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Um medicamento já usado contra a malária pode ser eficaz para blindar o cérebro de fetos contra a infecção pelo vírus da zika. Estudos em laboratório mostraram que a cloroquina protegeu neurosferas, estruturas celulares que reproduzem o cérebro em formação, em até 95%. O trabalho de pesquisadores dos Institutos de Biologia e de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto D’Or de Pesquisa está disponível na bioRxiv - rede pública de compartilhamento de estudos científicos inéditos, mas ainda não revisados por profissionais independentes.

As estruturas foram expostas ao zika e depois tratadas, por cinco dias, com cloroquina em diferentes concentrações. Os testes mostraram que a droga inibiu a infecção e reduziu o número de neurônios infectados, protegendo-os contra a morte pelo vírus. A cloroquina baixou a quantidade de células infectadas entre 65% e 95%, em comparação com as não tratadas.

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"Nossos resultados sugerem que a ação da cloroquina contra o zika deve ser imediatamente avaliada in vivo e, se tudo der certo, vai atenuar os danos cerebrais devastadores da síndrome congênita do zika e as lesões neurológicas em adultos", diz o artigo, assinado por Rodrigo Delvechio, Stevens Rehen e Amílcar Tanuri, entre outros pesquisadores.

"A grande vantagem nessa corrida contra o vírus é que a cloroquina já é uma droga amplamente usada e não é contraindicada para grávidas. A ideia é que a pessoa comece a tomar antes de engravidar como forma de proteger o feto desde o primeiro dia", afirmou o diretor do Instituto de Biologia da UFRJ, Rodrigo Brindeiro.

Ele ressaltou que é preciso fazer testes clínicos com animais e humanos. Em uma próxima fase, a cloroquina será testada em minicérebros, estruturas celulares mais complexas que as neurosferas, que simulam cérebros de fetos de três meses.

Reativação

Os pesquisadores do Instituto de Biologia da UFRJ também estudam casos em que o vírus é reativado no paciente, após alguns meses. "Estamos detectando no nosso laboratório casos de reinfecção. Quero alertar para isso porque tem a ver com o agravamento do quadro clínico associado ao zika do ponto de vista neurológico", disse Brindeiro.

No segundo aparecimento dos sintomas, os doentes têm dor articular mais forte, que faz com que o diagnóstico se confunda com chikungunya. O exame mostrou que era zika. Os pacientes tiveram meningite e mieloencefalite. "É difícil acreditar em reinfecção porque o vírus é, ao contrário do da dengue, extremamente monótono, e os anticorpos já deveriam estar protegendo a pessoa contra uma nova infecção. A gente acredita que é uma reativação do vírus", afirmou Brindeiro.

Mortes

Pedro Vasconcelos, diretor do Instituto Evandro Chagas, tem estudado mortes de adultos causadas por zika. Ele investigou três casos de pessoas que desenvolveram encefalites. Os pacientes tinham diabete, lúpus e púrpura trombocitopênica (doença autoimune que destrói plaquetas). "Observamos que algumas pessoas nessas condições, por algum problema ainda não identificado, talvez genético, são mais suscetíveis a morrer", disse.

A pesquisa, submetida à revista científica Nature Medicine, mostra que o zika atinge sobretudo os neurônios, mas foi encontrado no coração, pulmão, rins e fígado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O tratamento do sangue com raios ultravioleta e vitamina B pode reduzir significativamente o risco de transmissão da malária por transfusão de sangue, especialmente em países que não dispõem de melhores controles, revela um estudo publicado nesta sexta-feira (22).

Esta tecnologia também pode ser promissora para eliminar do sangue os vírus da Aids, hepatite B e C, Ebola e Zika.

Trabalhos precedentes já haviam revelado a efetividade desta técnica para desativar o plasmódio e outros agentes patógenos, entre eles o HIV e os vírus da hepatite B e C in vitro, mas o estudo publicado nesta sexta-feira na revista médica The Lancet é o primeiro que revela o potencial desta técnica em condições reais de transfusão.

O estudo, efetuado com receptores de transfusão de sangue em Gana, revela que este tratamento do sangue "reduz seriamente" o risco de transmissão de malária, sem chegar a eliminá-lo.

No total, 65 pacientes não portadores de malária foram selecionados para transfusão no teste clínico, com parte do grupo recebendo sangue tratado com raios ultravioleta e vitamina B2.

Do grupo que recebeu sangue não tratado, 22% acabaram com malária, contra apenas 4% que receberam sangue tratado, destaca o estudo.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), no ano passado ocorreram 214 milhões de casos de malária, com 438 mil óbitos, 90% na África subsaariana.

A malária é geralmente transmitida pela picada do mosquito, mas também ocorre pela transfusão de sangue.

Europa, Ásia Central e o Cáucaso erradicaram em 2015 a malária, doença que estas regiões já haviam vencido uma primeira vez mas que retornaram nos anos 1990, anunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Nestas áreas, que correspondem à "região Europa" da OMS, o número de casos autóctones (transmitidos localmente e não importados por pacientes procedentes de outros países) caiu de 90.712 casos a zero no espaço de 20 anos.

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A malária, doença que provoca febre, dor de cabeça, tremores e vômitos, afetou 214 milhões de pessoas no mundo e matou 438.000 pessoas em 2015, segundo a agência da ONU. 

"Os anos de 2011 e 2012 viram um ressurgir da malária, na Geórgia (casos isolados) e na Grécia e Turquia (epidemias localizadas) pela importação de países onde a doença é endêmica (Afeganistão, Índia e Paquistão)", explicou a OMS. "Este ressurgimento foi contido e em 2014 a transmissão autóctone estava confinada ao Tadjiquistão", recordou a organização.

Esta é a segunda vez que Europa, Ásia Central e Cáucaso vencem a doença. Até o fim da Segunda Guerra Mundial, a malária era endêmica em quase todo o sul do continente europeu, de Portugal a Grécia, até que os avanços na área da saúde conseguiram erradicá-la da região. O último caso foi registrado na Iugoslávia em 1974.

Mas nos anos 80 e 90, a doença retornou, acompanhando os refugiados que escapavam das guerras no Afeganistão e Iraque. Atualmente, a doença potencialmente fatal provocada pela picada de um mosquito afeta principalmente a África Subsaariana, onde em 2015 foram registrados 72% dos casos e 88% das mortes por malária.

Na região das Américas, as taxas de mortalidade por malária caíram 72% desde o ano 2000.

O bilionário e filantropo americano Bill Gates e o ministro britânico das Finanças anunciaram nesta segunda-feira (25) um plano de três bilhões de libras (US$ 4,28 bilhões) para erradicar a malária, chamada de "assassino mais letal do mundo".

O valor será liberado ao longo de cinco anos para financiar a pesquisa e apoiar os esforços para acabar com a doença transmitida por mosquitos, afirmam o ministro George Osborne e Bill Gates em um artigo publicado no jornal The Times.

"Quando falamos de tragédia humana, nenhuma criatura causa tanta devastação como o mosquito", afirmam no texto. "Ambos acreditamos que um mundo sem malária deve ser uma das prioridades mundiais de saúde", completam.

Em cada um dos cinco anos do plano, 500 milhões de libras serão liberados do orçamento britânico de ajuda ao desenvolvimento e a Fundação Bill Gates entregará, em 2016, 200 milhões de dólares, que serão seguidos por outras doações.

De acordo com o relatório de 2015 da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a malária no mundo, 214 milhões de novos casos de malária provocaram a morte de 438.000 pessoas no no passado, apesar da doença ter tratamento e cura.

A malária mata sobretudo as crianças. Os menores de cinco anos representam dois terços dos óbitos, segundo o documento. Nos últimos 15 anos foram registrados avanços consideráveis nas técnicas para controlar a doença, mas estão ameaçados pela crescente resistência do inseto aos remédios e aos inseticidas, segundo a OMS.

"Caso não sejam lançados novos inseticidas até 2020, a situação será crítica e o número de mortos pode disparar", advertiram Osborne e Gates, que afirmaram estar "otimistas com a possibilidade de erradicar a malária".

A malária é um dos principais desafios de saúde pública no mundo, com mais 40% da população vivendo em regiões de risco.

A criação de mosquitos vetores da malária geneticamente modificados é uma esperança para erradicar totalmente a grave infecção, causa de inúmeras mortes em todo o mundo. A taxa de transmissão entre mosquitos do gene modificado chega a 99,5%, indicaram os pesquisadores cujos trabalhos foram publicados nesta segunda-feira nos Anais da Academia de Ciências (PNAS) dos Estados Unidos.

"Estes resultados são muito promissores porque mostram que a técnica de edição genética pode ser adaptada para eliminar a malária", afirmou Anthony James, professor de biologia e genética molecular da Universidade da Califórnia em Irvine. O estudo representa um avanço real na técnica genética chamada CRISPR, que consiste em inserir genes que bloqueiam o parasita do DNA dos mosquitos Anopheles stephensi, principal vetor da malária na Ásia e assim garantir que este bloqueador se transmita para os descendentes.

Para comprovar que os mosquitos se transmitiam com efetividade os genes portadores de anticorpos, os cientistas agregaram uma proteína que mudava a cor de seus olhos para vermelho fluorescente. Assim, puderam garantir que quase 100% da nova geração de mosquitos tinha essa característica, o que demonstrou o sucesso da manipulação genética.

Chamando o experimento de "importante primeiro passo", James destacou que serão necessários outros estudos para confirmar a eficácia dos anticorpos. "Os mosquitos geneticamente modificados que criamos são apenas uma etapa, mas conseguimos demonstrar que esta tecnologia permite criar de maneira eficaz grandes populações de mosquitos geneticamente modificados", explicou.

A malária é um dos principais desafios de saúde pública no mundo, com mais de 40% da população em risco em diferentes regiões. A cada ano são registrados entre 300 e 500 milhões de novos casos de malária e quase um milhão de pessoas morrem anualmente em decorrência da doença, sobretudo crianças e mulheres grávidas da África subsaariana, segundo os Centros de controle e prevenção de doenças dos Estados Unidos (CDC, em inglês).

O teste de malária feito no paciente brasileiro com suspeita de Ebola deu positivo, segundo apurou o jornal O Estado de S.Paulo. As medidas de isolamento serão mantidas até a conclusão do exame de Ebola, cujo resultado deve sair na tarde desta quinta-feira (12). Há uma possibilidade teórica, ainda que remota, de um paciente ser infectado simultaneamente por Ebola e malária, daí a necessidade de as precauções serem mantidas.

Oriundo da Guiné, o paciente está com quadro de saúde estável e sem apresentar febre desde que chegou ao Rio, no início da madrugada desta quinta-feira. Segundo o vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rodrigo Stabeli, o homem, que não teve o nome revelado, apresentou um pequeno quadro de diarreia pela manhã, que pode ter sido causada por nervosismo.

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Internado no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, na sede da Fiocruz, em Manguinhos, na zona norte do Rio, ele está colaborando com todos os exames e protocolos. Segundo Stabeli, o paciente chegou sem apetite, mas conseguiu almoçar no início desta tarde. Ele está recebendo soro por ter chegado ao Rio muito desidratado. O paciente toma medicamentos para malária.

"Um paciente com Ebola apresenta muita febre e o seu quadro vai piorando como um paciente que está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O paciente está estável, mas ainda não dá para tirar uma conclusão", explicou Stabeli. "São necessários dois exames negativos, um em 24 horas e outro após 48 horas."

O Ministério da Saúde deve anunciar o resultado do primeiro exame por volta das 20 horas desta quinta-feira, mas o paciente só será liberado após os resultados dos dois testes darem negativo.

A investigação do caso começou nesta quarta-feira (11), em Belo Horizonte. O paciente, de 46 anos e vindo da Guiné, na África, procurou a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Pampulha na noite de terça-feira com febre alta, dor muscular e dor de cabeça.

Ele chegou ao Brasil em 6 de novembro. Depois de isolado, o paciente foi transferido para o Rio, onde passou por exames para identificar a presença do vírus da doença. A Fiocruz ressaltou que ele não circulou pelas áreas de maior risco de contaminação de Ebola em seu continente.

O Ministério da Saúde lançou o Plano de Eliminação da Malária no Brasil, com o objetivo de combater a doença no país. A maior incidência é nos estados da região Norte, mas também há casos registrados no Maranhão, no Nordeste, e no Mato Grosso, no Centro-Oeste.

No ano passado, foram 143.250 casos, o menor número dos últimos 35 anos. Atualmente, o país apresenta um total de 5.113 municípios que se encontram em prevenção de reintrodução de casos de malária, 316 municípios em eliminação e 138 em controle. O trabalho de combate e eliminação segue as diretrizes do plano apresentado em maio à Organização Mundial de Saúde, com define estratégias diferenciadas para o diagnóstico, tratamento, controle vetorial, educação em saúde e mobilização social.

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A medida faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) lançados pela Organização das Nações Unidas (ONU) em substituição aos Objetivos do Milênio. A meta é a redução de pelo menos 90% dos casos até 2030 e da eliminação de malária em pelo menos 35 países.

“O lançamento hoje do Plano de Eliminação e o reconhecimento que tivemos pela comunidade internacional nos últimos anos demonstram o esforço do governo brasileiro em combater a malária. Isso prova que a doença não é negligenciada no país e que o Ministério da Saúde tem o compromisso, juntamente com estados e municípios, de continuar combatendo a doença”, ressaltou o secretario de Vigilância em Saúde, Antônio Nardi.

Premiação - Na última quinta-feira (6), o Brasil recebeu o Malaria Champions of the Americas Award 2015, entregue ao Programa Nacional de Controle da Malária do Ministério da Saúde, na sede da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS), em Washington. Essa é a quarta vez que o país é premiado por seu esforço para reduzir os casos de malária.

O prêmio Malária Champions of the Americas Award reconhece organizações ou colaborações que usaram projetos inovadores para superar os desafios da malária nas Américas. O foco da premiação em 2015 foi os  programas de malária que contribuíram para a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Anteriormente, os estados do Acre e do Amazonas já haviam recebido o mesmo prêmio.

Formas de malária resistentes aos tratamentos convencionais, já em franca expansão pelo sudeste da Ásia, também podem espalhar-se pelo continente africano e prejudicar as chances de erradicar a doença - é o que aponta um estudo publicado nesta terça-feira na revista Nature Communications.

A malária é uma doença causada por um parasita (Plasmodium falciparum) que é transmitido por mosquitos. Ela afeta cerca de 200 milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente nos trópicos, e causa cerca de 600 mil mortes a cada ano, a maioria na África subsaariana, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O tratamento padrão atualmente é a artemisinina - desenvolvida pelo cientista chinesa Tu Youyou, que acaba de receber o Prêmio Nobel de medicina - em combinação com outros tratamentos anti-malária.

Mas há alguns anos foram observadas resistências face a este tratamento, principalmente no Camboja e em outros países do Sudeste Asiático.

Para determinar se a África também pode ser ameaçada pela ocorrência deste tipo de resistência, um grupo de investigadores infectou diferentes espécies de mosquitos com parasitas resistentes à artemisinina provenientes de pacientes cambojanos ou de testes laboratoriais.

Estes parasitas infectaram facilmente diversas espécies de mosquitos Anopheles, entre eles o Anopheles coluzzii - principal vetor da malária na África.

Os pesquisadores, liderados por Rick Fairhust, do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) - que depende do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH) - também descobriram um fundo genético comum em parasitas resistentes à artemisinina que lhes permite infectar várias espécies de mosquitos ignorando seus sistemas imunitários.

Para os pesquisadores, essa capacidade pode explicar o rápido desenvolvimento da malária resistente à artemisinina no Sudeste Asiático.

Os mosquitos que transmitem o parasita resistente têm, além disso, a tendência de picar do lado de fora das residências, limitando o tamanho de estratégias de controle do vetor com base em redes ou inseticidas, observam os pesquisadores.

Em comunicado resumindo o estudo, a revista Nature Communications assinala que o estudo "não demonstra que os mosquitos infectados podem efetivamente transmitir a doença para os seres humanos", mas há uma "possibilidade de que os parasitas resistentes à artemisinina se propaguem para além do Camboja até a África, o que vai representar um desafio significativo para a erradicação da malária".

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou, nesta quinta-feira (21), a adoção de um programa para erradicar a malária nos próximos 15 anos. A doença ainda mata 600 mil pessoas por ano.

Reunidos na Assembleia Anual da Saúde (a instância decisória da organização), em Genebra, os diplomatas aprovaram na quarta-feira à noite um plano para reduzir em 40% os casos de malária até 2020 e, em 90%, até 2030, informou a OMS.

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O programa também prevê a erradicação completa da doença em pelo menos 35 novos países nesse intervalo. O custo do projeto é de pelo menos 100 milhões de dólares.

O responsável pelo programa mundial contra malária da OMS, Pedro Alondo, disse à AFP que esses objetivos são "ambiciosos, mas realizáveis", e que vão "nos levar para muito perto da erradicação". "Trata-se da estratégia mais ambiciosa, e ao mesmo tempo realista, que o mundo já adotou desde meados do século XX", avaliou.

A cada ano, cerca de 200 milhões de pessoas contraem malária, e pelo menos 600 mil morrem. Crianças com menos de cinco anos representam 75% de todos os óbitos e, destes, 90% são registrados na África.

Segundo números divulgados recentemente pela OMS, entre 2000 e 2013 houve uma queda de 47% no índice de mortalidade. Apesar do avanço, Alonso reconheceu que ainda há muito a fazer, já que, por exemplo, 50% dos lares na África não têm mosquiteiros, essenciais para ajudar na proteção dos mosquitos transmissores.

Quase 2.000 imigrantes, em sua maioria rohingyas procedentes de Mianmar e Bangladesh, foram resgatados nos últimos dois dias nas costas da Indonésia e da Malásia, anunciaram autoridades, que advertiram sobre a possibilidade de que milhares de pessoas possam estar em alto-mar.

Um total de 1.400 pessoas foram resgatadas nesta segunda-feira (11), um dia depois da operação que salvou quase 600 imigrantes em uma embarcação de madeira na costa da província de Aceh, na Indonésia.

Os barcos, que têm como destino mais frequente a Tailândia, foram, ao que parece, desviados para os países vizinhos depois que o governo tailandês adotou medidas contra os traficantes de migrantes, após a descoberta de dezenas de fossas comuns em "campos de escravos" no sul do país.

Mais de 1.000 imigrantes procedentes de Bangladesh e Mianmar chegaram nesta segunda-feira às costas da Malásia, depois que foram abandonados por traficantes de seres humanos na ilha de Langkawi, anunciou a polícia.

"Acreditamos que eram três embarcações com 1.018 imigrantes a bordo", disse o subcomissário de polícia de Langkawi, Jamil Ahmed, que não descarta a possibilidade da presença de mais imigrantes em outros pontos da ilha.

Um barco foi confiscado, mas os outros dois conseguiram fugir, segundo Ahmed. Muitas pessoas chegaram à costa a nado. A embarcação continua no mar, protegida pela Marinha da Indonésia, mas o capitão conseguiu fugir, segundo o porta-voz da Força Naval, Manahan Simorangkir.

A Marinha fornece água e comida aos passageiros do barco e até o momento a embarcação não recebeu autorização para atracar no porto. "Sabemos que há mais barcos por aí que desejam entrar no país", disse o chefe de polícia de Langkawi, Haritth Kam Abdullah.

"Nossa equipe localizou outra embarcação com mais de 400 imigrantes rohingyas de Mianmar e bengaleses, à deriva na costa de Aceh, esta manhã", declarou à AFP Budiawan, coordenador do resgate.

Entre as pessoas resgatadas estavam 92 crianças, informou Budiawan, que, como muitos indonésios, tem apenas um nome.

Outras embarcações com imigrantes a bordo podem chegar às costas da Indonésia.

"Estamos em alerta e preparados para resgatá-los", disse Budiawan.

Abdul Rahim, 25 anos, natural de Bangladesh, que chegou a nado a Langkawi, disse à AFP que suportou uma viagem de 28 dias em um barco ao lado de centenas de pessoas. A embarcação era operada por contrabandistas birmaneses.

Rahim é parte do grupo de 300 homens procedentes de Bangladesh, a maioria deles sem camisa e visivelmente esgotados, sob custódia policial.

As autoridades de Mianmar consideram os rohingyas, uma minoria muçulmana de quase de 800.000 pessoas, imigrantes ilegais procedentes da vizinha Bangladesh.

Nos últimos anos, a violência sectária obrigou milhares de rohingyas a fugir para salvar a vida.

Os rohingyas, considerados pela ONU uma das minorias mais perseguidas do mundo, tentam chegar à Malásia, país de maioria muçulmana, passando pelo sul da Tailândia ou pelo mar de Andaman, com a ajuda de traficantes.

Quase mil imigrantes estão em abrigos e casas particulares da região, onde recebem atendimento médico e refeições, segundo Budiawan.

Chris Lewa, do Projeto Arakan, um grupo de defesa dos direitos dos rohingya, acredita que milhares de imigrantes estão bloqueados no mar depois da repressão do tráfico na Tailândia e Malásia nos últimos meses.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta quinta-feira (23) para o elevado número de mortes – 600 mil – em todo o mundo causadas pela malária. Para OMS é urgente que as autoridades reforcem as ações as ações de prevenção e combate a doença. A crescente resistência do parasita da malária ao medicamento de última geração artemisinin está acentuando as fragilidades na prevenção, no diagnóstico e no tratamento da doença, ressalta a entidade.

Richard Cibulskis, coordenador do Programa de Malária Global da OMS, destacou os progressos na luta contra a doença. Ele disse que entre 2000 e 2013 a incidência global da malária caiu 30% e o número de mortes caiu 40%. "Ainda assim, a luta não está ganha", disse Cibulskis na véspera do Dia Mundial da Luta contra a Malária, celebrado no dia 25 de abril.

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A doença matou 584 mil pessoas em 2013, crianças abaixo dos cinco anos representam pelo menos três quartos dessas mortes, segundo dados divulgados pela OMS. A entidade estima que 278 milhões de pessoas ainda não têm acesso às redes mosquiteiras com inseticida que protegem as populações da doença.

A maior preocupação da OMS neste momento é com a resistência do parasita ao artemisinin, detectada no Sudeste asiático e há suspeitas de que o mesmo esteja acontecendo na América do Sul.

O parasita da malária é transmitido por picadas de mosquitos que infectam os glóbulos vermelhos do sangue.

Autoridades da Zâmbia dizem que o presidente do país, Edgar Lungu, foi diagnosticado com malária depois que ele desmaiou enquanto discursava em cerimônia pública. O assistente do presidente, Amos Chanda, afirmou em comunicado que médicos testaram Lungu para malária depois que ele demonstrou fadiga. Chanda informou que Lungu estava fazendo um discurso para comemorar o Dia Internacional da Mulher em um estádio da capital Lusaka quando se sentiu mal. Ele foi encaminhado às pressas para o hospital militar Maina Soko, onde está sendo tratado.

Em comunicado, Lungu afirma estar se sentindo muito melhor após o tratamento. Ele assumiu a presidência do país em janeiro deste ano, sucedendo Michael Sata, que morreu no ano passado após um longo período doente. Fonte: Associated Press

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O aumento de casos de malária registrado este ano no Rio pode ter entre suas causas fatores ambientais, como o clima mais seco, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro. "Não vamos dizer que a situação não preocupa. Mas ela não expõe a risco toda a população. São episódios isolados", disse.

Os casos registrados até o momento estão relacionados a pessoas que estiveram próximos da área rural, na Mata Atlântica. "É uma área de maior risco. Quem vai para estas regiões deve tomar medidas preventivas. Usar proteção", completou.

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Este ano foram registrados 14 casos. Um número significativamente maior do que o registrado em 2014, quando 8 pacientes com a doença foram identificados e em 2013, com 7 infecções confirmadas.

O aumento do número de casos de malária vem sendo avaliado por integrantes da Fundação Oswaldo Cruz. A forma da doença identificada nos pacientes do Rio é mais branda. "Estamos acompanhando. O que vem acontecendo é classificado como acidente epidemiológico", explicou o ministro.

De acordo com Chioro, o clima mais seco teria levado a um aumento da população de mosquitos naquela região. A expectativa é a de que o equilíbrio seja novamente alcançado assim que as condições de tempo mudarem novamente.

Enquanto tais mudanças não acontecem, Chioro afirmou ser indispensável a adoção de medidas preventivas. Não há vacina para malária. Para se proteger, é preciso evitar a picada do mosquito, deixando o mínimo de partes do corpo expostas, usando repelentes e, se possível, evitando áreas silvestres, área florestal.

Chioro lembrou ainda que o número de casos de malária no Brasil caiu de forma significativa de 2000 para cá. "Antes registrávamos mais de 600 mil casos. Agora, são 178 mil, a maioria concentrada na Região Norte", disse.

Catorze casos de malária foram confirmados no Estado do Rio nas últimas três semanas, segundo o Ministério da Saúde. Todos são autóctones (contraídos dentro do Estado). Em todo o ano de 2014 houve oito casos, em 2013 foram sete e em 2012, seis casos. Apesar do crescimento da doença, não está caracterizado surto.

Em oito dos 14 casos recentes o provável local de infecção abrange quatro municípios vizinhos, situados em área de serra e com extensa cobertura de Mata Atlântica. Três contaminações ocorreram em Miguel Pereira, duas em Nova Friburgo, outras duas em Petrópolis e uma em Teresópolis, informou a Secretaria Estadual de Saúde. Só uma vítima mora no município onde foi infectado. As demais habitam a capital e estavam em viagem pelos lugares em que contraíram a doença.

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A origem da contaminação dos outros seis casos está sendo investigada. Entre os pacientes há pelo menos uma mulher e uma criança. Segundo a secretaria, todos os casos são da versão mais branda da doença. A pasta estadual mantém equipes nos locais de provável contaminação para tentar identificar os vetores da doença e acompanhar os casos já notificados.

A malária é uma doença transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles. Durante a picada, um tipo de protozoário (Plasmodium) presente na saliva do mosquito entra no organismo da vítima e se reproduz. Os primeiros sintomas são febre e dor de cabeça, que surgem em aproximadamente dez dias. Dependendo do tipo de malária, se não houver tratamento, o paciente pode entrar em coma e morrer. Em casos brandos, porém, a doença chega a ser assintomática e desaparece sem tratamento.

A malária é comum em regiões tropicais, como a Amazônia, que concentra 99% dos casos registrados no Brasil. As ocorrências no País já chegaram a 615.246, em 2000, mas em 2013 (última estatística disponível) foram 178.614 casos, o menor número em 33 anos. Segundo o Ministério da Saúde, a malária contraída em áreas de Mata Atlântica costuma ser benigna, sem complicações e raramente exige internação. O tratamento dura três dias, com medicamentos distribuídos pelo próprio ministério.

A Secretaria Estadual de Saúde recomenda que o alerta seja redobrado para as pessoas que visitarão áreas de Mata Atlântica, devido ao intenso calor dessa época, que favorece a proliferação do mosquito. "Quem for a áreas de mata deve se proteger usando repelentes, roupas que cubram pernas e braços e telas de proteção contra mosquitos", diz o superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da secretaria, Alexandre Chieppe. Quem esteve recentemente em áreas de Mata Atlântica e apresente febre deve buscar atendimento médico e informar o histórico de viagem, para facilitar o diagnóstico e o início de tratamento adequado.

O número de pessoas mortas devido à malária caiu quase 50% desde 2000, indicou nesta terça-feira, em Genebra, a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Entre 2000 e 2013, a mortalidade vinculada à malária caiu 47% no mundo e 54% na África, o que equivale a salvar 4,3 milhões de vidas humanas, indicou o relatório anual da OMS.

A agência da ONU teme, no entanto, que o Ebola prejudique a tendência de queda na África Ocidental, ao redirecionar meios e esforços para o controle da epidemia em detrimento de outros tratamentos.

"Estes são os melhores resultados que tivemos e uma notícia maravilhosa para a saúde pública", disse em uma coletiva de imprensa o espanhol Pedro Alonso, diretor do programa mundial da OMS contra a malária.

Em 2013 foram registrados 198 milhões de casos de malária no mundo e 584.000 falecimentos, em baixa de 4,3% e 6,9%, respectivamente, em relação a 2012.

Do total, 90% dos falecimentos, 78% dos quais correspondem a crianças com menos de 5 anos, foram registrados na África.

A redução na África é explicada principalmente por medidas preventivas mais bem aplicadas, algumas delas muito simples, como generalizar o acesso a mosquiteiros impregnados com inseticidas.

Em 2004 apenas 3% da população de risco tinha acesso a estes mosquiteiros, contra quase 50% em 2013.

O relatório 2014 sobre a malária no mundo reúne informações de 97 países.

A malária é causada por um parasita chamado Plasmodium transmitido através da picada de mosquitos infectados, lembra a OMS.

Os parasitas se multiplicam no fígado e depois infectam os glóbulos vermelhos.

Entre os sintomas da malária destacam-se a febre, as dores de cabeça e o vômito, que geralmente aparecem 10 a 15 dias após a picada do mosquito.

Se não for tratada, a malária pode colocar em risco a vida do paciente em pouco tempo, já que altera o fornecimento de sangue a órgãos vitais, indica a OMS.

O milionário americano Bill Gates anunciou que doará mais de US$ 500 milhões para a luta contra diversas epidemias em países em desenvolvimento, entre elas a malária - de acordo com uma nota divulgada neste domingo.

O ex-presidente da Microsoft fez esse anúncio na 63ª reunião anual da Sociedade Americana de Medicina e Higiene Tropicais, em Nova Orleans. Para Gates, o Ebola representa um "chamado para agir".

Ele disse que a Fundação Gates dedicará mais de US$ 500 milhões em 2014 "para reduzir a carga da malária, da pneumonia, das diarreias e de uma série de infecções parasitárias, causas principais de morte, de desvantagem nos países em desenvolvimento", acrescentou o comunicado.

Em setembro, a Fundação Gates já havia anunciado uma doação de US$ 50 milhões para a epidemia de Ebola, que já causou a morte de 4.900 pessoas na África Ocidental desde o início do ano.

Biólogos anunciaram nesta terça-feira (10) ter desenvolvido uma nova arma contra a malária, ao criarem mosquitos geneticamente manipulados para produzir principalmente descendentes machos, levando, eventualmente, ao desaparecimento de uma população inteira de insetos.

A técnica de seleção sexual produz uma geração de mosquitos em que 95% são do sexo masculino, enquanto nas populações normais este percentual corresponde a 50%, reportaram os cientistas em artigo publicado na revista Nature Communications.

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Restam tão poucas fêmeas que a população de mosquitos eventualmente desaba, reduzindo o risco de que os humanos entrem em contato com o parasita da malária, transmitido pelas fêmeas que se alimentam de sangue.

"A malária é uma doença debilitante, com frequência fatal, e nós precisamos encontrar novas formas de combatê-la", afirmou o chefe do estudo, Andrea Crisanti, professor do Imperial College de Londres.

"Achamos que nossa abordagem inovadora representa um enorme avanço. Pela primeira vez, fomos capazes de inibir a produção de descendentes fêmeas em laboratório e isto nos dá novas formas de eliminar a doença", continuou.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a malária mata mais de 600.000 pessoas ao ano, sendo as principais vítimas as crianças pequenas da África subsaariana.

Resultado de seis anos de trabalho, o método se concentra nos mosquitos "Anopheles gambiae", os transmissores mais perigosos do parasita da malária.

'Um trabalho muito legal' 

Os cientistas injetaram uma parte de enzima de DNA no código genético dos embriões de mosquitos machos. Basicamente, a modificação parte em pedaços o cromossomo X durante a produção de espermatozoides na idade adulta.

Como resultado, quase nenhum espermatozoide funcional continha o cromossomo X, que determina descendentes fêmeas. Ao contrário, a maior parte dos espermatozoides carregava o cromossomo Y, que produz machos.

Os mosquitos modificados foram testados em cinco jaulas, cada uma contendo 50 machos geneticamente modificados e 50 fêmeas silvestres normais. Em quatro das cinco jaulas, toda a população desapareceu em seis gerações devido à falta cada vez maior de fêmeas.

Os mosquitos machos modificados produziram apenas herdeiros machos modificados, que tiveram o mesmo tipo de descendentes até que não sobraram mais fêmeas. "A pesquisa ainda está no começo, mas estou muito esperançoso de que esta nova abordagem possa, enfim, levar a uma forma barata e eficaz de eliminar a malária de regiões inteiras", declarou um colega de Crisanti, Roberto Galizi.

Em um comentário independente, o especialista Michael Bonsall, da Universidade de Oxford, referiu-se à pesquisa como um "trabalho muito legal". "Isto tem implicações importantes para limitar a disseminação da malária", declarou à Science Media Centre britânica. "Será muito empolgante ver o avanço desta tecnologia específica", continuou.

Os cientistas já estão fazendo experimentos na natureza com mosquitos "Aedes aegypti", que transmitem a dengue, e que foram modificados para gerar descendentes que não chegam à idade adulta.

Eles sobrevivem durante apenas uma semana, enquanto mosquitos normais vivem um mês. O Brasil e a Malásia já soltaram nuvens desses insetos, e em janeiro o Panamá anunciou que também fará o mesmo.

No entanto, estes programas despertam a preocupação de ambientalistas, que chamam atenção para o impacto desconhecido de animais geneticamente modificados no equilíbrio da biodiversidade. Eles argumentam que se uma espécie de mosquito for eliminada de uma região, isto abriria a oportunidade para uma espécie concorrente - e potencialmente perigosa - vir à tona.

O premiado diretor austríaco de documentários Michael Glawogger faleceu na madrugada desta quarta-feira (23) de malária na Libéria, anunciou a produtora Lotus Film em seu site. Glawogger, de 54 anos, havia iniciado em dezembro uma viagem ao redor do mundo para fazer desta experiência um filme, e estava percorrendo a Libéria, na África ocidental.

O cineasta havia recebido em 2011 o Prêmio especial do júri da seleção Horizontes na Mostra de Veneza por "Whores' Glory", que explora a vida diária das prostitutas em Tailândia, Bangladesh e México. Seus documentários, centrados nos destinos difíceis em vários países, converteram Glawogger em um participante regular das seleções dos festivais de cinema.

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Entre outras de suas obras destacam-se os documentários "Megacities" (1998) e "Workingman's Death" (2004).

O Brasil corre o risco de não atingir as metas estipuladas pela ONU para a redução da incidência da malária até 2015, mesmo tendo destinado já quase R$ 2 bilhões para o combate à doença em uma década. Os dados fazem parte do relatório anual da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Pelas metas, países têm até 2015 para reduzir em 75% a incidência da malária, em comparação aos números de 2000. Na América Latina, 13 países já atingiram essa meta em 2011.

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A previsão da OMS para o Brasil é de que a doença seja reduzida entre 50% e 75% nos próximos três anos, com o risco de que fique abaixo da meta. Apenas três países na América Latina - Venezuela, Guiana e República Dominicana - tiveram resultados piores que o Brasil.

Entre 2007 e 2011, a incidência de casos suspeitos e o número de mortos caíram no País. Mas, no continente americano, o Brasil ainda é a nação com o maior número de pacientes que morreram. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC), vinculado ao Ministério da Saúde, já começou a fase de ensaios pré-clínicos em animais para verificar a eficiência da vacina contra a malária no Brasil. Essa é a etapa preliminar necessária para iniciar testes clínicos em voluntários, disse à Agência Brasil o chefe do Laboratório de Pesquisa em Malária do IOC, Cláudio Tadeu Daniel Ribeiro.

Ele estima que os ensaios clínicos em humanos poderão começar a ser feitos em 2013. O especialista salientou, porém, que essa fase de operação do projeto é complicada, porque requer uma infraestrutura específica. Entre os requisitos a serem cumpridos estão o consentimento dos voluntários, conhecimento dos riscos, além de questões como biossegurança. A ideia dos pesquisadores do IOC é chegar a uma vacina que possa, ao mesmo tempo, proteger contra a malária e a febre amarela.

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Embora uma corrente de pesquisadores considere que não é necessário fazer ensaios pré-clínicos em primatas, Cláudio Ribeiro defendeu a necessidade dessa etapa. “Estamos, de fato, pensando que seja possível vislumbrar simultaneamente testes em humanos, desde que eles tenham se mostrado promissores no modelo de primatas.”

As doenças tropicais negligenciadas, entre as quais está a malária, serão tema do 18º Congresso Internacional de Medicina Tropical e Malária, promovido pela Federação Internacional de Medicina Tropical (IFMT) e pela Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), em parceria com o IOC. O encontro começa hoje (23) à noite, no Rio de Janeiro.

A região Amazônica concentra 99,8% dos casos de malária registrados anualmente no Brasil. No ano passado, somente na Amazônia, o número de casos atingiu 263 mil, contra 320 mil, em 2010. “Na Amazônia, eu digo que não é mais o mosquito que invade as casas do homem, como o mosquito da dengue. É o homem que invade a casa do mosquito, porque dentro da floresta, você não pode pretender eliminar o mosquito”, explicou. A solução é reduzir a área de contato”, completou.

Segundo ele, de 807 municípios amazônicos, 57 respondem por 80% dos casos de malária do Brasil, o que equivale a 7% das cidades da região. Desse total, quatro municípios respondem por 25% dos casos. “Isso é um absurdo completo”, destacou. Essas cidades estão concentradas nos estados do Amazonas, Pará, de Rondônia e do Acre. “As prefeituras não investem como deveriam”, disse.

Um dos painéis do congresso debaterá o desafio do controle de doenças durante os eventos internacionais que ocorrerão no Brasil e no Rio de Janeiro nos próximos anos, como a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. O trabalho envolve, em primeiro lugar, a diminuição do contingente de pessoas doentes, sugeriu Ribeiro. “O ideal é conseguir diminuir a transmissão e a extensão da doença e a dimensão do problema no país. Todos vão ser beneficiados: a população local e os viajantes.”

Uma segunda operação envolve o mapeamento dessas doenças, para que os indivíduos saibam qual é o risco e para que as autoridades de outros países e organismos internacionais possam fazer recomendações de procedimentos preventivos. Os desafios são de ambas as partes, de acordo com Ribeiro, porque se trata também de evitar que doenças sejam trazidas pelos viajantes estrangeiros.

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