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O imbróglio criado no PMDB a partir da briga pelo comando da legenda no estado pelo deputado federal Jarbas Vasconcelos e o senador Fernando Bezerra Coelho, recém filiado ao partido, tem causado reações de aliados do cacique peemedebista. Seguindo a linha de insatisfação, na próxima segunda-feira (18), às 18h, vai acontecer um ato suprapartidário em desagravo a Jarbas. O governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife, Geraldo Julio, ambos do PSB, devem participar do evento. 

Denominado de “Pernambuco é Jarbas”, o movimento teria surgido nas redes sociais. No convite, os grupo pontua que a “atuação séria, coerente e transparente” de Jarbas não pode ser “desrespeitada”. A possibilidade de intervenção nacional da direção local é, nos bastidores, uma retaliação ao parlamentar que votou pela continuidade da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), por corrupção passiva.

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Com a chegada de Bezerra ao partido, o deputado além de perder o comando político da sigla também deverá aceitar um novo alinhamento estadual, já que a intenção do neo-peemedebista é de que o partido volte a disputar o Governo de Pernambuco.  

“Quem combateu com esforço físico e pessoal os tempos sombrios da ditadura civil-militar e luta ao longo de mais de 50 anos de vida pública pela defesa da democracia não pode ter a sua voz calada”, destaca trecho do convite. O grupo afirma também que o deputado federal é alvo hoje “de manobras inescrupulosas por parte daqueles que almejam poder e força política”.

A insatisfação antes colocada debaixo do tapete pelo senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB) diante da gestão do governador Paulo Câmara (PSB) vem sendo exposta desde que ele ingressou na legenda peemedebista, com a intenção de disputar o Palácio do Campo das Princesas, seja liderando a chapa ou chancelando o nome do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (ainda no PSB). 

“Tenho a consciência tranquila que busquei participar do projeto que apresentamos aos pernambucanos em 2014. Não me foi dado o direito de colaborar e ajudar”, destacou, em discurso no Senado nessa quarta-feira (13). “Erros administrativos e, sobretudo, políticos, vêm se acumulando em Pernambuco. Não tenho receio dos embates que haveremos de enfrentar”, acrescentou.

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Nos bastidores, conta-se que o desejo de concorrer ao comando estadual de Bezerra vem sendo alimentado desde 2014, quando ele foi preterido pelo ex-governador Eduardo Campos (PSB) que indicou Paulo Câmara para a vaga e ele ao Senado. Assim que deixou o Ministério da Integração em 2013, ele não escondeu a vontade de estar no páreo e chegou a ponderar, no início de 2014, que preferia que o escolhido por Campos fosse um quadro político e não técnico.  

Ao analisar a conjuntura local, Fernando Bezerra em seu discurso também relembrou a trajetória no PSB. Disse se sentir honrado por ter sido convidado por Miguel Arraes a fazer parte dos quadros do partido, além disso ele citou Eduardo Campos para justificar a migração para o PMDB. 

“Eduardo Campos, quando indagado sobre a candidatura dele à Presidência da República [em 2014], por um campo político diferente do qual tinha participado, afirmou: “porque você apoiou, você não está condenado a apoiar quando você já não acredita, quando você já não se vê, não se representa naquele governo”, frisou.

“Fiz a opção de dar consequência ao voto a favor do impeachment, apoiando verdadeiramente o Governo de transição do presidente Michel Temer. Não tenho duas caras ou posição dúbia”, acrescentou, reforçando que a gestão estadual e o PSB tem feito duras críticas a Temer. 

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O senador Fernando Bezerra Coelho afirmou que as articulações dele para ingressar no PMDB não foram “às escondidas”. Ao rebater as críticas feitas a ele por líderes do partido em Pernambuco, como o deputado federal Jarbas Vasconcelos e o vice-governador Raul Henry, o neo-peemedebista disse que antes de decidir pela filiação apresentou sua proposta e buscou o diálogo. “Não fiz nada às escondidas. Não me convidei, fui convidado. Apresentei uma proposta e um plano de ação política. Busquei o diálogo, avisei sobre as minhas decisões, não surpreendi ninguém”, cravou.

Os argumentos foram expostos nessa quarta-feira (13), durante um discurso no Senado. Na ocasião, Bezerra também disse que a ficha dos agora correligionários vai cair. “O alarido provocado pelas vozes dos que hoje me criticam vai passar muito rapidamente. Este estilo de fazer política já foi derrotado muitas vezes pelos pernambucanos. Sei que alguns têm direito e legitimidade para expressar suas opiniões; mas também sei que outros fazem o jogo dos detentores do poder, alimentados por cargos e posições, por promessas que sistematicamente vêm sendo quebradas e não honradas. A ficha vai cair”, ressaltou.

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Ao mencionar os cargos, ele ainda disparou contra Jarbas Vasconcelos. “Fácil falar de barganhas políticas a nível federal com o objetivo de atingir as pessoas. Mas não reconhecer as mesmas barganhas a nível estadual é uma tremenda incoerência ou cinismo. Será que são as secretarias e órgãos estaduais que explicam a flexibilidade do deputado Jarbas Vasconcelos em aceitar alianças políticas que até as eleições passadas condenava? Não quero julgar, o deputado tem direito de rever suas posições, mas a boa educação política exige que se respeite o posicionamento dos outros”, salientou. 

Mesmo sem citar, as alianças referidas por Fernando Bezerra diz respeito a possibilidade o PT se reaproximar do PSB no estado. Jarbas chegou a dizer que não era intolerante ao PT quando foi questionado sobre o eventual alinhamento. Com o ingresso no PMDB, o senador recebeu uma espécie de carta branca para conduzir o partido para uma nova linha política sem ter o PSB como aliado, formando uma frente com nomes como o do senador Armando Monteiro (PTB) e do ministro Bruno Araújo (PSDB). 

Pontuando que nunca traiu seus compromissos, Bezerra ainda disse estar sofrendo agressões de pessoas famosas pela “verborragia”.  “Agressões dos que, não tendo argumentos, buscam macular nossas atitudes com o objetivo de distorcer e criar uma narrativa que justifique seus próprios erros e equívocos políticos”, rechaçou. “Nunca traí os meus compromissos com a minha terra, nunca fiz política agredindo ou denegrindo quem quer que seja. Diferentemente dos que me atacam, famosos pela verborragia”, completou. Segundo Bezerra todo o processo de filiação foi comunicado a Jarbas Vasconcelos, que um dia antes chegou a chamar o senador de “traidor”

Processo de dissolução da direção do PMDB-PE

O processo de dissolução do comando do PMDB em Pernambuco teve início nesta quarta-feira durante a reunião da Executiva Nacional da sigla. A solicitação foi protocolada por Orlando Tolentino, assessor especial do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (PSB), filho de Fernando Bezerra Coelho. 

Tolentino justificou a ação com o argumento de insuficiência de desempenho eleitoral do PMDB para justificar a dissolução. O que foi rebatido por Raul Henry, presidente estadual da legenda. Segundo ele, em  2016, conseguiram eleger 17 prefeitos, 15 vices e 160 vereadores. O processo será relatado pelo deputado federal Baleia Rossi (SP), líder do PMDB na Câmara. 

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Líder do governo no Senado e presidente do PMDB, o senador Romero Jucá (RR) chamou na tarde desta quarta-feira, 13, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de "líder de facção". Ao ser questionado sobre o conteúdo da delação premiada de Lúcio Funaro, Jucá minimizou o conteúdo dos fatos narrados pelo corretor e o potencial destrutivo de uma eventual segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.

"O líder dessa facção, Rodrigo Janot, vai ficar mais dois dias na PGR, o que é lamentável, até porque ele (seu mandato) está acabando de forma muito triste, muito melancólica, como eu previ há alguns dias atrás", declarou Jucá após reunião da Executiva do PMDB. "Agora está se vendo que a organização é Janot, Marcelo Miller, mais alguns procuradores, Joesley (Batista), Sérgio Machado, (Nestor) Cerveró, Delcídio (Amaral). Essas são as companhias de Janot que armaram esse circo", emendou.

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O presidente do PMDB disse que qualquer ato conduzido por Janot na reta final de seu mandato "está eivada de erros, raiva e rancor, de tentativa de apagar o rastro de irregularidades". Por isso, disse o peemedebista, a segunda denúncia deve ser recebida com "desconfiança", mais até do que a primeira denúncia, derrubada na Câmara porque "o véu caiu".

Para Jucá, a delação de Funaro - um dos últimos atos de Janot - foi um "ato entre amigos", por isso merece desconfiança. "Qualquer delação premiada a essa altura do campeonato precisa ser muito investigada e comprovada para ser dar ouvido a ela", declarou. O senador disse que Janot sabia das conversas entre Miller e a JBS e que as ações intermediadas pelo ex-procurador são "extremamente suspeitas".

Funaro afirmou em sua delação premiada que Temer dividiu com Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), ex-homem forte de seu governo, propina da Odebrecht. Nos anexos de sua colaboração, ele afirmou ter buscado R$ 1 milhão em espécie, supostamente pagos pela empreiteira, no escritório do advogado e ex-deputado José Yunes, amigo de Temer. Funaro relatou também em sua colaboração, já homologada pelo Supremo Tribunal Federal, ter mandado a quantia para Geddel, na Bahia.

Reunião

Na reunião desta tarde da Executiva do PMDB, Jucá comunicou ao partido o pedido de afastamento de Geddel das funções partidárias por 60 dias. Geddel já estava afastado do comando do PMDB baiano desde meados de julho e hoje formalizou o pedido para ficar fora dos trabalhos de primeiro-secretário nacional do PMDB.

No encontro, que durou duas horas, a Executiva também deferiu a suspensão por 60 dias da senadora Kátia Abreu (TO). A parlamentar enfrenta um processo na Comissão de Ética do partido por ter feito críticas públicas a Jucá e Temer.

Um dos assuntos que mais tomou tempo na reunião foi o pedido de intervenção no diretório estadual do PMDB pernambucano feito por um aliado do senador Fernando Bezerra Coelho (PE), recém-filiado à legenda. O grupo de Coelho pede a dissolução do diretório estadual. A cúpula do PMDB decidiu que o líder da bancada na Câmara, Baleia Rossi (SP), vai intermediar as negociações entre as partes para evitar a dissolução do diretório pernambucano.

Segundo fontes, Jucá revelou que o líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), manifestou o desejo de se filiar ao partido, mas que as conversas ainda não evoluíram. Jucá teria garantido que não haverá intervenção no PMDB local caso Moura se filie ao PMDB.

O deputado federal Jarbas Vasconcelos quebrou o silêncio diante da filiação do senador Fernando Bezerra Coelho ao PMDB e o imbróglio que isso tem causado no partido em Pernambuco. Sem poupar críticas, Jarbas disse que foi alertado por alguns amigos sobre o poder de “desagregação” que tem o agora correligionário e classificou as articulações do senador para intervir no comando estadual da sigla e no realinhamento político no estado como “traição”. 

“Mesmo alertado por alguns amigos da desagregação que o senador Fernando Bezerra Coelho provoca por onde passa, sempre me referi a ele com educação e cortesia. Sempre. Não só a ele, mas aos seus filhos que também atuam na política. Em poucos dias, porém, percebi que Fernando Bezerra está trabalhando para intervir no PMDB de Pernambuco. Ao meu gesto cordial de elogiar a ele e ao seu filho ministro, o senador Fernando Bezerra Coelho respondeu com desrespeito e prepotência. O ato dele tem nome: traição”, disparou, em discurso na tribuna da Câmara Federal nessa terça-feira (12).

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Para o deputado, o desejo de Bezerra Coelho é “alijar” a ele e a executiva estadual do PMDB. “Esta é a ameaça que enfrento hoje… Quero deixar registrado que jamais me curvarei diante da mesquinharia de homens que, usufruindo de um poder efêmero e frágil, buscam atingir aqueles que, como eu, sempre militaram em nome da democracia, da justiça e da coerência”, declarou. 

Durante o discurso, Jarbas também fez um panorama histórico da sua participação no PMDB pontuando a postura de oposição ao PT enquanto as duas legendas eram aliadas e até o voto que deu pela continuidade da investigação da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção passiva. “Não foi um voto de pré-julgamento ou contra a pessoa do presidente Michel Temer… Votei pela investigação porque ao longo da minha vida pública sempre defendi a apuração de denúncias”, disse.

O parlamentar salientou que apesar das divergências, “nunca houve uma ação voltada para me expulsar ou punir. Sempre houve o respeito às diferenças. Respeito. Condição primária para a convivência em qualquer ambiente e que faltou e está faltando a Fernando Bezerra Coelho”. Jarbas disse ainda que não deixará que o PMDB “se transforme numa extensão familiar dos interesses” do senador.

Depois de Jarbas levar o assunto para a Câmara, Fernando Bezerra deve rebater as argumentações do correligionário no Senado nesta quarta-feira (13). O pronunciamento já tem o aval do presidente da Casa Alta, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Será a primeira vez que o senador falará sobre as críticas recebidas pelos peemedebistas depois do ingresso dele ao partido. 

ingresso do senador Fernando Bezerra Coelho no PMDB estremeceu a política interna do partido gerando um imbróglio entre a direção estadual e a nacional. Presidente do PMDB em Pernambuco, o vice-governador Raul Henry afirmou que não se imaginava que o parlamentar fosse entrar na legenda sob a condição de atuar como comandante das ações políticas e realinhar a sigla. Em conversa com o LeiaJá, Henry classificou a postura como "arrogância" e reforçou que não aceitará a intervenção do ex-pessebista.

"Nunca colocamos objeção a entrada dele, muito pelo contrário. Agora ninguém imaginava que ele fosse entrar no partido e fazer um discurso de que veio com a condição de vir para mandar, destituir a direção regional para ele assumir o comando e dar uma nova linha política ao partido", salientou. "Isso é inaceitável. Não vamos aceitar, vamos resistir. Isso é uma violência, uma falta de respeito, absoluta arrogância e insensibilidade com pessoas que sempre respeitaram ele. Não vamos admitir isso", acrescentou.

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O poder de decisão para Bezerra Coelho, entretanto, foi diretamente expressado pelo presidente nacional do partido, senador Romero Jucá (RR), durante a cerimônia de filiação na última quarta-feira (6). Jucá disse que Bezerra entrava no partido com "uma missão: a disputa pelo governo de Pernambuco". Raul Henry disse que apenas a Executiva pode deliberar sobre o assunto. "Ele não tem [poder de decisão]. É a executiva nacional que define isso. Conversei com alguns componentes e notei o oposto, um sentimento de solidariedade conosco. Quem tem liderança se coloca no lugar de quem está sendo violentado", argumentou.

Outro questionamento que surgiu dentro do PMDB de Pernambuco sobre a presença de Bezerra no partido diz respeito às acusações que pesam contra o senador na Lava Jato. Ele é alvo de inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Um dos que apontou as denúncias foi o vereador do Recife, Jayme Asfora. Ele chegou a dizer que a entrada de FBC "empobrecia" o partido.

O presidente estadual não quis alimentar as ponderações, mas frisou que os peemedebistas pernambucanos "sempre andaram de cabeça erguida". "Em Pernambuco o PMDB tem uma cara, uma identidade política, um conjunto de lideranças que pode andar nas ruas de cabeça erguida. Nunca fiz política fazendo acusações a quem quer que seja. Na vida democrática há os órgãos que investigam. Denúncias têm que ser apuradas, denunciados têm direto inviolado à sua defesa e ninguém deve ser pré-julgado ou execrado antes de um julgamento justo", amenizou.

Caso Bezerra Coelho conquiste a titularidade da condução do PMDB, Raul Henry além de perder a presidência também ficará sem a aliança com o governador Paulo Câmara (PSB). Isto porque, o plano do senador é de desbancar a reeleição do pessebista. Em 2014, Bezerra Coelho foi preterido pelo ex-governador Eduardo Campos ao deixá-lo para a vaga de senador e indicar Câmara para a disputa do Palácio do Campo das Princesas.

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No relatório em que detalha a atuação de políticos do PMDB da Câmara como uma organização criminosa, a Polícia Federal divide o grupo em quatro núcleos cujos integrantes possuem funções específicas. Para os investigadores, esses núcleos atuavam com divisão de tarefas e de forma compartimentada, mas de maneira harmônica e com interdependência. São elencados o núcleo político/gerencial, o administrativo, o empresarial/econômico e o operacional/financeiro.

De acordo com a PF, o núcleo político/gerencial determinava a nomeação de nomes do núcleo administrativo para posições de chefia ou relevância em cargos públicos. Esse indicados tinham que aceitar as relações criminosas com o núcleo econômico/empresarial para viabilizar o desvio de recursos públicos. Após os desvios, diz a PF, os integrantes do núcleo operacional/financeiro atuavam para efetuar os repasses de vantagens indevidas aos nomes do núcleo político/gerencial.

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Sobre os núcleos, os investigadores apontam que o político/gerencial era formado por parlamentares e pessoas ligadas a eles. O administrativo era composto por pessoas colocadas em cargos do corpo técnico de órgãos públicos. Empresários e executivos de grandes empresas nacionais formavam o núcleo empresarial/econômico e operadores que atuavam como "instituições financeiras clandestinas" compunham o núcleo operacional/financeiro.

Para a PF, a organização criminosa do PMDB da Câmara identificada na investigação atuou não só na Petrobras, mas também em outros órgãos públicos como a Caixa Econômica Federal, Câmara dos Deputados e Ministério da Agricultura. No entendimento dos delegados, embora as tarefas fossem divididas de forma estruturada, o núcleo político/gerencial tinha ascendência sobre os demais de forma a orientar os que faziam a captação de recursos dos empresários e fazer os valores circularem para financiar o grupo.

Procurada, a assessoria do PMDB não respondeu até a publicação da reportagem.

O presidente do PMDB em Pernambuco e vice-governador Raul Henry se negou, nesta terça-feira (12), a avaliar as articulações do senador Fernando Bezerra Coelho, recém filiado ao partido, para conquistar apoios e aliados diante da eventual possibilidade da legenda disputar o comando do Palácio do Campo das Princesas. Indagado sobre o assunto, Henry foi categórico: “não avalio não”. 

“Quem fala pelo senador é ele, eu falo por mim e pelo diretório estadual”, salientou, após participar de um encontro com o diretório estadual do PMDB para deliberar sobre os desconfortos internos gerados pelo ingresso do parlamentar. No dia da filiação, o presidente nacional da sigla, senador Romero Jucá (RR), deu uma espécie de carta branca para Bezerra conduzir o processo eleitoral de 2018. 

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Nos últimos dias, Fernando Bezerra intensificou as articulações com DEM, PSDB e PTB para montar uma frente com o PMDB contra o governador Paulo Câmara (PSB), que tentará a reeleição. Atualmente, Paulo é aliado do PMDB que ocupa a vice-governadoria com o próprio Henry. Na movimentação protagonizada, o senador já previu que até outubro deve fechar as alianças e em fevereiro anunciará quem será o candidato.       

Presidente do PMDB de Pernambuco, o vice-governador Raul Henry reuniu o diretório estadual da legenda, nesta terça-feira (12), para deliberar sobre como vão se portar diante da possibilidade do senador Fernando Bezerra Coelho, neo-peemedebista, assumir o comando local da legenda, inclusive para defender a candidatura do partido ao Governo de Pernambuco, com o qual a legenda é aliada de primeira hora.

Depois de uma reunião acalorada e com discursos dotados de críticas a Bezerra Coelho, Henry afirmou que o grupo “está unido” e foram firmadas duas deliberações. Uma delas, delegando a ele a responsabilidade de tomar decisões diante da nacional sobre o assunto sem precisar de consulta prévia aos demais membros do diretório. Além disso, também foi divulgado um manifesto onde a direção pede respeito às forças do partido. 

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“Uma luta política como esta temos que travar com a unidade do partido. No domingo, quando eu cheguei, tive que reunir as pessoas para conversar. Estive com Jarbas e reuni a executiva para ver qual era o sentimento, a opinião deles, redigimos a nota em conjunto e foi aprovada pelo diretório que é o órgão máximo”, salientou, em conversa com a imprensa.  

Nos bastidores, conta-se que um filiado ao PMDB estadual teria encaminhado uma solicitação à nacional para que o diretório fosse diluído e isso seria um precedente para que Fernando Bezerra assumisse as rédeas da sigla. Segundo Raul, ainda não houve nenhuma comunicação sobre o assunto. "Se isso for deliberado, se é que entrará na pauta [da reunião da Executiva Nacional], vamos ser notificados. Preferimos primeiramente travar a luta política, se não for assim estamos dispostos a ir para a judicialização”, declarou. 

A reunião da executiva é nesta quarta-feira (13), em Brasília. Raul Henry viaja para a capital federal ainda hoje e adiantou que já vai procurar membros da direção para conversar. Segundo ele, até o momento, nunca houve uma intervenção nacional nos diretórios regionais ou estaduais. 

Apesar disso, já houve uma intervenção do PMDB de Pernambuco no diretório de Olinda e foi usado como ponto de questionamento para a postura de Henry. “É completamente diferente”, retrucou. “Em Olinda não houve intervenção, mas uma fraude na convenção. O deputado Ricardo Costa, líder do partido na Assembleia, quis inscrever uma chapa para participar da convenção ou ingressar na que já estava na disputa e foi negado a ele ambos os direitos. Ele elencou um conjunto farto de provas materiais, mostrando que a convenção estava viciada, tanto que a o assunto foi judicializada e nós vencemos”, acrescentou.  

Manifesto

A nota política aprovada pela direção diz que não será admitida a "destituição" da liderança do deputado Jarbas Vasconcelos. Além disso, volta a disparar contra a atitude de Bezerra. "Indigna, traiçoeira, torpe e repulsiva", classifica o texto.

Veja o texto na íntegra:

EXIGIMOS RESPEITO!

A história do PMDB de Pernambuco começou em 1966, quando foi fundado como MDB. Nesses mais de 50 anos de trajetória, nosso partido caracterizou-se pela combatividade, pela resistência ao autoritarismo, pela postura republicana na relação com o patrimônio público e pela defesa dos interesses do povo.

A síntese dessa história e desses valores materializa-se em um nome: o do ex-governador Jarbas Vasconcelos. Jarbas foi fundador do MDB e do PMDB. Foi também seu presidente estadual e nacional, companheiro leal do inesquecível Ulysses Guimarães. Sua vida é exemplo de coragem cívica, retidão de caráter, honestidade e espírito público. Por isso, para nós do PMDB de Pernambuco, Jarbas é mais que uma liderança, é um símbolo da nossa identidade política.

Nosso partido, seguindo sua índole democrática, sempre procurou cultivar, ao longo do seu caminho, um tratamento respeitoso com as lideranças políticas do estado e manteve-se aberto a todos que o quisessem integrar e defender suas bandeiras.

Não aceitamos, no entanto, a atitude indigna, traiçoeira, torpe e repulsiva daqueles que querem entrar no partido para promoverem uma intervenção em sua direção estadual e em sua orientação política.

Não admitiremos, jamais, a destituição de Jarbas Vasconcelos da direção política do PMDB de Pernambuco. A biografia e a liderança de Jarbas, reserva moral da vida pública do país, será defendida por nós incondicionalmente.

Não permitiremos que usurpem a nossa história de mais de 50 anos de luta e de resistência.

Este diretório estadual foi eleito de maneira legítima e democrática. Dele, participam, sem distinção, todas as lideranças políticas que fazem o PMDB de Pernambuco, em todas as regiões do estado.

O senador Fernando Bezerra Coelho ainda tem tempo para aprender a lidar com gestos de grandeza, elegância e generosidade, como foi o de Jarbas ao admitir seu acolhimento no partido. Aprender também que a nossa história é de lealdade, não de traição. De coerência, não de oportunismo. De decência, não de incorreção.

Por todas essas razões, exigimos respeito! Declaramos nosso irrestrito apoio a Jarbas Vasconcelos. E manifestamos à opinião pública do estado nossa indignação e a disposição de lutar em todas as frentes para preservar a identidade, a história e o patrimônio político do PMDB de Pernambuco.

DIRETÓRIO REGIONAL DO PMDB-PE

 

As conclusões do inquérito da Polícia Federal que investigou o chamado "quadrilhão" do PMDB na Câmara acenderam o sinal amarelo no Palácio do Planalto. Para auxiliares de Michel Temer, o relatório final da PF, apontando que integrantes do PMDB participavam de uma organização criminosa, tem tudo para turbinar uma segunda denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente.

No momento em que o Planalto avaliava que as prisões do empresário Joesley Batista, do grupo J&F, e do executivo Ricardo Saud poderiam enfraquecer uma nova acusação contra Temer, o relatório da PF causou preocupação. Além disso, o documento cita o ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso após uma operação da PF que encontrou R$ 51 milhões em apartamento usado por ele em Salvador.

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O Planalto teme que Geddel acabe fazendo uma delação premiada e envolva Temer na prática de crimes. Em conversas reservadas, aliados do presidente têm receio de que Geddel se transforme em um "novo Antonio Palocci". Ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil nos governos do PT, Palocci acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na semana passada, de fazer um "pacto de sangue" com a Odebrecht para receber R$ 300 milhões em propinas.

Desde que a PF descobriu malas de dinheiro atribuídas a Geddel, o governo e a cúpula do PMDB tentam se descolar do ex-ministro.

"Acho que quem tem que explicar é a Polícia Federal e, eventualmente, se (Geddel) tiver algum tipo de relação, ele também deve explicar", afirmou o senador Romero Jucá (RR), presidente do PMDB. "Cada um responde pelos seus atos", emendou o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

Na avaliação do núcleo político do governo, Janot não deixará o cargo, no fim desta semana, sem apresentar nova denúncia contra Temer. Com esse diagnóstico, ministros já retomaram as conversas para pedir a deputados de seus partidos que não abandonem o presidente se outra acusação contra ele chegar ao plenário da Câmara. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Michel Temer rebateu nesta segunda-feira, 11, as conclusões da Polícia Federal em inquérito conhecido como o "quadrilhão" do PMDB da Câmara dos Deputados. Segundo relatório final da PF, há indícios de prática de corrupção por parte de Temer, Moreira e Padilha. O presidente afirmou que "não participou nem participa de nenhuma quadrilha" e que "lamenta insinuações descabidas com intuito de tentar denegrir sua honra e imagem pública".

O documento foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal e pode embasar nova denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Temer. Mais cedo, o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco, havia se pronunciado sobre o relatório. Eliseu Padilha não quis se pronunciar e disse que o relatório não merece resposta.

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Leia abaixo a íntegra das nota de Temer:

"Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República

O Presidente Michel Temer não participou e nem participa de nenhuma quadrilha, como foi publicado pela imprensa, deste 11 de setembro. O Presidente tampouco fez parte de qualquer "estrutura com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagens indevidas em órgãos da administração pública". O Presidente Temer lamenta que insinuações descabidas, com intuito de tentar denegrir a honra e a imagem pública, sejam vazadas à imprensa antes da devida apreciação pela Justiça."

A Polícia Federal concluiu nesta segunda-feira, 11, o inquérito 4327 do Supremo Tribunal Federal (STF), instaurado para apurar crimes supostamente praticados pelo chamado "quadrilhão" do PMDB. A PF cita no inquérito o presidente Michel Temer, os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e os ex-presidentes da Câmara Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha.

O inquérito da PF diz que há indícios da prática do crime de organização criminosa - artigo 1.º, parágrafo 1.º e artigo 2.º da Lei 12.850/2013.

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Os integrantes da cúpula do partido, supostamente, mantinham "estrutura organizacional com o objetivo de obter, direta e indiretamente, vantagens indevidas em órgãos da administração pública direta e indireta".

Em nota, a PF destacou. "O grupo agia através de infrações penais, tais como corrupção ativa, passiva, lavagem de dinheiro, fraude em licitação, evasão de divisas, entre outros crimes cujas penas máximas são superiores a 4 anos."

Defesas

Em nota divulgada nesta segunda-feira, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, sugeriu que o relatório da Polícia Federal não merece resposta. A PF sustentou, na conclusão do inquérito que investigou o "quadrilhão" do PMDB na Câmara, que a cúpula do partido participava de uma organização criminosa, voltada para obtenção de vantagens indevidas na administração pública.

"O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, informa que só irá se pronunciar quando e se houver acusação formal contra ele que mereça resposta", diz a nota, assinada pela Assessoria de Comunicação da Casa Civil.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, disse que a Polícia Federal não agiu de forma democrática ao "vazar" as conclusões do inquérito que investigou o "quadrilhão" do PMDB na Câmara, sem dar conhecimento aos citados no relatório. "Jamais participei de qualquer grupo para a prática de ilícito. Repudio a suspeita", reagiu o ministro.

Segundo o relatório final da PF, há indícios de que o presidente Michel Temer, Moreira e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, cometeram crimes de corrupção. As investigações apontaram que integrantes da cúpula do PMDB participavam de uma organização criminosa, com o objetivo de obter, direta e indiretamente, vantagens indevidas na administração pública.

"Responderei de forma conclusiva quando tiver acesso ao relatório do inquérito. Lamento que tenha que falar sobre o que ainda não conheço. Isto não é democrático", afirmou Moreira Franco.

Presidente do PMDB em Pernambuco, o vice-governador Raul Henry se reuniu na noite desse domingo (10) com a executiva estadual da legenda para tratar sobre a filiação do senador Fernando Bezerra Coelho ao partido. Apesar de o parlamentar ter ingressado na legenda peemedebista desde a quarta (6), o encontro da cúpula local aconteceu apenas ontem porque Henry estava na Ásia desde o último dia 29 de agosto, em missão oficial do Governo do Estado. 

O vice-governador não escondeu a insatisfação diante do novo quadro peemedebista. “Nosso sentimento é de completa indignação. A atitude do senador Fernando Bezerra Coelho de querer entrar no PMDB de Pernambuco, destituindo sua direção regional e mudando a orientação política do partido, é inaceitável”, declarou.

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Henry também saiu em defesa do deputado federal Jarbas Vasconcelos, com quem conversou antes da reunião. “Não permitiremos a usurpação da nossa história. Não aceitaremos a tentativa de desmoralização da liderança de Jarbas Vasconcelos. Reagiremos a essa violência, de todas as maneiras possíveis, para preservar a identidade do PMDB de Pernambuco”, acrescentou o presidente. 

A entrada do parlamentar estremeceu o PMDB de Pernambuco porque o presidente nacional, senador Romero Jucá (RR), já anunciou na hora da filiação que o partido terá candidato próprio ao governo, quebrando assim a aliança com o PSB que disputará a reeleição com o governador Paulo Câmara.  

Para debater o que será feito diante da novo alinhamento imposto pela direção nacional, a executiva vai reunir o diretório estadual peemedebista nesta terça (12), às 11h, na sede da legenda no Recife. 

Estiveram presentes no encontro da executiva na noite desse domingo, o secretário estadUal de Habitação Kaio Maniçoba, os deputados estaduais Tony Gel, Ricardo Costa e Gustavo Negromonte, o vereador Jayme Asfora, além de Marta Guerra, Murilo Cavalcanti, Bruno Lisboa, Flávio Gadelha e Jarbas Filho.

Em vídeo publicado nas redes sociais, a ex-senadora Marina Silva (Rede) afirmou, neste sábado (9), o país vive uma “situação dramática”. Fazendo um panorama dos últimos acontecimentos, mas sem mencionar diretamente a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) ou as últimas ações do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Marina disse que as lideranças dos grandes partidos “se acham acima da lei” e pediu que a população continuasse mobilizada para apoiar a Lava Jato. 

“Mais uma vez estamos diante de uma situação dramática no nosso país. Malas de dinheiro pra todo lado. Pessoas do setor político e empresarial, que se acham acima da lei e da justiça, dando uma demonstração concreta do envolvimento direto das principais lideranças dos grandes partidos no Brasil - PT, PMDB, PSDB e seus satélites [com a corrupção]”, criticou.  

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No vídeo, a porta-voz da Rede Sustentabilidade observou também que nos últimos tempos “somos surpreendidos com coisas que a gente nem consegue imaginar como é que elas vinham acontecendo durante todos estes anos e com prejuízo da vida dos brasileiros”.

Com o cenário, segundo Marina, “é muito importante o apoio a ser dado a Lava Jato para que continuem este trabalho de passar o Brasil a limpo”. “Todos eles estão juntos para desmoralizar a Lava Jato, o Ministério Público, o procurador Rodrigo Janot e a Polícia Federal. Caberá a sociedade continuar mobilizada”, declarou.

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Em vídeo publicado nas redes sociais, o presidente Michel Temer (PMDB) ressaltou que o momento do país pede maturidade e afirmou que diante das adversidades políticas e econômicas é necessário “não se omitir, enfrentar a realidade e não pensar em si”. Na gravação de dois minutos, o peemedebista também aproveitou para celebrar o que chamou de uma “semana repleta de boas novas” na economia. 

"O que mais me encoraja e dá força para enfrentar os desafios é sentir na sociedade o desejo de corrigir os erros das administrações anteriores. Tenho a consciência clara do País que queremos. Vamos trabalhar juntos para transformar o Brasil. Vamos fazer isso com equilíbrio, com energia, com determinação", afirmou.

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Para Temer, “governar é mesmo diante de momentos adversos, não se omitir, enfrentar a realidade”. “É não pensar em si, mas no futuro das pessoas, do País. É oferecer condições para que todos possam ser responsáveis e provedores do seu bem-estar, do seu futuro", declarou. "Serenidade combina com maturidade. É tudo que o momento pede", acrescentou.

O presidente, no entanto, não comentou em nenhum momento a prisão do seu ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB), ou a investigação aberta pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que pode levar à revisão do acordo de delação premiada de Joesley e Wesley Batista. Os depoimentos firmados pela colaboração resultaram em uma denúncia feita por Janot contra Temer por corrupção passiva. 

Retomada da economia

No vídeo, Temer pontuou ainda ações que "confirmam" a continuidade da recuperação econômica do país. Ele citou dados como a redução da taxa básica de juros (Selic) em um ponto porcentual, para 8,25% ao ano, e a aprovação no Congresso Nacional do projeto que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP). 

"A retomada do crescimento também se revela na produção de veículos no Brasil, que subiu 45% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano passado. Aumento das exportações. Recorde na produção de grãos. Crescimento do PIB. Dólar estável. Diminuição do Risco Brasil. Dados otimistas apontam uma recuperação do emprego", disse.

“Todos esses fatores são resultado do nosso firme compromisso com as reformas que estão em curso, com o resgate da nossa economia e principalmente com a criação de novas frentes de trabalho”, completou. 

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede, na denúncia contra sete peemedebistas por formação de organização criminosa no Senado Federal, que eles sejam condenados a pagar R$ 200 milhões, como reparação, e à perda de função pública.

A denúncia pede R$ 100 milhões pelos danos patrimoniais (desvios) e R$ 100 milhões por danos morais causados pelas condutas dos acusados.

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São alvo da denúncia os senadores Edison Lobão (MA), Jader Barbalho (PA), Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Valdir Raupp (RO) e os ex-senadores José Sarney (AP) e Sérgio Machado (CE).

Janot acusa os peemedebistas de receberem propina de R$ 864 milhões e causar rombo de R$ 5,5 bilhões na Petrobras - na diretoria - e de mais R$ 113 milhões na Transpetro.

Segundo o procurador, o PMDB se associou ao PT para obter vantagens. "A relação com o governo federal trazia não só a base para o desenvolvimento de projetos políticos do partido, mas também a oportunidade de associação com funcionários públicos e com agentes privados, no escopo de obter vantagens indevidas mediante a prática de inúmeras infrações penais", afirma Janot.

"Também é importante destacar que a organização criminosa vigora até os dias de hoje. No âmbito da Petrobras, o núcleo político continuou a receber vantagem indevida até pelo menos 2014, às vésperas da Operação Lava Jato. Contudo, ante a forte atuação parlamentar e responsabilidade por outras indicações políticas, as quais ainda perduram, a organização criminosa permaneceu praticando crimes nos anos de 2015, 2016 e 2017", afirma Janot.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) sete membros do PMDB por integrarem organização criminosa que desviou recursos públicos e obteve vantagens indevidas, sobretudo no âmbito da administração pública e do Senado Federal.

Os denunciados Edison Lobão, Jader Barbalho, Renan Calheiros, José Sarney, Sérgio Machado, Romero Jucá e Valdir Raupp são acusados de receberem propina de R$ 864 milhões e gerarem prejuízo de R$ 5,5 bilhões aos cofres da Petrobras e de R$ 113 milhões aos da Transpetro. Esta é a 34ª denúncia oferecida pela PGR no âmbito da Operação Lava Jato no STF. As informações são da Procuradoria-Geral da República.

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A organização criminosa denunciada teria sido inicialmente constituída e estruturada em 2002, por ocasião da eleição de Luiz Inácio Lula da SIlva à Presidência da República. Iniciado o seu governo, em 2003, Lula buscou compor uma base aliada mais robusta. Para tanto, negociou o apoio do PMDB e do PP, respectivamente a segunda e quinta maiores bancadas da Câmara dos Deputados. "Em comum, os integrantes do PT, do PMDB e do PP queriam arrecadar recursos ilícitos para financiar seus projetos próprios. Assim, decidiram se juntar e dividir os cargos públicos mais relevantes, de forma que todos pudessem de alguma maneira ter asseguradas fontes de vantagens indevidas", diz a denúncia.

As ações ilícitas voltaram-se inicialmente para a arrecadação de recursos da Petrobras por meio de contratos firmados no âmbito da Diretoria de Abastecimento e da Diretoria Internacional, assim como da Transpetro. O aprofundamento das apurações levou à constatação de que, no mínimo entre os anos de 2004 e 2012, as diretorias da sociedade de economia mista estavam divididas entre os partidos políticos responsáveis pela indicação e manutenção dos respectivos diretores.

Naturalmente, a Petrobras tornou-se uma das principais fontes de recursos ilícitos que aportaram na organização criminosa ligada ao PMDB e, por conseguinte, no próprio Partido. Devia-se ao tamanho da pessoa jurídica, ao seu orçamento, montante de investimentos e a luta por diretorias, no caso do núcleo político da organização criminosa, e por contratos lucrativos e de baixo risco, no caso das empreiteiras.

No limite da comunhão de interesses, quando as lideranças políticas conseguiam aparelhar um grupo de cargos diretivos e oferecer facilidades a agentes privados, formava-se um ambiente de

criminalidade acentuada: corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, fraude a licitação, cartelização e evasão fraudulenta de divisas se multiplicavam.

Para o PGR, não se questiona o fato de um governo conquistar uma ampla base política e ter êxito na aprovação de suas medidas no parlamento. Alianças, negociações e divisão de poder são da essência da política e é dessa forma que usualmente se obtém maioria para governar. No caso dos autos, o intuito das negociações em torno dos cargos, desde o início, foi obtenção de orçamentos, de forma a possibilitar, aos denunciados, desenvolver no âmbito dos órgãos públicos, empresas públicas e sociedades de economia mista um sistema de arrecadação de propina.

Diretoria de Abastecimento

Há diversos depoimentos de membros do PP dando conta do apoio a Paulo Roberto Costa para a nomeação ao cargo de Diretor de Abastecimento da Petrobras. Embora inicialmente indicado para o cargo pelo PP, Paulo Roberto Costa adoeceu no final de 2006 e enfrentou movimento político, apoiado inclusive por parte de alguns servidores da própria Petrobras, que pretendiam substituí-lo na Diretoria de Abastecimento.

Costa obteve apoio de parte da bancada do PMDB no Senado. A partir de então, membros do partido passaram a receber uma parcela da vantagem indevida relativa aos contratos da Petrobras vinculados à Diretoria de Abastecimento.

O PGR lembra também que "Edison Lobão foi ministro de Minas e Energia de 21/1/2008 a 31/3/2010, durante o governo de Lula, e posteriormente de 1/1/2011 a 1/1/2015, durante todo o primeiro mandato de Dilma Rousseff. Sob controle direto de sua pasta, estavam a Petrobras, a Transpetro, e obras como a de Belo Monte, do complexo hidroelétrico do Rio Madeira e da usina nuclear de Angra 3, âmbitos nos quais há vários casos de pagamento de vantagem indevida".

Diretoria internacional

Outra Diretoria da Petrobras que teria sido objeto do mesmo esquema foi a Internacional, ocupada por Nestor Cerveró desde 2003. "Este, em depoimento no âmbito de colaboração premiada, narrou que sua indicação se deu por influência de Delcídio do Amaral, então senador pelo PT, e do governador Zeca do PT. Também afirmou ter conversado com José Sarney, o qual, conforme indicado por Deicídio do Amaral, era sempre ouvido por Lula".

Em seguida, Silas Rondeau, do PMDB, assumiu o Ministério de Minas e Energia e afirmou a Nestor Cerveró que o PMDB do Senado o apoiaria politicamente a partir de então, em reunião ocorrida no primeiro semestre de 2006. O significado do apoio era a necessidade de Nestor Cerveró contribuir com o pagamento de vantagem indevida para integrantes do PMDB do Senado.

Transpetro

Embora de menor escala, o esquema na Transpetro apresentava o mesmo desenho e finalidade do estruturado na Petrobras. A Transpetro é subsidiária integral da estatal, inclusive com conselho de administração comum a ambas, para algumas finalidades, do qual fazia parte, por exemplo, Paulo Roberto Costa. Exatamente nesse modelo criminoso de funcionamento da máquina estatal descoberto, Sérgio Machado, nomeado por Lula, exerceu a presidência da Transpetro, no período de 2003 a 2015.

Machado confessou que os políticos responsáveis pela sua nomeação na Transpetro foram principalmente Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá, José Sarney e Edison Lobão, os quais receberam vantagem indevida repassada por aquele, tanto por meio de doações oficiais quanto por meio de dinheiro em espécie. Outros depoimentos corroboram as relações de Sérgio Machado com políticos de cúpula do PMDB.

A senadora Kátia Abreu (PMDB) afirmou, nesta sexta-feira (8), que a prisão do ex-ministro do governo Temer Geddel Vieira Lima (PMDB) era o “mínimo” que o país esperava da Justiça. O novo pedido de prisão preventiva foi expedido depois que a Polícia Federal apreendeu R$ 51 milhões em um apartamento em Salvador que estava sendo utilizado por Geddel como “bunker”. Para a senadora, o valor encontrado em malas e caixas não é apenas do ex-ministro. 

“Prender Geddel Vieira Lima é o mínimo que o Brasil esperava da Justiça. Vamos esperar sua delação, que não deve demorar. Ou alguém acha que os R$ 51 milhões é só dele? Não é não. Muita terra para o caminhão dele”, declarou. Kátia ABreu não esclareceu de quem ela acredita que também seria o dinheiro. Geddel foi preso na manhã de hoje em Salvador e deve ser levado para Brasília.

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Os R$ 51 milhões foram apreendidos na terça-feira (5), durante a Operação Tesouro Perdido, uma nova fase da Cui Bonno. O empresário Silvio Silveira, dono do apartamento, disse à Polícia Federal que "não sabia" que o local era utilizado para que o peemedebista guardasse dinheiro. Segundo Silveira, Geddel pediu para guardar pertences do pai no local. 

Recentemente, Kátia Abreu questionou a falta de punição interna no PMDB a investigados em esquemas de corrupção. Atualmente ela é alvo de um processo que pode resultar na expulsão da legenda por infidelidade. A senadora é contra as reformas promovidas pelo presidente.

Ex-governador da Bahia e ex-ministro do governo Temer, Geddel Vieira Lima (PMDB) foi preso na manhã desta sexta-feira (8), em Salvador, pela Polícia Federal, após um pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público Federal. Por volta das 7h, o peemedebista foi levado para o aeroporto, de onde seguiu para Brasília.

Geddel estava cumprindo prisão domiciliar desde julho, acusado de participar de esquema ilegal de liberação de recursos na Caixa Econômica. Ele exerceu o cargo de vice-presidente do banco durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). 

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A prisão acontece dias depois da PF encontrar R$ 51 milhões em um apartamento na capital baiana que estava sendo utilizado por Geddel Vieira Lima como “bunker”. O valor foi apreendido na manhã da terça-feira (5), na Operação Tesouro Perdido, nova fase da Cui Bonno?. O empresário Silvio Silveira, dono do apartamento, disse à Polícia Federal que "não sabia" que o local era utilizado para que o peemedebista guardasse dinheiro. Segundo Silveira, Geddel pediu para guardar pertences do pai no local. 

A filiação do senador Fernando Bezerra Coelho ao PMDB não foi bem recebida por lideranças estaduais do partido. Depois da direção estadual se manifestar sobre o assunto, reafirmando o apoio ao governo de Paulo Câmara (PSB), o vereador do Recife, Jayme Asfora (PMDB), disse que o parlamentar chega para “empobrecer” a legenda em Pernambuco até agora, segundo ele, “composto por homens públicos éticos”.  

“O senador Fernando Bezerra Coelho, que responde a cinco inquéritos no Supremo Tribunal Federal (Inquéritos 4005, 4458, 4292, 4464 e, o mais recente, 4593) por grave envolvimento em crimes de corrupção, fraude a licitação, caixa dois, entre outros, denunciados pela operação Lava Jato, chega para empobrecer o PMDB de Pernambuco, até agora composto e liderado por homens públicos éticos e com enormes serviços prestados a Pernambuco e ao Brasil, como Jarbas Vasconcelos e Raul Henry", observou o vereador. 

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Sob a ótica de Asfora, a entrada do senador ocorreu “através de um processo extremamente autoritário capitaneado pela cúpula nacional da legenda que está envolvida, até o último fio de cabelo, em toda essa sujeira que tomou conta do país nos últimos anos”. Ele também reforçou que “por uma questão de coerência e de respeito” aos seus eleitores não poderia “aceitar, de forma alguma” a entrada de Bezerra Coelho no partido.  

Asfora ressalta que não entende como um partido que já teve, nas sua fileiras, deputados como Maurílio e Egídio Ferreira Lima e deputadas como Cristina Tavares possa ser desrespeitado dessa maneira. "Na verdade, além de presos, figuras como Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha e também Renan Calheiros já deveriam ter sido expulsos há muito tempo para se guardar um mínimo de coerência com os valores e princípios simbolizados em líderes históricos como Dr Ulysses Guimarães e Pedro Simon”, disse. 

O vereador reclamou ainda que mesmo sendo membro da Executiva Estadual e presidente municipal do PMDB só soube das negociações do partido com Fernando Bezerra pela imprensa.

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