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Contrapondo-se às comédias brasileiras escrachadas, que crescem cada vez mais no circuito nacional, o filme S.O.S Mulheres ao Mar tenta firmar posição para que o gênero comédia romântica também teha espaço na produção brasileira. O longa é o primeiro trabalho solo da diretora Cris D’Amato e a quinta parceria entre Giovanna Antonelli e Reynaldo Gianechinni. Ainda participam do elenco Fabíula Nascimento e Thalita Carauta, do Zorra Total.

Por mais que seja uma boa ideia investir no ramo da comédia romântica no Brasil, o filme não apresenta muitas novidades. O roteiro foi escrito por Marcelo Saback, que elaborou os dois da franquia De Pernas pro Ar.  Na trama de S.O.S Mulheres ao Mar, Giovanna Antonelli vive Adriana, uma tradutora de legendas de filmes pornôs que aparenta ser livre e independente no início do filme, mas ao longo da história se mostra uma pessoa que depende de um marido para ser feliz. Uma ideia não muito satisfatória ainda mais nos dias atuais em que as mulheres buscam cada vez mais independência.

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Adriana descobre que seu marido Eduardo (Marcello Airoldi) a trocou por Beatriz, uma atriz famosa interpretada por Emanuelle Araújo. Sem rumo na vida, a personagem de Giovanna resolve embarcar em um transatlântico de luxo chamado Orchestra a fim de tentar separar o casal apaixonado Eduardo e Beatriz. De quebra, Adriana também leva sua irmã Luiza (Fabíula Nascimento) e Dialinda (Thalita Carauta), sua empregada. Uma é mais espevitada, enquanto a outra é mais inocente.

Fabíula Nascimento possui 12 filmes em sua carreira e sempre mantém a mesma dedicação com uma personagem nova. “Desde Estômago, meu primeiro filme, já fiz 12 longas, mas alguns não têm dinheiro nem para fazer cópia. Mas todas as personagens foram construídas com muito carinho e dedicação. Crio essas mulheres, elas existem e me divirto com todas”, diz a atriz.

Ao longo da viagem, Adriana vai descobrindo sua liberdade e percebe que não depende de um homem para ser feliz. Mas essa nova ideologia contradiz sua aproximação com André (Reynaldo Gianecchini). Por causa de uma pequena confusão no início, Adriana acha que o personagem é gay e acaba se aproximando dele apenas como um amigo. Esta é a quinta parceria entre os dois atores. Três foram na televisão e duas no cinema, a primeira na comédia Avassaladoras, que teve contribuição de Cris D’Amato. “Giane é um irmão, parceiro e amigo de todas as horas. Temos uma sintonia maravilhosa. Acima de tudo, também nos divertimos muito em cena. Gostamos do que fazemos e damos muitas risadas. Nada melhor do que a amizade para fazermos um excelente trabalho juntos”, conta Giovanna. Reynaldo Gianechinni também destaca a amizade dos dois e conta que eles se tornaram amigos fora do trabalho.

A inovação do filme não vai além da aposta no gênero comédia romântica. Paradoxalmente, S.O.S Mulheres ao Mar não acrescenta nada de novo em sua produção. Aliás, o longa é um exemplo explícito de que o cinema pode ser muito comercial, visto que no filme encontram-se muitas propagandas, principalmente nas cenas do cruzeiro.

Apesar da mesmice, Giovanna Antonelli incorpora bem sua personagem, mas as boas risadas surgem quando Fabíula Nascimento e Thalita Carauta entram em cena. Uma curiosidade é a figuração de S.O.S Mulheres ao mar. Ao total, são três mil figurantes e todos eles estavam no cruzeiro como passageiros. A melhor parte é poder apreciar a bela paisagem italiana, com sua arquitetura renascentista. O filme teve três locações: a primeira no Rio de Janeiro, a segunda num cruzeiro, em que a equipe ficou por 30 dias, e a terceira na própria Itália. 

Por ser um cruzeiro de verdade, em alto mar, alguns atores passaram mal nas gravações como foi o caso de Marcello Airoldi e Emanuelle Araújo, que chegou a ser hospitalizada. Para o papel principal, Cris D’Amato apresentou o roteiro a Giovanna Antonelli e a atriz topou assim que o leu. Na época, ela não podia embarcar no cruzeiro por muito tempo devido às gravações da novela Salve Jorge, na qual interpretava a delegada Helô. Mas tanto Cris como o produtor Júlio Uchôa queriam Giovanna no filme e eles conseguiram adiar as gravações por três meses.

S.O.S Mulheres ao Mar estreia nos cinemas nesta quinta-feira (20).

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A primeira parte de Ninfomaníaca dividiu opiniões de quem assistiu ao filme. Enquanto muitos esperavam por um típico filme de arte feito por Lars Von Trier, outros estavam ansiosos pelas cenas de sexos tão exploradas pelo marketing do filme. Enganou-se quem foi ver o volume 1 achando que era um filme repleto de pornografia. O mesmo serve para a segunda parte, que estreia nesta quinta-feira (13) devido ao novo padrão estabelecido pela Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec). Ao todo, Ninfomaníaca mostra-se um drama psicológico envolvente. A primeira parte foi caracterizada pela descoberta do prazer e a tentativa de encontrar o amor. Nesta segunda, o vício pelo sexo vira dor e sofrimento. 

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Antes de tudo, é preciso lembrar que Ninfomaníaca Vol. 1 e 2 compõem um único filme. A divisão em duas partes foi uma boa jogada. Um filme de Lars Von Trier com duração de 2 horas já cansa, imagina um com quatro horas seguidas. Por ser um único longa, a segunda parte de Ninfomaníaca continua no mesmo ritmo da primeira, cansativo, embora mais chocante. As situações cômicas encontradas na primeira parte dão lugar a momentos de tortura psicológica e agressões físicas. 

Ao todo, o filme é dividido em oito capítulos. A segunda parte mostra o final do quinto e os três restantes. A conversa entre Joe (Charlotte Gainsbourg) e de Seligman (Stellan Skarsgard) continua, dessa vez com diálogos menos eruditos que no primeiro volume. Com entrada de novos personagens, a ninfomaníaca transita entre a adolescência e a vida adulta. De início, a busca pelo prazer continua no mesmo ritmo que o primeiro filme, com desejos sexuais. A diferença é que não há tantas cenas de sexos como na parte lançada em janeiro.

A vida de Joe sofre uma reviravolta. A ninfomaníaca agora precisa impor limites e até entra em abstinência. Sem muito sucesso na tentativa de “curar” o vício, Joe inicia uma nova fase em sua vida cada vez mais revoltada. De forma chocante, o sexo é apresentado como uma droga, com direito a efeitos colaterais causados pela abstinência e pela recaída. Lembrando que Ninfomaníaca é recomendado apenas para MAIORES DE 18 ANOS.

O final dado por Lars Von Trier não poderia ser mais irônico. O diretor ousou desde o início da divulgação com propagandas apelativas ao sexo. Na verdade, ele mostra uma lição à sociedade quando lança um longa dramático em vez de um filme totalmente pornográfico, o que era esperado visto que o marketing é baseado em cenas e fotos orgásticas. Mesmo assim, os atos sexuais existentes em Ninfomaníaca não podem ser ignorados. Sempre polêmico, o diretor trabalha com close ups em pênis e vagina, causando certo desconforto em algumas situações. No mais, assim como o primeiro volume, a segunda parte de Ninfomaníaca é um bom filme para quem procura assistir a um.

Há 50 anos a Walt Disney lançava o musical fantasioso Mary Poppins no cinema. A obra é baseada no livro homônimo escrito por Pamela L. Travers e ocupa a sexta colocação na lista dos 25 maiores musicais americanos de todos os tempos, elaborada pelo American Film Institute em 2006. Agora, em 2014, no aniversário de 50 anos da personagem, a saga para a produção do musical é retratada em Walt nos Bastidores de Mary Poppins, cuja estreia acontece nesta sexta-feira (7) no Brasil.

O filme é estrelado por Emma Thompson (Pamela Travers) e Tom Hanks, interpretando o magnata Walt Disney. A atuação de Emma é emocionante e verdadeira. Ela consegue despertar no espectador sensações que vão do riso às lágrimas. Já Hanks como Walt Disney é estranho de início. Embora ele faça uma boa interpretação, em vários momentos fica difícil separar o ator do personagem, que tem uma personalidade e característica próprias.  

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Disney passou 20 anos para ter os direitos autorais de Mary Poppins. O processo foi dificultado pela própria Pamela, que não se rendeu à magia proporcionada pelo criador do Mickey Mouse. A cinebiografia ganha pontos com a trilha sonora, direção de arte e a montagem, simples, mas que faz com que o espectador valorize detalhes minuciosos do filme. A trilha foi composta por Thomas Newman e indicada ao Oscar 2014. 

Dirigido por John Lee Hancock, o filme é uma verdadeira aula sobre cinema. Na trama são trabalhadas questões como roteiro, trilha sonora e figurino, questões fundamentais para o andamento de um longa. Pamela Travers, criadora de Mary Poppins, faz o possível para não modificar a história original. Em diversos momentos, ela critica a forma de produção da empresa Disney. Bastante durona, a escritora não se rende à magia proporcionada pelas criações de Walt. Mas ao final, o filme mostra-se uma verdadeira produção da Disney: repleto de fantasia. 

Mary Poppins

Estrelado por Julie Adrews, o musical lançado em 1964 se passa em Londres, no ano de 1910, e conta a história de um banqueiro, George Banks (David Tomlinson), que está em busca de uma babá para seus dois filhos, já que eles fizeram com que a anterior se demitisse. Então, as crianças resolvem escrever um anúncio diferente. Ao lê-lo, Banks acha fantasioso demais e o joga no lixo.

Os pedaços de papéis voam juntos até uma nuvem onde está Mary Poppins que, no outro dia, aceita o emprego. As crianças ficam fascinadas com a babá, já que ela é exatamente como sonharam.

O âncora mais carismático do Cinema está de volta às telonas mais no sense do que nunca. Depois de um hiato de 10 anos, Ron Burgundy (Will Ferrell) retorna em Tudo por um furo ao lado de sua equipe, que mudará completamente a forma de fazer telejornalismo. O Âncora- A Lenda de Ron Burgundy estreou nos cinemas em 2004, mas não alcançou a popularidade de imediato. A maioria dos fãs só descobriu a história algum tempo depois, com o lançamento em DVD. 

Na continuação da história de Ron Burgundy, dirigida por Adam McKay, o âncora vive um dilema no qual precisa escolher entre o amor da família e a fama de ser um apresentador de telejornal bem sucedido. Após ser demitido de uma emissora e passar algum tempo fora do mundo jornalístico, Bugundy recebe uma proposta que revolucionará o telejornalismo. Parece comum, mas como a história se passa no final dos anos 1970, o surgimento de um canal (GNN) 24 horas de notícias seria um marco no jornalismo.

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Com a ajuda de seus amigos Brick Tamland (Steve Carell), Brian Fantana (Paul Rudd) e Champ Kind (David Koechner), Burgundy conquista a fama que jamais imaginaria ter. Em meio às piadas, e a comédia no sense do filme, a história mostra os bastidores do dia a dia do mundo jornalístico, no qual a audiência é mais importante que a relevância das notícias. A transformação do telejornalismo começa quando Burgundy e a equipe decidem produzir matérias que “os americanos gostam de ver”. A partir daí, o telejornalismo se reproduz e mostra o que atualmente pode ser visto em programas sensacionalistas. 

Mesmo com um tom cômico vulgar e politicamente incorreto, o filme representa uma sátira e promete arrancar boas risadas do público. Inclusive, devido ao grande sucesso no primeiro longa, uma das cenas finais volta na continuação, com participações especiais que transformam o momento no ápice de Tudo por um furo. No Brasil, a comédia estreia nesta sexta (21).

 

O diretor Steve McQueen trouxe para o cinema uma história norte-americana sem o patriotismo típico da nação. 12 anos de escravidão retrata um período que paradoxalmente deveria ser esquecido, mas, ao mesmo tempo lembrado, para que a situação pela qual Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor) e tantos outros passaram não volte a acontecer.

Em um Estados Unidos pré-Guerra Civil, Solomon é livre e vive com sua mulher e seus dois filhos no norte do país. Até que ele cai num golpe e é vendido como escravo para fazendeiros do sul do país. Essa triste história real dura 12 anos, com chicotadas cruas e sem piedade.

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O filme começa confuso. A montagem não favorece o início da trama, que chega a confundir o espectador. Por sorte, isso não ocorre durante todo o longa. Intelectual, Solomon precisa esconder seus conhecimentos para sobreviver. Assim como nos dias de hoje, para os detentores do poder, pensar e questionar podem ser uma ameaça para quem tem o controle da sociedade. Os piores anos da vida de Solomon certamente são na fazenda de Edwin Epps (Michael Fassbender), um senhor de escravos que tem prazer em castigar.

No meio da história de Solomon, surge Patsey (Lupita Nyong’o), uma escrava que, frequentemente, é abusada por Edwin Epps. Uma das cenas mais fortes e angustiantes é protagonizada por Lupita, cuja atuação de poucos minutos já é o suficiente para entregá-la o Oscar de melhor atriz coadjuvante. A cena, assim como o filme, é triste e chocante. Talvez esse seja o propósito de McQueen: mostrar a outra parte da história americana sem cortes e sem medo. O ator Brad Pitt faz uma pequena participação no longa como um abolicionista, mas seu grande trabalho foi atrás das câmeras produzindo o filme.

12 anos de escravidão concorre ao Oscar em 9 categorias, entre elas a de Melhor Filme. O longa é um dos mais cotados para levar a principal estatueta da premiação, além de ter recebido o Globo de Ouro de Melhor Filme de Drama e o BAFTA de Melhor Filme. A estreia no Brasil é nesta sexta-feira (21).

O ano é 2028, mas na realidade está mais próxima do que se imagina. Utilizar robôs para garantir mais segurança e combater o crime já é algo encontrado nos dias de hoje, como os Drones, por exemplo, equipamento aéreo criado pelos Estados Unidos, que pode servir como uma arma militar. No reboot de RoboCop percebe-se um contexto semelhante, no qual a máquina está à serviço da segurança. Resta saber para quem é seguro.

Considerado um super-herói, RoboCop ganhou sua primeira versão para os cinemas em 1987, em filme bastante elogiado, sendo quase impossível surgir um reboot que superasse o longa original. Até que aparece o diretor brasileiro José Padilha (Tropa de Elite; Tropa de Elite 2) e consegue trazer um novo RoboCop, com uma história repaginada, política e com mais ação do que nunca.

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Tudo começa com um atentado à vida de Alex Murphy (Joel Kinnaman), um policial de bom caráter que pode ser uma pedra no sapato de muita gente. O acidente o deixa entre a vida e a morte. A situação aparenta ser bem favorável para os donos da empresa OmniCorp, que deseja criar robôs para combater o crime nas grandes cidades. Com o estado crítico de Alex, Raymond Sellars (Michael Keaton) aproveita para desenvolver sua ideia de criar um robô que tenha consciência humana, a fim de conquistar o povo americano, garantindo seus objetivos políticos.

A transformação de Alex num robô é bastante perturbadora. Padilha faz questão de mostrar, de maneira crua, as únicas partes do corpo humano que restaram no em Alex: a cabeça com o cérebro à mostra, os pulmões e uma mão. Por mais que seja chocante, a reconstrução de forma cibernética agrada a quem assiste. É um verdadeiro show de efeitos especiais e também de interpretação, tanto de Kinnaman quanto do ator Gary Oldman, que vive o Dr. Dennett Norton, médico ambicioso e responsável pela nova vida de Alex.

No entanto, a busca pelo desempenho perfeito da máquina acaba abrindo mão das emoções de Alex. Com o desligamento da parte humana pelo Dr. Dennett, Alex passa a enfrentar seu maior inimigo: ele mesmo. O amor dele pela família será sua maior arma contra a máquina e contra aqueles que se sentem ameaçados pelo incorruptível RoboCop. É nesse momento que surge uma das melhores cenas do filme, com uma boa sequência de ação e direção característica de Padilha.

Os roteiristas Josh Zetumer, Edward Neumeier e Michael Miner- estes dois últimos também participaram do roteiro do filme original - abordam um ponto crucial da sociedade norte-americana: o patriotismo. A OmniCorp cria um slogan de proteção e segurança a fim de garantir o apoio da população. A mídia americana, através de Pat Novak (Samuel L. Jackson), representa bem o patriotismo norte-americano, com discursos nacionalistas sobre protecionismo. O personagem de Jackson representa bem o poder da opinião pública, que muda de lado de acordo com seus interesses. Novak possui uma lábia que convence qualquer espectador.

No mais, RoboCop é um filme com uma ação característica do diretor de Tropa de Elite. Como diria RoboCop: “Thank you for you cooperation”, José Padilha.

Em tempo

RoboCop estreia nesta sexta (21) nos cinemas do Brasil. Embora esteja arracando elogios entre os brasileiros, parece que o longa não despertou tanto interesse dos norte-americanos. Na semana de estreia nos Estados Unidos, RoboCop ficou em terceiro lugar no ranking das bilheterias, perdendo para o romance About Last Night e a animação Uma aventura Lego, que conquistou a primeira posição.

Ou Você Poderia Me Beijar vem contar uma história cada vez mais rara, mas não incomum. Poderia ter acontecido com seus avós. Ou seus pais. Depois de 60 anos de união, um casal precisa aprender a se separar. Um deles está doente. Não demora muito a morrer. E a presença do Mal de Alzheimer, que mina as memórias desse que vai embora, só torna a despedida mais penosa.

O que contribui com a singularidade do texto é, ao olhar para essa dor tão compreensível, escolher trazer dois homens como par protagonista. Com direção de Zé Henrique de Paula, a montagem se apoia em um texto inglês, originalmente produzido para o National Theater, de Londres. A dramaturgia cabe a Neil Bartlett e teve a colaboração da Handspring Puppet Company - a dupla de bonequeiros responsável pela mais festejada criação recente da cena londrina: War Horse.

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Originalmente, Ou Você Poderia Me Beijar também foi concebida para ser encenada com bonecos. Na versão brasileira, a mecânica da obra foi adaptada e traz seis atores, escalados para interpretar os personagens principais em três momentos da vida: na velhice (vividos por Claudio Curi e Roney Facchini), na maturidade (Marco Antonio Pâmio e Rodrigo Caetano) e outro na juventude (encarnados por Thiago Carreira e Felipe Ramos).

A estrutura proposta pelo texto não permite apenas os flashbacks habituais, mas um efetivo transbordamento de tempos. Um procedimento que evidencia os pontos de contato entre passado e presente. "Existe uma indissociabilidade entre forma e conteúdo. É uma história que não seria a mesma se contada de outra maneira", considera Zé Henrique, encenador devoto da dramaturgia britânica recente.

Em meio à trama - que segue esse fluxo atravessado por interferências dos protagonistas em outras idades - há ainda a presença de vozes que escapam ao conflito principal. Todas elas a cargo da atriz Clara Carvalho. A voz de uma advogada, de uma cozinheira, de uma cientista que profere uma palestra sobre o processo de degeneração da memória.

É a própria identidade que se esvai conforme rareiam as lembranças. Nomeado apenas como B., o personagem de Roney Facchini surge em cena com uma caixa de fotografias. Quer recordar alguma coisa. Encontrar o fio de Ariadne que lhe permita retornar aquele ponto exato no qual perdeu-se de si mesmo.

Uma canção faz as vezes de "madeleine" na peça. What Are You Doing the Rest of Your Life, tema de Michel Legrand para o filme Tempo para Amar, Tempo para Esquecer, é capaz de mover o enredo: para frente e para trás.

Ainda que Neil Bartlett seja reconhecido como um autor engajado, esse título passa ao largo da militância. "Não é uma peça sobre o movimento gay", ressalva Claudio Curi. Para Facchini, "o que se está realmente discutindo é como essa célula, esses dois que se tornaram um só, vão fazer para se dividir agora".

Mas não se desconsideram as dificuldades extras que são impostas pela opção sexual do casal. O temor de se expor na Cidade do Cabo (onde se passa a história) dos anos 1970. A ausência de garantias legais de que um vá herdar os bens do outro em caso de morte.

Ou Você Poderia Me Beijar é uma história sobre o amor. E sobre a velhice, o desamparo, o medo, a intolerância. Talvez, o autor tenha sido generoso a ponto de permitir que cada espectador encontre aí o seu tema maior. Mas, sobre todos esses vieses, parece reinar o tempo. É ele a comandar as engrenagens. A abrir e fechar a gaveta de recordações. A fazer com que tudo que aconteceu uma vez, não deixe jamais de ecoar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acostumado com comédias, o público brasileiro tem a chance de conferir uma das raras produções do gênero terror genuinamente canarinha. Quando eu era vivo é um thriller psicológico, sem vilão e mocinho, mas aborda, sobretudo, a relação entre pai e filho. O novo filme de Marco Dutra (Trabalhar Cansa) homenageia o horror e tem Antonio Fagundes e Sandy Leah no elenco.

Júnior (Marat Descartes) acaba de enfrentar um divórcio e está desempregado. Sozinho, o rapaz se refugia na casa do pai Sênior (Antonio Fagundes), que divide o apartamento com Bruna (Sandy Leah), uma estudante de música. Quando retorna ao local onde viveu a infância, Júnior se incomoda com a mudança da casa. No filme, esse momento pode ser visto através de uma bela sequência fotográfica dos cômodos do local. Para evitar lembranças do passado, o pai havia escondido todos os objetos da falecida mulher. Mas com a volta do filho, as memórias voltam a amedrontar o personagem de Fagundes.

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O suspense é presente em todo o filme. Dutra insere o efeito através de uma trilha sonora instrumental, que oscila entre a calmaria e a agitação de um piano. A câmera também se torna um bom recurso. Dutra dá preferência a planos fechados em detalhes dos personagens e do cenário. O horror também é uma característica da trama, que teve roteiro baseado no livro A Arte de Produzir Efeito Sem Causa, de Lourenço Mutarelli (O cheiro do ralo). Com imagens macabras feitas em vídeos caseiros, o passado retorna ao presente de Júnior, que acaba apresentando sintomas de loucura com tantas lembranças.

A grande sacada de Dutra foi trazer ao filme certas crenças que dividem opiniões entre os brasileiros. O roteiro ganha uma benzedeira e uma mãe que possui fé em imagens de cera, gerando um ocultismo durante todo o filme. Amante do horror, Dutra faz referência a clássicos do gênero como O Iluminado, livro de Stephen King que ganhou adaptação cinematográfica de Stanley Kubrick. Até mesmo o boneco Fofão aparece em cena. 

A atuação também surpreende. Marat Descartes comanda a insanidade do filme. Em oscilações de humor do personagem Júnior, o ator mostra todo seu talento como protagonista. Conhecido por seus papeis nas novelas da Globo, Antonio Fagundes retorna às telonas mostrando todo seu talento como ator. 

Sandy talvez seja a verdadeira surpresa do longa. Cantora e atriz, a artista carrega um símbolo de inocência entre as gerações dos anos 1990 e 2000. Com papéis de mocinha em novela e seriado, a atriz mostra que pode falar palavrão, “dar uma amaço” no carro, e até ser o símbolo sexual do filme. A escolha da atriz não foi à toa. A personagem Bruna também canta na trama, aliás, as músicas não aparecem como pano de fundo. Elas fazem parte do ocultismo por trás da história.

Com um final inteligente e sensível, Quando eu era vivo se torna uma das marcas do thriller psicológico brasileiro. Por ter um conhecimento vasto no terror, o diretor Marco Dutra desenvolve uma boa história. Sem falar na sua qualidade técnica por trás das câmeras, que é perceptível em todo filme.

 

 

 

 

Um velho ditado afirma que, para viajar, basta ler um livro. Essa frase ganha sentido na história de Liesel Meminger, a menina que roubava livros. A trama se passa na Alemanha nazista durante Segunda Guerra Mundial, período de repressão e censura por parte do Governo. Aprisionada nesse mundo, Liesel busca sua liberdade através do poder dos livros. 

A menina que roubava livros é uma adaptação do best-seller de mesmo nome lançado em 2005 e escrito por Markus Zusak. Ao transformar a obra literária para o cinema, o roteirista Michael Petroni acerta, sem deixar de lado algumas passagens importantes da obra. Aliás, assim como o livro, o filme também é narrado pela Morte, representada por uma voz forte e ao mesmo tempo aconchegante.

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Liesel Meminger é uma menina abandonada pela mãe e entregue a uma nova família, composta por Rosa Hubermann (Emily Watson), uma mulher com o coração de pedra, e Hanz Hubermann (Geoffrey Rush), um homem tão doce quanto o som do seu acordeão. A peculiar narradora (a Morte), em meio a toda tragédia, fica encantada com a pequena Liesel no momento em que uma pessoa próxima à garota perde a vida.

Em quase todo filme, é notável a técnica de close-ups utilizada pelo diretor Brian Percival, que mostra seu bom trabalho na harmonia entre as cenas, principalmente quando faz um paralelo entre o coral da escola de Liesel e um ataque do exército nazista na chamada Noite dos Metais. De forma inteligente, o diretor não utiliza o close à toa. Ele situa o espectador e amplia a cena em uma sequência aberta.

A atriz Sophie Nélisse (Liesel) não parece ter ficado intimidada pelo close up e mostra todo seu talento nas cenas. Percival também brinca com o foco, que termina sendo uma boa maneira mostrar qual personagem é importante naquele plano. Mesmo vigiada pela morte, Liesel se mostra uma menina corajosa e inteligente.

A garota encontra nos livros a liberdade que faltava na Alemanha Nazista. Nesse período, muitos livros foram queimados, pois a única coisa que um governo ditatorial pode temer é o conhecimento. Em busca de sua liberdade, a menina às vezes rouba uns livros. “Nem sempre foi meu”, essa é o eufemismo que Liesel usa, com muita perspicácia, para explicar os furtos.

Outra marca inteligente do filme é o uso da trilha sonora feita por John Williams ao piano. Outro destaque é o acordeão do senhor Hanz Hubarmann, que toca de forma delicada músicas conhecidas mundialmente como a do nascimento do menino Jesus. Um momento bom para apreciar o som é durante um ataque a Alemanha. Durante esse cena, o momento se torna uma valsa, comandada pelo acordeão de Hubarmann.

Além de emocionar, a história da corajosa Liesel, tanto no filme como no livro, traz uma reflexão para a atualidade. Em um mundo no qual a “falta de tempo” é a desculpa da vez, as pessoas só irão valorizar o poder da escrita e da leitura quando a liberdade para o conhecimento estiver ameaçada. Afinal, nada é mais libertário do que as palavras.

Os gamers que gostam de expressar sua opinião sobre jogos agora possuem um novo espaço para realizar esta atividade. É que a Steam anunciou que a plataforma de títulos eletrônicos terá um espaço para reviews de jogos. Por enquanto ativo apenas na versão beta, o sistema permitirá aos usuários analisar críticas de outros internautas.

A ideia é que a comunidade trabalhe por si, ou seja, que os jogadores possam reportar textos abusivos que não acrescentem nada a média do jogo, já que este indicador será medido pela qualidade das reviews que o título irá receber. Outro tipo de sistema contra fraude é que só será possível escrever críticas utilizando a plataforma. Desta maneira, será exibida ao lado do texto a informação de quanto tempo o autor demorou para escrever a resenha, o que pode influenciar diretamente a avaliação de outros usuários.

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Além disso, a Steam permitirá que os players sigam usuários com os quais eles se identificam. O texto poderá ser escrito em português e existem filtros para que os internautas pesquisem análises específicas. Já os desenvolvedores poderão responder as críticas feitas, mas não podem apagá-las. 

Sobrenatural não foi criado para virar franquia ou ter sequências e mais sequências, como o são a maioria dos filmes de horror da atualidade, vide Jogos Mortais e Atividade Paranormal, produtos dos mesmos criadoresdeste. Mas o sucesso de público, e de boa parte da crítica, fez do segundo capítulo algo, no mínimo, ansiado. A boa repercussão da outra obra de James Wan neste ano,Invocação do Mal, aumentou ainda mais as expectativas para a película. O diretor malaio, que afirmou encerrar, pelo menos por enquanto, a sua filmografia no horror, já está comandando as filmagens de Velozes e Furiosos 7.

Thor – O Mundo Sombrio possui dois grandes problemas: o primeiro deles diz respeito a sua trilha sonora completamente genérica e pouco empolgante, que inclusive chega a diminuir o impacto criado por determinadas sequências grandiosas; o segundo é o seu CGI, que se não prejudica em passagens  menores, quando surge a fim de retratar a imponência dos mundos que cercam aqueles deuses, deixa transparecer que estamos, o tempo todo, diante de um fundo verde, já que os grandes cenários surgem quase sempre esmaecidos ou “distantes” dos atores.

Não é de agora que o cinema nacional tem procurado se pautar em novos estilos. Se as  películas brasileiras abusavam dos palavrões e da nudez exacerbada, caminhamos para uma nova era cinematográfica. Meu Passado Me Condena, primeiro longa-metragem da diretora carioca Julia Rezende, segue um viés de comédia romântica inglesa, apostando em cenas leves de humor, mas escorrega nos clichês e no timing das piadas, deixando o roteiro cansativo.

Adaptação da série de mesmo nome que já vinha fazendo sucesso na TV fechada, o longa conta a história de Fábio (Fábio Porchat) e Miá (Miá Mello), casal que vai passar a lua de mel em um cruzeiro, onde reencontra Beto (Alejandro Claveaux), ex-namorado de Miá, casado com Laura (Juliana Didone), antiga paixão não correspondida de Fábio. À bordo do cruzeiro que vai do Rio de Janeiro até a Europa e em meio aos tantos ‘atrapalhos’ e diferenças do casal, que se conhece há pouco mais de um mês, eles viram alvo de um casal de trambiqueiros, vivido por Marcelo Valle e Inez Viana.

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O roteiro é de Tati Bernardi. O personagem de Fábio Porchat - um menino no corpo de um homem - é imaturo, inseguro e hipocondríaco. Fábio é o sonho de consumo de qualquer adolescente: com seu senso de humor e olhar pueril, o animador de festas infantis é o príncipe encantado tão esperado por Miá, e não por acaso ela o conhece assim.

Mas o filme não passa de um conto de fadas da vida real em que, de uma forma graciosa, são abordados os deslizes dos casais modernos. Porchat é o único capaz de impedir o naufrágio da trama, mas o comediante parece perdido no enredo e não consegue estabelecer uma dinâmica cômica com Miá. Meu Passado Me Condena tem estreia nacional nesta sexta (25), em 350 salas do Brasil.

Sempre fui uma pessoa que se considerou de poucos amigos e pouquíssimos melhores amigos. Na verdade, por muito tempo, questionava se tinha algum melhor amigo. Fui um solitário por natureza durante muito tempo, sempre me resguardando das possíveis derrotas que a vida me traria, como se ninguém mais no mundo as atravessasse. Porém, fui crescendo e saindo da concha aos poucos, mas, ainda assim, sou daqueles que se sente um solitário em meio à multidão. Talvez me sinta assim por muito tempo ainda.

Quem me conhece, sabe que nunca tive nenhuma relação de amor com a música brega, por mais próxima que ela estivesse do meu cotidiano de subúrbio. Contudo, não posso negar certa satisfação em observar a ascensão da classe C como uma forma de tornar visível um nicho pouco conhecido – e até certo ponto, aceito e absorvido – por aqueles que se consideram afeitos a uma “cultura superior”.

O Lugar Onde Tudo Termina, de Derek Cianfrance, é um filme do tipo "três em um". O primeiro é sobre o personagem de um motociclista muito hábil, Luke (Ryan Gosling), necessitado de dinheiro urgente quando descobre que a ex-namorada, Romina (Eva Mendes), teve um filho seu. A segunda é sobre um policial, Avery Cross (Bradley Cooper), que conhece uma fantástica ascensão de carreira ao impedir um assalto a banco e matar o bandido na fuga. O terceiro é sobre dois adolescentes de mesma idade, que não deveriam ter se conhecido, mas mesmo assim se conhecem, se tornam amigos e depois antagonistas. Ao contrário dos antigos aparelhos de som "três em um" esta história, contada em três módulos interligados, funciona muito bem.

É uma história de amor e violência, e muito bem filmada. Cianfrance, diretor de talento (é dele o também surpreendente Namorados para Sempre), confere intensidade às imagens. Há força nelas. E também paixão e pouco receio de fazer uma narrativa para adultos. O que significa ser um espectador adulto? É aquele que, por ter alguma experiência de vida (e de cultura, cinema aí incluído), suporta bem a ambiguidade dos personagens.

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O Luke, de Ryan Gosling, não é exatamente um modelo de cidadão a ser seguido por sua conduta. Não tem atitudes bonitas, mas, mesmo assim, é possível que atraia a simpatia de grande parte da plateia. Sem retórica, sem desculpar seus atos, leva o público ao desejo de compreendê-lo. Ao contrário do que diz o ditado francês ("tudo compreender é tudo perdoar"), o espectador adulto pode entender determinadas ações como partes da experiência humana e nem por isso endossá-las ou deixar-se influenciar por elas. Uma obra de ficção abre uma janela para a experiência humana mais completa, mesmo que não a desejemos para nós. Não precisamos admirar Raskolnikov para acompanhá-lo, com curiosidade, e mesmo simpatia, pelo labirinto de Crime e Castigo.

O mesmo se pode dizer do policial Cross, vivido por Bradley Cooper. Pode alguém ter a consciência pesada por algum ato praticado e, ao mesmo tempo, beneficiar-se desse ato? É esse tipo de dilema moral que O Lugar Onde Tudo Termina propõe ao espectador. O veículo desse questionamento será a trajetória de Avery Cross ao longo de 17 anos.

Sim, porque Cianfrance trabalha com essa extensão de tempo, dando oportunidade que os personagens (pelo menos alguns deles) cresçam, se modifiquem, se desenvolvam. E, de certo modo, se enredem nas contradições que o destino reserva para quase todo mundo nos cantos escuros da vida. Isso se aplica a todos os personagens envolvidos no drama.

De resto, Cianfrance retrata uma América pouco triunfante, bem diferente da dos blockbusters alienados. É, um pouco, a América dos perdedores, dos losers (o pior insulto numa sociedade competitiva), da arraia-miúda formada por brancos pobres, imigrantes sem papéis, negros desempregados. A pequena margem da sociedade, que pode nem estar na miséria absoluta, mas a contempla como uma possibilidade real, a ser evitada com todas as forças e por todos os meios. É também a América da corrupção policial e política, de tudo aquilo que escapa ao controle e à vigilância e forma o armário de esqueletos das comunidades moralistas. Não deixa de ser também a América das drogas, dos filhinhos de papai, transgressores de costas quentes e irresponsáveis. O desejo de colocar tudo isso no mesmo saco, revela um cineasta ambicioso, no melhor sentido do termo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O LUGAR ONDE TUDO TERMINA

Direção: Derek Cianfrance. Gênero: Drama (EUA/2012, 140 min.). Classificação: 16 anos.

Sexta-feira (28)

A madame Tereza Cristina, depois de ter matado o mafioso dentro de sua casa, contratou um advogado para tirar o seu motorista Baltazar da cadeia, deixando seu mordomo Crô sem acreditar na "bondade" da madame. O mordomo imediatamente liga para Celeste, que fica nervosa ao saber que o seu marido pode ficar solto e teme que ele possa tentar bater nela novamente. Celeste garante para Griselda que, dessa vez, não vai deixar que o marido toque outra vez nela. 

Óris e Alice comem tudo do bem e do melhor no restaurante Le Velmont, na hora de pagar a conta, elas afirmam para o chefe que estão desprovidas de dinheiro. René afirma que se elas não pagarem a conta vão lavar todos os pratos que estiverem sujos no restaurante.

Após Carolina trocar e-mails com Juan Carlos se passando por sua mãe, Juan encontra Letícia na rua e a cumprimenta esperando que a jovem professora retribua, porém, ela simplesmente o ignora.

Sábado (29)

René questiona Tereza Cristina sobre se tia Íris têm algum segredo e porque ela fica tão perturbada quando a megera fala sobre seu passado. A madame tenta se sair dos questionamentos do marido afirmando que é só impressão do dele. Quando fica sozinha, Tereza começa a resmungar falando que a tia quer deixá-la insegura e por isso a ameaça todos os momentos.

Tereza Cristina quer soltar seu veneno por todas as partes e vai para a reunião de condomínio para tentar impedir que os moradores do conjunto aceitem a compra da casa pela "ex-faz-tudo", Grilselda.

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Paulo escuta sua mulher Esther falar que vai para Itaipava continuar seu tratamento e fica preocupado em saber a escolha final dela: se ela optou por engravidar e desistir do seu casamento.

Wallace começa o treino para a revanche com o lutador Muralha deixando sua mulher, Teodora, apreensiva com a luta final, pois o lutador pode morrer em pleno ringue.

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