Tópicos | rede

Líderes do PSB avaliaram com ponderação as restrições impostas pela Rede Sustentabilidade a possíveis alianças com partidos que estavam discutindo a adesão à candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, à Presidência da República. Para os aliados de Campos, PSB e Rede estão em fase "de se conhecer melhor" e "acostumar a conviver" juntos, exatamente como num casamento, onde marido e mulher cedem um pouco para viver em harmonia.

"Ela (Marina Silva) vai trazer hábitos e nós os nossos. Vamos ter de encontrar hábitos comuns. O peso dela vai mudar o nosso pensamento, mas nós esperamos que o oposto também possa acontecer", resumiu o presidente do diretório paulista, deputado federal Márcio França.

##RECOMENDA##

Os apoiadores do governador pernambucano sabem que a coligação "elimina" de imediato a aproximação de alguns partidos que estavam no radar de Campos, como o DEM do líder na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), e o PP. "Quando você casa, você tem de deixar de namorar outras pessoas", exemplifica França.

Após o anúncio da aliança, a ex-senadora deixou claro que não aceitaria Caiado em seu palanque por incompatibilidade de ideias. Dias depois foi a vez de seu aliado, o deputado federal Walter Feldman (SP), avisar que o PDT não se enquadrava na "ótica" da Rede por causa das denúncias de corrupção no Ministério do Trabalho. Os aliados de Campos se resignaram em relação ao DEM por entender que um eventual apoio do partido sofreria resistências dentro do próprio PSB, mas acreditam que podem fazer Marina mudar de posição em relação ao PDT.

"O diálogo vai fazer com que a gente chegue a boas conclusões. O PDT tem figuras históricas importantes e o diálogo com o partido vai se basear em programas", defendeu o presidente do diretório municipal do Rio de Janeiro, deputado federal Glauber Braga. O líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), também contemporiza. "Se nós já temos problemas internos, imagine agora quando temos duas visões de mundo em um só partido", questiona ele, ao destacar que sua legenda sempre teve uma ótima relação com os pedetistas.

Em um discurso para eliminar ruídos na nova "relação", os pessebistas entoam o "mantra" de que qualquer aliança terá como base a "afinidade programática". "Isso (discussão sobre futuros aliados) não será objeto de divergência entre nós", previu Braga. "Não dá para fazer conciliação absoluta. No que for possível, o bom é conciliar. Mas tenho esperança que, na convivência, ela (Marina) aceite algumas coisas", disse França.

O dirigente do PSB paulista sabe que poderá haver momentos de tensão da coligação, mas acredita que, apesar de Marina ser uma pessoa de temperamento forte, será possível convencê-la a encontrar um "meio termo" na nova convivência. "Sou graduado em (Luiza) Erundina e pós-graduado em Romário", brincou França, comparando a ex-senadora aos parlamentares do PSB. "Eles são difíceis, mas têm sua popularidade", emendou.

Rejeição

Os apoiadores de Campos avaliaram como "coerente" a decisão da Rede de não participar das instâncias partidárias do PSB. França disse que, ao participar da Executiva e dos diretórios do PSB, os marineiros poderiam passar a impressão de que haviam desistido de criar uma legenda. "O simbolismo não seria bom para eles", comentou. O dirigente acredita que, ao integrar o comando do PSB, os dirigentes da Rede poderiam se "envolver" além do esperado com o PSB e passar a mensagem aos seus apoiadores de que não era apenas uma coligação. "Para nós, (a oferta de cargos) foi um ato de gentileza".

Braga afirmou que vê como "natural" a recusa de cargos dos aliados de Marina. "A Rede foi coerente. A gente tem que compreender e respeitar suas decisões", respondeu. Rollemberg também faz coro. "É absolutamente natural porque a Rede está se juntando ao PSB com uma filiação programática".

Em sua primeira visita ao Recife, após a aliança programática firmada entre o PSB e o Rede Sustentabilidade, a ex-senadora Marina Silva (PSB) concedeu nesta segunda-feira (14) uma entrevista coletiva. Durante a conversa diversos temas foram abordados, entre eles as marcas que a gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) tem deixado no Brasil. Marcas estas que segundo Marina são de “retrocesso”.

"Torço para que a presidente Dilma deixe sua marca. Por enquanto a marca que tem deixado é a marca do retrocesso", disparou a ex-senadora. Expondo, como exemplo, um projeto de lei que repassa do Executivo para o Legislativo a prerrogativa de criar áreas indígenas. “Nunca mais se vai criar áreas indígenas. São muitos retrocessos”, criticou.

##RECOMENDA##

De acordo com Marina, o modelo de administração de Dilma "chegou ao limite". "Já chegamos a 40 ministérios e, para manter a base (aliada), mais ministérios têm sido criados, e isso é insustentável", destacou.

A agora socialista também fez questão de responder as declarações do marqueteiro de Dilma, João Santana, que disse em entrevista, que a petista enfrentaria “anões” na eleição em 2014. “A união de anões precisa de tempo para se agigantar nas propostas e na postura”, rebateu.

Ao ser questionada se suas atitudes eram enraizadas em mágoas, com relação à presidente, diante de vários aspectos que ambas divergem Marina negou. “Não faço nada por mágoa... Eu me movo por ideias, por projetos”, disparou.

 

No Dia das Crianças, o Outback Steakhouse vai presentear as crianças de até 12 anos com uma caneca diferente e exclusiva. O restaurante promove atividades durante o dia e, logo após completar a brincadeira, as crianças vão receber um kit com uma caneca, três filipetas para colorir e giz de cera. Com o kit, poderão dar cor ao desenho da filipeta do jeito que quiserem e colocá-lo na caneca.

Além do brinde, o restaurante oferece aos pequenos o Kid’s Menu que conta com opções como o Kid’s Chicken Fingers, pedaços de frango empanados, servidos com o molho honey mustard e fritas (R$ 26,50) ou o Kid’s Fish’N Chips, o clássico Fish’N Chips, cortes de filé de peixe empanados e servidos com fritas e molho tartare (R$ 28,50).

##RECOMENDA##

A refeição para crianças de até 12 anos acompanha refrigerante ou chá gelado. Para a sobremesa, a rede oferece como opção o Spotted Dog Sundae, um sorvete de creme com calda de chocolate e chantilly (R$ 15,50). Além da caneca, a rede também dispõe de uma nova revistinha de atividades divertidas, com jogos educativos e de raciocínio.

A ex-senadora Marina Silva disse, nesta quarta-feira (9), que ainda falta uma marca ao governo Dilma Rousseff. No final da primeira reunião da Executiva da Rede Sustentabilidade após a coligação com o PSB, Marina disse que Fernando Henrique Cardoso conseguiu impor a marca da estabilidade econômica, enquanto Luiz Inácio Lula da Silva deixou sua marca por meio da inclusão social. "A presidente Dilma precisa deixar sua marca e eu torço para que ela deixe, mas não a marca do retrocesso na agenda ambiental", declarou Marina.

Na avaliação da ex-senadora, Dilma vem mantendo as conquistas do governo Lula, mas ainda está "manejando para manter as conquistas econômicas". "Espero que não haja retrocessos", afirmou. "Mas não torço para o quanto pior melhor", acrescentou. Marina voltou a dizer que, embora esteja priorizando o debate no âmbito nacional, a candidatura posta para a sucessão presidencial é a do governador Eduardo Campos. "Quem descartou minha candidatura não foi eu, foram os cartórios", disse.

##RECOMENDA##

Incomodada com a declaração do marqueteiro João Santana relacionando os candidatos da oposição a "anões", Marina disse que "anões não tem obrigação de vencer os gigantes" e sim "gigantes que têm a obrigação de vencer anões". Segundo ela, dois "anões" (ela e Campos) estão se juntando não para se tornar gigantes, mas para mostrar que podem ter mais "facilidade para enfrentar as dificuldades".

Na entrevista coletiva, Marina disse que inicia agora uma "profícua e renovadora jornada", que começa com a discussão da situação de alianças nos Estados. "O limite para qualquer empreitada é a manutenção da coerência", insistiu. De acordo com Pedro Ivo, secretário de organização da Rede, a sigla em formação vai discutir as situações regionais "caso a caso". "Nós vamos construir um caminho unitário nos Estados", afirmou. Marina chegou a admitir que aceitaria alianças com o PV, seu antigo partido, porque há afinidades programáticas entre a Rede e os verdes. "Para mim não tem problema", afirmou.

Para evitar problemas nos Estados em que o PSB filiou políticos de centro-direita, como o grupo do ex-senador Jorge Bornhausen (ex-DEM e ex-PSD), em Santa Catarina, e do ex-senador Heráclito Fortes (ex-DEM), no Piauí, a Rede Sustentabilidade, da ex-ministra Marina Silva, se comprometeu a não cobrar publicamente que integrantes do novo partido aliado revelem seu histórico político. Do mesmo modo, o PSB não vai exigir o currículo de nenhum dos participantes da Rede.

"O PSB é que decide quem integra o partido. Nós respeitamos isso porque não é um problema nosso. E o PSB respeitará os nossos militantes", disse o coordenador de organização da Rede, Pedro Ivo, após reunião com o primeiro-secretário do PSB, Carlos Siqueira. Foi o encontro inicial dos dirigentes da Rede e do PSB para tratar das questões estaduais.

##RECOMENDA##

De acordo com os dirigentes, será feita uma radiografia da situação dos dois partidos nos 26 Estados e no Distrito Federal. No sábado, 5, Marina Silva anunciou a entrada no PSB, dois dias depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter rejeitado o registro de criação da Rede.

Pelo acordo com o PSB, a Rede continuará funcionando como partido, com estatuto próprio. Para a eleição presidencial do ano que vem, será feito um programa conjunto.

O coordenador será o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho, conforme adiantou segunda-feira, 7, a reportagem. Coelho deixou o governo da presidente Dilma Rousseff há oito dias. Ele ocupava a pasta de Integração Nacional.

No encontro de ontem, 8, Siqueira convidou a Rede a participar informalmente da direção do PSB. O convite será submetido aos integrantes da Executiva da Rede, que fará uma reunião nesta quarta-feira, 9, em Brasília, para deliberar sobre o assunto.

Empresariado. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, provável candidato à Presidência da República, ligou ontem para Marina para convidá-la a participar de uma reunião com empresários amanhã, 10, em São Paulo. A ideia é estreitar relação com a ex-senadora, que deve ser vice na chapa. Na terça-feira, 15, os dois devem ter um novo encontro. Marina aproveitará um compromisso marcado em Pernambuco para se encontrar mais uma vez com Campos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A única agenda pública do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), nesta segunda-feira (7), não podia ser diferente. Logo após visita as obras do anexo do Hospital de Câncer, no Recife, o socialista conversou com a imprensa e falou sobre a filiação da ex-senadora Marina Silva ao PSB. Na entrevista, o chefe do executivo comentou as diferenças entre seu partido e o Rede, encabeçado pela ex-ministra do Meio Ambiente, e reforçou o desejo  de “enterrar a velha política”.

A nova integrante socialista, Marina Silva, é conhecida entre outras coisas, por ter algumas opiniões contra temas como o aborto e os homossexuais, diferente da posição do PSB.  “Nós fizemos uma aliança, uma coligação programática e nós reconhecemos diferenças que temos, tanto é que temos dois partidos: um partido que tem 60 anos e um partido que tem um ano, recém-criado, que busca novos valores que tem na sociedade e nós vamos aprender um com o outro”, reconheceu Eduardo Campos.

##RECOMENDA##

Para o presidente nacional do PSB, apesar das opiniões divergentes em relação a alguns assuntos da sociedade, a ex-senadora chega para contribuir e reforçar a identidade do partido. “Para o PSB é muito importante essa convivência com a Rede, para que a gente aprenda com a militância da Rede, para que a gente renove o nosso partido e também para a Rede, acredito que, a gente vai ter contribuição para dar nesse aprendizado. Nós não queremos anular as nossas diferenças. Nós queremos reforçar a nossa identidade”, pontuou.

O pré-candidato à presidência da República também reforçou o discurso dito nos últimos meses de renovar a política, de trazer mudança e de melhorar a gestão pública. “Nós desejamos construir uma nova política no Brasil. Há um grande desejo no Brasil de mudar o serviço público, de mudar a saúde, de mudar a segurança, de mudar a educação e nós e a Rede entendemos que só há um caminho para fazer essa mudança de verdade: é fazer a mudança na política, é enterrar a velha política, é construir novas práticas políticas e essa sinergia é que nos permite seguir um programa”, disse acrescentado estar ciente que não terá concordância em tudo. “Dentro de uma casa, na mesma família, a gente não tem concordância sobre tudo, imagine duas forças políticas”, frisou.

Outro assunto tocado por Eduardo Campos foi o anseio de criar uma nova ‘opção’ para o país, se colocando ainda discretamente, porém de forma notória seu desejo de ser presidente. “Mas no fundamental nós estamos de acordo é que o Brasil merece ter uma opção que resgate a esperança, a leveza na política, os valores da ética, do compromisso com o povo, da excelência na gestão, da participação popular, da sustentabilidade que é sem sombra de dúvidas uma releitura do socialismo, e é isso, que nós vamos fazer com muita tranquilidade”, prometeu Campos.

A união do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, e a ex-senadora e líder da Rede Sustentabilidade, Marina Silva, está rendendo diversos comentários entre os políticos. Um deles, o prefeito de Jaboatão dos Guararapes e tucano, Elias Gomes fez duras críticas ao seu partido (PSDB). Segundo Gomes os tucanos deixaram escapar a chance de uma aliança com o PSB, para as eleições de 2014. 

A filiação de Marina ao PSB resulta em um prejuízo para Aécio Neves, pré-candidato do PSDB, e enfraquece a oposição no país. “Para Dilma aconteceu o menos ruim. Ela agora terá apenas dois adversários, e não três, como se configurava antes e caso Marina tivesse optado por outro partido, como o PPS”, analisou Gomes. Completando que a atitude da ex-senadora explica o fracasso da Rede. “Explicado fracasso da Rede de Marina: falta de visão prática e estratégica. Como explicar o abandono do protagonismo para ser coadjuvante”, disparou em sua página no Facebook.

##RECOMENDA##

De acordo com ele houve uma “falta de articulação e de estratégia da oposição”. Além de uma “falta de diálogo” do próprio PSDB. “Entendia que PSDB e PSB tinham o desafio de construir uma grande e vigorosa aliança com o novo Brasil, mas nada foi feito... Compreendia a necessidade de Eduardo Campos fortalecer o palanque e também advertia para a necessidade do seu descolamento do PT. Estamos assistindo tudo isso acontecer, como previa”, reclamou Elias Gomes. 

Ainda segundo Elias, o PSDB perdeu a oportunidade de iniciar um diálogo nacional com vistas à construção de um novo campo político. Outro fator, também destacado pelo tucano, foi a ausência de Aécio no Brasil no último dia (sábado – 5) do prazo para as filiações partidárias. Deixando a entender que se Aécio estivesse no país, talvez a filiação de Marina ao PSB não fosse concretizada. 

O acordo no plano federal entre o PSB e a Rede Sustentabilidade de Marina Silva não se reproduzirá de forma fácil nos Estados. Alguns dos quadros que já se engajaram no projeto de Eduardo Campos encontram resistência entre os aliados de Marina Silva. A tendência é encaminhar para uma situação em que os dois grupos não apoiem o mesmo candidato.

Entre os nomes que causam incômodo a integrantes da Rede está o do ex-deputado Paulo Bornhausen, filiado ao PSB e filho de Jorge Bornhausen, um dos fundadores do PFL, atual DEM. O partido de Campos recebeu ainda o apoio para a disputa presidencial de Ronaldo Caiado (DEM), um dos expoentes da bancada ruralista e adversário de Marina em vários debates na área ambiental. O ex-senador Heráclito Fortes (PI) deixou o DEM e se filiou há três dias ao PSB.

##RECOMENDA##

Marina observou que a coligação não significa um apoio a todos os acordos do PSB. "A Rede não está se fundindo, está se dispondo à construção de um processo para mudar o Brasil. Não está dizendo que vai apoiar candidatura X, Y ou Z nesse ou naquele estado. Em 2010 eu apoiei candidatos do PSB, PT, PC do B e vários partidos", observou.

Pedro Ivo, coordenador de organização da Rede e um dos dirigentes que participaram da negociação, disse que já está certo que haverá independência nos Estados. "Somos independentes. Não somos obrigados a apoiar o PSB. Nosso compromisso é apenas com a chapa nacional. Em muitos estados podemos ter posicionamentos diferentes", afirmou.

Outro tema que pode gerar desgaste é a atuação do PSB no novo Código Florestal, proposta que a Rede incluiu até em regras de filiação como um dos motivos para rejeitar a adesão de quem votou de forma favorável à proposta. Na primeira votação, 27 dos 30 deputados do PSB foram a favor do Código. O debate do projeto foi longo e envolveu várias votações. Integrantes da Rede observaram que a posição do novo aliado foi mudando e na última decisão a maioria teria se posicionado contra a proposta.

No campo nacional, a adesão de Marina também deve promover inflexões no projeto presidencial do governador de Pernambuco. Negociações com o DEM e o PV devem ser paralisadas e as adesões de outros partidos deverão passar antes por uma composição com o grupo da ex-senadora.

A ex-senadora Marina Silva disse, nesta sexta-feira, 04, que deverá tomar uma decisão que "contribua para a renovação política". Segundo ela, um dos ingredientes que devem pesar na sua avaliação é a busca pela quebra de uma polarização nas próximas eleições de 2014 entre PT e PSDB.

Antes, ela informou que ainda "está em um processo de decisão". Segundo ela, ainda há uma longa noite para decidir sobre o seu futuro. O prazo para filiação em outro partido, para estar apta a disputar a próxima eleição, expira justamente neste sábado, 5.

##RECOMENDA##

Nas últimas eleições de 2010, a ex-senadora recebeu cerca de 20 milhões de votos e foi responsável por conduzir a disputa para o segundo turno. Atualmente, ela aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos, atrás apenas da presidente Dilma Rousseff.

Na noite de quinta-feira, 03, por um placar de 6 votos contra e um a favor, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou o pedido de registro da Rede. O principal argumento foi de que a legenda conseguiu apenas 442,5 mil assinaturas de um total de 492 mil exigidas pela Lei Eleitoral. Logo após a decisão, Marina se reuniu com integrantes do partido durante a madrugada. As reuniões também foram realizadas ao longo do dia desta sexta, em Brasília.

A ex-senadora disse que o "o momento é de reflexão". Marina destacou que a Rede já é um partido, porque já tem base social, tem militantes, simpatizantes. "É partido porque tem um programa, já trabalha com novo processo na dinâmica política brasileira. É um partido porque tem ética e coerência entre o que diz e o que fazer", disse.

Acompanhada de membros da executiva nacional, a ex-senadora Marina disse que ainda não decidiu sobre filiação a um outro partido, após a decisão do TSE, nesta quinta-feira, 3, de rejeitar a criação de seu partido Rede Sustentabilidade. "Penso em tomar a decisão que seja a melhor contribuição para a renovação da política", disse.

A ex-senadora iniciou sua fala na coletiva de imprensa afirmando que vem tendo conversas com seus apoiadores para que decisão seja coerente com a proposta de criação do partido. "A Rede Sustentabilidade já é um partido, porque tem base social em todos os estado se tem um programa. Já trabalha com um novo processo na dinâmica da política brasileira e, como disse os ministros ontem, tem proposta e ética".

##RECOMENDA##

Após atraso de mais de uma hora, Marina chegou bem humorada à coletiva. "Com tantas câmeras vai ser difícil disfarçar minhas olheiras", disse ela, que virou a noite em reunião com correligionários.

Fundador do PV em 1986, o deputado federal Alfredo Sirkis (RJ) deixou o partido na tarde desta sexta-feira, 4, depois de uma tentativa frustrada de se reunir com a direção estadual. Um dos principais aliados de Marina Silva, o deputado decidirá seu futuro político depois que a ex-senadora anunciar o que fará diante da recusa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em registrar a Rede Sustentabilidade como novo partido.

Sirkis tem convites do PPS e do PSB e hoje conversou com os presidentes nacionais das duas legendas, Roberto Freire e Eduardo Campos. "Seria cômico se não fosse tão triste. Sou fundador do PV, autor do manifesto do partido, fui presidente do PV por oito anos, candidato a presidente da República. Mas os dirigentes estaduais têm o grau de covardia tão grande que sequer conversaram comigo. Receberam ordem do Penna (José Luiz Penna, presidente nacional do PV). Só me restou mandar um comunicado com a minha desfiliação", disse Sirkis.

##RECOMENDA##

Embora diga que estará ao lado de Marina, se ela optar por se filiar a algum partido para se candidatar à Presidência da República, Sirkis criticou a ex-senadora em texto publicado na manhã desta sexta nas redes sociais. O deputado disse que Marina não aceita opiniões divergentes e valoriza os aliados "incondicionais". Também protestou pelo fato de a Rede não ter discutido um plano B, já que eram grandes as chances de o TSE vetar a criação da Rede.

Por um placar de 6 votos contra e um a favor, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitaram na noite desta quinta-feira, 3, o pedido de registro da Rede Sustentabilidade. O principal argumento apresentado pelos ministros foi o fato de que a legenda, idealizada pela ex-senadora Marina Silva, não obteve o número de assinaturas mínimas exigidas. Ao todo foram coletadas 442,5 mil, sendo necessárias 492 mil.

Votaram contra a criação da legenda a ministra relatora Laurita Vaz, os ministros Henrique Neves, João Otávio de Noronha, Marco Aurélio Mello, Luciana Lóssio e a presidente do TSE, Cármen Lúcia. Apenas o ministro Gilmar Mendes votou a favor da legenda.

##RECOMENDA##

Na sessão, a maioria da Corte desconsiderou uma das últimas cartadas apresentada pelos advogados da legenda, que pediram a validação de 95 mil assinaturas que foram rejeitadas pelos cartórios eleitorais sem justificativa.

A rejeição da medida foi puxada pela relatora do processo, Laurita Vaz. "Inconciliável com o ordenamento jurídico a pretensão da requerente que se promovesse a validação das assinaturas por mera presunção diante da ausência de impugnação fundamentada", afirmou. "Não há como admitir que a falta de oportuna verificação pelo próprio partido das causas de rejeição das alegadas 95 mil assinaturas perante cada cartório eleitoral e das impugnações por eles julgáveis cabíveis seja suprida nos presentes autos", acrescentou.

Na maioria das explanações, os ministros ressaltaram, entretanto, o "caráter ético" adotado pelos correligionários da Rede na coleta de assinaturas. "Louvo a forma como a qual o partido conduziu o processo. Não há dúvida de que a condução desde o início da busca de assinaturas foi feita com filtro ético diferenciado", disse a ministra Luciana Lóssio. Cármen Lúcia também disse lamentar o desfecho da sessão. "Voto lamentando. Gostaria muito que esse partido pudesse receber o deferimento, mas como juiz não tenho como não acompanhar a relatora", afirmou.

Além de trazer consequências políticas para a corrida presidencial do ano que vem, o indeferimento do registro da Rede Sustentabilidade, partido que Marina Silva tenta criar para disputar as eleições 2014, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), poderá obrigar a ex-senadora a escolhas que poderão prejudicar a sua imagem e o capital político que acumulou ao longo dos anos. Além disso, significa a derrota da própria Justiça Eleitoral brasileira. Essa é a opinião dos cientistas políticos Marco Antonio Carvalho Teixeira, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e Humberto Dantas, do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), em entrevista exclusiva ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Para Dantas, a questão mais importante não é a eventual derrota política da Marina, mas a "derrota da Justiça Eleitoral brasileira". Na sua avaliação, a Justiça Eleitoral brasileira deu, neste caso, "mais um espetáculo de sua total incapacidade técnica de fazer com que as coisas andem de acordo com o que as leis estabelecem".

##RECOMENDA##

Na impossibilidade de disputar a Presidência da República pela Rede Sustentabilidade, Carvalho Teixeira diz que a ex-senadora só terá duas opções: renunciar aos planos de concorrer à sucessão da presidente Dilma Rousseff (PT) ou procurar abrigo em uma outra legenda já existente.

Segundo o professor da FGV, no caso de optar por um partido já consolidado, existe o grande risco de Marina perder a integração com a sociedade civil. "O charme da candidatura de Marina é o advento do novo, uma alternativa, um processo político fora dos padrões. Isso representa uma fragilidade na própria concepção da sua candidatura. Existe um risco, neste caso, de que sua imagem seja machucada. Quando ela saiu do PV foi exatamente por isso, denunciando falta de debate, falta de espaço, falta de democracia", explica.

Para o cientista político, é difícil identificar uma possível legenda para Marina no quadro político atual. "O Partido Ecológico Nacional (PEN) é um partido novo, que não tem a mínima estrutura para conduzir uma campanha eleitoral presidencial. De outro lado, o próprio Partido Popular Socialista (PPS), é uma legenda com uma cara muito bem definida e está envolvido até o pescoço no projeto político do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB)", avalia Teixeira.

Ele alerta para os riscos que uma escolha da ex-senadora para o PPS, por exemplo, poderá provocar, que é a migração de parte dos votos da Rede para outros projetos políticos.

Falência

Nas críticas à Justiça Eleitoral, Humberto Dantas destaca que muitos cartórios deram respostas "à beira da lei", como por exemplo "esse cidadão já aderiu a outros partidos", ou "simpatizou com outras legendas". "Isso demonstra, mais uma vez, a falência total do caráter técnico da Justiça Eleitoral, que cria determinadas fantasias de ambientes que não combinam com aquilo que a lei diz", reitera.

"É claro que existe uma dificuldade política da Marina em não conseguir fundar um partido. Entretanto, a não aceitação de um partido que acreditou na lei e a aceitação de dois outros partidos que caminham à margem da lei com assinaturas de mortos, assinaturas duplicadas, filiação de defuntos, falsificação de assinaturas, isso, no meu entender, representa a derrota da Justiça Eleitoral", salienta o professor do Insper. Ele argumenta que "partidos que apostaram em irregularidades vão disputar as eleições no ano que vem, enquanto aquele partido que acreditou na lei acabará fora da disputa eleitoral". E lamenta: "Essa é a cara do Brasil."

O cientista político avalia que sem a Rede Sustentabilidade, muitos eleitores de Marina Silva devem aumentar o grupo de indecisos ou dos que votarão branco ou nulo. "A massa de pessoas que não acreditam ou desacreditam nas instituições políticas brasileiras deve aumentar, engordando a distância e apatia entre a população e a política", conclui Dantas.

Um dos apoiadores da criação da Rede Sustentabilidade na Câmara, o deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ) admite sua migração para outras siglas caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negue o registro da legenda. Embora o plano A continue ser ir para a Rede, cuja criação o parlamentar diz "ainda ser possível", Sirkis afirmou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, nunca ter escondido que tem um "plano B". "Na hipótese (de a Rede não ser criada), vou ter o dia de amanhã para decidir se eu fico no PV ou vou para o PSB ou PPS", afirmou.

Se a Rede não se viabilizar, as alternativas do parlamentar são o PSB e PPS. Ele tem como preferência permanecer no PV, mas, segundo o próprio Sirkis, a direção da sigla negou-lhe espaço para a eleição do no ano que vem, decisão que tende a empurrá-lo para fora. O deputado federal pelo Rio de Janeiro, que cumpre seu primeiro mandato na Câmara Federal, diz que vai seguir Marina Silva caso ela opte por disputar a presidência de 2014 pelo PPS. Mas ele considera "improvável" que a ex-ministra bata na porta do partido presidido por Roberto Freire (PPS-SP). "Até ontem à noite ela não queria discutir esse assunto", afirmou.

##RECOMENDA##

O PSB seria a opção caso Marina mantenha a determinação de não concorrer por outra legenda. Para os socialistas da Câmara, a entrada do deputado seria uma forma de reduzir os danos causados pela criação do PROS, que arregimentou seis parlamentares do partido do governador de Pernambuco Eduardo Campos.

'Saia justa'

Sirkis também afirmou que, caso o TSE negue o registro da Rede, os parlamentares marineiros vão passar, nesta sexta-feira, 04, por uma 'saia justa'. "A saia justa que vamos passar será antológica", desabafou. Na Câmara, também embarcaram no projeto de Marina os deputados Walter Feldman (PSDB-SP), Domingos Dutra (PT-MA), Reguffe (PDT-DF), Ricardo Tripoli (PSDB-SP) e Miro Teixeira (PDT-RJ) e Simplício Araújo (PPS-MA).

O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), classificou nesta quinta-feira, 03, como "muito triste" a possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não conceder esta noite o registro do partido da ex-senadora e ex-ministra Marina Silva, o Rede Sustentabilidade. A maioria dos ministros do TSE tem sinalizado dificuldades para autorizar a nova legenda diante da falta do número mínimo de assinaturas para criar o partido.

"Eu acho muito triste, porque todo mundo consegue criar partido. Não sei porque a Marina não conseguiu. Esse quadro partidário, que é um horror, ele estimula a criação (de partidos). Mesmo assim, ela (ainda) não conseguiu criar. É muito ruim", afirmou ele, ao chegar a seu gabinete na presidência do Senado, após participar de solenidade do lançamento do livro "A Construção da Democracia & Liberdade de Expressão: o Brasil antes, durante e depois da Constituinte", uma obra comemorativa em alusão aos 25 anos da Constituição.

##RECOMENDA##

Os ex-presidentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Carlos Ayres Britto e Nelson Jobim indicaram saídas para que a Corte Eleitoral aprove, na noite desta quinta-feira, 3, o registro do partido da ex-ministra Marina Silva, o Rede Sustentabilidade. A maioria dos ministros do TSE tem sinalizado dificuldades para autorizar a nova legenda diante da falta do número mínimo de assinaturas para criar o partido.

Dizendo-se amigo da ex-ministra, Ayres Britto afirmou que há dois argumentos "sólidos" para que o tribunal conceda o registro. Segundo ele, não é possível cancelar apoios para criação do partido de eleitores que não tenham comparecido às últimas eleições, como jovens e idosos. Outro ponto é que os cartórios eleitores, avaliou, não podem se recusar a certificar a autenticidade das assinaturas sem motivação.

##RECOMENDA##

"No plano da tecnicalidade, eu pessoalmente entendo que há condições de deferir o pedido", disse Ayres Brito, também ex-presidente do Supremo, após participar de solenidade do lançamento do livro 'A Construção da Democracia & Liberdade de Expressão: o Brasil antes, durante e depois da Constituinte', uma obra comemorativa em alusão aos 25 anos da Constituição.

Ayres Britto se declarou na torcida por Marina, a quem chamou de uma pessoa ética, de militância cívica comprovada. Questionado se o fato de Marina não disputar retiraria a legitimidade da eleição presidencial de 2014, na qual se vislumbraria quatro candidatos competitivos, ele respondeu: "Eu não diria que tira a legitimidade, mas que a legitimidade ganha com a participação da Marina ganha, isso ganha."

Também presente ao evento, Nelson Jobim disse que o TSE poderia conceder um registro provisório ao partido de Marina, sob a condição de a legenda entregar depois as assinaturas necessárias para a aprovação. Se o registro não for concedido até o dia 5 de outubro, a ex-ministra não terá condições, pela legislação eleitoral, de se candidatar pela Rede Sustentabilidade a ponto de concorrer nas eleições do ano que vem.

"Aí você atende aos dois pontos. Você respeita a exigência de ter as assinaturas, que não pode o tribunal recuar, e você assegura por essa fórmula a concorrência das eleições. E lembrar que, ao conceder prazo, o partido tem que ter condições para concorrer no ano que vem", afirmou.

Jobim sugeriu que um prazo de 60 dias antes das convenções partidárias, previstas para junho do ano que vem seria um tempo razoável para a coleta dos apoios faltantes. Perguntado se seria uma perda se Marina, em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto para presidente, ficar fora da corrida ao Planalto, o ex-presidente do STF respondeu: "Temos que lembrar que tem exigências para concorrer, o fato de ter prestígio popular não significa que você possa burlar a situação exigida, senão vira uma desordem. Neste caso eu vejo como resolver o problema sem burlar a lei."

Apesar de a maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontar a aritmética como principal obstáculo para a criação do partido da ex-senadora Marina Silva, o ministro Gilmar Mendes recomendou "cautela" no julgamento da Rede Sustentabilidade. Após participar nesta quinta-feira (3), de um seminário na Câmara dos Deputados sobre o novo Código Comercial, o ministro disse que é preciso julgar o caso "considerando suas peculiaridades" e as "assimetrias" na rejeição das assinaturas pelos cartórios eleitorais. "Não gosto de aplicar a aritmética ao Direito", afirmou o ministro, sinalizando sua tendência favorável à Rede.

Mendes lembrou que é "inegável" a representatividade política da ex-senadora, que precisa de uma legenda para disputar a sucessão presidencial de 2014. "É uma pessoa que goza de ampla legitimidade, mas nós temos parâmetros estabelecidos na legislação, como o número de assinaturas. É preciso que haja uma justificativa plausível (para aprovar a criação da Rede)", ponderou. Gilmar Mendes é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ministro substituto do TSE.

##RECOMENDA##

Pelo último balanço do TSE, a Rede conseguiu coletar pouco mais de 442 mil assinaturas, quando o mínimo necessário é 492 mil apoios. "É preciso considerar com seriedade os argumentos que serão levados. Para isso precisamos ouvir a própria relatora (Laurita Vaz), que neste caso é a corregedora do TSE", afirmou.

O ministro lamentou a situação do partido de Marina. "Infelizmente estamos no final e temos esse caráter quase dramático de uma discussão na fase final", disse. Na noite de hoje, Mendes se juntará aos ministros do TSE para analisar o pedido de criação da sigla.

Reforma Política

Questionado sobre a criação de novos partidos no País, Mendes disse que o Congresso precisa refletir sobre a reforma política. "Nós criamos essas condições e agora precisamos revê-las. É chegada a hora de discuti-las. Certamente, após as eleições, discutiremos a reforma política", afirmou o ministro, enfatizando que a discussão não pode ser casuística.

A maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vê com "dificuldade" a criação do partido a tempo da ex-senadora Marina Silva disputar a eleição de 2014 pelo fato de a Rede Sustentabilidade não ter conseguido alcançar o número mínimo de apoios exigidos pela lei. Nesta quinta-feira (3), os ministros da corte decidem o futuro da Rede. Quatro dos sete integrantes do TSE afirmaram ao Estado que o problema é aritmético, e não jurídico, e avaliaram que a tendência é negar o registro.

A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, disse que não pode antecipar expectativas e o voto que vai dar no caso da Rede, mas sinalizou com uma sugestão à ex-senadora. Na opinião da ministra, para que Marina se candidate à Presidência - o que "seria legítimo e bom para o povo" -, a Constituição exige apenas que ela esteja filiada a um partido. "É legítimo ela buscar já um grupo que tenha essa afinidade de discurso", afirmou, ao ressaltar que o País tem 32 partidos que poderiam servir de opção a Marina.

##RECOMENDA##

"É claro que esse partido (a Rede) representaria uma trajetória, uma vertente a que ela se propõe, mas eu tenho certeza que ela tem uma força muito maior do que apenas essa circunstância", completou.

O TSE deve julgar hoje o pedido de criação da Rede. Pelos dados do tribunal, Marina Silva só conseguiu coletar 442.534 assinaturas. Desse total, 339.827 foram registradas nos cartórios eleitorais e 102.707 encaminhadas aos Tribunais Regionais Eleitorais. De acordo com a Lei Eleitoral, o mínimo exigido para criação de um partido são 492 mil apoiamentos. Por conta disso, o vice-procurador eleitoral, Eugênio Aragão, deu parecer contrário à criação do partido.

‘Criatividade jurídica’

Apesar da tendência da maioria, alguns dos ministros ouvidos ainda deixam em aberto o voto apostando que em eventual "criatividade jurídica" que possa constar no relatório da ministra Laurita Vaz. A ministra deve abrir a sessão desta quinta-feira no TSE com a leitura do parecer do processo de registro da Rede. Essa será a última audiência ordinária da corte antes do dia 5 de outubro, prazo final para criação de legendas que estarão aptas a disputar a eleição de 2014.

O ministro Gilmar Mendes fez ponderações sobre o caso. "Vamos examinar em função das alegações que são feitas de que teria havido aqui e acolá abusos na rejeição (de assinaturas). Há exemplos que estão sendo mostrados (de abusos). Isso tem de ser examinado e o TSE está sendo muito criterioso."

Mendes não é membro titular do TSE, mas participará do julgamento em razão da ausência do ministro Dias Toffoli, que fará viagem para representar oficialmente o TSE. O ministro afirmou que aguardará o voto da relatora, ministra Laurita Vaz, para decidir se libera ou não a criação do partido.

Pesar coletivo

Em meio a um cenário controverso para a Rede, alguns ministros já ensaiam nos bastidores um discurso de que não estão contra a candidatura de Marina, mas apenas seguindo as regras. O próprio vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, recorreu a argumentos que fogem da questão jurídica ao publicar com "certo pesar" que Marina não obteve o número mínimo de assinaturas. "Há que ser registrado certo pesar pela não obtenção dos apoiamentos necessários à criação da agremiação em questão", argumentou Aragão.

O pesar se deve ao peso eleitoral da ex-senadora, fator que pode ser considerado no dia do julgamento, tornando a decisão mais política do que jurídica. Nas últimas eleições presidenciais de 2010, mesmo com uma pequena estrutura partidária, em comparação com os demais candidatos, Marina atingiu cerca 20 milhões de votos, sendo a responsável por levar a disputa ao segundo turno. Atualmente, ela figura em segundo lugar nas pesquisas atrás apenas da presidente Dilma Rousseff.

Um desfecho desfavorável a Marina na Justiça Eleitoral e ela mantendo o discurso de que não há plano B, abre-se a temporada pela disputa do patrimônio eleitoral da ex-senadora por aqueles que deverão disputar a Presidência em 2014. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pouco depois de sacramentar a adesão de dois novos deputados federais ao PSD, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab disse nesta quarta-feira, 02, esperar que a Justiça Eleitoral dê o registro à Rede Sustentabilidade, partido que a ex-ministra do Meio Ambiente Mariana Silva tenta viabilizar no prazo final para poder disputar as eleições do ano que vem. "Torço para que a justiça eleitoral possa constatar que a Rede obedeceu a legislação e possa se transformar em partido para disputar as eleições", disse Kassab, que é presidente nacional do seu partido, criado em 2011.

O ex-prefeito, no entanto, se esquivou ao ser perguntado se concordava com o argumento de Marina, que alega que assinaturas não aceitas pelos cartórios, sem justificativa, deveriam ser contabilizadas. "Com certeza a Justiça Eleitoral não vai fazer nada fora da lei. Eu troço para que o partido tenha correspondido às demandas da Justiça e possa participar das eleições no ano que vem", acrescentou.

##RECOMENDA##

A ex-ministra e candidata à Presidência em 2010 tenta conseguir no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o registro de seu partido. Ela não conta, no entanto, com o total de assinaturas exigidas: 492 mil. A Rede tem o apoio de 442 mil assinaturas e pede a validação de 95 mil fichas rejeitadas sem justificativa pelos cartórios. Para concorrer no pleito do ano que vem, a Rede precisa ser criada até o próximo sábado, 5 de outubro.

Kassab, que nesta quarta selou a entrada no partido os deputados José Humberto (ex-PHS) e Jaime Martins (ex-PR), ambos de Minas Gerais, também comentou a criação do PROS e do Solidariedade, as siglas aprovadas recentemente pelo TSE. "Que eles possam contribuir para a democracia e que trabalhem com espírito público", disse Kassab. "Que possam definir um programa e metas e que deixem claro suas posições em relação aos problemas do País".

Parlamentares que trabalham pela criação da Rede Sustentabilidade dizem acreditar que o plenário do Tribunal Superior Eleitoral poderá decidir a favor da criação da Rede Sustentabilidade. A decisão iria contrariar parecer do vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, que recomendou ontem a rejeição do pedido de registro da nova legenda.

Segundo o deputado Domingos Dutra (PT-MA), da Executiva Nacional provisória da sigla, a manifestação contra a criação da Rede por parte do Ministério Público Eleitoral já era esperada. "Não foi surpresa para nenhum de nós. Mas quem vai julgar são os ministros (do TSE). O Ministério Público só opina."

##RECOMENDA##

Essa foi a mesma reação do deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), também integrante da coordenação da sigla. "Agora é manter a calma e aguardar", afirmou. O julgamento do pedido de criação da Rede está marcado para amanhã. Para poder disputar as eleições em 2014, a Rede tem de conseguir o registro até sábado.

O deputado Walter Feldman (PSDB-SP), também da Executiva provisória, lembra que Aragão se posicionou contrário ao Solidariedade e, mesmo assim, o partido recebeu o aval do TSE na semana passada. Para o vice-procurador-geral, havia indícios de irregularidades na obtenção de assinaturas de apoio à criação do partido articulado pelo deputado Paulinho da Força (SP).

Segundo o vereador de São Paulo Ricardo Young (PPS), que também atua pela nova legenda, o Ministério Público se apegou a uma "questão formal" e não levou em conta a legitimidade que a Rede demonstrou nos últimos meses. Segundo ele, a estratégia do grupo será apelar ao Supremo Tribunal Federal caso o TSE negue o registro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando