feliciano recorreu ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para tomar providências sobre o episódio. Na semana passada, Luciana Genro recebeu uma notificação extrajudicial da procuradoria da Câmara cobrando que ela se explicasse por escrito sobre suas declarações polêmicas em cinco dias úteis.

Procurado pela reportagem, a assessoria do senador Zezé Perrella informou que ele está avaliando as medidas judiciais cabíveis contra a ex-deputada.

O PSOL vai dar início a uma série de atos nacionais, onde apresentarão propostas para o Brasil sair da crise econômica e política, nesta quinta-feira (5) pelo Recife. Quem vai comandar o debate é a ex-candidata à presidência da República, Luciana Genro. O encontro será às 19h, no auditório G1, da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). 

A psolista vai tratar sobre estratégias opcionais as crises que "não penalizem os trabalhadores e a juventude", baseando-se na carta "As saídas para as crises estão à esquerda" aprovada pela executiva do partido no último dia 10. O ato será aberto a toda população.

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Participam do encontro do PSOL, os dirigentes nacionais e estaduais da legenda Albanise Pires, Zé Gomes e Leandro Recife. Além deles, o deputado estadual Edilson Silva (PSOL) também estará presente. Antes do ato, Luciana Genro almoça com lideranças do PSOL-PE e atende à imprensa para uma coletiva. 

 

 

O PSOL, partido que conta com cinco deputados federais e um senador, divulgou nesta terça-feira, 10, um documento intitulado "Carta de Brasília", no qual defende "propostas emergenciais para enfrentar pela esquerda a profunda crise que o País atravessa".

Num ato na Câmara dos Deputados com a presença de Luciana Genro, candidata do partido à Presidência da República, foi apresentada a carta que defende 14 propostas para que o País enfrente as "dimensões política, econômica, social e ambiental da crise" pela qual o Brasil passa.

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Entre elas, está a revogação das duas medidas provisórias que endureceram o acesso a benefícios trabalhistas como o seguro-desemprego e o abono salarial. "Quaisquer abusos ou ilegalidades no usufruto desses direitos devem ser tratados como exceção e não como regra", argumenta o texto redigido pela Executiva nacional do PSOL e pelos parlamentares da sigla.

O PSOL prega ainda a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e a revogação dos aumentos do transporte público. A punição de todos os envolvidos na Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras, também entra na lista de medidas defendidas pelo PSOL, assim como a proibição das empresas envolvidas de participarem em certames públicos. Os membros do PSOL também advogam pela "estatização completa" do sistema de abastecimento de água e de energia elétrica e o "fim da política de superávit primário."

Na abertura da "Carta de Brasília", o PSOL acusa o governo da presidente Dilma Rousseff e o PT de "se renderem totalmente aos interesses do mercado e suas imposições de 'austeridade'". A legenda também diz que o governo "atacou direitos sociais e previdenciários ainda no final de ano passado, cortou bilhões de reais do Orçamento dos ministérios e aumentou tarifas de energia e combustíveis, além da elevação dos preços dos alimentos, que a população mais pobre sente em seu bolso."

"É um estelionato eleitoral que culmina num processo de descrédito do processo democrático. O ideal seria haver novas regras políticas para haver novas eleições, mas isso não se faz da noite para o dia e muito menos a partir de pedidos de impeachment de partidos como o PSDB, que é parte da mesma estrutura. O povo precisa ir às ruas", declarou Luciana Genro, em nota encaminhada pela assessoria de comunicação do partido.

Quarto lugar na disputa pela presidência da República, Luciana Genro (PSOL), anunciou, nesta quarta-feira (8), que não vai se alinhar a nenhum dos candidatos que pleiteam o segundo turno do pleito eleitoral. Apesar disso, a neutralidade não é completa, ela e o PSOL vedam apenas o voto dos psolistas na candidatura de Aécio Neves (PSDB). 

"Deixamos três opções: voto nulo, branco e na Dilma. Ela não se alinha a nenhuma dessas opções. Negamos o Aécio, que para nós é o retrocesso mais odioso", frisou Genro durante uma coletiva após a reunião com a Executiva Nacional. Questionada sobre uma possível apoio "mascarado" ao PT, ela negou. "Não existe apoio sem se dizer que está apoiando. Algum dirigente pode dizer que está apoiando, a resolução dá suporte. Mas o PSOL não está apoiando. Não é um apoio velado. Não está no nosso interesse", cravou Genro.

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De acordo com ela, os militantes psolistas deverão se sentir "livres" para tomar as decisões de acordo com uma resolução (texto abaixo) divulgada após a reunião. "Não acredito que vá mudar muito, a não ser que surja novas denúncias. O embate será como aconteceu no 1° turno. (...) As bandeiras que defendemos não serão resolvidas por esses dois candidatos que disputam a presidência", argumentou Genro. A psolista também elencou problemas na economia, nos problemas sociais e de corrupção. 

Veja a nota da legenda na íntegra:

Nota do PSOL: Seguir lutando para mudar o Brasil

Dilma não nos representa. Nenhum voto em Aécio.

O PSOL cresceu nas eleições de 2014. Dobramos nossa votação em relação a 2010, num cenário ainda mais difícil. Agradecemos a cada um dos 1.612.186 eleitores que destinaram seu voto ao fortalecimento das bandeiras que defendemos durante a campanha eleitoral. Conseguimos dobrar a representação parlamentar do PSOL, que alcançou cinco deputados federais e doze deputados estaduais. Essas bancadas farão a diferença nos seus estados e no Congresso Nacional na luta por mais direitos. Nosso projeto sai fortalecido das urnas, conquistando o quarto lugar em uma eleição marcada pela desigualdade da cobertura da imprensa, dos erros das pesquisas, do impacto do poder econômico e do desequilíbrio no tempo de televisão. Nada disso teria sido possível sem a militância do PSOL, que fez a diferença e conquistou, com muita dedicação, esse expressivo resultado.

Cumprimos o nosso papel, apresentando a melhor candidata e a melhor proposta para o Brasil. Luciana Genro constituiu-se como a principal referência da esquerda coerente e este é um enorme patrimônio de todo o PSOL. O programa que defendemos é o programa necessário para que se avance em direção a um Brasil justo e igualitário, livre da exploração e de todos os tipos de opressão. Esta foi nossa principal missão política nestas eleições, e avaliamos que a cumprimos bem.

Um segundo turno, quando não nos sentimos representados nele, é muitas vezes mais do veto que do voto. Entendemos que Aécio Neves, o seu PSDB e aliados são os representantes mais diretos dos interesses da classe dominante e do imperialismo na América Latina. O jeito tucano de governar, baseado na defesa das elites econômicas  e nas privatizações, com a corrupção daí decorrente, significa um verdadeiro retrocesso. A criminalização das mobilizações populares e dos pobres empreendida pelos governos tucanos, em especial o de Alckmin, nos coloca em oposição frontal ao projeto do PSDB e aliados de direita. Assim, recomendamos que os eleitores do PSOL não votem em Aécio Neves no segundo turno das eleições presidenciais. Não é cabível qualquer apoio de nossos filiados à sua candidatura.

A provável capitulação de Marina Silva à candidatura tucana demonstra a sua incapacidade de representar legitimamente o desejo de mudanças expresso nas ruas e comprova que a “nova política” não pode ser um atributo daqueles que aderem tão rapidamente ao retrocesso.

É preciso também afirmar que, diante do que foi o seu governo e sua campanha eleitoral, Dilma está distante do desejo de mudanças que tomou as ruas no ano passado. Seu governo atuou contra as bandeiras mais destacadas de nossa campanha, como a taxação das grandes fortunas, a revolução tributária que taxe os mais os ricos e menos os trabalhadores, a auditoria da dívida pública, contra a terceirização e a precarização das relações de trabalho, fim do fator previdenciário, a criminalização da homofobia e a defesa do casamento civil igualitário, uma nova política de segurança pública que acabe com a “guerra às drogas” e defenda os direitos humanos, a democratização radical dos meios de comunicação, o controle público sobre nossas riquezas naturais, os direitos das mulheres, a reforma urbana, a reforma agrária e a urgentíssima reforma política, que tire a degeneração do poder do dinheiro nas eleições, reiterado neste pleito, mais uma vez. Por tudo isso, se Dilma vencer o segundo turno, o PSOL seguirá como oposição de esquerda e lutando pelas bandeiras que sempre defendemos, inclusive durante a campanha eleitoral.

A partir destas considerações, o PSOL orienta seus militantes a tomarem livremente sua decisão dentro dos marcos desta Resolução, conscientes do significado sobre o voto no segundo turno, dia 26 de outubro, e agradece mais uma vez a todos o(a)s seus/suas  eleitores(as) e apoiadores(as) pela confiança recebida nestas eleições.

PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE – PSOL

São Paulo, 8 de outubro de 2014.

Na semana em que os partidos fora do segundo turno das eleições decidem eventuais apoios na disputa entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), a quarta colocada no pleito, Luciana Genro, comemora o resultado e o considera "extraordinário". A candidata, que teve mais de 1,6 milhão de votos (1,55% do eleitorado), avalia que conseguiu encantar a juventude e levar ao debate eleitoral temas que nenhum dos candidatos levantou.

A avaliação de que a candidatura do PSOL conseguiu sair da campanha melhor do que entrou, por receber parte dos votos daqueles que participaram das manifestações do ano passado, é compartilhada pelo cientista político e especialista em comportamento eleitoral Leonardo Barreto. Para ele, o voto em Luciana não veio só do “radical”, mas também de um setor da sociedade que é “muito mobilizado”.

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O partido conseguiu superar a quantidade de votos da eleição passada e aumentou a bancada na Câmara de três para cinco deputados. Plínio Arruda Sampaio, candidato do partido em 2010, teve 0,87% dos votos. Luciana Genro conseguiu somar quase metade do total de votos obtidos pelas oito menores candidaturas (3,68 milhões).

“As manifestações de junho contribuíram para que houvesse um processo de negação da política mais forte”, avalia Luciana Genro. Em entrevista à Agência Brasil, ela disse que essa apatia é importante em um primeiro momento, mas insuficiente. O desafio agora, para ela, é organizar essa insatisfação com a “velha política”, a concentração de renda e os serviços públicos precários, e assim passar para um processo de afirmação.

De acordo com a fundadora do PSOL, além das defesas do partido do ponto de vista econômico, como a tributação sobre grandes fortunas, as bandeiras defendidas por sua candidatura conseguiram aplacar grande apoio social. Lembrando que as paradas do orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) têm reunido milhões de pessoas, Luciana Genro avalia que “nenhuma candidatura tem a ousadia de colocar nas campanhas” posições tão claras como a defesa do casamento civil igualitário para pessoas do mesmo sexo e a criminalização da homofobia.

Segundo Leonardo Barreto, a candidata mirou alguns nichos específicos e continuou apostando em extremidades ideológicas, como a esquerda mais clássica. “Os partidos que não estão disputando a vitória têm uma liberdade maior de discurso e de posicionamentos do que os que estão atrás do eleitor mediano. Parece que isso explica o desempenho dela.”

Ao avaliar que as principais bandeiras apresentadas em seu programa “não serão resolvidas por nenhum dos dois candidatos”, Luciana disse que a posição para o segundo turno será definida nesta quarta-feira (8) em reunião da Executiva Nacional. “O que temos de consenso é de que não daremos nenhum voto para o Aécio, que evidentemente significa retrocesso. Isso não significa apoio a Dilma, têm muitos eleitores do PSOL que vão declarar voto nulo, por exemplo.”

O cientista político justifica que esse voto nulo se deve ao fato de o partido encampar muito o discurso antissistema, inclusive contrário ao funcionamento eleitoral. Na avaliação dele, porém, “por gravidade”, os eleitores da socialista tendem a se aproximar de Dilma.

Luciana Genro, que foi deputada federal entre 2003 e 2010, pretende continuar cumprindo seu papel de figura pública e dirigente do partido. “Para fazer política você não necessariamente precisa ocupar cargo público. Acho que a força que eu possa ter está diretamente relacionada à força do PSOL”, avaliou, ao acrescentar que os deputados eleitos do partido terão um papel importante de seguir defendendo as bandeiras que levantou na campanha.

O cientista político acredita que, apesar de não ter um mandato, Luciana Genro vai continuar desempenhando um papel nesse cenário. Ele considera que esse eleitor mais mobilizado das manifestações trouxe uma agenda persistente ao país, e que o desempenho de Luciana foi importante para destacar seguimentos minoritários que devem ser valorizados e são importantes para a democracia.

Com mais de 1,6 milhão de votos (1,55%), a candidata do PSOL à Presidência, a gaúcha Luciana Genro, conseguiu a votação mais expressiva do partido desde 2006. Considerada uma candidata nanica, por ser de um partido pequeno, ela aproveitou o resultado e o crescimento do PSOL nas urnas sua frase de maior sucesso na campanha: "Nanica é uma ova!".

Essa foi a resposta que deu adversário Aécio Neves, quando ele se valeu do adjetivo para qualificar seu partido, no debate da TV Globo da ultima quinta-feira passada. O PSOL fará reunião nesta quarta-feira (8), para decidir se apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) ou se mantém a neutralidade no 2.º turno. Apoio a Aécio está fora de questão.

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"Vamos discutir internamente o que é melhor para o partido. Não há nenhuma hipótese de o PSOL apoiar o Aécio, mas também é óbvio que a Dilma não representa as bandeiras que defendemos", disse ela. Nas eleições de 2006 e 2010, o PSOL decidiu por não optar entre PT e PSDB. "É muito possível que mantenhamos essa posição. Há diferentes matizes dentro do partido, mas acho que vamos conseguir consenso nesta linha", diz.

Para Luciana não houve surpresas no resultado do 1.º turno e, independentemente de quem ganhar a eleição, o Brasil vai ver sua situação econômica piorar. "Qualquer avanço nesses governos só será possível a partir de muita pressão popular, principalmente no combate à homofobia e na tributação de grandes riquezas", ponderou.

Bancada

Em 2010, o candidato do partido à Presidência, Plínio de Arruda Sampaio, teve apenas 886 mil votos (0,87%). Nas eleições deste ano, o PSOL aumentou sua bancada de três para cinco deputados federais e elegeu 13 estaduais - mais que o dobro do quadro atual.

Feliz com o resultado, Luciana acredita que o PSOL superou dificuldades e vê nas manifestações de junho de 2013 o principal fator para que os eleitores entendessem o discurso do partido. "As pessoas nos viram com uma outra possibilidade política e de modelo de País."

Personagem de um dos embates que mais geraram polêmica - quando Levy Fidelix (PRTB)fez declarações homofóbicas no debate da TV Record - ela se posiciona como principal candidata em defesa aos direitos LGBTs. "Sou muito grata à comunidade LGBT pelo apoio que me deu. Desde o primeiro debate, o carinho foi recíproco e se refletiu nas urnas".

Pai

Filha do atual governador gaúcho e candidato à reeleição Tarso Genro (PT), Luciana não abre o jogo sobre quem vai apoiar no 2.º turno no Rio Grande do Sul - Tarso vai disputar o cargo contra o candidato do PMDB, José Ivo Sartori.

"Não vou tomar uma posição pessoal. O coração da Luciana não está exposto publicamente sobre esse assunto." É possível que Luciana dispute a prefeitura de Porto Alegre em 2016, mas ela desconversa. "Não faço da política uma carreira, mas eu gosto muito de disputar eleição. Se o partido decidir, concorro com prazer." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A candidata do PSOL à presidência da República, Luciana Genro, votou neste domingo (5) na Escola Estadual de Educação Básica Apeles, no bairro Santana, em Porto Alegre. Acompanhada do candidato a governador pelo partido, Roberto Robaina, ela previu que o PSOL fará votações expressivas, superiores às previstas pelas pesquisas. "Um por cento uma ova!", disse brincando ao chegar ao local.

Luciana destacou que o PSOL conseguiu colocar na pauta da campanha temas levantados pelas manifestações de rua do ano passado, citando, entre eles, direitos civis como os da comunidade LGBT. Reiterou ainda que cada voto no PSOL vai fortalecer a base do partido, suas teses e as bancadas parlamentares. "Tenho certeza que vamos surpreender e fazer grandes bancadas", ressaltou Luciana, que não quis declarar apoio a outros candidatos para o segundo turno porque entende que estará na disputa.

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A candidata confirmou que votou em Robaina para governador, mesmo que seu pai, Tarso Genro, participe da disputa com chances de vencer. Robaina é ex-marido de Luciana e pai de seu filho Fernando, que também é filiado ao PSOL.

Os escândalos de corrupção e desvio de dinheiro na Petrobras foram destaques nos embates ocorridos no último debate entre os presidenciáveis antes do primeiro turno dessas eleições, realizado na noite dessa quinta-feira (2) na Rede Globo.

Logo na primeira pergunta, a candidata do PSOL, Luciana Genro, indagou Dilma Rousseff sobre se os casos de corrupção eram resultado da aliança que o Partido dos Trabalhadores havia feito com os partidos de direita. Dilma rebateu ao defender as ações do governo para combater a impunidade e os atos ilícitos no setor público. “Não acho que sejam alianças que definam corruptos. Não acredito que tenha alguém acima de corrupção. Acho que todo mundo pode cometer corrupção. As instituições é que têm que ser virtuosas de impedirem que isso ocorra”, declarou.

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Em seguida, o pastor Everaldo (PSC) perguntou ao candidato do PSDB, Aécio Neves, sobre o suposto uso político dos Correios em favor da campanha petista. Na resposta, o tucano disse: "É vergonhoso o que vem acontecendo no governo, a Petrobras deixou as páginas de economia para as páginas policiais. Os Correios, centenário, estão à serviço da candidatura do PT em Minas Gerais. E quem disse isso foi uma liderança do Partido dos Trabalhadores. Boa parte da correspondência enviada por nós não chegou aos destinatários", declarou.

Na réplica, Pastor Everaldo disse que os Correios estão processando sua candidatura porque ele denunciou esses escândalos da estatal. "Estão tentando calar a boca de quem diz a verdade. Basta dessa corrupção", emendou. Aécio, na tréplica, disse que encontrou essa indignação em todo o Brasil, de pessoas que não aguentam mais ver o Estado brasileiro a serviço de um projeto de poder. "É este vale tudo", disse, citando inclusive os ataques da campanha do PT a Marina Silva, sua adversária do PSB.

Aécio também atacou a adversária do PT: "Dilma disse que demitiu o diretor Paulo Roberto da Costa, mas a ata da Petrobras disse que ele renunciou. Além disso, ele recebeu elogios por sua atuação. Este senhor está sendo obrigado a devolver R$ 70 milhões roubados da Petrobras", salientou. Em outro momento, Dilma leu um trecho do depoimento de Costa na CPI da Petrobras, quando explicou que ele fez a carta de renúncia após saber que seria substituído. ”Eu queria dizer que tem gente que combate a corrupção, como eu, para fortalecer a Petrobras. Te outras pessoas que combatem a corrupção para enfraquecer a Petrobras porque querem a sua privatização”, acusou.

O tucano disse que não quer privatizar a estatal. “A Petrobras vai ser devolvida aos brasileiros, tendo uma gestão de empresa profissional, para que engrandeça a empresa e não a diminua como está ocorrendo no atual governo”, disparou.

Trocas de acusações marcaram o último debate entre os presidenciáveis, iniciado no final da noite desta quinta-feira (2). Alvo das principais críticas, a candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) precisou, em vários momentos, evitar desgastes quando os aspectos negativos de sua gestão foram destacados pelos demais candidatos. Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) também precisaram contornar acusações. 

Logo no primeiro bloco, Luciana Genro (PSOL) disse que nem Dilma nem Aécio tinham “moral” para falar de combate à corrupção, já que os dois partidos estão envolvidos em escândalos de pagamento de propina. 

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Em seguida, o tucano sustentou que Marina Silva continuou no PT mesmo quando as denúncias do mensalão na Câmara dos Deputados foram sendo confirmadas. Para ele, isso não reflete a “nova política” que ela propõe no programa de governo. Marina se defendeu: “A nova política estava na postura de quem, mesmo estando em um partido político, nunca se rendeu àquilo que é ilícito e ilegal, como é o caso do mensalão. A gente pode estar dentro de um partido e não compactuar com os erros que são cometidos”.

Já no terceiro bloco, Luciana Genro disse que Aécio e Dilma pareciam “o sujo falando do mal lavado”, quando trocam críticas sobre privatização e conivência com a corrupção. “Tu tinhas que ter vergonha de falar sobre a corrupção do PT, porque o mensalão mineiro foi a origem do mensalão”, disparou. O candidato do PSDB rebateu ao dizer que a presidenciável estava no debate “para fazer um espetáculo sem a menor conexão com a realidade”, para logo em seguida defender a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando várias concessões foram realizadas.

Em seguida, Luciana voltou a acusar o ex-governador de Minas Gerais de construir um aeroporto público para beneficiar a própria família. “Tu é tão fanático pelas privatizações e corrupção que chegou ao ponto de fazer um aeroporto com dinheiro público e entregar a chave para o teu tio. E isso tu ainda não explicou devidamente para o povo brasileiro”, frisou. Antes de fazer a própria defesa, Aécio sustentou que Luciana não deveria “ofender os outros sem conhecer o que está falando”. “Acusações levianas nas vésperas da eleição não servem a um debate deste nível. Lamentavelmente, você não está preparada para disputar a Presidência da República”, disparou.

Dilma e Marina também protagonizaram trocas de farpas, mesmo após o encerramento do tempo previsto para o embate. Marina acusou Dilma de não ter cumprido as promessas feitas na campanha de 2010 e a criticou por não apresentar um programa de governo no pleito atual. Dilma se defendeu: "Eu cumpri todos os meus compromissos". Em seguida ela questionou a capacidade da socialista. "Quem pode achar que farão melhor se nunca construíram um programa social, como o PT".

O debate realizado pela TV Globo foi o último desse primeiro turno, já que a Justiça Eleitoral estabeleceu a quinta como o prazo final para a realização dos embates entre os candidatos.

O debate entre os presidenciáveis realizado pela TV Globo, nessa quinta-feira (2), tornou-se uma extensão do embate promovido pela TV Record no último domingo (28). Logo no primeiro bloco, Eduardo Jorge (PV) propôs que Levy Fidelix (PRTB) pedisse perdão aos homossexuais pelas ofensas. "O senhor extrapolou todos os limites. Com sua fala, agredindo o púlbico LGBT, agrediu a 99,9% dos cidadãos", sustentou.

No debate da Record, Fidelix disse que “dois iguais não fazem filhos” e que “aparelho excretor não reproduz”. “Nós somos maioria. Vamos enfrentar essa minoria. Esses que têm esses problemas realmente devem ser atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente, mas bem longe mesmo porque aqui não dá”, declarou.

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Já Levy disse que Eduardo Jorge não tinha “moral nenhuma” para censurá-lo. “Você propõe que o jovem consuma maconha e faça aborto. Isso é apologia ao crime. Eu apenas cumpro o que diz a Constituição federal que fala sobre a família ser composta por homem, a mulher, os filhos”, disse. Para o presidenciável do PRTB ele não “fez nenhuma apologia”, mas apenas exerceu o direito “previsto também em Constituição de livre expressão”. 

Na réplica, Jorge disse que encontrará Levy na Justiça quando o Ministério Público der seguimento à solicitação processual colocada pelo PV contra a fala do candidato do PRTB. "O senhor envergonhou o Brasil com a sua atitude", disparou.

Logo em seguida, quando teve a oportunidade, Luciana Genro (PSOL) também engrossou o coro contra as declarações de Levy Fidelix. "Tu apavorou, chocou, ofendeu e humilhou milhares de pessoas com aquele teu discurso homofóbico que incitou o ódio", frisou. "Teu discurso de ódio foi o mesmo de nazistas contra judeus, de brancos contra negros", apontou Luciana, que lamentou que homofobia não seja crime e disse que Levy deveria ter saído algemado do debate da Record.

A presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), é vista pelos pernambucanos como a mais preparada para administrar o país. Dados do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), divulgados nesta quinta-feira (2), apontam que 43% dos entrevistados mencionam a petista no quesito preparação. A postulante do PSB, Marina Silva, configura o segundo lugar com 40% e Aécio Neves (PSDB) tem 3%, já Luciana Genro (PSOL) é admirada por 1%. 

Por região, a petista é mais admirada pelos sertanejos, com 72%. Já a socialista é a preferida pelos residentes da Região Metropolitana do Recife (RMR), 48%. Aécio é mais citado no Agreste, por 5% dos entrevistados e Luciana Genro contabiliza um ponto percentual em todos. 

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Quando a confiança dos eleitores para com os candidatos é aferida, Dilma tem 41%. Marina Silva tem 38% e Aécio Neves 3%. A psolista, Luciana Genro, contabilizou a confiança de 1% dos pernambucanos. Neste ponto, Dilma permanece com maior confiabilidade entre os sertanejos, Marina na RMR, 46%, o tucano no Agreste, 3%, e Luciana tem 1%.   

A atual presidente também lidera no quesito admiração. Dilma aparece como a mais admirada por 40% dos pernambucanos, Marina por 38%, Aécio Neves 3% e a psolista por 1%. Por regiões, a petista mantem a preferência entre os sertanejos, 71%, a socialista tem maior admiração na RMR, 47%, o tucano no Agreste, 3%, e Luciana Genro tem 1% na maioria das regiões. 

Apesar de admirada, pernambucanos têm medo de um segundo governo de Dilma

Mesmo liderando nas avaliações sentimentais de preparação, confiança e admiração, a presidente Dilma Rousseff é a candidata que os pernambucanos mais têm medo de que administre o país. Dos entrevistados pelo IPMN, 23% dizem temer o governo dela, já 17% aponta ter medo de Marina, 15% de Aécio, 3% do Pastor Everaldo (PSC) e 2% de Eduardo Jorge (PV). 

Os candidatos Zé Maria (PTSU), Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB), Luciana Genro (PSOL), Rui Costa Pimenta (PCO) e Mauro Iasi (PCB) são indicados como os mais temidos por 1% dos entrevistados. 

Ex-deputada federal pelo Rio Grande do Sul, a candidata do PSOL à Presidência da República, Luciana Genro, diz que, se for eleita, vai controlar a inflação a partir dos preços administrados pelo governo e de uma mudança no modelo agrícola, hoje voltado para as exportações e não para o mercado interno. Ao falar sobre seus planos para a educação, a candidata destaca a importância da regulamentação do Imposto sobre Grandes Fortunas [IGF]. De acordo com Luciana, com fortunas acima de R$ 50 milhões pagando alíquota anual de 5%, é possível arrecadar R$ 90 bilhões ao ano, exatamente a quantia que o orçamento deste ano reserva para a educação. 

Confira abaixo trechos da entrevista concedida à Agência Brasil.

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Agência Brasil: As estimativas de inflação oficial pelo IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo] para o próximo ano estão em torno de 6,2%, próximo do teto da meta. Como a senhora pretende atuar para conter o aumento de preços?

Luciana Genro: A fórmula de controle de inflação adotada hoje não é a mais adequada. Altas taxas de juros acabam gerando recessão, como estamos vendo agora: o Brasil entrou em recessão técnica. Trinta e nove por cento da inflação nos últimos 20 anos são decorrentes de preços administrados pelo governo: luz, telefone, gasolina, planos de saúde, escolas particulares. A luz, por exemplo, tem aumentado acima da inflação e a gasolina é uma das mais caras do mundo. Pretendemos conter a inflação a partir dos preços administrados pelo governo e de uma mudança no modelo agrícola, pois grande parte da inflação deriva do aumento de preços dos alimentos. Nosso modelo agrícola é voltado para as exportações, e não para a produção interna. Mudar esse modelo, valorizando a pequena e média propriedades e a produção de alimentos, pode contribuir para conter a inflação.

Agência Brasil: Apesar de todo seu potencial energético, o Brasil continua com tarifas altas. O que fazer para evitar mais aumentos?

Luciana: O problema da energia foi a privatização. Um setor estratégico como este não deveria estar em mãos privadas, justamente porque, se uma empresa qualquer, uma fábrica quebra, isso não afetará o interesse da população, afetará o interesse dos trabalhadores localmente e daquele capitalista. O governo não precisa, necessariamente, socorrer uma fábrica que quebra. Com a energia, é diferente. Não se pode permitir que uma distribuidora quebre, o governo é obrigado a socorrer. Então, torna-se uma modalidade de capitalismo sem risco, pois, enquanto o setor está lucrando, o lucro é embolsado pela iniciativa privada. Mesmo assim, as tarifas têm aumentado muito acima da inflação, e o índice de correção, IGP-M [Índice Geral de Preços de Mercado] não é o mesmo usado para corrigir o salário das pessoas, que está sempre perdendo para o aumento da energia elétrica. Se as concessionárias de energia não estão dando conta do recado, que devolvam as concessões ao Estado. 

Agência Brasil: Quais são seus planos para resolver gargalos de infraestrutura?

Luciana: Tudo isso envolve o problema das privatizações. A Rede Ferroviária Federal foi privatizada, entregue a duas ou três empresas que simplesmente liquidaram com o sistema ferroviário. E ferrovia é algo extremamente importante, porque o custo do frete ferroviário é 50% inferior ao do rodoviário. Assim é também o transporte pelos rios, que é fundamental e muito mais barato. É preciso desvincular o setor público do lobby das grandes empreiteiras. Não é casual que o transporte rodoviário seja o único que tem recebido incentivo. Os aeroportos também são objeto de leilões, assim como outros segmentos que poderiam ser incentivados e não estão sendo por causa dos lobbies poderosos do setor privado. A grande questão é desprivatizar o Estado, não permitir que o interesse privado se sobreponha ao público e modificar a visão de desenvolvimento econômico. 

Agência Brasil: O debate sobre a reforma política se arrasta há anos. Qual é a sua posição sobre a atual reforma minirreforma e como o chefe do Executivo pode contribuir para que essa discussão efetivamente avance, respeitando a prerrogativa de independência entre os Poderes?

Luciana: Achamos que a proposta de reforma política da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] traz grandes avanços. O fim do financiamento privado é fundamental para garantir mais igualdade na disputa e também a desprivatização da política. Hoje os partidos, os políticos estão, na sua maioria, capturados por esses interesse econômicos que financiam campanhas milionárias. Defendemos uma profunda reforma política, que mexa nas estruturas do sistema, que hoje não serve mais aos interesses de uma democracia real. Precisamos também rever essa fórmula de alianças que é, na verdade, um grande balcão de negócios, de venda de partidos de aluguel, que emprestam seu tempo de televisão para os grandes partidos. Esse modelo também precisa ser modificado. A população também precisa de mais participação, por meio de mecanismos de democracia direta, inclusive com a revogabilidade dos mandatos, a exemplo dos que á existe na Venezuela. Na metade do mandato do presidente ou dos deputados, pode-se estabelecer um compromisso de revogabilidade para que políticos que se elegem e não cumprem seus compromissos tenham o mandato cassado. Assim, a população terá protagonismo, não só na hora de votar, mas ao longo de todo o processo político.

Agência Brasil: O Brasil é apontado como um dos países com maior carga tributária no mundo. No Congresso, tramita uma proposta de reforma tributária que pouco tem avançado. Quais os planos do seu governo para equacionar essa questão e minimizar o desgaste político que isso pode gerar?

Luciana: Precisamos de um grande processo de mobilização popular e de uma proposta que mostre claramente o seu viés popular, pró-provo, diferentemente de propostas em que a população não enxerga nenhuma vantagem na aprovação porque não mexe, por exemplo, com a tabela do Imposto de Renda, com a tributação dos bancos, nem com as grandes fortunas. Nossa proposta será claramente a favor do assalariado, do trabalhador, e frontalmente contra a manutenção dos benefícios do grande capital, principalmente dos bancos. Com uma proposta clara, conseguiremos a mobilização popular necessária para tensionar o Congresso Nacional, que, certamente, não terá a maioria do nosso governo, assim como nenhum governo tem a maioria. Mas sem estabelecer balcão de negócios, sem mensalão, sem compra de votos, sem usar cargos ou emendas parlamentares. E sim a partir da própria mobilização social, porque ela efetivamente funciona. Quando há pressão popular sobre o Congresso, há uma mudança clara na correlação de forças e é possível aprovar medidas que normalmente não seriam aprovadas sem essa pressão externa.

Agência Brasil: O Plano Nacional de Educação [PNE] é considerado uma grande conquista para o setor. Como pretende, em quatro anos, avançar nas pautas indicadas na lei? Como pretende resolver a questão do financiamento?

Luciana: Com mudanças na estrutura tributária e na política econômica, que hoje destina 40% do Orçamento ao pagamento de juros da dívida. Apenas com uma das medidas que  apresentamos na proposta de revolução tributária, a regulamentação do Imposto sobre Grandes Fortunas [IGF], com fortunas acima de R$ 50 milhões pagando alíquota de 5% ao ano, estimamos que é possível arrecadar R$ 90 bilhões ao ano. Com isso, podemos dobrar os gastos com educação e, dessa maneira, atingir a meta de investir 10% do PIB em educação pública, não desperdiçando recursos públicos na educação privada.    

Agência Brasil: A Constituição Federal de 1988 estabeleceu prazo de cinco anos para que todas as terras indígenas fossem identificadas e demarcadas. Passados 21 anos do fim desse prazo, pouco mais de 44% foram homologados. A falta de definição sobre essas áreas acaba sendo uma das principais causas do aumento de conflitos e da violência no campo. Como a senhora pretende resolver a questão da demarcação de terras indígenas?

Luciana: Demarcando. É mera questão de vontade política do governo. E onde há conflito com pequenos agricultores, buscando resolver de forma pacífica, realocando esses agricultores em outras áreas onde eles possam garantir sua sobrevivência. O problema é que hoje não há demarcação de terras indígenas porque o governo prioriza o agronegócio, as grandes extensões de terra, os que têm se apropriado das terras indígenas e grandes empreendimentos.

Agência Brasil: É possível tornar o passe livre uma realidade? Como? Como o governo federal pode atuar para garantir melhorias na mobilidade urbana nos grandes centros?

Luciana: É possível a partir de mudanças na estrutura tributária e na economia do país. É interessante observar que, nas eleições, todos os candidatos prometem melhorias na mobilidade urbana, na saúde, na educação, na segurança e nunca dizem de onde vão tirar o dinheiro para as mudanças. Nós estamos dizendo claramente: não vamos governar para todos, vamos governar para a maioria. Vamos contrariar interesses, por isso, vamos mudar a estrutura tributária, aumentando a tributação sobre o capital, vamos suspender o pagamento dos juros da dívida e acabar com o superávit primário, que serve exclusivamente para pagar o “bolsa banqueiro”. Assim, teremos recursos para investir na mobilidade urbana, fazendo um fundo nacional que ajude os estados e os municípios a melhorar o transporte, desde que seja público, porque, evidentemente, não vamos financiar lucro para os empresários. A tarifa zero é possível, não da noite para o dia, evidentemente, mas a partir de um processo de qualificação e de diminuição do preço até chegar à tarifa zero. Desde que se tenha coragem de enfrentar esses interesses. 

Agência Brasil: Como garantir a manutenção de um sistema de saúde público universal e gratuito e enfrentar esses gargalos? Como suprir a falta de médicos nas regiões mais isoladas?

Luciana: Com mais investimentos na saúde. Em primeiro lugar, precisamos garantir a aplicação de 10% da receita corrente bruta na saúde. Precisamos também mudar o atual sistema onde os leitos do SUS [Sistema Único de Saúde] são administrados pelo setor privado. Parece mentira, mas é verdade: 73% da saúde no Brasil são administrados pelo setor privado. Então, mesmo os leitos do SUS estão subordinados à lógica do lucro. E, para garantir médicos nas localidades, tem de haver uma carreira para os médicos. A profissão deles é tão importante quanto a do juiz, a do promotor público. Por que não falta juiz lá nas comarcas do interior? Porque o juiz tem uma carreira, ele sabe que vai passar três, quatro anos em uma comarca do interior, mas depois vai para outra maior e em seguida para um grande centro urbano. Ele aposta em uma carreira. Tem de ser dada ao médico a mesma importância que se dá ao juiz, garantindo uma carreira que vai assegurar a presença de médicos nos pequenos municípios. Mas tudo isso necessita de dinheiro, de investimento, e é aí que eu chamo atenção para o fato de que nós estamos propondo mudanças no sistema tributário e na política econômica que vão permitir que haja esse dinheiro. De outra forma, é pura demagogia eleitoral dizer que vai construir hospital, contratar médicos e, ao mesmo tempo, que vai manter essa política econômica, que é totalmente inviável do ponto de vista do desenvolvimento econômico e social do país. Então, os três irmãos siameses, que é como tenho chamado a Dilma, o Aécio e a Marina, propõem manter essa lógica econômica. Com essa lógica, as promessas de campanha são pura demagogia e, mais uma vez, virá uma grande frustração para as pessoas que acreditam em uma mudança e que vão deparar com a continuidade do modelo econômico e, portanto, com a continuidade da falta de direitos sociais assegurados na Constituição, mas que não são cumpridos.

 

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A candidata a Presidência da República pelo PSOL, Luciana Genro, criticou a nova política pregada pela sua adversária do PSB, Marina Silva. Continuando a agenda de campanha em Pernambuco, a candidata participou de uma caminhada pela Rua Imperatriz Tereza Cristina, no centro do Recife, no final da tarde desta quarta-feira (24). Durante o evento, Genro afirmou que "a nova política de verdade quem está fazendo é o PSOL". 

“Que nova política é essa com Bornhausen, em Santa Catarina, Alckimim, em São Paulo e com as oligarquias mais atrasadas do Nordeste? Isso é a clareza que não há nenhuma nova política por parte de Marina. Há um símbolo que ela criou e que a mídia estimulou a partir de uma história de vida bonita que ela tem, mas história de vida bonita o Lula também tinha, e deu no que deu. O que estamos vendo é Marina reproduzir as mesmas velhas práticas usadas pelo próprio PT, que é a prática do atalho para chegar ao poder”, disparou a candidata do PSOL. 

Ainda criticando a opositora socialista, Luciana afirmou que Marina está escolhendo o lado errado da política. “Ela (Marina) diz que vai governar com os melhores de cada partido, isso significa que ela vai governar com PT, PSDB, PMDB, DEM, porque tem gente boa em tudo que é partido. A nossa visão é que política não se divide entre bons e maus, a política tem lado”, disse Genro. 

Ao lado dos candidatos ao Governo de Pernambuco, Zé Gomes, e do Senado, Albanise, todos do PSOL, e de alguns correligionários, Luciana comentou que os problemas enfrentados no Nordeste são os mesmos do resto do Brasil, mas que a região precisa de um investimento dobrado. “Nós temos uma carência de leitos nos hospitais, de médicos especialistas, falta de vagas nas escolas públicas, principalmente escola infantil e creches para crianças, nós temos um déficit habitacional gigantesco. Na cidade do Recife cerca de 150 mil famílias não conseguem pagar o aluguel para obterem casa. Então, precisamos ter políticas para esses setores fundamentais”, afirmou Genro. 

A candidata também falou da seca na região. Ela afirmou que é preciso garantir cisternas de placa para que as famílias possam armazenar água e manter o abastecimento no período da seca. Sobre mobilidade, Luciana defendeu o investimento em ferrovias. “É um absurdo que, em um país do tamanho do Brasil, não tenhamos uma rede ferroviária. Nós precisamos de investimentos”, comentou. 

Luciana Genro defendeu o aumento de impostos para os ricos, milionários e bancos, para que o país tenha recursos e possa implantar as melhorias que são necessárias. 

Ao lado da postulante do PSOL ao Senado, Albanise Pires, a presidenciável Luciana Genro participou de debate na sede do partido. Durante o evento realizado nesta quarta-feira (24), na capital pernambucana, a psolista defendeu que sua campanha é completamente distinta das candidaturas de Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidélix (PRTB). 

“Não tem como comparar PSOL com Eduardo Jorge e Levy Fidélix. São coisas totalmente distintas. O PSOL é um partido de esquerda e socialista e que tem apresentado propostas concretas. Nós não temos apenas um discurso denunciando os banqueiros, temos propostas concretas, inclusive as que eu apresentei enquanto deputada federal, na Câmara e na Comissão de Reforma Tributária”, pontuou a candidata, ressaltando que a política econômica é o que une os principais candidatos à presidência (Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB), Aécio Neves (PSDB)). “Os bancos são os únicos que têm ganhos. Essa política econômica é o que une os três irmãos siameses”, concluiu Genro.

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A candidata ainda cumpre mais duas agendas no Recife. Nesse momento Luciana Genro participa de caminhada no bairro da Boa Vista, ao lado do candidato ao governo de Pernambuco pelo PSOL, Zé Gomes. Por volta das 19h, a presidenciável será sabatinada na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). 

A candidata à Presidência da República pelo PSOL, Luciana Genro, cumpre agenda política no Recife durante esta quarta-feira (24). A candidata concede entrevista às 11h, a Geraldo Freire, na Rádio Jornal, no centro da capital. Às 12h30, Luciana participa de um almoço e debate promovido pro Albanise Pires, candidata do partido ao senado, no comitê do PSOL, no bairro da Boa Vista. 

A candidata concede outra entrevista, mas à Rádio CBN, às 15h, em Boa Viagem. Às 16h30, ela caminha pelo bairro da Boa Vista, no centro do Recife, com concentração na Rua da Imperatriz. Luciana encerra a agenda na capital Pernambucana com uma sabatina, às 19h, na Universidade Católica de Pernambuco. 

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Na saída da apresentação de seu programa de governo, a candidata do PSOL à Presidência, Luciana Genro, foi questionada pelo humorístico "CQC" sobre a capacidade de suas ideias gerarem votos. Luciana respondeu que, além de conquistar votos, quer participar de um processo político.

"Tem muita gente que apoia essas bandeiras e acha que o PSOL não tem condições de ganhar", afirmou. "Desse jeito não sai do 1%", provocou o repórter do "CQC". Ele chamou dois pastores que estavam pregando na praça e pediu para que a candidata explicasse para eles por que defende o aborto. Luciana respondeu que isso é uma defesa da vida da mulher, uma questão de saúde. Um dos pastores respondeu que só Deus tem o direito de tirar a vida de alguém. "Deus não aprova o aborto", disse outro.

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"Eles têm as suas crenças, que têm que ser respeitadas. Mas muitos pensam diferente deles. Temos que defender as mulheres que morrem nas mãos de açougueiros", afirmou a candidata. O debate atraiu uma multidão à porta do hotel onde se encontrava Luciana, que foi bastante aplaudida pelos presentes.

A candidata do PSOL à Presidência, Luciana Genro, afirmou que seu programa de governo não é "diretamente socialista", mas sim de transição. Em discurso repleto de críticas aos adversários - principalmente ao PT - a ex-deputada frisou, ao apresentar seu programa, que a primeira e mais importante mudança estrutural proposta diz respeito à política econômica.

Luciana afirmou que o atual modelo coloca os interesses do capital financeiro acima dos interesses da economia real, o que, segundo ela, resulta em desemprego e arrocho salarial. "O PT deu continuidade a um modelo econômico que tem trazido completa subordinação da esfera produtiva à esfera financeira", criticou, acrescentando que o Brasil passa por um processo de desindustrialização.

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"A lógica econômica que o Brasil vive precisa ser rompida e nossa proposta é de ruptura. Nossa primeira política econômica é a eliminação dessa lógica de esforço produtivo para pagar os juros da dívida", afirmou.

A candidata criticou seus adversários por responderem com perguntas evasivas quando questionados sobre de onde vão tirar recursos para implementar suas propostas. "Não temos contas na ponta do lápis, mas nós temos sim uma fonte muito clara para fazer essas melhorias que estamos propondo", disse. Segundo ela, o dinheiro virá da mudança da política econômica, com o fim do superávit primário e a revolução da estrutura tributária.

Luciana também disse que não buscará atalhos para chegar ao poder, "como fez o PT". "Para aprovar a reforma da previdência, Lula recorreu ao mensalão", afirmou. "Esses mesmos atalhos trilhados pelo PT estão sendo agora trilhados pela Marina", acrescentou, referindo-se principalmente à proposta da ex-ministra de conceder independência ao Banco Central. A socialista disse ainda que acredita ser possível mobilizar a população para aprovar medidas que dizem respeito ao interesse do povo. "Confiamos nessa capacidade de mobilização para implementar as mudanças que a gente defende", ressaltou.

Calote da dívida

 

A candidata do PSOL negou que a proposta do seu programa de governo de colocar "abaixo o superávit primário" se configure em um calote da dívida. "A proposta vem acompanhada da auditoria da dívida, por isso não é um calote", disse.

"Calote é o que o governo brasileiro tem dado ao povo", acrescentou, gerando manifestações de apoio da plateia de cerca de 20 militantes do partido. Segundo ela, com a auditoria, o pagamento para "bancos e especuladores" será suspenso, mas fundos de pensão e pequenos poupadores não serão afetados.

A candidata ressaltou ainda que o Congresso já identificou um conjunto de irregularidades na dívida pública que precisa ser analisado.

"Os especuladores certamente não vão gostar e vão embora. Podem ir com Deus", disse, arrancando risos. "Não queremos esse movimento de capitais que vem para parasitar na economia. Já investidores produtivos, esses poderão continuar investindo, desde que respeitem as regras que o novo governo vai impor democraticamente", afirmou.

O programa de governo do PSOL foi lançado em um hotel no centro de São Paulo, em uma sala com militantes do partido, coordenadores de campanha e a imprensa. O evento foi breve e a candidata seguiu para um encontro com mulheres.

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