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Antes da cena musical pernambucana, que rolava no início da década de 1990, ser alçada ao patamar de movimento, posteriormente batizado de Manguebit, muita lama rolou pelas periferias e 'inferninhos' da cidade do Recife. 

O cenário cultural da capital de Pernambuco, naquela época, pode ser comparado a uma panela cheia d'água esquentando no fogo. Antes que o líquido pudesse chegar ao ponto de ebulição, muitos perosnagens e fatos se desdobraram para que a musicalidade e a cultura locais tomassem a forma e a fama com as quais ficou (re)conhecida mundialmente. 

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Deste ínterim é que os realizadores Hilton Lacerda e Hélder Aragão extraíram um 'caldo' para produzir a série Lama dos Dias, que conta, a partir de personagens fictícios, os primórdios do movimento Mangue. A atração estreia neste domingo (23), no Canal Brasil, emissora de TV a cabo. Hélder, mais conhecido como DJ Dolores, que além de cocriador e codiretor é o responsável pela trilha sonora da produção, conversou com a reportagem do LeiaJá sobre o seriado. Confira a entrevista.  

Como surgiu a ideia de fazer Lama dos Dias e por que a decisão de contar essa história de maneira ficcional? 

A idéia surgiu diante da necessidade de contar histórias que vivemos e  que agora já temos algum distanciamento. A escolha por ficção foi para não envolver diretamente os amigos, então os personagens da série são compostos por várias pessoas daquela cena. 

 Como foi revisitar tantas memórias para criar os personagens e o roteiro?  E qual foi a maior dificuldade de 'olhar pra trás', se é que houve alguma? 

Foi muito divertido lembrar dos anos 90, que representa um período muito importante em nossas vidas. Demos muitas risadas... Não foi doloroso olhar para trás, ao contrário.

 Por que optaram em buscar atores amadores, ainda que todos já envolvidos com o meio artístico - como Débora Leão (Negrita MC); Enio Damasceno;Edson Vogue; o pianista Vítor Araúj; e Louise França (fiilha de Chico Science)? 

É bacana o poder de “descobrir” novos talentos. Algumas das pessoas que trabalharam na série também estão presentes no filme novo de Hilton. 

Ainda que retrate o cenário de 1990, a série trata de temas muito atuais. Vocês tiveram um cuidado especial em torná-la tão atual assim ou isso aconteceu de maneira natural? 

Talvez alguns problemas venham de longe e apenas hoje a gente seja capaz de enxergar com maior discernimento. 

Existem planos para uma segunda temporada? E para a exibição da série em outros veículos ou plataformas?

Sim, haverá uma segunda temporada e a partir de amanhã, dia da estréia no Canal Brasil, também será colocado mais três episódios gratuitos no site do canal.

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Estreia no dia 23 de setembro, às 21h30, no Canal Brasil - emissora de TV a cabo -, a série Lama dos Dias. Dirigida por Hilton Lacerda, um dos grandes nomes do cinema pernambucano; e Hélder Aragão, mais conhecido como DJ Dolores, o seriado pretende ilustrar, em sete capítulos, o Recife que fez surgir, no ano de 1990, o movimento Mangue. 

Longe de ser um documentário, mas sim uma obra de ficção, Lama dos Dias se baseia na atmosfera cultural daquela época. A partir do cenário que se instalou na capital pernambucana, no fim do século 20, em um contexto de redemocratização pós-ditadura em que vivia o país, a cidade viu surgir o Manguebit, movimento que revolucionou a cultural local, em seus mais diversos âmbitos, e alçou Pernambuco ao posto de celeiro da cultura musical contemporânea. 

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A atração pretende mostrar os detalhes deste período a partir de dois núcleos principais: a trajetória da banda fictícia Psicopasso e um grupo de amigos de uma universidade frequentadores da cena musical local. No elenco, atores experientes, como Maeve Jinkings e Julio Machado dividem a cena com principiantes como Débora Leão, a Negrita MC; Enio Damasceno; Edson Vogue; o pianista Vítor Araújo; Louise França - filha de Chico Science; e Roger de Renor. 

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Interessados em participar da primeira edição do Laboratório Fernando Spencer de Roteiros têm até o próximo domingo (24) para realizar sua inscrição. A atividade será facilitada pelo roteirista e diretor de cinema Hilton Lacerda e acontecerá entre os dias nove e 13 de outubro, no Portomídia, localizado no Bairro do Recife.

Com o objetivo de capacitar os participantes e formar profissionais especializados em roteiro, a atividade selecionará 20 pessoas. Dentre as vagas, 10 são exclusivas para mulheres, negros(as), indígenas e profissionais que vivem no interior do Estado. O projeto de formação terá 30 horas/aula, abordando questões como estruturação e consultoria de roteiros para cinema.

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O facilitador Hilton Lacerda, é roteirista e iniciou sua carreira com o filme Baile Perfumado (1996). Ele também assina os roteiros de Amarelo Manga (2002), Baixio das Bestas (2006) e Febre do Rato (2011), além da direção de Tatuagem (2013) e Big Jato (2015).

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O longa Tatuagem, de Hilton Lacerda, foi o escolhido, entre 12 inscritos, para ser o candidato brasileiro a uma vaga entre os finalistas da categoria Melhor Filme Ibero-Americano da 29ª edição do Prêmio Goya. O prêmio, organizado pela Academia das Artes e Ciências Cinematográficas da Espanha e um dos mais importantes eventos cinematográficos do país, é concedido desde 1987 aos destaques de cada ano e será entregue em 8 de fevereiro de 2015, em Madri.

Tatuagem, que se passa no final dos anos 1970, narra a história de Clécio Wanderley, o líder da trupe de cabaré anarquista Chão de Estrelas. Sua vida muda ao conhecer o jovem soldado Arlindo Araújo, que todos chamam de Fininha. Estreia do roteirista e cineasta pernambucano Hilton Lacerda na ficção, o longa recebeu cinco prêmios no Festival do Rio 2013 (Melhor Filme de Ficção pelo voto popular, Prêmio FIPRESCI, Prêmio Especial do Júri Ficção, Melhor Ator e Melhor Ator Coajuvante) e três no 41º Festival de Gramado (Melhor Longa-metragem, Melhor Ator e Melhor Trilha Musical).

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Segundo os membros da comissão que escolheu Tatuagem para ir ao Goya, o filme foi escolhido dentre "uma lista particularmente forte, com várias opções de excelente qualidade, por ser o que lhes pareceu melhor representar uma cinematografia ao mesmo tempo profundamente brasileira e de alto impacto estético, possuindo ainda uma dimensão política importante."

A comissão de seleção foi composta por Ailton Franco Jr., indicado pelo Fórum dos Festivais; Luis Erlanger, indicado pela Academia Brasileira de Cinema; Luiza Lusvarghi, indicada pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema - Abraccine; Sylvia Abreu, indicada pelo Programa Cinema do Brasil; e Eduardo Valente, assessor internacional da Ancine, representando a Agência.

O longa Tatuagem, do pernambucano Hilton Lacerda, está na lista dos filmes que serão submetidos ao Ministério da Cultura para escolha do título que disputará vaga entre os indicados a Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2014. A ministra da Cultura, Marta Suplicy, fará o anúncio oficial a partir das 10h, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, na próxima quinta-feira (18).

Também estão na lista O homem das multidões, do pernambucano Marcelo Gomes, o documentário Dominguinhos, de Mariana Aydar, Duani e Eduardo Nazarian, sobre a vida do sanfoneiro pernambucano. Praia do futuro, Getúlio, O lobo atrás da porta, Hoje eu quero voltar sozinho, Entre nós, Serra Pelada, Amazônia, A grande vitória, Jogo de xadrez, Exercício do caos, O menino no espelho, A oeste do fim do mundo, O menino e o mundo, Minhocas e Não pare na pista: a melhor história de Paulo Coelho também estão na disputa.

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Dos vinte filmes inscritos, dois (Faroeste Caboclo e A Coleção Invisível) não puderam concorrer por terem estreado antes da data limite estipulada pela Academia.

Provavelmente Hilton Lacerda, diretor do filme Tatuagem e roteirista de uma série de filmes pernambucanos, já perdeu as contas de quantos prêmios já recebeu com seu último trabalho. A coleção de canecos ficou ainda maior com os seis prêmios recebidos durante a sétima edição do Festival de Cinema de Triunfo, realizado no Sertão de Pernambuco, todos dedicados ao filme inspirado no grupo recifense Vivencial Diversiones, que fez sucesso na década de 70. Recentemente, Tatuagem também foi indicado ao Grande Prêmio da Academia Brasileira de Cinema em várias categorias, incluindo melhor longa de ficção, ao lado do também pernambucano 'O Som ao Redor', de Kleber Mendonça Filho. Tanta repercussão sobre o filme ainda impressiona Hilton, sem dúvidas um dos nomes mais importantes do atual cinema de Pernambuco, um cinéfilo cheio de projetos em curso. Um deles é o papel de roteirista no filme Big Jato, de Cláudio Assis, cujas gravações começaram nesta quinta-feira (8). Há também um projeto aprovado no Funcultura, intitulado Contos que Vejo, série televisiva que terá participação de outros cinco diretores conterrâneos, além da opinião do cineasta sobre o legado deixado por Fernando Spencer. O LeiaJá conversou com Lacerda em Triunfo, durante o festival, encerrado neste sábado (9).

Tatuagem foi o filme mais premiado do 7° Festival de Cinema de Triunfo, com seis troféus. Como você recebe essa honraria?

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É a primeira vez que apresento um filme no festival de Triunfo e ser recebido dessa forma, dentro de casa, é muito especial. É bastante excitante na verdade, na minha cabeça. Eu não sou uma pessoa muito preocupada se vai ganhar prêmio ou não, mas quando ganho fico muito contente. Tem uma coisa de vaidade que fica satisfeita e o ego ser massageado de vez em quando não faz mal a ninguém.

Na conversa que o LeiaJá teve contigo na Fundaj, em novembro do ano passado, você falou da surpresa que estava tendo com a repercussão do filme, mas de lá pra cá essa repercussão positiva tem se repetido a cada festival. Como é lidar com essa situação de sempre encontrar as salas lotadas?

Eu fico muito impressionado com isso de mesmo depois de um ano o filme estar vivo ainda. A experiência do (Cinema) São Luiz é muito engraçada, porque Tatuagem está em exibição por lá há oito meses. A gente fica seguindo como as pessoas acompanham o trabalho, mas também realimentamos o público.  Recentemente lançamos numa edição do Som na Rural o CD da trilha sonora do filme, feita pelo DJ Dolores. Seria bom que os filmes tivessem essa repercussão, principalmente os de Pernambuco. A gente não faz nosso trabalho pra agradar o público, mas é sensacional quando você consegue manter um diálogo.

Tatuagem foi recentemente indicado ao prêmio de melhor longa-metragem de ficção pela Academia Brasileira de Cinema, além de outras categorias, ao lado do também pernambucano O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho. Como foi que você recebeu essa notícia e com que expectativa você vai lidar com ela?

Desde que saiu esse resultado que eu estou em viagem. Estava no Sertão com o Cláudio (Assis) dando uma revisão geral no roteiro de Big Jato, conversando com os atores. Mas essa notícia é muito bacana e mostra o impacto que o cinema pernambucano vem tendo. Sou muito feliz de estar o tempo inteiro ao lado de O Som ao Redor, e isso tem se repetido direto. Teve um prêmio que eu gosto bastante, chamado Carlão, feito pelas pessoas que escrevem críticas em blogs de cinema, cineastas bem bacanas, e de todas as categorias que tinha por lá O Som ao Redor e Tatuagem só não levaram o de melhor atriz e alguma outra que não me lembro. Toda as outras foram pra gente. E isso é bom porque dá uma revigorada. A gente teve muita pouca janela de exibição e essas coisas são muito importantes pra gente ir enchendo o papo de grão em grão. 

'Tatuagem' marcada na pele do cinema de Triunfo

Você falou das gravações de Big Jato, novo longa de Cláudio Assis. Como está a produção do filme?

Eles começaram a filmar nesta última quinta-feira (7). Eu adoro ficar em set, mas dessa vez só fui pra conversar com os atores, ver o texto com eles, as locações, tudo com base no roteiro que fiz com Renata Pinheiros. E é um filme de Cláudio Assis, o que o torna incrível e vai marcar uma nova fase no cinema feito por ele. Uma coisa engraçada que ocorreu foi essa junção entre eu, Cláudio e Xico Sá. Faz tempo que a gente queria se juntar pra trabalhar e tivemos um ensaio no Febre (do Rato). Será o maior prazer estar ao lado desse pessoal de novo.

Como é estar num set de filmagens com Cláudio Assis? E a relação entre vocês?

Minha relação com ele é muito longa. Cláudio se desenha uma pessoa, mas na verdade ele é muito diferente. Os sets de Cláudio são incríveis e muito divertidos, não é aquela coisa pesada e carregada. Cada diretor tem sua forma de trabalhar, algumas pessoas são imperiosa, outras carrascas, mas Cláudio é muito engraçado. Recentemente eu estava com o Matheus Nachtergaele lá em Pesqueira lembrando-se de quando Cláudio era produtor do Amarelo Manga e, diante de uma cena, falou ‘Matheus, você desce aquela escada, faz a sua ‘munganga’ e sai’. A gente ficou rindo daquela situação. É mais ou menos por ai a energia de trabalhar com ele.

Triunfo propicia networking espontâneo entre cinéfilos

Falando em parceria, como é trabalhar com o DJ Dolores, que há um tempo tem se especializado cada vez mais em trilhas para cinema?

Eu escrevi o roteiro e eu indicava todas as músicas, dizia o que gostaria de ter em cada cena. Mas depois o Dolores pegou o roteiro e refez as músicas em cima dele. Então eu costumo dizer que ele é quase um roteirista também. Se fosse dar um gênero pra Tatuagem, provavelmente seria um ‘melodrama musical’, porque a ideia foi muito pautada nesse sentido.

As marcas deixadas pelo Festival de Cinema de Triunfo 

Tem um projeto seu aprovado no Funcultura Audiovisual que vai ter a participação dele e de outros diretores, chamado Contos que Vejo. Você pode falar mais sobre essa proposta?

Esse projeto pega cinco contos nordestinos e um que eu escrevi pra amarrar. A gente vai narrar toda história a partir de uma linha que a gente vai dar, e a unidade da série será onde se passa a narrativa, que é na cidade de Desterro, estamos pensando seriamente também em fazer aqui em Triunfo. A ideia é que cada episódio seja dirigido por um diretor diferente. Já tem Cláudio (Assis), Lírio (Ferreira), Marcelo Gomes, Paulo Caldas. A gente está vendo ainda alguns nomes e pode ser que role também Adelina Pontual, mas é um projeto que estamos apostando muito. Uma coisa que discutimos entre nós é o porquê de não conseguirmos levar para a televisão a realidade do cinema que Pernambuco faz. Não falo de qualidade técnica, mas de impacto e informação. Acho que está na hora de ocupar esses espaços, senão vamos perder de vez.

Feedbacks constantes no Festival de Cinema de Triunfo

No que diz respeito aos espaços de exibição de filmes em Pernambuco, O LeiaJá publicou no mês passado uma matéria que explica como o Recife vai mais que duplicar sua quantidade de cinemas não comerciais até o final de 2015, com a chegada dos Cinemas da UFPE, Cinema do Museu (Fundaj) e Cinema do Porto (Porto Digital). Como você enxerga esse novo cenário?

Eu acho que isso é meio urgente, porque as janelas que são oficiais estão fechadas pra produção da gente. Não é justo que você tenha uma produção tão interessante como a que temos em Pernambucano e não ter quórum. E as janelas daqui são comandadas por um grupo só que estão interessados em resultados imediatos. Quando você trabalha num cinema que é mais alternativo e menos dependente dessa situação, o resultado é ótimo. Um exemplo foi uma sessão de Amarelo Manga que fizemos na Fundaj Derby e que deu muita gente. Não é o mesmo resultado que você tem quando exibe num cinema comercial. E tem muita coisa por traz disso, é como se existisse uma guerra surda de amantes do cinema que não querem ir pra shopping pra ver filme. Eu mesmo acho chato e desgastante essa condição. Acho que isso deve fazer parte da política do Estado. Do mesmo jeito que tem política pra fazer filme, tem que ter pro olhar, e isso é bem urgente.

A sétima edição do Festival de Cinema de Triunfo fez uma homenagem a Fernando Spencer, cineasta pernambucano que faleceu recentemente e que marcou a história da sétima arte no Estado. Fala um pouco sobre a influência e o legado que esse personagem deixou para as próximas gerações de cineastas.

Na minha fala de abertura da sessão de Tatuagem durante o festival eu devia ter falado sobre o Spencer, mas eu sou muito tímido e na hora travo e esqueço tudo. Mas Spencer tem uma coisa muito engraçada. Eu fiquei amigo dele principalmente durante as gravações de Baile Perfumado, de Lírio (Ferreira e Paulo Caldas). Ele era muito apaixonado pelo o que fazia, mas ao mesmo tempo ele tinha ideias de umas coisas que eram muito bacanas. Eu me lembro que ele tinha a sacada de fazer um encontro entre John Wayne (ator americano que fez vários filmes de faroeste) e Lampião. Era uma pessoa adorável e conversar com ele sobre cinema era dividir uma grande aula. Acho essa homenagem mais que justa. A perda dele só não é maior do que o legado que ele deixou aqui.

A sétima edição do Festival de Cinema de Triunfo chegou ao fim, mas as sementes foram plantadas mais uma vez. O evento realizado no oasis do sertão, como é conhecido o município de Triunfo, também é um oasis de oportunidades para aqueles que se dedicam à sétima arte com ofício e paixão. Sejam através das oficinas, debates, mostras ou sessões de alta qualidade técnica, o festival deixa sinais de que é uma das maiores referências nacionais quando o assunto é cinema.

No que diz respeito às premiações das mostras competitivas na noite de encerramento, neste sábado (9), o festival chamou ao palco, por seis vezes, o diretor Hilton Lacerda para receber algum troféu por conta de Tatuagem. O filme, exibido pela primeira vez em Triunfo com sessão lotada, foi o grande vencedor desta edição, levando pra casa as canecas de melhor ator, para Irandhir Santos e Jesuíta Barbosa, melhor trilha sonora, para DJ Dolores, melhor direção, melhor longa nacional, melhor roteiro e júri popular

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Legado do festival em Triunfo

Para Carla Francine, coordenadora de Audiovisual da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), instituição realizadora do evento ao lado da Secretaria de Cultura do Estado, esta sétima edição mostra como o festival está consolidado de fato, não só na cidade como na região. “Todas as sessões este ano foram lotadas e a gente contou com a participação da população. No que diz respeito à formação de público, tivemos a parceria com várias escolas de Triunfo e dos arredores. Não tivemos nenhum tipo de problema de projeção, que é um problema recorrente nos festivais por conta da migração pro digital”, listou ela. 

O festival seguiu com a proposta de levar cinema às comunidades e passou por quatro bairros do município com o projeto Mostra Cinema na Estrada. A iniciativa, que teve início na última terça (5) e passou por quatro bairros do município sertanejo, exibiu em praças públicas e espaços abertos cinco curtas pernambucanos e um de São Paulo gratuitamente. 

Ainda neste sábado (9), uma das atividades da sétima edição do Festival de Cinema de Triunfo foi a I Mostra Competitiva de Curta-metragem dos Sertões, com sessões realizadas no Cine Teatro Guarany. Ao todo, sete filmes do Sertão, incluindo um curta da Paraíba (Sophia, de Kennel Rógis) e um produzido em Triunfo (Ser Mais Que Cinza, de Daniel Figueiredo), fizeram parte da mostra. 

Licor e doces artesanais adoçam festival em Triunfo

De acordo com Carla Francine, as oficinas foram outras atividades que tiveram um resultado satisfatório. “Desde o primeiro ano do festival que atuamos nesse sentido de formação crítica na cidade. Um exemplo é o júri popular. Para o voto de cada um dos participantes ser validado, foi necessário que ele comparecesse a todas as sessões. Eles passaram uma semana antes do festival tendo uma formação mais crítica”, explica Carla Francine, que quando assumiu o cargo oferecido pela Fundarpe mapeou na região de Pernambuco seis festivais de cinema. Hoje, segundo Francine, existem mais de 30 eventos do tipo espalhados pelo Estado. “O resultado satisfatório do Festival de Cinema de Triunfo é resultado de uma série de políticas culturais que implementamos de 2007 pra cá”, 

Networking espontâneo em Triunfo

Com a presença de vários realizadores, produtores e uma gama de profissionais da sétima arte nacional, o município sertanejo se transforma naturalmente em um ambiente propício para o surgimento de novas parcerias e trocas de experiências entre os cinéfilos. O resultado deste networking espontâneo foi visível a cada encontro, como nas sessões e nos debates realizados todas as manhãs, e inclusive (talvez principalmente) nos momentos de happy hours dos participantes.

Outro ponto alto do festival foram os debates realizados entre os realizadores e o público interessado. De terça (5) até este sábado (9), a sétima edição do Festival de Cinema de Triunfo realizou diariamente debates com os realizadores dos filmes participantes. Sempre às 11h, as conversas foram mediadas pelo jornalista André Dib, num espaço de Triunfo conhecido como a Casa da Pedra. Os encontros contaram com a presença de vários realizadores, como Hilton Lacerda (PE), Ali Muritiba (PR), Carla Osório (ES) e Amanda Ramos (PE).

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A sétima edição do Festival de Cinema de Triunfo, promovida pela Secretaria de Cultura de Pernambuco e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), divulgou na noite deste sábado (9) a relação dos filmes e curtas vencedores das mostras competitivas deste ano. A solenidade, que foi realizada no Cine Teatro Guarany, com a presença dos realizadores, participantes e de gestores públicos da cultura, anunciou o longa metragem Tatuagem, de Hilton Lacerda, como o grande premiado da noite – o filme levou seis troféus pra casa. A noite contoi ainda com uma sessão do filme Triunfo, de Caue Angelim, que conta a trajetória artística de Nelson Triunfo, artista nascido no município sertanejo.

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Para Hilton Lacerda, que é pernambucano, ser premiado dentro de casa tem um gostinho especial. “É sensacional e excitante pra mim. Eu não fico muito preocupado se vou ganhar prêmio ou não, mas quando ganho sinto que faz bem a minha vaidade e afagar ego de vez em quando não faz mal nenhum”, brinca o diretor, que apresentou seu trabalho durante o festival de Triunfo na última sexta-feira (8), e atualmente está trabalhando no roteiro de Big Jato, de Cláudio Assis. 

Tatuagem levou os troféus de melhor ator, para Irandhir Santos e Jesuíta Barbosa, melhor trilha sonora, para DJ Dolores, melhor direção, melhor longa nacional, melhor roteiro e júri popular. 

Mostras competitivas do Festival de Triunfo

Ao todo, foram mais de 50 filmes distribuídos em nove competições durante o festival em Triunfo. Foram inscritos cerca de 190 projetos de 19 estados de todo o Brasil, tais como Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. 

Confira o resultado final do 7º Festival de Cinema de Triunfo:

TROFÉU CINECLUBISTA - Filme para melhor reflexão

Prêmio da Federação Pernambucana de Cineclube

Todos esses dias em que sou estrangeiro

 

TROFÉU ABD/APECI

Prêmio da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas e da Associação Pernambucana de Cineastas

Curta-metragem nacional - Todos esses dias em que sou estrangeiro

Curta-metragem pernambucano - Casa Forte

Curta-metragem infanto-juvenil - Sexta-série

 

PRÊMIOS DO JÚRI POPULAR DE CURTA-METRAGEM DO 7º FESTIVAL DE CINEMA DE TRIUNFO

Menção honrosa: Ser mais que Cinza

Melhor curta-metragem nacional – Pássaro de papel - que recebe R$ 4.000 (quatro mil reais), além do troféu oficial do festival.

Melhor curta-metragem infanto-juvenil - #Apaixonadinho, que recebe R$ 4.000 (quatro mil reais), além do troféu oficial do festival.

Melhor curta-metragem dos sertões: Sopha, que receberá R$ 3.000 (três mil reais), além do troféu oficial do festival.

 

PRÊMIOS DO JÚRI POPULAR DE  LONGA-METRAGEM DO 7º FESTIVAL DE CINEMA DE TRIUNFO

Melhor longa-metragem nacional - Tatuagem (Ficção, 110 min, 2013, PE), de Hilton Lacerda, que recebe R$ 10.000 (dez mil reais), além do troféu do festival.

PRÊMIOS DO JÚRI OFICIAL DO 7º FESTIVAL DE CINEMA DE TRIUNFO DE CURTA-METRAGEM

Melhor curta-metragem nacional – O gaivota (Animação, 7 minutos, 2014, PE), Raoni Assis, que recebe R$ 4.000 (quatro mil reais), além do troféu oficial do festival.

Melhor curta-metragem pernambucano - Psiu! (Documentário, 20 minutos, 2014, PE), de Antônio Carrilho e Juliana Lima, que recebem R$ 4.000 (quatro mil reais), além do Troféu Fernando Spencer.

Melhor curta-metragem infanto-juvenil - #Apaixonadinho (Ficção, 13 minutos, 2014, SP), de Alexandre Estevanato, que recebe R$ 4.000 (quatro mil reais), além do troféu oficial do festival.

Melhor curta-metragem os sertões - Capela

Menção honrosa: Sophia

Melhor Direção - Léo Tabosa por Tubarão.

Melhor Fotografia - Ricardo Lima pelo filme Xirê.

Melhor Montagem - Wesley Rodrigues e Luiz Pellizzari por Viagem na chuva. 

Melhor Roteiro - Eduardo Morotó, por Todos esses dias em que sou estrangeiro.

Melhor Direção de Arte - Carlos Mosca por Cancha, antigamente era mais moderno.

Melhor Trilha Sonora - Karina Burh por Sexta-série.

Melhor Som - Rafael Travassos por Destinos.

Melhor Ator - Miguel Arraes, pelo filme Todos esses dias em que sou estrangeiro.

Melhor Atriz - Fernanda Chicolet pelo filme Colostro. 

 

Prêmios Especiais do Júri

A Guerra dos Gibis (Documentário, 19 minutos, 2012, SP), Thiago B. Mendonça e Rafael Terpins

Carne (Ficção, 20 minutos, 2013, PE), Carlos Nigro.

 

PRÊMIOS DO JÚRI OFICIAL DO 7º FESTIVAL DE CINEMA DE TRIUNFO DE LONGA-METRAGEM

Melhor longa metragem nacional 35 mm ou Digital - Tatuagem (Ficção, 110 minutos, 2013, PE), Hilton Lacerda, que recebe R$ 10.000 (dez mil reais) além do troféu oficial do Festival.

Melhor Direção para Hilton Lacerda pelo filme Tatuagem.

Melhor Fotografia para Fernando Lockett , pelo filme amor plástico e barulho

Melhor Montagem para Carla Osório e Daniel Barbosa por Cidade de Deus - 10 anos depois

Melhor Roteiro para Hilton Lacerda por Tatuagem. 

Melhor Direção de Arte para Sérgio Silveira pelo filme Pobres Diabos.

Melhor Trilha Sonora para Dj Dolores por Tatuagem.

Melhor Som para Pedro Sá Eart e Daniel Martins por Cidade de Deus - 10 anos depois

Melhor Ator para Irandhir Santos e Jesuíta Barbosa, pelas atuações em Tatuagem

Melhor Atriz para Nash Laila por Amor Plástico e Barulho.

De terça (5) até este sábado (9), a sétima edição do Festival de Cinema de Triunfo realizou diariamente debates com os realizadores dos filmes participantes. Sempre às 11h, as conversas foram mediadas pelo jornalista André Dib, num espaço de Triunfo conhecido como a Casa da Pedra. Os encontros contaram com a presença de vários realizadores, como Hilton Lacerda (PE), Ali Muritiba (PR), Carla Osório (ES) e Amanda Ramos (PE).

Segundo a coordenadora de Audiovisual da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Carla Francine, os debates na Casa de Pedra tiveram uma média de 60 pessoas. “Isso dificilmente acontece no Recife. Estamos fazendo de fato um trabalho de formiguinha, de plantar a história do gosto e interesse pelo cinema”, explicou ela sobre a proposta que foi implantada pela primeira vez na história do festival.

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A realizadora Carla Osório, do filme Cidade de Deus – 10 anos depois, explicou que o filme exige um debate mais aprofundado. “Ele levanta muitas questões, como ser artista negro no Brasil, de ser um artista que nasceu na favela. E a gente vê quantos deles conseguiram chegar ao estrelato: um número muito pequeno. Apresentar o filme aqui em Triunfo foi legal por sentir a reação das pessoas, que nunca é igual”, comentou Carla sobre a experiência.

Para Amanda Ramos, cineclubista de Pernambuco, os debates pareceram com sessões de cineclube. “Normalmente você tem a exibição do filme e, em seguida, há um debate sobre o assunto. Mas aqui em Triunfo não dá tempo de fazer a conversa logo após a o término do filme e a gente faz de manhã, e mesmo o povo indo pras festinhas acaba chegando cedo e sendo bem participativo. As pessoas assistem ao filme e querem discutir sobre eles”, ressaltou.

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O premiado filme Tatuagem, do diretor pernambucano Hilton Lacerda, foi exibido na noite desta sexta-feira (8) durante a programação da sétima edição do Festival de Cinema de Triunfo, realizado no Sertão de Pernambuco e como parte do Festival Pernambuco Nação Cultural. Com a presença do diretor do longa, que foi recentemente indicado ao Grande Prêmio da Academia Brasileira de Cinema em várias categorias, a noite contou também com a presença de cerca de 180 pessoas, incluindo vários profissionais da sétima arte que participam do festival e lotaram o Cine Teatro Guarany - onde acontecem as sessões principais. Durante a sessão, algumas famílias chegaram a se retirar do local. 

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Para Hilton Lacerda, é sempre uma surpresa chegar a uma sessão do Tatuagem e ser recebido por uma plateia lotada. “Eu fico impressionado como após um ano de lançamento o filme ainda continua em alta e em discussão. Mais a gente também pensa em coisas inovadoras para manter o projeto de pé. Recentemente lançamos, por exemplo, o CD da trilha sonora do filme durante uma edição do Som na Rural. Seria bom que essa repercussão se desse com todos os filmes de Pernambuco”, comenta Hilton Lacerda, que convidou DJ Dolores para produzir a parte musical do longa.

Ao lado de O som ao redor, de Kleber Mendonça Filho, Tatuagem concorre ao prêmio de Melhor Longa-metragem de Ficção no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Além disso, tanto Kleber como Hilton, bem como o também pernambucano Heitor Dhalia, disputam a final na categoria Melhor Diretor.

Festival de Cinema leva sessões às praças de Triunfo

Homenagem de Hilton a Spencer

Em conversa com o LeiaJá, Hilton Lacerda se mostrou arrependido de no seu discurso de abertura da sessão não ter citado a importância de Fernando Spencer, um dos homenageados do festival, ao cinema pernambucano. Spencer teve uma participação muito grande na minha vida. Principalmente na época das gravações do Baile Perfumado. Ele era muito amigo de Lírio (Ferreira), do Cláudio (Assis), era muito próximo de Paulo (Caldas) também. E acho que o Spencer abria uma discussão cinematográfica fluida. Ele era muito generoso, nesse sentido, mas ao mesmo tempo muito picuinha com as coisas que ele defendia”, relembra Hilton Lacerda. “A perda de Spencer só não é maior do que a marca dele no cinema”, concluiu o diretor.

Mesmo com a indicação de classificação para maiores de 18 anos e toda a repercussão que Tatuagem já teve, o que não deixa dúvidas de que o conteúdo a ser exibido era de conhecimento geral, algumas famílias deixaram a sala do Cine Teatro Guarany no meio da sessão. Nelson Triunfo, artista local que alcançou o mundo ao ser um dos fundadores do Movimento Hip Hop, estava no local para assistir ao filme pela primeira vez (e o viu do começo ao fim) e comentou o caso com o LeiaJá. “Eu não sei nem o que falar direito porque ele imprime uma liberdade, mas também eu acho que de uma certa forma foi muito forte para um pessoal conservador do interior. Mas faz parte das aberturas das portas e da mudança de uma sociedade preconceituosa. Talvez muito vão achar que foi ‘beleza’, outros vão achar que foi exagerado, mas está dada a polêmica e quando ele é dado é valida pela discussão”, opina Nelson Triunfo.

Como parte da programação do Janeiro de Grandes Espetáculos, cuja abertura oficial está marcada para esta quarta-feira (8), os grupos teatrais Dzi Croquettes (RJ) e Vivencial Diversiones (PE) participaram nesta terça-feira (7) de um encontro inédito entre as duas companhias. Ambas surgidas na década de 70, elas ganharam notoriedade por se portarem como a contracultura irreverente das artes cênicas do Brasil. O encontro aconteceu na Galeria Café Castro Alves, no bairro de Santo Amaro, e contou com a participação de vários profissionais ligados ao segmento artístico. 

Lúcia Machado, atriz e produtora cultural homenageada pelo Janeiro de Grandes Espetáculos ao lado de Jomard Muniz de Britto, ressaltou o valor histórico deste encontro que não tinha acontecido até então. “Essa é uma reunião mais do que memorável. É algo histórico porque temos aqui dois grupos que se espelham um no outro, desde a década de 70, e que pela primeira vez se encontram”, disse Lúcia ao LeiaJá

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Para Guilherme Coelho, diretor do Vivencial Diversiones, o grupo começou com a proposta de reinvenção da linguagem e também de transgredir a cena e os costumes, algo muito forte em 1970 quando o Tropicalismo estava no auge. “A gente percebia esse sinal dos tempos e dava uma resposta não só em cena, mas também em vivência na rua justamente para que a linguagem teatral não se encerrasse nas plateias, mas que tivesse uma resposta mudando o social”, revela Guilherme. 

É incrível como ambos são muito atuais, já que hoje a gente discute a questão de gênero e sustentabilidade. Os Dzi Croquettes tinham uma postura bem arrebatadora e que interagia conosco neste sentido. “Tanto que várias pessoas naquela época já associavam uma coisa a outra”, comenta Coelho, que montou seu primeiro espetáculo com o Vivencial há 40 anos e cujo grupo teatral inspirou o filme Tatuagem, de Hilton Lacerda.

O próprio Hilton, presente no encontro, falou do valor artístico de uma troca de experiências entre estes grupos tão renomados. “Se tem uma coisa que está acontecendo aqui é a junção. Juntar dois grupos tão importantes como o Dzi Croquettes e o Vivencial Diversiones é algo extremamente louvável. Acho que as discussões aqui hoje não serão sobre o passado, mas com as pessoas criticando o presente dentro da ideia de um teatro possível de ser realizado e excitante para a imaginação”, opina Hilton. 

A produção pernambucana Tatuagem, que ganhou quatro prêmios no 41º Festival de Gramado, incluindo o de melhor filme, concedido pelo júri oficial, e cinco prêmios no Festival do Rio 2013, estreia nesta sexta (15) no circuito comercial.

No Recife, o longa dirigido por Hilton Lacerda entra em três salas: Cinema da Fundação, Cinemark RioMar e UCI Recife. Tatuagem também será exibido em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e Curitiba, totalizando 16 salas ocupadas.

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O premiado filme Tatuagem, de Hilton Lacerda, terá pré-estreia no Recife neste sábado (9) no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no Derby, com sessão às 20h30. Os ingressos custam R$ 5 (meia) e R$ 10 (inteira). O longa estreia nacionalmente no dia 15 de novembro.

O Cinema da Fundaj recebeu no mês passado uma exibição do longa metragem durante a 6ª Janela Internacional de Cinema do Recife

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O roteiro do filme é do próprio Hilton, que conta no elenco com a participação de Irandhir Santos, Jesuíta Barbosa, Rodrigo Garcia, Silvio Restiffe e Sylvia Prado. Tatuagem se passa no Recife em 1978 e fala dos confrontos e reflexões de uma geração vistos a partir da periferia. Ao mesmo tempo, acompanha o romance entre um soldado de 18 anos e um agitador cultural.

Serviço

Pré-estreia de Tatuagem no Cinema da Fundaj

Sábado (9) | 20h30

Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Rua Henrique Dias, 609 – Derby)

R$ 5 (meia) e R$ 10 (inteira) 

(81) 3073 6712

O premiado Tatuagem, dirigido pelo pernambucano Hilton Lacerda, chega aos cinemas brasileiros no dia 15 de novembro. As primeiras cidades a receber o filme são Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Vitória, Manaus e Belo Horizonte.

Em entrevista realizada na Fundaj, no dia 16 de outubro passado, Hilton Lacerda falou ao Portal LeiaJá sobre a essência do filme. “Este trabalho é como se fosse uma grande metáfora sobre os dias de hoje, sobre as intolerâncias, de que forma os governos têm se comportado diante da população, e de que forma a sociedade tem se visto”, disse ele.

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Confira como foi a exibição de Tatuagem durante a I Janela Internacional de Cinema do Recife, na Fundaj

O filme tem roteiro do próprio Hilton e conta no elenco com Irandhir Santos, Jesuíta Barbosa, Rodrigo Garcia, Silvio Restiffe e Sylvia Prado. Tatuagem se passa no ano de 1978, e fala dos confrontos e reflexões de uma geração vistos a partir da periferia, ao mesmo tempo em que acompanha o romance entre um soldado de 18 anos e um agitador cultural.

Nesta terça-feira (15) um grande número de pessoas foi ao Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no Derby, para assistir à segunda sessão do longa Tatuagem, de Hilton Lacerda, durante a programação do 6º Janela Internacional de Cinema do Recife. Além da exibição, que atraiu muita gente pra fila bem antes das portas abrirem às 18h, aconteceu também um debate sobre o filme pernambucano, mostra competitiva de longas e a exibição de A lira do delírio (1978), de Walter Lima Jr.

Tatuagem, que teve exibição no Cine São Luiz na sexta-feira passada (11), na abertura do festival, se passa no Recife de 1978, período de grande provocação artística e repressão política no Brasil. “Este trabalho é como se fosse uma grande metáfora sobre os dias de hoje, sobre as intolerâncias, de que forma os governos têm se comportado diante da população, e de que forma a sociedade tem se visto”, revelou Hilton Lacerda ao Portal LeiaJá. Quando a exibição no cinema da Fundaj acabou, o público aplaudiu bastante.

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“Eu estou satisfeito com meu primeiro filme como diretor. Engraçado que quando você passa muito tempo trabalhando no longa tem uma hora que você espera a ultima etapa: a relação que terá com as pessoas para quem você fez o filme. Até agora a resposta tem sido muito boa”, avaliou o diretor pernambucano.

Quem estava na Fundaj, bastante surpreso com a repercussão de Tatuagem, foi Kleber Mendonça Filho, que dirigiu recentemente O Som ao Redor, pré-indicado ao Oscar. “Hoje teve a segunda sessão e foi uma loucura. Mais de 500 pessoas apareceram por aqui e o espaço só comporta 200 lugares. Me parece que esse filme vai chegar aos cinemas forte e isso é muito bom para a produção local”, comemorou Kleber.

Presente na trilha sonora de Tatuagem, a cantora Isaar também foi prestigiar o longa. “Fiquei maravilhada com o filme e estou muito feliz por ter participado com a minha voz”, disse a cantora recifense. Além dela, Deco, Jr Black, Ylana Queiroga, André Julião, Lucas Dos Prazeres, Leonardo Domingues, Yuri Queiroga e Parrô Mello também colaboraram na trilha, que teve direção de Hélder Aragão, o DJ Dolores.

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O segundo dia do IV Janela Internacional de Cinema do Recife recebeu um público nostálgico na noite deste sábado (12). A enorme fila que se extendia ao redor do Cinema São Luiz, no Recife, não esperava o lançamento de nenhum longa super aguardado, mas estava ali para reviver um dos maiores clássicos do cinema: Os embalos de Sábado à Noite

O evento, que acontece entre os dias 11 e 20 de outubro, traz como novidade a primeira mostra competitiva de longas. "A mostra competitiva de longas era algo que nós já tentávamos viabilizar, mas para isso era necessário investir mais. Só podemos realizar isso quando conseguimos uma estrutura a mais. Ano passado o Janela custou R$220 mil e esse ano R$320 mil, então, com um investimento maior, mas a gente tá sempre procurando tentar mais patrocínio, porque quanto mais incentivo a gente tiver o festival vai poder fazer mais coisas", explica Kleber Mendonça Filho, diretor e curador do Festival. 

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Cimentado em temas que embalaram o Brasil nos últimos meses, como as manifestações entorno do país, Os embalos de Sábado à Noite, de John Badham, surgia na tela do cinema como um resgate ao tempo e uma comemoração ao manifesto "Os Embalos de sábado à noite, não é uma manifestação política, mas é uma manifestação pessoal, do corpo. Um cara que trabalha a semana inteira vendendo tinta, mas nos sábados à noite ele vira o super astro do bairro dançando em uma boate", pontua Kleber. 

Até o fim do evento serão exibidos 112 filmes, entre longas e curtas, no Cinema São Luiz e Cinema da Fundação. Na programação estão quatro longas pernambucanos, entre eles o premiado Tatuagem, de Hilton Lacerda, que abriu a primeira noite do evento. "Ontem, após a exibição, eu não estava nem falando de tão ansioso. O fator de ser a estréia no São Luiz, na minha cidade, de ver um público caloroso à espera do filme foi arrebatador", comentou Hilton Lacerda. 

Unindo um público de diferentes gerações, de pessoas que retornam ao cinema para reviver velhos tempos ou atravessam os anos para experimentar experiências passadas, Os Embalos de Sábado à noite vendeu 600 ingressos, quase 50% do total disponibilizado para a venda. "Eu e minha esposa assistimos o filme no cinema, na época que nem existia o VHS, inclusive compramos em DVD, mas rever no cinema é único, não dá para perder", fala Alexandre Wanderley, farmacêutico. "Assistir um filme com a mesma emoção de quando ele foi exibido pela primeira vez, em um cinema tão símbolico para a cidade, com uma boa qualidade e em comunhão com os amigos é realmente indescrítivel", explica o cinéfilo Filipe Moura, 36. 

Na competição de longas deste sábado estavam O ato de matar, de Joshua Oppenheimer (II) e Gatinha Estranha, filme de estreia do diretor Ramon Zürcher, também exibido no Festival do Rio 2013. As entradas para os longas custam R$ 4 inteira, R$ 2 meia. Para os curtas, será cobrado R$ 1 por entrada. A programação pode ser conferida no endereço eletrônico www.janeladecinema.com.br

 

 

 

 

 

Nesta sexta-feira (11), depois de ter rodado por grandes festivais, a exemplo de Gramado e do Rio, a produção pernambucana Tatuagem vai ter a sua primeira sessão no Recife. O filme será o longa da abertura da 6ª Janela Internacional de Cinema do Recife, no Cinema São Luiz, no bairro da Boa Vista.

Tatuagem foi exibido publicamente pela primeira vez durante o 41º Festival de Gramado, onde ganhou quatro prêmios, inclusive o de melhor filme. Também foram premiadas a performance de Irandhir Santos e a trilha sonora composta por Hélder Aragão (DJ Dolores).

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O filme tem roteiro do próprio Hilton Lacerda, diretor do longa, e produção da REC, empresa responsável por premiados títulos como Cinema Aspirinas e Urubus, Baixio das Bestas e Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo. Do Recife, o filme segue para a 37ª Mostra de São Paulo, onde concorre no programa Mostra Brasil – Perspectiva Internacional, e no dia 15 de novembro entra em cartaz nacionalmente.

Serviço

Abertura oficial do Janela 2013 com exibição de Tatuagem

Sexta (11) | 21h30

Cine São Luiz (Rua da Aurora - Boa Vista)

Tatuagem, longa-metragem dirigido por Hilton Lacerda, foi o grande vencedor do Festival de Cinema de Gramado. A produção pernambucana levou três prêmios: melhor filme nacional, melhor trilha sonora e melhor ator - para Irandhir Santos.

A cerimônia de premiação aconteceu neste sábado (17), no município gaúcho que abriga o tradicional festival e dá nome a ele. Tatuagem é o primeiro longa dirigido por Lacerda, roteirista dos filmes Amarelo Manga e Febre do Rato. A trilha sonora vencedora é assinada pelo DJ Dolores.

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Com a trama central focada em um amor entre dois homens, o longa faz referência ao Vivencial Diversiones, grupo teatral "subversivo" e desafiador que fez história em Pernambuco durante o período da ditadura.

O prêmio de melhor atriz foi para Leandra Leal, pela atuação em Éden. Repare Bem, de Maria de Medeiro, venceu a categoria de melhor filme estrangeiro. Já na competição de curtas, quem levou a melhor foi Acalanto, de Arturo Sabóia.

Confira a lista completa de vencedores.

O título ‘Tatuagem’, do cineasta pernambucano Hilton Lacerda, foi selecionado na mostra competitiva de longa-metragem nacional do 41º Festival de Cinema de Gramado, que acontece no período de 09 a 17 de agosto, no Rio Grande do Sul. O filme, que é estrelado por Irandhir Santos, Jesuita Barbosa, Rodrigo Garcia, Silvio Restiffe e Sylvia Prado é a primeira ficção de Lacerda.

‘Tatuagem’ revisita o cinema novo, flerta com o experimento do Super 8 - utilizado na década de 1970 no Brasil e dialoga com o cinema contemporâneo. O título procura “iluminar” as várias maneiras que se pode interpretar a história e a cinematografia do Brasil. A obra, que se passa na década de 1978, apresenta os confrontos e reflexões de uma geração que vive na periferia, no mesmo momento em que se acompanha o romance entre um soldado de 18 anos e um agitador cultural, proprietário de cabaré anarquista.

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A história se desenrola na periferia de duas cidades do Nordeste do Brasil, onde um grupo de artistas de teatro provoca o poder e a moral estabelecida com seus espetáculos e interferências públicas. O líder do Grupo Chão de estrelas, Clécio, interpretado por Irandhir Santos ensaiam em conjunto com intelectuais, artistas e o seu tradicional público de homossexuais, em tom de deboche e anarquia. A transformação do filme acontece quando o protagonista conhece Fininha, interpretado por Jesuíta Barbosa, apelido do soldado Arlindo Araújo de 18 anos, que veio prestar serviço militar na capital.

Ficha Técnica

Brasil, 2013

Elenco: Irandhir Santos, Jesuíta Barbosa, Rodrigo García, Sílvio Restiffe, Sylvia Prado

Empresa Produtora: REC Produtores Associados

Roteiro e Direção: Hilton Lacerda

Produção: João Vieira Jr.

Produção Executiva: Nara Aragão

Direção de Produção: Dedete Parente Costa

Direção de Fotografia: Ivo Lopes Araújo

Direção de Arte: Renata Belo Pinheiro

Trilha Musical: DJ Dolores (Helder Aragão)

Montagem: Mair Tavares

Figurino: Christiana Garrido

Maquiagem: Donna Meirelles

Desenho de Som: Waldir Xavier

Som Direto: Danilo Carvalho

Mixagem: Ricardo Cutz

Pela 39.ª vez, o Festival Sesc Melhores Filmes traz de volta à tela do Cinesesc o que de melhor passou pelos cinemas paulistanos no ano anterior. O evento começa nesta quarta-feira, com a cerimônia de premiação dos vencedores, que foram eleitos por público e crítica. Para a festa, que entrega troféus nas categorias de melhor filme, documentário, ator, atriz, direção, roteiro e fotografia para as produções brasileiras e melhor filme, direção, ator e atriz para as estrangeiras. Estarão presentes ainda Irandhir Santos, João Miguel, Betty Faria, Djin Sganzerla e os diretores Cláudio Assis, Beto Brant, Edgard Navarro, Hilton Lacerda, Caetano Gotardo e Marcelo Machado, além do pianista Nelson Ayres e do diretor-geral do Sesc, Danilo Miranda.

Após a premiação, será exibido "O Que se Move", primeiro longa do jovem diretor Caetano Gotardo. Com estreia prevista para 10 de maio, conta a história de três famílias que precisam lidar com mudanças bruscas.

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Já na programação, que começa na quinta, às 14h30, com a exibição do iraniano "A Separação", há 40 filmes. Destes, 23 são estrangeiros e 17 brasileiros. Entre os mais votados, há desde o brasileiro "A Febre do Rato", de Cláudio Assis, até o controverso "Holy Motors", com sessão na sexta, às 21h30, passando pelo pop "007 - Operação Skyfall", no sábado, às 14h30.

O ecletismo do festival se nota também nos eventos paralelos. Entre cursos livres, seminários e edições especiais do Cinema da Vela, de quarta até o dia 25, merece destaque o curso "A Boca do Lixo e o Cinema de Carlos Reichenbach", que traça um panorama da produção do diretor Carlos Reichenbach, o Carlão, morto em maio de 2012. Parceiro de longa data, foi no Cinesesc que ele realizou (de 2004 a 2012), mensalmente, a Sessão do Comodoro, que se tornou ponto obrigatório para todos os que queriam assistir a filmes raros e originais, que eram escolhidos, apresentados e exibidos por Carlão. Para completar, o cineasta ganha homenagem com uma exposição. Fotos, documentos, trechos de filmes, pôsteres, entrevistas e vários objetos serão expostos no hall do Cinesesc. Para dar início às homenagens, nesta quarta, durante a cerimônia de premiação, serão exibidos trechos de filmes e depoimentos sobre o diretor e um troféu será entregue para Lygia Reichenbach, viúva do diretor. "Esta celebração é uma das importantes conquistas deste ano. Além de genial, Carlão era um amigo querido", comenta Simone Yunes, programadora do Cinesesc.

Entre outras atrações, boa pedida para os cinéfilos são os seminários da crítica. Com entrada gratuita, os encontros discutirão temas atuais e terão mediação de Maria do Rosário Caetano. Quinta, às 19h30, o tema é "Cinemas de Rua x Grandes Complexos - Novas Tecnologias. Produção Nacional e o Cinema Autoral", com Inácio Araújo, Zuenir Ventura, Rubens Ewald Filho, o jornalista do Caderno 2 Ubiratan Brasil e José Geraldo Couto. Na sexta, às 19h30, é a vez de debater "Blockbusters Brasileiros x Cinema Independente. Modelos de Financiamento. Cota de Tela. Novos Polos de Produção Fora do Eixo Rio-SP. A Chegada do DCP e o Pagamento do VPF", com Suyene Correia, Marcelo Miranda, Sergio Mota, o crítico do Caderno 2 Luiz Zanin e Daniel Schenker. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

FESTIVAL SESC MELHORES FILMES 2012

Cinesesc (Rua Augusta, 2.075). De quarta até 25 de abril. De R$ 4 a R$ 2. www.sescsp.org.br

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