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Na era das instituições de pagamentos, que ampliam seus horizontes e avançam sobre searas antes detidas pelos bancos, as tradicionais maquininhas de cartão estão com os dias contados. Se um dia já foram a unidade de medida do porte das companhias que atuavam no segmento, hoje elas podem representar uma barreira à expansão desses negócios.

É com esse intuito que a Stone, uma das principais do setor, lança nesta terça-feira (24) a sua maquininha virtual. Na prática, o Tap Ton é um aplicativo capaz de tornar um aparelho celular num POS, sigla pela qual as maquininhas de recebimento de pagamentos em cartão são conhecidas no meio.

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"É uma evolução desse mercado de maquininhas, só que sem maquininha", resume o presidente da Stone, Augusto Lins. Segundo ele, qualquer cliente que deseje ter essa ferramenta de recebimento pode obtê-la, mas o serviço foi pensado para democratizar o meio de pagamento e levar o serviço a autônomos, profissionais liberais ou microempreendedores, "sem precisar ter que contratar uma maquininha, comprar ou pagar aluguel".

Além do custo mais baixo para o comerciante ou prestador de serviços, a solução convém também à Stone, que à medida que amplie a parcela de sua rede sem maquininhas reduzirá também seu custo de aquisição de clientes. Por enquanto, o Tap Ton só está disponível para celulares com sistema operacional Android, mas, para esses, a instalação promete ser simples, sem a necessidade de envio dos aparelhos.

A solução da maquininha virtual também já está sendo implementada pela Vero, adquirente do Banrisul. O banco estadual é dominante no Rio Grande do Sul e está em busca de um sócio que apoie seu negócio de cartões na expansão para o restante do País. Enquanto procura, porém, implementa a ferramenta por aplicativo, pois expandir distribuindo suas maquininhas pela dimensão continental do Brasil seria uma tarefa inexequível.

Segundo Lins, a necessidade de manter os negócios vivos durante o isolamento imposto pela pandemia acelerou a transformação do parque tecnológico nas mãos dos empreendedores e abriu espaço a essa evolução. Grande parte dos smartphones em mãos desses microempreendedores, segundo o executivo, já é dotada da tecnologia NFC, que permite fazer e receber pagamentos por aproximação.

"Tem desde manicure, médico, personal trainer, cuidador de cachorro, fisioterapeuta", listou o presidente da Stone. Com o dispositivo, será possível fazer pagamentos diretamente em uma conta pessoa física, de acordo com Lins. "A quantidade de autônomos no Brasil é enorme e o dinheiro ainda é o meio de pagamento mais utilizado. Agora vamos dar possibilidade a esse cara, que não contratava porque a maquininha demorava ou porque o custo não valia a pena."

No WhatsApp, o cifrão, símbolo da moeda corrente brasileira (real - R$), será utilizado para liberar o novo recurso do WhatsApp Pay. O mensageiro começou a disponibilizar dentro do app para Android uma nova forma de mandar dinheiro para contatos. A novidade faz com que a transferência de dinheiro seja tão fácil quanto enviar uma foto, áudio ou anexo em um chat. O botão fica ao lado dos ícones de documento (o clipe de papel) e imagem (a câmera fotográfica), como mostrado na imagem abaixo.

Segundo o site WABetaInfo, a novidade apareceu na versão Beta do aplicativo (2.21.17) e já está em funcionamento, o que significa que ela logo pode ser liberada também no mensageiro estável. Posteriormente, dispositivos com iOS também devem ter acesso ao botão.

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Conectado ao Facebook Pay, o WhatsApp Pay foi liberado para funcionamento no Brasil em maio de 2021, fazendo o país o segundo a receber a novidade. Oficialmente, o anúncio ocorreu no ano passado, mas problemas regulatórios envolvendo o Banco Central atrasaram a chegada da ferramenta.

Reprodução/WABetaInfo

O senador Otto Alencar (PSD-BA) mostrou documentos na CPI da Covid comprovando que a Vitamedic, uma das fabricantes da ivermectina no Brasil, pagou bonificações a médicos para incentivar o tratamento precoce, na contramão das evidências científicas.

A empresa aumentou os lucros com a venda do medicamento durante a pandemia de Covid-19, mesmo sem eficácia comprovada cientificamente, após o uso do remédio ser incentivado pelo presidente Jair Bolsonaro. Durante depoimento do diretor executivo da Vitamedic, Jailton Batista, na CPI, Otto Alencar apresentou documentos mostrando pagamento de R$ 10 mil para médicos.

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De acordo com o senador, os profissionais que receberam a bonificação promoveram o uso do medicamento como forma de prevenir a Covid-19, embora não haja nenhuma comprovação científica nesse sentido. O mesmo discurso foi adotado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Em resposta ao senador, o diretor da empresa negou relação entre o pagamento e a receita dos medicamentos. "O pagamento não foi para estimular, foi só para levantar informações", disse Batista. De acordo com ele, os médicos foram financiados para levantar informações sobre estudos em andamento.

Movimentações atípicas

Além do pagamento aos médicos, a CPI apontou para movimentações atípicas nas contas da empresa, conforme informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) citadas pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). "Nós desconhecemos qualquer pagamento atípico. Nossa empresa, ela é muito...Nós somos uma empresa que é auditada por auditorias internacionais e não podemos ter esse tipo de procedimento na nossa companhia", afirmou o diretor.

'Placebo'

O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), classificou como manobra da Vitamedic a troca de depoentes na sessão desta quarta-feira - do empresário José Alves Filho pelo diretor executivo Jailton Batista. "Infelizmente, hoje teremos acesso ao 'placebo', não ao 'princípio ativo'", ironizou o parlamentar.

O requerimento original, protocolado na CPI, previa a oitiva de Alves Filho, que teve sigilos telefônico, telemático, fiscal e bancário quebrados pela CPI. No entanto, em ofício enviado à comissão, o empresário argumenta que, como acionista da Vitamedic, responderia apenas sobre "investimentos fabris e novas aquisições". Ele, então, sugeriu que a CPI tomasse o depoimento de Batista, a quem caberia a administração da empresa.

"A troca do depoente da Vitamedic, de José Alves (acionista) p/ Jailton Batista (superintendente), ao nosso ver, foi uma manobra da empresa tendo em vista que o mesmo sabe bem do que se tratam as acusações", declarou Randolfe no Twitter.

O Ebanx anunciou na segunda-feira (24) a unificação dos dois segmentos em que atuava separadamente: pagamentos de empresas entre fronteiras (de um país para outro) e pagamentos em moeda local, contemplando os 15 países da América Latina onde a startup está presente. Com isso, a expectativa da startup é fincar o pé na região e ser a referência para empresas internacionais que queiram aterrissar por aqui.

Avaliada em mais de US$ 1 bilhão, a empresa tem entre os clientes na carteira algumas internacionais bastante conhecidas, como Spotify, Airbnb, Uber, AliExpress e Shopee, permitindo remessas internacionais em dólar ou yuan. Agora, o Ebanx terá uma única plataforma que permitirá que as transações comerciais dessas companhias possam ser realizadas na respectiva moeda latino-americana local, convertida em dólares e remetida para a sede da empresa em qualquer lugar do mundo. O objetivo da fintech é permitir que empresas possam se expandir na região, sem os entraves burocráticos de instalar sedes e escritórios.

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"As empresas terão a rapidez e a flexibilidade de estarem conectadas a só um provedor, que somos nós, e fazer a expansão no continente todo", afirma ao Estadão o cofundador do Ebanx, João Del Valle.

Segundo especialistas, a novidade possibilita que essas empresas cresçam no mercado latino-americano, usando uma plataforma única.

"O serviço amplia o mercado para empresas internacionais e tem um ‘pitch’ de venda melhor porque o Ebanx resolve a dor do cliente com uma única solução integrada", afirma Marcelo Martins, diretor executivo da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs).

Para Bruno Diniz, chefe na América do Sul da Financial Data & Technology Association (FDATA), o Ebanx One facilita a mobilidade das empresas dentro da região latino-americana, o que pode ser um diferencial frente a startups do mesmo segmento, como a uruguaia dLocal. "Com esse passo, o Ebanx acaba fazendo com que se diferencie, o que é importante neste momento, quando o e-commerce é impulsionado e atrai mais empresas para a América Latina."

O diagnóstico bate com o que o Ebanx afirma ter sentido durante a pandemia em 2020, quando a empresa intermediou 145 milhões de transações, alta de 38% em relação ao ano anterior. Com o Ebanx One, a expectativa é aumentar em cinco vezes o volume de processamento nos próximos três anos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O cidadão tem uma opção adicional para quitar taxas, contribuições e multas federais por meio do celular. Plataforma digital de pagamento de serviços públicos federais, o PagTesouro passou a oferecer o uso da carteira digital PicPay na opção cartão de crédito.

O PagTesouro substitui a Guia de Recolhimento da União (GRU) e está em testes desde outubro de 2019. Desde março, a plataforma permite pagamentos com o Mercado Pago, carteira digital disponível no site Mercado Livre.

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Desde novembro do ano passado, o PagTesouro permite pagamentos por meio do Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC).

Entre os órgãos que aderiram ao PagTesouro, estão o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Secretaria de Pesca e Aquicultura, o Departamento da Polícia Rodoviária Federal (DPRF), a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o Comando do Exército.

Nos últimos dois meses, sete órgãos aderiram à plataforma: Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), Fundo do Serviço Militar, Comando da Aeronáutica, Fundo do Exército, Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Fundação Alexandre Gusmão e Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Desenvolvido em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), o PagTesouro permite o pagamento, por meio de débito instantâneo ou do cartão de crédito, de serviços como importação de produtos, certificação, registro de patentes, venda de ingressos em parques nacionais, além das multas eleitorais, de trânsito, ambientais e inscrições de cursos e concursos. Todo o procedimento é digital, com a transação sendo compensada imediatamente.

 

O sistema de pagamento Facebook Pay foi disponibilizado de maneira oficial no Brasil. Agora, será possível realizar transações na rede social, como doações em live, e compras e vendas de produtos sem a necessidade de utilizar aplicativo intermediário. De acordo com a empresa de Mark Zuckerberg, a modalidade contará com verificação por Pin e biometria para proteger o cliente de possíveis golpes.

Para habilitar a ferramenta, primeiro é preciso acessar a opção de "Configurações e Privacidade" do menu situado no canto superior direito do aplicativo. Na sequência, o usuário deve acessar "Configurações", depois "Facebook Pay", "Adicionar Forma de Pagamento" e cadastrar um cartão de crédito ou uma conta PayPal. Por fim, é necessário ir em "Configurações" dentro do menu do "Facebook Pay" para registrar um código PIN ou biometria.

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O Facebook afirmou que o sistema garante a segurança do cliente, e prometeu proteger os dados pessoais dos usuários para que eles não sejam compartilhados com os vendedores da plataforma. Além disso, a rede social também destacou que o serviço de atendimento ao cliente funcionará por 24h.

Por enquanto, o recurso será exclusivo do Facebook, mas existe expectativa para que chegue a outros aplicativos da rede de Zuckerberg, como Instagram e WhatsApp. Este último, no final de março, recebeu autorização do Banco Central para receber pagamentos e transferências de recursos.

O Banco Central autorizou nesta terça-feira (30) o funcionamento de recursos que permitem pagamentos pelo aplicativo de mensagens WhatsApp. O Facebook, dono do app, foi aprovado como um "iniciador de pagamentos", de maneira que os usuários do mensageiro poderão transferir recursos entre si.

Em nota, o BC informou ainda que foram concedidas autorizações para dois arranjos classificados como abertos de transferência, de depósito e pré-pago, domésticos, instituídos pela Visa e pela Mastercard.

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"Esses arranjos e instituição de pagamentos têm relação com a implementação do programa de pagamentos vinculado ao serviço de mensagens instantâneas do WhatsApp (Programa Facebook Pay). As autorizações permitem que ele seja utilizado para realizar a transferência de recursos entre seus usuários", diz o BC em nota divulgada nesta terça.

O BC esclarece que as autorizações não incluem os pleitos da Visa e Mastercard para funcionamento dos arranjos de compra vinculados ao Programa Facebook Pay, que seguem em análise. "O BC acredita que as autorizações concedidas poderão abrir novas perspectivas de redução de custos para os usuários de serviços de pagamentos", acrescenta.

Em nota enviada à imprensa, o WhatsApp disse que recebe com satisfação a aprovação do BC. "Agora, mais do que nunca, pagamentos digitais seguros e convenientes oferecem uma solução vital para transferir dinheiro rapidamente para pessoas que necessitam e auxiliar empresas em sua recuperação econômica. Compartilharemos mais informações assim que a função de pagamentos estiver disponível no WhatsApp", disse a empresa.

O WhatsApp lançou em 15 junho do ano passado um serviço de envio e recebimento de dinheiro no Brasil, mas uma semana depois teve o serviço suspenso pelo BC, sob a justificativa de que era preciso avaliar questões de competição e privacidade. Desde então, o BC vinha analisando o pleito e as regras para funcionamento.

Ontem, no evento virtual "Encontro Daycoval - Perspectivas Econômicas e de Investimentos para o Brasil 2021", que teve o apoio do Broadcast e do Estadão, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, destacou o casamento entre mídias sociais e serviços de finanças, sem citar diretamente o andamento do pedido do WhatsApp.

"Há um movimento de uso de mensagens por meio do Pix (o novo sistema de pagamento criado pelo BC). A sociedade usou sistema de pagamentos como mensagens porque tem demanda por misturar esses serviços", completou. Ele também falou da preocupação com os casos recentes de vazamento de dados pessoais no Brasil. "Não podemos criar ambiente de tecnologia sem cibersegurança bem feita", disse.

Sinais para o mercado

Para Guilherme Horn, conselheiro da Associação Brasileira de Fintechs, a sinalização do BC foi importante no sentido do fomento à inovação. "É um fomento à competitividade. Também acaba com o argumento de que o BC bloqueou para não concorrer com o Pix", diz Horn. "O BC queria se certificar de algumas questões de segurança e de acesso. Agora, liberou. É muito positivo para o mercado"

Já Adrian Cernev, professor do Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira, da Fundação Getulio Vargas (FGV), ressalta que, caso o Banco Central não tivesse atuado no ano passado, "o mercado de fintechs poderia ter implodido" se o WhatsApp entrasse no país em um sistema fechado de pagamentos financeiros, dado o alcance do aplicativo de mensagens no País diante da escala de empresas menores do mercado.

Agora, ao atuar como iniciador de pagamentos dentro do Pix (modalidade de pagamentos instantâneos lançada pelo BC em 2020), é possível enviar uma transferência do WhatsApp e receber o valor na conta de uma fintech ou de um grande banco, preservando a concorrência. "Apesar de o WhatsApp ter força de rede imensa (alcance entre usuários), o BC preservou a interoperabilidade do sistemas. Se não fosse feito isso, teríamos um mercado mais ogolipolizado entre bancos e WhatsApp, o que não vai ser o caso."

Outro ponto levantado pelo professor é a oportunidade de desbancarização que o WhatsApp traz. "Muita gente tem celular e tem o 'zapzap', mas não tem conta no banco. O aplicativo tem potencial para ser um instrumento para essa inclusão financeira", afirma.

O PayPal passa a aceitar a partir desta terça-feira (30) pagamentos com criptomoedas em compras efetuadas nos Estados Unidos, informou a empresa. Batizado de "Checkout with Cypto", o recurso permitirá transações com bitcoins, litecoins, ethereums ou bitcoin cashes - algumas das principais criptomoedas do mercado - sem a cobrança de taxas adicionais.

"À medida que o uso de pagamentos e moedas digitais se acelera, a introdução do Checkout with Crypto é a continuidade de nosso trabalho de impulsionar a adoção de criptomoedas, enquanto oferecemos aos clientes do PayPal escolha e flexibilidade nas formas de pagamento", diz o CEO do PayPal, Dan Schulman, em nota. "Permitir que as criptomoedas façam compras em empresas ao redor do mundo é o próximo capítulo para impulsionar a onipresença e a aceitação em massa das moedas digitais", acrescenta.

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A plataforma explica que todas as transações em criptomoedas serão liquidadas em dólares, de acordo com uma tabela de conversões do PayPal.

Nesta terça-feira (16), o novo sistema de pagamentos Pix completa três meses com mais de 286 milhões de operações em 2021, segundo dados do Banco Central. A ferramenta de transação bancária, que isenta taxa para pessoas físicas, superou as TEDs (transferências eletrônicas disponíveis), que somaram mais de 53,2 milhões no mesmo período.

Mas quanto ao volume de dinheiro movimentado, o cenário é outro. O Pix operou cerca de R$ 225 bilhões em 2021, e as TED’s movimentaram aproximadamente R$ 2,7 trilhões. Isso acontece porque as empresas ainda têm dúvidas sobre a cobrança de taxa e preferiram continuar usando operações tradicionais.

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O Pix ainda não agradou a todos, pois através dele é possível fazer apenas pagamentos à vista. Com isso, o Banco Central anunciou em outubro do ano passado que iria implementar o Pix com a cobrança para pagamentos com vencimento. Uma nova alternativa que vai permitir aos comerciantes, prestadores de serviços e empreendedores emitir um QR Code com vencimento futuro.

Nessa nova modalidade, aplicar juros, multas e descontos, ficará a critério do emissor do QR Code. O projeto previa a estreia da nova função para 4 de janeiro, porém, o plano foi adiado e, agora, tem data marcada para 15 de março.

Por Rafael Sales

O Ministério da Cidadania divulgou nesta segunda-feira (11) o calendário anual de pagamentos dos benefícios do Programa Bolsa Família para 2021. As informações foram publicadas no Diário Oficial da União. Em janeiro, o pagamento será feito entre os dias 18 e 29. 

Programa com 14 milhões de famílias inscritas, o Bolsa Família paga os beneficiários conforme o dígito final do Número de Identificação Social. Os depósitos ocorrem sempre nos dez últimos dias úteis de cada mês. As datas já haviam sido divulgadas pela Caixa Econômica Federal, responsável por operar o Bolsa Família.

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Confira o calendário.

Migração

Em dezembro, a Caixa começou a migração dos beneficiários que ainda sacam o Bolsa Família exclusivamente com o Cartão Cidadão para a conta poupança social digital. Usada no pagamento do auxílio emergencial, a conta poupança permite o pagamento de boletos e de contas domésticas (como água, luz e gás).

 

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pagará bilhões, no total, para milhares de segurados da Previdência, em 2021. Além dos precatórios reservados para quem ganhou o direito na Justiça, há o penúltimo lote de pagamentos da revisão de diferenças de benefícios como pensão por morte, auxílio-doença previdenciário e aposentadoria por invalidez.

Esse pagamento é referente a diferenças surgidas da revisão dos benefícios relacionadas à interpretação do inciso II do artigo 29 da Lei 8.213 de 1991, que trata da fórmula de cálculo da renda mensal.

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A revisão faz parte do acordo estabelecido em agosto de 2012, entre o INSS, o Ministério Público Federal e o Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas da Força Sindical, homologado pela Justiça Federal em São Paulo, em virtude de ação civil pública. Esse acordo abrange o reprocessamento de benefícios pagos pelo instituto e concedidos de 2002 a 2009.

Nessa época, esses benefícios haviam sido calculados com base em 100% dos salários de contribuição dos segurados. Com o acordo, a média passou a considerar somente as 80% maiores contribuições. E os atrasados estão sendo devolvidos em parcelas anuais, desde 2013, em maio de cada ano. Em 2022, será feito o pagamento do último lote.

Os benefícios são pensão por morte, auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, auxílio-acidente, auxílio-doença por acidente de trabalho, aposentadoria por invalidez por acidente de trabalho, auxílio-acidente e pensão por morte por acidente de trabalho.

De acordo com o INSS, para cada lote anual da revisão do artigo 29, é empenhado o valor de atrasados de mais de R$ 615,53 milhões. Serão 1.473.703 benefícios com previsão de pagamento em 2021.

Consulta

A revisão foi feita automaticamente. O segurado pode conferir as informações no site Meu INSS. Também é possível tirar dúvidas pela Central de Atendimento do INSS, por meio do telefone 135.

Precatórios

Os precatórios são ordens de pagamento feitas pela Justiça em condenações transitadas em julgado, ou seja, o governo não pode recorrer da decisão.

O pagamento será feito em 2021 se a decisão da Justiça ocorreu até 1° julho deste ano. Os valores são incluídos no Orçamento da União. Para o próximo ano, está previsto pagamento de mais de R$ 10 bilhões em precatórios previdenciários, transitados em julgado. O Orçamento de 2021 ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional.

A consulta aos precatórios definidos pela Justiça pode ser feita pelo site do Tribunal Regional Federal (TRF) responsável pela região onde o processo foi iniciado.

Para saber se o precatório está previsto para ser pago no próximo ano, o segurado pode consultar o site da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional. É preciso escolher o tribunal onde a decisão foi tomada e informar o número do precatório na busca.

 

O Ministério da Cidadania publicou, no Diário Oficial da União desta sexta-feira (27), portaria com detalhes sobre o calendário de pagamentos e saques do auxílio emergencial, instituído pela Lei nº 13.982.

Segundo a portaria, a primeira parcela (ciclo 5) do auxílio será paga a partir do dia 30 de novembro aos elegíveis nos procedimentos de contestação via plataforma digital; via endereço eletrônico da Dataprev; e para aqueles que tiveram o pagamento reavaliado em novembro de 2020, decorrente de atualizações de dados governamentais e verificações por meio de bases de dados oficiais.

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Já os créditos do ciclo 6 (segunda, terceira, quarta e quinta parcelas do auxílio emergencial) serão disponibilizados entre os dias 13 e 29 de dezembro.

O dia exato para recebimento do benefício varia em função do mês de nascimento do beneficiário. Para saber o dia em que os valores serão depositados, veja o anexo da portaria no link.

Saques

A fim de evitar aglomerações em agências bancárias, o mês de nascimento do beneficiado foi também o critério adotado para saques em dinheiro - neste caso, entre 19 de dezembro de 2020 e 27 de janeiro de 2021, tanto para o ciclo 5 como para o 6.

Segundo a portaria, eventuais saldos existentes nas poupanças sociais digitais serão transferidos automaticamente para a conta em que o beneficiário houver indicado por meio da plataforma digital.

Criado em abril pelo governo federal, o auxílio emergencial, pago em cinco parcelas de R$ 600 ou R$ 1,2 mil para mães solteiras, foi estendido até 31 de dezembro por meio da Medida Provisória (MP) 1000. O auxílio emergencial extensão será pago em até quatro parcelas de R$ 300 cada e, no caso das mães chefes de família monoparental, o valor é de R$ 600.

Quanto aos beneficiários do Bolsa Família, eles recebem o valor do programa complementado pela extensão do auxílio emergencial em até R$ 300 ou R$ 600 para mães solteiras. Se o valor do Bolsa Família for igual ou maior que R$ 300 ou R$ 600 o beneficiário receberá o valor do Bolsa Família, sempre privilegiando o benefício de maior valor.

O dinheiro pode ser sacado nas agências da Caixa Econômica Federal e lotéricas, entre outros pontos.

O Pix, sistema que pagamentos instantâneos, terá novas funcionalidades no futuro, como pagamentos programados e troco em dinheiro. A afirmação é do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que lançou nesta segunda-feira (16) a operação plena do Pix, que até ontem estava em fase de testes.

Segundo Campos Neto, o sistema permitirá o chamado cashback ( em inglês, dinheiro de volta). Ou seja, o consumidor poderá pagar uma compra em uma loja com Pix e receber o troco em dinheiro.

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No evento virtual de lançamento do Pix, Campos Neto destacou que o novo sistema é democrático por levar a tecnologia a todos os lugares, e reduz os custos das operações. “O Pix é rápido, barato, seguro, transparente e aberto”, disse.

Por reduzir os custos, como, por exemplo, com transporte de dinheiro, o presidente do BC disse que o novo sistema viabiliza pequenos negócios.

Além disso, ressaltou que o sistema é seguro. “O dinheiro passa a ser rastreado, reduz várias práticas de crime como lavagem de dinheiro”, afirmou.

Na última segunda-feira (5), o Banco Central anunciou a abertura oficial para registro de chaves de identificação no novo sistema de transações instantâneas disponível aos bancos do país. O Pix será criptografado e feito por uma rede distinta da internet, a fim de evitar ataques, segundo a entidade monetária. Ainda assim, em seu primeiro dia de cadastro, o sistema foi vítima de cibercriminosos, que tentaram entrar no sistema com, pelo menos, 30 perfis criminosos.

A informação vem da empresa de cibersegurança Kaspersky, que realizou monitoramento durante as primeiras 24h de registros no Pix, e identificou diversos domínios fraudulentos que levavam o nome do sistema.

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O rápido e grande interesse dos cibercriminosos não assusta Fabio Assolini, especialista sênior de segurança da empresa. “Apenas como referência, quando o governo federal anunciou o cadastro do auxílio emergencial (3 de abril), identificamos 100 domínios falsos até o fim do dia 8. Se os registros continuarem crescendo nos próximos dias na mesma velocidade das primeiras 24h, podemos chegar aos 100 sites falsos no meio da semana”, afirmou.

Os links são usados para disseminar campanhas de malware e phishing tradicionais, mas a empresa de segurança já havia identificado um golpe específico para roubar dados que poderiam ser usados em fraudes. 

De acordo com o especialista, o registro de um domínio é o primeiro estágio de um golpe. Entre os domínios maliciosos podemos encontrar: chavepix.me; gerenciadorpix.com; pagarpix.com; pixapp.online; pixbrasil.tech; pixempresas.com; suportepix.online e pix.atualizacaowebsegura.gq.

Assolini já encontrou três tipos diferentes de golpes utilizando os domínios fraudulentos. Os criminosos podem aplicar golpes para realizar a infecção do dispositivo da vítima por malware, ou disparar mensagens falsas com a intenção de roubar credenciais de acesso ao Internet Banking ou Mobile Banking. Estes dois exemplos utilizam o Pix apenas como isca.

Porém, o especialista sênior também diz ter detectado golpes de phishing, que podem ser cometidos para roubar dados pessoais, que então serão utilizados como chaves do Pix. Este golpe, especificamente, age diretamente no novo sistema.

Apesar do grande número de tentativas de fraudes, o BC diz que a plataforma Pix é segura e que não há motivo para pânico, pois esse tipo de manipulação psicológica é exatamente o que criminosos buscam: fazer o usuário acreditar que o ato criminoso vem de uma força interna, assim, afastando o problema da identidade criminosa. Assolini reafirma a fala da entidade.

“O sistema bancário brasileiro tem um dos sistemas antifraudes mais avançados do mundo e isso é um reflexo da qualidade do cibercrime nacional. Por experiência neste mercado, acredito que o sistema de pagamento eletrônico será seguro, apenas não temos detalhes para afirmar como esta segurança funcionará”, afirma Assolini.

Novo sistema de pagamentos e transferências instantâneas, gratuito para pessoas físicas, o Pix vai funcionar de forma parecida com as transferências DOC e TED. A vantagem é que permitirá um acesso mais simples do que os serviços que existem até agora.

Outra diferença fundamental é que o dinheiro passa do pagador ao recebedor de forma praticamente imediata. O sistema não tem restrições, podendo ser acessado a qualquer hora ou dia da semana.

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Instantâneo

As transações feitas pelo sistema serão compensadas instantaneamente. Apenas nos casos em que houver suspeita de fraude, os pagamentos ou transferências podem demorar até 30 minutos para serem verificados. As transações podem ser feitas pelos aplicativos de bancos e de pagamentos para telefone celular ou pelo internet banking em computadores.

Chaves

O Pix também ganha velocidade porque não é necessário informar todos os dados do beneficiário. Os usuários do serviço podem cadastrar de uma até cinco chaves associadas a uma conta bancária. Com a chave é possível localizar o destinatário do pagamento sem outros dados de identificação.

Poderão ser usados como chave o CPF, o CNPJ, o número do celular, o endereço de correio eletrônico (e-mail) ou um código de 32 dígitos gerado especificamente para o Pix (EVP). Basta informar a chave do beneficiário para que o sistema localize o recebedor do pagamento e realize a transação. No caso de não ter uma chave, o usuário precisará repassar os dados bancários ao outro envolvido na transação.

O código EVP permite receber pagamentos sem informar nenhum dado pessoal, sendo um código com letras e números criado especificamente para as transações por meio do Pix. O código aleatório vai possibilitar ainda a geração de códigos de barra do tipo QR Code, que podem ser lidos por câmera de celular para fazer pagamentos. Os códigos podem ser fixos, com um mesmo valor de venda (em locais de preço único), ou variáveis, criados para cada venda.

Quem pode oferecer

Os usuários podem cadastrar as chaves fazendo contato com as instituições com as quais têm relacionamento. Estão aptos a fazer transações pelo Pix bancos, instituições financeiras e plataformas de pagamento.

Limites

Os valores que poderão ser transacionados pelo novo sistema vão variar de acordo com o perfil de cada cliente, do mesmo modo que com outros serviços bancários. Os limites variam de no mínimo, segundo a regulamentação do Banco Central, 50% do valor das transferências tipo TED até o valor autorizado para compras em débito.

Os limites vão variar de acordo com o dia da semana e o horário em que for utilizado o serviço. O Pix vai funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana. As transferências e pagamentos também podem ser agendadas, da mesma forma que acontece com o DOC e a TED.

Tarifas

O Pix é gratuito para transferências ou recebimento por pessoas físicas. Poderão ser cobradas tarifas caso o sistema seja usado como meio de recebimento para vendas de produtos ou serviços. As instituições podem ainda tarifar o uso presencial ou por telefone do sistema.

As instituições são livres para tarifar os usuários pessoas jurídicas (empresas).

Início

O sistema vai entrar em operação, em fase experimental, a partir do dia 3 de novembro. Nessa etapa, vai funcionar apenas para um número reduzido de clientes e em horário limitado. Ainda não foram definidos os critérios que vão determinar como serão escolhidos os usuários nessa fase experimental.

O sistema será aberto para toda a população a partir de 16 de novembro.

Foto: Divulgação

Novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC), previsto para começar a funcionar em novembro, o Pix entrará oficialmente em teste nesta segunda-feira (5). A partir de hoje, os clientes poderão registrar as chaves digitais de endereçamento para enviar ou receber recursos em 644 instituições financeiras.

Segundo o BC, as chaves são o “método fácil e ágil” de identificação do recebedor. Desta forma, o pagador não precisará de dados como número da instituição, agência e conta para fazer uma transferência.

Para cadastrar a chave, basta acessar o aplicativo da instituição em que tem conta e fazer o registro, vinculando a uma conta específica uma das três informações: número de telefone celular, e-mail ou CPF/CNPJ. As informações serão armazenadas em uma plataforma tecnológica desenvolvida e operada pelo BC, chamada Diretório Identificador de Contas Transacionais (DICT), um dos componentes do Pix.

Anteriormente previsto para iniciar em 3 de novembro, o registro das Chaves Pix foi antecipado para que os clientes e as instituições tenham mais tempo para se familiarizar com o novo sistema. Estarão disponíveis antecipadamente todas as funcionalidades para a gestão das chaves, como registro, exclusão, alteração, reivindicação de posse e portabilidade. As regras específicas constam de regulamento publicado pelo BC em agosto.

Neste período antecipado, a participação das instituições financeiras e de pagamentos no registro das chaves ocorre de forma facultativa. O único pré-requisito exigido é a conclusão bem-sucedida da etapa de homologação.

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Operação

O Pix funcionará 24 horas por dia e reduzirá para 10 segundos o tempo de liquidação de pagamentos entre estabelecimentos com conta em bancos e instituições diferentes. As transações poderão ser feitas por meio de QR Code (versão avançada do código de barras lida pela câmera do celular) ou com base na chave cadastrada.

A nova ferramenta trará agilidade em relação a sistemas atuais de pagamento, como a transferência eletrônica disponível (TED), que leva até duas horas para ser compensada, e o documento de ordem de crédito (DOC), liquidado apenas no dia útil seguinte.

No caso de empresas, a plataforma traz vantagens em relação ao pagamento por cartão de débito. Isso porque o consumidor pagante não precisará ter conta em banco, como ocorre com os cartões. Bastará abastecer a carteira digital do Pix para enviar e receber dinheiro.

Cronograma

5 de outubro: Início do processo de registro de chaves de endereçamento

3 de novembro: Início da operação restrita do Pix

16 de novembro: Lançamento do Pix para toda a população

*Colaborou Kelly Oliveira

Estudantes que têm contratos do Financiamento Estudantil (Fies) por meio do Banco do Brasil (BB) ou da Caixa Econômica Federal poderão requerer a suspensão do pagamento enquanto durar a vigência do estado de calamidade pública decretado por causa da pandemia da covid-19. A medida vale para clientes em situação de inadimplência com seus contratos, antes do dia 20 de março, data em que foi aprovado o estado de calamidade pública no país, pelo Congresso Nacional. Os estudantes que estão em situação de inadimplência também poderão suspender as parcelas, desde que as amortizações devidas até 20 de março sejam de no máximo 180 dias. As parcelas em atraso antes da pandemia não serão suspensas.

As novas condições foram atualizadas pela Resolução nº 39, de 27 de julho, expedida pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do Ministério da Educação (MEC) que concede financiamento a estudantes para a educação em cursos superiores de instituições de ensino particulares. A resolução anterior já permitia a suspensão do financiamento, mas limitado a quatro parcelas e autorizado para os alunos que estivessem em dia com os pagamentos. Segundo o FNDE, pouco mais de 151 mil estudantes do Fies aderiram ao programa de suspensão do pagamento das parcelas. Com as novas regras, cerca de 1,5 milhão de alunos do Fies, do total de 2,8 milhões que estão no programa, são elegíveis para a suspensão temporária do pagamento. 

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As prestações que forem pausadas serão incorporadas ao saldo devedor do financiamento, nos termos e condições contratados, incidindo juros contratuais sobre as parcelas suspensas e não juros de mora, ou multa por atraso. Os pagamentos das parcelas de amortização e das demais obrigações financeiras com o Fies devem ser retomados a partir do mês seguinte ao término da suspensão. De acordo com o FNDE, a suspensão vale para os pagamentos de contratos em fase de utilização, carência ou amortização.

Banco do Brasil

A adesão ao programa de suspensão do pagamento do Fies já está disponível no Banco do Brasil, e pode ser feito diretamente nas agências bancárias e via aplicativo do banco na internet, mas neste segundo caso, apenas a partir da primeira quinzena de outubro. Segundo o BB, a manifestação é feita de forma simples, sendo necessária apenas a concordância do estudante acerca das alterações contratuais, no momento da solicitação da suspensão. Após a formalização da proposta, a suspensão não poderá ser cancelada.

Para quem optar por procurar o atendimento presencial, o BB informa também que, durante a pandemia, as agências atendem em contingenciamento e triagem para o acesso às salas de autoatendimento, com a autorização de acesso limitada à capacidade do espaço disponível em cada unidade.

Caixa Econômica Federal

Para o estudante que possui contrato do Fies com a Caixa Econômica Federal, a nova regra de suspensão dos pagamentos ainda não está disponível, mas o banco esclarece que ela será feita de forma retroativa, sem prejuízo ao beneficiário. O banco divulgará quando o serviço estiver disponível, o que deve ocorrer em algumas semanas.  

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estuda a prorrogação da suspensão temporária das cobranças dos pagamentos de dívidas, uma das primeiras medidas anunciadas para mitigar a crise causada pela covid-19, ainda no fim de março. A suspensão das cobranças - conhecida no setor financeiro como "standstill" - foi concedida por seis meses, portanto, o prazo termina daqui a uma semana, no fim do mês. A ideia é prorrogar a suspensão apenas para os setores econômicos mais atingidos pela crise, como as operadoras privadas de aeroportos, disse uma fonte que acompanha as discussões e pediu para não se identificar.

No fim do mês passado, em balanço sobre as medidas adotadas desde março, o BNDES informou que, com o "standstill", deixou de cobrar R$ 12,4 bilhões do setor privado. Foram beneficiadas 28,5 mil médias, pequenas e microempresas e 492 grandes empresas. O banco de fomento deixou de receber outros R$ 3,9 bilhões em dívidas devidas por Estados e municípios. Procurado, o BNDES não comentou sobre a possibilidade de prorrogação.

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As operadoras privadas de aeroportos são candidatas naturais a serem contempladas com a medida porque o transporte aéreo foi uma das atividades mais castigadas pela pandemia. Em palestra num seminário transmitido pela internet no mês passado, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, já havia dito que o banco estava discutindo uma "segunda pernada" na suspensão de pagamentos para setores que precisam de "tratamentos secundários", e citou especificamente os aeroportos.

Setor a setor

Segundo a fonte ouvida pelo Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a avaliação do BNDES será setor a setor. Uma prorrogação ampla e irrestrita da suspensão, como adotada no fim de março, é considerada "pouco provável". Além das operadoras privadas de aeroportos, as concessionárias de transporte público, cuja demanda de passageiros também tombou em meio à pandemia, são candidatas a ganhar mais prazo na suspensão dos pagamentos.

Nem mesmo para as empresas de menor porte deverá haver prorrogação irrestrita. A avaliação interna do BNDES é que não necessariamente essa seria a melhor forma de continuar dando um alívio para os pequenos negócios. Outras medidas adotadas pelo governo na área de crédito, como o Pronampe, operado pelo Banco do Brasil (BB), e o Peac, operado pelo BNDES, trouxeram opções de empréstimos com juros menores do que os cobrados em financiamentos antigos.

"É melhor tomar crédito novo ou postergar o crédito cujas taxas são lá de trás?", questionou a fonte ouvida.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo Jair Bolsonaro omite há um ano os pagamentos feitos a militares da reserva e pensionistas, mesmo após o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar a divulgação dessas informações no Portal da Transparência, destaca o Estadão. Embora a Corte tenha mandado, em 11 de setembro de 2019, que os pagamentos fossem liberados para consulta pública, de forma individual - como ocorre com os da ativa e servidores civis -, isso nunca aconteceu.

Hoje, não é possível saber, por exemplo, quanto ganham, de fato, filhas solteiras de militares e aposentados das Forças Armadas, entre eles o próprio Bolsonaro e o vice-presidente, Hamilton Mourão, além de pelo menos nove ministros.

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Remunerações de reservistas, reformados e pensionistas nunca foram publicadas por nenhum governo. O decreto que regulamenta a Lei de Acesso à Informação (LAI) faz referência apenas aos funcionários da ativa. Dados dos militares em atividade são divulgados pelo menos desde 2012. Informações de servidores aposentados e pensionistas de outros órgãos e Poderes já foram tornadas públicas, parte delas por força do despacho do TCU.

Em 2017, a agência Fiquem Sabendo encaminhou denúncia ao TCU sobre a ocultação dos dados. O argumento principal era o desrespeito aos princípios da eficiência e da publicidade dos gastos, previstos na Constituição. O tribunal cobrou, então, da Controladoria-Geral da União (CGU) informações relativas aos inativos e pensionistas vinculados ao Executivo. Determinou, ainda, que o Ministério da Economia adotasse medidas, em 60 dias, para divulgar a base de dados, em formato aberto, dessas pessoas e dos aposentados que passaram à inatividade antes de novembro de 2016.

O ministro Walton Alencar, relator do caso no TCU, usou como referência a cifra de R$ 494,6 bilhões com pagamentos a servidores aposentados, na reserva, reformados e recebedores de pensão, entre 2011 e 2016. "O volume de recursos é suficiente para demonstrar a importância de se implementar a transparência ativa dessas informações", disse Alencar, que viu descumprimento do princípio constitucional da publicidade.

Houve recurso por parte do governo, rejeitado pelo tribunal, em dezembro. No último mês de fevereiro, o processo foi encerrado. O governo mantinha reuniões de trabalho a respeito do assunto desde outubro de 2019 e chegou a estabelecer o fim de julho como prazo para tornar a consulta disponível, o que não foi cumprido. A Fiquem Sabendo comunicou, em artigo, ter cobrado o TCU sobre o descumprimento. A Corte não respondeu ao pedido de informações da reportagem.

O Estadão apurou no Ministério Público de Contas que o descumprimento do acórdão pode levar a punições, como o afastamento do gestor responsável.

Lentidão

Para o diretor executivo da Transparência Brasil, Manoel Galdino, a demora de um ano para viabilizar a consulta individual, ou mesmo uma lista com reservistas e seus salários, é "absurda". "Depois de tanto tempo, fica configurado que o governo está ativamente trabalhando contra a transparência. Essa informação é de grande prioridade, pois envolve o próprio presidente e ministros, o mais alto nível da República. Não pode demorar um ano", disse Galdino.

O governo vem usando o argumento de que trabalha para tornar públicos os dados como justificativa para negar pedidos de acesso à lista nominal dos inativos e pensionistas com base na Lei de Acesso à Informação. O Estadão encontrou ao menos quatro pedidos recentes negados, com resposta semelhante.

A Defesa informou que está transmitindo os dados, mas que a CGU é responsável pelo portal, espaço que será "destinado à publicação dos proventos dos militares inativos e das pensões militares percebidas pelos pensionistas das Forças Armadas". O ministério alegou que, em alguns casos, não há previsão legal para a divulgação das despesas, que podem ser consideradas como informação pessoal, passível de proteção.

A Secretaria de Controle Externo da Administração do Estado - área técnica do TCU - discorda e cita que "a exigência legal de transparência ativa dos gastos com servidores inativos e pensionistas alcança toda a Administração Pública".

CGU afirma que publicará dados

Responsável por gerir o Portal da Transparência, a Controladoria Geral da União afirmou que "ainda não foi possível" disponibilizar a consulta do valores pagos a pensionistas e militares da reserva no site. Em nota, a Controladoria disse estar em "fase final" de homologação das fontes de dados sobre aposentados e pensionistas do Poder Executivo federal.

O Portal da Transparência é abastecido com dados recebidos de outros órgãos. A fonte das informações sobre os servidores federais é o Sistema Integrado de Administração de Pessoal (Siape), onde constam dados dos ministérios da Defesa, da Economia e do Banco Central.

"Nesse momento, a expectativa é receber novos dados validados do Siape nos próximos dias e, caso confirmado o recebimento, publicaremos as informações de todos os órgãos no Portal (da Transparência) o mais breve possível, quando então as remunerações dos militares da reserva e reformados também estarão disponíveis", diz o comunicado da CGU.

O Ministério da Defesa, por sua vez, informou que "se encontra em permanente tratativa com a CGU visando dar publicidade aos proventos pagos a militares da reserva e reformados". A Defesa também garantiu que o processo está em fase final. "Obtivemos a informação de que a CGU está em processo final de desenvolvimento de ferramenta que proporcionará acesso irrestrito aos valores pagos aos servidores públicos federais e aos militares das Forças Armadas, todos inativos, do mesmo modo em que é dada publicidade aos pagamentos do pessoal ativo", informou o Ministério da Defesa.

Na última semana, o Estadão pediu entrevistas ao Ministério da Defesa e à CGU, mas as respostas foram dadas por meio de notas.

Reforma deixou militares de fora

A reforma administrativa proposta pelo governo deixa de fora os militares, além de juízes e procuradores. Os militares também se aposentam com integralidade e paridade, isto é, recebem o mesmo valor, como se estivessem na ativa - mantendo inclusive adicionais que elevam o salário -, e ganham todos os reajustes.

Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu o aumento do teto salarial do funcionalismo, hoje em R$ 39,3 mil, equivalente ao salário mensal de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Guedes disse que deve haver "enorme diferença" entre os vencimentos da alta administração e dos servidores concursados. Na sua avaliação, o aumento poderia preservar pessoas de qualidade no serviço público e valorizar a meritocracia.

Como revelou o Estadão, em reportagem publicada na segunda-feira passada, a aplicação do chamado "abate-teto", mecanismo que limita as remunerações para evitar os supersalários, economizou R$ 518 milhões para o governo, desde 2018. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao empresário Joesley Batista e demais delatores da J&F que expliquem pagamentos de R$ 9,83 milhões da JBS S.A. - empresa que faz parte do grupo - ao advogado Frederick Wassef entre 2015 e 2020.

As movimentações financeiras foram detectadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), em um relatório de inteligência financeira encaminhado ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que investiga o esquema de rachadinha no gabinete do ex-deputado estadual do Rio de Janeiro e hoje senador Flávio Bolsonaro, ex-cliente do advogado.

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A apuração na PGR não é sobre a conduta de Wassef, que sequer será ouvido neste momento. O que procuradores buscam esclarecer é se houve omissão por parte de delatores do grupo J&F por deixarem de ter informado os pagamentos em seus acordos de colaboração.

A PGR já rescindiu (encerrou) os acordos dos colaboradores Joesley Batista Wesley Batista, Ricardo Saud, Francisco Assis e Silva, desde 2017, mas o Supremo Tribunal Federal ainda não decidiu pela homologação (validação judicial) da rescisão. Assim, o acordo ainda está vago. Advogados dos delatores tentam salvar os acordos por meio de uma repactuação, que até agora não foi aceita pela PGR.

Caso a PGR conclua que as explicações dos pagamentos a Wassef não são satisfatórias e que houve nova omissão por parte dos delatores, será um motivo a mais para manter a rescisão dos acordos de colaboração. A leitura interna na PGR é que seria mais uma bola nas costas, como no episódio da contratação do procurador Marcelo Miller.

O advogado de Joesley Batista, André Callegari, disse ao Estadão que "os colaboradores nunca outorgaram poderes para Frederick Wassef trabalhar em nome deles nem perante o Supremo Tribunal Federal, na PET 7003 (processo que trata do acordo de colaboração), nem perante a Procuradoria-Geral da República".

A reportagem questionou à assessoria de imprensa do grupo J&F se os executivos comentam a medida da PGR, e ainda não houve resposta.

Em nota na semana passada, a JBS disse que "o escritório de advocacia mencionado não representa nem se manifesta em nome da Companhia junto à PGR". "A empresa informa que os serviços prestados pelo escritório tiveram como finalidade atuação em inquéritos na esfera policial e que esses serviços foram prestados e pagos mediante emissão de notas fiscais, sendo a última referente ao ano de 2019", disse a nota da JBS.

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