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O Brasil continua empilhando medalhas no Mundial de Ginástica Artística da Antuérpia, na Bélgica. Rebeca Andrade e Flávia Saraiva conquistaram uma dobradinha do solo, dividindo o pódio novamente com Simone Biles, que ficou com o ouro. Rebeca foi medalha de prata e chegou à sua quinta medalha nesta edição do Mundial. Flavinha também fez uma grande apresentação e ficou com o bronze.

O Brasil conquistou medalhas em todas as provas em que esteve neste Mundial, totalizando seis para o time brasileiro, recorde do país na competição. Neste domingo, Rebeca Andrade já havia se superado e garantido o seu primeiro pódio na trave, com uma medalha de bronze. Já Flávia Saraiva volta ao pódio após conquistar a prata junto com Rebeca na disputa por equipes na quarta-feira.

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Flávia Saraiva mostrou repertório com todas as acrobacias no solo e acertou as passadas, com direito a um duplo mortal com pirueta. Os jurados deram nota de 13,866 para a ginasta carioca, que assumiu a primeira posição momentaneamente. Após a apresentação da holandesa Naomi Visser, Flávia Saraiva teve uma correção de nota e subiu para 13,966.

Apesar de ter elevado a nota pelo nível de dificuldade, Simone Biles cometeu alguns erros de execução. A americana excedeu os limites do tablado em uma das passadas, o que custou alguns pontos. Ainda assim, ela conquistou nota de 14,636 e pulou para a ponta da classificação.

Rebeca Andrade apareceu como ameaça mais uma vez para a americana e passou muito perto de superá-la, assim como havia feito no salto sábado. Com execução quase perfeita do seu novo solo com as músicas "End of Time, da Beyoncé, e "Movimento da Sanfoninha", da Anitta. A paulista mostrou que está no páreo de Biles e cravou nota de 14,500, assumindo a segunda posição, muito próxima da americana.

Ameaçando a nota de Flávia Saraiva, a chinesa Zhou Yaqin se apresentou após Rebeca Andrade. A asiática teve nota de 13,300, na sexta colocação. Restava apenas a romena Sabrina Maneca-Voienea para ameaçar uma dobradinha brasileira no pódio. A romena passou perto, com 13,766, mas não conseguiu superar a nota de Flavinha.

OUTROS RESULTADOS

Nas barras paralelas masculinas, o alemão Lukas Dauser teve nota de 15,400 e ficou com o ouro. Já o chinês Shi Cong garantiu a prata com 15,066 e o bronze ficou com o japonês Kaito Sugimoto, que cravou 15,000.

A mala de Rebeca Andrade vai voltar pesada para o Brasil. A ginasta paulistana conquistou mais uma medalha no Mundial de Ginástica neste domingo. Agora, o bronze veio na trave, que até então tinha sido a única prova que Rebeca nunca tinha subido ao pódio, seja em Mundiais ou Olimpíadas. Simone Biles ficou com o ouro, com a nota de 14,800. A brasileira, que precisava de 14,100 para ficar entre o top 3, tirou 14,300. Ela foi premiada em todas as provas que competiu. É a 12ª ginasta na história a alcançar o feito.

Este é o quarto pódio do Brasil na atual edição do Mundial da Antuérpia, na Bélgica, recorde do país na competição. Rebeca Andrade, aos 24 anos, aumenta sua contagem para oito medalhas em Mundiais, o que ainda pode ser ampliado neste domingo, já que ela também se apresenta no solo, junto com Flavia Saraiva. A chinesa Zhou Yaqin alcançou nota de 14,700 e ficou com a prata.

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Simone Biles fez uma apresentação perfeita para encaminhar o tetracampeonato mundial na trave. Com muita precisão em todos os movimentos, a americana garantiu nota 14,800 e pulou para a primeira colocação.

Uma nova postulante a medalha veio logo após a apresentação de Biles. A jovem chinesa Zhou Yaqin ameaçou a liderança da americana com uma grande apresentação e tirou nota de 14,700.

Rebeca Andrade foi a última atleta a vir para a trave e cravou na saída, fechando uma grande apresentação. Com alguns desequilíbrios médios, a brasileira conseguiu um lugar no pódio, com nota de 14,300 e a medalha de bronze. Ela superou a holandesa Sanne Wevers, que teve nota de 14,100.

SALTO MASCULINO

O dia de competições começou com a disputa do salto masculino. O britânico Jack Jarman ficou com a medalha de ouro, com nota de 15,050. Khoi Young, dos Estados Unidos, garantiu a prata, com nota de 14,849. Já o ucraniano Nazar Chepurnyi teve média de 14,766 e terminou com o bronze.

Rebeca Andrade travou mais uma disputa emocionante com Simone Biles neste sábado e, desta vez, conquistou medalha de ouro no Mundial de Ginástica Artística da Antuérpia, na Bélgica. A americana foi a primeira a saltar e estabeleceu média de 14,549 e só foi superada após dois saltos impecáveis da brasileira, que atingiu média de 14,750 para confirmar o seu bicampeonato do salto.

As duas atletas voltaram a protagonizar a briga pelo ouro, assim como havia acontecido na sexta-feira, quando tiveram posições invertidas no individual geral, com Biles vencendo o ouro e Rebeca, a prata. Esta é a sétima medalha da ginasta paulista, que também foi campeã nesta modalidade em 2022, quando Biles não participou. Considerada por muitos a maior da história do esporte, Biles alcança sua 22ª medalha em Mundiais na carreira.

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A medalha de bronze ficou com Yeo Seojeong, da Coreia do Sul, que teve nota de 14,416. Esta é a terceira medalha de Rebeca Andrade nesta edição do Mundial, o que estabelece um novo recorde para o Brasil em uma edição do torneio. Ela havia aberto as disputas com medalha de prata por equipes.

"Esta vitória significa que nosso trabalho continua dando certo, tanto na parte mental quanto na parte física. O trabalho de todo mundo ali para eu conseguir controlar minha cabeça e meu corpo na hora do salto. Eu não me importo muito de ser a última, não. Foi bastante tranquilo e tentei ficar bem concentrada para fazer minha parte. Hoje vou descansar porque amanhã tem trave e solo, que acaba com a gente", disse Rebeca em entrevista ao Sportv após mais um ouro para seu currículo.

No primeiro salto, Biles foi ousada na acrobacia com seu salto característico Biles II, mas perdeu a base na aterrissagem e caiu sentada. Ela ficou com nota de 14,433. Em sua segunda tentativa, a americana chegou próxima à perfeição ao tentar um Cheng e conseguiu nota de 14,666. Primeira atleta a se apresentar, Biles cravou média de 14,549 e não foi superada por nenhuma das outras sete competidoras até o último site, de Rebeca Andrade.

Rebeca Andrade explodiu a torcida com dois saltos impecáveis. Primeiro, a brasileira cravou o Cheng e garantiu nota de 15,000. Na sequência, fez um Yurchenko com dupla pirueta e já saiu comemorando. A nota de 14,500 garantiu média de 14,750 e o ouro para a brasileira.

A outra medalhista do dia puxou um salto reversão com pirueta e meia cravada e teve nota de 14,600. No segundo salto, Seojeong fez um Yurchenko com dupla pirueta e atingiu nota de 14,233, média de 14,416.

As competições do dia foram abertas com a disputa da final do solo masculino, vencida pelo israelense Artem Dolgopyat, que teve média de 14,866 após dois saltos. Kazuki Minami, do Japão, ficou com a prata, e Milad Karimi, do Casaquistão, com o bronze.

Depois da medalha de prata inédita na disputa por equipes, Rebeca Andrade e Flávia Saraiva voltaram ao ginásio na Bélgica para disputar a final do individual geral no Mundial de ginástica artística, na tarde desta sexta-feira. Rebeca teve um disputa a cada aparelho com a americana Simone Biles pelo primeiro lugar. Dona da medalha de ouro em 2022, quando Biles não competiu, a brasileira acabou atrás da americana por menos de 1.8 ponto e foi prata, sua sexta medalha na carreira em mundiais. O terceiro lugar ficou com Shilese Jones, dos Estados Unidos, e fez com que a competição tivesse pela primeira vez um pódio 100% negro na história. Flávia Saraiva sentiu uma lesão no fim e terminou com o 15º lugar.

Na primeira final da história do Mundial de ginástica em que duas campeãs negras se enfrentavam, Rebeca Andrade e Simone Biles literalmente duelaram pelo pódio desde o primeiro aparelho. Com a americana sempre competindo primeiro, a brasileira entrava para as apresentações sabendo o que precisava fazer para continuar na disputa. Como ocorreu na classificatória, Biles foi superior em três dos quatro aparelhos e conquistou seu 21º ouro em mundiais na carreira.

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Rebeca Andrade e Flávia Saraiva ficaram no mesmo grupo na decisão e começaram a disputa da final do individual geral pelo salto. Primeira atleta do País a competir no aparelho, Flavinha foi a primeira atleta brasileira e com um salto quase cravado fez 13.833. Três atletas mais tarde, Rebeca começou sua participação na final do Mundial.

Em seu salto, a atual campeã do mundo na prova teve um salto quase perfeito. Com velocidade, altura, execução completa, Rebeca só errou na aterrisagem. Com um desequilíbrio ao terminar o movimento, a brasileira acabou pisando fora da área delimitada, foi penalizada em 0,1 e fechou sua participação no aparelho com a nota de 14.700, a segunda maior do dia no salto.

A rotação colocou as brasileiras nas barras assimétricas para a segunda apresentação. Assim como aconteceu no salto, Flávia Saraiva abriu a participação brasileira e, assim como na classificação, teve dificuldades. Com uma queda do aparelho logo nos primeiros movimentos, a ginasta terminou 12.633.

Em sua passagem, Rebeca Andrade deu show. Diferente da maioria das ginastas, a brasileira teve uma apresentação limpa. Conseguindo manter o ritmo e completar os movimentos como se espera, Rebeca tirou 14.500, a quarta melhor nota do aparelho no dia, e saltou para o segundo lugar geral na decisão após dois aparelhos.

Flávia Saraiva conseguiu se recuperar da queda nas barras assimétricas no aparelho seguinte. Finalista olímpica em 2016 na trave, a brasileira teve uma apresentação apenas com pequenos desequilíbrios e conseguiu um 14.033, a segunda melhor nota de toda a competição, e saltou para a briga por um lugar no pódio.

Assim como aconteceu na classificatória, a passagem pela trave foi a mais difícil para Rebeca Andrade. Com uma série de pequenos desequilíbrios, a brasileira perdeu alguns pontos, terminou com 13.500, piorando sua nota em relação a classificação e ficando mais de um ponto atrás de Simone Biles na busca pela medalha de ouro no individual geral.

Em seu último aparelho na final do individual geral, Flávia Saraiva teve problemas. Durante sua apresentação, a brasileira sofreu uma queda, ainda no começo, e sentiu um problema médico no tornozelo direito. Desta forma, a atleta terminou com 12.200 e fechou a competição com a 15ª colocação, com um total de 52.699.

Ao som de Beyoncé e Anitta, Rebeca Andrade mais uma vez levantou todo o ginásio na Bélgica. Diferente do que aconteceu na classificatória e na final por equipes, a brasileira acabou cometendo um erro na última série de saltos e pisou fora da área demarcada. Desta forma, Rebeca teve 14.066 e ficou com a medalha de prata, com um total de 56.766

A seleção brasileira de ginástica artística garantiu nesta segunda-feira, durante as classificatórias do Mundial da Antuérpia, na Bélgica, a classificação para a disputa por equipes dos Jogos de Paris-2024, feito não alcançado no ciclo da Olimpíada de Tóquio. Ao lado das companheiras Julia Soares, Jade Barbosa, Flávia Saraiva e Lorrane Oliveira, a medalhista olímpica e atual campeã mundial Rebeca Andrade liderou o Brasil, que somou 164,297 pontos para assegurar a vaga.

A disputa das classificatórias ainda está em curso na Antuérpia, mas as brasileiras, provisoriamente na terceira colocação, não podem deixar a zona de classificação, reservada às nove melhores seleções do campeonato. Elas estão atrás apenas dos Estados Unidos (171.395) e da Grã-Bretanha (166.130), ambas com vagas garantidas por meio do Mundial do ano passado. A final por equipes será disputada quarta-feira, a partir das 14h15 de Brasília.

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Principal nome da ginástica brasileira, Rebeca Andrade teve média de 56,865 pontos e encaminhou a vaga na decisão do individual geral, prova na qual defende o título. A ginasta paulista estreou oficialmente sua nova apresentação de solo, que começa ao som de "End of Time", de Beyoncé, passa por "Movimento da Sanfoninha", de Anitta, e termina com a melodia de "Baile de Favela", de MC João, música com a qual se consagrou nos últimos anos. Somou nota 14,633 e encaminhou vaga na final.

Rebeca também deixou engatilhadas as classificações para as finais da trave, com 13,800, e do salto, com 14,633, mas deve ficar de fora da briga nas barras assimétricas, prova na qual somou 13.966. Em duas decisões, Rebeca pode ter a companhia da compatriota Flávia Saraiva, dona de notas 54,699 no individual geral e 13,833 no solo. Julia Soares, Jade Barbosa e Lorrane Oliveira não alcançaram nenhuma final.

Simone Biles voltou com estilo às grandes competições de ginástica. Após dois anos sem competir, cuidando de sua saúde mental, a ginasta norte-americana deu um show em Antuérpia, na Bélgica, no Campeonato Mundial de Ginástica Artística. A campeã olímpica fez novamente o salto sobre a mesa mais difícil da modalidade, liderou o quadro geral individual, garantiu a primeira posição dos Estados Unidos no classificatório e ainda somou a nota mais alta em três dos quatro aparelhos.

Neste domingo, todos os olhos estavam em Biles. E a atleta de 26 anos provou, mais uma vez, o porquê é considerada uma das maiores ginastas de todos os tempos. No salto sobre a mesa, Simone executou novamente o Yurchenko Double Pike, movimento tão complexo que tem a maior pontuação no código da Federação Internacional de Ginástica (FIG). Seu prestígio é tamanho, que o salto foi homologado e passará a se chamar "Simone Biles".

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Com dois saltos sobre a mesa, a norte-americana somou 14,949 pontos, seguida de perto pelas companheiras de time. No solo, onde sempre brilhou, Biles conquistou a pontuação de 14,633, além da boa performance na trave de equilíbrio, com 14,566 pontos. O único aparelho que Simone não liderou foi nas barras assimétricas, ficando na segunda posição com 14,400, atrás da companheira de time Shilese Jones, que fez 14,833.

Os resultados de Biles e companheiras elevaram os Estados Unidos para a primeira posição na classificação geral deste domingo, com pontuação de 171,395. As finais começam a partir de segunda-feira, 2, e podem marcar o reencontro de Simone com a brasileira Rebeca Andrade, atual campeã mundial, após um longo período sem competirem em conjunto.

Simone Biles passou dois anos cuidando de sua saúde mental desde as Olimpíadas de Tóquio, em 2021, quando teve sérios problemas. Aos 26 anos, ela retornou às competições neste sábado com uma medalha de ouro no US Classic, em Chicago, torneio classificatório para o nacional.

Com a confiança crescendo a cada rotação, Biles disparou para sua primeira vitória em meio ao animado público. A pontuação geral da ginasta foi de 59,100, cinco pontos melhor que Leann Wong, medalha de prata. Joscelyn Roberson ficou com a medalha de bronze.

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Biles conseguiu a melhor pontuação em três das quatro disputas, mostrando no evento classificatório que continua sendo Simone Biles, agora em uma nova versão de si mesma. A americana quatro vezes medalhista de ouro nas Olimpíadas dominou no solo, salto sobre a mesa, barras assimétricas e trave de equilíbrio para garantir mais um primeiro lugar em sua vitoriosa carreira.

"Eu me sinto muito bem onde estou agora, mentalmente e fisicamente", disse Biles. "Ainda acho que há algumas coisas para trabalhar nas minhas rotinas, mas para o primeiro encontro de volta, eu diria que correu muito bem. Estou muito chocado. Surpreso."

Biles iniciou as competições nas barras assimétricas com uma pontuação de 14,000, a terceira melhor nota da competição, que mostrava o que estaria por vir. Ela subiu a nota na trave de equilíbrio, com 14,800. A campeã emendou ótimos passos no chão, com pontuação de 14,900. Ela ainda terminou com um salto duplo sobre a mesa. A arena mostrou toda sua empolgação com a última nota de 15,400, que colocou Simone na frente das outras 30 competidoras.

Foram 732 dias cuidando de sua saúde mental, desde que abandonou cinco provas nas Olimpíadas de Tóquio. A ginasta feminina mais condecorada da história revelou que só intensificou os treinamentos após o casamento com Jonathan Owens, jogador de futebol americano, no fim de abril. Ela veio para a competição com um collant preto e branco e uma aliança de casamento de silicone, comprada para usar enquanto compete, além de um colar escrito "Owens".

"No começo, sempre que eu voltava aos treinos, acho que em setembro, eu estava meio que me divertindo na academia tentando entrar em forma novamente. Eu tirei quase outubro inteiro e parte de novembro porque estava fazendo muitas palestras e as festas de fim de ano chegaram. Então eu apenas foquei em estar em forma e manter a rotina", disse.

"Quando chegou o ano novo, eu comecei a aumentar a frequência, mas ainda tinha algumas coisas, estava trabalhando no casamento. Eu sentia que Laurent (Landi, seu treinador) estava sempre um passo à frente. Depois de maio começamos a intensificar, mas antes disso eu estava apenas treinando. Nós apenas notamos que chegou o momento e Laurent (Landi) disse que iríamos competir no Classics. Meio que não foi falado que eu competiria, nós apenas sabíamos", revelou Biles.

O US Classic é considerado uma espécie de aquecimento para os campeonatos dos Estados Unidos que acontecem no fim deste mês. Os campeonatos mundiais estão previstos para outubro e ainda há as Olimpíadas há menos de um ano. "Eu sabia que poderia voltar e, com sorte, ter uma chance", disse ela. "É sobre realmente cuidar do meu corpo agora. Então é isso que devemos fazer. Está funcionando."

FOCO NA SAÚDE MENTAL

A americana de 26 anos não entra numa competição desde agosto de 2021, quando defendeu os EUA nos Jogos de Tóquio. Na ocasião, Simone Biles não chamou a atenção pelas conquistas, mas por ter desistido de diversas provas, como a final do individual geral, para priorizar sua saúde mental.

Ela alegou que estava sofrendo com "twisties", termo usado no meio da ginástica para explicar a perda de referência espacial sofrida por um atleta na execução de algum movimento qualquer. Não consiga focar nem se concentrar. A situação poderia colocar em risco sua integridade física ao cometer erros graves em suas apresentações.

Ao vir a público para explicar a situação, Biles trouxe à tona as discussões sobre saúde mental, um dos assuntos mais comentados ao longo daquela Olimpíada e dos anos que se seguiriam. Havia a expectativa de que a americana quebrasse diversos recordes e marcas históricas da ginástica em Tóquio, o que acabou não acontecendo em razão da decisão da atleta. A ginasta soma sete medalhas olímpicas, sendo quatro de ouro. A maioria foi obtida nos Jogos do Rio-2016. Na capital japonesa, ela foi prata por equipes e bronze na trave, conquista que a fez empatar em número de medalhas olímpicas na história da ginástica americana com Shannon Miller.

Ao fim daquela edição da Olimpíada, Simone Biles deixou em aberto a possibilidade de se aposentar antes mesmo dos Jogos de Paris-2024. O anúncio desta quarta, porém, abre a possibilidade de que a americana esteja na França, no próximo ano.

Os últimos dois anos foram um turbilhão na vida pessoal da competidora, apesar do afastamento das competições. Ela se tornou uma das maiores defensoras dos atletas na busca por saúde mental

A revista americana Time anunciou nesta quinta-feira a eleita como Atleta do Ano em 2021. A vencedora foi a ginasta Simone Biles, que teve reconhecida a sua coragem de ter aberto o diálogo sobre sua saúde mental e priorizado o próprio bem-estar mesmo durante os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. No Japão, a americana abriu mão de disputar várias provas da ginástica artística nas quais era a grande favorita para ganhar a medalha de ouro.

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"Biles deixou clara a importância de se priorizar e se recusar a suprir apenas as expectativas externas. Com os olhos do mundo sobre ela, ela deu o passo extraordinário de dizer: 'Isso é o suficiente. Eu sou o suficiente', explicou a publicação para justificar a eleição da ginasta.

"Eu acredito que tudo acontece por um motivo. Havia um propósito. Não só consegui usar minha voz, como também ela foi validada", disse Biles em entrevista à revista. "Se a justificativa fosse só a de que eu 'estava desistindo' eu poderia ter feito isso em outras oportunidades. Já passei por tantas coisas neste esporte, que poderia ter desistido por causa de tudo isso, não na Olimpíada", ressaltou.

A reportagem sobre a trajetória de Biles em 2021 lembra ainda que, ao lado de outras ginastas americanas, a medalhista olímpica revelou ter sido vítima de abusos sexuais por parte de Larry Nassar, ex-médico da seleção de ginástica dos Estados Unidos. Um mês após os Jogos, também chamou atenção do mundo em um testemunho emocionado durante o julgamento de Nassar. Na fala, definiu como "fracasso" a forma como o FBI, a USA Gymnastics e o Comitê Olímpico e Paraolímpico dos EUA (USOPC, na sigla em inglês) lidaram com o caso.

Biles apenas revelou que também havia sido abusada por Nassar um ano após as primeiras denúncias. Atualmente, ela é a única vítima que ainda está competindo profissionalmente. A jovem defende que a USAG e o USOPC sejam responsabilizados pelo caso. "É muito para uma pessoa. Sinto que a culpa deve recair sobre eles e não sobre nós. Eles deveriam estar sentindo isso (dor), não eu", defendeu.

A ginasta já havia sido reconhecida como uma das personalidades do ano pela revista People, também pela coragem e sinceridade para enfrentar os problemas com sua saúde mental.

Simone Biles tem sido cada vez mais expoente dos cuidados dos atletas com a saúde mental. A ginasta também tem refletido sobre as consequências de sua decisão de abandonar algumas finais olímpicas em Tóquio e entende que o melhor seria ter ficado fora dos Jogos Olímpicos disputados na capital japonesa.

Em entrevista à revista The Cut, Biles relembra o sofrimento por revelar, em 2018, ter sofrido abusos sexuais de Larry Nassar, médico da seleção norte-americana de ginástica artística. Ele foi condenado por molestar mais de 300 jovens.

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"Eu deveria ter desistido muito antes de Tóquio, quando Larry Nassar estava na mídia. Eu não quis que ele tirasse tudo de mim, tudo pelo que batalhei desde os meus seis anos. Então me forcei a estar nessa situação, mas meu corpo e minha mente não me deixaram ir até o fim", contou Biles.

Há cerca de duas semanas, a ginasta compareceu ao Senado dos Estados Unidos para falar sobre os casos de assédio. Biles culpou a federação norte-americana da modalidade e o 'sistema', que teria sido conivente com a situação. Ela também denunciou o FBI por ter respondido de maneira inadequada e lenta às primeiras acusações contra Nassar, que atuou na equipe nacional por 20 anos.

"Uma manhã, você acorda e não consegue ter perspectiva, mas as pessoas dizem para você continuar e fazer seu trabalho diário como se você ainda a tivesse. Você estaria perdido, não é? Essa é a única coisa que posso relacionar. Faço ginástica há 18 anos. Eu acordei e perdi o controle. Como é que vou continuar com o meu dia?", questionou Biles sobre a maneira como a saúde mental interfere no desempenho do atleta e na busca por uma vida equilibrada.

A ginasta também comentou o que passou em sua cabeça quando se deu conta de que não teria condições de seguir na competição após sua participação no salto na final por equipes. "É tão perigoso. É basicamente vida ou morte. É um milagre eu cair de pé. Assim que concluí o salto, fui e disse ao meu treinador: 'Não posso continuar'", contou.

No último domingo (8), aconteceram os últimos compromissos do calendário de eventos da Olimpíada Tóquio 2020. Durante toda a edição, diversos atletas foram destaque, seja pela atuação acima da média ou pelas histórias de superação que os fizeram estar presentes na competição. Por conta disso, o LeiaJá selecionou os cinco melhores momentos da Olimpíada Tóquio 2020, que já estão marcados na história da competição.

De Guarulhos para o mundo

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A atleta guarulhense Rebeca Andrade foi uma das grandes sensações nesta edição da Olimpíada e mostrou não apenas ao Brasil, mas também para o mundo por quais motivos ela está entre as melhores ginastas. Após encantar os jurados e o público com sua performance baseada no hit “Baile de Favela”, na modalidade ginástica de solo, Rebeca recebeu a medalha de prata. Já a medalha de ouro, veio após sua performance na modalidade salto. Apesar de seu alto rendimento no esporte, antes de estar na competição, Rebeca precisou enfrentar três cirurgias no joelho e chegou a pensar em desistir do esporte.

Medalhista olímpico depois de quase 10 anos

O brasileiro Bruno Fratus participou pela terceira vez dos Jogos Olímpicos e representou o Brasil na modalidade 50 metros livre de natação. Em 2012, em Londres, Fratus chegou próximo do pódio, mas ficou apenas em 4° lugar. Já em 2016, quando as Olimpíadas aconteceram no Rio de Janeiro, o atleta não conseguiu melhorar seu desempenho e obteve a 6ª colocação, fato que gerou polêmica e se tornou meme, quando a jornalista questionou o atleta se o mesmo estava chateado com o resultado. “Não, estou ‘felizão’, fiquei em sexto”, respondeu ironicamente o atleta. Cinco anos depois, em Tóquio, Fratus realizou o terceiro melhor desempenho e finalmente conquistou a medalha de bronze.

Darlan Romani no arremesso de peso

Este foi um dos atletas que conquistaram o coração e o respeito dos brasileiros, sem ao menos ter ganhado uma medalha. Em Tóquio, Romani realizou sua melhor campanha e ficou a apenas 59 centímetros de conquistar a medalha de bronze, conquistando o 4° lugar no ranking final da modalidade arremesso de peso. Carismático, pediu para mandar um beijo para sua filha e esposa ao vivo e também viralizou na internet e nas redes sociais por conta dos vídeos que mostravam o atleta treinando em um terreno baldio próximo de sua residência. Por conta dessas condições de treino, Romani foi um campeão apenas por estar entre os melhores.

Saúde mental no esporte

A edição de Tóquio 2020 ficou marcada pelo ocorrido com a jovem norte-americana Simone Biles. Ao anunciar que iria desistir das finais em que estava classificada, a ginasta declarou que estava passando por momentos conturbados e precisava cuidar de sua saúde mental para continuar no esporte. O acontecimento com a atleta de 24 anos levantou uma bandeira e trouxe a questão à tona, sobre como atletas sofrem pressão psicológica por estar competindo em alto nível, e até onde vai o limite de um competidor. Nas redes sociais, diversos espectadores dos Jogos Olímpicos e atletas mostraram apoio à Simone.

Trio brasileiro na final de skate park

Na última semana da realização dos Jogos Olímpicos, os brasileiros Luiz Francisco, Pedro Barros e Pedro Quintas foram classificados para a fase final da modalidade skate park. E assim, o Brasil conseguiu provar que é um dos países responsáveis por produzir a elite do skate mundial, já que nas modalidades anteriores, no skate street, Kelvin Hoefler e Rayssa Leal “A Fadinha”, conquistaram a medalha de prata em suas respectivas finais. Apesar do trio na final, apenas Pedro Barros conseguiu ficar entre os três melhores e levou para casa a medalha de prata. Já Luiz Francisco ficou em 4° lugar e Pedro Quintas na 8ª colocação.

 

 

A estrela americana Simone Biles conquistou o bronze na final da trave de equilíbrio nos Jogos de Tóquio-2020 em seu retorno à competição, atrás das chinesas Guan Chenchen, que conquistou o ouro, e de Tang Xijing (prata).

A brasileira Flávia Saraiva se desequilibrou durante sua apresentação e terminou em sétimo lugar.

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Biles superou seus problemas de confiança para reaparecer na final da ginástica feminina na capital japonesa e conquistar o bronze.

A americana, que já havia conquistado o bronze na Rio-2016 neste mesmo aparelho, repete o pódio cinco anos depois ao atingir a pontuação de 14.000, longe da jovem Chenchen, que recebeu 14.633 pontos, e de Xijing (14.233).

O bronze suaviza a dura semana de Biles, já que a estrela mais esperada destes Jogos desistiu de participar da final da competição geral por equipes para surpresa de todos.

Desde então, Biles enfrentou um fenômeno de perda de confiança e perda de referências no ar (twisties), que a levou a desistir de quatro finais para as quais ela também havia se classificado.

Esse fenômeno de "perda de figura" que faz com que a ginasta perca suas referências no ar é especialmente problemático para acrobacias para trás que envolvem giros, segundo especialistas.

Desde o início das Olimpíadas Tóquio 2020, diversas situações envolvendo os atletas da competição repercutiram em todo o mundo. É o caso da norte-americana Simone Biles, 24 anos, ganhadora de seis medalhas olímpicas nos Jogos do Rio 2016, que desistiu há alguns dias de participar das provas de ginástica olímpica para as quais tinha se classificado. A esportista  alegou que a decisão foi tomada por conta de sua saúde mental, que precisa ser priorizada nesse momento, o que abre  uma reflexão sobre as condições físicas e mentais de atletas de alto nível.

De acordo com Bianca Panvequi Liberati, psicóloga e especialista em terapia integrativa, existem pontos que atletas olímpicos devem seguir para não ceder à pressão psicológica, assim como, encontrar meios de conseguir se reconectar consigo mesmo, e não focar apenas no resultado, mas na competição como aprendizado. “Claro que ninguém fica feliz com um resultado ruim, mas modificar o olhar para uma visão de estar ali como uma oportunidade”, explica Bianca.

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Já quando se trata de cuidados relacionados ao preparo físico, Raphael Matheus de Aquino, educador físico e especialista em pedagogia do esporte e treinos de alto rendimento conta que existem diversos fatores que resultam no desempenho final de um atleta em determinado esporte, como a questão emocional, física e nutricional. Assim, é necessário que cada atleta siga a dieta recomendada, além de horários adequados para descanso mediante a intensidade dos treinos.

Sobre a alimentação, Aquino explica que é necessário que haja uma balança na dieta do esportista, já que um atleta precisa ter uma variedade “muito” grande de alimentos, vitaminas e nutrientes para poder deixar o corpo da forma mais perfeita possível para a competição. Além disso, a hidratação também se mostra importante, mas a quantidade varia de acordo com cada esportista em sua modalidade em questão.

Desta forma, o especialista e educador físico esclarece que o preparo físico e o preparo mental precisam estar completamente ligados, já que ambos andam lado a lado e dependem um do outro. Aquino ressalta que os dois aspectos possuem a mesma importância, e em conjunto, podem trazer o melhor resultado para o esportista. Além disso, é necessário cumprir à risca o calendário de compromissos e descansar após os eventos esportivos, para que não haja desgaste físico e uma possível lesão.

 

 

Depois de ficar fora das finais por equipe, individual geral, salto, barras assimétricas e solo para cuidar de sua saúde mental, a ginasta Simone Biles confirmou presença na final da trave da ginástica artística dos Jogos Olímpicos de Tóquio, prova que também terá a brasileira Flávia Saraiva.

A confirmação da participação de Biles na prova foi anunciada nesta segunda-feira (1º)  pela Federação Americana de Ginástica (USA Gymnastics, na sigla em inglês), em um breve comunicado.

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"Estamos muito animados em confirmar que vocês verão duas atletas americanas na final da trave amanhã - Suni Lee e Simone Biles. Mal podemos esperar para vê-las", informou a federação nas redes sociais, fazendo menção também a Sunisa Lee, atleta americana que faturou o ouro no individual geral e bronze nas barras assimétricas.

A final da trave é a última da ginástica artística feminina nos Jogos Olímpicos de Tóquio e será disputada nesta terça-feira (3) a partir das 5h50 (horário de Brasília).

Biles se classificou para todas as quatro finais de aparelhos, mas optou por se retirar de todas, exceto a trave. Antes, ela já havia desistido da competição por equipes durante a disputa depois de se perder no ar e da final individual geral para se concentrar inteiramente em sua saúde mental.

Em suas redes sociais, Biles detalhou suas lutas no treinamento com os "twisties", um termo da ginástica para quando o corpo e a mente de uma ginasta não estão em sincronia.

"Minha mente e meu corpo simplesmente não estão em sincronia", explicou a ginasta americana. "Para qualquer um que diga que parei. Eu não desisti", completou a estrela da ginástica. Ela relatou que havia sofrido com o problema anteriormente, mas apenas no chão.

A desorientação relatada por Biles é causada por problemas de saúde mental, intensificados em momentos de pressão, como a disputa dos Jogos Olímpicos. A decisão de não participar das disputas foi tomada em conjunto com a equipe médica da ginástica americana, visando evitar qualquer tipo de lesão grave.

Biles terá a chance de ganhar sua segunda medalha em Tóquio, já que, apesar de ter sido retirada da final após uma falha no salto, levou a prata na disputa por equipes. Ela ostenta quatro ouros e um bronze conquistados na Olimpíada do Rio, em 2016.

A superestrela da ginástica americana Simone Biles, que não disputou quatro finais da ginástica dos Jogos Olímpicos de 2020, talvez volte a competir na terça-feira (3), na última final de sua modalidade em Tóquio, na trave de equilíbrio - disse sua companheira de equipe Mykayla Skinner neste domingo (1º).

"Não sei se está confirmado, ela vai decidir, mas parece que sim", respondeu Skinner à imprensa, ao ser questionada sobre a participação de Biles na final desta prova.

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"Ele está lidando com tudo melhor do que imaginava. Ri com a gente todos os dias, estimula a gente. Talvez seja diferente quando voltar para casa, mas, como está do nosso lado, provavelmente vai competir. Está tentando fazer isso para permanecer na competição", afirmou Skinner, depois de seu segundo lugar na final de salto.

Vencedora de cinco medalhas nos Jogos Rio-2016, quatro delas de ouro, Biles desistiu de quatro finais: final por equipes, salto, barras assimétricas e solo, onde, em geral, ofusca suas concorrentes.

Aos 24 anos, em sua segunda Olimpíada, Biles passa por um momento de perda de confiança, afetada por pressões e pelo fenômeno dos "Twisties", uma perda de referência espacial que a coloca em risco nas acrobacias.

A ginasta americana Simone Biles não vai participar da final no solo nos Jogos de Tóquio, na segunda-feira (2), anunciou neste domingo (1º) a federação americana da modalidade através do Twitter.

"Simone retirou-se da final do evento de solo e vai tomar uma decisão sobre a trave (que será na terça-feira) ainda esta semana. De qualquer forma, estamos todos apoiando você, Simone", divulgou a USA Gymnastics.

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Biles já tinha desistido de participar das competições de salto e barras assimétricas, alegando necessidade de proteger sua saúde física e mental.

Caso confirme sua participação na trave de equilíbrio, esta será a última de Biles nas Olimpíadas do Japão.

Biles, de 24 anos, relatou que estava lutando com "demônios na cabeça" e muita pressão para administrar pelas expectativas criadas a respeito de sua participação nos Jogos. Além de revelar que seu corpo e sua mente não estão em sintonia, o que a leva a perder o equilíbrio quando realiza acrobacias durante os saltos, o que chamou de “twisties”.

"Assim que eu piso no tablado, sou só eu e a minha cabeça, lidando com demônios em minha cabeça. Tenho que fazer o que é certo para mim e concentrar na minha saúde mental, e não prejudicar minha saúde e meu bem-estar, explicou a americana à imprensa na terça-feira, após interromper sua participação na final da disputa geral por equipes.

A americana, que conquistou cinco medalhas na Rio 2016, explicou que precisava proteger sua saúde mental e que estava com menos confiança do que antes.

Depois dos Jogos no Rio de Janeiro, Biles tirou um ano sabático. Ela revelou que estava entre as vítimas de agressão sexual do médico da equipe americana de ginástica Larry Nassar, atualmente preso, e se identifica como "uma sobrevivente".

Ela também denunciou publicamente a passividade das autoridades esportivas americanas. "Depois de tudo o que enfrentei com a federação, reencontrar o amor ao esporte e ser simplesmente Simone tem sido um longo caminho", afirmou recentemente.

A ginasta americana Simone Biles não vai participar das finais do salto e barras assimétricas no domingo, anunciou na manhã deste sábado (noite de sexta-feira no Brasil) a Federação Americana de Ginástica.

"Após mais consultas com a equipe médica, Simone Biles decidiu não participar das finais das provas do salto e barras assimétricas. Ela continuará a ser avaliada diariamente para determinar se competirá nas finais para exercícios de solo e trave de equilíbrio", explicou no Twitter a federação.

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O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, descreveu Simone Biles como "corajosa", nesta sexta-feira (30), em Tóquio, depois que a ginasta americana se retirou da final por equipes e desistiu da disputa do individual geral, devido à ansiedade gerada pela grande expectativa.

"Por um lado, ela admitiu ter problemas, só por isso já é corajosa. E, ao mesmo tempo, aplaudiu suas companheiras e esteve presente para apoiar aquela que a sucederia no restante da disputa no concurso geral", declarou Bach, em um encontro com agências de notícias.

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"Quem há um ano teria admitido ter problemas de saúde mental? São grandes qualidades humanas", acrescentou Bach.

Na terça-feira, Biles retirou-se da competição geral por equipes devido à grande pressão que precisava administrar. Um dia depois, ela desistiu da defesa do título olímpico do individual geral programada para quinta-feira.

Durante a final do 'all-around' ela marcou presença nas arquibancadas para apoiar as americanas e parabenizar sua compatriota Sunisa Lee, que levou a medalha de ouro.

Nesta sexta-feira, a superestrela afirmou que tem dificuldades "literalmente em cada aparelho", o que aumenta as dúvidas sobre seu retorno.

Além das dificuldades psicológicas, Biles citou o que as ginastas chamam de "twisties", uma perda da consciência total do espaço, situação que às vezes se agrava com o estresse e que pode colocar as atletas em perigo.

Os problemas de referências no espaço ameaçam a participação de Biles nas finais do salto e das barras assimétricas no domingo, do solo na segunda-feira e da trave na terça-feira.

"Para os que dizem que desisti, eu não desisti. Não desisti, minha mente e corpo simplesmente não estão em sincronia, como vocês podem ver aqui", disse.

"Tive a oportunidade de trocar algumas palavras com ela depois da competição por equipes. Admiro sua maneira de lidar com a situação", acrescentou o presidente do COI.

De maneira mais geral, Bach falou sobre os problemas de saúde mental que afetam os atletas de ponta. Além de Simone Biles, várias estrelas revelaram seus problemas psicológicos, como a tenista japonesa Naomi Osaka.

- 'Alerta todos os dias' -

"A saúde mental é um grande desafio durante esta pandemia e não apenas nos esportes. Somos confrontados com dois fatores, o desafio da pandemia e a pressão dos atletas. Devemos fazer todo o possível com os atletas e organizações esportivas nacionais nos países para ajudá-los", comentou.

"Temos conversado com associações e tentamos pressionar os governos a explicarem a importância do esporte na saúde física e mental", continuou.

Por fim, abordou a situação sanitária, quando o número de casos positivos de covid-19 entre as pessoas ligadas aos Jogos (atletas, dirigentes, funcionários e jornalistas) chegou a 220, o que representa 26 a mais nas últimas 24 horas.

“Devemos estar alertas todos os dias, não podemos dizer depois de sete dias de Jogos que a luta contra a covid-19 acabou. É um esforço diário, então fazemos testes diários nos atletas. No total foram 350 mil realizados na comunidade olímpica, com 0,02% positivo, o que é muito baixo”, analisou.

A superestrela da ginástica Simone Biles, que desistiu da final por equipes e não disputou o individual geral em Tóquio-2020 por problemas para administrar a pressão, afirmou nesta sexta-feira que tem dificuldades "literalmente em cada aparelho", o que aumenta as dúvidas sobre seu retorno.

Biles destacou "os demônios" em sua cabeça para explicar a desistência de duas provas, que pode ser ampliada às finais por aparelhos que começam no domingo.

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Além das dificuldades psicológicas, Biles citou o que as ginastas chamam de "twisties", uma perda da consciência total do espaço, situação que às vezes se agrava com o estresse e que pode colocar as atletas em perigo.

Em um vídeo publicado no Instagram durante o treino de sexta-feira é possível observar a americana aterrissando de costas na área acolchoada ao final de seus movimentos. Ela escreveu que estava com problemas em "literalmente em todos os aparelhos, o que é muito ruim".

"Isso não estava acontecendo antes de deixar os Estados Unidos. Começou a acontecer de maneira aleatória após a classificação, na manhã seguinte", postou Biles.

Os problemas de referências no espaço ameaçam a participação de Biles nas finais do salto e das barras assimétricas no domingo, do solo na segunda-feira e da trave na terça-feira.

"Eu realmente não consigo compreender como fazer o movimento. Sentimento mais estranho e esquisito. É algo que honestamente petrifica tentar fazer um movimento, mas não ter sua mente e corpo em sincronia", acrescentou.

Para os que dizem que desisti, eu não desisti. Não desisti, minha mente e corpo simplesmente não estão em sincronia, como vocês podem ver aqui", disse, em referência ao vídeo.

"Não acredito que vocês compreendam como é perigoso em superfícies duras/competitivas, nem tenho que explicar porque coloco a saúde em primeiro lugar. A saúde física e a saúde mental", concluiu.

Antes de conquistar a medalha de prata no individual geral da ginástica artística nas Olimpíadas de Tóquio, na manhã desta quinta-feira (29), Rebeca Andrade contou com uma torcida de peso no Centro de Ariake. Além da energia positiva do Brasil, na plateia, a norte-americana Simone Biles acompanhou a disputa e vibrou com o show da brasileira nas barras assimétricas.

O fenômeno da ginastica mundial, que só no Rio 2016 levou quatro ouros e um bronze, Biles viu a história sendo escrita com o primeiro pódio olímpico do Brasil na ginástica feminina. Ela abandonou a final em Tóquio por problemas psicológicos, mas, ainda assim, fez questão de prestigiar pessoalmente as concorrentes.

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Nas assimétricas, a brasileira atingiu a quinta melhor pontuação com 14.666 pontos. Após o término do exercício, Biles foi flagrada na arquibancada aplaudindo de Ariake e vibrando muito pelo desempenho de Rebeca.

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Na soma dos quatro aparelhos, a paulista de 22 anos totalizou 57.298 pontos e se sagrou vice-campeão das Olimpíadas de 2020. A ginasta fez o melhor salto, com 15.300; nas barras ficou com 14.666; na trave teve o quarto melhor resultado com 13.666 e também foi a quarta no solo com 13.666 . O ouro ficou com a norte-americana Sunisa Lee.

A estrela americana da ginástica artística Simone Biles citou o fenômeno da perda de noção de espaço ("twisies") para explicar sua desistência. Essa perda de referências no ar, conhecida principalmente pelos ginastas de trampolim, pode ser reforçada ou ocasionada pelo estresse e principalmente colocar o atleta em perigo.

Na tarde de terça-feira (27), quando Simone Biles, para surpresa de todos, decidiu deixar a competição por equipes, ela explicou que não queria "arriscar se machucar, ou fazer algo estúpido, ao participar dessa competição".

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Ao abordar sua "saúde mental", a ginasta falou dos "twisties", fenômeno conhecido no mundo da ginástica, que também pode afetar os jogadores de golfe ("yips"). De repente, o corpo do atleta não responde mais a ele mesmo, e suas referências desaparecem. Uma espécie de desconexão que leva à desorientação.

Quando a equipe americana entra no Centro de Ginástica Ariake na tarde de terça-feira para a competição geral, começa com o salto.

- 'Não sabia onde estava' -

É a vez de Biles, e todos pensam apenas em uma coisa: ela vai fazer uma nova acrobacia, um salto duplo carpado para trás que tentou nos treinos? Se ela fizer isso nos Jogos, será o quinto movimento com seu nome, o que tornaria sua lenda ainda maior.

Mas não. Em vez disso, ela dá um salto "Amanar", movimento muito difícil com dois giros e meio, mas um dos giros desaparece.

"Não entendi o que aconteceu. Não sabia onde estava no ar, poderia ter me machucado", descreveu em sua coletiva de imprensa. Ela é, então, interrompida pelas meninas da equipe: "Tivemos um pequeno ataque do coração, vendo o que estava acontecendo!".

A infalível Simone Biles, superdotada da ginástica, que sobe a três metros do solo graças a um salto excepcional, é mais de acrescentar um giro do que de tirar um.

- 'Voltar a aprender' -

Este fenômeno de perda de controle do corpo e da noção de espaço é "complexo", explica um técnico francês à AFP, e é difícil de resolver. Pode ser "reforçado pela pressão". A ginasta vítima desse fenômeno é "absorvida pelo medo de se perder" e, posteriormente, de se ferir gravemente.

Nestas últimas horas, várias ginastas contaram nas redes sociais terem sofrido "twisties". Pode ser mais ou menos intenso e levar um certo tempo para ser superado.

"Eu tenho 'twisties' desde os 11 anos de idade. Não posso imaginar como deve ser assustador, se acontecer durante uma competição", contou a ginasta americana Aleah Finnegan.

"Você não tem nenhum controle sobre seu corpo e sobre o que ele faz", relata, acrescentando que é "difícil explicar para alguém que não faz ginástica".

A ginasta suíça Giulia Steingruber, especialista em saltos, que participa da final da competição geral na tarde desta quinta-feira em Tóquio, também relatou que teve um "bloqueio mental" semelhante em 2014.

"Fiquei com muito medo" e "não conseguia superar isso", conta a atleta, em um documentário. "Teve que reaprender tudo aos poucos", diz seu treinador.

Pressão, estresse e ansiedade podem favorecer o surgimento desses "twisties". Simone Biles, que conquistou cinco medalhas olímpicas no Rio, falou da pressão que sofre há meses, o ano do confinamento, o adiamento dos Jogos, fatores que a abalaram muito no início.

No entanto, "Simone tem um equilíbrio incrível no ar", havia dito Aime Boorman, sua treinadora de longa data, à mãe de Simone quando ela tinha apenas seis anos.

"Você sabe exatamente onde está no ar quando faz um giro e instintivamente sabe como cair sobre seus pés para fazer a aterrissagem corretamente. É algo que um treinador não pode ensinar", disse a ela.

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